19 países em 8 meses: por que Lula viaja tanto?

No lobby do hotel The Leonardo, em Johanesburgo, na África do Sul, a língua mais falada por ali na terceira semana de agosto era português e não inglês, um dos idiomas oficiais do país.

Quem subisse as escadas rolantes para chegar ao local daria de cara com dezenas de brasileiros — jornalistas e integrantes da equipe do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que estava no país para participar da 15ª Cúpula do Brics.

A cena se repetiu praticamente de forma idêntica em todos os outros países que Lula visitou nos primeiros oito meses de seu terceiro governo.

Nesse período, Lula viajou para 19 países. O número iguala o recorde também registrado pelo petista no primeiro ano de seu segundo mandato, em 2007 (veja dados abaixo).

E agora, assim como naquela época, a quantidade de viagens feitas por Lula virou alvo de críticas tanto de integrantes da oposição quanto dentro do governo e levanta a seguinte questão: por que Lula tem viajado tanto?

Especialistas ouvidos pela BBC News Brasil avaliam que a quantidade de viagens de Lula ao exterior nesses primeiros oito meses é resultado de uma soma de fatores que incluem: uma espécie de demanda reprimida em relação à atuação do Brasil na esfera internacional durante o mandato do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e o perfil pessoal de Lula, que demonstraria mais interesse no assunto.

Eles ponderam, no entanto, que se de um lado as viagens do presidente podem “abrir portas” e gerar oportunidades no exterior, por outro elas podem dar margem a críticas internas e externas.

Recorde

Levantamento feito com base na agenda pública de Lula mostra que, entre janeiro e o fim de agosto, ele visitou 19 países. Entre eles, estão nações como Argentina, Estados Unidos, China e países do continente africano como Angola e África do Sul.

Com base em dados da Presidência da República, a BBC News Brasil verificou que esse é o maior número de países visitados por um presidente nos oito meses do seu primeiro ano de mandato desde a redemocratização do país, em 1985.

Ainda de acordo com o levantamento, o número foi o mesmo registrado para o período no primeiro ano do segundo mandato, em 2007.

Em 2003, quando assumiu o governo pela primeira vez, Lula visitou 13 países no período.

Entre os presidentes que mais viajaram nos primeiros oito meses de seus primeiros anos de mandato estão Dilma Rousseff (PT), que presidiu o Brasil entre 2011 e 2016, e Fernando Henrique Cardoso (PSDB), que comandou o país entre 1995 e 2002. Nenhum dos dois, no entanto, atingiu as marcas de Lula.

Entre janeiro e agosto de 1995, Fernando Henrique Cardoso viajou a nove países. No mesmo período de 1999, já em seu segundo mandato, o então presidente viajou para oito países.

Dilma Rousseff, por sua vez, foi a menos destinos que Lula e Fernando Henrique Cardoso. Entre janeiro e agosto de 2011, ela viajou para seis países. Em 2015, ela foi a nove.

Demanda reprimida e ‘diplomacia presidencial’
Especialistas ouvidos pela BBC News Brasil avaliam que o volume de compromissos internacionais de Lula pode ser explicado por dois fatores principais:

A necessidade, segundo alguns analistas, de reposicionar o Brasil no cenário internacional após a gestão de Bolsonaro;
O perfil do presidente Lula, que demonstra mais interesse na política externa que alguns de seus antecessores.
“Uma das razões para que ele (Lula) faça tantas viagens está relacionada à necessidade de recolocar o Brasil no mapa do mundo após quatro anos de uma política externa errática e com algumas questões problemáticas como a de Bolsonaro”, diz Fernanda Magnotta, professora de Relações Internacionais na FAAP.

A política externa de Bolsonaro foi marcada por fatos como o fechamento do acordo comercial entre o Mercosul e a União Europeia, em 2019, um alinhamento político intenso com a administração do agora ex-presidente norte-americano Donald Trump e por polêmicas na relação do presidente com países como a França e a China.

“Qualquer outra liderança sem ser Lula teria que ir nessa direção porque era uma necessidade do Brasil”, afirma Magnotta.

O diplomata Rubens Barbosa segue a mesma linha de Magnotta e diz que as viagens de Lula nos primeiros meses de seu mandato precisa ser colocada em contexto.

“É preciso contextualizar e ver que Bolsonaro, por exemplo, fez o caminho inverso. Ele não viajou, não se inseriu internacionalmente. Vejo esse movimento de Lula como normal, especialmente nesse início de governo”, afirmou.

Diplomatas ouvidos pela BBC News Brasil em caráter reservado apontam ainda que haveria uma espécie de “demanda reprimida” entre os países da comunidade internacional interessados em se aproximar do Brasil que não havia sido atendida nos últimos anos.

Um dos dados que corroboraria essa tese é a quantidade de líderes internacionais com quem Lula se encontrou nos primeiros oito meses de seu novo mandato.

Até agosto, Lula já teve reuniões bilaterais com 48 chefes de Estado ou de governo, segundo dados do Ministério das Relações Exteriores (MRE).

Segundo um levantamento feito pelo jornal O Globo publicado em maio, Bolsonaro se reuniu com 31 em seus quatro anos de governo.

Diplomacia presidencial
O outro ponto citado pelos especialistas ouvidos pela BBC News Brasil para explicar a quantidade de viagens de Lula nos primeiros meses de seu novo governo é o que os estudiosos de política externa chamam de diplomacia presidencial.

“A diplomacia presidencial é aquela marcada pela pretensão do líder em se envolver diretamente em negociações internacionais com outras lideranças sem utilizar, necessariamente, o intermédio de ministros e diplomatas”, explica Fernanda Magnotta.

Cientistas políticos e acadêmicos do campo das relações internacionais também ponderam que o exercício da diplomacia presidencial pode refletir de forma mais ou menos acentuada características ou interesses pessoais do governante.

Dessa forma, líderes mais interessados em política externa tenderiam a ter uma atuação mais forte em fóruns multilaterais, enquanto outros, mais preocupados com questões domésticas, adotariam um perfil diferente.

Os acadêmicos avaliam também que a diplomacia presidencial pode, em alguma medida, gerar descontinuidade de projetos ou mudanças abruptas de prioridade a cada mudança de governo, especialmente em países nos quais os poderes do governante são maiores, como normalmente acontece nos regimes presidenciais.

“Isso (relações internacionais) é visto por líderes, e Lula é um deles, como uma forma de aumentar a visibilidade do país e do seu governo no cenário internacional para defender os interesses da nação com a máxima efetividade simbólica”, diz Magnotta.

Especialistas ouvidos pela BBC News Brasil apontam que Lula já havia demonstrado interesse em política externa nos seus dois primeiros mandatos (2003 a 2006 e 2007 a 2010). Por isso, o foco de Lula em uma agenda repleta de compromissos internacionais não chegou a surpreender os analistas ouvidos.

“Lula já havia feito isso no passado. Essas viagens todas são uma decorrência da forma como o presidente vê qual é o papel que o país deve desempenhar. Ele está aproveitando a visibilidade internacional que tem”, afirmou o diplomata Rubens Barbosa.

Segundo Fernanda Magnotta, a intensidade das viagens de Lula também têm relação com a sua visão de mundo.

“Lula parece acreditar que é do interesse do Brasil se colocar como um ator global e não apenas uma potência média ou regional. Um ator global interessado em rever a ordem internacional”, diz a professora.

Em entrevista à BBC News Brasil em agosto, o professor de Relações Internacionais da Fundação Getulio Vargas (FGV) Oliver Stuenkel disse ver que há um esforço em curso do governo brasileiro para aumentar a influência global do país.

“Há um esforço claro de querer ampliar a visibilidade e influência do Brasil sobretudo depois de 10 anos que inviabilizaram uma atuação do Brasil na arena internacional”, disse Stuenkel.

Com esse objetivo em mente, as viagens de Lula ao exterior seriam uma forma de atingir essa meta.

Oportunidades, críticas e riscos
Fernanda Magnotta aponta que a presença de Lula em tantos eventos internacionais pode representar algumas oportunidades ao Brasil.

“A principal vantagem de uma agenda tão intensa é o aumento da visibilidade global. Quando temos um presidente ativo internacionalmente, isso pode atrair investimentos, oportunidades e aumentar as chances de haver articulações políticas com outros países”, disse a professora.

A quantidade de viagens de Lula, no entanto, passou a ser alvo de críticas de oposicionistas poucos meses após ele iniciar o seu mandato.

Uma das críticas é de que Lula estaria supostamente mais interessado em temas internacionais como a guerra na Ucrânia (suas intervenções sobre o assunto geraram polêmica) do que em questões domésticas, como a dificuldade do governo de montar uma base parlamentar sólida ou a política econômica.

“Um foco excessivo na política externa traz consigo alguns riscos. Muita gente vai dizer, por exemplo, que a agenda externa gera uma desatenção para as questões internas do país”, explica Fernanda Magnotta.

E Rubens Barbosa diz: “Até agora, o governo conseguiu aprovar seus projetos, mas se alguma reforma importante empacar, o presidente poderá ser alvo de críticas mais pesadas por conta dessa agenda internacional”.

Um dos problemas mais recorrentes do atual governo é sua sustentação parlamentar no Congresso Nacional.

Apesar de o governo vir conseguindo aprovar a maior parte dos seus projetos como o novo arcabouço fiscal e a primeira parte da reforma tributária, analistas políticos avaliam que Lula ainda não tem uma base sólida e que depende de negociações pontuais para conseguir fazer avançar a sua agenda.

Na tentativa de ampliar sua base, o governo vem promovendo mudanças no comando de ministérios. Nos últimos meses, o deputado federal Celso Sabino (União Brasil-PA) assumiu a pasta do Turismo após a saída de Daniela Carneiro.

Há ainda a expectativa de uma reforma ministerial nos próximos dias, mas que vem sendo adiada e parte desse atraso vem sendo atribuído à agenda internacional de Lula nos últimos meses.

O deputado federal Rogério Correia (PT-MG), um dos vice-líderes do governo na Câmara dos Deputados, admitiu à BBC News Brasil que houve, nos primeiros meses do governo, certa preocupação com relação a como as viagens de Lula poderiam afetar a capacidade de articulação política da atual administração.

Ele diz que um ponto de atenção foi a tramitação da medida provisória que determinou a atual organização dos ministérios do governo Lula.

Em maio, a tramitação da MP começou a preocupar o governo depois que membros do chamado Centrão, que lideravam esse processo, inseriram mudanças como a retirada de poderes dos ministérios dos Povos Indígenas (MPI) e do Ministério do Meio Ambiente (MMA).

Em meio ao impasse, os dias foram se passando sem que o governo conseguisse chegar a um acordo. O risco era que, se a MP não fosse votada e convertida em lei até os primeiros dias de junho, ela perderia validade e a estrutura dos ministérios do governo Lula teria que ser a mesma herdade do governo Bolsonaro.

O problema é que em maio, enquanto as negociações no Congresso Nacional iam a todo vapor e o governo encontrava resistências, Lula cumpria uma intensa agenda internacional visitando o Reino Unido, Japão, Itália e Vaticano.

Nos bastidores, até mesmo integrantes do governo reclamaram da dificuldade em alinhar os termos da negociação com o Centrão enquanto o presidente estava fora do país.

A MP acabou sendo aprovada no último dia antes de perder a validade e com a perda de atribuições do MPI e do MMA.

“Ali, a gente ficou um pouco preocupado”, lembra o deputado. “O problema não eram as viagens, mas a qualidade do tempo que se dedicava à articulação. Mas isso já foi resolvido. Quando está em Brasília, o presidente tem se dedicado mais à articulação. E quando está fora, os temas domésticos também são repassados a ele diretamente”, diz o parlamentar.

Fernanda Magnotta diz que outro ponto de tensão quando um governo assume uma política externa tão movimentada é com relação à expectativa do seu resultado e o potencial de polarização política.

“Na medida em que há um aumento desses compromissos, também aumentam as expectativas e, por consequência, as cobranças e as frustrações. O risco dessa diplomacia intensiva está ligado às entregas que ela será capaz de fazer e da possibilidade de uso político de tudo o que é decidido como elemento que incentive a polarização política que já existe no país”, diz a professora.

O senador e líder da oposição no Senado, Rogério Marinho (PL-RN), critica, por exemplo, a condução da política externa de Lula.

“Durante o governo Bolsonaro, nós fechamos o acordo comercial entre Mercosul e União Europeia e, agora, o acordo está parado. Além disso, o presidente Lula vem dando declarações equivocadas sobre a guerra na Ucrânia”, diz Marinho.

Freio
Integrantes do governo apontam que o ritmo de viagens de Lula nos próximos meses deverá diminuir. Após as idas à Índia para a reunião do G20, grupo das 20 maiores economias do mundo, Cuba e Estados Unidos (para a Assembleia Geral da ONU), Lula fará uma pausa para se submeter a uma cirurgia no quadril.

Há meses, o presidente vem sofrendo com dores crônicas na região. A cirurgia está prevista para acontecer no final de setembro ou início de outubro e deverá lhe obrigar a ficar em recuperação por algumas semanas.

A possível próxima viagem internacional de Lula em 2023 é a ida para a COP-28 (Conferência das Nações Unidas para o Clima), entre novembro e dezembro, nos Emirados Árabes Unidos.

BBC

Postado em 8 de setembro de 2023

Rivotril: os alertas sobre uso contínuo de remédio ‘para emergência’

Disponíveis nas farmácias desde os anos 1960, os benzodiazepínicos — classe de drogas da qual fazem parte o clonazepam, o diazepam e o lorazepam, por exemplo — surgiram como uma esperança de tratar ansiedade, fobia social, epilepsia, entre outros quadros psiquiátricos, com menos risco de efeitos colaterais graves.

Passadas algumas décadas, porém, a prática mostrou que o uso dessas medicações, das quais o Rivotril é a marca comercial mais famosa, requer alguns cuidados básicos.

O principal deles está em limitar o consumo desses comprimidos a períodos mais curtos, de poucos dias, ou apenas em situações de emergência, segundo especialistas.

“Em suma, os benzodiazepínicos não são nem venenos, nem panaceias universais”, resume o psiquiatra Márcio Bernik, coordenador do Programa de Transtornos de Ansiedade do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas de São Paulo (IPq-FMUSP).

A atenção extra na hora de prescrever e orientar o uso adequado desses remédios tem a ver com o risco de abuso, tolerância e dependência, apontam os entrevistados.

Se Rivotril e outros remédios do grupo são tomados de forma contínua, por várias semanas, meses ou até anos, o paciente precisará de doses cada vez maiores para obter o mesmo efeito — além de criar um perigoso vínculo emocional entre a melhora dos sintomas e a necessidade de se medicar com frequência.

Procurada pela reportagem, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) informou que mais de 65 milhões de unidades de clonazepam (Rivotril) foram vendidas no Brasil em 2022.

A seguir, você entende como essas substâncias agem no corpo e produzem uma sensação de calmaria — e quais são as situações em que elas realmente estão indicadas, segundo especialistas e bula do medicamento.

Neurônios excitados e inibidos

Bernik lembra que, ao longo da História, a humanidade sempre buscou e usou substâncias com efeito sedativo.

“Desde o tempo de xamãs e curandeiros, as pessoas têm uma demanda por produtos que aliviam a dor, auxiliem na interação social, facilitem o sono ou aplaquem a ansiedade.”

Durante boa parte dos séculos 19 e 20, os principais ansiolíticos disponíveis eram os barbitúricos — o antigo gardenal talvez seja o representante mais conhecido dessa classe.

“Esses medicamentos eram consumidos em excesso, mesmo numa época em que já se sabia que eles estavam relacionados a envenenamento e alto risco de morte”, lembra o psiquiatra.

Uma das vítimas do abuso de barbitúricos foi a atriz e modelo americana Marilyn Monroe (1926-1962).

O desenvolvimento e a popularização dos benzodiazepínicos a partir dos anos 1960, então, representou um grande alívio. “O principal aspecto positivo desses remédios é a segurança, ainda mais quando os resultados deles são comparados aos barbitúricos”, diz Bernik.

Mas como essa classe de ansiolíticos funciona? O farmacêutico André Bacchi, professor da Universidade Federal de Rondonópolis, no Mato Grosso, explica que os neurônios funcionam por meio de impulsos elétricos — e é justamente na brecha entre uma célula nervosa e outra que esses fármacos agem.

“Nesse espaço entre os neurônios, conhecido como fenda sináptica, os sinais elétricos são transformados em sinais químicos, mediados por neurotransmissores”, aponta ele.

De forma geral, essas substâncias produzidas pelo organismo têm dois efeitos principais: algumas geram excitação e estímulo, enquanto outras funcionam como inibidores e redutores da atividade cerebral.

Vamos focar na parte inibitória desse sistema, pois é aqui que os benzodiazepínicos atuam.

O principal neurotransmissor responsável por “frear” o sistema nervoso é o ácido gama-aminobutírico, ou Gaba na sigla em inglês.

“O Gaba se liga a receptores dos neurônios, que funcionam como um portão na membrana celular. Essa conexão permite a entrada de íons de cloro, que têm carga elétrica negativa e vão diminuir a atividade da célula”, detalha Bacchi.

Mas o que Rivotril e companhia têm a ver com esse sistema? Quando uma pessoa está numa crise de ansiedade ou de epilepsia, por exemplo, o sistema nervoso está excitado além da conta — é por isso que surgem sintomas como o nervosismo exacerbado, a crise emocional ou até o descontrole dos músculos (no caso de uma convulsão).

“Os benzodiazepínicos se ligam nas células nervosas e aumentam a afinidade dos receptores pelo Gaba”, aponta o farmacêutico.

Com isso, a ação inibitória desse neurotransmissor é reforçada — e o sistema nervoso tende a entrar nos eixos novamente.

Outra coisa que chama a atenção nessa classe farmacêutica é a rapidez. Os efeitos sedativos podem ser sentidos poucos minutos depois que o comprimido é ingerido (ou colocado debaixo da língua).

Ação generalizada
Bernik destaca que o sistema Gaba responde por 40% de todos os neurônios do cérebro. Na prática, isso significa que a ação dos benzodiazepínicos acontece praticamente em todos os cantos da massa cinzenta.

“Isso leva a uma miríade de efeitos, que vão dos esperados aos indesejados”, aponta o psiquiatra.

Ou seja, a pessoa se sente mais calma, mas também vai ter sono, reage menos aos estímulos externos, fica com os músculos muito relaxados, perde uma parte da memória daquele período… Afinal, falamos de remédios com um efeito sedativo de amplo espectro.

E isso já demanda um cuidado: como descrito em bula, benzodiazepínicos lentificam as reações, então o paciente não deve dirigir ou operar máquinas pesadas durante o tratamento.

O álcool também é contraindicado, pois as bebidas podem intensificar o efeito sedativo — sob risco até de parada cardiovascular ou respiratória, coma e morte.

Outro alerta relacionado aos remédios desta classe tem a ver com o risco de tolerância e dependência. “O uso contínuo dos benzodiazepínicos leva à perda do efeito terapêutico. Com isso, é necessário aumentar a dose necessária com relativa rapidez”, diz Bacchi.

De acordo com o farmacêutico, é possível notar sintomas de abstinência em paciente que utiliza Rivotril e outros medicamentos do grupo por mais de quatro semanas consecutivas.

“Trata-se de uma questão química do cérebro. Quando tomado de forma constante, o remédio gera uma espécie de deformação nos receptores dos neurônios, que ficam menos sensíveis à ação dele”, detalha Bernik.

Ponderações feitas, quais são as situações em que os benzodiazepínicos podem ser usados com eficácia e segurança?

Casos de emergência
Na bula do clonazepam, não há menção específica ao tempo limite de uso. Para cada doença (como crises epilépticas, espasmos infantis, transtornos de ansiedade e de humor, síndromes psicóticas, entre outros), há uma indicação específica, e os fabricantes dizem que o uso contínuo, ou a prescrição de uma “dose de manutenção” depende do “critério médico”.

Bernik diz que essa classe de sedativos não aparece mais como a linha inicial de cuidados contra diversas doenças psiquiátricas.

“O principal erro é prescrevê-lo como tratamento único ou como a primeira opção terapêutica”, diz o médico.

“Para as fobias, é preciso testar a terapia cognitivo comportamental antes. Para o transtorno de pânico, dá para tentar um antidepressivo em baixa dose mais a psicoterapia. Mesmo para a ansiedade, é possível recorrer aos antidepressivos de baixa dosagem”, exemplifica ele.

O psiquiatra aponta que, neste contexto, os benzodiazepínicos trazem um alívio inicial e momentâneo. “Eles podem ajudar no período de duas a três semanas em que os antidepressivos demoram para começar a fazer efeito.”

“Mas o paciente precisa entender que, depois disso, esse medicamento será retirado”, pontua Bernik.

O psiquiatra relata ter atendido vários pacientes que consomem esses comprimidos há anos e nunca receberam a orientação adequada de quando e como abandoná-los.

“Certa vez, uma paciente me contou que tomava diazepam porque teve uma discussão muito pesada com o marido, e logo depois eles se separaram. Daí ela foi a um posto de saúde e recebeu a prescrição desse medicamento”, relata.

“Só que isso aconteceu em 1968 e ela continuou a tomar o remédio por décadas.”

Em casos como o dessa paciente, porém, não é indicado fazer a retirada repentina da medicação, segundo os especialistas.

O ideal é buscar um médico para prescrever uma espécie de “desmame”, em que as doses são diminuídas aos poucos, ao longo do tempo, para que os sintomas de abstinência não sejam tão bruscos.

Bacchi reforça a ideia de que os benzodiazepínicos são um recurso de emergência.

“Falamos aqui de medicamentos para uso pontual. Eles não tratam o transtorno em si, apenas aliviam os sintomas de uma crise”, diferencia ele.

“Agora, se as crises acontecem o tempo todo e você precisa recorrer às drogas de emergência todos os dias, há algo de errado e é necessário buscar uma avaliação de um especialista”, pondera Bernik.

O que dizem as farmacêuticas
A BBC News Brasil procurou as farmacêuticas responsáveis pelas marcas citadas ao longo da reportagem para perguntar sobre as ações do medicamento, indicações de uso e efeitos colaterais.

Em nota, a Roche disse que o Rivotril, que foi desenvolvido pela farmacêutica, é “indicado para tratar crises epilépticas, espasmos infantis (síndrome de West), transtornos de ansiedade e de humor, síndromes psicóticas, das pernas inquietas, do equilíbrio e da boca ardente e vertigem, conforme previsto em bula”.

Em janeiro de 2021, a empresa “iniciou o processo de transferência dos direitos relacionados ao clonazepam (Rivotril) globalmente”. Segundo a famarcêutica, no Brasil, esta ação foi concluída em julho do mesmo ano, com a transferência realizada para a empresa Blanver Farmoquímica e Farmacêutica S.A.

“Em tempo, esclarecemos que, devido à validade dos últimos lotes do medicamento produzidos pela Roche, é possível encontrar unidades remanescentes de clonazepam com a embalagem da farmacêutica suíça em alguns pontos de venda”, conclui o texto.

Até a publicação desta reportagem, a Blanver não havia respondido os contatos feitos pelo site oficial da empresa.

Bernik lembra que o tratamento da ansiedade, da depressão e de outras condições psiquiátricas ainda é muito afetado pela forma como esses quadros — e os tratamentos para amenizá-los — são estigmatizados.

“A sociedade precisa aceitar de uma vez por todas que as doenças mentais são reais. Não se trata de ‘mimimi’ ou frescura”, diz ele.

“O estresse psicossocial tem um efeito na saúde e precisamos encontrar formas de lidar com isso”, conclui o especialista.

BBC

Postado em 8 de setembro de 2023

Cientistas criam modelo de embrião humano sem usar espermatozoide ou óvulo

Cientistas desenvolveram um organismo que se assemelha a um embrião humano em fase inicial, sem usar espermatozoides, óvulos ou um útero.

A equipe do Instituto Weizmann, em Israel, afirma que seu “modelo de embrião”, feito a partir de células-tronco, parece um exemplo perfeito de um embrião real de 14 dias de idade.

Ele até liberou hormônios que deram positivo para gravidez em um teste no laboratório.

A ambição dos modelos embrionários é fornecer uma forma ética de compreender os primeiros momentos das nossas vidas.

As primeiras semanas após um espermatozoide fertilizar um óvulo é um período de mudanças dramáticas – de uma coleção de células indistintas para algo que eventualmente se torna reconhecível em um ultrassom.

Este momento é crucial para a ocorrência de muitos dos abortos espontâneos e defeitos congênitos, mas é pouco compreendido.

“É uma caixa-preta e isso não é um clichê. Nosso conhecimento é muito limitado”, diz o professor Jacob Hanna, do Instituto Weizmann de Ciência, por videochamada.

Material inicial
A pesquisa com embriões é legal, ética e tecnicamente complicada. Mas existe agora um campo em rápido desenvolvimento que imita o desenvolvimento natural do embrião.

Esta pesquisa, publicada na revista Nature, é descrita pela equipe israelense como o primeiro modelo de embrião “completo” que imita todas as estruturas-chave que surgem no embrião em fase inicial.

“Esta é realmente uma imagem perfeita de um embrião humano de 14 dias”, diz Hanna, o que “nunca foi feito antes”.

Em vez de espermatozoide e óvulo, o material inicial foram células-tronco imaturas que foram reprogramadas para ganhar o potencial de se tornarem qualquer tipo de tecido no corpo.

Produtos químicos foram então usados para estimular essas células-tronco a se tornarem quatro tipos de células encontradas nos estágios iniciais do embrião humano:

células epiblásticas, que se tornam o embrião propriamente dito (ou feto);
células trofoblásticas, que se tornam a placenta;
células hipoblásticas, que se tornam o saco vitelino de suporte;
células extraembrionárias do mesoderma
Depois, 120 destas células foram misturadas numa proporção precisa. Em seguida, os cientistas param e observam.

Cerca de 1% da mistura iniciou a jornada de espontaneamente se transformar em uma estrutura que se assemelha, mas não é idêntica, a um embrião humano.

“Dou grande crédito às células – é preciso trazer a mistura certa e ter o ambiente certo e tudo acontece”, diz Hanna. “É um fenômeno incrível.”

Os modelos de embriões puderam crescer e se desenvolver até serem comparáveis a um embrião de 14 dias após a fertilização. Em muitos países, este é o limite legal para a pesquisa normal em embriões.

Na entrevista por videochamada, tarde da noite, é possível ouvir a paixão na voz do professor Jacob Hanna, enquanto ele faz um tour em 3D pela “arquitetura requintada” do modelo de embrião.

Pode-se ver o trofoblasto, que normalmente se tornaria a placenta, envolvendo o embrião. E isso inclui as cavidades – chamadas lacunas – que se enchem de sangue da mãe para transferir nutrientes ao bebê.

Existe um saco vitelino, que desempenha algumas das funções do fígado e dos rins, e um disco embrionário bilaminar – uma das principais características desta fase do desenvolvimento embrionário.

‘Tudo faz sentido’
A expectativa é que modelos de embriões possam ajudar os cientistas a explicar como são criados diferentes tipos de células, além de observar os primeiros passos na construção dos órgãos do corpo e compreender o desenvolvimento de doenças hereditárias ou genéticas.

Este estudo já mostra que outras partes do embrião não se formarão a menos que as primeiras células da placenta possam cercá-lo.

Fala-se até em melhorar as taxas de sucesso da fertilização in vitro (FIV), ajudando a compreender porque alguns embriões não se desenvolvem ou usar modelos para testar se medicamentos são seguros durante a gravidez.

O professor Robin Lovell Badge, que pesquisa o desenvolvimento de embriões no Instituto Francis Crick, diz que estes modelos de embriões “parecem muito bons” e aparentam ser “bastante normais”.

“Acho que é bom, acho que foi muito bem feito, tudo faz sentido e estou bem impressionado”, diz ele.

Mas o atual índice de acerto de apenas 1% precisaria ser melhorada, acrescenta. Fica difícil entender o que acontece de errado no aborto espontâneo ou na infertilidade se o modelo não conseguir se formar na maior parte do tempo.

Legalmente distinto
O trabalho também levanta a questão se o desenvolvimento do embrião poderia ser imitado após a fase de 14 dias.

Isto não seria ilegal, pelo menos no Reino Unido, uma vez que os modelos de embriões são legalmente distintos dos embriões.

“Alguns irão ver isso com bons olhos, mas outros não vão gostar”, diz Lovell-Badge.

Alfonso Martinez Arias, professor do departamento de ciências experimentais e da saúde da Universidade Pompeu Fabra (Espanha), diz que se trata de “uma pesquisa muito importante”.

“O trabalho conseguiu, pela primeira vez, uma construção fiel da estrutura completa [de um embrião humano] a partir de células-tronco” em laboratório, “abrindo assim a porta para estudos dos eventos que levam à formação do projeto corporal humano”, diz ele.

Os pesquisadores destacam que seria antiético, ilegal e, na verdade, impossível conseguir uma gravidez utilizando estes modelos de embriões. Formar as 120 células estaria além do ponto em que um embrião poderia implantar-se com sucesso no colo do útero.

terra

Postado em 8 de setembro de 2023

Governo federal reconhece estado de calamidade de 79 cidades no RS

O Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional (MIDR) reconheceu nesta quinta-feira (7) estado de calamidade pública de 79 cidades do Rio Grande do Sul. Segundo a pasta, a medida visa agilizar o atendimento da Defesa Civil Nacional e dos órgãos competentes à população do Rio Grande do Sul afetada pela passagem de um ciclone extratropical nesta semana. Segundo a Defesa Civil estadual, 79 municípios foram atingidos, com mais de 1,6 mil pessoas desabrigadas, 3 mil desalojadas e mais de 52 mil afetadas de alguma forma. O número de mortos já chega a 39.

Com o estado de calamidade, os municípios poderão solicitar recursos para o atendimento de primeira hora à população afetada. Eles também poderão apresentar planos de trabalho para reconstrução das áreas atingidas. Os recursos servem para socorro, assistência às vítimas, restabelecimento de serviços essenciais e reconstrução de infraestrutura destruída ou danificada, como estradas.

O ministério informou que a solicitação deve ser feita por meio do Sistema Integrado de Informações sobre Desastres (S2iD) Com base nas informações enviadas, a Defesa Civil Nacional avalia as metas e os valores solicitados. Com a aprovação, é publicada portaria no DOU com o valor a ser liberado.

De acordo com a pasta, equipes da Defesa Civil Nacional estão no Rio Grande do Sul desde segunda-feira (4), dando apoio às prefeituras das cidades atingidas na elaboração dos pedidos de reconhecimento de situação de emergência e de repasse de recursos para assistência humanitária e restabelecimento dos serviços essenciais.

As cidades que tiveram o estado de calamidade reconhecido são: Água Santa; André da Rocha; Arroio do Meio; Bento Gonçalves; Boa Vista das Missões; Boa Vista do Buricá; Bom Jesus; Bom Retiro do Sul; Cachoeira do Sul; Cachoeirinha; Camargo; Campestre da Serra; Candelária; Carlos Barbosa; Casca; Caxias do Sul; Chapada; Charqueadas; Ciríaco; Colinas; Coqueiros do Sul; Cotiporã; Coxilha; Cruz Alta; Cruzeiro do Sul; David Canabarro; Encantado; Erechim; Espumoso; Estação; Estrela; Eugênio de Castro; Farroupilha; Getúlio Vargas; Ibiraiaras; Imigrantes; Ipê; Itapuca; Jacuizinho; Jaguarí; Lagoão; Lajeado; Lajeado do Bugre; Mato Castelhano; Marau, Montauri; Montenegro; Muçum; Muliterno; Nova Araçá; Nova Bassano; Nova Roma do Sul; Novo Hamburgo; Palmeiras das Missões; Panambi; Paraí; Passo Fundo; Protásio Alves; Roca Sales; Sagrada Família; Santa Maria; Santa Tereza; Santo Ângelo; Santo Antônio do Palma; Santo Cristo; Santo Expedito do Sul; São Domingos do Sul; São Jerônimo; São Jorge; São Nicolau; São Sebastião do Caí; Sapiranga; Sarandi; Sede Nova; Serafina Corrêa; Sertão; Taquari; Vacaria e Vanini.

EBC

Postado em 8 de setembro de 2023

Nova York será ‘destruída’ pela imigração, diz prefeito

“A imigração destruirá Nova York”, alertou o prefeito democrata Eric Adams, cuja cidade recebe mensalmente mais de 10.000 solicitantes de asilo.

“Nunca na minha vida tive um problema para o qual não visse o fim. Não vejo um fim para isso”, disse ele em um debate público na quarta-feira (6) à noite, respondendo a perguntas de nova-iorquinos, junto com sua equipe de governo.

Mais de 110.000 pessoas chegaram à capital financeira e turística, que tem 8,5 milhões de habitantes, em busca de asilo nos últimos 18 meses, muitas delas enviadas por governadores republicanos de estados fronteiriços, em protesto contra a política de imigração do governo federal do democrata Joe Biden.

Até agora, a maioria vinha de vários países, especialmente da Venezuela, e nas últimas semanas se somaram imigrantes do Equador e da África Ocidental. Também estão chegando imigrantes de língua russa, que entram pelo México, disse o prefeito. Sua cidade é obrigada por lei a fornecer abrigo, comida e assistência médica a todos que solicitam.

Este ex-policial afro-americano vem pedindo com insistência ajuda do governo federal para enfrentar essa crise migratória, que custará aos cofres da cidade US$ 12 bilhões (R$ 60 bilhões, na cotação atual) em três anos, anunciou Adams no início de agosto.

Atualmente, mais de 60.000 solicitantes de asilo dependem dos cuidados do município para dormir, comer, vestir-se e escolarizar seus filhos. As autoridades de Nova York estão tentando que o governo federal assuma a responsabilidade pela crise.

Enquanto isso, Adams está pedindo a Washington que acelere as autorizações de trabalho para os solicitantes de asilo, para que eles possam trabalhar e deixar de depender da assistência municipal.

“Estamos prestes a perder a cidade que conhecemos, e estamos todos juntos nisso”, disse ele, pedindo aos diferentes condados que compõem a metrópole que colaborem para enfrentar essa crise juntos. “Não é esse o jogo (de passar a bola uns para os outros) que podemos jogar”, disse.

R7

Postado em 8 de setembro de 2023

Após Toffoli anular delações, Aras ataca Lava Jato: “Legado maldito”

O procurador-geral da República, Augusto Aras, se manifestou sobre a decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Dias Toffoli de anular provas de delações da empreiteira Odebrecht no caso e considerar a prisão de Lula um “erro histórico”. Segundo Aras, a sociedade enxerga hoje o “verdadeiro legado maldito” da operação Lava Jato.

A declaração foi dada nesta quinta-feira (7/9), no X (ex-Twitter).

O PGR também críticou o “modus operandi” da operação e acusou o grupo de “ceifar vidas, a política, a economia e afronta a soberania nacional”.

Anulação de provas
A fala de Aras ecoa um dia depois de Toffoli anular as provas da operação Lava Jato. A determinação ocorreu por um um pedido da defesa do presidente Lula. Além disso, Toffoli mandou a Polícia Federal (PF) compartilhar as mensagens hackeadas da Operação Spoofing em até 10 dias.

Com a decisão, a 13ª Vara Federal de Curitiba e o Ministério Público Federal do Paraná têm 10 dias para compartilhar todo o conteúdo relacionado ao Acordo de Leniência da Odebrecht com a defesa de Lula. Caso não o façam, a pena é de cometimento do crime de desobediência, previsto no artigo 330 do Código Penal.

O acordo anulado por Toffoli havia feito a empreiteira pagar ao Ministério Público Federal (MPF), o Departamento de Justiça dos Estados Unidos da América (EUA) e procuradoria-geral da Suíça o valor de R$ 3,8 bilhões.

O ministro ainda disse, na decisão, que a prisão de Lula é considerada um “erro histórico” do Judiciário. Pontuou também que “determinados agentes públicos” que visavam “a conquista do Estado” agiram por meio de desvio de função e conluio para atingir instituições, autoridades e empresas específicas do país.

Metrópoles

Postado em 8 de setembro de 2023

Estátua em homenagem a Daniel Alves é vandalizada no interior da Bahia

Uma estátua em homenagem ao lateral-direito Daniel Alves, ex-Barcelona e Seleção Brasileira, foi vandalizada, nesta quinta-feira (7), em Juazeiro, no interior da Bahia. Fitas adesivas e uma sacola de lixo foram colocadas sobre a cabeça da escultura.

Em 31 de julho, a Justiça espanhola processou o jogador por agressão sexual. O Juizado de Instrução de Barcelona concluiu que há indícios de que ele abusou uma jovem de 23 anos na casa noturna Sutton, em 30 de dezembro de 2022.

O atleta, que defendeu a Seleção Brasileira na Copa do Mundo do Catar, teria trancado, agredido e estuprado a jovem em um banheiro da área VIP da boate. Ela procurou as amigas e os seguranças da balada depois do episódio.

Pelas redes sociais, o irmão do jogador, Ney Alves, lamentou a ação dos vândalos em Juazeiro do Norte. “Passando somente para lembrar que o meu irmão está aguardando o julgamento. A pergunta é: e se ele provar inocência? Se ele for absolvido? Como faremos?”, questionou.

Dani Alves em campo
Daniel Alves é profissional desde 2001 e um dos jogadores com a maior quantidade de títulos na história do futebol. Além de Barcelona e Seleção Brasileira, o lateral-direito já defendeu Bahia, Sevilla-ESP, Juventus-ITA, Paris Saint-Germain-FRA, São Paulo e Pumas, do México.

Entre os principais troféus levantados estão a Liga dos Campeões (3), Mundial de Clubes, Liga Europa (2), Liga Espanhola (6), Campeonato Francês, Campeonato Italiano e Olimpíada.

CNN

Postado em 8 de setembro de 2023

Cid se apresenta a fazer delação, e Moraes recebe proposta de acordo

O ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Alexandre de Moraes recebeu em seu gabinete uma proposta de delação premiada feita pelo tenente-coronel Mauro Cid , ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

A audiência em que foi relatada a vontade do militar ocorreu nesta quarta-feira (6) e contou com a presença de Cid e de seu advogado, Cezar Bittencourt.

O acordo, para ter validade, ainda precisa ser aceito e homologado por Moraes. Segundo pessoas próximas às investigações, para que isso seja feito, resta saber o que Cid vai apresentar de novo em relação às investigações e quais provas vai oferecer.

De acordo com o blog da jornalista Andréia Sadi no G1, a PF ( Polícia Federal ) já aceitou o fechamento do acordo de delação. O tenente-coronel prestou depoimentos ao órgão nos últimos 20 dias. A proposta também deverá ser avaliada pela PGR (Procuradoria-Geral da República).

O advogado Cezar Bittencourt disse anteriormente que o ex-ajudante de ordens “assumiu tudo” e não incriminou Bolsonaro à Polícia Federal no caso das joias trazidas do exterior.

A Folha não conseguiu contato com Bittencourt nesta quinta-feira (7).

Cid está preso desde 3 de maio no Batalhão do Exército de Brasília, sob suspeita de inserção de dados falsos de vacinação contra a Covid na carteira de imunização do ex-presidente.

Sua cela possui 20 metros quadrados. O militar só costuma sair do local duas horas por dia, para um período de banho de sol no grande pátio disponível para realizar corridas e musculação.

Após mudar seu advogado de defesa, atualizou uma postura de maior cooperação com autoridades policiais e teve longos depoimentos.

Cezar Bittencourt afirmou em agosto que seu cliente apenas cumpriu ordens de Bolsonaro – recuou e depois reafirmou, num vaivém confuso desde que assumiu o caso.

Ele também afirmou que Cid confessaria ter negociado nos Estados Unidos, a mando do ex-presidente, as joias recebidas pelo governo brasileiro e que são alvo de investigação da PF.

Bittencourt é antigo crítico da delação premiada, especialmente pelo uso do instituto durante a Operação Lava Jato e havia descartado essa possibilidade no caso do Cid. Em agosto, ele chegou a afirmar que não pensava em delação.

“Não tem nem por quê. Possibilidade zero. Vou fazer a defesa do Cid, não tem por que delatar ninguém. Eu sou contra isso”, disse.

A delação é um meio de obtenção de prova, que não pode, isoladamente, fundamentar sentenças sem que outras informações corroborem as afirmações feitas. Os relatos devem ser investigados, assim como os materiais apresentados em acordo.

O advogado do tenente-coronel já havia sido encontrado, no último dia 24, com Moraes. Esta reunião durou pouco mais de cinco minutos no Salão Branco da corte, durante o intervalo da sessão plenária.

Na ocasião, Bittencourt disse ao ministro que ainda estava se inteirando dos casos em que o militar é investigado e que tinha interesse em esclarecer os fatos relacionados às joias e suspeitas de falsificação da carteira de vacinação na defesa técnica.

Moraes teria agradecido pela provisão e deu as instruções para que o advogado tivesse acesso à integralidade dos autos dos casos em que Bittencourt defendeu Mauro Cid.

No último dia 28, Cid falou por dez horas com pesquisador sobre o caso do hacker Walter Delgatti Neto, que está preso e é suspeito de tramar contra Moraes a mando da deputada federal Carla Zambelli (PL-SP).

Três dias depois, Cid prestou depoimento de dez horas na quinta-feira (31) sobre a investigação que trata dos presentes recebidos de países árabes pelo ex-mandatário.

Além de Cid, o pai dele, o general Lourena Cid, o assessor Osmar Crivelatti e o advogado Frederick Wassef também deram declarações à PF, diferentemente de Bolsonaro, Michelle e outros dois assessores, que foram intimidados, mas decidiram silenciar.

“Estão colocando palavras que não tem no Cid. Acusações ao Bolsonaro que não existem. E mais, esse problema se falou das joias, da recompra das joias, o Cid roubou tudo”, disse Cezar Bittencourt, em áudio enviado à GloboNews e ao qual a Folha teve acesso.

Na ocasião, o advogado disse que a defesa “não está jogando Cid contra Bolsonaro”. “Não coloque Bolsonaro em nada. Não tem nenhuma acusação de corrupção, envolvimento, suspeita de Bolsonaro”, completou o advogado.

Para a PF, Bolsonaro utilizou uma estrutura do governo federal para desviar presentes de alto valor e isso resultou em enriquecimento ilícito.

As investigações identificaram que Bolsonaro e auxiliares retiraram do país, no avião presidencial , pelo menos quatro conjuntos de bens recebidos pelo ex-presidente em viagens internacionais, na condição de chefe de Estado.

A viagem ocorreu em 30 de dezembro, véspera do último dia do mandato de Bolsonaro, para assim evitar seguir o rito democrático de passar a faixa ao seu sucessor eleito, o hoje presidente Lula (PT ) .

A purificação da PF a respeito das joias é, até o momento, a mais preocupante para o entorno do ex-presidente, por aproximá-lo de um suposto esquema de desvio de dinheiro público .

As investigações também apontaram que Mauro Cid tinha um documento com uma espécie de plano de golpe para reverter a eleição de Lula (PT) no ano passado.

Também foram identificadas mensagens de que um oficial das Forças Armadas pede que Cid convença Bolsonaro a ordenar uma intervenção militar — o que configuraria um golpe de Estado.

O tenente-coronel foi convocado para depor na CPI de 8 de janeiro no Congresso e em comissão da Câmara Legislativa do DF. Nas duas graças, não respondeu às perguntas. Em julho, no Congresso, ele apenas leu uma mensagem sobre qual exaltou sua trajetória nas Forças Armadas e relativizou as atribuições de seu posto no governo. O oficial tentou reduzir o papel do ajudante de ordens ao de um secretário.

Folha de SP

Postado em 8 de setembro de 2023

Com Centrão prestigiado, petistas cobram mais atenção de Lula

Em meio à reforma ministerial que ampliou o espaço do Centrão no governo, deputados do PT passaram a reclamar, nos bastidores, da “falta de atenção” do presidente Lula com a bancada petista do Congresso Nacional.

O recado enviado por parlamentares do PT ao Palácio do Planalto foi de que Lula precisa ouvir mais as demandas dos petistas, e não apenas atender os pedidos do grupo do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL).

Nas últimas semanas, Lula concentrou seu tempo em negociações para acomodar os deputados federais Silvio Costa Filho (Republicanos-PE) e André Fufuca (PP-MA) no primeiro escalão ministerial.

Além disso, o presidente da República tem conversado frequentemente com Lira e atendido as demandas do Centrão, especialmente pela alocação de emendas parlamentares.

Lula promete reunião
Diante das reclamações, Lula prometeu marcar uma reunião com os deputados petistas quando retornar da série de viagens internacionais que fará em setembro.

Metropoles

Postado em 8 de setembro de 2023

Tarcísio é aconselhado a ignorar provocação de Márcio França

O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), foi aconselhado por auxiliares a ignorar a provocação feita por Márcio França (PSB) nas redes sociais após a reforma ministerial do governo Lula.

Depois de ser obrigado a ceder o Ministério dos Portos e Aeroportos para o deputado Silvio Costa Filho, filiado ao partido de Tarcísio, França postou uma foto do governador com Lula, acompanhada de uma frase provocativa.

“Amigos, posso garantir que o Silvio Costa Filho é um grande político, muito preparado e filho de um grande amigo meu. Nos ajudará na tarefa de promover a união e reconstrução que o Brasil tanto precisa. Saúdo o Lula por trazer para o governador Tarcísio de Freitas e seu partido para nos apoiar. O Brasil voltou!”, escreveu o ministro.

Segundo aliados, o governador paulista não se incomodou com a postagem nem pretende respondê-la. “É isso que o Márcio França quer”, comentou à coluna um auxiliar de Tarcísio.

Embora seu partido tenha ganhado um ministério na gestão de Lula, o governador promete manter o discurso de oposição ao petista. Tarcísio é aliado do ex-presidente Jair Bolsonaro, seu padrinho político.

Nas eleições de 2022, Tarcísio e França estiveram em lados opostos. O ministro foi candidato ao senado na chapa de Fernando Haddad (PT), mas ambos foram derrotados. Em 2026, França quer tentar o governo paulista.

Metropoles

Postado em 8 de setembro de 2023

Bolsonaro e auxiliares estão no escuro sobre delação de Mauro Cid

O ex-presidente Jair Bolsonaro e seus auxiliares mais próximos dizem, nos bastidores, estarem no escuro sobre a proposta de delação premiada feita pelo tenente-coronel Mauro Cid.

Conforme o blog da jornalista Andreia Sadi revelou e o Metrópoles confirmou, a Polícia Federal aceitou um acordo de delação com o ex-ajudante de ordens de Bolsonaro.

Ainda não foi divulgado, porém, sobre que temas Cid estaria disposto a falar. O militar é investigado em uma série de temas, entre eles, os casos das joias e da falsificação de cartões de vacinação contra a Covid-19.

Nos bastidores, Bolsonaro e auxiliares dizem não saber detalhes. A principal suspeita de bolsonaristas é de que a delação do militar estaria relacionada ao inquérito sobre a falsificação dos certificados de vacina.

Ao longo da tarde de quinta-feira (7/9), aliados e auxiliares do ex-presidente da República tentaram insistentemente contato com a defesa e com diferentes familiares de Mauro Cid, mas não tiveram retorno.

Apesar de admitirem não terem informações concretas sobre a delação, Bolsonaro e seus auxiliares combinaram de reforçar o discurso publicamente de que “não há o que Cid delatar”.

Metropoles

Postado em 8 de setembro de 2023

Após fala de Nunes, Salles busca Bolsonaro para retomar candidatura

O ex-ministro e atual deputado Ricardo Salles (PL-SP) resolveu aproveitar o recente estranhamento entre bolsonaristas e o prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), para tentar voltar ao jogo eleitoral de 2024.

Três meses após anunciar ter desistido de disputar a prefeitura da capital paulista no próximo ano, Salles procurou Jair Bolsonaro nos últimos dias e se colocou novamente como opção para o bolsonarismo na disputa.

A coluna apurou que o ex-ministro ligou para o ex-presidente da República na quarta-feira (6/9) e pediu apoio para ser candidato a prefeito de São Paulo. Bolsonaro, porém, não avalizou movimentos públicos agora.

De acordo com aliados, o ex-chefe do Palácio do Planalto voltou a cogitar uma chapa pura do PL em São Paulo. A opção preferida, porém, seria lançar o senador e astronauta Marcos Pontes (PL-SP) como candidato a prefeito.

Bolsonaro irritado
Segundo integrantes do clã Bolsonaro, o ex-presidente está “muito irritado” com Ricardo Nunes. O estopim foi uma declaração dada pelo prefeito na terça-feira (5/9), negando proximidade com o ex-presidente.

Ao ser perguntado a respeito de sua relação com o ex-mandatário por uma aluna de uma faculdade de São Paulo, o emedebista afirmou: “Eu, do lado do Bolsonaro?”. Ele disse não ter proximidade nem com Bolsonaro, nem com Lula.

Pelas contas de bolsonaristas, foi pelo menos sexta fala truncada de Nunes se esquivando do ex-presidente. A avaliação é de que o prefeito quer o apoio formal de Bolsonaro, mas teme expor a aliança publicamente.

“Ninguém, repito, ninguém se apropriará de votos BOLSONARISTAS (sic) e deixará Bolsonaro distante. A era dos gafanhotos acabou. Fica a dica”, reagiu nas redes sociais Fabio Wajngarten, assessor do ex-presidente.

Prefeito nega
Após a repercussão negativa, o prefeito negou ter se esquivado de Bolsonaro. A negativa ocorreu durante entrevista à imprensa após o desfile do 7 de Setembro na quinta-feira (7/9), na capital paulista.

“Chamei ele para almoçar outro dia. Não tenho a intimidade ou a proximidade que tenho com o Tarcísio (de Freitas) no dia a dia, mas estou buscando sua proximidade e aguardando que ele possa anunciar apoio a mim e ter a união da centro-direita contra a extrema esquerda”, afirmou Nunes, referindo-se às eleições municipais do ano que vem.

Metropoles

Postado em 8 de setembro de 2023

França deixa Portos e Aeroportos para chefiar ministério que cuidará de Micro e Pequenas Empresas

Pela reforma ministerial anunciada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva nesta quarta-feira (6), o ministro Márcio França deixou o Ministério dos Portos e Aeroportos, que será comandado por Silvio Costa Filho (Republicanos-PE), e vai chefiar uma pasta que cuidará de micros e pequenas empresas e que ainda não tem nome definido.

O ministério que será comandado por França foi anunciado por Lula no fim de agosto. Na época, o Palácio do Planalto informou que a pasta se chamaria Pequena e Média Empresa, das Cooperativas e dos Empreendedores Individuais e tinha como objetivo buscar incentivar o setor com a concessão de crédito e oportunidades.

Durante as negociações, França teria resistido inicialmente a assumir a pasta que ainda vai ser criada. Para destravar a reforma ministerial, Lula jogou o problema para o vice-presidente, Geraldo Alckmin, que conversou com o aliado.

França queria a nova pasta mais robusta, com trabalhos relacionados ao empreendedorismo. No entanto, a questão continua indefinida. Atualmente, as atribuições desse ministério estão sob o guarda-chuva de Alckmin, à frente do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC).

A nova pasta será a de número 38 do governo Lula. A mudança precisa da aprovação do Congresso Nacional, e ainda não há data de envio da matéria com a sugestão para a criação.

R7

Postado em 7 de setembro de 2023

Em pronunciamento, Lula diz que 7 de Setembro ‘não será de ódio nem de medo’

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou nesta quarta-feira (6) a o 7 de Setembro não será um dia “nem de ódio, nem de medo, e sim de união”. Lula defendeu, ainda, que a celebração da Independência do Brasil deverá lembrar que o Brasil é “um só”.

A declaração ocorreu em pronunciamento, na véspera da celebração, em cadeia nacional de rádio e televisão.

“Amanhã não será um dia nem de ódio, nem de medo, e sim de união. O dia de lembrarmos que o Brasil é um só. Que sonhamos os mesmos sonhos. Que podemos ter sotaques diferentes, torcer para times diferentes, seguir religiões diferentes, ter preferência por este ou por aquele candidato, mas que somos uma mesma grande nação, um único e extraordinário povo.”

O tom de Lula repete o esforço do Planalto em dar nova cara ao desfile do 7 de Setembro, em Brasília. O slogan da cerimônia deste ano estampa o empenho: “Democracia, soberania e união”.

Na primeira celebração do terceiro mandato do petista, o governo tenta afastar os registros antidemocráticos observados nos últimos dois anos e nos atos golpistas de 8 de janeiro.

O Sete de Setembro celebra a Independência do Brasil, que completará 201 anos. Os desfiles tiveram início, segundo o Arquivo Histórico do Exército, a partir da proclamação da República, em 1989.

Nos últimos dois anos, porém, o evento cívico-militar ganhou repercussões que ultrapassaram o caráter oficial.

Em 2021, o então presidente Jair Bolsonaro (PL) usou o espaço para disparar ataques a autoridades do Judiciário, e manifestações paralelas convocadas junto a apoiadores exibiram faixas e discursos antidemocráticos, com pedidos de intervenção militar.

Um ano depois, o então candidato à reeleição usou o palanque para pedir votos. O ambiente de polarização e incitação ao golpismo levou, já em 2023, apoiadores do ex-presidente a invadir e depredar as sedes dos Três Poderes, em Brasília.

Reforçando a defesa da democracia, no pronunciamento, Lula também afirmou que a “independência do Brasil ainda não está terminada”.

Segundo o petista, a democracia é a “matéria-prima para a realização dos nossos sonhos” e a “ferramenta para torná-los realidade”.

O presidente disse que é preciso construir a emancipação nacional a cada dia sobre três alicerces: democracia, soberania e união — justamente o slogan escolhido para a celebração deste ano.

“Soberania é mais do que cumprir a importante missão de resguardar nossas fronteiras terrestres e marítimas e nosso espaço aéreo. É também defender nossas empresas estratégicas, nossos bancos públicos, nossas riquezas minerais, é fortalecer nossa agricultura e nossa indústria”, disse Lula.
Íntegra do pronunciamento
Leia abaixo a íntegra do pronunciamento de Lula na noite desta quarta:

“Minhas amigas e meus amigos. Amanhã é dia de comemorar a independência do Brasil. O Brasil voltou a sorrir.

Nosso país voltou a crescer com inclusão social, distribuindo renda e combatendo as desigualdades. No passado, quando o Brasil crescia, quem ganhava era apenas uma minoria já muito rica. Agora, quando a economia cresce, a vida melhora para todo mundo.

O PIB, que é a soma de toda a riqueza que o país produz, está crescendo – e não crescia tanto assim desde 2010. A melhora do cenário econômico se traduz em mais oferta de emprego e melhores salários para todas as profissões e classes sociais.

No primeiro semestre deste ano, foram criados mais de 1 milhão de novos postos de trabalho com carteira assinada. itenta por cento das negociações salariais, das mais diversas categorias profissionais, garantiram reajustes acima da inflação.

Aprovamos no Congresso a lei de igualdade salarial entre homens e mulheres. Trabalho igual, salário igual. Os servidores públicos federais tiveram reajuste, depois de seis anos com os salários congelados.

O salário mínimo voltou a crescer acima da inflação. Aumentamos o valor destinado à alimentação escolar, após seis anos sem reajuste. O arroz, o feijão, o óleo de cozinha, o botijão de gás… tudo ficou mais acessível.

Milhões de famílias endividadas estão negociando suas dívidas em condições favoráveis e vão ficar novamente com o nome limpo na praça. Mais empregos, melhores salários, menos dívidas, mais poder de compra. Comércio e indústria vendendo mais e contratando mais e mais trabalhadores.

Meus amigos e minha amigas. A Independência do Brasil ainda não está terminada. Ela precisa ser construída a cada dia, por todos nós, sobre três grandes alicerces: democracia, soberania e união.

Democracia é a matéria-prima para a realização dos nossos sonhos.

Se sonhamos com um bom emprego e um bom salário; se sonhamos com a casa própria; se sonhamos com nossos filhos e filhas na universidade; se sonhamos com uma alimentação de qualidade para todo o povo brasileiro; se sonhamos com um país melhor: é a democracia que vai dizer se teremos ou não as oportunidades para realizar nossos sonhos.

Democracia é o direito de participar das discussões que impactam as vidas das pessoas. Por isso, nós criamos os conselhos sociais e trouxemos de volta as conferências nacionais, para que a sociedade nos ajude a desenhar as políticas públicas. Por isso, nós fizemos o Plano Plurianual mais Participativo da história, para traçar as principais metas do governo para os próximos quatro anos.

Democracia é não apenas a matéria-prima dos nossos sonhos. É também a ferramenta para torná-los realidade.

Meus amigos e minhas amigas. O segundo alicerce da Independência é a Soberania.

Soberania é mais do que cumprir a importante missão de resguardar nossas fronteiras terrestres e marítimas e nosso espaço aéreo. É também defender nossas empresas estratégicas, nossos bancos públicos, nossas riquezas minerais, é fortalecer nossa agricultura e nossa indústria. É preservar a Amazônia e os demais biomas. Nossos rios, nosso mar, nossa biodiversidade.

É falar de igual para igual com qualquer país, e se fazer ouvir nos principais fóruns internacionais, seja sobre o enfrentamento da crise climática; a busca pela paz na Terra; o combate à fome e às desigualdades ao redor do mundo; ou a luta pelo trabalho decente para todos os seres humanos.

Soberania é, antes de tudo, combater todas as formas de desigualdade – seja de renda, de gênero ou de raça. É tornar igualitário o acesso à saúde, à educação, à segurança e aos bens culturais. É criar oportunidades para todos e todas.

Soberania é garantir a soberania do povo brasileiro. Um povo soberano é um povo sem fome, com emprego decente, com acesso à saúde e à educação, e com esperança.

Por isso, trouxemos de volta mais de 40 programas que fizeram do Brasil referência mundial em inclusão social. Por isso, lançamos na semana passada o Brasil sem Fome, um conjunto de 80 ações e programas, para tirar o Brasil novamente do Mapa da Fome, como havíamos tirado em 2014. Por isso aprovamos o novo Marco Fiscal, com a ajuda do Congresso, para dar ao Brasil a oportunidade de voltar a crescer com responsabilidade.

Por isso, lançamos no mês passado o Novo PAC, o maior programa de investimentos da nossa história. Com o novo PAC, que vai gerar 4 milhões de novos postos de trabalho, o Brasil volta a fazer as obras necessárias para a construção de seu futuro.

E o futuro será verde. Os investimentos do Novo PAC serão as alavancas que conciliarão o enfrentamento da crise climática, a reindustrialização do país, a transição energética e a redução das desigualdades sociais e regionais. Vamos investir no Minha Casa Minha Vida, em mobilidade urbana, urbanização de favelas, saneamento básico e prevenção a desastres.

Vamos investir em novas Unidades Básicas de Saúde, maternidades, hospitais e centros de medicina especializada. Vamos também investir fortemente na preparação do Brasil para enfrentar o risco de novas pandemias.

Com o Novo PAC, a educação voltará a ser prioridade, com investimentos da creche à pós-graduação – passando pelas escolas em tempo integral e a expansão da rede de Institutos e Universidades Federais.

Vamos alavancar a produção científica no país, e dar as oportunidades de um futuro melhor para as nossas crianças. O Brasil será um lugar melhor para se viver.

Minhas amigas e meus amigos. O terceiro alicerce da independência é a União. E união só se faz sem ódio. O entendimento voltou a ser palavra de ordem. Investimos no diálogo com o Congresso Nacional, os governos estaduais, as prefeituras, o Poder Judiciário, os partidos políticos, os sindicatos e a sociedade organizada.

Por isso, amanhã não será um dia nem de ódio, nem de medo, e sim de união. O dia de lembrarmos que o Brasil é um só. Que sonhamos os mesmos sonhos. Que podemos ter sotaques diferentes, torcer para times diferentes, seguir religiões diferentes, ter preferência por este ou por aquele candidato, mas que somos uma mesma grande nação, um único e extraordinário povo.

Em apenas oito meses, recolocamos o Brasil no rumo da democracia, da soberania e da união. Do desenvolvimento econômico com inclusão social. Vamos todos trabalhar juntos para, a cada dia, transformar em realidade nosso sonho de um Brasil mais desenvolvido, mais justo, mais solidário e mais independente.

Feliz 7 de Setembro para todos.”

G1

Postado em 7 de setembro de 2023

Lula anuncia Silvio Costa Filho no Ministério de Portos e Aeroportos e Fufuca no Esporte

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) se reuniu, na tarde desta quarta-feira (6), com o ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, e com os deputados federais André Fufuca (PP-MA) e Silvio Costa Filho (Republicanos-PE), que foram convidados para assumir, respectivamente, os ministérios do Esporte e dos Portos e Aeroportos.

Em nota, o Planalto afirmou que os dois aceitaram os convites e que a nomeação e posse de ambos serão realizadas no retorno do presidente da reunião do G20.

Ainda segundo o comunicado do Palácio do Planalto, o ministro Márcio França, atualmente no comando de Portos e Aeroportos, assumirá a nova pasta das Micro e Pequenas Empresas.

O desenho final da nova Esplanada foi fechado na terça-feira (5), segundo informações antecipadas pela CNN.

De acordo com informações da repórter da CNN Tainá Falcão, a ministra do Esporte, Ana Moser, que será exonerada, poderá assumir um cargo menor, em alguma secretaria vinculada à pasta.

Outros cargos em negociação entre o Centrão e o governo são: a presidência e a estrutura da Caixa Econômica Federal e a Fundação Nacional da Saúde (Funasa), que foi recriada.

A nomeação de indicações do Centrão para esses órgãos deverá ser feita em outra reforma, no final do ano, em dezembro.

CNN

Postado em 7 de setembro de 2023