O mercado financeiro reduziu pela terceira semana consecutiva a previsão para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), considerado a inflação oficial do país. De acordo com o Boletim Focus divulgado nesta terça-feira (26), o ano fechará com uma inflação de 4,46%. Há uma semana ele estava em 4,49%.
O boletim é divulgado semanalmente pelo Banco Central (BC), apresentando as expectativas das instituições financeiras para os principais indicadores econômicos.
A expectativa de redução da inflação abrange também o ano de 2024. Segundo o boletim, o ano que vem terminará com uma inflação de 3,91%. Há uma semana a expectativa estava em 3,93%.
A estimativa para 2023 está acima do centro da meta de inflação que deve ser perseguida pelo BC. Definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), a meta é de 3,25% para 2023, com intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo. Ou seja, o limite inferior é 1,75% e o superior 4,75%.
Selic Para alcançar a meta de inflação, o Banco Central usa como principal instrumento a taxa básica de juros (Selic), já definida em 11,75% ao ano, para 2023, pelo Comitê de Política Monetária (Copom).
Para o mercado financeiro, a Selic deve encerrar 2024 em 9% ao ano. Há uma semana a previsão era de 9,25%. Para o fim de 2025 e de 2026, a previsão é de Selic em 8,50%. A primeira reunião do Copom no ano que vem ocorrerá em 30 e 31 de janeiro.
De março de 2021 a agosto de 2022, o Copom elevou a Selic por 12 vezes consecutivas, num ciclo de aperto monetário que começou em meio à alta dos preços de alimentos, energia e combustíveis. Por um ano, de agosto do ano passado a agosto deste ano, a taxa foi mantida em 13,75% ao ano por sete vezes seguidas.
Antes do início do ciclo de alta, a Selic tinha sido reduzida para 2% ao ano, no nível mais baixo da série histórica iniciada em 1986. Por causa da contração econômica gerada pela pandemia de covid-19, o Banco Central tinha derrubado a taxa para estimular a produção e o consumo. A taxa ficou no menor patamar da história de agosto de 2020 a março de 2021.
Quando o Copom aumenta a taxa básica de juros, a finalidade é conter a demanda aquecida, e isso causa reflexos nos preços porque os juros mais altos encarecem o crédito e estimulam a poupança. Mas, além da Selic, os bancos consideram outros fatores na hora de definir os juros cobrados dos consumidores, como risco de inadimplência, lucro e despesas administrativas. Desse modo, taxas mais altas também podem dificultar a expansão da economia.
Quando o Copom diminui a Selic, a tendência é que o crédito fique mais barato, com incentivo à produção e ao consumo, reduzindo o controle sobre a inflação e estimulando a atividade econômica.
PIB A previsão do mercado para o Produto Interno Bruto (PIB, que é a soma de todas as riquezas produzidas no país) se manteve estável pela segunda semana seguida, em 2,92% para 2023. Há quatro semanas a previsão era de que a economia cresceria 2,84% este ano.
Para 2024, o Boletim Focus projeta crescimento de 1,52%. Há uma semana a previsão do mercado estava em 1,51%; e há quatro semanas, em 1,50%. Já para os anos subsequentes, a previsão mantém-se estável, em 2% tanto para 2025 como para 2026.
Câmbio A expectativa de queda também para a cotação do dólar. A moeda norte-americana fechará 2023 em R$ 4,90, segundo o mercado financeiro. É a quarta semana seguida de queda, de acordo com o boletim. Há uma semana, a projeção era de que o ano fecharia com uma cotação de R$ 4,93; e há quatro semanas era projetada uma cotação de R$5 para o final de 2023.
Para 2024, a expectativa é estável, na comparação com as duas últimas semanas, em R$ 5. Já para os anos subsequentes (2025 e 2026), o mercado prevê cotações a R$ 5,05 e R$ 5,10, respectivamente.
Dados divulgados pelo Tribunal de Justiça do Pará (TJPA) mostram que a desembargadora Maria Nazaré Saavedra Guimarães recebeu salário de R$ 621 mil no mês de novembro.
A quantia, referente ao salário líquido, foi a maior remuneração paga a um servidor do TJPA em novembro.
Segundo a página de transparência do tribunal, além da remuneração de R$ 37,5 mil, o salário da desembargadora é composto por bônus de vantagens pessoais (R$ 7,7 mil), indenizações (R$ 1,9 mil) e vantagens eventuais (R$ 595,7 mil). Da quantia, são subtraídos valores de impostos e outros descontos.
Maria de Nazaré Saavedra Guimarães nasceu em Belém (PA) e tem 75 anos de idade. A desembargadora é doutora em ciências jurídicas e sociais pela Universidade do Museu Social Argentino.
Lotada na 4ª Câmara Cível Isolada, ela iniciou a carreira da magistratura em 1982, na Comarca de Ourém, no Pará. Maria de Nazaré começou a atuar no desembargado do TJPA pelo critério de antiguidade, em 2007.
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, confirmou nesta terça-feira, 26, que o diesel será reonerado a partir de 1º de janeiro de 2024. A medida não deve afetar o valor do combustível para o consumidor, de acordo com ele, uma vez que cortes promovidos da Petrobras irão contribuir para amenizar possíveis impactos na política de preço. O economista ainda afirmou que novas medidas arrecadatórias devem ser anunciadas pelo governo nos próximos dias. “A partir de 1º de janeiro, tem a reoneração do diesel. E essa reoneração vai ser feita, estou confirmando que ela será feita. Mas o impacto da reoneração é de pouco mais de R$ 0,30, e o impacto da redução do preço já anunciado pela Petrobras no mês de dezembro é mais de 50%”, declarou o ministro após se encontrar com o vice-presidente Geraldo Alckmin. “Se você comparar o preço do diesel com 1º de dezembro de 2023, você tem uma queda do preço da Petrobras mesmo com a reoneração”, complementou.
A medida faz parte de um pacote do governo Lula para compensar o projeto de desoneração da folha de pagamento. A iniciativa chegou a ser vetada pelo presidente, mas a decisão foi revertida pelo Congresso. Haddad também informou que as medidas arrecadatórias propostas devem ser encaminhadas ao Legislativo até quinta-feira, 28. A reoneração dos combustíveis era estudada pela equipe econômica desde o começo do ano e chegou a ser tema de fortes discussões no início da gestão. No início do ano, o governo acabou com a desoneração dos combustíveis, mantendo o benefício apenas por 60 dias para gasolina e etanol e prometendo manter a desoneração para o diesel e para o gás de cozinha até o fim do ano. O governo justifica a medida como um incentivo à transição energética, com a renovação da frota para caminhões e ônibus elétricos ou a gás. A cobrança de impostos sobre a gasolina e diesel foi extinta durante a gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro. Contudo, o governo Lula retomou a cobrança de PIS/Cofins sobre o diesel, com alíquota reduzida
Polícia Rodoviária Federal encerrou, às 23h59, desta segunda-feira (25), no Rio Grande do Norte, a Operação Natal 2023. A ação contou com o reforço do efetivo policial e intensificação da fiscalização em locais e horários de maior incidência de acidentes graves e de ocorrências criminais nas rodovias federais.
De acordo com a PRF, durante a operação, 181 pessoas foram flagradas realizando ultrapassagens irregulares (aumento de 302,22% comparado a 2022), 179 sem utilizar cinto de segurança, 112 sem o capacete (aumento de mais de 360% comparado ao mesmo período no ano passado) e 35 sem utilizar o dispositivo de retenção para crianças.
A PRF intensificou a fiscalização onde mais de 2.400 pessoas e 2.100 veículos foram fiscalizados. Foram flagrados 454 veículos com excesso de velocidade e desse total,185 veículos foram flagrados em apenas três horas de operação.
De acordo com a PRF, 1.396 testes de alcoolemia foram realizados e 52 pessoas flagradas dirigindo sob influência de álcool, comparado ao ano passado, o valor representa um aumento de 126%.
Foram registrados 17 acidentes, 14 deles com feridos, e 1 óbito. Comparado ao ano anterior, em que foram registrados 12 acidentes, 8 deles com pessoas feridas e 1 óbito, representando um aumento de 41,6%
De acordo com a PRF, no que se refere ao combate à criminalidade, 16 pessoas foram detidas (aumento de 100% comparado ao ano passado) e 4 veículos recuperados.
A Petrobras anunciou nesta terça-feira (26) um concurso público para cargos de nível técnico com 916 vagas e salário inicial mínimo de R$ 5.878,82, com local de trabalho distribuído entre os polos Sudeste, Sul e Ipojuca. Haverá ainda 5.496 vagas para cadastro de reserva.
As inscrições começam na próxima quinta-feira (28) e seguem até 31 de janeiro de 2024. A taxa de inscrição é de R$ 62,79. A prova será realizada em 24 de março 2024. Para os “concurseiros” do Rio Grande do Norte, as cidades mais próximas serão Recife e Ipojuca, em Pernambuco.
O concurso irá selecionar profissionais de nível técnico nas áreas de enfermagem do trabalho; inspeção de equipamentos e instalações; logística de transportes (controle); manutenção (caldeiraria, elétrica, instrumentação, mecânica); operação; operação de lastro; projetos, construção e montagem (edificações, elétrica, instrumentação, mecânica); química de petróleo; segurança do trabalho; suprimento de bens e serviços (administração).
Não é exigida comprovação de experiência profissional. A quantidade de postos de trabalho, requisitos de formação, locais de prova e distribuição regional podem ser consultadas no edital.
O processo seletivo será organizado pelo Centro Brasileiro de Pesquisa em Avaliação e Seleção de Promoção de Eventos (Cebraspe) e terá validade de 18 meses, podendo ser prorrogado por igual período uma vez, a critério da Petrobras.
Inclusão
Pela primeira vez, a empresa realiza um concurso público com 20% das vagas reservadas para pessoas com deficiência (PCD). A cota supera o limite mínimo de 5% que determina a lei. O certame reserva também 20% dos postos para negros, conforme determina a legislação.
Whindersson Nunes postou um vídeo de 10 minutos na noite deste domingo (24/12) para desmentir, mais uma vez, qualquer envolvimento com Jéssica Vitória Canedo, a jovem de 22 anos que se matou após a publicação dessa notícia falsa gerar uma onda de ódio na internet. Ele deixou uma mensagem de condolências para a mãe da jovem de 22 anos e pediu a criação de uma lei para impedir que novos casos similares voltem a ocorrer.
Bastidores do caso
No vídeo, ele deu detalhes dos bastidores do caso. Revelou que foi procurado por um homem com um print de troca de mensagens dele com a jovem. “Uma página de fofoca, uma outra página de fofoca [não a Choquei], mandou mensagem pra mim: ‘Olha, tô mandando uns prints de uma conversa sua, mas a gente não vai postar, porque não parece ser você nas conversas. Você quer que eu mande pra você?’. Eu falei: ‘mande, mas quem é a pessoa?’ ‘É a Jéssica’. A Jéssica, como se eu conhecesse alguma Jéssica. Então, eu já sabia que não era eu”, iniciou.
“Ele falou que não ia postar e falei: ‘tá, então tudo bem’. Bom que me falou, que pelo menos não é todo mundo que tá vendido até o inferno. Fui dormir e quando eu acordei, já tinham postado numa página. Eu tava fora do país, tava de férias e, de primeira impressão, o que eu pensei? Sempre acontece isso comigo, as pessoas sempre detonam a menina. Então, o que eu faço pra minimizar? Eu não falo nada, porque eu conheço como são as pessoas. Muitas delas são cruéis”, continuou.
Motivo do silêncio O humorista explicou que o seu silêncio inicial diante do caso ocorreu por já ter sofrido com ataques de ódio na internet sobre seus relacionamentos anteriores, inclusive envolvendo a perda de seu filho. “Não conhecia a Jéssica, não sabia quem ela era, nunca tinha visto ela na minha vida. Não sabia se ela tava participando ou não, mas também não acusei. Então, quando eu vi a notícia, já voltei e disse que não conhecia ela, que essa era uma conversa fake, já pra desmentir e deixei quieto, porque eu deixo tudo quieto. Se eu fosse falar qualquer coisa que passei com mulher na minha vida, como eu sei que as pessoas são cruéis, eu sei que elas vão detonar a pessoa. Então, eu prefiro engolir”, apontou.
“Prefiro ser o cara que não defendeu na hora que eu tinha que defender. Eu prefiro ser o cara que abandonou a esposa porque perdeu um filho, e aparentemente, se não me der um filho, parece que eu não amo a pessoa. Essas são coisas que leio, que eu sou narcisista, que isso, que aquilo, mas prefiro não falar um A. Sei que se eu falar um A, as pessoas vão fazer da vida das outras pessoas, que já estão vivendo sua vida, um inferno e eu não quero isso”, ele explicou.
Dor compartilhada
No desabafo, Whindersson contou que estava decidido a gravar um vídeo em seu retorno ao Brasil para acabar com a fake news, mas logo soube da morte da jovem e ficou sem reação. “Eu pensei: ‘Meu Deus do céu, pelo amor de Deus, que não comece a inventar que eu não tô falando sobre, porque eu não quero falar, pra não ter culpa, porque eu só preciso de um tempo pra poder pensar nisso, que isso é muito novo pra mim também, isso nunca aconteceu comigo’. Aconteceu de tudo um pouco, eu posso afirmar, mas isso, com certeza, nunca aconteceu”, disse.
Ele, então, comparou a morte da jovem a perda de seu filho e deixou uma mensagem de sentimentos para a mãe da jovem. “Quero falar com a mãe da Jéssica. Eu sou um cara muito problemático, também tento há muito tempo dar sentido à minha vida. Eu tento me curar de abuso psicológico, de abuso sexual na infância. Tô me abrindo aqui de uma forma que eu só me abri pra pessoas que eu me relacionei mesmo, mas pra nesse momento vulnerável aí da senhora eu me mostrar a minha parte mais vulnerável também. Já passei de tudo um pouco na vida, de todo tipo de coisa ruim, mas eu jamais incentivaria ninguém a tirar a própria vida”, acrescentou.
“Sinto muito demais mesmo pela senhora ter que passar uma coisa que eu passei por poucas horas com o meu filho. Sei que eu não posso dizer, eu sei que eu não posso nem misturar o tamanho disso, mas se eu puder de alguma forma ajudar, se eu puder de alguma forma fazer com que essa dor diminua, eu tô aqui pra qualquer coisa”, seguiu.
O ódio das redes sociais
Whindersson criticou o perfil de fofocas Choquei por ter exposto a fake news sem apuração, mas também apontou que a internet que usou ódio para fazer Jéssica se matar é a mesma que agora quer causar uma desgraça contra o responsável pela página. “Administrador da Choquei, eu já vi muita gente botando no Twitter a foto dele e dizendo ‘Ó, essa aqui é a foto do cara’. Isso pode gerar, às vezes, um ataque no meio da rua. Alguém fazer alguma coisa fisicamente com esse cara e a gente não quer mais vítimas aqui, a gente não queria nenhuma vítima”, alertou.
Lei “Jéssica Vitória”
Ao final do depoimento, ele se disse comprometido a acompanhar a apuração da polícia sobre a morte da jovem e pediu a criação de uma lei chamada “Jéssica Vitória”.
“Iniciar um movimento para ver se contribui para a gente criar uma lei chamada Jéssica Vitória para aprimorar a legislação brasileira nesse negócio que está acontecendo agora, que é esse jornalismo não oficial. Que isso é muito perigoso. Tem gente que tem muito seguidor e diz que não é uma coisa oficial, mas é uma coisa que impacta de verdade”, declara.
“Tem que ser crime postar uma conversa que duas pessoas não autorizaram. A não ser que seja uma exposição de crime para denunciar alguma coisa, eu acho que não faz sentido uma conversa privada entre duas pessoas. Por isso, é tão perigoso você não ir atrás da verdade antes de mostrar, porque isso pode ser danoso”, apontou.
Ele encerrou se dirigindo à de Jéssica Vitória Canedo. “Um abraço na mãe da Jéssica e vamos atrás de ver o que a gente pode fazer para melhorar daqui para frente, pelo menos a vida das pessoas nesse sentido. Se possível, um Feliz Natal e Feliz Ano Novo aí para todo mundo”, concluiu.
PL das fake news
Atualmente, existe um texto de autoria do Senador Alessandro Vieira (PSDB-SE) e com relatoria do deputado federal Orlando Silva (PCdoB-SP), que cria a Lei Brasileira de Liberdade, Responsabilidade e Transparência na Internet, que propõe a regulação das plataformas digitais, como Google, Meta (Instagram e Facebook), Twitter e TikTok, além de serviços de mensagens instantâneas, como WhatsApp e Telegram.
O PL impõe responsabilidades às grandes empresas e o ponto principal é tornar obrigatória a moderação de conteúdos publicados na internet para que contas ou publicações com conteúdos considerados criminosos possam ser identificadas, excluídas ou sinalizadas.
Entre os pontos abordados estão questões que englobam o caso atual de Jéssica Canedo, como estímulos ao suicídio e violência contra a mulher. Entretanto, o PL também foca fake news política, o que faz com que vários partidos dificultem sua aprovação.
Na sexta (21/12), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva já tinha pedido ao presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), que desse prioridade ao Projeto de Lei 2630, o chamado PL das Fake News, no começo de 2024.
Alerta
Se você está atravessando um momento difícil e precisa de ajuda, ligue para o CVV (Centro de Valorização a Vida), no número 188, e receba apoio emocional e prevenção do suicídio. A ligação é sigilosa e gratuita para todo o território nacional.
O Ibovespa fechou esta terça-feira (26) renovando o recorde. Pela primeira vez, a bolsa brasileira encerrou o pregão acima dos 133 mil pontos.
O Índice acionário de referência da bolsa brasileira, subiu 0,59%, a 133.532,92 pontos, um novo recorde de fechamento. Na máxima, alcançou 133.644,65 pontos, recorde histórico intradiário, e, na mínima, ficou em 132.752,96 pontos.
O resultado veio apoiado, principalmente, pelas “blues chips” Petrobras, Vale e Itaú Unibanco, e diante de novos ganhos em Wall Street com expectativas de corte de juros nos Estados Unidos já em março.
Esteve no radar do mercado as novas medidas que devem ser apresentadas ao Congresso pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad. O objetivo das propostas seria de auxiliar o governo a atingir o déficit zero em 2024.
O ministro havia dito na semana passada que poderia mandar hoje o pacote ao Congresso. Nesta manhã, no entanto, disse que o envio das medidas será feito “assim que estiverem prontas”.
Ainda no cenário doméstico, investidores repercutem os novos números do Boletim Focus, que reúne expectativas dos agentes com relação à atividade econômica. O relatório divulgado no início da manhã mostra redução na projeção para a inflação e a taxa Selic em 2024.
No exterior, o foco dos investidores retorna para as apostas sobre cortes de juros mais cedo nos Estados Unidos pelo Federal Reserve (Fed), o banco central do país. Segundo dados do CME Group, a grande maioria (75%) dos analistas aposta em uma redução das taxas já em maio do ano que vem.
Dólar O dólar à vista emplacou nesta terça-feira a terceira sessão consecutiva de baixa no Brasil, em sintonia com a queda da moeda norte-americana ante outras divisas no exterior, em um dia marcado pela alta firme de commodities como petróleo e minério de ferro e pela liquidez reduzida após o Natal.
O dólar à vista fechou o dia cotado a 4,8225 reais na venda, em baixa de 0,80%. Em dezembro, a moeda norte-americana acumula queda de 1,89%.
Como era de se esperar para a última semana do ano, espremida entre o Natal e o Ano Novo, o volume de negócios foi reduzido nos mercados — alguns deles nem abriram em função do “Boxing Day”, feriado adotado por vários países, em especial os de língua inglesa.
Os rendimentos do Treasury de dez anos — referência global para decisões de investimento — se mantiveram na maior parte do dia em leve baixa, o que também favorecia o viés negativo para a divisa dos EUA ante outras moedas.
A alta dos preços de commodities como o minério de ferro e o petróleo, de acordo com João Ferreira, sócio da One Investimentos, também contribuía para a queda do dólar no Brasil.
Passado o Natal, agora é a contagem regressiva para 2024. E a promessa é virar o ano em grande estilo na queima de fogos em Copacabana. Detonados enquanto são “regidos” pela maestrina Ludmylla Bruzzi, que estará acompanhada por uma orquestra sinfônica e integrantes de escolas de samba, o réveillon na praia também será de homenagens. Os promotores da festa vão dedicar parte da queima de fogos à rainha do rock, Rita Lee — ou padroeira da Liberdade, como preferia ser chamada —, que morreu de câncer em maio, aos 75 anos. A referência virá mais ou menos na metade do show, que vai durar 12 minutos, quando será tocada uma versão orquestrada de “Ovelha Negra”. A expectativa é que a festa possa reunir até 2,5 milhões na Praia de Copacabana. Além da queima de fogos, haverá shows em dois palcos. O principal, em frente ao Hotel Copacabana Palace, terá entre as principais atrações Ludmilla e Gloria Groove. Já o segundo palco será dedicado ao samba e vai receber Jorge Aragão, Belo, Diogo Nogueira e Teresa Cristina.
— A homenagem para Rita será feita com fogos que reproduzirão uma cascata dourada gigante. Eles serão detonados de todas as balsas. Será um momento para o público celebrar a paz e também relembrar o ano que está encerrando — conta o cenógrafo Abel Gomes, vice-presidente criativo da SRCOM, que produz o réveillon de Copacabana. Todos os detalhes do show foram simulados em computador. O espetáculo será dividido em quatro partes. Ao todo, a trilha que servirá de pano de fundo para a virada do ano terá cerca de 20 músicas, entre sucessos nacionais e internacionais. Os fogos vão “dançar” também ao som de Barão Vermelho, Gilberto Gil, Beyoncé e Claudinho e Buchecha, entre outros.
Abel deu spoilers, inclusive, das imagens das simulações, para o público ter um gostinho. Mas não contou tudo, para não estragar a surpresa. Nos primeiros minutos de 2024, o público será saudado com uma versão de “Aquele Abraço”, de Gil. No céu, explodirão bombas de duas cores, conhecidas, como “halfs”.
— Essa parte do show batizamos de tributo à Cidade Maravilhosa. Teremos uma sequência de bombas multicoloridas, com variações de cores. Será de tirar o fôlego — diz Abel.
A segunda parte será uma homenagem ao amor, que terá, entre outras canções, “Nosso Sonho”, de Claudinho e Bucheca. Nesse trecho do espetáculo, serão vistos fogos que projetam imagens tradicionais da festa, como desenhos de corações entrelaçados ou flechados pelo cupido. A terceira fase é a de homenagem a Rita Lee.
Três alturas A parte final da apresentação é que deverá reunir mais efeitos inéditos. A produção batizou como “Baile no Céu”. As imagens divulgadas mostram fogos sendo detonados de três alturas diferentes. Uma das canções que vai ditar o ritmo das explosões será “Pro Dia Nascer Feliz”, do Barão Vermelho.
— Nesse momento, a gente quer colocar a galera que está na praia para dançar. Afinal, réveillon é um momento de esperança. E ninguém encara tanto esse espírito agregador quanto o carioca. Não existe lugar no mundo capaz de reunir 2,5 milhões de pessoas com esse espírito como em Copacabana — diz Abel.
A montagem de tubos e fios e a instalação dos explosivos em dez balsas, que serão posicionadas ao largo da orla de Copacabana, estão a cargo da mesma empresa que produz a queima de fogos do Rock In Rio, The Town, do Natal Luz de Gramado (RS) e do Natal da Lagoa, que voltou a ser montada este ano. Ela começou na semana passada em um estaleiro na Ilha do Governador.
As balsas, que por motivo de segurança precisaram ter seus tanques de combustível esvaziados, só devem começar a se rebocadas para Copacabana a partir do fim da noite do próximo sábado, dia 30.
O empresário catarinense Marcelo Kokote, da Vision Shows, que fornece os fogos usados em Copacabana desde a virada de 2017/2018, conta que o espetáculo foi produzido de forma a dar ao público a sensação de que as bombas estariam explodindo conforme os comandos da batuta da maestrina. Mas com certos limites, para que, independentemente do ângulo de visão, seja possível ter o mesmo impacto visual do espetáculo.
— A proposta é transmitir a ideia de que a festa é mágica, mas há limite para ousadias que podem não funcionar na presença de um público tão grande. Nesse processo, tiramos proveito da evolução tecnológica dos fogos, que permitem que sejamos mais criativos — diz Kokote, que usa matéria-prima de fabricação própria, chinesa e espanhola.
Uma nova profissão se consolida no Brasil, na esteira do crescimento de plataformas digitais de serviços e do turismo desde a pandemia: a dos guias de experiências locais. São pessoas que se cadastram em aplicativos como Airbnb Experience e Viator, do TripAdvisor, para comercializar passeios únicos em suas cidades, pouco comuns nos pacotes convencionais de turismo.
É como ter um “amigo local” num destino desconhecido, que apresenta atrações frequentadas só pelos nativos e afasta de roubadas, mas com a diferença de que é preciso pagar pela companhia dele.
Os guias de experiências lideram visitas a restaurantes e botecos, museus e obras de arte ao ar livre, trilhas e vistas de ângulos inusitados e até o acesso a festas. Tudo fora dos circuitos turísticos ou com um atendimento personalizado, promovendo uma imersão na cultura de cidades brasileiras, algo mais valorizado pelos viajantes após a Covid-19.
Mergulho no cotidiano e em comunidades locais Presidente executiva da Associação Brasileira das Operadoras de Turismo (Braztoa), Marina Figueiredo diz que turistas não querem mais só passear, mas mergulhar no cotidiano e nas comunidades locais. O encontro dessa demanda com os profissionais acabou facilitado pelas plataformas digitais que eram referência em hospedagem e restaurantes.
Depois de anos acompanhando o concurso Comida Di Buteco, no Rio, Murillo Pijnappel, de 35 anos, resolveu montar um roteiro com os melhores pratos da cidade. Ele anuncia o passeio em plataformas digitais desde 2018. Seus clientes experimentam quitutes em cada um dos quatro bares que ele apresenta em cada noite. O tour custa R$ 500 por pessoa e inclui comida e bebida sob curadoria dele.
— Percebi como os estrangeiros acabavam presos ao óbvio no Rio: restaurantes, sobretudo na Praia de Copacabana, que servem qualquer coisa, de pizza a churrasco. Turistas querem uma experiência local e não conseguem isso de outra forma — diz o carioca.
Pijnappel manteve o emprego como consultor financeiro em uma empresa de e-commerce até o início deste ano, quando se licenciou como guia de turismo e passou a se dedicar só aos passeios. Recentemente alcançou a mesma remuneração do antigo emprego.
Até R$ 6 mil por mês Como guia de turismo é uma profissão regulamentada no Brasil, quem atua nessa área deve se registrar no Cadastro de Prestadores de Serviços Turísticos (Cadastur), do Ministério do Turismo. Para ter a carteirinha, é preciso um certificado de conclusão do curso técnico em Turismo.
Mas nem todos os que atuam como guias de experiência no país se apresentam como profissionais do turismo. Letícia dos Santos, de 41 anos, define-se como uma “amiga local” em São Paulo e diz que nenhuma plataforma em que atua exigiu formação técnica até agora.
Um casal canadense usou a mesma expressão para descrever Pijnappel em um dos passeios organizados por ele na Zona Sul do Rio que O GLOBO acompanhou. Representante de vendas corporativas do Google, Casey Lynn, de 50 anos, disse que faz toda a diferença ter alguém que realmente “vive” a cidade apresentando lugares que “você não conheceria de outra forma”.
É o caso da Adega Pérola, tradicional botequim de Copacabana que não fica nas imediações do calçadão. Ela ficou espantada com a variedade da vitrine de petiscos carioquíssimos e ouviu do guia explicações sobre origem e manutenção do bar de 66 anos.
— Queremos sair para dançar e testar experiências locais. É mais que um guia, é um amigo na cidade — diz Casey, que sempre faz passeios imersivos com o marido, John Kearney, de 57, nos países que visitam.
Pela Vila Madalena Formada em Administração e Economia, Letícia trocou o mercado de trabalho formal pelos passeios pela Vila Madalena, em São Paulo, onde sempre morou, em 2017. Além da gastronomia local e dos grafites coloridos, o tour dela inclui galerias de arte e bares.
— Os europeus chegam tímidos, com medo. Depois de uma caipirinha, ficam tranquilos. Termino no Buteco do Ed, onde tem caipirinhas de caju, jabuticaba. É onde meus clientes mais gostam de ir.
A pandemia foi difícil, mas a retomada veio turbinada. Na alta temporada, Letícia fatura até R$ 6 mil por mês com os passeios de três horas. Está disponível todos os dias, mas geralmente tem reservas para três ou quatro tours por semana. Quando trabalhava numa produtora de conteúdo, trabalhava até 12 horas por dia com renda similar.
A guia e turismóloga Luciana Morozini, de 42, faz caminho inverso. Atuava em agências no Rio, migrou para as plataformas em 2015 em busca de autonomia, mas vai voltar:
— No início, eu tinha mais clientes, ganhava dinheiro. Agora, o fluxo diminuiu, e estou em busca de estabilidade com as agências novamente. A gente já sabe o que vai ganhar com a agência, enquanto as plataformas são instáveis.
Especializada em turismo noturno, guiando entre bares e atrações da Lapa e de Santa Teresa, Luciana agora vende um roteiro de rooftops (terraços). É um conceito comum lá fora: descolar pontos de vista privilegiados para o pôr do sol.
Segundo Luciana, as agências estão se ajustando ao mercado de experiências, incorporando nos pacotes as mesmas visitas disponíveis nas plataformas digitais. É o caso da CVC que, em 2022, expandiu seu portfólio de passeios.
Mão e pé na massa É possível marcar almoços com um astronauta da Nasa que já esteve na lua ou passeios de barco em lagos de jacarés nos EUA. Outro exemplo é a colheita de uva na Serra Gaúcha, de fevereiro a março. Viviane Pio, diretora de Vendas da CVC, diz que o turista não quer mais só visitar a vinícola, mas fazer seu próprio vinho, com direito a pisotear uvas:
— Passamos a fechar parceria com eventos e empresas que proporcionam essa experiência. Temos um time que visita locais para entender a dinâmica, e formatamos para tornar isso tudo um produto.
A Smiles Viagens já nasceu com foco no turismo de experiência, com pacotes incluindo cruzeiros no Amazonas, excursões no Pantanal e bastidores do carnaval carioca, conta o líder da empresa, Rodrigo Possatto. A Decolar prevê alta de 53% nas buscas por experiências em 2023. A plataforma agora oferece tours em comunidades do Rio, shows passeios em escolas de samba. Mas Daniela Araujo, diretora de Produtos Não Aéreos da Decolar, diz que o turismo tradicional segue em alta:
— O turismo de experiência é mais um agregador que um competidor. As praias sempre serão um atrativo do Brasil, mas quando trazemos mais, aumentamos a atração de estrangeiros para o Brasil.
É guia de turismo ou não é? Embora os guias de experiências locais evitem a denominação formal de “guias de turismo”, o professor de Direito Civil da FGV Daniel Dias afirma que a atividade é turística. Por isso, ele avalia que as plataformas digitais deveriam exigir cadastro profissional:
— Plataformas não podem dizer que “não é com elas” e têm dever de fiscalização das atividades oferecidas por meio dos sites e aplicativos.
O presidente da Liga Independente dos Guias de Turismo do Rio (Liguia) sugere que o curso técnico em turismo, uma das exigências do cadastro nacional (Cadastur), seja mais aprofundado e estendido aos profissionais de experiências.
Ele destaca como importante que profissionais conheçam técnicas de guiamento, conteúdos de História e Geografia e curiosidades sobre destinos, além de primeiros socorros. Mas ele avalia que a exigência da carteirinha profissional depende de cada caso.
Atividades como aulas de surfe para turistas podem não exigir um guia, mas passeios e tours em áreas turísticas claramente se enquadram como atividades de profissionais.
O Ministério do Turismo diz ser importante diferenciar o guia de turismo de um “mero anfitrião”. “Se um cidadão se intitular guia de turismo e não preencher as condições da lei, configura-se contravenção penal, pois se trata de exercício ilegal da profissão”, afirma em nota.
O Airbnb informou que incentiva o turismo nas comunidades, “permitindo que os moradores consigam uma renda extra” e “impulsionando o comércio local nos bairros onde os hóspedes se encontram”. O TripAdvisor não respondeu.
Após um ano marcado por embates e tensões com o governo Lula, o líder do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), João Pedro Stédile, afirmou que 2023 foi o “pior da história” para o grupo “em termos de famílias assentadas”, mas amenizou o tom usado pelo movimento em outros momentos e responsabilizou a gestão passada, de Jair Bolsonaro, pelo cenário atual. O discurso de viés conciliador consta em uma mensagem de fim de ano aos “amigos do MST”, publicada no site da entidade. — A vitória (petista nas urnas) alimentou muitas expectativas com o governo Lula. Pudemos avançar em muitos temas e em outros estamos parados. Faltaram recursos, porque o orçamento era do governo passado, e, de certa forma, o Estado brasileiro, com o desmonte que houve nos seis anos de governos fascistas, impediu que agora a máquina se voltasse para as necessidades dos trabalhadores — diz Stédile no vídeo.
Um dos principais nomes do movimento e atualmente membro da coordenação nacional do grupo, Stédile argumentou que a reforma agrária “se mede por ideias, conquistas políticas e sociais”, e não mais por hectares conquistados. Ao mesmo passo, disse compreender as medidas tomadas pelo governo Lula.
— Em termos de famílias assentadas, é o pior ano de todos os 40 anos do MST. Mas nós compreendemos. Faz parte da luta — pontuou o líder do MST.
Em outubro, o movimento realizou atos críticos à gestão petista em diferentes capitais do país no Dia Mundial da Alimentação. Em um texto publicado em seu site oficial na ocasião, o MST reclamou de supostas “lentidão, falta de orçamento e incapacidade” da gestão petista na questão agrária, uma bandeira histórica da esquerda e do PT, partido do presidente Lula.
“Até o momento, não houve nenhuma política de assentamento realizada no estado de São Paulo, tampouco a destinação de créditos ou contratos de compra de alimentos por parte do governo via Conab, o que gera um descontentamento em nossa base social que se empenhou arduamente em todo o território nacional para eleger este governo”, dizia um trecho do conteúdo.
A relação entre o Planalto e o movimento vem sendo marcada por sucessivas tensões desde o início do ano, com aumento no número de invasões de terra — sobretudo no chamado “Abril vermelho”, jornada anual de atos do MST. No outro extremo, o governo lida também com pressões constantes por parte de setores do agronegócio e da oposição.
Em diferentes momentos, parlamentares petistas ligados ao MST fizeram questão de demonstrar a insatisfação com auxiliares diretos do presidente Lula. Em uma reunião do núcleo agrário do partido, no fim de setembro, o deputado Macron (RS) se queixou da falta de recursos e criticou os ministros Paulo Teixeira (Desenvolvimento Agrário) e Alexandre Padilha (Relações Institucionais). Afirmou ainda que o chefe da Casa Civil, Rui Costa, não os recebe.
O PT lançou uma cartilha para orientar os filiados durante as eleições de 2024. O documento de 11 páginas ensina a criar um número de WhatsApp para receber denúncias e dá dicas de como identificar manchetes falsas e imagens manipuladas. O tema é uma das prioridades para as eleições municipais, já que a tendência é que haja ainda mais um componente para desinformar os eleitores: a inteligência artificial.
A cartilha divulgada pela presidente da legenda, a deputada federal Gleisi Hoffmann (PT-PR), ensina a criar um número exclusivo de WhatsApp do modo “business” para receber denúncias.
Além disso, o documento pede a divulgação intensa do número de denúncia e a configuração de uma mensagem automática de agradecimento.
Outra dica foca na identificação de conteúdos de desinformação on-line. A cartilha ensina que há manchetes sensacionalistas.
“Sabe quando o título diz A e o texto diz B? Essa é aquela fake news sensacionalista. O problema é que, muitas vezes, as pessoas não vão além do título”, ensina a cartilha.
O texto reforça que há textos com informações verdadeiras, mas tiradas de contexto.
Sobre imagens manipuladas, o conteúdo do texto petista ensina ferramentas para uso dos filiados.
“Fotos e vídeos podem ser manipulados digitalmente. Por isso, é sempre bom ter um pé atrás com as imagens que circulam por aí.
Lembra da montagem que inseriu o rosto de Adélio Bispo em manifestação com Lula? E lá em 2014, quando editaram um vídeo para parecer que um atleta da seleção alemã se recusou a cumprimentar Dilma na Copa do Mundo? Para checar se uma imagem é a original, é possível usar o Google Images”, diz o texto.
Além das dicas, a cartilha ensina o passo a passo da denúncia de fake news em canais institucionais do Partido dos Trabalhadores, como o departamento jurídico, e também no site do Tribunal Superior Eleitoral.
O São Paulo e a Mondelez, conglomerado multinacional de alimentos dono de marcas de chocolate como Bis, Sonho de Valsa e Oreo, fecharam acordo pela venda de naming rights do Morumbi nos próximos três anos. Assim, o tricolor paulista receberá R$ 30 milhões anuais, chegando a R$ 90 milhões ao todo. O anúncio foi feito nesta terça-feira (26). Durante o período, o estádio será chamado de “MorumBIS”, em alusão ao Bis, uma das marcas de chocolate mais famosas que pertencem à empresa de alimentos.
“O Morumbi é um estádio vibrante e ao mesmo tempo tradicional, assim como o BIS. A junção dessas duas potências é um casamento perfeito”, afirmou Eduardo Toni, diretor executivo de Marketing do São Paulo.
“É impossível não associar a marca com a versatilidade do estádio”, disse Fabíola Menezes, diretora de marketing da Mondelez Brasil. Inicialmente, o valor era de R$ 75 milhões, mas ele teve um acréscimo.
Após 63 anos de sua inauguração, o Morumbi terá naming rights pela primeira vez. Trata-se de um dos maiores acordos nesse segmento, garantindo para os cofres do São Paulo mais dinheiro com o batismo do seu estádio do que conseguiram os rivais Palmeiras e Corinthians, cujos contratos com Allianz e Hypera Pharma rendem aproximadamente R$ 300 milhões para cada clube por um período de 20 anos. Os vínculos dos dois são mais longos.
Outros clubes que venderam naming righs de seus estádios são Athletico-PR (Ligga Arena), Atlético Mineiro (Arena MRV) e Bahia (Itaipava Arena Fonte Nova).
O contrato alinhavado com o São Paulo é de três anos porque é para este período que foi reeleito o presidente Julio Casares. Ele comanda o clube paulista, portanto, até o fim de 2026. A eleição foi com chapa única. Parte do dinheiro investido deve ser usado em reformas pontuais no estádio.
Com sede em Deerfield, nos Estados Unidos, a Mondelez planeja dobrar seu faturamento global até 2030, e o crescimento no Brasil, seja por via orgânica ou por aquisições, é parte importante desse projeto, disse recentemente ao Estadão Liel Miranda, presidente da empresa no País.
A Mondelez trata o acordo como um “projeto grandioso” e diz que o MorumBis “surge como uma extensão do objetivo da marca de se aproximar “mais de seus consumidores nos momentos de entretenimento por meio do lazer”.
A Justiça Federal do Amazonas determinou que a família de uma paciente que morreu em decorrência da Covid-19 em janeiro de 2021, durante a crise no abastecimento de oxigênio em Manaus, seja indenizada em R$ 1,4 milhão. Segundo a sentença, o valor, a ser dividido entre o viúvo e seis filhos da mulher, deverá ser pago solidariamente pela União, pelo governo do Amazonas e pela prefeitura da capital. Na decisão, publicada no último dia 18, a juíza Jaiza Maria Pinto Fraxe, da 1ª Vara Federal Cível do Amazonas, sustenta que “cabia aos réus providenciarem o correto e suficiente abastecimento de oxigênio medicinal em suas unidades de saúde pública”, bem como “suprir os leitos de UTI necessários para fazer frente ao já esperado agravamento da pandemia”.
“O dano sofrido pelos autores é claro, profundo e salta aos olhos, já que a perda de um ente querido em razão da omissão dos réus em abastecer adequadamente suas unidades de saúde com oxigênio medicinal e também com leitos de UTI suficientes é incomensurável, ainda mais se tratando de esposa e mãe”, afirma a magistrada no texto.
O processo narra que a mulher, então com 61 anos, deu entrada na Unidade de Pronto Atendimento do Hospital Platão Araújo no dia 4 de janeiro de 2021, com fortes sintomas gripais, e acabou diagnosticada com Covid-19 em estado crítico. Por uma semana, após o agravamento do quadro e a necessidade do uso da máscara de oxigênio, a saturação da paciente manteve-se estável, sempre acima de 90%.
A partir de 12 de janeiro, no entanto, a saturação da paciente começou a cair para baixo de 90% mesmo com o uso da máscara de oxigênio, seguindo em queda até atingir 63% dois dias depois, o que levou a família a solicitar um parecer de reanimação. Ainda de acordo com os autos, o procedimento foi negado pela administração do hospital devido à falta de leitos de UTI disponíveis.
Os parentes moveram, então, uma ação contra o Estado do Amazonas pleiteando a transferência da parente para um leito intensivo, obtendo decisão favorável em tutela de urgência no dia 14 de janeiro. Contudo, no dia seguinte, antes que a sentença fosse cumprida, a mulher não resistiu e morreu.
O ápice da crise no fornecimento de oxigênio em Manaus ocorreu justamente entre os dias 14 e 15 de janeiro daquele ano, quando diferentes unidades de saúde públicas e particulares viram o estoque zerar. Parentes de pacientes foram obrigados a tentar adquirir ou abastecer cilindros por conta própria, nem sempre com sucesso.
Diante deste cenário, a defesa da família argumentou que é “obrigação do Estado (União, estados, DF e municípios) fornecer todas as ações e serviços indispensáveis à assistência à saúde para preservar a vida, o que não ocorreu no caso, havendo conduta omissiva dos requeridos, que assumiram o risco de eventual morte da paciente pela falta de oxigênio medicinal”.
“Em todo o seu tempo de internação”, frisa a juíza Pinto Fraxe, a paciente “permaneceu em enfermaria, a despeito da piora no seu quadro e da solicitação feita pelo médico que estava de plantão para que fosse realizado parecer de reanimação”. Em outro trecho, a magistrada prossegue: “A situação da paciente era tão grave que obteve, inclusive, decisão judicial de urgência na Justiça Estadual para sua transferência para UTI seja no mesmo hospital ou mesmo em outro da rede pública ou particular, o que não ocorreu em razão da sua morte”.
“Fica claro, portanto, que a paciente não recebeu os cuidados necessários para evitar o evento morte, tendo agonizado num leito de enfermaria e dessaturado até 40%, o que possivelmente provocou a sua parada cardiorrespiratória em razão do esforço para obter ar”, descreve ainda a sentença. Para a juíza, os réus não conseguiram “apresentar contraprovas” que pudessem contrapor tais “óbvias conclusões”.
Ainda cabem recursos à decisão da Justiça Federal do Amazonas. Procurada, a Prefeitura de Manaus informou, por meio da Procuradoria-Geral do Município (PGM), que “não foi notificada sobre o processo e se manifestará quando tomar ciência”. Já a União afirmou que ainda não foi intimada. “Quando isso ocorrer, avaliará as medidas cabíveis”, informou, por nota. O governo do Amazonas não se manifestou até o momento.
O governador do estado de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), publicou nesta terça-feira, 26, o decreto que regulamenta o fornecimento de medicamentos à base de cannabis medicinal no Sistema Único de Saúde (SUS) no estado de São Paulo. A publicação ocorre quase um ano após a sanção da lei, em janeiro de 2023.
Segundo o decreto, a solicitação dos medicamentos será responsabilidade da Secretaria de Estado da Saúde. Ela deverá ser feita pelo paciente ou por um representante legal mediante prescrição médica. A documentação pode ser submetida à avaliação da Secretaria e a retirada dos remédios à base de canabidiol ocorrerá nas Farmácias de Medicamento Especializado. Um Termo de Esclarecimento e Responsabilidade deverá ser assinado pelo paciente (ou responsável legal) e pelo médico. O decreto ainda prevê que, aprovada a solicitação, o fornecimento do tratamento será realizado pelo período máximo de seis meses contados a partir da data da primeira entrega.
A decisão foi comemorada pelo deputado estadual Caio França (PSB-SP), autor do projeto de lei. “A nossa luta não foi em vão”, disse em suas redes sociais.
Quem poderá receber o tratamento? Em julho, o governo do estado definiu as três primeiras condições médicas que poderão ser tratadas com canabidiol:
Síndrome de Dravet: com base genética, essa condição se caracteriza por uma encefalopatia grave marcada por episódios frequentes de epilepsia e febre; Síndrome de Lennox-Gastaut: de causa ainda desconhecida, essa também é uma encefalopatia epilética, caracterizada por retardo mental progressivo e crises frequentes de diversas ordens; Esclerose tuberosa: também conhecida como Síndrome de Bourneville-Pringle, a doença degenerativa de causa genética é marcada pelo aparecimento de tumores benignos em diversos órgãos, deficiência mental e erupções cutâneas faciais. De acordo com o documento, o medicamento deverá ser usado apenas pelo paciente, que não poderá ofertar nem comercializar as doses. A Secretaria poderá pedir exames e avaliações durante o tratamento e, se for comprovado o comprometimento da terapêutica, o fornecimento do medicamento poderá ser interrompido. Caso isso ocorra, está prevista a devolução “mediante recibo, do saldo residual do medicamento ou produto recebido à unidade dispensadora”.
Por que a demora? A lei nº 17.618, de 31 de janeiro de 2023, institui a Política Estadual de fornecimento gratuito de medicamentos formulados de derivado vegetal à base de canabidiol. A previsão era que a regulamentação ocorresse em um prazo máximo de 90 dias, mas, de acordo com o governador, o atraso ocorreu devido à necessidade de embasar as decisões em estudos científicos.
A descriminalização da cannabis é uma demanda antiga de familiares de pessoas com doenças raras ou de difícil tratamento. Para esses pacientes, os princípios ativos da maconha são particularmente eficazes na diminuição de crises epilépticas, mas também podem úteis no tratamento de dores, no aumento do apetite e na redução de vômitos.
Em 2023, os gastos com medicamentos à base de maconha no estado ultrapassaram os 25 milhões de reais, maior valor desde 2015, quando a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) passou a autorizar a importação de medicamentos com o canabidiol, principal princípio ativo medicinal da cannabis. Agora, pacientes e familiares advogam pela regulamentação da produção nacional de flores, extratos, óleos e princípios ativos da planta.