Trump planeja maior deportação da “história da América” se for reeleito

O ex-presidente dos EUA e candidato presidencial republicano Donald Trump disse no domingo (17) que planeja a “maior deportação da história americana” se reeleito em 2024.

Falando em um comício em Reno, Nevada, Trump também chamou o atual presidente dos EUA, Joe Biden, de “indivíduo de baixo QI” e o “pior, mais incompetente e mais corrupto presidente” na história do país.

Um dia antes, no sábado (16), o ex-presidente disse que os imigrantes sem documentação estavam “envenenando o sangue do nosso país”, repetindo linguagem que anteriormente atraiu críticas como xenófoba e ecoando a retórica nazista.

Trump fez os comentários durante um evento de campanha em New Hampshire, onde criticou o número recorde de migrantes que tentam cruzar ilegalmente a fronteira dos EUA.

CNN

Postado em 19 de dezembro de 2023

STF concede liberdade provisória a 46 réus pelos atos golpistas do 8/1

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), concedeu, nesta segunda-feira (18/12), liberdade provisória a 46 acusados de participação nos atos antidemocráticos que culminaram na depredação e invasão das sedes dos Três Poderes, em Brasília, no dia 8 de janeiro.
A decisão de Moraes se baseou nos acordos firmados entre a Procuradoria-Geral da República (PGR) e 46 réus que estavam acampados em frente aos quartéis do Exército, mas não participaram das invasões aos prédios públicos.

Os acusados, agora em liberdade provisória, deverão cumprir medidas cautelares, como o uso de tornozeleira eletrônica, suspensão do porte de arma de fogo e cancelamento do passaporte.

Segundo o STF, das mais de 2.000 pessoas presas em decorrência dos atos de 8/1, apenas 66 seguem detidas.

Os acusados firmaram um Acordo de Não Persecução Penal (ANPP), em que devem confessar a prática delituosa e cumprir determinadas condições. No caso dos réus do dia 8/1, eles deverão prestar 300 horas de serviços a comunidades ou entidades públicas, além de participar, presencialmente, de um curso sobre Democracia, Estado de Direito e Golpe de Estado.

8 de janeiro
No dia 8 de janeiro de 2023 milhares de apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) protestaram contra a eleição democrática do atual chefe do Executivo, Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Além das críticas ao petista, os manifestantes também levantaram bandeiras antidemocráticas, como a intervenção militar com Jair Bolsonaro no poder.

Os manifestantes invadiram e depredaram o Palácio do Planalto, o STF e o Congresso Nacional. De acordo com a Corte, 243 pessoas foram presas dentro dos prédios públicos e 243 na Praça dos Três Poderes.

A Suprema Corte tem analisado os processos dos manifestantes acusados de participarem nos atos golpistas. Até o momento, o STF condenou 30 réus pela participação nas manifestações antidemocráticas de 8 de janeiro.

Metrópoles

Postado em 19 de dezembro de 2023

Marcelinho Carioca: o que se sabe sobre o sequestro do ex-jogador

Agressão, trinta e seis horas de cativeiro e vídeo forçado. O ex-jogador de futebol Marcelinho Carioca foi libertado, na tarde dessa segunda-feira (18/12), de um sequestro que começou na madrugada de sábado (16/12) para domingo (17/12), depois que ele saiu do show de Thiaguinho na Neo Química Arena, o Itaquerão, na zona leste da cidade.
Ele tinha ido levar ingressos do show para uma amiga em Itaquaquecetuba, na região metropolitana de São Paulo. Segundo a polícia, o carro do ex-jogador — uma Mercedes — teria chamado a atenção de criminosos, que o renderam. Durante a abordagem, o ex-atleta foi agredido com uma coronhada no olho esquerdo.

Tanto Marcelinho quanto a amiga, com quem trabalhou na prefeitura da cidade, foram levados pelos criminosos.

Para a polícia, os sequestradores não perceberam, no primeiro momento, quem era a vítima. Ao descobrir que era o ex-jogador, decidiram pedir resgate para a família.

Transferências via Pix
Os bandidos usaram o celular do ex-jogador para se passar por ele e pedir R$ 30 mil no domingo (17/12). O pagamento, de acordo com a PM, foi feito.

Já na manhã desta segunda-feira, os criminosos teriam feito um novo pedido, se passando por Marcelinho, de mais R$ 12 mil. Mais uma vez, a transferência foi feita.

Inicialmente, a Polícia Militar havia informado que os bandidos receberam duas transferências de R$ 30 mil.

Quando a notícia do sequestro veio à tona, a quadrilha ligou para a família e exigiu mais dinheiro. O ex-jogador, no entanto, foi resgatado antes.

Vídeo forçado
Enquanto estava no cativeiro, Marcelinho disse que foi obrigado a gravar o vídeo em que diz manter um relacionamento com a amiga, que seria casada. O teor da declaração é falso, segundo Marcelinho, e só foi feito porque ele estava com uma arma apontada para sua cabeça

“Eles disseram: ‘Cara, você tem que colaborar para a gente pegar todo o seu dinheiro’ (….) Não é fácil ter um revólver apontado para sua cabeça”, disse o ex-jogador, emocionado, após ser levado para a Delegacia Antissequestro, no centro da capital.

Marcelinho negou ter um caso com a mulher sequestrada e afirmou que eles são apenas amigos. Disse, ainda, ser amigo do marido dela. Para a polícia, a ideia dos bandidos era criar uma pista falsa.

O cativeiro
Segundo a polícia, o sequestro aconteceu na Rua Salesópolis, em Itaquaquecetuba. Os bandidos levaram os dois até a Rua Ferraz de Vasconcelos, no mesmo município, local do cativeiro. Já o veículo da vítima foi abandonado na Rua Jacareí. No veículo, havia uma arma de airsoft.

Marcelinho disse não ter visto o rosto dos sequestradores, pois ficou o tempo todo com um capuz. Ele afirmou ainda que, em dado momento nessa segunda-feira, ouviu o barulho de um helicóptero e comentários dos sequestradores. “Eu escutei os sequestradores dizendo: ‘A casa caiu, a casa caiu. Nós temos que libertar ele (sic)’”, afirmou o ex-jogador.

Uma denúncia anônima fez a Polícia Militar fazer patrulhas na região do cativeiro. No início da tarde de segunda-feira, os agentes conseguiram localizar o esconderijo e resgatar Marcelinho e a amiga. Uma moto desmontada no local também chamou a atenção dos policiais.

Uma testemunha conseguiu gravar o momento em que Marcelinho Carioca foi encontrado pela Polícia Militar

Quem foi preso
A polícia prendeu Eliane Lopes de Amorim, Jones Santos Ferreiro e Wadson Fernandes Santos, que seriam “conteiros”, ou seja, receberam os depósitos que totalizaram R$ 42 mil.

Além deles, foram detidas no cativeiro Thauannata Lopes dos Santos e Fernanda Santos Nunes. De acordo com as investigações, pelo menos oito pessoas participaram do sequestro.

A carreira de Marcelinho
Nascido no Rio de Janeiro, Marcelinho Pereira Surcin tem 51 anos e iniciou sua carreira no Flamengo. Em 1994, o ex-meia chegou ao Corinthians, onde se tornou ídolo e quinto maior artilheiro do clube Alvinegro.

Pelo time paulista, Marcelinho ganhou o Mundial de Clubes da Fifa, maior título da sua carreira, além de dois Campeonatos Brasileiros, uma Copa do Brasil e quatro Campeonatos Paulistas.

A carreira do jogador ainda contou com passagens por Vasco, Santos, Brasiliense e Santo André.

Após a aposentadoria dos gramados, Marcelinho chegou a se lançar na carreira política e ocupou cargo na Câmara dos Deputados por um breve período no ano de 2015. Atualmente, o ex-jogador atua como comentarista.

Metrópoles

Postado em 19 de dezembro de 2023

OBRAS: Prefeitura inicia pavimentação da rua “Francisquinho Mateus” no bairro Santa Maria Goretti

A Prefeitura de Currais Novos através da Secretaria Municipal de Obras e Serviços Urbanos (SEMOSU) iniciou mais uma obra de pavimentação no bairro “Santa Maria Goretti”, contemplando a rua “Francisquinho Mateus”. A obra, orçada em R$ 32.961,77, tem 513.1 m² de extensão e está sendo executada com recursos próprios da Prefeitura. A pavimentação trará grandes benefícios para os moradores, melhorando o acesso às moradias e amenizando os problemas causados em períodos chuvosos.

Postado em 19 de dezembro de 2023

Grupo criminoso foi preso em Acari pelo 13º Batalhão da PM de Currais Novos-RN

Em uma ação do 13º BPM de Currais Novos sob o comando do Major Mycael Campos e do sub comandante capitão Miranda e da equipe do sargento Francisco em Acari realizaram grande apreensão de material oriundo de crimes.

Foram apreendidos: Um Revólver, cocaína, maconha, duas balanças de precisão, alicate, muitas joias e mais de dez mil reais em dinheiro. A Polícia deteve no local sete pessoas que foram conduzidas e apresentadas no plantão de polícia em Caicó, um dos presos é foragido da justiça de Jucurutu.

Toda a ação criminosa aconteceu por volta das 16hs desta segunda-feira (18) no açude Gargalheiras em Acari-RN, o grupo criminoso estava em uma casa alugada.

Repórter Seridó

Postado em 19 de dezembro de 2023

Após desaparecimento e relato de sequestro, Marcelinho Carioca chega a delegacia em SP

O ex-jogador Marcelinho Carioca foi solto por criminosos e chegou à delegacia de Itaquaquecetuba (SP) por volta das 14h20min desta segunda-feira. Marcelinho chegou à unidade policial em uma viatura da Polícia Militar, com o rosto coberto com uma toalha e acompanhado de uma mulher no banco de trás.
O ex-jogador de futebol estava desaparecido desde o domingo (17), quando foi de carro para uma festa em Itaquera, Zona Leste da capital paulista. A polícia prendeu duas mulheres, que estariam tomando conta do cativeiro, e um homem, identificado pela PM como o sequestrador de Marcelinho. Os três chegaram algemados à delegacia, dentro de uma viatura.

O boletim de ocorrência foi registrado como desaparecimento de pessoa e localização de veículo na Delegacia Seccional de Mogi das Cruzes (SP). O Sistema de Identificação Automatizada de Impressões Digitais foi acionado para apurar as circunstâncias e identificar os envolvidos.

Marcelinho Carioca é ídolo e o quinto maior artilheiro da história do Corinthians

O GLOBO

Postado em 18 de dezembro de 2023

Desaparecido, Marcelinho Carioca foi sequestrado, confirma polícia

A Polícia Civil de São Paulo confirmou, nesta segunda-feira (18), que o ex-jogador de futebol Marcelinho Carioca, 51 anos, foi sequestrado. Ele havia desaparecido no domingo (17), após ir a uma festa na zona leste da cidade.

A notícia é do Metrópoles. O carro do atleta foi encontrado em Itaquaquecetuba, na região metropolitana de São Paulo. A Delegacia Anti-Sequestro (DAS) foi acionada.

Marcelinho Carioca é um ex-jogador brasileiro, com passagens por Flamengo, Vasco, Santos e Corinthians, onde se tornou ídolo e quinto maior artilheiro da história do clube.

Além do futebol, o ex-atleta chegou a ocupar um cargo na Câmara dos Deputados por um breve período no ano de 2015.

Fonte: Blog do Gustavo Negreiros

Postado em 18 de dezembro de 2023

Vereador Iranilson Medeiros, destina emenda impositiva para unidade Básica de saúde do Bairro José Dantas.

Vereador Iranilson Medeiros, destina emenda impositiva no valor de 10 mil reais para unidade Básica de saúde do Bairro José Dantas, para instalação de novos equipamentos.
“Eu faço isso com o coração repleto de gratidão, em saber que essa unidade básica, irá melhorar ainda mais o seu funcionamento em pról da nossa comunidade.” Disse o parlamentar .

Postado em 18 de dezembro de 2023

O perigoso avanço das drogas K, conhecidas como maconha sintética

Na terminologia grega, a palavra fármaco pode significar tanto remédio quanto veneno. Foi nos Estados Unidos dos anos 1960, depois na Europa, que um desses medicamentos, com esse duplo potencial, foi desenvolvido em laboratório, à base de canabinoides sintéticos de conhecida função terapêutica. A ideia era que as substâncias recriadas artificialmente para agir no cérebro de forma similar ao THC, o princípio ativo da maconha, fossem empregadas em pacientes com dores crônicas, distúrbios de ansiedade e sono, entre outros. Ao longo do tempo, porém, seu uso se desvirtuou do propósito original, desaguando num mercado paralelo sem nenhum controle. Agora, a explosão da droga, ora conhecida como maconha sintética (mesmo não tendo nada a ver com a planta da Cannabis e às vezes nem mais conter o THC de laboratório), ora como K2, K4, K9 ou spice, entrou no radar das autoridades no Brasil. O motivo: pela primeira vez ela se espalha perigosamente pelo país, por todas as classes sociais.

Produzido com fórmulas que se valem de até 300 diferentes componentes e 100 vezes mais potente que a maconha, o entorpecente da vez pode viciar em questão de dias, levando a efeitos devastadores e imprevisíveis — daí o recente alerta emitido pelo Ministério da Justiça para tentar frear seu crescimento. Só em São Paulo, as apreensões das drogas K subiram dez vezes neste ano. Secretarias de Segurança de uma dezena de outros estados, como Rio de Janeiro, Paraná e Acre, também registraram o comércio dessas deletérias substâncias, que, num lance de marketing, se vendem como um tipo de maconha, quando não são. Embora tenha encontrado terreno fértil nas cracolândias, a droga vem sendo consumida em abundância em eventos de concentração de jovens, como festas embaladas a música eletrônica. Um recente estudo feito pela Unicamp em raves de três capitais achou vestígios do temido K em quatro de cada dez pessoas.

Um empurrão a seu ascendente mercado certamente é o preço, entre 5 a 30 reais. Processada no estado líquido, a droga pode ser fumada numa mescla com tabaco ou mesmo Cannabis, ingerida em papelotes borrifados, inalada em pipetas ou adicionada a chás. Há casos até de uso em cigarros eletrônicos. Não importa o caminho pelo qual tome contato com o organismo, é como um tsunami, capaz de abalar a saúde de múltiplas maneiras. “Atuo há quatro décadas na área e tenho presenciado o inferno provocado por essa droga, que muitas vezes leva à UTI”, afirma Dartiu Xavier da Silveira, coordenador do centro de tratamento de dependentes químicos da Unifesp.

Conforme a dose e frequência, o usuário apresenta reações que vão de agressividade, alucinações auditivas e visuais, convulsões e taquicardia a tendências suicidas, complicações neurológicas e infarto agudo. Não raro, os consumidores mergulham em um estágio de letargia, o “efeito zumbi”, que pode se estender por horas a fio. “É extremamente perigosa, a pessoa se descola completamente da realidade e perde o domínio físico e mental”, diz o psiquiatra Jorge Jaber, dono de uma tradicional clínica com seu nome, na Zona Oeste do Rio de Janeiro, que desde o ano passado vem recebendo vítimas das nocivas substâncias sintéticas.

As consequências para quem está sob seu efeito, ou na fase de abstinência, são tão severas que é comum ver usuários chegando às clínicas de ambulância. Depois de ter experimentado a droga na Europa, onde morou por quase dez anos, um especialista em TI, de 33, caiu na armadilha de voltar a consumi-la no Brasil, no ano passado. Desenrolou-se a partir daí um pesadelo, que pôs sua vida em suspenso. “Primeiro, você tem uma sensação maravilhosa, como se os problemas desaparecessem, mas depois aquilo acaba com a sua vida. É pior do que o crack”, relata ele, que foi internado. O calvário incluiu o drama da abstinência — febre, convulsão e diarreia, tudo ao mesmo tempo. Centros de atendimento a dependentes químicos, especialmente em São Paulo, onde a droga mais se disseminou, registram casos de moradores de bairros nobres que, arrastados pelos sombrios desdobramentos da maconha sintética, foram parar nas cracolândias.

Diversas histórias ouvidas por VEJA ajudam a dimensionar o elevado poder de danos envolvido na experiência. Não faz muito tempo, uma técnica de enfermagem de 46 anos, desesperada, decidiu ver como era, com o objetivo de ajudar a filha, uma jovem de 21 que se tornara dependente daquelas substâncias. Em três dias, a mãe se viciou, e as duas seguem agora em tratamento. Como muitos que se deixam aproximar da droga, ela subestimou seu potencial destrutivo, impossível de controlar. “Além do vício, existe o perigo de um quadro de psicose, com completa perda da noção de realidade, em certos casos irreversível”, enfatiza o psiquiatra Fábio Pinheiro, à frente da Clínica Huxley, no interior paulista, que neste ano internou quinze adeptos da droga K. No pior cenário, ela leva à morte — só em 2023 houve o registro de dez óbitos na cidade de São Paulo, o que os especialistas sabem ser subnotificado.

Um dos grandes desafios no combate ao entorpecente é que sua produção não obedece a um padrão. Os traficantes se utilizam de centenas de matérias-primas que desembarcam no país vindas de todo o canto — Ásia, Europa, África, Paraguai e México — e são processadas em laboratórios de fundo de quintal. Uma investigação do Ministério Público paulista revelou que vários componentes são também comprados na dark web, o obscuro subterrâneo das redes, em sua maioria provenientes de indústrias como a de derivados de petróleo e de itens têxteis. “Além de ser uma droga de difícil apreensão por se apresentar em variados formatos, alguns inodoros, ela está pulverizada nas mãos de um mercado de microtraficantes”, afirma o promotor Tiago Dutra Fonseca.

Nos Estados Unidos, os canabinoides sintéticos já tomaram contornos de uma epidemia, drama que motivou autoridades a instalar máquinas, parecidas com as de refrigerantes, com remédios para overdose. O primeiro registro de sua ocorrência no Brasil data de 2017 — uma atividade encabeçada, segundo o MP, pelo Primeiro Comando da Capital, o PCC, maior facção criminosa do país. De acordo com o inquérito, durante a pandemia, o grupo testou o entorpecente em presídios, que ali entrava escondido em livros e cadernos. Diante da alta incidência da droga nas carceragens, o Ministério da Justiça e secretarias de estado vetaram inclusive a entrada em suas unidades de papel sulfite, usado como base para a substância borrifada. Como se vê, não faltam evidências de que a batalha contra esse mal — que, como tantas drogas, traz consigo uma ilusão de alegria, deixando um rastro de destruição —se faz mais urgente do que nunca.


VEJA

Postado em 18 de dezembro de 2023

Com planos ambiciosos, PT e PL já veem obstáculos na corrida eleitoral

“Será outra vez Lula e Bolsonaro disputando em 2024”, anunciou o presidente da República à militância de seu partido durante a Conferência Eleitoral do PT em Brasília, no último fim de semana, dando a largada para a corrida às prefeituras do ano que vem. O embate direto com a direita é a aposta da sigla de esquerda para dar a volta por cima em relação a 2020, quando teve o pior desempenho da história, não elegendo sequer um prefeito nas capitais. O PL do ex-presidente Jair Bolsonaro tem a mesma estratégia para alavancar os votos nos municípios. Ancorado em seu maior cabo eleitoral, a agremiação tem a ousada meta de quadruplicar o número de prefeituras (elegeu 349 há três anos) e se firmar como o principal contraponto ao PT no país. Mas, às vésperas do ano eleitoral, ambos os partidos encontram-se às voltas ainda com disputas internas e cheios de dúvidas sobre alianças competitivas em algumas das mais importantes cidades.

De volta ao Palácio do Planalto após seis anos, o PT acumula indefinições. Nos cinco maiores colégios eleitorais, só tem pré-candidato em Belo Horizonte, com o deputado federal Rogério Correia, mas até isso pode mudar se algum aliado com mais chances de vitória exigir o apoio como moeda de troca no cenário nacional. Levando-se em conta as dez metrópoles mais populosas, o partido definiu candidatura própria também em Porto Alegre, com a deputada Maria do Rosário. Em outras, como Salvador e Fortaleza, há divergências sobre o caminho a seguir.

Na capital da Bahia, que o PT comanda desde 2007, o governador Jerônimo Rodrigues quer lançar o seu vice, Geraldo Júnior (MDB) — e com isso, manter o apoio emedebista a sua gestão —, embora o PT já tenha escolhido o deputado estadual Robinson Almeida, que é bancado pelo senador Jaques Wagner. O cenário em Fortaleza é igualmente conturbado. Ali, o diretório adiou a decisão sobre ter candidato para o ano que vem, enquanto negocia com o PDT um nome comum às duas siglas e tenta apaziguar o interesse de três filiados que querem a indicação.

Nas capitais onde o PT já definiu que não terá postulante próprio, como São Paulo, Rio e Recife, a legenda enfrenta problemas para indicar o vice. Em São Paulo, a vaga na chapa de Guilherme Boulos (PSOL) está garantida, mas o nome petista ainda não existe. A lista de possibilidades inclui a professora Ana Estela Haddad, mulher do ministro Fernando Haddad, e até a ex-prefeita Marta Suplicy, hoje secretária da gestão Ricardo Nunes (MDB). No Rio e em Recife, Eduardo Paes (PSD) e João Campos (PSB) resistem à ideia de entregar o posto aos petistas — os dois são nomes quase certos na corrida aos governos do Rio e de Pernambuco em 2026, o que eleva o valor do posto. “Eles querem os votos do PT, mas querem esconder a aliança. Se não tivermos as vices, vamos ter de negociar outras condições de participação nos governos para manter o apoio”, diz um assessor do comitê criado pela sigla para organizar as campanhas.

Do lado bolsonarista, as coisas também não andam bem. Um dos gargalos é a dificuldade dos dois principais nomes do PL — Bolsonaro e o presidente da sigla, Valdemar Costa Neto — de formar consensos. A eleição em São Paulo é um bom exemplo. Há poucos dias, o ex-presidente verbalizou, mais uma vez, o apoio ao deputado Ricardo Salles, seu ex-ministro e representante do bolsonarismo raiz, que tanto agrada a parte expressiva da direita. Já Valdemar, que havia dado sinal verde para Salles procurar outra sigla, prefere o acerto com o atual prefeito Ricardo Nunes, de quem espera indicar o vice.

O ex-presidente admite o enrosco e já disse que, às vezes, tem de “engolir” o candidato do aliado, e vice-versa. “Nós temos realmente tido problemas com vários nomes para disputar a prefeitura na mesma cidade. Isso não é fácil, mas para podermos crescer temos de abrir mão. Então, por vezes, eu engulo o candidato do Valdemar e ele engole o candidato meu”, disse, durante evento do PL. Para a prefeitura do Rio, por exemplo, após o general Walter Braga Netto ter ficado inelegível por decisão do Tribunal Superior Eleitoral, o grupo bolsonarista emplacou, ao menos por ora, o nome do deputado Alexandre Ramagem. O ex-­chefe da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) já recebeu o apoio do governador fluminense, Cláudio Castro (PL). “Nós achamos um nome que convergiu. Teremos um candidato e acredito que o Ramagem tem tudo para se viabilizar”, afirmou Castro.

Nomes que passaram pelo governo Bolsonaro ou se elegeram no embalo da onda bolsonarista são apostas no PL em outras capitais. Ex-ministros como Gilson Machado (Turismo) e Marcelo Queiroga (Saúde) devem ser candidatos em Recife e João Pessoa, respectivamente. O partido também tende a escolher parlamentares bem colocados em 2022 para assumir pré-­candidaturas em cidades com horário político próprio. Em Goiânia, o deputado federal Gustavo Gayer, segundo mais votado do estado, assumiu a direção municipal da legenda com o aval de organizar sua própria campanha. Mas investir em nomes já testados nas urnas não é, ao menos por enquanto, garantia de sucesso. Em Belo Horizonte, o deputado estadual Bruno Engler, recordista de votos para a Assembleia, está apenas em quarto lugar, com 10%, segundo pesquisa Real Time Big Data de novembro.

Tanto PT quanto PL correm para resolver a tempo os imbróglios e indefinições atuais e escoram suas ambições para 2024 em dois fatores. Um deles é o dinheiro. Donos das maiores bancadas eleitas para a Câmara, PL e PT terão as maiores fatias do fundo eleitoral e maior tempo de rádio e TV. O outro é o peso dos seus cabos eleitorais, mas a polarização política pode ter limites quando o que está em jogo são as disputas municipais. “A preocupação é outra, diz respeito à qualidade do atendimento no posto de saúde, no transporte público e na escola dos filhos”, aponta o cientista político Adriano Oliveira, da Universidade Federal de Pernambuco. As urnas também mostram que, ao menos nas últimas disputas, o eleitor optou por partidos mais ao centro do espectro ideológico: tanto em 2016 quanto em 2020, as siglas com mais prefeitos eleitos foram MDB, PP, PSD e PSDB.

Para Lula e Bolsonaro, investir em 2024 é estratégico para os seus planos eleitorais. Ambos indicam que irão entrar de cabeça nas principais disputas municipais de olho em um bom desempenho que fortaleça as suas posições para a eleição nacional de 2026. Como mostrou a Conferência Eleitoral do PT, a sigla vai explorar fortemente os investimentos do governo federal para alavancar seus candidatos. Uma das ferramentas, por exemplo, é um aplicativo que irá dar a cada candidato da legenda as obras e programas tocados pela gestão Lula em seus municípios. “A pessoa não terá nem de produzir o material, basta clicar e a propaganda sairá pronta”, diz o secretário nacional de comunicação do partido, Jilmar Tatto. Já Bolsonaro, animado com a vitória de Javier Milei na Argentina, se prepara para voltar a rodar o país levando a tiracolo a ex-primeira-dama Michelle, outro trunfo eleitoral do PL. Tanto Lula quanto o ex-­presidente confiam em suas respectivas capacidades de liderança para corrigir os rumos dessa confusa largada. As urnas dirão se eles estão certos.

VEJA

Postado em 18 de dezembro de 2023

LOA deve ser pauta no Congresso nesta semana

Nesta semana, o Congresso deverá ser marcado pela votação da Lei Orçamentária Anual (PLN 29/2023) e pela intenção do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, de “esgotar a pauta” antes do fim do ano legislativo. Após reunião de líderes nesta quinta-feira (14), Pacheco anunciou que poderão ser realizadas sessões do Congresso na quarta-feira (20), na quinta-feira (21), ou nos dois dias, conforme a necessidade.

“Vamos ter uma semana produtiva. Há oito empréstimos a entes federados, a serem referendados pelo Senado […] e alguns projetos sugeridos pelas lideranças”, sublinhou.

Segundo Pacheco, a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) — que já foi aprovada na Comissão Mista de Orçamento (CMO) e está pautada para a sessão do Congresso de hoje — também poderá ser apreciada na próxima semana.

O líder da oposição no Senado, Rogério Marinho (PL-RN), ressalvou que a pauta de votação do Senado na próxima semana também dependerá do que for votado na Câmara, especialmente na questão da medida provisória que regulamenta a isenção tributária para créditos fiscais vindos de subvenção para investimentos (MP 1.185/2023) — a ser votada primeiro na Câmara, depois no Senado — e possivelmente na eventual necessidade de ajuste na reforma tributária (PEC 45/2019)

“Estamos aguardando, na verdade, o que será feito na Câmara dos Deputados para concluir o ano”, observou Marinho

O líder do governo no Congresso, senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), comentou a proposta do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, de apresentação de alternativa à desoneração da folha de pagamento — o veto integral (VET 38/2023) do presidente Lula ao projeto de lei (PL 334/2023) nesse sentido foi derrubado pelo Congresso nesta quinta-feira. Randolfe classificou a lei da desoneração como inconstitucional:

“O governo não descarta continuar a negociação com setores [a serem atendidos pela desoneração] e vir a editar, este ano ou no próximo ano, uma medida provisória. O governo também avalia a possibilidade de questionar esse matéria no Supremo Tribunal Federal”, disse.

Para Randolfe, no contexto do esforço fiscal do governo, a derrubada do veto à desoneração torna mais importante a rápida votação da medida provisória das subvenções (MP 1.185/2023). Sobre a pauta de votação, Randolfe avaliou ser possível a realização de uma única sessão do Congresso na semana que vem para apreciação da LDO, da lei orçamentária e de eventuais PLNs remanescentes.

Tribuna do Norte

Postado em 18 de dezembro de 2023

Empresas em nome de laranjas faturam milhões em contratos com Exército

São Paulo – Empresas em nome de laranjas ganharam pelo menos R$ 18,2 milhões em contratos assinados com o Exército Brasileiro ao longo do último ano. Elas possuem controladores e endereços em comum e participaram de 157 licitações da corporação – em parte delas, competiram entre si.
Formalmente, as empresas estão em nome de jovens de 20 e 21 anos que moram no Rio de Janeiro e em Santa Catarina. O Metrópoles apurou, contudo, que elas são controladas por um empresário e um contador alvos de diversas investigações da Polícia Federal (PF) por fraude em licitações em outros órgãos públicos.

Os contratos assinados com o Exército são para fornecer barracas, capacetes, cantis, coldres e outros equipamentos militares. Um ex-sócio confessou à Justiça e foi condenado por admitir o uso de laranjas junto ao contador dessas empresas.

Ele afirmou ao Metrópoles, sob condição de anonimato, que elas são criadas para participar de licitações do Exército com o objetivo de obter contratos ou apenas competir para dar cobertura a outras empresas, simulando uma concorrência. Ele também disse que servem aos interesses de um empresário que foi um dos pivôs da CPI dos Correios, em 2005, que desaguou no escândalo do mensalão.

O contador e os laranjas
O contador responsável por abrir essas empresas é Luiz Romildo Mello. Em junho, ele foi alvo da Operação Mobília de Ouro, do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT), que investigou o superfaturamento milionário e o uso de empresas ligadas a ele para fraudar licitações na Secretaria da Educação do Governo do DF.

Romildo tem um longo histórico de investigações e ao menos uma condenação por abrir empreendimentos em nome de laranjas para empresários que buscam direcionar contratos públicos.

Em outras investigações, Romildo apontou os reais sócios de empresas que haviam sido abertas por seu escritório quando foi enquadrado pela PF. As digitais dele estão em quatro empresas abertas entre 2022 e 2023 que ganharam contratos do Exército. Parte delas está sediada no mesmo endereço de seu escritório de contabilidade. Outras têm o próprio contador como sócio e no “nome fantasia” de uma das empresas.

São elas: Camaqua Comércio e Serviços, Duas Rainhas Comércio de Artigos Militares, Imperato Comércio de Artigos Militares e a Nova Prata Confecções. Nas três primeiras, têm se alternado como sócios dois jovens de 20 e 21 anos. Um deles é de Blumenau (SC) e o outro do Rio. Este chegou a figurar como beneficiário de auxílio emergencial durante a pandemia, mas o pagamento foi suspenso pelo governo. Nenhum deles foi localizado pela reportagem.

O maior contrato
Aberta em julho de 2022, a empresa Duas Rainhas está em nome do rapaz de Blumenau, e teve como sócios o jovem de 21 anos do Rio e um homem que foi condenado na Justiça justamente por abrir empresas ao lado de Romildo em nome de laranjas. Em dezembro, ela se sagrou como a maior fornecedora de bens materiais para o Exército, com um contrato de R$ 9,2 milhões para provisionar milhares de macacões às tropas.

O Metrópoles teve acesso aos documentos da licitação. Os dois atestados de capacidade técnica do empreendimento foram assinados por empresas de Romildo e de seu filho. O contador também assina os balanços contábeis da Duas Rainhas. Com esse contrato, a empresa chegou ao topo do ranking de maiores fornecedores de bens patrimoniais do Exército, o que envolve itens como capacetes, uniformes e mobiliários.

Concorrências entre amigos
A Duas Rainhas e a Camaqua participaram e levaram lotes de duas licitações do Comando do Exército em 2023. Atualmente, ambas têm como único controlador o jovem de 20 anos de Blumenau. Uma delas, a Duas Rainhas, fechou contrato de R$ 2,3 milhões para fornecer barracas de acampamento, ao custo de R$ 13 mil a unidade.

A Camaqua ofereceu cantis, capacetes, coldres e canecos de metal por R$ 580 mil. Juntas, essas duas empresas têm R$ 15 milhões em contratos com o Exército desde que foram abertas.

Em outras duas licitações, a Camaqua competiu contra a empresa Nova Prata, que está em nome de outro sócio, mas tem sido representada por Romildo em concorrências no Exército. A Nova Prata já teve em seu quadro societário um homem condenado criminalmente após admitir participação em esquema com o contador para abrir um negócio em nome de um laranja e tentar driblar cobrança de impostos.

A Nova Prata ganhou irrisórios R$ 47 mil em contrato, mas participou de oito licitações no Exército, duas na Marinha e uma na Aeronáutica. Uma terceira empresa, a Comercial Maragatos, levou R$ 3 milhões em contratos com o Exército. Ela teve como sócio o mesmo homem que admitiu o esquema de laranjas, mas hoje está em nome do jovem de 21 anos de Blumenau. A Maragatos é mais antiga e já teve diversos sócios e CNPJs desde que foi aberta, há mais de uma década. Participou de 49 licitações somente no Exército.

Cobertura
Com um orçamento de R$ 53 bilhões, o Comando do Exército tem contratos muito mais vultosos do que aqueles firmados com empresas ligadas ao contador Romildo. Apesar da pouca taxa de sucesso nessas licitações, as empresas participaram de mais de uma centena de pregões de valores milionários no Exército.

Um ex-sócio de diversos empreendimentos ligados a Romildo relatou ao Metrópoles, sob condição de anonimato, que essas empresas muitas vezes têm sido usadas para dar cobertura a outras que pertencem a terceiros. O próprio contador já foi condenado pela Justiça por essa prática e continua alvo de outras investigações.

Ele afirmou que os negócios mais recentes foram abertos a pedido do empresário Artur Wascheck, que é dono de, ao menos, dois empreendimentos no mesmo ramo de fornecedores do Exército. Ele foi preso em 2007, em meio ao escândalo de licitações nos Correios. Responde por ações judiciais até hoje e ficou famoso por ter mandado gravar um diretor dos Correios recebendo propina e admitindo ter aval do então deputado Roberto Jefferson (PTB), que seria um dos pivôs do mensalão.

A marca de Wascheck está nas empresas abertas por Romildo. Duas delas, cadastradas em nome dos jovens de Blumenau e do Rio, têm em seus registros um e-mail usado pelo empresário, inclusive, no âmbito de pregões do Exército. Uma das empresas de Wascheck foi penalizada pelo governo federal com inidoneidade em razão da não entrega de materiais aos Correios.

O que dizem os envolvidos
Procurado pelo Metrópoles, o contador Luiz Romildo de Mello respondeu somente com uma mensagem na qual questiona: “Qual seu interesse nesses levantamentos?”. A reportagem insistiu para ouvi-lo sobre as suspeitas, mas ele não voltou a se pronunciar. Artur Wascheck Neto não foi localizado.

Em nota, o Exército afirmou que “os critérios de seleção de empresas para fornecimento de material” para a corporação “seguem o disposto na Lei de Licitações e Contratos”. “Os certames têm como fundamentos os princípios da administração pública, com especial atenção aos da legalidade e da impessoalidade.”

“Para se tornarem vencedoras dos certames, as empresas devem oferecer o menor valor para o bem em questão dentre todos os participantes, além de comprovar a qualidade do material fornecido, conforme as características estipuladas”, afirma o Exército.

O órgão também ressaltou que somente após a entrega dos produtos contratados, prontos para o uso, “as organizações militares contratantes poderão efetuar a liquidação da respectiva nota fiscal, com o posterior pagamento pelos produtos entregues, nos estritos termos da legislação vigente”.

Sobre os contratos levantados pelo Metrópoles, o Exército afirmou que “está apurando os dados precisos para serem repassados” à reportagem. “Cabe ainda esclarecer que o Exército Brasileiro em todas as suas ações segue e cumpre a legislação vigente e reafirma o seu compromisso com a legalidade e transparência na prestação de informações à sociedade brasileira”, afirma.

Metrópoles

Postado em 18 de dezembro de 2023

Valdemar apaga post e gera desconfiança no entorno de Bolsonaro

Presidente do PL, Valdemar da Cota Neto postou e apagou um texto, no Instagram, sobre o endosso de Bolsonaro à candidatura de Ricardo Salles à Prefeitura de São Paulo.

A mensagem dizia: “Não é que Bolsonaro quer o Salles. O Salles é que não dá paz para ele, não sai do escritório dele. Eu prefiro o [atual prefeito Ricardo] Nunes”. Minutos após a postagem, o dirigente retirou a publicação do ar.

O fato é que a mensagem que figurou por alguns minutos no Instagram de Valdemar não condiz com o pensamento de Bolsonaro. Em evento na última terça-feira, disse o ex-presidente:
“Muita gente gosta do Salles, eu também sou simpático a ele. Foi meu ministro, fez um excelente trabalho lá no [ministério do] Meio Ambiente e seria uma oportunidade de recompensá-lo. São Paulo merece realmente um nome de uma pessoa que vá fazer pelo município, e não fazer por um partido”.

Mesmo que Valdemar tenha apagado o post, ficou a impressão, no entorno de Bolsonaro, de que o dirigente tem buscado medir forças com o ex-presidente, sobretudo em São Paulo. Essa não é a primeira queda de braço entre ambos envolvendo as eleições municipais de 2024.

Em Guarulhos, cidade com o segundo maior colégio eleitoral de São Paulo, Bolsonaro já avisou que não apoiará o candidato que Valdemar pretende lançar.

Aliado e conselheiro de Bolsonaro, Fabio Wajngarten tem dito que “a era dos gafanhotos acabou”. A expressão é uma referência a candidatos que teriam sugado o apoio eleitoral do ex-presidente para, vitoriosos nas urnas, virarem as costas a ele.

Bolsonaro, portanto, só apoiará candidatos nos quais deposite plena confiança. E avalia que Ricardo Nunes ainda não deu sinais nesse sentido.

Metropoles

Postado em 18 de dezembro de 2023

Entenda as possíveis consequências do pacote econômico de Milei

O pacote econômico anunciado pelo governo do presidente Javier Milei, na Argentina, deve causar impactos expressivos e imediatos na maioria da população do país. Para entender as possíveis consequências dessas medidas, a Agência Brasil entrevistou dois professores de economia de diferentes correntes de pensamento.

Para o economista André Roncaglia, professor da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), as medidas anunciadas devem cobrar um alto custo da maioria da população do país em uma verdadeira “terapia de choque”, que abre a possibilidade de convulsões sociais.

“Vão tentar fazer uma terapia de choque na sociedade argentina, baseados num diagnóstico equivocado do ponto de vista teórico, porque está tomando o efeito como causa. O déficit fiscal é mais efeito do processo inflacionário do que causa e a terapia que eles estão propondo tem o risco de causar uma severa recessão na economia”, alerta.

Analise diferente faz o professor de economia da Universidade Federal de Minas Gerais Mauro Sayar, para quem o déficit público deve ser combatido com medidas duras. Ele pondera que os efeitos negativos devem ser amenizados pelo aumento dos benefícios sociais anunciados pelo governo.

“Medidas que aparentemente são boas, que a gente fala que são populistas e que vêm sendo implementados na Argentina por vários governos, durante vários anos, mostraram-se equivocadas. Querer que coisas similares sejam colocadas em prática é desejar que a Argentina continue ruim. Infelizmente, tem horas que medidas mais duras devem ser tomadas”, avalia.

As análises divergentes podem ser explicadas porque, enquanto o professor Roncaglia é identificado com o campo heterodoxo e desenvolvimentista da economia, o Sayar é identificado com um campo liberal. São correntes de pensamento que, na maioria das vezes, divergem quanto as causas e as consequências dos eventos econômicos.

Medidas
O ministro da Economia da Argentina, Luis Caputo, defende que a origem de todos os problemas econômicos do país é o déficit fiscal do Estado, que gasta mais do que consegue arrecadar. “Essa é a razão dos nossos problemas. Por isso, agora, o que vamos fazer é o oposto o que sempre foi feito, solucionar esse problema pela raiz”, disse Caputo, que foi secretário de Finanças durante o governo de Maurício Macri (2015-2019).

Para reduzir o déficit fiscal primário, previsto para ser de menos de 3% do PIB (soma de todos os bens e serviços produzidos no país) em 2024, o governo anunciou a redução dos subsídios ao transporte e à energia; a desvalorização da moeda em 50% (de 400 pesos para 800 pesos o valor do dólar oficial); a redução de 18 para nove ministérios e de 106 para 54 secretarias; o cancelamento das obras públicas já licitadas e não iniciadas, além de prometer não iniciar novas obras públicas; a taxação da importação e exportação, acabando com as licenças para importar; além de não renovar os contratos dos trabalhadores com menos de 1 ano de serviço no Estado.

A promessa é que essas medidas possam combater a inflação na Argentina, que fechou novembro em 160%, considerando o acumulado dos últimos 12 meses.

O ministro da Economia reconhece que as medidas vão piorar a situação, no início, mas prometeu que, após o choque inicial, a economia deve melhorar. “Vamos estar durante uns meses pior que antes, particularmente em termos de inflação”, admitiu. Para amenizar os efeitos negativos da medida, o governo duplicou o valor do benefício assistencial e aumentou o cartão alimentação em 50%.

Prejudica a maioria
O professor Roncaglia explica que as medidas devem aumentar a inflação, prejudicando a maioria da população.

“As medidas geram uma pressão inflacionária hoje, o que deprime os salários de maneira muito profunda, gera dificuldade para os exportadores, porque está tributando exportações e tributando importações e não gera incentivo ao investimento. Então, a combinação desses elementos sobrecarrega as massas populares no que diz respeito a suportar o custo da estabilização, ou seja, os trabalhadores, pensionistas e funcionários públicos”, afirmou.

Por outro lado, acredita que a população mais rica não deve sentir o mesmo efeito. “A camada mais rica da população que tem dólar expatriado, que está fora do país, não vai sofrer nada”, completou.

O economista disse ainda que não há certeza de que a retomada econômica ocorra após a terapia de choque. “É algo que não tem absolutamente nenhuma certeza, nenhuma segurança, porque eles não estão atacando a causa do problema e a causa do problema inflacionário é a falta de dólares”, ponderou.

Para Roncaglia, as medidas anunciadas terão dificuldades em atrair dólares, o que pode vir a ocorrer por meio de novos empréstimos ao Fundo Monetário Internacional (FMI). “A questão que fica é, o que o FMI está disposto a emprestar para a Argentina? É suficiente para estabilizar a economia?”, questiona.

Déficit alimenta a inflação
O economista Mauro Sayar, em contraponto, acha que a população mais pobre já está sofrendo com a inflação, e acredita que a forma de combatê-la é equilibrando as contas públicas.

“[Com o ajuste fiscal] o governo passa a ter mais crédito, coisa que o governo argentino não tem. Ninguém está disposto a financiar um governo em que você compra um título do governo que esse título não vai valer nada porque vai ser corroído pela inflação”, destacou.

Sayar também defende o corte nos subsídios que, na sua visão, beneficia parcela mais rica da população, como no caso dos subsídios aos combustíveis. “Não se deve ficar dando subsídios para tornar os preços de produtos artificialmente mais baratos. Vamos ver quais são os verdadeiros preços. Os preços devem refletir os custos das mercadorias”, explica.

As medidas do Milei também foram elogiadas pelo FMI. As medidas podem ajudar a “estabilizar a economia e estabelecer as bases para um crescimento mais sustentável e liderado pelo setor privado”, segundo Julie Kozarck, diretor de Comunicações do FMI.

Por outro lado, movimentos sociais e sindicais argentinos prometem protestos contra o pacote de austeridade fiscal. Contra os protestos, o governo prometeu usar as Forças Armadas caso as manifestações prejudiquem a circulação de pessoas e mercadorias.

EBC

Postado em 18 de dezembro de 2023

Quais são os cheiros do espaço? Spoiler: não são nada agradáveis

O espaço sideral tem um cheiro característico e único, que é descrito como churrasco queimado, metal quente, pólvora, ovo podre e até mesmo fumaça de cigarro.

Astronautas que já permaneceram no espaço contam que o odor fica grudado em trajes espaciais assim que uma câmara de descompressão é repressurizada. Uma suposição é que o cheiro venha das estrelas moribundas.

Quando uma estrela morre, muita energia é liberada, o que produz compostos pungentes conhecidos como hidrocarbonetos policíclicos aromáticos (HPAs).

“O espaço definitivamente tem um cheiro diferente de qualquer outra coisa”, disse o astronauta da Nasa Dominic A. Antonelli após uma caminhada no espaço em 2009.

Outra teoria está relacionada à poluição em volta da Estação Espacial Internacional (ISS, na sigla em inglês), onde astronautas realizam pesquisas.

Segundo especialistas, isso acontece porque os raios ultravioleta do Sol podem dividir as moléculas de oxigênio em átomos únicos.

Este oxigênio atômico pode reverter aos itens que foram expostos ao espaço, como os trajetos espaciais e as paredes das câmaras de descompressão, e desencadear reações químicas que resultam em odor. Já o ex-astronauta da Nasa Thomas Jones comparou o odor ao do ozônio. 

Outro astronauta da Nasa, Don Pettit, descreveu detalhadamente o cheiro do espaço em uma postagem no blog da agência, dizendo: “A melhor descrição que posso encontrar é metálica; uma sensação metálica doce e bastante agradável. Isso me lembrou dos verões da faculdade, onde eu trabalhei por muitas horas com uma tocha de soldagem a arco consertando equipamentos pesados para uma pequena empresa de extração de madeira. Isso me lembrou de vapores de soldagem com cheiro agradável e doce. Esse é o cheiro do espaço.”

Perfume
Em 2020, o bioquímico Steve Pearce, fundador da Omega Ingredients, criou as fragrâncias Eau de Space, a pedido da Nasa. O aroma é usado no treinamento de astronautas, para que eles se acostumem com o odor e assim, eliminem qualquer surpresa.

A sonda espacial Rosetta, construída pela Agência Espacial Europeia (ESA) e lançada em 2004, foi capaz de descrever o cheiro do cometa 67P/Churyumov-Gerasimenko.

Segundo Kathrin Altwegg, uma das principais pesquisadoras da missão, o odor é de “ovos podres (sulfeto de hidrogênio), estábulo de cavalo (amônia) e o odor pungente e sufocante de formaldeído. Isto é misturado com o aroma fraco, amargo e amendoado do cianeto de hidrogênio”.

“Adicione um pouco de álcool (metanol) a esta mistura, combinado com o aroma de vinagre do dióxido de enxofre e uma pitada do doce aroma aromático do dissulfeto de carbono, e você chegará ao ‘perfume’ do nosso cometa”, continuou.

TERRA

Postado em 18 de dezembro de 2023