Existe uma síndrome rara que provoca sono involuntário durante o trabalho e outras situações que podem ser perigosas como, por exemplo, quando a pessoa está dirigindo. Esse distúrbio neurológico, chamado de narcolepsia, pode afetar as atividades do dia a dia por conta da vontade excessiva de dormir em qualquer hora ou lugar. A doença também paralisa o paciente durante o repouso e pode provocar alucinações durante o sono, como a pessoa sentir que está sonhando acordada, além de episódios temporários de fraqueza muscular (cataplexia).
Os ataques de sono podem ocorrer diversas vezes durante o dia, sem o controle do indivíduo. Quem sofre com narcolepsia pode adormecer involuntariamente mesmo que esteja conversando, dançando, comendo ou até mesmo dirigindo. Com frequência, após esses cochilos — que podem durar de dez minutos a mais de uma hora — os pacientes sentem-se mais descansados.
O estudante de medicina Vitor Dmetruk Carvalho, 21 anos, sabe das dificuldades de viver com narcolepsia. Ele foi diagnosticado aos 15 anos e conta que sofreu bullying durante todo o ensino médio. “Perdi várias matérias e provas, mas o pior era não ter a compreensão dos colegas de turma, que sempre faziam brincadeiras de mau gosto comigo”, lembra.
Suas crises acontecem nas mais diversas situações, sejam elas monótonas (quando o sono aparece com mais frequência e intensidade) ou em atividades corriqueiras, como estudar, comer e praticar atividades físicas. O estudante diz que o sono profundo acontece até mesmo em momentos alegres e prazerosos.
“Já deixei de fazer a prova de vestibular, dormi diversas vezes na aula e nas provas, na academia e enquanto tocava bateria. Quando o sono vem, tenho que deitar atrás da bateria e tirar um cochilo por alguns minutos. Não consigo evitar. Antes de receber o diagnóstico, cheguei a sentir sono durante o passeio a um parque temático. Isso sem falar quando estou andando de ônibus e até de bicicleta. Quando isso aconteceu, tive que parar de pedalar, sentar em algum banco e esperar o período de sonolência terminar”, revela.
Após o diagnóstico, os pais de Carvalho receberam orientações sobre os cuidados com a rotina e a higiene do sono – um conjunto de práticas que devem ser seguidas antes de dormir, com o objetivo de facilitar o início do sono – a fim de reduzir os episódios de sonolência durante o dia. Apesar desses cuidados e do uso da medicação indicada pelos médicos, o estudante ainda enfrenta crises durante o dia, com uma média de três episódios, cada um com duração de pelo menos 30 minutos.
O Real Madrid confirmou os rumores recentes e anunciou nesta sexta-feira a renovação do contrato do técnico Carlo Ancelotti, que era considerado pela CBF como o futuro treinador da seleção brasileira. Ednaldo Rodrigues, presidente afastado da entidade, afirmara mais de uma vez que tinha acerto com o técnico italiano para assumir a seleção a partir da metade de 2024.
Apesar disso, o Real oficializou a renovação do vínculo com Ancelotti até 30 de junho de 2026. O contrato anterior do treinador se encerraria em junho de 2024. A expectativa era de que o italiano assumiria a seleção brasileira ao fim deste vínculo, a tempo de comandar o Brasil na Copa América.
Nas últimas semanas, porém, surgiram rumores de que o Real tinha interesse em manter Ancelotti por mais tempo. Na quinta, jornais espanhóis já davam a renovação como certa. E, nesta sexta, o maior campeão da história da Liga dos Campeões da Europa confirmou a extensão do vínculo.
“Em suas cinco temporadas como técnico do Real Madrid, ele ganhou 10 títulos: duas Liga dos Campeões, dois Mundiais de Clubes, duas Supercopas da Europa, um Campeonato Espanhol, duas Copas do Rei e uma Supercopa da Espanha”, escreveu o clube ao anunciar a renovação com o experiente técnico.
O anúncio acontece justamente num momento de crise e instabilidade na CBF, após o afastamento de Ednaldo, em decisão do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, no início deste mês. A entidade vem sendo comandada temporariamente por José Perdiz de Jesus, que era o presidente do Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD). Ednaldo vem tentando retomar seu posto na Justiça, mas só sofreu derrotas recentemente, tanto no Superior Tribunal de Justiça (STJ) quanto no Supremo Tribunal Federal (STF).
O presidente afastado considerava Ancelotti o futuro treinador da seleção brasileira, em substituição a Fernando Diniz, contratado por um prazo definido de um ano, em julho. Na ocasião, Ednaldo anunciou também publicamente Ancelotti, que assumiria o cargo a tempo de liderar a seleção na Copa América, marcada para começar no fim de junho de 2024.
“Então, (Diniz) é um treinador que realmente a proposta de jogo dele é quase parecida também com a do treinador que assumirá a partir da Copa América, o Ancelotti. Tem quase o mesmo tipo de proposta de jogo”, declarou Ednaldo, na época.
Apesar das declarações do então mandatário da CBF, Ancelotti vinha se esquivando publicamente. Questionado diversas vezes sobre o seu futuro em entrevistas coletivas no Real, o italiano evitava confirmar qualquer acerto com a seleção brasileira. Em resposta, Ednaldo minimizava a postura do treinador. “É um detalhe dele. Isso aí, só ele para responder”, chegou a comentar.
O então presidente da CBF vinha tratando Diniz como o responsável por fazer uma transição na seleção, entre o fim da era Tite, encerrada em dezembro de 2022, e a chegada de Ancelotti, considerado referência pelo próprio treinador gaúcho.
A instabilidade no comando da CBF coincide com uma crise da seleção dentro de campo. Diniz enfrenta dificuldades para aplicar seu estilo no time nacional. Em seis jogos no comando da equipe, o treinador soma duas vitórias, sobre as modestas seleções da Bolívia e do Peru. O time vem de quatro jogos sem triunfos, sendo três derrotas consecutivas, o que derrubou a seleção para um perigoso sexto lugar nas Eliminatórias Sul-Americanas da Copa do Mundo de 2026.
O Brasil teve, no mês passado, um saldo positivo de 130.097 postos de trabalho com carteira assinada, segundo divulgou, nesta quinta (28), o Ministério do Trabalho e Emprego. Em novembro, foram 1.866.752 admissões e 1.736.655 demissões, segundo dados do Novo Caged, o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados.
No acumulado de janeiro a novembro, foram gerados no país 1.914.467 postos de trabalho. Os estados com maior saldo no acumulado de 2023 foram São Paulo (mais 551.172 empregos, com crescimento de 4,2%), Minas Gerais (saldo de 187.866) e Rio de Janeiro (mais 165.701).
Até agora, no ano, o maior crescimento do emprego formal ocorreu no setor de serviços, com saldo de 1.067.218 postos formais de trabalho (o que representou 59,8% do resultado).
O governo apontou que entre janeiro e novembro há destaque para as atividades de informação, comunicação e serviços financeiros, imobiliários, profissionais e administrativos. Outros resultados positivos de 2023 podem ser contabilizados para os trabalhos em administração pública, defesa, seguridade social, educação, saúde humana e serviços sociais.
“Temos uma consideração muito positiva desse resultado comparado ao que era a expectativa no final do ano passado e início do ano. Todos os analistas econômicos avaliaram que passaríamos por uma grande dificuldade”, avaliou o secretário executivo do Ministério do Trabalho e Emprego, Francisco Macena, em entrevista coletiva.
Ele ponderou que, entre as dificuldades que se impuseram no mercado de trabalho está a elevada taxa de juros praticada no país. No entanto, considerou que as medidas econômicas complementares apresentadas pelo Ministério da Fazenda e os investimentos públicos oferecem estimativa positiva para o aumento de vagas de trabalho.
“A nossa expectativa é que, no ano que vem, tenhamos um círculo virtuoso não só de empregos formais, mas também de renda”. Ele comentou que o aumento do salário mínimo também deve impactar a economia e a geração de mais oportunidades.
Comércio e serviços A maioria dos empregos formais foi contabilizada no setor de serviços (92.620) e no comércio (88.706). Com isso, o estoque total recuperado para o Caged foi de 44.358.892 postos de trabalho formais.
No setor de serviços, destaque do mês, houve mais oportunidades de trabalho nas áreas de informação, comunicação e atividades financeiras, imobiliárias, profissionais e administrativas.
A segunda maior geração, no comércio, mais vagas abriram no setor varejista de artigos do vestuário e acessórios, mercadorias em geral, com predominância de produtos alimentícios e supermercados, além dos artigos de varejista de calçados .
Segundo análise do governo, o impacto sazonal trouxe queda do emprego formal nos em setores como a indústria, com menos 12.911 postos de trabalho. A construção civil também teve queda, com menos 17.300 postos formais de trabalho. Francisco Macena avaliou que a indústria passa por dificuldades, mas o governo, segundo acredita, tem trabalhado com planos de modernização, investimentos e subsídios para recuperar o setor.
“A expectativa para o ano que vem é muito positiva porque o Copom [Comitê de Política Monetária] tem sinalizado redução da taxa de juros, o que permite mais investimentos. Em especial, no setor da construção civil, com a renovação tecnológica, o investimento com o PAC [Programa de Aceleração do Crescimento] vai impulsionar muito a geração de emprego no país”, disse o secretário. Para ele, a fiscalização para combater a informalidade também pode gerar novos resultados positivos.
Entre os estados, as unidades da federação com maior saldo em novembro foram São Paulo, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul.
Saldo positivo No mês de novembro, houve um saldo positivo de empregos tanto para mulheres (mais 95.356 postos de trabalho) como para homens (crescimento de 34.732).
Também foi registrado aumento de vagas para pessoas com deficiência, com saldo positivo de 1.344 para esse grupo. “Nós realizamos reuniões setoriais para sensibilizar para o cumprimento não só das cotas, mas da eficiência e eficácia de contratar pessoas com deficiência. Estamos trabalhando em regulamentações e acreditamos que isso vai impulsionar a contratação não só de jovens, mas também de pessoas com deficiência”, disse o secretário executivo do MTE na coletiva.
Além disso, houve saldo positivo para pessoas pardas (mais 78.122), brancas (49.412), pretas (mais 23.472), amarelas (mais 15.762) e indígenas (mais 1.336).
O reajuste do salário mínimo para R$ 1.412 a partir de 1º de janeiro de 2024 causará impacto de R$ 4,33 bilhões nos cofres municipais, aponta levantamento da Confederação Nacional de Municípios (CNM). No Rio Grande do Norte, o impacto anual será de R$ 112,524.767,00. Esse montante supera o impacto calculado para nove estados brasileiros (Espírito Santo, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Piauí, Paraná, Rondônia, Roraima, Sergipe e Tocantins), todos com menos servidores na faixa salarial pesquisada. No Estado, 62.727 servidores municipais recebem remuneração de até 1,5 salário mínimo, o que representa 2,7% do total.
As prefeituras empregam mais de 6 milhões de pessoas, e delas 2,3 milhões recebem até um salário e meio, segundo dados da Relação Anual de Informações Sociais (Rais) 2021. A CNM aponta que o reajuste impacta, principalmente, os municípios de pequeno porte.
Entes menos populosos são os que possuem funcionários com remunerações próximas ao valor do salário mínimo, ou seja, aumento do gasto de pessoal decorrente do reajuste. Minas Gerais, Bahia e Ceará concentram o maior número de servidores municipais que recebem até 1,5 salário mínimo. A soma dos servidores desses três Estados corresponde a 1/3 do total. Já os Estados com a menor concentração de servidores municipais que recebem até 1,5 salário são: Acre, Amapá e Rondônia.
Entre 2003 e 2023, os reajustes do salário mínimo elevaram os gastos dos municípios brasileiros em R$ 38,6 bilhões. Com os encargos trabalhistas, o impacto chega a quase R$ 54 bilhões. Para o presidente Paulo Ziulkoski, o novo mínimo previsto no Projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias (PLDO) de 2024 agravará ainda mais o quadro fiscal de crise financeira enfrentado.
“Além do mínimo, as demais elevações das despesas, ocorrem à revelia das prefeituras”, alerta Ziulkoski ao explicar: “as decisões aprovadas em outras esferas de governo têm provocado impacto nos cofres das prefeituras e agravado o quadro fiscal”. A nova política de valorização do salário mínimo tem como cálculo de reajuste anual do piso nacional foi definida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) dos últimos 12 meses, encerrado em novembro do ano anterior, e o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) consolidado de dois anos anteriores.
Em agosto, foi enviado ao Congresso Nacional o Projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias (PLDO) de 2024, o qual prevê um reajuste real no salário mínimo de 2024. O texto sugeria que o salário mínimo no ano de 2024 seria de R$ 1.389. O governo, por sua vez, estava trabalhando com um valor de R$ 1.421 para o salário mínimo no próximo ano, pois esperava uma correção de 7,65% (4,75% de inflação e 2,90% de crescimento do PIB).
Com a divulgação do INPC acumulado até novembro 2023, de 3,85%, somado ao crescimento do PIB de 2022 ajustado, de 3%, o reajuste do salário mínimo de 2024 será de 6,97%, alcançando R$ 1.412, aplicável a todos os trabalhadores do setor público e privado, aposentados e pensionistas.
Impacto anual no nordeste BA – R$ 479.917.192,00 (257.282) CE – R$ 330.837.585,00 (186.091) PE – R$ 295.938.766,00 (167.916 ) MA – R$ 233.409.245,00 (128.576) PB – R$ 200.387.053,00 (108.743) AL – R$ 120.865.424,00 (66.515) RN – R$ 112.524.767,00 (62.727) PI – R$ 98.635.529,00 (54.077) SE – R$ 69.918.314,00 (39.238)
Em uma reunião estratégica, a vereadora Rayssa com o prefeito Odon Jr. esteve em pauta a viabilização dos projetos de lei da vereadora aprovados no ano de 2023, visando a melhoria da qualidade de vida em Currais Novos.
Rede Aberta de Internet para UBS: Um marco para a saúde pública, aprovou-se a implementação de uma rede aberta de internet em pontos de saúde com o pronto atendimento, UPA e UBSs, fortalecendo a comunicação da população.
Mês de Combate à Violência Contra a Mulher (Agosto): Reconhecendo a importância da luta contra a violência de gênero, o mês de agosto foi oficialmente estabelecido como o “Mês de Combate à Violência Contra a Mulher”, reforçando o compromisso municipal com a igualdade e segurança das mulheres.
Política Municipal de Cultura Viva: Uma legislação pioneira instituiu a Política Municipal de Cultura Viva, promovendo a diversidade cultural e incentivando expressões artísticas no cenário local, principalmente os artistas e fazedores de cultura que não possuem CNPJ. Currais Novos foi o primeiro município do RN a ter a lei da cultura viva.
Dia da Cultura Curraisnovense – Lei João Antônio: Uma homenagem à identidade cultural local, a instituição do “Dia da Cultura Curraisnovense” pela Lei João Antônio ressalta a riqueza histórica e artística da comunidade, além de homenagear esse mestre que deixou um grande legado para nossa cidade e estado.
Plataforma da Cultura Curraisnovense: Em sintonia com os avanços digitais, foi aprovada a criação de uma plataforma online dedicada à cultura curraisnovense, divulgando artistas e fazedores de cultura, projetos e eventos, fortalecendo a preservação e promoção do patrimônio cultural do município.
Esses projetos refletem o comprometimento da vereadora Rayssa com o desenvolvimento integral da cidade, abrangendo setores essenciais como saúde, cultura e igualdade de gênero. A expectativa é de que essas iniciativas contribuam significativamente para o bem-estar e a prosperidade de Currais Novos.
Safra recorde, queda nos preços das commodities agrícolas e uma desinflação global vão fazer os preços dos alimentos caírem este ano, numa situação que não se via desde 2017. O grupo alimentação no domicílio está com os preços em média 2,4% menores no acumulado até novembro, pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), que acompanha o custo dos produtos para famílias que ganham de um a cinco salários mínimos, do IBGE. As estimativas dos economistas é de deflação de pouco mais de 1%, com as carnes ficando 9,4% mais baratas e as aves e ovos, 6,8%.
No ano, o INPC ficou em 3,1% até novembro, menor valor desde 2017. Enquanto o IPCA (índice amplo) engloba as famílias com renda entre um e 40 salários mínimos, o INPC acompanha bens e serviços que as famílias que ganham menos consomem.
Por isso, o INPC funciona como um termômetro do impacto da variação dos preços dos alimentos entre a população de menor renda, para a qual a alimentação tem maior peso no orçamento. O índice representa metade da população do país, em média.
O economista Luiz Roberto Cunha, professor da PUC Rio, explica que o país bateu recorde na safra de grãos este ano, o que ampliou a oferta de produtos como soja, milho e feijão. Esses itens têm impacto em outros produtos da cadeia, como óleo de soja, carnes e frango.
Além disso, os preços dessas commodities agrícolas que tinham subido por mais de dois anos com taxas de dois dígitos, por causa da pandemia e da guerra na Ucrânia, têm desacelerado fortemente e já chegam ao consumidor final, abrindo espaço no orçamento.
— Acho que, de fato, a população de renda mais baixa teve um ano bem melhor do que os anteriores. O Bolsa Família voltou, e o salário mínimo teve um aumento real (acima da inflação) no começo do ano. E agora, no fim do ano, teve o Desenrola, ajudando a reduzir dívidas. Tudo isso ajuda — afirma Cunha, ao elencar fatores que também contribuíram para aumentar o orçamento das famílias.
Coordenador dos índices de preços do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV/Ibre), André Braz avalia que o menor custo dos alimentos foi a principal âncora da inflação este ano, permitindo um índice de 4,4% no ano, dentro da meta estabelecida pelo governo de até 4,75%.
Ele diz que óleo de soja, feijão-carioca, leite longa vida e frango devem terminar o ano com preço menor do que no ano passado, o que melhora a qualidade da alimentação:
— As famílias não comem mais, elas comem melhor. Além de poder comprar outras coisas que fazem falta no dia a dia — explica Braz.
Riscos em 2024 Apesar da melhora nos preços em 2023, o economista da FGV pondera que a queda não elimina todos os aumentos que os alimentos tiveram nos últimos anos. Eles continuam mais caros do que antes da pandemia. A alimentação no domicílio segundo o IPCA acumula alta de 45%, de janeiro de 2020 a novembro de 2023.
Fábio Romão, economista sênior da LCA Consultores, diz que além da supersafra de grãos, produtos in natura, como batata, cebola e frutas, subiram bem menos do que em 2022:
—Na parte de proteína, estimamos queda de 9,4% nas carnes. O preço de aves e ovos deve cair 6,8%. Muitos itens na alimentação perderam força, e alguns entraram em deflação.
Mas o cenário positivo não deve se repetir no ano que vem, apontam especialistas. O aumento das temperaturas com o fenômeno El Niño deve afetar as lavouras brasileiras e tende a encarecer frutas, legumes e verduras, além de carnes, frangos e ovos.
— O que foi fonte de alívio neste ano eu diria que não será no ano que vem — resume Cunha.
O economista explica que a previsão de uma safra menor e os efeitos climáticos do El Niño devem impactar produtos mais sensíveis ao calor, como frutas, hortaliças e legumes:
— (A inflação de alimentos) ainda não vai ser um vilão, mas seguramente não será como a gente está vendo neste ano — diz Cunha.
Braz afirma que o El Niño deve atrapalhar a safra do ano que vem, mas seus efeitos podem ser atenuados caso o volume de chuvas seja maior e mais regular. Mas a tendência é que as altas temperaturas perdurem até meados de abril de 2024, afetando o ciclo de plantio das culturas de soja e milho.
Como resultado, há o repasse para os preços de óleo de soja, carnes, frangos e ovos, já que essas commodities são a base da alimentação na pecuária e na avicultura.
Compensação para a alta Este ano, o El Niño já afetou preços de alguns alimentos in natura no fim do ano, levando o IPCA de alimentos ao patamar positivo nos últimos dois meses, após uma sequência de quatro deflações entre junho e setembro. Agora, poderá afetar também os preços de proteínas.
“Na parte de proteína, estimamos queda de 9,4% nas carnes. O preço de aves e ovos deve cair 6,8%. Muitos itens na alimentação perderam força, e alguns entraram em deflação”, diz Fábio Romão, economista sênior da LCA Consultores. — Ano que vem não vai ser tão favorável, os alimentos vão voltar a subir. Espero uma queda de 1% para alimentos e bebidas em 2023. Para 2024, pode-se registrar uma alta de 4%, já embutido o risco do El Niño. Vai depender do rigor do fenômeno climático e do quanto ele vai prejudicar essa safra que ainda não foi plantada. Por isso, essa estimativa pode até subir — alerta Braz.
Outros preços que também pesam no orçamento das famílias que ganham menos podem compensar, contudo, o encarecimento dos alimentos. Segundo Romão, não é esperado aumento na tarifa de ônibus. Em ano eleitoral, os prefeitos evitam dar reajuste.
Os remédios também devem subir menos, já que acompanham a inflação do ano anterior. Como, em 2023, os índices serão menores do que os de 2022, espera-se uma alta inferior à deste ano. Além disso, as carnes e aves não devem subir muito, diz Romão:
— Estamos prevendo alta de 6,3% para as carnes em 2024, abaixo da queda deste ano. Para as aves, prevemos reajuste de 2,8%. Não vão devolver a queda deste ano.
São Paulo – O Tribunal Regional Federal da 3ª Região (TRF-3) anulou a condenação que restava da Lava Jato em São Paulo contra Paulo Vieira de Souza, conhecido como Paulo Preto, que é ex-diretor da Dersa, antiga estatal de rodovias. Em 2019, Paulo Preto foi condenado a 27 anos e oito dias de prisão sob a acusação de ter fraudado licitações e participado de formação de cartel em obras do trecho sul do Rodoanel e do Sistema Viário Metropolitano entre 2004 e 2015.
No fim de novembro deste ano, a Quinta Turma do TRF-3 entendeu que o caso não poderia ser de competência da Justiça Federal de São Paulo, anulou a condenação e redistribuiu os autos à primeira instância. A decisão só foi publicada em 19 de dezembro.
O colegiado acatou um pedido da defesa de Paulo Preto, que apontou que o processo era vinculado a outro, no qual não houve condenação por entender que a vara não tinha competência para tal feito.
“Inicialmente foi oferecida uma denúncia contra 32 pessoas, dentre elas o réu do presente feito. Posteriormente, foram desmembrados os feitos, passando a julgar apenas em um feito o réu e, no outro feito, as outras 31 pessoas, sem ter um andamento célere”, registrou o desembargador federal Paulo Fontes, relator do caso.
Paulo Preto foi o principal alvo da Lava Jato em SP Principal alvo do braço paulista da Lava Jato, Paulo Preto foi denunciado cinco vezes pela força-tarefa e era apontado como suposto operador do PSDB no estado.
O ex-diretor da Dersa, empresa de economia mista que era controlada pelo governo paulista e foi responsável pela construção e manutenção de rodovias, era investigado por supostamente comandar um esquema de pagamento de propina a políticos para irrigar campanhas eleitorais.
Em uma das buscas e apreensões em endereços ligados a Paulo Preto, a Polícia Federal encontrou um bunker com mais de R$ 100 milhões, em espécie, apontados como oriundos de propina.
As denúncias contra o ex-diretor da Dersa tiveram como base principal os acordos de leniência da Odebrecht. No entanto, em setembro deste ano, o Supremo Tribunal Federal (STF) anulou as principais provas apresentadas no acordo.
O Ministério da Saúde publicou uma nota técnica com novas orientações para auxiliar profissionais na identificação clínica dos casos conhecidos como Covid longa, ou condições pós-Covid. O quadro é definido como a permanência de sintomas, ou o desenvolvimento de novos, associados ao coronavírus por semanas após a infecção.
A pasta explica que mesmo pessoas contaminadas com formas leves ou assintomáticas podem apresentar o problema, e elenca um conjunto de 30 sinais e sintomas mais frequentes que se prolongam sem causa aparente.
“Dificuldade de concentração e memória, conhecida como névoa cerebral; perda prolongada de olfato e paladar; e alterações cognitivas são os sintomas neurológicos mais comuns. Mas as condições também podem afetar outros sistemas como cardiovascular, respiratório, gastrointestinal, mental, muscoesqulético e geniturinário”, explica o ministério em comunicado.
A pasta esclarece na nota técnica que, embora a maior parte dos casos melhore progressivamente ao longo do tempo, “alguns pacientes podem apresentar condições pós-covid com meses ou até mesmo anos de duração”.
Um dos pontos abordados pelo documento é o critério temporal para a definição de quando são consideradas condições pós-Covid. A nota estabelece que os sinais precisam continuar ou se desenvolver “quatro semanas ou mais após a infecção inicial” e que eles “não podem ser justificados por um diagnóstico alternativo”.
“Essas condições podem melhorar, agravar ou serem recidivantes ao longo do tempo, com a possibilidade de evolução para eventos graves e potencialmente fatais, até mesmo meses ou anos após a infecção”, continua o texto.
Temporalidade
Em relação à temporalidade, o Ministério afirma ter analisado a literatura disponível sobre o tema e reconhece que há divergências entre as autoridades de saúde. A Organização Mundial de Saúde (OMS), por exemplo, estabelece que são necessários ao menos três meses de sintomas para se falar em Covid longa.
Porém, a pasta afirma ter seguido as definições dos Centros de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos (EUA) ao estipular o período de apenas quatro semanas, cerca de um mês, e entender que é um prazo “mais sensível para identificação dos casos, tendo em vista que os dados são heterogêneos e pesquisas adicionais estão sendo realizadas”.
O Ministério destaca também que os estudos em andamento buscam estabelecer a prevalência do problema de saúde na população. A OMS trabalha com estimativas de 10% a 20% dos contaminados. Porém há pesquisas indicando resultados mais altos, que chegam a quase a metade das infecções, diz a pasta, que financia uma série de levantamentos sobre o tema.
“As pesquisas e inquéritos de base populacional que investigam a prevalência das condições pós-covid ainda estão em andamento. (..) Entretanto, a Secretaria de Ciência, Tecnologia, Inovação e Complexo da Saúde (Sectics) já consegue fazer uma análise preliminar de cenário com base em estudos avaliados pela área técnica responsável. Foi descoberto, por exemplo, que 40% da amostra de pessoas investigadas apresentou alguma condição pós-covid, com maior concentração no sexo feminino”, diz em nota.
Além disso, o Ministério afirma que a obesidade foi considerada o principal fator de risco para o desenvolvimento da Covid longa, e que os sintomas mais comuns no geral foram dispneia (falta de ar), fadiga e tosse.
Sobre o diagnóstico, no momento não existem testes específicos disponíveis. Por isso, ele se baseia no histórico de infecção pelo paciente, ou pela exposição do vírus, associado a uma avaliação clínica “abrangente e minuciosa”, diz a pasta.
“Exames laboratoriais, de imagem, eletrocardiograma, entre outros, podem ser úteis para auxiliar no diagnóstico. Recomenda-se que, antes de definir uma manifestação como condição pós-covid, se investigue outras razões que podem justificar o quadro apresentado”, continua.
Como se proteger
No novo documento, o Ministério da Saúde orienta ainda como evitar o desenvolvimento da Covid longa. Os cuidados são semelhantes àqueles para se proteger contra a infecção pelo vírus em primeiro lugar:
“Além da vacinação contra o vírus, que está disponível no Sistema Único de Saúde (SUS) para todos aqueles que possuem mais de 6 meses de vida, recomenda-se realizar a higiene adequada das mãos, etiqueta respiratória, ventilação adequada de ambientes, evitar contato com casos positivos e uso de máscara em situações específicas para evitar contrair a infecção”.
Mais de 100 pessoas deram entrada na emergência oftalmológica do Hospital Municipal Souza Aguiar, na zona norte do Rio de Janeiro, com queimaduras nas córneas devido ao contato de pomada modeladora de cabelos com os olhos, na segunda (25/12) e terça-feira (26/12). São indivíduos que fizeram tranças ou outros penteados fixados com o produto para passar a noite de Natal e, ao molharem os cabelos, a água com o ingrediente químico escorreu para os olhos. A lesão na córnea pode causar irritação e inchaço, visão turva e até cegueira temporária, além de bastante dor.
A Vigilância em Saúde e o Instituto de Vigilância Sanitária do Rio (IVISA-Rio), órgãos da Secretaria Municipal de Saúde, já iniciaram uma apuração epidemiológica para identificar quais as marcas dos produtos usados pelos pacientes e em quais estabelecimentos os penteados foram feitos ou os produtos adquiridos.
Algumas marcas de pomadas estão com a comercialização e o uso suspensos pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) em todo o Brasil, justamente por conterem insumos em sua composição que são considerados nocivos à saúde, como os que causam a intoxicação ocular.
Sintomas de problemas com pomada modeladora Normalmente, a emergência oftalmológica do Hospital Souza Aguiar atende por dia cerca de 70 pacientes por problemas diversos. Somente na segunda-feira de Natal e no dia seguinte foram 83 e 167 atendimentos, respectivamente, a maioria devido a lesões na córnea causadas pelo contato com a pomada modeladora de cabelos.
Havia crianças, adolescentes, mulheres e homens adultos, todos com o relato de terem feito o penteado para o Natal e, ao lavarem os cabelos, mergulharem na praia ou piscina e começaram a sentir a ardência nos olhos, o que foi piorando nas horas seguintes.
Os principais sintomas apresentados são coceira nos olhos, vermelhidão, irritação, ardência, inchaço. Nos casos mais graves, a visão vai ficando turva, até chegar ao ponto em que o paciente não consegue enxergar.
“A maioria dos pacientes apresenta uma conjuntivite ou ceratite química causadas pelo contato com a pomada. E, quanto maior a quantidade do produto que escorre para os olhos, mais grave pode ser a lesão. Alguns estão chegando com muito inchaço nos olhos e sem conseguir enxergar, tendo que ser guiados por acompanhantes. São quadros considerados bem graves”, disse, em nota, a diretora do Hospital Souza Aguiar, Paula Travassos.
Ela demonstra preocupação para o próximo fim de semana: “Se a situação já está assim por causa do Natal, pode ficar pior para o Réveillon, pois sabemos que muitas pessoas terminam a noite mergulhando no mar. E ainda temos previsão de chuva para a tarde do dia 31. Quem tiver usado essas pomadas e se molhar, também correrá o risco de a água da chuva com o produto químico escorrer para os olhos”.
O IVISA-Rio orienta que as pessoas adquiram e utilizem apenas produtos regularizados pela Anvisa. A consulta dos produtos que constam como regularizados pode ser feita em site da agência.
Os chefes da Agência de Segurança de Saúde do Reino Unido (UKHSA) emitiram um alerta na última semana sobre uma versão resistente a antibióticos da bactéria Shigella sonnei, que é responsável por uma alta nos casos de diarreia intensa (que pode apresentar sangue), dor na barriga e febre no país. Em 2022, quatro pacientes foram diagnosticados com o microrganismo, mas o número chegou a 97 no final de novembro deste ano. O alerta foi feito especialmente para homens que fazem sexo com homens, pois o grupo corresponde a 90% dos episódios confirmados em 2023. Não houve nenhum caso fatal. A maioria das pessoas que se contaminou com a bactéria vive em Londres, capital do país.
Como se pega a bactéria? A transmissão da Shigella sonnei por via sexual se dá lambendo a pele, preservativos ou brinquedos sexuais que contenham fezes, mesmo quando as partículas não são visíveis. Nem todos os pacientes britânicos foram contaminados por contato sexual. Na realidade, é mais comum que a transmissão ocorra por más condições sanitárias e de conservação dos alimentos. No Brasil, por exemplo, cerca de 2% das infecções alimentares comuns são causadas por S. sonnei e S. dysenteriae.
Entretanto, a cepa encontrada na Inglaterra é resistente aos tratamentos com antibióticos comuns e está se espalhando por via sexual.
“A cepa é muito resistente a antibióticos, o que significa que o tratamento pode ser difícil e envolver internações hospitalares. Uma das melhores maneiras de proteger você e seus parceiros é praticar uma boa higiene após o sexo. Evite sexo oral imediatamente após o sexo anal, troque o preservativo entre as práticas e lave as mãos com sabão após o contato sexual”, orienta o microbiologista Gauri Godbole, da UKHSA.
Donald Trump obteve uma vitória em sua batalha contra as contestações à sua elegibilidade para a Casa Branca nesta quarta-feira (27): a Suprema Corte do estado de Michigan se recusou a apreciar um caso que buscava desqualificá-lo da cédula das primárias presidenciais estaduais.
A corte disse que não ouvirá um recurso de quatro eleitores de Michigan que buscavam excluir o ex-presidente das primárias republicanas de 27 de fevereiro por seu papel no ataque ao Capitólio (nome do prédio do Legislativo) dos Estados Unidos em 6 de janeiro de 2021. Os eleitores argumentavam que Trump, o favorito para a indicação republicana de 2024, não poderia servir como presidente de acordo com uma disposição da Constituição norte-americana que proíbe as pessoas de ocuparem cargos se elas se envolverem em “insurreição ou rebelião” depois de fazer um juramento aos EUA.
“Não estamos convencidos de que as questões apresentadas devam ser analisadas por esta corte”, disseram os juízes em um breve despacho.
Em uma publicação em sua plataforma Truth Social, Trump disse que o tribunal “negou veementemente e com razão” o que ele chamou de “tentativa desesperada dos democratas” de tirá-lo da votação em Michigan.
Colorado proibiu Trump de participar de eleições A decisão de Michigan contrasta com a decisão da Suprema Corte do Colorado, na semana passada, de desqualificar Trump com base na mesma disposição constitucional, conhecida como Seção 3 da 14ª Emenda. Trump prometeu recorrer da decisão do Colorado à Suprema Corte dos EUA.
Trump foi indiciado num caso federal e na Geórgia pelo seu papel na tentativa de reverter as eleições de 2020, mas não foi acusado de insurreição relacionada com o ataque de 6 de janeiro.
Uma decisão da Suprema Corte dos EUA poderia resolver a questão da elegibilidade de Trump em todo o país para concorrer à corrida presidencial de 2024.
Um advogado dos eleitores classificou a decisão da Suprema Corte do Colorado como processual, observando que o tribunal permitiu que reativem o caso para as eleições gerais de novembro de 2024.
“A decisão da corte é decepcionante, mas continuaremos, numa fase posterior, a procurar defender esta disposição constitucional crítica destinada a proteger a nossa República”, disse o advogado Mark Brewer, em um comunicado.
Diferentemente do Colorado, a Suprema Corte de Michigan não decidiu o mérito da questão de Trump ter se envolvido em insurreição. Os juízes mantiveram as decisões dos tribunais inferiores, concluindo que as cortes não deveriam decidir a questão para as eleições primárias.
Ao contrário das contestações relativas à 14ª Emenda apresentados em alguns outros estados, Michigan é considerado um dos estados que provavelmente decidirão o resultado das eleições gerais de novembro de 2024.
O deputado federal Gustavo Gayer (PL) foi condenado a pagar R$ 80 mil por assédio eleitoral contra funcionários de uma empresa, em Goiânia. A ação civil pública do Ministério Público do Trabalho (MPT) diz que o deputado se reuniu com empresários e assediou trabalhadores nas Eleições de 2022. Nas redes sociais, Gayer nega as acusações. O deputado afirma que foi convidado por empresários para ir nas empresas e ter um “bate papo” com os funcionários para explicar os planos de governo dos candidatos Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e de Jair Messias Bolsonaro (PL).
“Eu tinha a mais absoluta certeza que eu poderia fazer, pois consultei os meus advogados para isso”, disse.
Na sentença, assinada na segunda-feira (25), o juiz Celismar Coelho, do Tribunal Regional do Trabalho da 18ª Região (TRT18), detalha que o MPT recebeu uma denúncia anônima dizendo que Gayer estava indo às empresas e aliciando trabalhadores para votar em um dos candidatos.
De acordo com a denúncia, essa atitude é uma forma de assédio moral eleitoral e o propaganda eleitoral ilegal, visto que os “bate papos” aconteceram dentro das empresas. Além disso, detalha que entraram em acordo com as empresas, porém, o deputado faltou à audiência.
A defesa de Gayer afirmou ao TRT18 que o deputado não teve a intenção de assediar os trabalhadores, mas debater a conjuntura política do país. Também disse que os “bate papos” aconteceram nos intervalos, não eram obrigatórios e que ele não distribuiu nenhum material de campanha.
“Na reunião não foi oferecida qualquer promessa de recompensa aos empregados para que votassem no candidato apoiado [por Gayer]”, disse a defesa do deputado na ação. Por fim, ainda alegam que a liberdade de expressão de agentes políticos não deve ser cercada de proibições.
Decisão Após ouvir os dois lados, o juiz condenou Gayer a pagar R$ 80 mil por assédio eleitoral contra os funcionários. Na sentença, Coelho explica que o assédio eleitoral ocorre quando o empregador coage os trabalhadores para influenciar ou manipular a orientação política e direcionar o voto.
Diante disso, sobre a alegação de que foram “bate papos” e debates, o juiz afirma que para ter esse caráter as reuniões devem ter duas pessoas defendendo suas posições políticas diferentes. Destaca ainda que Gayer tem o direito de manifestar e defender o candidato, mas não dentro de empresas.
“O constrangimento dos trabalhadores em tais situações é evidente, ante a condição de subordinação jurídica ao empregador”, escreveu. Coelho afirma ainda que o assédio moral não ocorre apenas com a entrega de “santinhos”, ameaças de demissão ou promessas de benefício no trabalho. Com isso, concluiu que houve dano moral coletivo e que o valor da indenização serão revertidos ao Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT).
O governo argentino enviou ao Congresso, na tarde de quarta-feira, um projeto de lei chamado Lei de Bases e Pontos de Partida para a Liberdade dos Argentinos, que inclui uma ampla reforma do Estado, a eliminação das eleições primárias, mudanças na lei criminal, limites para piquetes e medidas para desregulamentar a economia. O projeto de lei, que conta com 664 artigos distribuídos por 351 páginas, foi assinado na quarta-feira pelo presidente Javier Milei e seu gabinete, depois de várias idas e vindas em relação à sua elaboração: o governo finalmente optou por uma única “lei ônibus”, dividida em vários capítulos, e descartou a ideia de dividi-la em várias iniciativas.
Esse projeto se soma às mais de 300 medidas enviadas ao Congresso por Milei pouco antes do Natal.
O texto declara “emergência pública em questões econômicas, financeiras, fiscais, de seguridade social, segurança, defesa, tarifas, energia, saúde, administrativas e sociais até 31 de dezembro de 2025” e estabelece que “esse período pode ser prorrogado pelo Poder Executivo nacional por um período máximo de dois anos”.
Confira algumas medidas econômicas previstas no projeto:
Fim do limite para tomar dívida por meio da emissão de títulos públicos em moeda estrangeira. Uma lei de 2021 determina que é necessário haver autorização do Congresso quando esse limite fosse ultrapassado.
Estão “sujeitas à privatização” empresas total ou majoritariamente estatais. São 41 companhias, incluindo Aerolíneas Argentinas, YPF e Banco de la Nación, entre outras.
Criação de um Regime de Incentivo a Grandes Investimentos (RIGI), a ser aplicado a todo o território e declara que os “grandes investimentos” são de interesse nacional. O objetivo, segundo a lei, é “garantir a prosperidade do país.”
Regularização de ativos no exterior não declarados de até US$ 100 mil não pagarão imposto. Acima desse valor, haverá um calendário, com uma taxação progressiva. Ela começará em 5% e vai até 15%. O prazo termina em novembro de 2024.
O imposto sobre cigarros vai passar de 70% a 73%. Esse valor será repassado aos consumidores.
Os preços dos combustíveis não sofrerão intervenção do governo: “o Poder Executivo não poderá intervir nem fixar os preços de comercialização no mercado interno em nenhuma etapa da produção.” Sem citar a YPF, o texto diz ainda que as estatais “só poderão vender a preços que reflitam o equilíbrio competitivo do setor, ou seja, às paridades de exportação ou importação correspondentes, conforme o caso.”
Não haverá limite para a revenda de bilhetes para eventos esportivos. Até agora, essa proibido revender entradas para jogos.
Fim do preço único para livros. Hoje, o mercado livreiro da Argentina funciona sobre o regime de “preço uniforme de venda”, que estabelece un valor único para cada livro. O governo quer revogar essa lei e permitir a concorrência entre livrarias. Muitos, porém, avaliam que isso prejudicará as livrarias de bairro, que não têm margem financeira para concorrer com grandes redes.
Milei, que tomou posse em 10 de dezembro com a promessa de reduzir os gastos do Estado, já anunciou que não renovará os contratos de 7 mil funcionários públicos, que foram contratados este ano. Ele disse que seu objetivo é fazer com que o ajuste dos gastos públicos chegue ao equivalente a 5% do PIB.
A dívida pública federal cresceu 2,48% em novembro em relação a outubro de 2023. O valor atingiu R$ 6,33 trilhões, uma alta de R$ 153,1 bilhões no período. Esse foi o recorde da série histórica do indicador, segundo dados divulgados nesta quarta-feira (27/12) pelo Tesouro Nacional. O estoque da dívida inclui os débitos do governo no Brasil e no exterior. Em outubro, ele havia ficado em R$ 6,17 trilhões. Em agosto, a dívida atingiu R$ 6,27 trilhões. Esse era, até o momento, o recorde da série.
A dívida pública é emitida pelo governo federal para financiar as despesas que superam a arrecadação com impostos, contribuições e outras receitas.
O estoque da Dívida Pública Mobiliária Federal interna (DPMFi) subiu 2,49% na comparação com outubro. Passou de R$ 5,93 trilhões para R$ 6,08 trilhões. Essa parte da dívida pode ser paga com moeda nacional. O Tesouro Nacional informou que houve emissão líquida de R$ 99,94 bilhões e apropriação positiva de juros de R$ 47,44 bilhões.
A Dívida Pública Federal externa (DPFe) cresceu 2,34% em novembro, na comparação com o mês anterior. Ela atingiu R$ 250,05 bilhões (US$ 50,66 bilhões).