Sisu 2024: candidatos aprovados “perdem” vaga após falha no sistema

A divulgação da primeira chamada do Sistema de Seleção Unificada (Sisu) de 2024 apresentou problemas e saiu nessa quarta-feira (31/1), com um dia de atraso. Após o adiamento, candidatos que eram considerados aprovados descobriram que “perderam” as vagas. A situação gerou revolta nas redes sociais.

Clara Letícia Leite, 18 anos, contou na rede social X, antigo Twitter, que “perdeu” a vaga no curso de direito na Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN). “Obrigada por ser um lixo, Sisu, obrigada pelo sonho estragado”, escreveu.

Com a abertura do sistema do Sisu, Clara manifestou interesse no curso de direito, e o resultado então divulgado era de que ela tinha sido aprovada. No entanto, logo depois, com a atualização da plataforma, a jovem acabou aprovada em relações internacionais na UFRN.

Khauany Freitas, 18, também teve o sonho frustrado após a atualização do sistema do Sisu. A primeira mensagem vista pela jovem foi: “Parabéns, você foi selecionada na chamada regular”.

Contudo, depois, ela verificou que não havia sido aprovada para ciências biológicas na Universidade Federal Fluminense (UFF).

“Caloura da UFF!!! 🥳 Obrigada, Deus, e todas as pessoas que me ajudaram e me incentivaram nessa caminhada, conseguimosss!!!”, escreveu a estudante em uma publicação no Instagram.

“No dia 30 de janeiro às 9 horas eu entrei no site [do Sisu] e contou que eu estava aprovada, minutos depois o site travou, caiu e o MEC fechou o site. Passou o dia inteiro sem dar uma informação ou algo sobre, só a noite que resolveram postar a informação sem confirmar o horário que sairia a classificação. No dia 31 de janeiro às 18h20 quando entrei no site novamente constou que eu não fui aprovada”, contou Khauany ao Metrópoles.

A estudante disse que ficou “totalmente frustrada” e teve que tomar medicamentos para controlar uma crise de ansiedade após ver que não tinha sido aprovada no Sisu.

“Eu me senti totalmente frustrada, sem chão, tive crise de ansiedade e tive que ser controlada através de medicamentos”, lembra.

O Metrópoles entrou em contato com o Ministério da Educação (MEC) sobre o caso, mas não obteve retorno. O espaço segue aberto.

Divulgação adiada
A primeira chamada do Sisu deveria ter sido divulgada na terça-feira (30/1). No entanto, o sistema do MEC apresentou falhas técnicas e o resultado final saiu apenas na quarta-feira.

Segundo a pasta, o processo seletivo de 2024 recebeu 1.271.301 de inscrições. A edição deste ano apresentou 264.181 vagas para o primeiro e o segundo semestres.

Metrópoles

Postado em 2 de fevereiro de 2024

Casos de câncer vão aumentar 77% em 2050, aponta OMS

Aproximadamente 20 milhões de pessoas receberam diagnósticos de câncer em 2022 e 9,7 milhões morreram pela doença, de acordo com a Agência Internacional de Investigação sobre o Câncer (Iarc, na sigla em inglês), braço da Organização Mundial da Saúde (OMS).
Em relatório divulgado nesta quinta-feira (1º/2), a agência estima que os novos casos de câncer detectados anualmente crescerão 77% em 2050 em relação a 2022, chegando a aproximadamente 35 milhões.

O rápido aumento da carga global de câncer se deve ao envelhecimento e ao crescimento da população, bem como às alterações na exposição a fatores de risco relacionados à qualidade de vida, segundo avalia a Iarc.

“O tabaco, o álcool e a obesidade são fatores-chave por detrás do aumento da incidência do câncer, sendo a poluição atmosférica ainda um fator-chave relacionado ao meio ambiente”, apontam os investigadores no relatório.

O impacto será maior em países com índice de desenvolvimento humano (IDH) mais baixo. Nos países mais pobres, os casos aumentarão 142% e as taxas de mortalidade duplicarão.

“O impacto deste aumento não será sentido de forma uniforme nos países com diferentes níveis de IDH. Aqueles que têm menos recursos para gerir o fardo do câncer suportarão o peso global da doença”, afirmou o chefe de Vigilância do Câncer da Iarc, Freddie Bray.

Principais tipos de câncer
Segundo o relatório, o câncer de pulmão foi o mais comum em todo o mundo, com 2,5 milhões de novos casos em 2022, representando 12,4% do total. A organização atribui o ressurgimento do câncer do pulmão como o mais prevalente ao consumo persistente de tabaco na Ásia.

O câncer de mama em pacientes mulheres ficou em segundo lugar, com 2,3 milhões de casos (11,6%). Na sequência aparecem os do tipo colorretal, com 1,9 milhão de casos (9,6%); de próstata, com 1,5 milhão de casos (7,3%); e de estômago, com 970 mil casos em todo o mundo (4,9%).

Mais letais
O câncer de pulmão também foi o que mais levou os pacientes à morte, com o registro de 1,8 milhão de óbitos (18,7% do total de mortes por câncer). Ele é seguido pelo colorretal, com 900 mil mortes (9,3%), câncer de fígado, com 760 mil (7,8%); de mama, 670 mil (7,8%) e câncer de estômago, com 660 mil mortes (6,8%).

Cerca de uma em cada cinco pessoas desenvolve câncer em algum momento durante a vida. Um em cada nove homens e uma em cada 12 mulheres morrem da doença.

Para as mulheres, o câncer mais comumente diagnosticado e principal causa de morte foi o de mama. O câncer de pulmão e colorretal ficaram em segundo e terceiro lugar, tanto em número de novos casos quanto de mortes.

O câncer do colo do útero foi o oitavo mais comum a nível mundial e a nona principal causa de morte por câncer, sendo responsável por 661.044 novos casos e 348.186 mortes.

Já para os homens, o de pulmão é mais prevalente tanto em novos casos quanto em mortes.

Os cânceres da próstata e colorretal foram o segundo e o terceiro mais comuns, enquanto os de fígado e colorretal foram respectivamente os principais causadores de morte por câncer depois do de pulmão.

Desigualdades no atendimento
O relatório escancara as desigualdades na prevenção e no tratamento oferecidos em países ricos e pobres.

“O novo inquérito global da OMS lança luz sobre as grandes desigualdades e a falta de proteção financeira para o câncer em todo o mundo, com as populações, especialmente nos países de rendimentos mais baixos, incapazes de aceder aos cuidados básicos”, afirmou o diretor do Departamento de Doenças Não Transmissíveis na OMS, Bente Mikkelsen, em comunicado.

As estimativas globais revelam que, em países com IDH alto, uma em cada 12 mulheres será diagnosticada com câncer da mama em algum momento da vida e uma em 71 morrerá da doença. Nos países com IDH baixo, embora apenas uma em cada 27 mulheres seja diagnosticada com câncer de mama, uma em cada 48 morrerá pela doença.

“As mulheres nos países com IDH mais baixo têm 50% menos probabilidade de serem diagnosticadas com câncer da mama do que as nos países com IDH elevado. Mas elas correm um risco muito maior de morrer da doença devido ao diagnóstico tardio e ao acesso inadequado a tratamento de qualidade”, explica a vice-chefe de Vigilância do Câncer da Iarc, Isabelle Soerjomataram.

Metropoles

Postado em 2 de fevereiro de 2024

Asteroide do tamanho do Maracanã se aproxima da Terra: ‘potencialmente perigoso’, diz NASA

Um asteroide do tamanho do estádio Maracanã está se aproximando da Terra. De acordo com a NASA, o 2008 OS7 é classificado como “potencialmente perigoso”, mede cerca de 271 metros de diâmetro e passará pelo planeta a uma distância de 2,8 milhões de quilômetros.
A rocha espacial é apenas um pouco menor que o famoso arco do estádio Maracanã, no Rio de Janeiro, com seus 300 metros de diâmetro. O asteroide passará pela Terra às 11h41, no horário de Brasília, desta sexta-feira. Apesar do tamanho e da avaliação “potencialmente perigosa”, a NASA garante não há risco de colisão.

— Não precisamos nos preocupar muito com isso, pois este asteroide não entrará na atmosfera da Terra, embora ainda se aproxime dela— disse o Dr. Minjae Kim, investigador do Departamento de Física da Universidade de Warwick.

O que é um asteroide “potencialmente perigoso”?
A NASA descreve asteroides potencialmente perigosos como aqueles que têm mais de 140 metros de diâmetro e que se aproximam a pelo menos 7,5 milhões de quilômetros da órbita da Terra em torno do Sol.

— O 2008 OS7 é um asteroide muito pequeno cuja órbita se cruza com a da Terra, por isso foi classificado como potencialmente perigoso — disse Dr. Kim — Existem mais de milhões de asteroides no nosso sistema solar, dos quais aproximadamente 2.350 foram classificados desta forma. A próxima abordagem significativa da Terra por um deles será o 99942 Apophis, em 14 de abril de 2029.

O asteroide 2008 OS7 completa uma órbita ao redor do Sol a cada 962 dias, aproximadamente 2,63 anos na Terra. De acordo com Dr. Kim, geralmente, os asteroides são muito pequenos para que possam ser detectados pelas técnicas e pesquisas atuais, por isso é muito difícil vê-los a olho nu. Os únicos visíveis até agora são Pallas e Vesta, com diâmetros de cerca de 500 km.

Epoca

Postado em 2 de fevereiro de 2024

Os riscos do uso precoce de maquiagem por crianças e adolescentes

Quanto mais cedo, melhor: eis uma máxima que nem sempre se aplica ao comportamento e ao bem-estar dos jovens. Brincar de ser adulto, principalmente na frente do espelho e da câmera do celular, não raro ganha contornos preocupantes quando instiga a busca por um padrão de beleza distante da faixa etária e da realidade. E é a esse que se assiste hoje com apelos cada vez mais precoces para meninas iniciarem uma rotina de cuidados e retoques na pele. O skincare, que inclui a adoção de medidas e produtos para manter o rosto bonito e saudável — entre eles géis de limpeza, loções hidratantes e cremes anti-idade —, agora é propagandeado para um público que não precisa disso: crianças e adolescentes. A moda, claro, é impulsionada pelas mídias sociais, com destaque para o TikTok, antro dos mais novidades. Algoritmos inteligentes rastreiam o que eles querem e vendem sonhos, muitas vezes superfaturados, embalados por influenciadores de plantão.
Quem nada de braçada nesses mares digitais e pode ser enredado por promessas e ilusões ali presentes é a geração alfa, os nascidos depois de 2010 em um mundo onde smartphones e tablets já eram onipresentes. A porta de entrada para a internet é também um passaporte para vídeos e outros conteúdos que induzem a menina a se comportar feito adultos. Ainda que as redes sociais só permitam usuários após os 13 anos, é evidente que poucas barreiras existem para limitar o mergulho nessas águas viciantes e salpicadas de ideias marqueteiras. Não é à toa, diga-se, que influenciadores infantis se tornaram uma categoria à parte nas plataformas. A americana Paige Marrit, de 8 anos, é um deles. Em vídeos, conte como são seus dias na escola enquanto se maquia. Sua entonação e expressões lembram os de uma menina bem mais velha, possivelmente emulando as inspirações on-line. E é assim que umas estimulam as outras a pleitear cuidados com o rosto e o corpo que, transpostos para as telas, são sinônimos de curtidas e sucesso — uma tendência que não encontra fronteiras e ganha terreno entre jovens brasileiros.

O que aflige é ver uma exposição de garotas que nem chegaram à puberdade a padrões de beleza e sexualidade que podem fazer mal até mesmo um adulto, criando uma obsessão pela imagem e pelos artifícios para transformá-la. Nada a ver com a pintura lúdica que a criançada gosta. “A maquiagem pode fazer parte da vida das mais jovens, mas, a partir do momento que se torna central no cotidiano, vira um problema”, diz Danielle Admoni, psiquiatra da infância e adolescência da Unifesp. “Cabe aos responsáveis ​​dialogar com seus filhos para evitar essa estética irrealista.” Fora do marketing das blogueiras, a publicidade de algumas linhas de produtos promete maravilhas para um público que ainda não tem a maturidade e o senso crítico para lidar com tantas iscas. “A vaidade é a ponta do iceberg. Hoje a felicidade está atrelada a esses aspectos físicos, estimulando as mais novidades a só se sentirem realizadas após a compra de um determinado creme ou maquiagem”, afirma Danielle.

Além da pressão emocional, o uso de produtos de beleza pode trazer prejuízos à saúde. Crianças e adolescentes consomem uma diversidade de itens sem saber para que idade e tipo de pele são indicados, com risco de alergias, entre outras reações. “A maioria dos produtos é desenvolvida para uma pele madura, de pessoas com mais de 25 anos. Numa criança pode haver manchas, manchas, interferência de poros”, alerta a médica Paula Rahal, da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD). A indústria dos chamados “cosméticos para crianças” tem se expandido. Porém, mesmo com a promessa de oferecer produtos lúdicos, livres de alergênicos, pode haver problemas. Nesse contexto, um estudo da Universidade Columbia, nos EUA, revelou que a maioria das crianças utiliza produtos corporais e maquiagens com ingredientes tóxicos. Ou seja, não há vantagem em aderir à moda tão cedo — pelo contrário. “A pele jovem só precisa de higiene, hidratação leve e proteção solar”, resume Rahal. É uma brincadeira péssima querer se antecipar ao tempo.
VEJA

Postado em 2 de fevereiro de 2024

Após cinco anos, governo retoma hoje contratações do Minha Casa, Minha Vida para baixa renda

O governo retoma nessa quinta-feira, após cinco anos, as contratações do programa Minha Casa, Minha Vida para as famílias enquadradas na Faixa 1 (com renda mensal de até R$ 2.640). Nessa faixa, os beneficiários do Bolsa Família e do Benefício de Prestação Continuada (BPC) ganham o imóvel. Os demais pagam uma prestação equivalente a 10% da renda durante cinco anos.

O primeiro contrato para o início das obras será assinado pelo ministro das Cidades, Jader Filho, e a prefeitura de Jaguariúna (SP) para a construção de 115 unidades habitacionais.

A meta para este ano é contratar 187,5 mil moradias em 560 municípios. Para isso, o governo terá disponível no Orçamento da União R$ 9,4 bilhões. Os valores são desembolsados de acordo com a execução das obras.

Além da retomada das contratações, o governo trabalha para retoma obras que estão paralisadas desde o governo da ex-presidente Dilma Rousseff.

Durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro, que mudou o nome do programa para Casa Verde e Amarela, essa faixa de renda deixou de ser atendida. A política habitacional ficou focada nas famílias com capacidade de assumir um financiamento com recursos do FGTS.

Lula retomou o nome antigo do programa, dando prioridade à Faixa 1. Os empréstimos habitacionais com recursos do FGTS foram mantidos e foi incluída a possibilidade de financiar imóveis usados.

Folha PE

Postado em 1 de fevereiro de 2024

F1: Hamilton pode trocar Mercedes pela Ferrari, afirma jornalista

Lewis Hamilton pode movimentar de vez o mercado da Fórmula 1 na próxima temporada. Segundo o jornalista Simon Lazenby, da emissora britânica ‘Sky Sports’, o piloto, que tem contrato até este ano com a Mercedes, considerada uma possível mudança para a Ferrari em 2024.

A decisão seria devido ao desconforto de Hamilton com a construtora por não ter construído um carro vencedor pelo segundo ano consecutivo, frustrando seus planos.

No entanto, trata-se apenas de um rumor difícil de se concretizar, já que tanto Charles Leclerc quanto Carlos Sainz têm contrato até o final de 2024 com a Ferrari.

Ainda de acordo com o veículo britânico, seu nome também foi ouvido pela Aston Martin, mas Fernando Alonso assinou um contrato longo e Lance Stroll é filho do coproprietário da escuderia. Além disso, a equipe está feliz com o desempenho do espanhol.

IG

Postado em 1 de fevereiro de 2024

Cidade em situação de emergência contrata show milionário de Gusttavo Lima

Gusttavo Lima foi contratado pela prefeitura de Campo Alegre de Lourdes, de 30 mil habitantes, na Bahia, pelo valor de 1,3 milhões de reais. A contratação acontece em meio a uma situação de emergência no município, declarada em setembro de 2023 e válida por 180 dias (até março), por conta da estiagem que atinge a região. Com isso, a cidade ganha o direito de pedir recursos financeiros emergenciais ao estado. O show foi contratado sem licitação pelo prefeito Enilson Marcelo Rodrigues da Silva (PCdoB), com o valor que é três vezes maior do que todo o montante destinado ao orçamento da cultura da cidade em 2023, que foi de 413 mil reais.

O valor total é dividido entre o cachê, de 1,1 milhões de reais, e outros 200 mil reais, que custearão o transporte do artista e sua equipe. O show, que terá duração de uma hora e meia, foi parcelado em cinco vezes. No contrato, a cidade ainda deverá arcar com a hospedagem, transporte local, camarim e carregadores de equipamento. Nas redes sociais, a prefeitura de Campo Alegre de Lourdes anuncia a novidade com entusiasmo. “Agora é oficial! Dia 9 de fevereiro sobem ao palco do nosso município: Gusttavo Lima, Tayrone e Francildo Silva — Pisadinha do Vaqueiro. Os Festejos de Nossa Senhora de Lourdes estarão repletos de grandes atrações, e você é nosso convidado especial! Esperamos por você! O Centro de Lazer irá tremer”.

VEJA

Postado em 1 de fevereiro de 2024

Como superar o fim de um relacionamento? ‘Animal mais monogâmico do mundo’ pode ter uma resposta

Na melhor das hipóteses, esse animal dá pistas sobre como superar uma separação. Na pior das hipóteses, é uma pequena metáfora sobre amor e esquecimento. Um estudo realizado com ratazanas da pradaria mostrou que esses roedores experimentam uma explosão de dopamina, o hormônio do prazer, quando se reencontram com seu parceiro. Porém, após um período de separação, o efeito diminui. Resumindo, com o tempo, os roedores superam o ex, mas eles não esqueceram disso.
— Sabemos que eles se lembram do parceiro, mesmo depois de quatro semanas sem vê-lo — explica Zoe Donaldson, neurocientista comportamental da Universidade do Colorado em Boulder e autora principal do trabalho. — Isso é semelhante ao que acontece conosco, humanos: não esquecemos aqueles que amamos depois que eles se vão, embora o que eles signifiquem, o seu lugar em nossas vidas diárias, tenha que ser realocado.

Eles se comportaram como se conhecessem o parceiro, mas a ocorrência deles, no nível neuronal, não é a mesma. Depois de um mês sem contato, eles não sentem a mesma vontade de acasalar ou aconchegar-se. É um período de tempo consideravelmente longo, considerando que a sua expectativa de vida gira em torno de dois anos.

O comportamento dos arganaz-das-pradarias (Microtus ochrogaster) começou a atrair a atenção científica na década de 1970, quando, numa experiência na Universidade de Illinois, constataram que havia uma espécie de rato que caía em armadilhas de dois em dois. Em casais. Descobriu-se então que esta espécie mantém relações monogâmicas e exclusivas ao longo da vida, ao contrário de seus parentes, os cães da pradaria.

Estima-se que apenas 3% dos mamíferos sejam monogâmicos. Desde então, esse pequeno roedor se tornou uma unidade de medida do amor na ciência. Em diversos estudos foi comprovado que esses animais acompanham os cuidados com seus filhotes ou que sentem empatia pelo parceiro. Eles ficam estressados ​​​​quando o outro fica estressado e tentam animá-lo com contato físico. Muitos, depois de ficarem viúvos, permanecem sozinhos até a morte.

A maior parte das análises realizadas até agora centraram-se na fase inicial do enamoramento, que tem sido mais refletida não só pelo cinema, mas pela ciência. “É, totalmente, a parte mais divertida da pesquisa: a paixão hedônica”, admite a Dra. Donaldson. Mas o estudo, publicado este mês na revista Current Biology, destaca-se por ter analisado o amor estável e como ele se desgasta com o tempo e a distância. Depois da fase de apaixonar-se vem o amor sereno.

— A base é construída onde você começa a associar uma pessoa… Bom, ou um rato… Com essa experiência realmente agradável e satisfatória— explica a especialita. Com o tempo, os relacionamentos se estabilizam. Os amantes começam a construir uma rotina. Eles possuem uma hipoteca ou uma toca. — E o parceiro passa a ser uma importante fonte de recompensa, motivação e apoio. Queríamos saber qual é o papel da dopamina na manutenção desses laços.

Para descobrir, sua equipe isolou uma ratazana apaixonada em uma gaiola com duas portas transparentes e duas alavancas. Ao ativar uma entrada, o roedor poderia alcançar seu parceiro. Ativando outro, para um espécime desconhecido. Eles descobriram que os roedores liberaram mais dopamina no primeiro caso do que no segundo. Os estudos também envolveram mais o parceiro quando se conheceram e, ao fazê-lo, experimentaram um aumento maior de dopamina no núcleo accumbens (a área do cérebro responsável pelo gerenciamento do circuito de recompensa).

— Acreditamos que esta liberação aprimorada de dopamina ajuda a manter os laços vivos ao longo do tempo, motivando os casais a se reunirem quando estão longe um do outro — explica Donaldson. — Eles podem formar um novo vínculo após essa mudança na dinâmica da dopamina, algo que não faz enquanto o vínculo anterior ainda estiver intacto.

Donaldson descreveu as características como uma forma de “superar o rompimento”. Embora esses efeitos sejam atenuados com o tempo e a distância. A tal ponto que o rato ama supera a ausência do ex e se disponibiliza para começar uma nova vida.

Aplicável a pessoas?
O estudo pode ser relevante para compreender como as pessoas superam a perda. Principalmente no caso de pacientes com transtorno de luto prolongado, que têm dificuldade em lidar com essas situações. Segundo Donaldson, isso ocorre porque o sinal dopaminérgico gerado pelo parceiro pode não se adaptar após a perda, o que dificultaria o processo de cura.

Os ratos da pradaria não são exatamente como as pessoas. Não trapaceiam, nem se desconstroem para experimentar novos modelos relacionais, combater a monotonia ou praticar o poliamor.

— É verdade que os seres humanos são capazes de ter uma ampla gama de relacionamentos e tipos de famílias — regular Donaldson. — Mas o importante é que nós, como eles, podemos formar laços duradouros como casal. Provavelmente usamos muitos dos mesmos mecanismos neurobiológicos para fazer isso.

Diego Redolar, professor de Psicobiologia e Neurociências da Universidade Oberta da Catalunha e pesquisador do Cognitive NeuroLaB, valoriza o estudo, com o qual não tem qualquer relação, de forma muito positiva. Mas ele é mais cauteloso ao traçar paralelos com o comportamento humano.

— Nosso estabelecimento de vínculos pode ser explicado em parte pela dopamina secretada no accumbens — explica. — Mas é muito mais complexo. A oxitocina e a vasopressina também desempenham um papel muito importante. No córtex pré-frontal do cérebro ocorre uma atividade que nos permite adaptar a nossa resposta ao ambiente ético e regulatório em que vivemos.

Portanto, mesmo que ele secreta dopamina como um rato da pradaria, uma pessoa não vai tentar aconchegar-se e acasalar-se com seu ex assim que o vir como estes fazem. É algo mais complexo.

— Podemos ter um pico de dopamina no núcleo accumbens que nos leva a um determinado estímulo de acasalamento ou ligação, mas o córtex pré-frontal nos permitirá adaptar essa resposta — afirmou o professor.

Embora a resposta seja diferente, o estímulo é semelhante. As lições aprendidas por estes cientistas no mundo dos arganaz têm uma tradução clara para as relações dos casais humanos.

— Somos animais sociais e o vínculo entre um casal é um dos mais fortes que vamos criar — afirma a psicóloga de casais Lorenlay Fraile. — Cria-se uma dependência emocional e quando você quebra, entra em um período de abstinência. Você não vai beber ao álcool. Se você está parando de fumar, não fumará dois cigarros às segundas e quartas-feiras.

A mesma coisa acontece com o amor.

— Quando um relacionamento termina, aparece o luto e leva um tempo para se ajustar. É muito difícil fazer isso se você estiver em contato com a pessoa que você deixou — afirma a psicóloga.

Com o tempo, explica Fraile, o vínculo com o ex-companheiro fraco, assim como acontece com os roedores. A solução não é tão fácil quanto abrir uma alavanca e abrir uma porta com um novo parceiro. O tempo para superá-lo será superior às quatro semanas indicadas no estudo. Mas, no nível cerebral e neuronal, o mecanismo é muito semelhante. No amor e no esquecimento, somos como ratos da pradaria.

O GLOBO

Postado em 1 de fevereiro de 2024

Bill Gates pretende doar toda sua fortuna e sair da lista dos mais ricos do mundo

Com uma fortuna avaliada em 113 bilhões de dólares, Bill Gates disse nesta semana que planeja doar quase todo o seu dinheiro para a fundação filantrópica que leva seu nome. Com isso, Gates deixará de ser uma das pessoas mais ricas do mundo.

Fundada em 2000 pelo cofundador da Microsoft e sua então esposa, Melinda, a Fundação Bill & Melinda Gates planeja aumentar os gastos de 6 bilhões de dólares anuais atualmente para 9 bilhões de dólares anuais até 2026.

No Twitter, Gates publicou que “Para ajudar a tornar possível esse aumento de gastos, estou transferindo US$ 20 bilhões para a doação da fundação este mês”.

Mais tarde, Gates aprofundou o assunto ao publicar: “À medida que olho para o futuro, pretendo dar praticamente toda a minha riqueza à fundação. Vou descer até eventualmente sair da lista das pessoas mais ricas do mundo.”

Dentre as iniciativas da organização estão combater doenças e pobreza em todo o mundo, luta contra a crise climática, melhorias na educação e promoção da igualdade de gênero.

Gates publicou, ainda, que espera que outros bilionários também façam suas doações. “Tenho a obrigação de devolver meus recursos à sociedade de maneira que tenham o maior impacto para reduzir o sofrimento e melhorar vidas. E espero que outros em posições de grande riqueza e privilégio também intensifiquem neste momento.”

No passado, segundo o Financial Times, Gates teria declarado que as prioridades do mundo são “estranhas” e que cabe a filantropos e governos ricos combater a desigualdade de vacinas.

“Quando se trata de gastar bilhões para salvar trilhões em danos econômicos e dezenas de milhões de vidas, eu diria que é uma apólice de seguro muito boa”, disse Gates, observando como esforços aparentemente enormes, mesmo em termos econômicos, evitariam danos muito piores.

EXAME

Postado em 1 de fevereiro de 2024

Suspeita de espionagem ilegal da Abin “parece bastante real”, diz Gilmar Mendes

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes declarou nesta quarta-feira (31), em entrevista exclusiva ao Jornal Gente, da Rádio Bandeirantes, que “parece bastante real” a suspeita de que dezenas de autoridades, políticos e civis foram investigados de maneira ilegal pela Agência Brasileira de Inteligência (Abin).
“Infelizmente parece bastante real. Não é a primeira vez que a gente vê algum tipo de manipulação no âmbito da Abin. Parece que não foi esse o sistema que construimos após 1988 para substituir o malfadado SNI. Não tem sido um exemplo bem sucedido”, declarou.

A investigação da Polícia Federal identificou uma tentativa da Abin de associar Gilmar Mendes e o também ministro Alexandre de Moraes à facção criminosa PCC quando o órgão era subordinado ao hoje deputado federal Alexandre Ramagem, durante o governo de Jair Bolsonaro. O esquema envolveria a espionagem ilegal de autoridades.

O magistrado ressaltou que essa não é a primeira denúncia de excessos supostamente cometidos pela agência.

Há uma série de disfuncionalidades. Já tivemos no passado, no primeiro governo Lula, episódios envolvendo a Abin, agora estamos assistindo a essa situacão, que será devidamente esclarecida com as investigações feitas pela Polícia Federal.
Gilmar Mendes também comentou a escolha do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) pelo ex-ministro do STF Ricardo Lewandowski para o Ministério da Justiça e Segurança Pública.

Para ele, a opção pelo ex-companheiro de Supremo foi benéfica por se tratar de uma pessoa “moderada” e que “trabalha com conceitos jurídicos de maneira firme”.

BAND

Postado em 1 de fevereiro de 2024

Trabalhos criados com Reforma Trabalhista de Temer, como militantes, já superam 5 milhões

Os contratos de trabalho “atípicos”, como intermitentes, com tempo determinado e tempo parcial representam 17,2% do total do total de empregos formais criados no país no ano passado e já somam 5,386 milhões de um total de assalariados de 43,928 milhões no país . São trabalhos com menos de 30 horas semanais.
No ano passado, essas modalidades responderam por 255.383 das vagas abertas, segundo dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged). O número total de postos de trabalho criados no país foi de 1,4 milhão em 2023 .

Os trabalhos “atípicos” foram modalidades criadas ou ampliadas com a Reforma Trabalhista de 2017, durante o governo Michel Temer .

O regime intermitente, criado pela reforma trabalhista, começou com a abertura de 6.029 vagas em 2017 e no ano seguinte, respondeu por 51.183 contratações.

Foram 83.352 em 2022 e 87.021 no ano passado. A criação de postos de trabalho nas outras duas modalidades também aumentou no período.

A constatação do Ministério do Trabalho é que essas modalidades estão se espalhando entre vários setores da economia.

Fornecemos equipamentos nas regiões Sul e Sudeste e em atividades administrativas complementares, como escriturários e almoxarifados, relacionadas à educação, saúde, vigilância e eventos.

Para a subsecretária de Estatísticas e Estudos do Ministério, Paula Montagner, a reforma trabalhista trouxe novas oportunidades, mas elas não reverteram a melhoria da inserção dos trabalhadores no mercado. Ao contrário, eles têm vínculos menos duradouros e longevidade menores, apesar da jornada reduzida.

— Apenas um terço dos intervalos têm renda. O restante fica na espera de serem chamados pelos trabalhadores — disse Paula.

O GLOBO

Postado em 1 de fevereiro de 2024

Grupo vai ao STF contra lei que obriga grávida a ouvir coração do feto

A Associação Brasileira de Mulheres de Carreira Jurídica (ABMCJ) entrou com uma ação direta de inconstitucionalidade (ADI) para barrar uma lei sancionada pelo governo de Goiás que obriga a mulher grávida a ouvir os batimentos do feto.
A Lei nº 22.537/2024, de autoria do ex-deputado estadual Fred Rodrigues (DC), hoje cassado, foi sancionada em 11 de janeiro e prevê uma série de medidas que integram a “Campanha de Conscientização contra o Aborto para as Mulheres no Estado de Goiás”.

Além do ponto polêmico que obriga gestantes a ouvirem o coração do feto, a legislação estabelece a data de 8 de agosto como Dia Estadual de Conscientização contra o Aborto e prevê “palestras sobre a problemática do aborto” e seminários, mobilizações e outras atividades sobre os “direitos do nascituro, o direito à vida e as imputações penais no caso de aborto ilegal”.

A associação argumenta que a lei é inconstitucional, viola princípios da dignidade humana e restringe o direito à saúde. Para a entidade, a norma caracteriza uma “tentativa expressa de tentar convencer a mulher a não exercitar o direito ao aborto legal, por campanhas financiadas e incentivadas pelo Estado”. A ação pede a suspensão imediata da eficácia da lei.

“Não cabe ao Estado criar políticas públicas contrárias ao direito garantido por lei, por contradição lógica incompatível com o interesse público primário que gerou a aprovação de tal lei e por isso aumentar a vulnerabilidade social e jurídica das mulheres que desejam realizar o aborto legal e seguro no Brasil”, diz a peça.

A legislação adotada no Brasil sobre o aborto é de 1940. De acordo com o artigo 128, incisos I e II do Código Penal, o aborto pode ser feito quando a gravidez representa risco para a vida da mulher e em casos de estupro/violência sexual.

Metrópoles

Postado em 1 de fevereiro de 2024

China se consolida como maior fabricante de veículos elétricos do mundo

Um dos marcos do nosso tempo é a voracidade da indústria chinesa, alimentada por imensa capacidade produtiva, preços baixos e — agora, sim, finalmente, depois de tanto descaso — a qualidade do que é vendido. O avanço global começou com eletrônicos, chegou ao campo de roupas e calçados e alcançou agora um setor, o da indústria automotiva, que parecia para sempre dominado por americanos, japoneses, sul-coreanos e europeus. O salto foi promovido, sublinhado, plugado na tomada, por meio dos carros elétricos. Resumo da operação: você ainda terá um carro fabricado na China e muito provavelmente ele será eletrificado, como mandam os bons modos de preocupações com o meio ambiente, e adeus aos combustíveis fósseis.

Dois resultados fundamentais foram divulgados no fim do ano passado. A BYD (Build Your Dreams), fundada em 2003 na cidade de Xian, superou, pela primeira vez, a Tesla de Elon Musk em número de veículos a bateria negociados. No trimestre último de 2023, foram 526 mil unidades, contra 484 mil da rival americana. Com isso, tornou-se o maior fabricante de veículos elétricos do mundo, com 3 milhões de unidades, incluindo os híbridos. A maior parte fica dentro da China, mas as exportações visam ampliar horizontes — e o Brasil e a Europa são mercados estratégicos. Com isso, o Japão deixou de ser o maior exportador de carros do mundo. São sinais claros de que os tempos, enfim, são outros.

O resto do mundo, compreensivelmente, tem o avanço chinês. Não à toa, os governos buscam impor taxas maiores de importação para tentar conter a concorrência e proteger as indústrias locais. No Brasil, por exemplo, até o final de 2023 os veículos elétricos e híbridos importados não pagavam impostos. Foram oito anos de autorização, o que fez com que quase nenhuma montada com produção local investisse em modelos eletrificados — as únicas abordagens são a Caoa Chery e a Toyota, que têm modelos híbridos leves. No ano passado, com a chegada da BYD e da GWM, outra grife chinesa, o governo decidiu reverter a tributação, retomar a partir deste mês e que seguirá de forma progressiva até chegar a 35% em julho de 2026. Nos Estados Unidos, onde A presença oriental ainda é pequena, o presidente Joe Biden já afirmou que pode aumentar as tarifas de importação. Os europeus anunciaram uma investigação em torno dos carros chineses.

A batalha está apenas começando, mas é certo antecipar o capítulo inicial de uma reviravolta repleta de nós diplomáticos e armadilhas econômicas. As montadas tradicionais, de facto, vão perder espaço, pois simplesmente não têm capacidade de concorrer com os chineses, que viram a oportunidade com antecedência. “Esse desenvolvimento começou há dez, quinze anos”, diz o consultor Cassio Pagliarini, da Bright Consulting, especializada no setor automobilístico. “Os chineses estão no fim desse caminho, e não vemos muitos grupos ocidentais em posição de disputar esse espaço”. Gigantes, como a alemã Volkswagen, não estão bem posicionadas na corrida elétrica e tendem a perder mercado. Ao mesmo tempo, o acesso a veículos eletrificados bons, bonitos e baratos, repletos de tecnologias, é algo de interesse global. Há uma demanda crescente por métodos menos poluentes de transporte, e os carros a combustão são responsáveis ​​por cerca de 15% de todas as emissões de CO 2 .

Apesar da boa preocupação ambiental, é preciso manter os pés no chão. A estrada rumo à eletrificação total da frota global é longa. Mesmo em mercados mais maduros, como o americano, a infraestrutura está longe do ideal. No inverno rigoroso de cidades como Chicago, imagens de filas de espera e das estações de carregamento de Tesla congeladas circularam o mundo e chamaram a atenção para a necessidade de cuidados especiais com as baterias. No Brasil, o preço ainda elevado dos modelos eletrificados restringe sua participação no mercado, hoje em torno de 7%, embora tenha dado um salto (no início do ano era de 3,5%). As montadas já apresentadas aqui querem mudar a situação. “Para a BYD, o Brasil é o país mais relevante para a companhia fora da China”, diz Alexandre Baldy, presidente do conselho de administração da empresa no país. Outras marcas já anunciaram planos de atuar em território brasileiro, como Omoda e Jaecoo. A China correu, correu e chegou lá, elétrica.

VEJA

Postado em 1 de fevereiro de 2024

Funcionários esquecem última sessão, vão embora, e público fica preso no cinema: ‘Nos sentimos como no filme, rejeitados’

Parecia cena de filme. No último sábado, pouco antes da meia-noite, cerca de 40 pessoas gritavam por socorro a quem passava pela Rua Voluntários da Pátria, em Botafogo, na Zona Sul do Rio de Janeiro. Curiosamente, o grupo estava dentro de um cinema, o Estação Net Rio. “Estamos presos, esqueceram a gente trancado aqui”, eles tentavam explicar, aos berros, para os frequentadores de um bar do outro lado da pista. A trama se desenvolveu por 30 minutos. O que na prática foi um curta-metragem se transformou, a rigor, num tenso longa para quem estava dentro do local.
— Naquele momento, a gente só queria liberdade — conta a aposentada Ruth Kauffmann, de 70 anos, que relatou a situação num depoimento publicado nesta quarta na seção de Cartas dos Leitores do GLOBO. — Não sabíamos como proceder. Era como se estivéssemos órfãos ali. Olha, que drama, né? A gente ficou sem ação, desesperado. Havíamos acabado de assistir ao filme “Os rejeitados”. E nos sentimos assim: rejeitados.

O primeiro indício de que algo estava errado veio junto com os créditos finais, quando habitualmente as luzes da sala se acendem. Naquela noite, coube aos espectadores procurarem a porta de saída no escuro. Alcançado o saguão — com a ajuda de lanternas de celulares —, outra surpresa: o cinema estava fechado. O passo seguinte foi acionar a polícia e os bombeiros e clamar por ajuda a quem passava. Através da grade vazada, Ruth notou a expressão de espanto das pessoas do lado de fora. E percebeu que muitas não se atreveram a se aproximar, com medo:

— Essa é a cidade que a gente vive, né? — pondera Ruth.

Ainda assim, o burburinho chegou ao Estação Net Botafogo, cinema gerenciado pelo mesmo grupo e localizado na mesma rua, a poucos metros de distância. Por coincidência, lá estavam os dois funcionários responsáveis pelo espaço. Quando souberam da situação, correram imediatamente para o endereço para libertar os “rejeitados” daquele filme não programado.

Ambos haviam fechado as portas do Estação Net Rio, acreditando que todas as projeções tinham sido devidamente finalizadas. Foi um erro inédito, “absurdo e surreal”, nas palavras de Adriana Rattes, sócia-fundadora do Grupo Estação. Mas com uma ressalva: como na ficção, absurdos também acontecem.

— Foi terrível, e ninguém imaginou que isso poderia acontecer. Depois de 40 anos em atividade, se tivéssemos feito isso mais de uma vez, já não estaríamos funcionando agora — diz Adriana. — Estamos a semana inteira digerindo o assunto. Imagina se essas pessoas tivessem passado a madrugada lá dentro? Tenho pesadelos só de pensar nisso.

À frente do mais tradicional cinema de rua do Rio — que arrecadou, durante a pandemia, mais de R$ 700 mil, por meio de campanha de financiamento coletivo, para enfrentar uma forte crise financeira —, a empresária pede que todos os espectadores que estiveram na tal sessão busquem contato com o cinema, pessoalmente ou via redes sociais. Adriana sinaliza o interesse para uma versão estendida da história, com final alternativo.

— Além do pedido de desculpas, queremos tentar oferecer alguma coisa que seja uma gentileza para o público, depois desse transtorno tão grande. Não quer dizer que resolveremos ou compensaremos esse problema… Mas queremos mostrar que, sim, estamos muito preocupados com o o que aconteceu, chateados — acrescenta Adriana.

A primeira medida foi afastar temporariamente os funcionários responsáveis pelo erro, mantendo o bom senso de não colocar em xeque o emprego de ninguém.

A despeito do imbróglio, Ruth e seus colegas “rejeitados” concordam ao recomendar o longa de Alexander Payne, indicado a cinco categorias no Oscar deste ano, incluindo a de Melhor Filme. Na comédia, veja só, um grupo é obrigado, contra a vontade, a passar um longo período juntos.

— É um filme maravilhoso. Não perca! — indica Ruth.

O GLOBO

Postado em 1 de fevereiro de 2024

Maioria dos brasileiros não consegue guardar dinheiro, mostra pesquisa

A pesquisa “Pulso 2023” da Ipsos, revela que 61% dos brasileiros não conseguem guardar dinheiro para investimento ou poupança, enquanto 34% conseguem fazer uma reserva. 5% dos participantes não souberam ou não responderam à questão.
No que se refere ao otimismo em relação à situação financeira, tema também abordado na pesquisa, 60% das pessoas expressaram confiança de que seu padrão de consumo será melhor ou muito melhor nos próximos 12 meses.

Além disso, 85% dos entrevistados manifestaram, de modo geral, a expectativa de que suas vidas serão consideravelmente melhores em 2024 em comparação com o ano anterior.

O otimismo se estende à questão das dívidas, uma vez que 77% dos participantes relataram que devem conseguir quitar suas pendências financeiras ao longo do ano.

Para Kennedy Diogenes, CEO da OrendaPay, o fato de 61% dos brasileiros não conseguirem poupar ou investir, se deve à ”absoluta falta de educação financeira na nossa cultura. Fomos treinados a gastar, sem guardar. É por isso que quase 77% das famílias estão endividadas”.

A pesquisa foi realizada com 1.000 entrevistas virtuais no Brasil como amostra representativa da população brasileira. A margem de erro é de 3,1 pontos percentuais.

Confira três dicas essenciais do especialista
Anote todos os seus gastos mensais
Elaborar um orçamento detalhado com todas as suas receitas e despesas vai permitir uma visão mais clara de para onde está indo o seu dinheiro.

Ajuste o seu padrão de vida
Prestações como empréstimos, aluguel, plano de saúde, academia e alimentação devem caber em até 70% das suas receitas.

Lembre-se de que sempre há despesas extras no mês, e caberá a você escolher o que é essencial ou não.

Dos 30% restantes, você poderá dividir da seguinte forma: 10% da sua receita vai para cultura e lazer, pois é necessário que destine esse valor para sua saúde mental e espiritual, e os 20% restantes vão para uma conta própria para investimento e poupança.

Lembre-se sempre da regra de ouro
A primeira conta que você deve pagar, assim que receber o seu dinheiro, é o investimento em poupança.

Este será o dinheiro que você terá à disposição no futuro, para realizar seus sonhos, bancar sua aposentadoria, ou para enfrentar as dificuldades da vida.

”Essas dicas são simples, mas eficazes. Posso dizer que tem muita gente que, com disciplina, aplicou e conseguiu sair de uma montanha russa de dívidas, passando a construir uma base sólida para o crescimento econômico” completa Kennedy.

CNN

Postado em 1 de fevereiro de 2024