Em Natal para receber homenagem na Assembleia Legislativa do Rio Grande do Norte (ALRN), o ex-presidente Jair Bolsonaro falou com a imprensa e criticou a condução da política econômica do país. Acompanhado do senador Rogério Marinho, ele comparou os ministros da Fazenda da sua gestão, Paulo Guedes, e o do governo atual, Fernando Haddad.
“Dá para comparar Haddad com Paulo Guedes, pessoal? É como comparar um médico cubano com um médico bem formado aqui no Brasil. Não dá para comparar. O Brasil é um corpo também. Se você tratar mal esse corpo, todos vocês que vieram aqui podem errar”, disse Bolsonaro.
A fala do presidente veio na sequência de uma declaração de Rogério Marinho, que destacou pontos da gestão do ex-presidente em relação ao Governo Federal vigente.
“Acho que a grande comparação que pode ser feita é o que aconteceu no ano passado e está acontecendo agora. O Governo do presidente Bolsonaro terminou com superávit das contas públicas em mais de R$ 50 bilhões. Já foi anunciado agora em setembro que já está chegando em R$ 174 bilhões o déficit do governo atual, e deve chegar perto de R$ 200 bilhões até o final do ano – 2% do PIB”, disse o senador.
Desoneração da folha
A desoneração da folha de pagamentos foi um tema abordado na entrevista. O governo vetou a continuidade da medida para 17 setores da economia, mas o senador Rogério Marinho afirmou que o Senado deverá derrubar o veto na próxima semana.
“O presidente Lula vetou apenas para fazer um aceno para o mercado, mas ele sabe que a própria base dele vai derrubar. É mais uma jogada de marketing dele do que uma convicção pessoal do presidente ou do seu ministro. O governo se caracteriza pela gastança”, pontuou Marinho.
Bolsonaro lembrou que, em conversa com o então ministro Paulo Guedes, no ano passado, a ideia era renovar a desoneração da folha para os 17 setores já contemplados há 12 anos e ainda incluir a área da saúde.
O calendário para o pagamento do 13° salário dos servidores públicos do Rio Grande do Norte será anunciado até este sábado (02) pela governadora Fátima Bezerra. Em entrevista concedida à Rádio Difusora durante a última quinta-feira (30), o secretário da Fazenda do Estado, Carlos Eduardo Xavier, disse que o pagamento terá três datas começando em 10 de dezembro, com término previsto até o dia 30 de janeiro.
Carlos Eduardo Xavier confirmou a conclusão da folha de pagamento de novembro nesta quinta-feira. Sobre o 13°, o secretário disse que já há uma projeção, que será anunciada pela governadora até o sábado (2), com o detalhamento sobre quais as categorias e faixas salariais que serão pagas, em três datas.
“Devemos fazer o pagamento em três datas. Deve iniciar no dia 10. No dia 30 devemos ter um complemento e no dia 10 de janeiro todos os servidores do Estado estarão com o 13° na conta”, disse Carlos Eduardo Xavier.
O ministro Marco Aurélio Mello, aposentado do Supremo Tribunal Federal (STF), era o relator do recurso que levou a Corte a autorizar nesta quarta-feira, 29, a responsabilização de veículos da imprensa por acusações de entrevistados a terceiros. Quando votou no julgamento, o ministro foi contra a tese agora aprovada por maioria pelo tribunal. Ao Estadão, Marco Aurélio afirma que a decisão vai na contramão da liberdade jornalística. “Eu não queria estar na pele da imprensa”, afirma.
O ministro avalia que a decisão é um “embaraço” ao exercício da profissão. “Eu fui relator, já me aposentei há dois anos e agora é que concluíram o julgamento. Fiquei vencido”, conclui.
O julgamento teve início em maio de 2020, mas entre idas e vindas, por pedidos de vista dos ministros Alexandre de Moraes, que herdou a relatoria do processo após a aposentadoria de Marco Aurélio, e Luís Roberto Barroso, só foi concluído hoje.
Ao votar, Marco Aurélio defendeu que os jornais não podem responder, sem emitir opinião, por declarações dos entrevistados.
“Não se concebe que o Judiciário implemente censura prévia”, escreveu na ocasião. “O que deve haver é a responsabilização de algum desvio de conduta cometido pela imprensa, o que não ocorre quando se limita a divulgar entrevista.”
O STF decidiu que jornais, revistas e portais jornalísticos podem ser responsabilizados na esfera cível por declarações de seus entrevistados contra terceiros se houver “indícios concretos” de que a informação é falsa.
A tese fixada foi a seguinte: “Na hipótese de publicação de entrevista em que o entrevistado imputa falsamente prática de crime a terceiro, a empresa jornalística somente poderá ser responsabilizada civilmente se: (i) à época da divulgação, havia indícios concretos da falsidade da imputação; e (ii) o veículo deixou de observar o dever de cuidado na verificação da veracidade dos fatos e na divulgação da existência de tais indícios.”
O Supremo também reiterou que a censura prévia é proibida. Se ficar comprovado que os veículos divulgaram “informações injuriosas, difamantes, caluniosas ou mentirosas” o conteúdo poderá ser removido por ordem judicial.
“Os direitos à honra, intimidade, vida privada e à própria imagem formam a proteção constitucional à dignidade da pessoa humana, salvaguardando um espaço íntimo intransponível por intromissões ilícitas externas”, diz outro trecho da tese.
RIO – O mercado de trabalho manteve a tendência de melhora em outubro. A taxa de desemprego caiu de 7,7% no trimestre terminado em setembro para 7,6% no trimestre encerrado em outubro, menor resultado desde fevereiro de 2015. Os dados são da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua) divulgados nesta quinta-feira, 30, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Se considerados apenas trimestres encerrados em outubro, a taxa de desemprego é a mais baixa desde 2014.
“A força que o mercado de trabalho vem mostrando ao longo do ano é reflexo dos dados de atividade econômica, que vieram mais fortes que o esperado no primeiro semestre. Acreditamos que a economia vai desacelerar à frente, mas esse movimento não deve fazer a taxa de desemprego subir de maneira significativa. Nossa previsão é que a taxa de desemprego fique praticamente estável, em torno de 8% até o final de 2024?, estimou Claudia Moreno, economista do C6 Bank, em comentário.
O mercado de trabalho mostra uma melhora quantitativa, mas também qualitativa, avaliou Adriana Beringuy, coordenadora de Trabalho e Rendimento do IBGE. O avanço da renda média e a abertura de novas oportunidades na formalidade são indicadores de um emprego de mais qualidade.
“Tudo indica que o mercado de trabalho está mostrando, está expressando, manifestando, as melhorias que têm ocorrido no âmbito das atividades econômicas”, resumiu Beringuy.
Em apenas um trimestre, mais 862 mil pessoas passaram a trabalhar, totalizando um recorde de 100,206 milhões de trabalhadores ocupados no País. Ao mesmo tempo, 261 mil brasileiros deixaram o desemprego. A população desempregada desceu a 8,259 milhões, menor patamar desde abril de 2015. O total de inativos também diminuiu no trimestre, menos 228 mil pessoas nessa condição, totalizando 66,641 milhões fora da força de trabalho.
“Não se trata apenas de números positivos em relação ao contingente do mercado de trabalho, mas uma expansão da ocupação acompanhada por características ligadas também a indicadores qualitativos”, frisou Beringuy.
“O que a gente tem é um aumento não apenas quantitativo, do contingente de ocupados, mas essa expansão vem acompanhada do aumento da formalidade e também do aumento do rendimento. E essa melhoria vem acompanhada por algumas atividades que têm registrado, sim, expansão (da ocupação), e essa expansão através da carteira de trabalho”, apontou.
Houve abertura de 620 mil vagas com carteira assinada no setor privado no trimestre terminado em outubro. O total de pessoas trabalhando com carteira assinada no setor privado subiu a 37,615 milhões no trimestre até outubro, maior contingente desde junho de 2014.
Segundo Beringuy, embora o aumento da carteira assinada venha ocorrendo consistentemente, esse crescimento tem sido “bastante concentrado” em algumas atividades, como informação, comunicação e atividades administrativas, mas também um pouco na indústria e no comércio.
A pesquisadora avalia que o mercado de trabalho recupera o padrão sazonal, de geração de vagas ao longo do ano, mas incorporando também melhorias quantitativas e qualitativas.
“Há recuperação desse padrão, dessa dinâmica (sazonal), e essa recuperação desse padrão está incorporando melhorias quantitativas, mas também outros indicadores como a forma de inserção do trabalhador e do rendimento médio”, disse Beringuy.
A taxa composta de subutilização da força de trabalho desceu a 17,5% no trimestre até outubro, menor resultado desde dezembro de 2015. Houve redução na mão de obra considerada subutilizada, mas ainda faltava trabalho para 20,042 milhões de pessoas no País.
Massa salarial recorde A abertura de postos de trabalho formais ajudou ainda a aumentar a renda média dos trabalhadores ocupados, que teve uma alta real de 1,7% no trimestre até outubro em relação ao trimestre até julho, R$ 49 a mais, para R$ 2.999. Na comparação com o trimestre encerrado em outubro de 2022, a renda média real de todos os trabalhadores ocupados subiu 3,9%, R$ 112 a mais.
Com mais pessoas trabalhando e rendimentos mais elevados, a massa de salários em circulação na economia aumentou em R$ 13,163 bilhões no período de um ano, para o nível recorde de R$ 295,745 bilhões, uma alta de 4,7% no trimestre encerrado em outubro de 2023 ante o trimestre terminado em outubro de 2022. Na comparação com o trimestre terminado em julho de 2023, a massa de renda real subiu 2,6% no trimestre terminado em outubro, R$ 7,369 bilhões a mais.
Para Rodolfo Margato, economista da XP Investimentos, os salários continuam em alta, mas em ritmo não tão forte como sugeriam dados anteriores.
“Assim, não esperamos aumentos significativos dos salários reais nos próximos meses, pelo menos não a ponto de pressionar a condução da política monetária no curto prazo”, concluiu Margato, em nota.
“Eu sou o ex mais amado do Brasil, ninguém tenha dúvida disso, porque o povo nunca me deixou de lado”, declarou o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), em discurso realizado na tarde desta quinta-feira (30), na Assembleia Legislativa do Rio Grande do Norte (ALRN), onde recebeu homenagens em sessão solene em alusão ao Dia dos Motoclistas. Ele disse ainda que o “povo brasileiro” sente sua falta e fez críticas a gestão Lula (PT).
Em seu discurso, Jair Bolsonaro enfatizou a importância das pessoas compararem os ministros atuais com os ministros durante o seu governo.
“Comparem os atuais ministros com os ministros do meu tempo. Vocês sabem que é o atual ministro do Desenvolvimento regional? Quase ninguém sabe. O nosso está aqui. A gente tem que escolher as pessoas por competência e, por coincidência, um terço dos meus ministros eram do Nordeste e Rogério Marinho era um desses. Será que alguém consegue citar o nome de cinco ministros do atual governo? Não consegue. A não ser, por algum escândalo”, frisou.
Segundo o ex-presidente destacou que está ao lado do povo, que se sente querido.
“Esse carinho que vocês tem comigo, fico muito emocionado, lisonjeado e honrado, é realmente algo que ficou marcado entre nós, a espontaneidade, a maneira de falar com vocês, a marca do que ficou e foi feito no (meu) governo. Estávamos indo muito bem, até que resolveram trocar, e esse alguém não foi o povo brasileiro, mas vamos em frente”, ressaltou.
Aos motociclistas, Bolsonaro criticou a volta da cobrança do DPVAT, que vai de encontro aos anseios da economia popular.
Entre os presentes, o senador Rogério Marinho e os deputados federais General Girão e Sargento Gonçalves, além do presidente da Assembleia em exercício, deputado Tomba Farias (PSDB) e deputado Luiz Eduardo (SD).
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O Rio Grande do Norte fechou o mês de outubro de 2023 com um saldo de 2.257 vagas formais de emprego, resultado de 16.808 admissões e de 14.551 desligamentos no período. No acumulado dos dez primeiros meses de 2023, são 21.926 vagas com carteira assinada. O estoque total, ou seja, o número de pessoas com emprego formal no estado, chegou ao patamar de 480.260.
Os dados do Novo Caged foram divulgados nesta terça-feira, 28 de novembro, pelo Ministério do Trabalho e Emprego. Na comparação com o mesmo período do ano passado, o crescimento foi de mais de 20%, já que o saldo registrado em outubro de 2022 foi de 1.851.
A balança positiva no Rio Grande do Norte se registrou nos cinco setores avaliados. O destaque do mês foi o de Serviços, que acumulou 1.110 vagas em outubro de 2023, resultado de 6.668 contratações e de 5.558 demissões. Na sequência aparecem os setores de Comércio (+423), Agropecuária (+280), Indústria (+225) e Construção (+219).
Na divisão por municípios, Mossoró teve o melhor desempenho no mês. Foram 812 vagas com carteira assinada, resultado de 2.921 admissões e 2.109 desligamentos. Na sequência dos cinco municípios com maior saldo em outubro de 2023 estão Natal (+357), Parnamirim (+291), Extremoz (+80) e São Gonçalo do Amarante (+79).
Por proposição do vereador professor Jorian Santos, o Legislativo vai realizar Sessão Solene alusiva aos 31 anos do Centro Municipal de Ensino Rural Professora Rosângela da Silva.
Serão homenageados gestores, professores e funcionários das seguintes unidades escolares:
Unidade III- Francisco Brandão
Unidade IV- Cirilo Marinho
Unidade XI- Antônia Bezerra Salustino Barreto
Unidade XIII- Luiz Gonzaga
Unidade XVI- Pedro Cipriano Dantas
Unidade XVIII- Leonardo Banhos Marinho
Unidade XXV- São Francisco
Unidade XXVI- Manoel Osório
Unidade XXVIII- São Francisco de Assis
Centro Infantil Sementes da Liberdade.
O evento acontece nesta quinta (30), às 19h e terá transmissão ao vivo da TV Câmara nos canais 54, 6.1 e YouTube.
Flávio Dino começou sua caminhada pelas galerias do Senado nesta quarta, atrás de votos para a sabatina marcada para meados de dezembro.
Em sua primeira fala na Casa, Dino mostrou um lado bem distinto do personagem que o país se acostumou a ver no comando do Ministério da Justiça.
Fugindo de atritos com a oposição, Dino disse que, após ser indicado para o STF, deixou de ter “lado” na política. “Quem vai ao Supremo ou pretende ir ao Supremo deixa de ter lado político”, disse Dino.
Dino quebra protocolo Não é comum que indicados ao STF saiam dando entrevistas antes de falar com senadores e de serem aprovados em sabatina. Dino quebrou esse protocolo justamente porque precisa se aproximar de parlamentares que criaram resistência em relação a ele por causa do forte e provocativo discurso político dos últimos meses.
A versão que Dino apresenta nesta quarta, de uma figura equilibrada e mais próxima do mundo jurídico do que dos embates políticos tradicionais, mostra aos parlamentares um necessário e esperado ajuste de rota na conduta do ainda ministro de Lula.
A Trombectomia Mecânica (TM), procedimento cirúrgico que tem por objetivo desobstruir e restaurar o fluxo sanguíneo arterial após um acidente vascular cerebral isquêmico agudo (AVCi), com janela de sintomas maior do que 8h e menor do que 24h, foi incorporada na Tabela de Procedimentos do Sistema Único de Saúde (SUS).
A portaria do Ministério da Saúde, publicada na segunda-feira, 27 e anunciada por Helvécio Miranda Magalhães Junior, secretário da Atenção Especializada do Ministério da Saúde, no Global Stroke Alliance, no Uruguai, também aponta onde serão retirados os recursos orçamentários e indica os centros de terapia intensiva que estarão aptos a realizarem a TM pelo SUS, escolhidos com base no estudo Resilient, da Rede Brasil AVC, que envolveu 221 pacientes e atestou a possibilidade de implementação da trombectomia mecânica no sistema único de saúde, com taxa de 82% de recanalização na oclusão de grandes vasos.
Liderado pela neurologista Sheila Ouriques Martins, presidente da Rede Brasil AVC e da World Stroke Organization (Organização Mundial de AVC) e pelo médico neurointervencionista Raul Nogueira, o Resilient também evidenciou ótimos resultados de redução da mortalidade e de diminuição de sequelas por AVC isquêmico, tipo mais comum da doença, que corresponde a 80% dos casos, aumentando em três vezes a chance de o paciente ser independente e na recuperação de sua capacidade funcional (motora e memória), além de demonstrar a eficácia e segurança do tratamento para a retirada de coágulos que podem evoluir para quadros graves.
Tratamento de R$ 20 mil
Até então, a única terapia clínica disponível no SUS era a trombólise, que pode ser usada até 4h30min do início dos sintomas, mas nem sempre é eficaz para os casos mais graves – cerca de 30%. Até a publicação da portaria assinada pela ministra da Saúde, Nísia Trindade, apenas quatro hospitais públicos no país (em São Paulo, Espírito Santo, Santa Catarina e Ceará) ofereciam a TM, que custa em torno de R$ 20 mil.
Segundo um estudo recente da Comissão da Revista Científica Lancet Neurology em parceria com a World Stroke Organization (WSO), o AVC pode causar quase 10 milhões de mortes por ano até 2050. A pesquisa, publicada na revista científica The Lancet Neurology, diz ainda, que esse cenário custará até US$ 2 trilhões anualmente. Só neste ano, a doença já matou mais de 82 mil pessoas no Brasil.
No final de 2022, o TasteAtlas, site conhecido por elaborar diversos rankings relacionados a pratos culinários, publicou uma lista de 100 Melhores Comidas do Mundo, que muito repercutiu, especialmente por causa do segundo lugar para a Picanha brasileira. Contudo, em sua última divulgação, apresentou uma relação um tanto indigesta: as 10 piores comidas brasileiras.
Para compilar essa lista, a plataforma utilizou mais de 4,9 mil avaliações disponíveis no site, feitas por estrangeiros e brasileiros. Pratos doces e salgados de todas as regiões do país entraram no ranking. Confira a lista:
Casadinhos (nota: 3,6)
Esses biscoitos assados e recheados, geralmente com doce de leite ou goiabada, são comuns em casamentos. Além do sabor bastante doce, destaca-se pela atenção dada à elaboração das embalagens, feitas geralmente de papel crepom e fitas de cetim – não o suficiente para impressionar os avaliadores.
Mocotó (nota: 3,6)
Enquanto uns amam, outros odeiam. Aesar de ser uma parte orgulhosa da culinária sertaneja, este ensopado feito com patas de vaca, feijão e vegetais não é para todo paladar. Sua origem é remota, advindo da tradição portuguesa. É comum, entretanto, encontrar outra explicação, sem fundamentação histórica, de que, na época das charqueadas, os escravos a faziam para seu sustento. Hoje é encontrado em diversos restaurantes de cozinha brasileira, inclusive no premiadíssimo homônimo comandado pelo chef Rodrigo Oliveira.
Salada de maionese (nota: 3,6)
Se tem churrasco, tem salada de maionese. Apesar disso, a comida não foi bem recebida pela maioria dos votantes. Um dos motivos, talvez, seja a enorme variedade de ingredientes que leva: batata, cenoura, ervilha, milho, maçã e até uva-passa.
Salpicão de frango (nota: 3,6)
Mais um clássico da culinária brasileira que também leva o polêmico ingrediente: uva-passa. Será coincidência?O salpicão é basicamente uma salada de frango com variações, bastante comum em festas de Natal. Às vezes, é incrementado com batata palha por cima.
Sequilhos (nota: 3,6)
A nostalgia de casa da avó não foi o suficiente para salvar estes biscoitos do ranking. Normalmente feitos de amido de milho ou polvilho, os sequilhos também têm variações de canela, café, milho, queijo e goiabada.
Maria mole (nota: 3,5)
O nome já entrega: uma sobremesa macia e muito popular em festas juninas. Feita apenas de açúcar, gelatina, coco e clara de ovo, o doce é conhecido como marshmellow brasileiro, mas nem assim agradou os participantes da enquete.
Quibebe (nota: 3,4)
O ranking, parece, não gosta de ensopados… Feito com abóbora, cebola, pimenta, gengibre em pó e leite de coco, este purê rústico serve tanto como entradinha quanto oferendas aos orixás das religiões afro-brasileiras. O Quibebe tem origem no idioma africano quimbundo, da região de Angola.
Tareco (nota: 3,2)
Feitos apenas de água, ovo, farinha de trigo e açúcar, os biscoitos tarecos têm origem no estado de Pernambuco, mas se espalhou para o restante do Nordeste. Mesmo agradando os ouvidos na música “Tareco e Mariola”, interpretada por Flávio José e composta por Petrúcio Amorim (“Eu me criei/ Matando fome com tareco e mariola”), não agradou o paladar dos votantes.
Arroz com pequi (nota: 3,1)
Arroz com Pequi é um prato típico da culinária brasileira, especialmente da região do Cerrado, onde o fruto é abundante. Em sua receita tradicional, o pequi é refogado por mais dois minutos até juntar com o arroz escorrido. Depois ele é temperado com sal e mexido abundantemente, tampado até o seu cozimento, finalizando com acréscimo do cheiro verde e servido quente. Típico brasileiro, mas que passou longe de aprovação no ranking.
Cuscuz Paulista (nota: 3,1)
O Cuscuz Paulista recebeu as piores avaliações. Preparado com fubá, azeitonas, ovo cozido, peixe enlatado e ervilha, essa refeição remonta ao século 19 e é normalmente servida no formato de pudim. A apresentação visual do cuscuz “deve ter um efeito impressionante nos convidados para o jantar”, avalia o TasteAtlas. Mas definitivamente não no paladar, segundo a lista. É considerado um desvio do cuscuz berbere, do norte da África, e do cuscuz nordestino, receitas que datam antes do paulista. Os puristas, claro, torcem o nariz. Mesmo assim, o cuscuz paulista se tornou um patrimônio do Estado de São Paulo.
TasteAtlas A plataforma foi criada em 2018, na Bulgária, por um empresário croata e é composta por uma pequena equipe de 30 pesquisadores que se ocupam em catalogar mais de 5.000 comidas tradicionais do mundo. A pesquisa não é presencial, ou seja, eles não vão a campo experimentar os pratos que divulgam, como no caso do Guia Michelin, baseando-se em resenhas de críticos gastronômicos, recomendações de profissionais e popularidade na pesquisa pelo Google. Surgem daí, provavelmente, as grandes distorções dessa pesquisa.
Apesar da proposta de um Atlas Mundial de Comida, não há nenhuma referência para o Continente Africano, bem como Oceania, Austrália e Nova Zelândia inclusas. Tampouco se pesquisou a culinária russa, onde estão o Borscht, o Blini, o Pelmeni, e claro, o Stroganov, um dos pratos mais queridos no Brasil, mais conhecido como Strogonoff.
Ao deflagrar uma operação em agosto no caso das joias, a Polícia Federal registrou que um Rolex de ouro branco e um outro relógio de luxo, da marca Patek Philippe, foram vendidos em junho de 2022, quando Jair Bolsonaro ainda era presidente, à loja Precision Watches, localizada na cidade de Willow Grove, no estado americano da Pensilvânia, por 68 000 dólares. O negócio foi fechado pessoalmente pelo tenente-coronel Mauro Cid, que era ajudante de ordens e braço-direito de Bolsonaro na Presidência. A PF também registrou que, depois do escândalo das joias vir a público, em março deste ano, aliados do capitão iniciaram uma ofensiva para recomprar e repatriar presentes valiosos comercializados em nome dele, numa tentativa de evitar transtornos ainda maiores com a Justiça.
A PF descobriu que Frederick Wassef, advogado de Jair e Flávio Bolsonaro, recomprou o Rolex e, por isso, apreendeu seus telefones celulares e o intimou a depor. O depoimento de Wassef, ao qual VEJA teve acesso com exclusividade, preenche lacunas, esclarece pontos nebulosos e reforça o papel de um personagem no enredo: Fabio Wajngarten, secretário de Comunicação da Presidência na gestão Bolsonaro e um dos advogados do ex-presidente no caso das joias.
Antes mesmo de receber a intimação em mãos e ter acesso aos autos, Wassef procurou a PF para prestar esclarecimentos por se sentir incomodado com a versão — que tachou de “fake news” — de que tinha sido convocado para a missão por um grupo de militares. Em um hora e quarenta minutos de depoimento, ele disse de forma enfática que quem lhe pediu para comprar o Rolex e trazê-lo de volta ao Brasil foi Fabio Wajngarten, que justificou o pedido diante da possibilidade de o Tribunal de Contas da União (TCU) determinar a devolução dos presentes recebidos por Bolsonaro.
Quem pagou o Rolex de Bolsonaro? Wassef, segundo ele contou à PF, já tinha uma viagem de férias para os Estados Unidos marcada para março de 2023. Nos dias que antecederam o embarque, Wajngarten teria lhe telefonado e mandado mensagens “constantemente” para reforçar o pedido. Ao pousar em Miami, Wassef foi alvo de chamadas “obsessivas” e “compulsivas” de Wajngarten, devidamente registradas nos celulares apreendidos pelos policiais federais. Wassef afirmou ainda que aceitou fazer o favor porque Wajngarten se comprometeu a ressarci-lo, o que ainda não teria ocorrido, e porque ajudaria a sociedade brasileira ao devolver um bem à União. “Caso Fabio Wajngarten não lhe devolva o valor, vai processá-lo para reaver essa quantia”, anotou a PF ao tomar o depoimento.
Além de apontar Wajngarten como o mentor do plano de resgate, Wassef detalhou o passo a passo da recompra do Rolex e de sua repatriação para o Brasil. Conforme já havia declarado publicamente, ele ratificou que pagou o relógio em espécie, com recursos próprios, devidamente declarados. Em 13 de março, dois dias depois de desembarcar em Miami, sacou 35 000 dólares de uma conta bancária, os quais juntou a outros 14 000 dólares que guardava em sua casa em Miami. No dia seguinte, viajou de avião até a Filadélfia e de lá dirigiu por quase duas horas até Willow Grove, onde recomprou o relógio por 49 000 dólares.
Quem trouxe o Rolex de volta ao Brasil? Cumprida a missão, seguiu a viagem pelos Estados Unidos, com passagem inclusive por Nova York, sempre com a posse do Rolex. Em meio ao tour americano, Wajngarten pediu que ele voltasse ao Brasil com a joia em mãos, o que Wassef se negou a fazer sob a alegação de que era uma pessoa pública e que poderia ser reconhecido. Acrescentou que, se embarcasse com o Rolex, entregaria o relógio à Receita Federal ao desembarcar. Diante do impasse, Wajngarten acertou com Wassef que um brasileiro, conhecido de Wajngarten, viajaria com o Rolex dos Estados Unidos para o Brasil.
Ficou combinado que Wassef entregaria o relógio ao tal preposto no estacionamento de uma loja Best Buy em Miami. Assim foi feito, e o emissário de Wajngarten trouxe o bem de volta ao Brasil. De acordo com o depoimento, o portador, que Wassef não soube dizer a identidade, lhe entregou o relógio em seu famoso imóvel de Atibaia, o mesmo em que foi preso Fabrício Queiroz, acusado ser o operador da rachadinha no gabinete do então deputado estadual Flávio Bolsonaro. Três dias depois de receber o Rolex, Wassef repassou a encomenda para Mauro Cid — não na Hípica Paulista, como suspeitou de início a Polícia Federal, mas no aeroporto de Congonhas, momentos antes de o ex-ajudante de ordens embarcar para Brasília.
O relógio — que partiu da Arábia Saudita, chegou a Brasília, saiu do país de forma clandestina rumo aos Estados Unidos, passou por Los Angeles, Willow Grove, Nova York, Miami, Atibaia e São Paulo — está hoje sob os cuidados da Caixa Econômica Federal. Conhecido pela lealdade canina a Bolsonaro, Wassef disse no depoimento que não houve nenhuma participação do ex-presidente na operação de recuperação do Rolex e declarou que Mauro Cid só lhe passou a localização da loja em que estava o relógio. O pedido de recompra e os detalhes da repatriação, fez questão de reforçar, partiram de Wajngarten.
O passado de dois velhos conhecidos Advogados do presidente em casos distintos, Wassef e Wajngarten são velhos conhecidos. Foi o primeiro que apresentou o segundo a Bolsonaro, no início de 2016, durante um jantar no apartamento do empresário Meyer Nigri, dono da Tecnisa. Depois disso, Wassef — que conheceu o capitão em 2014, quando ele ainda era um deputado de baixo clero — fez diversos movimentos para aproximá-lo de Wajngarten, que acabou sendo incorporado na equipe da campanha presidencial e no governo.
Procurados por VEJA, Wassef e Wajngarten disseram que não comentariam o caso porque a investigação está sob sigilo. Além de advogado de Bolsonaro, Wajngarten foi intimado a depor na condição de investigado e preferiu ficar em silêncio. Ele já estava no radar da PF porque, entre outros motivos, Mauro Cid mandou um áudio ao ex-secretário de Comunicação da Presidência em 13 de março, um dia antes de Wassef comprar o Rolex: “Cara, nem sabia que você estava no circuito. E eu falei, pô, se não fosse o Fabio nessa guerra toda, o negócio estaria muito mais enrolado”.
O Ministério da Saúde anunciou nesta quarta-feira (29) a atualização na lista de doenças relacionadas ao trabalho. Portaria já foi publicada incluindo 165 novas patologias, apontadas como responsáveis por danos à integridade física ou mental do trabalhador.
Entre as patologias estão a covid-19, distúrbios músculos esqueléticos e alguns tipos de cânceres.
Transtornos mentais como Burnout, ansiedade, depressão e tentativa de suicídio também foram acrescentados à lista. Foi ainda reconhecido que o uso de determinadas drogas pode ser consequência de jornadas exaustivas e assédio moral, da mesma forma como o abuso de álcool que já constava na lista.
Os ajustes receberam parecer favorável dos ministérios do Trabalho e Emprego e da Previdência Social e passam a valer em 30 dias.
Com as mudanças, o poder público deverá planejar medidas de assistência e vigilância para evitar essas doenças em locais de trabalho, possibilitando ambientes laborais mais seguros e saudáveis.
As alterações também dão respaldo para a fiscalização dos auditores fiscais do trabalho, favorecem o acesso a benefícios previdenciários e dá mais proteção ao trabalhador diagnosticado pelas doenças elencadas. A atualização leva em conta todas as ocupações. Ou seja, vale para trabalhadores formais e informais, que atuam no meio urbano ou rural.
Lista de doenças ocupacionais A lista de doenças ocupacionais foi instituída em 1999. O documento é composto por duas partes: a primeira apresenta os riscos para o desenvolvimento de doenças e a segunda estabelece as doenças para identificação, diagnóstico e tratamento.
Com a atualização, a quantidade de códigos de diagnósticos passa de 182 para 347. A lista pode ser conferida no Diário Oficial da União.
De acordo com o Ministério da Saúde, a atualização foi prioridade da nova gestão e reflete a retomada do protagonismo da coordenação nacional da política de saúde do trabalhador.
As inclusões foram avaliadas pela Rede Nacional de Atenção Integral à Saúde do Trabalhador (Renast) em seu 11º encontro conhecido como Renastão, que começou na segunda-feira (27) e se encerrou nesta quarta-feira (29), em Brasília.
Instituída em 2002, a Renast tem papel estratégico no desenvolvimento da atenção integral à saúde do trabalhador e envolve o Ministério da Saúde e as secretarias de saúde de estados, municípios e do Distrito Federal.
Quase 3 milhões de casos de doenças ocupacionais foram atendidos pelo Sistema Único de Saúde (SUS) entre 2007 e 2022, segundo apontam dados Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan), que é gerenciado pelo Ministério da Saúde. De todas as notificações, 52,9% está relacionada com acidentes de trabalho graves.
Conforme os dados do Sinan, 26,8% das notificações foram geradas pela exposição a material biológico; 12,2% devido a acidente com animais peçonhentos; e 3,7% por lesões por esforços repetitivos (LER) ou distúrbios osteomusculares relacionados ao trabalho. Somente em 2023, já são mais de 390 mil casos notificados de doenças relacionados ao trabalho.
Mais um ano que o Spotify divulga sua retrospectiva e mais um ano que o topo do ranking é do sertanejo. 2023 foi o ano de Ana Castela. A Boiadeira foi a artista mais ouvida no Brasil e, hoje, tem 15.442.538 ouvintes mensais na plataforma. Para se ter uma ideia, as cinco músicas mais populares da artista no momento somam 833.954.325 plays.
Entre elas, está “Nosso quadro”, a música mais ouvida do país no ano. A faixa está há 42 semanas no ranking semanal das 200 músicas mais ouvidas do Brasil, já tendo ocupado o primeiro lugar.
Logo atrás de Ana Castela, está a dupla Henrique & Juliano ocupando o segundo lugar entre os artistas mais ouvidos do ano. Eles contam com 12.746.992 ouvintes mensais e suas músicas mais populares do momento chegam a mais de 300 milhões de streams, são 351.178.045 no total.
Na quarta colocação está Marília Mendonça, que faleceu em 2021. A cantora mantém 12.543.809 ouvintes mensais e suas músicas mais populares do momento ultrapassam a casa do bilhão. São 1.140.353.210 plays em suas canções.
Entre elas está “Leão”, a segunda faixa mais ouvida do ano. A composição está há 50 semanas no ranking semanal das 200 músicas mais ouvidas no Brasil, onde em vários momentos, apareceu em primeiro lugar.
Para fechar a participação dos sertanejos entre os artistas mais ouvidos de 2023 no Spotify — são quatro de cinco — está a dupla Jorge & Mateus que tem 10.595.472 ouvintes mensais e suas cinco músicas queridinhas do momento chegam a 670.930.193 plays.
A força da música sertaneja no país é reforçada em outros rankings do balanço. Além de ocupar quatro posições entre os cinco artistas mais ouvidos da plataforma, o gênero musical segue em primeiro lugar quando o assunto é o próprio ritmo. Atrás dele vem o arrocha, pop, funk e trap, nessa ordem.
Entre as cinco músicas preferidas do público brasileiro em 2023 todas são sertanejos: “Nosso quadro”, de Ana Castela, “Leão”, de Marília Mendonça, “Erro gostoso”, de Simone Mendes, “Bombonzinho”, de Israel e Rodolffo e Ana Castela, e “Seu brilho sumiu”, de Israel & Rodolffo e Mari Fernandez.
Já entre os álbuns mais populares, três de cinco são de duplas do gênero musical: “Escolhas, Vol. 2”, de Zé Neto & Cristiano, na primeira posição, seguido por “Let’s Bora, Vol. 2”, de Israel & Rodolffo e “Manifesto musical”, de Henrique & Juliano em quarto lugar.
Veja os rankings do Spotify no Brasil em 2023 Top 5 artistas mais escutados no Spotify no Brasil em 2023
Ana Castela Henrique & Juliano MC Ryan SP Marília Mendonça Jorge & Mateus Top 5 músicas mais escutadas no Spotify no Brasil em 2023
“Nosso quadro”, de Ana Castela “Leão”, de Marília Mendonça “Erro gostoso”, de Simone Mendes “Bombonzinho”, de Israel & Rodolffo e Ana Castela “Seu brilho sumiu”, de Israel & Rodolffo e Mari Fernandez Top 5 álbuns mais escutados no Spotify no Brasil em 2023
“Escolhas, Vol. 2”, de Zé Neto & Cristiano “Let’s bora, Vol. 2”, de Israel & Rodolffo “Dos prédios deluxe”, de Veigh “Manifesto musical”, de Henrique & Juliano “Dos prédios”, por Veigh Top 5 gêneros musicais mais escutados no Spotify no Brasil em 2023
Sertanejo Arrocha Pop Funk Trap brasileiro Top 5 podcasts mais escutados no Spotify no Brasil em 2023
“Podpah” “Mano a mano” “Café da manhã” “Psicologia na prática” “Não Inviabilize”
Os deputados federais aprovaram nesta quarta-feira, 29, o projeto de lei que torna o Dia da Consciência Negra feriado nacional. Foram 286 votos a favor, 121 contra e duas abstenções. A proposta já havia sido aprovada pelo Senado, em 2021, e vai agora para sanção do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, após atuação da bancada negra, criada recentemente na Câmara. “Não foi por acaso que a bancada negra da Câmara dos Deputados decidiu iniciar seus esforços de combate ao racismo e de promoção da igualdade racial pela criação de um feriado nacional. Talvez pareça a muitos uma iniciativa menor, meramente simbólica. Mas não o é. Porque símbolos são importantes”, justificou a relatora, deputada Reginete Bispo (PT-RS).
O PL e o Novo foram os únicos partidos que orientaram seus parlamentares a rejeitar o projeto. Na semana passada, integrantes da nova bancada negra pediram ao presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), que desse prioridade ao texto. Atualmente, dia 20 de novembro é feriado em apenas seis Estados.
Coordenador-geral da bancada negra, o deputado Damião Feliciano (União Brasil-PB) afirmou na semana passada que o grupo “não é da esquerda nem da direita”. Ele também ressaltou que a direção da bancada é formada por políticos de todas as matizes ideológicas, do PT ao PL e do União Brasil ao PSOL.
O deputado do União foi eleito por aclamação para coordenar a bancada por um período de um ano. As vice-coordenadoras serão as deputadas Benedita da Silva (PT-RJ), Silvia Cristina (PL-RO) e Taliria Petrone (PSOL-RJ). Segundo Damião Feliciano, a intenção da bancada, ao ter lugar no Colégio de Líderes da Câmara, é ter resultados concretos na redução das desigualdades raciais e no combate ao preconceito.
“Se a gente fizer uma lei por ano que melhore a questão da igualdade racial, estamos satisfeitos. Se forem duas leis, melhor ainda”, disse Feliciano, em uma entrevista coletiva no dia da Consciência Negra. “Queremos resultado, transformação. É uma política não só de resgate da História, mas de justiça”, emendou. “A bancada negra não é da esquerda nem da direita”, afirmou o deputado, ao apresentar Silvia Cristina como representante da direita e Taliria Petrone e Benedita da Silva, da esquerda.
“Não temos nenhuma preocupação com divergências, porque a gente não vai divergir entre nós, vamos incluir a todos em um projeto de País”, respondeu o líder do PSD na Câmara, Antonio Brito (BA), ao ser questionado na semana passada sobre possíveis discordâncias internas devido às diferenças ideológicas.
Brito foi o relator do projeto de resolução que criou a bancada negra. “É ter a total consciência de que brancos e pretos são iguais. Queremos a igualdade, homens e mulheres negros estão sub-representados na política, e nós vamos mudar isso a partir dessa bancada negra”, declarou o líder do PSD.
Taliria Petrone, por sua vez, disse semana passada que não há democracia possível quando parte da população “não cabe” nela. “Não é um detalhe para a democracia brasileira a gente ter agora uma bancada negra institucionalmente representando a Câmara”, afirmou a deputada, que foi autora do projeto de resolução em conjunto com Damião Feliciano. “Isso é histórico, é o reconhecimento deste Parlamento de que há racismo no Brasil, mas, mais do que isso, um anúncio de que este Parlamento está pronto para atender as demandas da população negra”, acrescentou.
A criação da bancada negra foi aprovada no último dia 1º pelo plenário da Câmara. Na ocasião, o único partido contrário foi o Novo. O PL liberou seus parlamentares para votar como quisessem e todas as outras siglas orientaram seus deputados a apoiar o projeto. Nos moldes da bancada feminina, o grupo tem assento no Colégio de Líderes e direito a cinco minutos semanais de fala na tribuna. Não há aumento de gastos da casa legislativa.
São 31 deputados que se autodeclaram pretos e 91 que se identificam com a cor parda. O cálculo é de que a bancada negra, com cerca de 130 integrantes, corresponde a aproximadamente 24% dos 513 parlamentares da Câmara.
Ao argumentar no plenário a favor da criação da bancada negra, em 1º de novembro, Antonio Brito disse que o movimento era coerente com uma emenda constitucional aprovada pelo Congresso em 2021 que determinou que os votos dados a candidaturas de mulheres ou negros nas eleições realizadas de 2022 a 2030 contarão em dobro para fins de distribuição dos recursos dos fundos eleitoral e partidário entre os partidos.
“Esse gesto não é contra ninguém, é a favor de todos nós. Esse gesto é a demonstração de que nós não podemos só ver pretos e pretas para ter fundo eleitoral de partido, nem para PEC de anistia para partido que não cumpre. Nós queremos ver pretos e pretas compondo esta Casa e honrando o nosso País”, declarou Brito, na ocasião, em referência a uma proposta que avançou na Câmara este ano para anistiar partidos que não cumpriram a destinação mínima de recursos dos fundos eleitoral e partidário para candidaturas de negros e mulheres.