População sai de Porto Alegre para interior e litoral em busca de água

Postado em 8 de maio de 2024

Moradores da capital gaúcha, Porto Alegre, têm fugido às pressas da cidade em busca de água, em meio ao caos que tomou conta do local, em razão das chuvas e enchentes que atingem o Rio Grande do Sul há pouco mais de uma semana.
Parte da população sofre com o desabastecimento, além da falte de energia, suprimentos e ameaça de saques.

Segundo dados da Defesa Civil divulgados na noite de terça (7/5), 401 dos 497 municípios do estado – o equivalente a 80% das cidades gaúchas – já foram afetados de alguma forma pelas chuvas. Desses, 336 estão em calamidade pública, sendo que 83% da população do estado (de 10,8 milhões de pessoas) vive nesses municípios.

Ao todo, são 95 mortes, 48 mil desabrigadas (que necessitam de abrigo do poder público) e 1,4 milhão de pessoas prejudicadas. E a situação ainda pode piorar nos próximos dias, já que a previsão é de volta das chuvas nesta quarta em partes do Rio Grande do Sul.

Cenário de guerra
Nos últimos dias, milhares de pessoas deixaram suas casas devido ao risco de alagamento. Cerca de 85% da população dos 1,3 milhão de habitantes estão sem acesso à água por causa da paralisação de cinco estações de tratamento que atendem ao município.

“Parece um cenário de guerra. Não existe mais água na cidade. Hoje, eu fiquei três horas na fila do mercado e, quando chegou a minha vez, não consegui água porque tinha acabado”, disse a estudante de administração da UFRGS Mell Morales à Folha. Ela atua como voluntária na capital.

“A gente começou a pensar se vale mais a pena comprar água de coco ou chá gelado. O medo é ficar sem se hidratar. A gente também compra alimentos processados, porque não dá para cozinhar arroz, feijão ou batata se não tem água e energia elétrica”, disse ela.

As enchentes também prejudicam a distribuição de energia, com 450 mil imóveis no escuro no estado. Na capital, uma das bombas que trabalha para escoar a água das ruas chegou a parar por algumas horas nesta terça por falta de luz.

O Ministério das Minas e Energia disse que 20 mil famílias tiveram o fornecimento restaurado desde o dia anterior e que coordena um plano estrutural para o reestabelecimento da distribuição de energia e reconstrução do parque elétrico do Rio Grande do Sul.

De Porto Alegre para o litoral
Temendo a situação caótica de Porto Alegre, a professora Ercilda Dimer, de 56 anos, e o marido, saíram da cidade na segunda-feira (6/5), em direção a Torres, no litoral. O casal alugou um apartamento por temporada, pediu um carro por aplicativo e gastou seis horas, com os dois gatos, num trajeto que costuma ser feito em menos de duas.

De acordo com a professora, ela saiu apenas com a roupa do corpo. Segundo ela, essa foi mais uma parada da jornada iniciada na semana passada, quando as águas começaram a invadir o prédio onde vivem, no bairro de São Geraldo, zona norte da capital.

O casal foi resgatado por um caminhão da companhia de luz Equatorial e seguiu para a casa da sogra dela, na Cidade Baixa. Porém o local também foi alagado e, dessa vez, quem os salvou foram os bombeiros. Partiram então para a casa de outra parente, no bairro alto de Petrópolis, e de lá traçaram o plano de fuga. Sem malas.

Ao chegarem a Torres, encontraram um calor de quase 30°C. Uma das entradas da cidade tinha engarrafamento de carros.

Situações do tipo se avolumam nos litorais do estado e da vizinha Santa Catarina. A saída por terra tem sido a única opção para quem quer deixar a região, já que o aeroporto de Porto Alegre segue fechado e sem previsão de reabertura.

Segundo a Prefeitura de Torres, a lotação da cidade está semelhante à de feriados e de meses de verão. A gestão municipal diz que está seguindo as orientações da Defesa Civil do Rio Grande do Sul e juntando donativos (colchões, fraldas infantis e geriátricas, materiais de limpeza e de higiene pessoal, lanternas e botes) para encaminhar para Porto Alegre.

Contudo, a cidade já se prepara para receber as pessoas que chegarem sem ter onde ficar, caso a Defesa Civil solicite. A escola municipal Alcino Pedro Rodrigues está sendo adaptada para isso.

Em todo o estado, 159 mil pessoas são consideradas desalojadas, ou seja, tiveram que deixar o local onde moram de maneira provisória ou em definitivo e estão em casas de familiares ou amigos.

Para dar suporte a essas pessoas, segundo a secretaria, a gestão municipal está organizando kits com roupas e cestas básicas para entregar diretamente nas residências.

Metrópoles

Entidade médica alerta para risco de leptospirose em enchentes no Rio Grande do Sul

Postado em 8 de maio de 2024

As enchentes que atingiram 365 municípios do Rio Grande do Sul fizeram a SBI (Sociedade Brasileira de Infectologia) recomendar o uso de remédios para a prevenção contra a leptospirose .

As pessoas expostas às águas das enchentes por período prolongado e equipes de socorristas de resgate e voluntários devem ser consideradas de alto risco e elegíveis para o uso da quimioprofilaxia, segundo a entidade.

Para a prevenção, a recomendação principal da organização foi a doxiciclina, administrada em dose única para adultos e com base no peso corporal, para crianças. Uma alternativa ao medicamento é a azitromicina, nas mesmas condições.

VEJA AS INSTRUÇÕES DE USO:
DOXICICLINA
Adultos: 200 mg por via oral, em dose única para pessoas em pós exposição de alto risco;
Adultos: 200 mg por via oral, 1x/semana durante a exposição (resgate/socorristas);
Crianças: 4 mg/kg por via oral, em dose única para crianças em pós exposição de alto risco. Dose máxima de 200 mg.
AZITROMICINA
Adultos: 500 mg por via oral, em dose única para pessoas em pós exposição de alto risco;
Adultos: 500 mg por via oral, 1x/semana durante a exposição (resgate/socorristas);
Crianças: 10 mg/kg por via oral, em dose única para crianças em pós exposição de alto risco. Dose máxima de 500 mg
A entidade ressaltou ainda que a profilaxia com doxiciclina não deve ser feita em gestantes e lactantes, e que há risco de infecção quando as pessoas retornam às suas residências. Devem ser usados ​​EPI’s (botas, luvas, calças de proteção) em locais onde normalmente há contato com água suja ou lama.

A leptospirose é uma doença infecciosa causada pela bactéria Leptospira interrogans . Ela é muito presente no no rato, no cachorro, no porco, na vaca e na cabra. Uma bactéria se aloja nos enxágues desses animais, que são eliminados pela urina.

O contágio acontece através do contato com a urina de animais infectados, o que pode ocorrer na água das enchentes. Machucados pelo corpo favorecem, mas uma bactéria penetra na pele mesmo quando não há lesões.

Ainda segundo a SBI, a recomendação geral é que os antimicrobianos não sejam usados ​​para prevenção como conduta de rotina. A associação se baseia em estudo feito em 2024 que diz que “não há diferença de mortalidade, infecção ou soroconversão com os esquemas de profilaxia utilizados, o que faz com que a prescrição do antimicrobiano não seja adequada como ampla medida de saúde pública”.

No entanto, algumas revisões e publicações, incluindo um guia de tratamento publicado pela OMS (Organização Mundial da Saúde), em 2003, apontam que a profilaxia com antimicrobianos pode ser feita em situações de alto risco, sob a justificativa de que, apesar de os estudos têm baixo número de participantes, falhas de randomização, sendo heterogêneos e essa intervenção aplicada em momentos diferentes da história clínica, há uma tendência de benefício no uso desses medicamentos.

Outro risco durante as enchentes é a hepatite A , que pode ser adquirida através do consumo de alimentos ou água contaminada com o vírus. Não há tratamento específico contra a doença que ataca o fígado, mas a vacina que protege contra a condição faz parte do calendário oficial de vacinação.

Nesta segunda-feira (6), o governo do Rio Grande do Sul fez um alerta para o risco de enchentes nos municípios localizados às margens da Lagoa dos Patos.

A água que inundou Porto Alegre e causa transtornos na região metropolitana desce pela lagoa em direção ao mar, o que pode acontecer rapidamente ou de forma mais lenta, dependendo da direção do vento.

“Vai subir muito o nível da lagoa e vai trazer muitos transtornos nos municípios da região”, disse o governador Eduardo Leite ( PSDB ).

Folha de São Paulo

‘Combo de crimes’: PMs de Roraima formaram milícia e grupo de extermínio para proteger e roubar garimpeiros, apontam investigações

Postado em 8 de maio de 2024

‘Combo de crimes’: PMs de Roraima formaram milícia e grupo de extermínio para proteger e roubar garimpeiros, apontam investigações

As investigações das Polícias Civil e Federal apontam para uma organização criminosa formada por agentes da Polícia Militar de Roraima acusadas de cometerem diversos crimes e atuarem como milícias privadas no estado. A fim de intimidar invasores que extraem ilegalmente ouro e cassiterita na Terra Indígena Yanomami, o grupo pratica extorsão e roubo de toneladas de minerais para ficar com o lucro, além de vender proteção e armamentos aos garimpeiros. No total, O GLOBO apurou, mais de 40 policiais militares estariam envolvidos em diversos atos ilícitos. Entre os citados por testemunhas ouvidas pelas autoridades, está o atual Comandante-Geral da PM-RR, Miramilton Goiano de Souza. Em nota, o coronel Miramilton diz que as suspeitas “são inverídicas, sem fundamentos e não se sustentam quando colocadas diante dos mais de 34 anos na corporação”.

Documentos obtidos pelo GLOBO revelam que policiais da ativa se uniram a criminosos para realizarem roubos, extorsões, torturas e execuções de garimpeiros, além de assassinatos sob encomenda ligados à disputa por terras no estado. O esquema ainda oferece, de acordo com as investigações, serviços de segurança, escolta e munições a outros grupos de invasores que trabalham no garimpo, além de coletes à prova de bala. As autoridades também apuraram a participação dos membros do bando no transporte de cocaína na fronteira com Venezuela e Colômbia por meio de aeronaves.

As investigações sobre a constituição de milícia por parte de policiais militares foram realizadas no início de setembro de 2022, quando oficiais da ativa participaram de uma tentativa desastrada de roubo de um avião, usado em viagens para garimpos localizados na terra indígena e propriedade de Efraim Hadan Abreu da Silva, o “Smith”, segundo aponta o inquérito de número 3027/2022, com 1.006 páginas, da Polícia Civil de Roraima, ao qual O GLOBO teve acesso.

Mascarados e vestidos de preto, seis homens armados renderam os pais de “Smith” e outras quatro pessoas, no sítio Novo Paraíso, zona rural de Boa Vista, onde funciona uma pista de pouso. Os criminosos foram vítimas de vítimas rendidas como PMs do Batalhão de Operações Especiais (BOPE). Entre eles, estava Carlos Nascimento de Melo, descrito no inquérito como um dos responsáveis ​​por recrutar policiais militares para atuar na segurança privada de garimpos ilegais. De acordo com “Smith”, Carlos Nascimento “teria sido apresentado e recomendado pelo coronel Miramilton”.

“Smith” diz em seu depoimento que ficou descontente com o “serviço precário” de Carlos Nascimento e tentou dispensá-lo. Uma dívida de R$ 80 mil entre os dois teria, no entanto, motivado uma tentativa de roubo de aeronave. Na tentativa de decolar com o avião, uma das asas batidas na cabeça do soldado Ismael Palmeira da Silva, que tentou ajudar os ladrões iluminando a pista. O avião acabou por se chocar contra um cajueiro. Ismael morreu no local e foi deixado para trás pelos comparsas. A morte do soldado deu início às investigações da Polícia Civil.

“Smith” contou ao pesquisador que buscou os serviços de Carlos Nascimento após ter uma pistola Glock 45, R$ 3 mil em espécie e um carregamento de 2,5 toneladas de cassiterita, acondicionado em sacos de 50 quilos, roubados da residência do seu pai por um grupo vestido com coletes e roupas táticas policiais. “Smith”, que se apresenta como piloto de avião do garimpo, afirma que o minério não era seu, mas sim de Nilsinho de Jesus, ex-vereador de Ariquemes, em Rondônia. Ameaçado por Nilsinho, que não teria sido acreditado no roubo, recorreu aos serviços de segurança de Carlos Nascimento.

“Smith” e Nilsinho de Jesus não responderam aos contatos da reportagem.

Da cassiterita se extrai o estanho, também chamado de “ouro negro”, em alta no mercado por conta de sua utilidade para produzir ligas com alta resistência à ferrugem, além de compor acabamentos de veículos, vidros e telas de celulares.

Outros depoimentos de testemunhas ao longo das investigações envolveram “um militar de alta patente”, que seria o responsável por garantir o fornecimento de munições, armas e coletes, além de liberar policiais militares do serviço para trabalhos de segurança privada. O GLOBO apurou que o militar citado nos depoimentos e nas investigações em curso é o coronel Miramilton. As testemunhas foram convidadas para o serviço de proteção.

A arma roubada na casa do pai de “Smith” foi localizada por Carlos Nascimento em posse do policial penal Alyson Santana, suspeito no caso e acusado de tentativa de homicídio, ameaça e violência doméstica. Segundo as investigações, Santana seria um dos nomes por trás de um grupo responsável por roubar garimpeiros. Por meio de nota, o PM disse ter aberto um procedimento interno para apurar a presença de um agente no bando. Uma outra sindicância foi iniciada para investigar o envolvimento de PMs na tentativa de roubo de aeronave.

O GLOBO apurou que Carlos Nascimento se encontra foragido na Colômbia. Procurado, seu advogado afirmou não existirem “elementos concretos” de envolvimento no episódio que culminou na morte do soldado Ismael. Ele também negou que Carlos Nascimento realizasse segurança privada de garimpos e se abstivesse de comentar sobre o paradeiro de seu cliente.

Procurado pelo GLOBO, o delegado da Polícia Civil, João Evangelista, atual responsável pela investigação, confirmou que há uma purificação nesse sentido (sobre a constituição de milícia por policiais militares e grupo de extermínio), mas que não poderia “dar mais informações” e “nem citar nomes”.

Coronel foi visitado investigado pela PF
Em outra investigação para desarticular uma facção criminosa com base na Penitenciária Agrícola de Monte Cristo, em Roraima, desta vez da Polícia Federal, o nome do coronel Miramilton volta a figurar em relações suspeitas. Um dos investigados pela PF é o agente penitenciário Renie Pugsley de Souza, filho do atual Comandante-Geral da PM. 

Os dois fizeram ao menos três visitas irregulares ao interno Jonathan Novaes de Almeida, preso na Operação K’daai Maqsin, de 2019, que investigou uma organização responsável por vender armas e munições ilegalmente para garimpos e facções criminosas. Segundo a PF, Renie de Souza, que usava uma balaclava nas visitas, não estava lotado na unidade prisional e seu pai não apresentava vínculos com a Secretaria de Estado da Justiça e da Cidadania.

Antes de ser preso, Jonathan Noaves de Almeida chegou a trabalhar no Centro de Formação de Vigilantes de Roraima, administrado pelo coronel Miramilton, de acordo com a PF. No momento, a empresa de segurança consta como inativa na Receita Federal. A investigação da PF revelou que o filho do coronel mantinha uma elevação financeira em suas contas bancárias, apesar de receber na época R$ 4 mil de salário.

Citados nas investigações, Alyson Barbosa, Renie Pugsley de Souza, Emilângelo Medeiros, Arnaldo Cinsinho Melville, Lucas Araruna e André Galúcio não foram localizados. O espaço segue aberto para manifestações.

AO GLOBO, por meio de nota, o coronel Miramilton afirmou que tanto ele quanto o filho se identificaram na visita ao preso investigado e que a “fala foi autorizada pelo chefe de plantação e devidamente registrada, sem ilegalidade nenhuma”. Miramilton, que é pastor missionário, diz que “à época o cidadão frequentava a mesma igreja com sua família”.

Confira a íntegra da nota do Comando da PM de Roraima:

“As alegações são inverídicas, sem fundamentos e não se sustentam quando colocadas diante dos mais de 34 anos na corporação, bem como sua vida pública e privada dedicadas à Segurança Pública do Estado de Roraima. Sempre prezou pela boa conduta social e respeito às leis, inclusive ao Estatuto e ao Código de Ética da Polícia Militar, que no Art. 21 diz que “Ao militar da ativa é vedado exercer a atividade de segurança particular e atividade comercial ou industrial (…)”. da Corporação, é ilógico que o Comandante possa promover que a tropa descumpra as normas internacionais tão caras para a hierarquia e a disciplina, basilares da existência da Polícia Militar de Roraima.

Serviços de escolta para o garimpo

Um dos garimpos que recebe serviços de segurança prestados por PMs fica localizado na região de Pupunha, dentro da terra indígena, segundo um relatório de inteligência obtido pelo GLOBO. O empresário Lidivan Santos dos Reis, de 39 anos, morador de Boa Vista, é apontado como dono do garimpo e muito próximo a policiais militares. Ele chegou a ser preso duas vezes por porte ilegal de armas, mas foi solto por decisão judicial. A primeira prisão foi dada no dia primeiro de fevereiro na Operação Hades, da Polícia Civil de Alagoas, que investiga um esquema de tráfico de drogas, organização criminosa e lavagem de dinheiro. Na ocasião, foram encontrados em sua casa fuzis e escopetas de grosso calibre, além de veículos, relógios e joias, todos descobertos.

O empresário também teria ligações com o Primeiro Comando da Capital (PCC), segundo as investigações da polícia. Na pista de pouso do garimpo, de acordo com o relatório de inteligência, ao menos uma vez por semana, um helicóptero pousa com um carregamento de drogas. Ainda de acordo com as investigações, o grupo de Lidivan é abastecido com armas e munições de calibre pesado pelos próprios policiais militares.

Lidivan chegou a ser preso novamente no último dia 19 de abril por porte ilegal de armas de fogo no município do Cantá, norte de Roraima. Com ele foram encontradas duas pistolas e um revólver, além de diversas munições. O carro em que estava Lidivan, uma picape S10, era pilotado pelo cabo Jan Elber Dantas Ferreira, hoje lotado no comando da PM no setor de Recursos Humanos, e apontado como amigo íntimo do empresário. A polícia investiga a atuação de Jan Elber no transporte de armas que abastece o garimpo.

Advogados de Lidivan Reis negam o envolvimento do cliente com o tráfico de drogas e afirmam que sua prisão temporária, que não chegou a ser renovada, foi um “equívoco”. Além disso, desconhecemos as alegações de envolvimento no garimpo ilegal e no uso de PMs para segurança privada. Procurado, Jan Elber disse ser amigo de Lidivan, mas negou envolvimento com qualquer tipo de crime e alegou nunca ter sido alvo de operação. Em nota, um PM disse ter aberto uma sindicância interna para apurar a conduta do agente investigado na Operação Hades.

Entre outros policiais citados no inquérito estão o soldado Samuel Ramos Gonçalves e o subtenente Emilângelo Medeiros, vulgo Mica. Procurado, o advogado de Samuel Gonçalves negou o envolvimento do cliente na tentativa de roubo de aeronave e afirmou que ele se encontrava no desfile de 7 de setembro da PM quando o episódio ocorreu. Citado como envolvido em pistolagem, Emilângelo Medeiros não foi localizado.

Em outra frente de investigação, que também apura a atuação de milícia e grupo de extermínio, três policiais militares foram presos na Operação Janus, deflagrada no último dia 17 de abril. São eles: o sargento Arnaldo Cinsinho Melville e os soldados Lucas Araruna e André Galúcio, acusados ​​de confrontos simulados para cometer assassinatos por encomenda.

A segurança do governador está implicada
O envolvimento de PMs em crimes dos mais diversos em Roraima ganhou um novo capítulo na semana passada. O capitão Helton John Silva de Souza foi identificado como uma das pessoas que apresenta no duplo homicídio de um casal de agricultores envolvidos em uma disputa por terras. Uma das vítimas chegou a ano em que foi abordada por homens que tentavam se apossar de suas propriedades. Na gravação à qual O GLOBO teve acesso, é possível, de acordo com as investigações, ouvir a voz do capitão Helton antes dos disparos matarem o casal. Helton John, no dia do crime, ainda era o coordenador da segurança do governador Antonio Denarium (PP). Ele foi retirado da carga seis dias após os assassinatos.

Em outro relatório obtido pelo GLOBO, a Polícia Civil diz ter confirmado se tratar da voz do capitão Helton John com colegas de trabalho e amigos do futebol. Segundo o documento, ao tomarem conhecimento do caso, pessoas próximas ao capitão “’vinculadas a contextos religiosos’ manifestaram profunda tristeza e decepção, reforçando a influência das acusações sem acusações de falsidade”.

Procurado, o PM disse ainda não ter sido oficialmente informado da participação do capitão Helton John no crime de duplo homicídio. Já a Casa Militar de Roraima confirmou a decisão de afastar o oficial após tomar conhecimento da investigação. O órgão esclarece que, no dia do crime, Helton John estava de folga.

O aumento da violência no estado pode ser atestado pelos números de mortes ocorridas em confrontos com a polícia. As investigações desses crimes apontam que muitos deles são forjados para simular confronto com PMs. Dados do Ministério Público de Roraima indicam que, entre 2021 e 2023, a letalidade policial cresceu 75%, após quatro anos em queda. Desde 2021, o contingente de policiais militares aumentou 43%, com a adição de 950 militares.

— De 2018 a 2021, houve uma redução significativa, de 60%. O ano de 2021 foi o menor índice recente. Mas, de lá para cá, ele aumentou significativamente (…) Essas mortes são sempre em confrontos com policiais militares — disse o promotor de Justiça Antonio Carlos Scheffer Cezar, responsável pelo controle externo da atividade policial e crimes militares.

O GLOBO

Prazo para emitir ou regularizar título de eleitor termina nesta quarta-feira

Postado em 8 de maio de 2024

Esta quarta-feira (8) é o último dia para regularizar a situação do título de eleitor ou tirar o documento pela primeira vez a tempo de votar nas eleições municipais de outubro. Encerrado o prazo, o cadastro eleitoral é fechado, sendo reaberto somente depois do pleito.
Estão aptos a votar nas eleições deste ano todos que tenham completado 16 anos até 6 de outubro, data do primeiro turno. Segundo a Justiça Eleitoral, isso equivale a mais de 152 milhões de brasileiros. Eventual segundo turno, em cidades com mais de 200 mil habitantes, está marcado para 27 de outubro.

Encerra-se nesta quarta também o prazo para a transferência do domicílio eleitoral, caso o eleitor tenha mudado de endereço, indo morar em outro município, por exemplo. Vale lembrar que, neste ano, devido ao caráter local das eleições, não há possibilidade de voto em trânsito.

Quem precisa cadastrar a biometria junto à Justiça Eleitoral também tem nesta quarta a última oportunidade para realizar o procedimento. É possível ainda somente atualizar informações cadastrais, se necessário.

A data final de 8 de maio para alterações nos títulos eleitorais está prevista na Lei das Eleições, que determina o fechamento do cadastro eleitoral 150 dias antes da data de votação. O acesso ao sistema somente deverá voltar em 5 de novembro.

Neste ano, os eleitores vão votar para os cargos de prefeito, vice-prefeito e vereador.

Primeiro título e biometria
Quem vai tirar o seu primeiro título de eleitor precisa necessariamente comparecer a um cartório eleitoral para se alistar. Qualquer pessoa que tenha 16 anos na data da votação pode solicitar o documento que a qualifica a votar.

Também precisam comparecer ao cartório eleitoral mais próximo os eleitores que ainda não possuem o cadastro de biometria.

É necessário levar um documento de identificação, preferencialmente com foto, que pode ser o registro geral (RG) ou a Carteira Nacional de Habilitação (CNH), por exemplo. São aceitas certidão de nascimento ou de casamento.

Podem ser solicitados comprovantes de residência. No caso de homens que solicitam o primeiro título no ano em que completam 19 anos, é preciso apresentar certificado de quitação militar.

De acordo com a Constituição, o alistamento e o voto são obrigatórios a partir dos 18 anos de idade, e facultativos aos jovens de 16 e 17 anos, aos maiores de 70 anos e às pessoas analfabetas.

Transferência de domicílio
Para a transferência de domicílio eleitoral, é necessário comprovar vínculo com a localidade em que o eleitor pretende votar. “Os vínculos podem ser residencial, afetivo, familiar, profissional, comunitário ou de outra natureza que justifique a escolha da localidade”, informa a Justiça Eleitoral.

O procedimento, nesse caso, pode ser feito pela internet, por meio da plataforma Título Net.

Para requerer a transferência, é necessário que o eleitor resida há pelo menos três meses no novo município e já tenha transcorrido, no mínimo, um ano da data do alistamento eleitoral ou da última transferência do título – estão isentos dessa condição os servidores civis e militares, bem como seus familiares, que tenham se mudado em função de transferência ou remoção.

Band

Importação de arroz depende do preço do produto lá fora, diz Haddad

Postado em 8 de maio de 2024

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nesta quarta-feira que o teor da medida provisória para viabilizar a importação de até 1 milhão de toneladas de arroz depende do preço do produto no exterior.

Com a perspectiva de impacto da calamidade no Rio Grande do Sul no preço dos alimentos e na inflação, o governo anunciou ontem que a compra do produto no mercado externo seria feita pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). O estado do RS responde por 70% da produção nacional.

– Ele (Lula) liga pra mim, para perguntar coisas do tipo: preço disso ou preço daquilo. Ontem ele estava falando do preço do arroz, da determinação que ele deu para o caso de importar arroz. Agora, se importar arroz, o preço de fora precisa estar mais baixo que o preço de dentro, se não você vai importar e o preço vai subir – disse Haddad, nesta manhã.

O consumo doméstico anual é de cerca de 10 milhões de toneladas. Haddad também informou que o próximo Plano Safra vai prever diversificação de culturas, a partir dos efeitos previstos com a situação criticas no Rio Grande do Sul.

– Nós vamos criar um mecanismo para fazer com que os estados diversifiquem um pouco a sua produção. Ou seja, não fique uma cultura concentrada em um estado só – declarou.

O ministro da Fazenda afirmou que o governo está trabalhando em diversas frentes em relação à crise no Rio Grande do Sul. Nesta semana, dois projetos para socorrer financeiramente o estado foram encaminhadas à Casa Civil e serão submetidas a Lula nesta quarta-feira.

Um desses projetos é sobre o pagamento das dívidas do RS com a União e outro que vai abrir uma linha de crédito facilitado, como direcionamento às famílias de baixa renda.

– A questão de uma linha de crédito subsidiada, com muita responsabilidade, é para permitir que as pessoas reconstruam suas vidas; do ponto de vista material muitas pessoas perderam tudo – disse.

Ontem, o Banco Central suspendeu a cobrança de devedores do Rio Grande do Sul por 90 dias. A autoridade monetária se juntou a outros órgãos federais em adoção de medidas extraordinárias para os gaúchos. A Receita Federal também prorrogou em três meses o prazo de entrega da declaração do Imposto de Renda 2024, além de adiar pagamentos de tributos por MEIs e empresas do Simples Nacional no Estado.

O GLOBO

Câmara gasta R$ 100 mil para deputados passarem 1º de maio em Cuba

Postado em 8 de maio de 2024

A Câmara dos Deputados gastou quase R$ 100 mil para seis deputados de partidos de esquerda viajarem a Cuba para participar das comemorações do Dia do Trabalhador, no 1º de maio, em Havana.
Segundo dados da Câmara, viajaram a Cuba os deputados Fernando Mineiro (PT-RN), Lídice da Mata (PSB-BA), Alice Portugal (PCdoB-BA), Gervásio Maia (PSB-PB), Tarcísio Motta (PSol-RJ) e Marcio Jerry (PCdoB-MA).

Os parlamentares ficaram na capital cubana entre os dias 29 de abril e 3 de maio. Todos eles receberam diárias e tiveram as passagens aéreas pagas pela Câmara, totalizando um gasto de R$ 97,5 mil.

Houve, porém, variações no valor das passagens. Fernando Mineiro, por exemplo, informou à Câmara ter gasto R$ 8,4 mil no bilhete aéreo, enquanto os outros parlamentares informaram custo em torno de R$ 5 mil cada.

Segundo os deputados, o objetivo da viagem era participar de reuniões na Assembleia do Poder Popular, de encontros da Internacional de Solidariedade com Cuba e das celebrações do Dia do Trabalhador.

Confira os gastos de cada um dos deputados na viagem a Cuba:
Fernando Mineiro (PT-RN)
Diárias: R$ 10.169,28
Passagem: R$ 8.486,56

Tarcísio Motta (PSol-RJ)
Diárias: R$ 11.461,99
Passagem: R$ 4.997,11

Gervásio Maia (PSB-PB)
Diárias: R$ 10.169,28
Passagem: R$ 5.378,67

Alice Portugal (PCdoB-BA)
Diárias: R$ 10.246,32
Passagem: R$ 4.872,30

Lídice da Mata (PSB-BA)
Diárias: R$ 10.246,32
Passagem: R$ 5.928,07

Marcio Jerry (PCdoB-MA)
Diárias: R$ 10.169,28
Passagem: R$ 5.455,18

Total: R$ 97.580,36

Metropoles

Lula diz que Brasil pode importar arroz e feijão em função das chuvas no Rio Grande do Sul

Postado em 8 de maio de 2024

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse que o Brasil pode importar arroz e feijão na tentativa de mitigar os efeitos das chuvas no Rio Grande do Sul e o consequente impacto nas safras. A declaração foi dada nesta terça-feira (7) em entrevista à EBC (Empresa Brasil de Comunicação), em Brasília. Até o momento, 90 pessoas morreram em decorrência dos temporais.

“Com a chuva, eu acho que nós atrasamos de vez a colheita do arroz no Rio Grande do Sul. Portanto, se for o caso, para equilibrar a produção, a gente vai ter que importar arroz, a gente vai ter que importar feijão para que a gente coloque na mesa do povo brasileiro um preço compatível com aquilo que ele ganha”, afirmou Lula.

A Defesa Civil do Rio Grande do Sul divulgou na manhã desta terça-feira (7) que o número de mortes subiu para 90. Além disso, 155.741 pessoas estão desalojadas e mais de 1 milhão foram impactadas de alguma forma pelas chuvas. Outros quatro óbitos ainda estão sendo investigados. Dos 497 municípios do estado, 388 foram atingidos com as enchentes.

As chuvas afetaram a produção agrícola, principalmente de arroz, soja e trigo, além da pecuária. A logística foi comprometida, com estradas obstruídas por barreiras e pontes que caíram. Isso deve impactar, além do abastecimento do estado, os preços dos alimentos no país. Segundo economistas, a expectativa é um aumento de preços nesses produtos nas próximas semanas, devido à calamidade pública no estado.

O estado é o maior produtor do principal alimento do prato brasileiro — responde por cerca de 70% do total de arroz no país. Para este ano, a expectativa é colher 7,47 milhões de toneladas, segundo a Conab (Companhia Nacional de Abastecimento). Apesar da colheita ter terminado em abril na maioria das lavouras, o produto deve ser o mais afetado.

“Acho que mesmo que essa tragédia tenha acontecido depois do auge da colheita, ficam os prejuízos e a dúvida de como vai ser a próxima, de como essa chuva compromete o solo, não só para arroz, como para outras culturas que são importantes. Chuvas nessa proporção impedem a colheita e impedem também o plantio. Isso atrasa ciclos produtivos, mas a gente só vai ter certeza do tamanho desse estrago quando a chuva finalmente baixar, porque vai depender da cultura”, analisa o economista André Braz, do IBRE/FGV.

R7

Arroz, carne suína, ração. Saiba os principais impactos da inundação gaúcha na mesa do brasileiro

Postado em 8 de maio de 2024

O Rio Grande do Sul é grande produtor de alguns itens da alimentação dos brasileiros, por isso já se espera impacto na inflação e os principais especialistas estão revendo para cima a previsão de inflação de alimentos.
O arroz é o principal item de impacto porque o Rio Grande do Sul produz 70% do que se colhe no Brasil. Como já foi informado aqui e m nota de Ana Carolina Diniz grande parte já foi colhida . Já Luciana Casemiro informa que o arroz estava na baixa em março e abril, mas agora certamente subirá. Já levantei no atacado. É por isso que o ministro Carlos Fávaro está falando em importar um milhão de toneladas. No arroz a produção brasileira não sobra, e às vezes é preciso mesmo importar.

Carne Suína – Os gaúchos também são grandes na produção de carne suína, quase 20% da produção nacional. Ana Carolina Diniz, do blog, conversou com a Associação Brasileira de Proteína Animal. Eles estão em contato com os produtores de suínos. A maioria das fábricas voltou a funcionar, mas com menos funcionários e com dificuldade de escoar a produção. Não haverá desabastecimento, mas pode comprometer em parte o abastecimento principalmente para o próprio Rio Grande que o grande mercado dos produtores locais. Eles também são exportadores.
Operação de emergência: Em 6 dias de operação no Rio Grande do Sul, Bradesco Seguros recebe pedidos de indenização que ultrapassam R$ 100 milhões

Aves – Na avicultura eles produzem 11% da produção nacional, mas também em grande parte para exportação.
Soja- Os gaúchos são produtores de soja, 15% da produção nacional, e também exportadores. Já colheram a maior parte da safra. Mas isso pode afetar o preço da ração animal ou que tem impacto no setor de carnes em geral. Mas não muito forte. Nota do blog mostra que 78% da safra já havia sido colhida. Os gaúchos podem ter perdido mais de 15% da safra.

O GLOBO

Carlos Nobre: ‘Extremos climáticos são um caminho sem volta neste século’

Postado em 8 de maio de 2024

Mais uma vez, em um curto espaço de tempo, o Rio Grande do Sul sofre com as fortes chuvas que atingem o Estado desde o final de abril. Ao todo, 235 municípios dos 496 do Estado, registram algum tipo de problema com enchentes e deslizamentos, afetando mais de 351 mil pessoas.
Na capital, o nível do Guaíba atingiu mais de 4 metros e as águas invadiram ruas, a rodoviária e o cartão postal de Porto Alegre: a orla do Guaíba, que está irreconhecível, totalmente alagada. A prefeitura decretou estado de calamidade pública.

Em menos de um ano, quatro desastres climáticos atingiram o Rio Grande do Sul, resultando em mais de 100 mortes. Os outros três eventos ocorreram em junho, setembro e novembro de 2023.

O presidente Lula, em visita ao Estado, afirmou que o governo federal fará todos os esforços possíveis para resgatar e cuidar das pessoas desabrigadas. Também assegurou que não faltará dinheiro para a recuperação das cidades afetadas.

No entanto, os desastres naturais têm destacado a fragilidade das políticas ambientais e de prevenção a desastres naturais, dos estados, municípios e União. Especialistas apontam que os fenômenos climáticos estão ocorrendo com maior frequência em um período de tempo mais curto.

Afinal, como o governo deve atuar na prevenção e preparação dos municípios para esses fenômenos climáticos extremos? No ‘Estadão Notícias’ de hoje, vamos conversar sobre o assunto com o cientista climático Carlos Nobre, pesquisador sênior do Instituto de Estudos Avançados (IEA) da Universidade de São Paulo (USP) e copresidente do Painel Científico para a Amazônia

Estadão

9ª DIREC CRIA LINKOTECA PARA FACILITAR O ACESSO A UMA AMPLA VARIEDADE DE MATERIAIS FORMATIVOS DA REDE

Postado em 8 de maio de 2024

Se você é gestor, coordenador ou professor das 33 escolas da 9ª Diretoria Regional de Educação e Cultura de Currais Novos, esta novidade é para você!

Apresentamos a Linkoteca da 9ª DIREC, uma ferramenta cuidadosamente desenvolvida para facilitar o acesso a uma ampla variedade de materiais formativos da rede educacional.

Sob a gestão do professor Antônio Marcos de Morais Costa, esta iniciativa visa melhorar a administração dos recursos educacionais e a eficiência dos processos. Explore os recursos disponíveis e fortaleça o suporte à nossa comunidade escolar! Em breve, disponibilizaremos o link

https://www.instagram.com/reel/C6pmS53rF2B/?igsh=MW5kZm9vOWIyYnN1Mw%3D%3D

Diocese de Caicó promove Pentecostes Diocesano dia 19 de maio

Postado em 7 de maio de 2024

A Diocese de Caicó vai promover mais uma edição do Pentecostes Diocesano, que acontecerá no dia 19 de maio. O Domingo de Pentecostes terá entrada gratuita, no Ginásio Poliesportivo “Nonozão – Complexo Turístico Ilha de Santana, Caicó/RN, com o tema: “Vós sois todos irmãos e irmãs.”

O evento é uma realização da Renovação Carismática Católica e Novas Comunidades.

Cúpula do Rio na mira: MPF pede cassação de Castro, vice e presidente da Assembleia

Postado em 7 de maio de 2024

O Ministério Público Federal pediu nesta segunda-feira (6) a cassação do governador Cláudio Castro (PL), do vice-governador Thiago Pampolha (MDB), e do presidente da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj), Rodrigo Bacellar (União Brasil). Os três ocupam as primeiras cargas da linha sucessória do Rio.

As conclusões finais do MPF foram apresentadas nesta tarde ao Tribunal Regional Eleitoral do Rio no âmbito de uma ação que apura irregularidades no financiamento de projetos e programas da Fundação Ceperj (Fundação Centro Estadual de Estatísticas, Pesquisas e Formação de Servidores Públicos do Rio de Janeiro) e da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj).

O MPF, no entanto, não pediu a inelegibilidade de Pampolha por não ver envolvimento do vice de Castro nos ilícitos.

“O esquema teve o claro objetivo de utilização da máquina pública estadual, à exclusiva disposição dos investigados, para permitir o escoamento de recursos públicos, dando-lhes aparência de legalidade, mas que, na verdade, foram indevidamente utilizados para promover as suas candidaturas e cooptar votos para as suas respectivas vitórias, nas urnas, atendendo a interesses pessoais escudos e a perpetuação dos referidos políticos nas cargas eletivas do Estado do Rio de Janeiro, sobrepondo-se ao interesse coletivo”, acusam os procuradores regionais eleitorais Neide Cardoso e Flávio Paixão.

“A estratégia, para além de violar as regras basilares da gestão pública, revelou-se, também, um arranjo estruturado para o cometimento das práticas de abuso de poder político e econômico, com interferência inequívoca sobre o processo eleitoral ocorrido, em 2022, que culminou, inclusive, na eleição dos primeiros investigados.”

Segundo o MPF, diversos aliados políticos, amigos íntimos e familiares do então secretário de governo do Rio e do candidato a deputado estadual Rodrigo Bacellar (atual presidente da Alerj) foram contratados em seu reduto eleitoral, Campos dos Goytacazes, “sem qualquer transparência”, sendo os principais beneficiários de um esquema de contratações fantasma que superou R$ 200 mil.

“O escarnio foi tamanho que os saques realizados em Campo dos Goytacazes/RJ, reduto eleitoral do 3º investigado, Rodrigo Bacellar, foi estratosférico, inclusive, a sua própria cunhada, a Sra. Bárbara Lima, esposa de seu irmão e vereador Marcos Bacellar, na localidade de Campos dos Goytacazes/RJ, entre outros, que foram nomeados, pelo Ceperj, sacaram mais de R$ 200 mil reais em ‘dinheiro vivo’, sem qualquer comprovação ou transparência das atividades exercidas”, aponta o MPF.

Para o MPF, houve o uso em excesso de recursos públicos, “turbinando” o Ceperj em pleno ano eleitoral, em benefício da candidatura de Castro-Pampolha e Bacellar, interferindo no “equilíbrio da disputa” e afetando a normalidade e a legitimidade desse pleito.

Segundo o MPF, o Ceperj se tornou em pleno ano eleitoral de 2022 “fornecedora de um colossal volume de mão de obra contratada por prazo determinado e sem necessidade excepcional”, “cujos valores empregados se revelaram absolutamente desproporcionais se comparados a 2021, saltando de R US$ 34,6 milhões para R$ 240,9 milhões no intervalo de um ano.

Após a análise das folhas de pagamento do Ceperj, o Tribunal de Contas do Estado do Rio constatou a existência de 1.040 pessoas vinculadas a diretórios estaduais de partidos vários políticos, “dos quais a maioria compõe a coligação do governador” — e até as mesmas disposições o caso de pessoas falecidas, ressaltou o MPF.

Outro ponto levantado pelo Ministério Público Federal para pedir a cassação da cúpula do Executivo do Rio é um projeto financiado com recursos do Ceperj, as Casas do Trabalhador, iniciativa com a maior quantidade de cargas secretas do governo Cláudio Castro, segunda reportagem do UOL.

Segundo o MPF, a “quantidade exacerbada” de mais de quarenta Casas do Trabalhador que foram inauguradas no período de cinco meses, no primeiro semestre de 2022, “deixa nítido o desvio de especificamente de tais atos, com a utilização indevida da máquina e dos recursos públicos, que trabalharam para alavancar a candidatura dos integrantes do Governo do Estado, especialmente o candidato à reeleição, Claudio Castro, que não poupou esforços para divulgar a participação em tais inaugurações com seus aliados políticos”.

Aliados de Castro temem a cassação no TRE fluminense, considerada uma corte de perfil “punitivista”.

Independentemente do resultado do julgamento no TRE do Rio, caberá recurso no TSE , a quem caberá decidir pela perda do mandato e pela convocação de novas eleições.

Se Castro, Pampolha e Bacellar acabam em cassados ​​pelo TSE, o governo do Rio vai parar nas mãos do presidente do Tribunal de Justiça do Rio, o desembargador Ricardo Rodrigues Cardozo, até a realização de um novo pleito.

O Rio é a terceira maior assembleia eleitoral do país, com mais de 12,8 milhões de votos aptos a votar.

Procurado pela equipe da coluna, o advogado Bruno Calfat, defensor do vice de Cláudio Castro, disse que o Ministério Público Federal, “cumprindo o seu papel de fiscal da lei, determinou que Thiago Pampolha não praticou nenhum ato contrário à legislação eleitoral e, portanto , não pediu a sua inelegibilidade”‘.

O GLOBO

Danos no Rio Grande do Sul podem gerar perdas de até 11% na produção de arroz

Postado em 7 de maio de 2024
Vista aérea de plantações de arroz de Pindamonhangaba e Taubaté (SP). (Pindamonhangaba, SP, 08.06.2014. Foto: Lucas Lacaz Ruiz/Fotoarena/Folhapress)

Um estudo realizado pela consultoria Datagro revelou que a produção agrícola, especialmente de culturas fundamentais como arroz, soja e milho, enfrenta riscos significativos de perdas diante as enchentes que atingem o Rio Grande do Sul. O estado, sendo o maior produtor de arroz do Brasil devido a sua contribuição de 70% da produção nacional, pode ver uma redução de 10 a 11% no setor do arroz, o que representa um prejuízo estimado em R$ 68 milhões de reais. Apesar da maior parte da safra de arroz já ter sido colhida, cerca de 150 mil hectares ainda aguardam colheita, e destes, 30% encontram-se em áreas afetadas pelas inundações. As culturas de soja e milho também estão sob ameaça, com estimativas de perdas variando de 3 a 6% para a soja, resultando em prejuízos financeiros entre R$ 125 a 155 milhões, e de 2 a 4% para o milho, com perdas potenciais de até R$ 12 milhões. A persistência das fortes chuvas, que ameaçam permanecer por mais de uma semana, destaca a vulnerabilidade do setor agrícola a eventos climáticos extremos. O impacto dessas enchentes transcende as fronteiras do Rio Grande do Sul, gerando preocupações econômicas para todo o país, especialmente devido ao papel crucial do agronegócio na economia brasileira.

jp news

Breves explosões de raiva já aumentam o risco cardíaco, alerta estudo; entenda os motivos

Postado em 7 de maio de 2024

A relação entre emoções negativas e o risco aumentado de problemas cardíacos é bastante conhecida pela ciência. Agora, um novo estudo revela que a raiva pode ser o pior sentimento nesse aspecto, já mesmo breves momentos de explosão já colocariam o sistema cardiovascular em perigo, contribuindo para a ocorrência de um infarto ou derrame, por exemplo.

Publicada na quarta-feira, 1, no Journal of the American Heart Association, a pesquisa mostrou que um episódio de fúria com duração de oito minutos pode prejudicar temporariamente a capacidade de dilatação dos vasos sanguíneos. O resultado seria um enrijecimento dessas estruturas, o que tem relação direta com eventos cardíacos.

Para chegar a essa conclusão, os cientistas reuniram 280 jovens adultos saudáveis, sem histórico de doenças cardíacas ou outros fatores de risco. Inicialmente, todos relaxaram por 30 minutos e, na sequência, passaram por uma avaliação da pressão arterial, da frequência cardíaca e das condições das células do endotélio, uma espécie de tapete que reveste os vasos sanguíneos.

Depois, os participantes foram distribuídos aleatoriamente em quatro grupos, e cada um passou por uma experiência diferente: por oito minutos, um dos grupos relembrou em voz alta memórias que evocassem raiva; outro pensou em lembranças que geravam ansiedade; o terceiro leu frases tristes em voz alta, e o último grupo, que funcionou como controle, precisou contar em voz alta para permanecer emocionalmente neutro.

Depois das tarefas, a pressão arterial, a frequência cardíaca e as condições das células do endotélio foram avaliadas novamente – as medições aconteceram 3, 40, 70 e 100 minutos após o fim das atividades emocionais.

Em comparação com o grupo emocionalmente neutro, os irritados apresentaram uma diminuição em mais da metade da capacidade de dilatação dos seus vasos sanguíneos. Esse efeito atingiu o pico 40 minutos após a tarefa de recordação da raiva e, então, a função voltou ao normal. Já os sentimentos de ansiedade e tristeza não tiveram repercussões estatisticamente significativas.

Efeito cumulativo preocupa
O cardiologista Álvaro Avezum, diretor do centro de pesquisa do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, em São Paulo, e assessor científico do tema Espiritualidade e Medicina Cardiovascular da Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo (Socesp), explica que, embora as informações não sejam absolutamente inéditas, o estudo é importante porque chama a atenção para os danos da raiva especificamente no revestimento das artérias, ou seja, no endotélio.

“Esse trabalho mostrou que a raiva compromete a função endotelial. Uma vez que a artéria fica comprometida, uma placa de gordura ou um coágulo podem se desenvolver dentro dela, promovendo o que nós chamamos de aterosclerose coronária, ou mesmo um evento cardíaco, como o infarto”, descreve o médico, que não participou da pesquisa.

Ainda que o efeito mostrado na pesquisa tenha sido temporário, o principal autor do estudo aponta a importância da reflexão sobre o impacto cumulativo da raiva na função dos vasos sanguíneos durante um longo período de tempo. “E se você ficar com raiva 10 mil vezes ao longo da vida? Esse insulto crônico às suas artérias pode, eventualmente, levar a danos permanentes. É isso o que achamos que está acontecendo”, comentou Daichi Shimbo, cardiologista da Universidade de Columbia, em comunicado divulgado pela Associação Americana do Coração.

Segundo Fábio Fernandes, cardiologista e diretor da divisão de miocardiopatias do Instituto do Coração (Incor) da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP), vasos e artérias não são estruturas fixas, mas, sim, dinâmicas, que podem sofrer alterações causadas pelo aumento de substâncias ligadas ao estresse no corpo, como cortisol e catecolaminas.

Avezum também acha que os efeitos da raiva são cumulativos e potencialmente mais perigosos para pessoas que possuem comorbidades. No entanto, o médico alerta que mesmo indivíduos aparentemente saudáveis não estão totalmente protegidos – e mesmo situações pontuais de raiva excessiva são ameaçadoras. “Existem pessoas que, mesmo sem outros fatores de risco, podem infartar ou ter um AVC em um momento de raiva extrema, devido a uma oclusão coronária”.

Como amenizar os impactos negativos da raiva?
A atividade física, meditação e ioga são aliados na busca por mais qualidade de vida e controle das emoções. Avezum destaca ainda o papel da espiritualidade e, em alguns casos, o uso de medicamentos como mais elementos positivos. “Pode estar tudo associado. Isso é a ciência do bem viver”, completa.

Na visão de Fernandes, um passo essencial para a saúde é a tomada de consciência sobre o papel das emoções na condição cardiovascular. “Devemos tratar não só o corpo, mas também a alma”, resume.

O cardiologista aponta a importância de buscar apoio psicológico, autoconhecimento e tentar manter o bom humor: “Esse trabalho viu como o coração reage às emoções olhando apenas para o aspecto negativo. Por outro lado, as emoções boas, como o riso e a felicidade, promovem a vasodilatação do endotélio”, reforça.

TERRA