Auditores e bancos reagem à versão da Americanas sobre fraude

Nos corredores de um grande banco brasileiro, o que se diz é que os executivos ali, simplesmente, “não conseguem engolir” o relato sobre a fraude na Americanas, feito pelo CEO da varejista, Leonardo Coelho Pereira (foto em destaque), nesta semana, aos integrantes da CPI que investiga o episódio, na Câmara dos Deputados. O mesmo mal-estar, pode-se acrescentar, estende-se a algumas das grandes firmas de auditoria do país.

E qual é o motivo dessa reação? Na CPI, Pereira apresentou mensagens nas quais, supostamente, integrantes das auditorias KPMG e PwC, combinavam a redação de textos com executivos da empresa, cujo conteúdo atenuaria a exposição de fragilidades contábeis no balanço da Americanas. Isso como uma forma de acobertar falcatruas em curso. O mesmo tipo de expediente, indicou Pereira, teria sido adotado com representantes do Itaú Unibanco.

As auditorias e o banco já se manifestaram publicamente a respeito do assunto. Mas a repercussão não ficou por aí. “Na CPI, foi apresentada uma meia dúzia de documentos e não sabemos o que eles representam e qual o seu viés”, afirma Rogerio Mota, diretor técnico do Instituto de Auditoria Independente do Brasil (Ibracon). “Não quero defender nem acusar ninguém, mas entendo que ainda é muito cedo para se chegar a qualquer conclusão com base no que foi mostrado ali.”

Contexto
Tecnicamente, diz Mota, o que preocupa na exposição do CEO da Americanas é, no mínimo, a ausência de contexto. “No processo de auditoria, é normal que se discuta a redação de documentos e relatórios”, afirma o auditor. “Nesses casos, estamos lidando com informações sensíveis de companhias listadas em Bolsa. Assim, é importante que a administração revise os textos e faça seus comentários. O auditor tem toda a autonomia para julgar se essas considerações são razoáveis. Mas, da forma que foi colocado na CPI, parece que houve conluio.”

Conselho

Além do mais, de acordo com o CEO da Americanas, as “suavizações” nos relatórios tinham como objetivo de esconder a real buraco nas finanças, estimado em cerca de R$ 25,3 bilhões, do conselho de administração da empresa. Para Mota, contudo, esse é outro ponto que, como diz, “soa estranho”.

O diretor do Ibracon observa que, no geral, e não no caso Americanas, especificamente, é muito difícil que os conselheiros não tenham acesso ao relatório dos auditores. Mesmo porque esses profissionais emitem dois documentos principais desse tipo. Um deles é público e traz a opinião da auditoria sobre a demonstração financeira da companhia. O outro é de uso interno da empresa, feito para que a administração promova eventuais melhorias nos controles internos.

Numa firma de grande porte, acrescenta o técnico, os conselhos de administração contam ainda com a assessoria de um comitê de auditoria. O que se espera é que esse comitê, que interage com o auditor, também receba os relatórios. “Quem não é da área, ouvindo a forma como a história foi apresentada, pode ficar com a impressão que tentaram esconder a situação dos conselheiros, mas isso é muito difícil”, afirma Mota. “Além disso, quem contrata o auditor não é a administração, mas, sim, o conselho. Isso está na lei.”

Bancos
No caso das instituições financeiras, documentos apresentados por Pereira à CPI mostram supostas tentativas de ocultar dos extratos da Americanas as operações de risco sacado. E o que é isso? Em geral, os fornecedores entregam à vista as mercadorias aos varejistas, mas recebem a prazo. Mas esse pagamento pode ser antecipado por um banco. A quitação da dívida, nesse caso, é assumida pela empresa de varejo. Isso é o risco sacado.

No caso da Americanas, dizem fontes a par do assunto, os prazos negociados com os fornecedores eram muito longos. Mas o dinheiro da venda das mercadorias entrava na veia do caixa, inflando-o de forma artificial. Paralelamente, as dívidas com os bancos não apareciam nas demonstrações contábeis.

Caixa gordo
Quem olhava de fora, portanto, via uma empresa com um caixa gordo e pendurada em poucos débitos. Tal prática, que não constitui uma fraude necessariamente, afirmam as mesmas fontes, agravou-se depois da pandemia. A tese de alguns especialistas é que a empresa “usou muito dessa cocaína e perdeu o controle”.

Carta de circularização

De acordo com os bancos, para não mostrar ao mundo – e aos auditores – a real de suas dívidas, a varejista alegava que o risco sacado não era feito por ela, mas, sim, pelos fornecedores. Assim, ele não deveria constar do extrato bancário da empresa, chamado de carta de circularização. As instituições financeiras teriam acatado o argumento, mas o Itaú exigiu a publicação de uma nota indicando a existência de tais operações.

O processo de negociação do apontamento durou seis meses, período ao longo do qual o crédito de risco sacado foi suspenso. Foi o trecho de uma dessas notas que apareceu num slide mostrado pelo CEO da Americanas à CPI. O que se vê, porém, é que a redação mudou muito pouco.

Redação
A advertência original dizia: “O Itaú Unibanco possui plataforma para a aquisição de recebíveis comerciais de fornecedores, sacados contra a companhia, avaliando individualmente cada operação e tomando a decisão de realizar ou não a antecipação dos recebíveis diretamente aos fornecedores”.

A versão final, comemorada pelos diretores da Americanas, ficou assim: “O Itaú Unibanco possui plataforma para a aquisição de recebíveis comerciais de fornecedores, emitidos contra a companhia, avaliando individualmente cada operação e tomando a decisão de realizar ou não a antecipação dos recebíveis diretamente aos fornecedores”.

Daí, nos bastidores, o banco alegar que, em vez da redação final, o motivo da comemoração dos diretores da Americanas não era a mudança do texto, mas o fim dos seis meses de seca do risco sacado, uma longa abistinência.

Fontes informaram ainda que, até 2017, com ano base 2016, o banco expunha essas operações, em todos os seus detalhes, nas cartas de circularização. Uma delas, a título de exemplo, tinha mais de 80 páginas, sendo que 70 delas com, linha a linha, dados sobre risco sacado.

Metropoles

Postado em 17 de junho de 2023

Defesa de Bolsonaro afirma que ex-presidente jamais participou de trama golpista

Após a revelação de que a Polícia Federal (PF) encontrou no celular do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL), um “roteiro de golpe” que incluía o afastamento dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) e a nomeação de um interventor, a defesa do ex-presidente afirma que ele “jamais participou de qualquer conversa sobre um suposto golpe de Estado”.

Veja a nota da defesa enviada para a imprensa:

“Os novos diálogos revelados pela revista Veja comprovam, mais uma vez, que o presidente Bolsonaro jamais participou de qualquer conversa sobre um suposto golpe de Estado.

Registramos, ainda, que o ajudante de ordens, pela função exercida, recebia todas as demandas – pedidos de agendamento, recados etc – que deveriam chegar ao presidente da República. O celular dele, portanto, por diversas ocasiões se transformou numa simples caixa de correspondência que registrava as mais diversas lamentações.”

Mensagens golpistas no celular de Cid
No celular de Mauro Cid, teria sido encontrado um “roteiro de golpe”, que incluía o afastamento dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, Cármen Lúcia e Ricardo Lewandowski e a nomeação de um interventor para restaurar a “ordem constitucional”. As informações foram divulgadas primeiro pela revista Veja.

Além disso, foram identificadas mensagens do coronel Jean Lawand, sugerindo o golpe. O conteúdo trazia pedidos de Lawand para que Cid convencesse Bolsonaro a ordenar uma intervenção militar no país, após a derrota nas eleições para o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Na quarta-feira passada (7), também foi divulgada a informação de que uma suposta minuta de um decreto de Garantia da Lei e da Ordem (GLO) e textos que seriam destinados a dar suporte ao governo em um eventual golpe de Estado foram encontrados pela PF no celular de Cid.

A GLO é uma operação militar que permite exclusivamente ao presidente da República convocar as Forças Armadas nos casos em que há o esgotamento das forças tradicionais de segurança pública em graves situações de perturbação da ordem.

CNN

Postado em 17 de junho de 2023

Virgin inicia venda de pacotes de turismo espacial que custam R$ 2 milhões

Richard Branson, bilionário e proprietário do conglomerado Virgin, anunciou, em vídeo postado no Twitter, o início das operações da espaçonave Virgin Galactic, cujo último teste foi realizado em maio deste ano e a ideia da companhia é promover o turismo espacial.

De acordo com as informações divulgadas, a primeira missão do veículo estelar Galactic, de número 01, será realizada entre os dias 27 e 30 de junho, sendo que o segundo voo (número 02) está previsto para o início do mês de agosto deste ano.

“A equipe e os veículos da Virgin Galactic estão prontos para levar os primeiros clientes para o espaço, tendo concluído com sucesso o voo espacial Unity 25 e análise de rotina e inspeções de veículos”, diz um trecho do comunicado.

A tripulação será composta por três integrantes da Força Aérea e do Conselho Nacional de Pesquisa da Itália para conduzir pesquisas em ambiente de microgravidade, demonstrando o que a Virgin chama de potencial de seu “laboratório científico suborbital”.

“Estamos lançando a primeira linha espacial comercial para a Terra. Este próximo capítulo emocionante para a Virgin Galactic foi impulsionado pela inovação, determinação e compromisso de oferecer uma experiência verdadeiramente transformadora”, afirma Michael Colglazier, CEO da empresa.

O que são voos suborbitais?
Existe uma fronteira entre a Terra o espaço. Para a Nasa, a Agência Espacial dos Estados Unidos, o limite é atingido aos 80 km, mas também existem agências que consideram a Linha de Kármán, esta a 100 km de altitude, definida pelo físico Theodore von Kármán.

Em 2021, o voo inaugural da Galactic, que contou com a presença de Branson, atingiu uma altura de 86 km – ou seja, 6 km acima do limiar do planeta, usando o critério da Nasa.

No ápice da atividade, a atmosfera é praticamente nula e ocorre a chamada gravidade zero, quando a força de atração terrestre deixa de atuar, permitindo que os corpos possam levitar.

Contudo, neste tipo de voo, a sensação de super-herói é passageira e dura apenas alguns minutos, diferentemente do que ocorreria em uma viagem em altura superior, onde o fenômeno seria constante e implicaria no uso de sofisticados trajes espaciais.

Atividade do futuro
O turismo espacial, como o promovido pela Virgin, inaugura a chamada “nova era espacial”, sendo mais uma dentre tantas outras iniciativas de empresas que querem ampliar a presença humana no espaço sideral, inclusive com a criação de colônias em Marte, como nos planos citados pela SpaceX, do também bilionário Elon Musk.

Aos interessados em participar da jornada acima do ambiente terreno, um aviso: embora a companhia não revele ao mercado os valores exatos de cada passagem, em 2021, cada bilhete foi adquirido pela bagatela de US$ 450 mil (cerca de R$ 2 milhões, no câmbio atual), de acordo com Virgin Galactic, que já conta com cerca de 100 pacotes vendidos.

CNN

Postado em 17 de junho de 2023

Padilha anuncia força-tarefa para acelerar nomeações no governo

O ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, anunciou nesta sexta-feira (16) uma “força-tarefa permanente” para acelerar as nomeações de indicados por aliados nos ministérios. A medida é resultado de uma cobrança do presidente Luiz Inácio Lula da Silva por mais agilidade na nomeação de cargos dos aliados do governo.

“Quero anunciar primeiro uma decisão da reunião ministerial de ontem [quinta-feira] do presidente Lula. A partir desta reunião, nós constituímos uma força-tarefa permanente junto aos ministérios, decisão do presidente Lula, para acelerar a análise técnica pelos ministérios para composição do governo. Nós mostramos que há cerca de 403 currículos apresentados por parlamentares e segmentos sociais, que estão em análise nos ministérios”, disse durante evento do Ministério da Defesa, pelo Dia da Marinha.

Segundo o ministro, algumas das nomeações aguardam encaminhamento há 60 dias. “Nós já vínhamos cobrando quase que diariamente e, em uma decisão da reunião de ontem, vamos fazer uma força-tarefa permanente, coordenada pela SRI [Secretaria de Relações Institucionais], a partir da fala do presidente Lula, para que se acelere o mais rápido possível pelos ministérios essa composição”, disse Padilha.

“Além disso, tomamos uma decisão anunciada na reunião de ontem, que semanalmente ministros e assessores vão passar um mapa dos parlamentares atendidos nos ministérios, seja pelos ministros, pelos secretários nacionais, pelas suas equipes. Semanalmente, a SRI [Secretaria de Relações Institucionais] vai entregar esse mapa aos líderes do governo na Câmara, no Senado, no Congresso, para que possam repassar isso para os líderes partidários e possa fazer mapeamento permanente. Esse é um governo que está aberto à interlocução com o Congresso Nacional”.

CPMI

O ministro destacou ainda o início da série de oitivas, na próxima semana, da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que investiga os atos antidemocráticos de 8 de janeiro. Na terça-feira (20), às 9h, está marcado o depoimento do ex-diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal (PRF) Silvinei Vasques.

“Começam, na próxima semana, sessões muito importantes na CPMI, de depoimentos, convocações de pessoas que estavam desde o começo na programação dos atos terroristas do dia 8 de janeiro”, disse. “A cada dia fica mais explícito que existia, no governo Bolsonaro, uma organização criminosa que, desde o dia da eleição, estava planejando, preparando os atos terroristas do dia 8 de janeiro”, completou.

Ao todo, a CPMI aprovou a convocação de 36 pessoas, diversos integrantes do governo do ex-presidente Jair Bolsonaro, como o ex-ministro da Justiça e ex-secretário de Segurança Pública do Distrito Federal Anderson Torres; o tenente-coronel Mauro Cid, ajudantes de ordens do ex-presidente; o ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) Augusto Heleno e o ex-ministro da Defesa Braga Netto.

“Qualquer servidor federal, civil ou militar, que for provado envolvimento na preparação, no planejamento, dos atos do dia 8 de janeiro, têm que ser punidos e afastados de qualquer espaço de direção”, ressaltou.

“Já temos mais de R$ 20 milhões bloqueados pela AGU [Advocacia-Geral da União] de financiadores dos atos terroristas e temos cada vez mais a identificação de pessoas que faziam parte dessa organização criminosa, que desde o governo Bolsonaro, com o resultado das eleições, planejou os atos terroristas”, disse.

Diario de Pernambuco

Postado em 17 de junho de 2023

Ratinho Junior: “A sociedade não aguenta mais o extremismo na política”

Reeleito no primeiro turno de 2022, Ratinho Junior (PSD) segue em lua de mel com o eleitorado local: segundo pesquisa recente do Instituto Paraná Pesquisas, é hoje o governador mais bem avaliado do país. A situação é fruto direto de uma gestão que vem colecionando boas marcas em áreas como a educação (passou de sétimo para primeiro lugar no Ideb, o índice que mede o desempenho escolar no ensino médio). Na economia, o estado deixou o Rio Grande do Sul para trás no fim do ano passado e assumiu o posto de quarto maior PIB do Brasil, atrás de São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais. Agora, aposta em privatizações e concessões para atrair novos investimentos e transformar o Paraná no maior centro logístico do país. Na política, tece críticas a Lula e Bolsonaro, embora tenha apoiado este último nas eleições passadas e diga que o governo dele teve méritos. Em entrevista a VEJA, Ratinho Junior diz que quer compor uma frente de novas lideranças, mais moderadas, liberais e pragmáticas, de olho na disputa ao Palácio do Planalto em 2026 — e assume que pode ser o presidenciável que surgirá dentro desse grupo. A seguir, os principais trechos.

Seu nome é cotado para ocupar o espaço do eleitorado de centro-direita no país, caso Jair Bolsonaro seja declarado inelegível. O senhor será candidato a presidente em 2026? Antes de 2026 temos outros três anos. Existe um mal do político de querer antecipar as fases e meu foco realmente está no Paraná. Mas estou feliz neste novo momento em que o Brasil apresenta novas lideranças, como a dos governadores Tarcísio de Freitas, de São Paulo, Romeu Zema, de Minas Gerais, e Eduardo Leite, do Rio Grande do Sul. Quero fazer parte, sim, de um projeto político para o Brasil. Um projeto político que pode realmente transformar o país, que pode implantar uma agenda positiva, que saia desse negócio de esquerda e direita, de extremismo. Isso é muito prejudicial e não encher a barriga de ninguém.

Mas o senhor assume que deseja disputar o Palácio do Planalto? Isso tem que ser construído. Obviamente, se para o momento adequado, se eu tiver condições e se eu for uma pessoa escolhida dentro de um projeto de grupo, partidário, posso ser uma opção. Mesmo se não for o protagonista desse movimento, quero ajudar a construir essa alternativa. Se ela vai ser vitoriosa, só saberemos em 2026. O meu estado é um estado protagonista, então é natural que meu nome possa estar no tabuleiro.

Entre os progressos obtidos pelo Paraná nos últimos anos, qual deles considera o mais relevante? Somos agora o quarto PIB do Brasil. Passamos o Rio Grande do Sul. O sucesso do Paraná e da nossa gestão é não ter perdido tempo discutindo ideologia, e sim metodologia. Na educação, uma das políticas que permitiram um salto de qualidade foi o investimento na segurança alimentar dos nossos alunos. Bem alimentados, os alunos tiveram condições de melhorar o desempenho com aulas ministradas por professores que seguem um método de ensino testado e aprovado. Em geral, não inventamos nada, apenas trouxemos para o Paraná os melhores exemplos de fora.

“Se eu tiver condições e for escolhido, posso ser uma opção para sair desse negócio de esquerda e direita. Se ela vai ser vitoriosa, só saberemos em 2026”

Quais países do exterior serviram de inspiração? Na educação, a Coreia do Sul é um exemplo claro. Mas não é a única fonte de inspiração. O Brasil é conhecido lá fora por São Paulo e Rio de Janeiro. E São Paulo é o nosso Estados Unidos, pela força econômica, a força da população. É a nossa grande referência, nossa locomotiva. E eu penso que o Paraná, por estar ao lado de São Paulo e ser a ligação do Sul com o Sudeste, tem essa condição de ter essa mesma pujança, mas sem os grandes problemas de São Paulo, até porque temos uma população menor, com um custo de vida mais barato que o paulista. Então, a ideia nossa é transformar o Paraná no Canadá do Brasil.

Qual o papel das privatizações e das concessões nesse processo? Nossa ideia é consolidar o Paraná como uma grande central logística do continente. Estamos hoje com os maiores pacotes de concessões rodoviárias da América Latina. O Porto de Paranaguá, por exemplo, foi eleito por três vezes o mais eficiente do Brasil. Lá vamos começar, a partir de julho, uma obra de 600 milhões de reais que vai aumentar em 30% a capacidade do terminal, sem a necessidade de ampliar a parte marítima. Além disso, nós temos as concessões rodoviárias que trarão 10 bilhões de reais em investimento privado, fora a parte operacional das concessões.

Esses projetos vão na contramão do que o governo federal está fazendo. A gestão Lula tenta reverter a privatização da Eletrobras e brigou com o marco de saneamento. Como analisar essa diferença? Vejo que são visões de mundo diferentes e eu procuro me inspirar que deu certo nos países associados. E os países do primeiro mundo nunca viram problema na iniciativa privada prestar um serviço público. Isso não tem nada de mal, desde que seja eficiente. Para a população, caro é aquilo que é ineficiente.

Por que então ainda existe tanto preconceito no país contra a privatização, em especial de uma parte da classe política, que inclui o PT? O PT faz discurso ideológico da década de 80, que lamentavelmente se arrasta até hoje. Mas a parte positiva é que há governantes com coragem de implementar uma agenda positiva pela busca da modernização da máquina pública e que eles buscaram dar resultado para a população, como é o caso do Paraná.

Quais os erros e acertos do presidente Lula neste início de mandato? Ainda é cedo para uma avaliação definitiva, são apenas seis meses. Não dá para a gente ficar fazendo julgamento, nem cobrando em um período tão curto. Penso que o governo federal tem um grande desafio, que é o relacionamento com o Congresso. Não está sendo fácil, até talvez pelo perfil do Congresso que existe hoje, diferente do que era no passado, mais conservador. As redes sociais deram mais voz para um volume de deputados que antes não tinham essa voz. Então pode ser que isso também tenha mudado a maneira de relacionamento. Eu acho que esse é o grande desafio: o de conseguir importar uma agenda econômica que faça o Brasil voltar a crescer.

A tradução tem dado sinais positivos. É mais por mérito do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, ou do presidente Lula? É graças ao remédio do Banco Central, não tenho dúvidas ( leia a reportagem na pág. 50 ). Se você pegar o histórico desse modelo de aumentar juro para frear a sombra, ele geralmente demora. O prazo para começar a ter efeito é de um ano, até um ano e meio. Isso em qualquer país é um remédio, é uma quimioterapia. A herança é um câncer para qualquer sociedade. Se você analisar as reações da infecção do ano passado, verá que foi por causa das medidas de tirar dos combustíveis, da energia. E eu acredito que agora, no segundo semestre, se o cenário continuar dessa mesma forma, o Banco Central vai começar a fazer o gesto de baixar esses juros.

Foi exagerada a artilharia do PT e do presidente Lula contra o Banco Central? Penso que foi uma vacina tanto do presidente quanto do entorno dele para que, se a economia não rodar, a culpa recai sobre o Banco Central.

O senhor apoiou Jair Bolsonaro no segundo turno. Voltaria a apoiá-lo novamente? Na conjuntura política que vivíamos, do quadro naquele momento, apoiaria novamente, sem dúvida e sem problema nenhum. Acho que Bolsonaro foi um bom presidente para o Paraná. Ele foi o presidente que mais investiu no estado nos últimos trinta anos. Foi um presidente que ajudou a tirar do papel uma série de projetos, em especial de infraestrutura, importantíssimos para o estado. E foi importante também pela modelagem do governo: os ministros deles eram capazes, conseguiram fazer o país crescer depois de uma pandemia e durante uma guerra. É importante lembrar que o Brasil terminou no governo passado com crescimento de 3,2%.

A pregação antivacina atrapalhou o projeto de reeleição? Eu estou falando do governo, com a posição pessoal dele eu não concordo. Penso que esses excessos o prejudicaram. Acho que a sociedade brasileira não aguenta mais o extremismo nem os excessos. E não é do Bolsonaro, é de qualquer um. O Lula também está cometendo excessos.

Quais excessos? Esse caso recente da recepção e dos elogios a Nicolás Maduro, por exemplo. Teve também o marco do saneamento. Lula venceu de frente com um negócio necessário para o Brasil avançar. Isso é um excesso. Precisamos de paz e de tranquilidade para poder trabalhar.

“A sociedade não aguenta mais o extremismo nem os excessos na política. E não é apenas de Bolsonaro, é de qualquer um. O Lula também está cometendo excessos”

Como vê a possível inelegibilidade de Bolsonaro no Tribunal Superior Eleitoral? Espero que ele consiga fazer com que isso não aconteça. O Brasil é um país reduzido de lideranças em todas as áreas, seja da esquerda, do centro-direita, de liderança religiosa, de liderança empresarial. Eu acho que, quem consegue ter um ativo de liderança, tem que de certa forma poder estar à disposição para defender suas ideias.

O senhor ficaria surpreso se ele fosse absolvido no TSE? Eu espero que ele supere tudo. Mas eu acho que o ambiente é para tentarem, de alguma maneira, limitar a atuação política dele ( leia a reportagem na pág. 30 ).

Falando em impedimentos de políticos, depois da cassação de Deltan Dallagnol, o senador Sergio Moro pode ser o próximo. Como vê essa ofensiva contra a “República de Curitiba”? Deltan, assim como Moro, é um ativo importante do estado. Foi um deputado eleito com quase 400 000 votos. Então uma boa parcela da sociedade paranaense gostaria de tê-lo como representante, que era o que ele estava fazendo.

Acha que o senador Sergio Moro corre os mesmos riscos? Não tenho como comentar as questões jurídicas que envolvem o caso. O Moro é um senador preparado, combativo. A exemplo do Deltan, fez uma eleição muito boa no Paraná. Para o estado, não é bom perder nem um nem outro.

Seu pai, o apresentador Ratinho, influenciou de alguma forma sua trajetória? No início da minha carreira, como pouca gente me jogou, apesar de eu já estar no rádio desde os 14 anos, o apelido me ajudou a me popularizar. Hoje as pessoas conseguem diferenciar o Ratinho apresentador do Ratinho governador.

Qual o conselho mais valioso que ele deu ao senhor na política? Continuo seguindo o que ele me disse lá atrás: “O errado não dá certo e certo não dá errado”.

VEJA

Postado em 17 de junho de 2023

A explosão da entrada de capital estrangeiro na bolsa brasileira

Os investidores estrangeiros estão comprando as ações das empresas brasileiras. No acumulado do ano, os aportes na bolsa de valores chegam a quase 14 bilhões de reais. Só que um detalhe impressiona. Desse montante, metade foi contabilizada apenas nas duas primeiras semanas de junho. O feroz apetite dos estrangeiros e a explicação para tanto otimismo são os assuntos do VEJA Mercado desta sexta-feira, 16.

veja

Postado em 17 de junho de 2023

Moraes autoriza que PF tome novo depoimento de Bolsonaro sobre trama golpista envolvendo Marcos do Val

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou nesta sexta-feira (16) que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) preste novo depoimento à Polícia Federal. É o quarto depoimento dele autorizado este ano pelo STF (relembre abaixo).

Bolsonaro será ouvido em desdobramento das investigações sobre a suposta participação do senador Marcos do Val numa trama golpista. A PF quer ouvir outros personagens que teriam interagido com o parlamentar.

Em fevereiro deste ano, Do Val acusou Bolsonaro e o ex-deputado Daniel Silveira de organizarem uma reunião, no fim do ano, para propor o envolvimento do senador em um plano de golpe de Estado. Além do ex-presidente, vão ser ouvidos o próprio Do Val e Daniel Silveira.

Investigações
Na quinta-feira (15), Marcos do Val foi alvo de uma operação da Polícia Federal, que investiga obstrução de investigações sobre os atos golpistas do 8 de janeiro.

A PF encontrou conversas entre o senador e Daniel Silveira, indicando que agiram em conjunto na tentativa de sabotar investigações relacionadas aos atos golpistas, além de fazer ataques ao Supremo Tribunal Federal (STF), à PF e a outros envolvidos nas apurações.

Chamou também atenção dos investigadores as várias mudanças de versões do senador sobre a suposta articulação de golpe de estado.

A operação foi autorizada pelo ministro Alexandre de Moraes. Os mandados de busca e apreensão foram cumpridos em Brasília e no Espírito Santo.

Em entrevista à GloboNews após a operação, o senador afirmou que falou a verdade à PF sobre reunião com Bolsonaro e Silveira. Alegou ainda que o ministro Alexandre de Moraes teria se sentido “afrontado” por um possível pedido de convocação à CPI mista que investiga os atos golpistas.

Outros depoimentos de Bolsonaro
Desde que deixou a Presidência da República, Jair Bolsonaro já prestou depoimento à PF em, pelo menos, três ocasiões.

No início de abril, ele foi ouvido no inquérito que apura a tentativa de liberação de joias doadas pelo regime saudita, avaliadas em R$ 5 milhões. O material entrou irregularmente no país e foi apreendido. No fim do mandato, uma equipe da presidência tentou reavê-lo junto à Receita, sem sucesso.

No depoimento, Bolsonaro alegou que ficou sabendo das joias sauditas um ano depois, mas não se lembra de quem o avisou.

No fim de abril, Bolsonaro prestou depoimento no inquérito que apura os atos golpistas de 8 de janeiro. Ele é suspeito de ter incitado os ataques. Aos policiais, o ex-presidente disse que estava sob efeito de remédios quando publicou um vídeo com ataques infundados ao sistema eleitoral.

Já em maio, Bolsonaro foi ouvido no inquérito que apura fraude em cartões de vacina dele, da filha e de auxiliares. O ex-presidente negou ter dado ordens para inserir dados falsos sobre vacina no sistema do Ministério da Saúde.

G1

Postado em 17 de junho de 2023

Da tolerante à lesão: o que fazer se for picado pelo carrapato da febre maculosa?

O principal transmissor da febre maculosa é o carrapato-estrela (Amblyomma cajennense) que é muito pequeno e se prende à pele das pessoas para se alimentar de sangue. Quando contaminado o carrapato transmite a bactéria Rickettsia que causa a febre maculosa.

Retirar o carrapato do corpo o mais rápido possível reduz o risco de infecção. Por outro lado, se isso for feito da maneira errada, pode haver a liberação das bactérias e aumento do risco de transmissão da doença.

Procure o carrapato
Em geral, a picada do carrapato não causa sintomas . Além disso, eles podem ser muito pequenos. Na fase de ninfa, onde ocorre a maior parte dos ataques, o animal é do tamanho de um carrapato. Então é preciso vasculhar o corpo em busca deles, em especial em locais mais “escondidos”, como atrás da orelha, no pescoço, na região da virilha e em baixo das mamas.

Não utilize as mãos
O jeito ideal de retirar o carrapato é com uma pinça . Se o objeto não estiver disponível, pode ser usado algodão ou uma gaze. Jamais utilize as mãos.

Torção constante
Com a ajuda da pinça, puxa devagar o carrapato, meio de uma leve torção, para que sua boca solte a pele, seguido de um, movimento constante para cima.

Se uma parte da boca do animal ficar grudada, higienize uma pinça, as mãos e remova o restante com cuidado.

álcool etílico
Jamais esmague ou aperte o corpo do carrapato . Fazer isso pode expulsar as bactérias e aumentar o risco de infecção. Após retirá-lo do corpo, jogue o carrapato em um pote com álcool ou uma solução de água e sabão.

água e sabão
Higienize as mãos, a pinça e a área da picada com água e sabão.

15 dias de alerta
Esteja atento para possíveis sintomas de febre maculosa por 15 dias após o contato com o carrapato. Os principais são: febre alta, dor de cabeça e no corpo, manchas vermelhas no corpo (em especial na palma das mãos e solas dos pés) e cansaço.

O GLOBO

Postado em 17 de junho de 2023

Governo federal anuncia liberação de concursos para mais de 4 mil vagas

para 4.436 cargos efetivos no governo federal. Com os concursos já autorizados este ano, são ao todo 5.880 vagas abertas em 2023.

Entre as áreas que serão autorizadas a fazer concurso estão Ministério da Agricultura e Pecuária, Ministério da Educação, Ministério de Relações Exteriores, Ministério de Minas e Energia, Ministério do Trabalho, Ministério da Saúde, além do próprio Ministério da Gestão. Outros órgãos públicos que serão autorizados a prover vagas são o CAPES (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior), CNPQ, CENSIPAM (Centro Gestor e Operacional do Sistema de Proteção da Amazônia), DNIT (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transporte), Fiocruz, FNDE (Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação), INPI, INMETRO, INMET (Instituto Nacional de Meteorologia), INCRA (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária), INEP (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas), ICMBio (Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade), e Previc (Superintendência Nacional de Previdência Complementar).

Este ano, o governo já havia autorizado os concursos de terceiro-secretário de carreira da diplomacia do Ministério das Relações Exteriores (30 vagas); analista, tecnologista e pesquisador no Ministério da Ciência e Tecnologia (814 vagas); analista ambiental no Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (98 vagas); 502 vagas de diversos cargos na Funai (Fundação Nacional dos Povos Indígenas). Além desses concursos para cargos efetivos, a ministra Esther Dweck também já havia assinado portaria autorizando o IBGE ((Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) a realizar concurso para 8.141 vagas de contratação temporária visando a realização do Censo. Com as novas autorizações, no total, são 5.880 vagas efetivas e 8.141 temporárias.

“A gente usa alguns critérios objetivos para definição da necessidade de concurso como quantitativo de perda de servidores nos últimos anos e idade média dos servidores da ativa. Esses concursos são uma forma de reforço da máquina estatal para oferecimento de serviços públicos como determina o presidente Lula”, afirma a ministra Esther Dweck.

Postado em 17 de junho de 2023

Ministro do STF anula provas contra deputado Robinson Faria nas operações Dama de Espadas e Anteros

O ministro Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal (STF),anulou todas as provas coletadas contra o ex-governador e atual deputado federal Robinson Faria (PL) no âmbito das operações Dama de Espadas e Anteros, deflagradas, respectivamente, em 2015 e 2017, e que apuram um esquema de desvio de recursos públicos da Assembleia Legislativa do Rio Grande do Norte.

A decisão de Toffoli foi proferida ontem (15), em um habeas corpus em que o ministro acatou argumento da defesa de Robinson Faria.

Os advogados do deputado alegaram que, como durante a operação Dama de Espadas apareceram indícios do envolvimento de políticos com foro privilegiado, a 8ª Vara Criminal deveria ter remetido o caso imediatamente para análise da instância superior – no caso, o Tribunal de Justiça do Rio Grande do Norte (TJRN) – em vez de decidir sobre os rumos da investigação.

Na avaliação de Toffoli, as provas devem ser anuladas porque partiram de uma investigação do Ministério Público Estadual (MPRN) desdobrada indevidamente a partir da 1ª instância da Justiça do RN.

Com a decisão, estão declaradas como inservíveis provas contra Robinson eventualmente encontradas em quebras de sigilos telefônico, fiscal e bancário, interceptações telefônicas, escutas ambientais, buscas e apreensões. Em 2021, o ministro do STF já havia determinado a suspensão de uma ação penal que corre na Justiça sobre o mesmo assunto.

Veja o que diz Dias Toffoli:

“Apesar de todos os indicativos de suposta participação de detentores de cargo com prerrogativa de função, a supervisão pelo órgão judicial foi ignorada pelo juízo de primeira instância, por pelo menos 3 anos (entre 2012 e 2014)”, escreveu Toffoli.

Com informações do Agora RN

Postado em 16 de junho de 2023

Instagram e WhatsApp ficam fora do ar nesta sexta-feira (16/6)

O Instagram e o WhatsApp apresentaram instabilidade na tarde desta sexta-feira (16/6). No aplicativo de fotos, a publicação de conteúdos ficou indisponível, com uma mensagem de “tente novamente” para usuários que desejavam compartilhar imagens ou vídeos no feed.

Já na plataforma de mensagens, não foi possível enviar ou receber arquivos, fosse fotos ou vídeos.

O site Downdetector, especialista em exibir aplicativos e sites fora do ar, detectou o erro no Instagram a partir das 15h30. Já no WhatsApp, foi notificada instabilidade pelos usuários às 15h40.

Metrópoles

Postado em 16 de junho de 2023

COMUNICADO UNICAT

A gerência da Central do Cidadão de Currais Novos, em conjunto com a coordenação da UNICAT, informa que a partir de agora, nas sextas-feiras a cada 15 dias, não haverá entrega de medicamentos nem atendimento ao público. Esse dia será reservado para o trabalho interno da equipe da UNICAT, que precisa organizar os cadastros e fichas a fim de encaminhar os relatórios semanais para Natal. As informações referentes a esses dias serão disponibilizadas mensalmente no início de cada mês, por meio de murais e redes sociais da Central.

🗓️ Além disso, é importante que cada usuário observe o seu dia de agendamento para buscar o medicamento, pois o atendimento a partir de agora será baseado no dia agendado. No caso de o dia de agendamento coincidir com uma sexta-feira, o usuário poderá comparecer na segunda-feira seguinte.

Essa medida visa otimizar o tempo de espera do usuário e organizar a demanda de maneira mais eficiente, evitando o desgaste dos pacientes, especialmente aqueles que precisam se deslocar de outras localidades.

🤝A Central do Cidadão está empenhada em buscar melhorias que permitam o atendimento igualitário à comunidade, contando com a compreensão e colaboração de cada usuário para cumprir as diretrizes estabelecidas, evitando assim longas esperas e tumultos.

Atenciosamente,
Central do Cidadão de Currais Novos

Postado em 16 de junho de 2023

Postos foram multados em mais de R$ 800 mil por aumento sem justificativa de combustíveis no RN

O Procon do Rio Grande do Norte tomou medidas contra postos de combustíveis que aumentaram os preços de maneira injustificada, aplicando multas que totalizaram R$ 818 mil. Essas multas foram aplicadas devido ao aumento dos preços dos combustíveis entre outubro do ano passado e junho deste ano.

De acordo com o Procon, 14 postos de combustíveis pagaram as multas, enquanto os demais optaram por recorrer na Justiça. Apenas no mês de junho, 41 postos foram autuados pelo órgão pelo mesmo motivo, dentre os 112 fiscalizados desde o Mutirão do Preço Justo, realizado pela Secretaria Nacional do Consumidor.

O subcoordenador do Procon do Rio Grande do Norte, Oberdan Medeiros, explicou à InterTV Cabugi que foram identificadas condutas abusivas no mercado, visando aumentar os lucros acima de qualquer outra consideração.

Na quinta-feira (15), a Refinaria Clara Camarão reduziu em R$ 0,06 o preço da gasolina e do diesel vendidos aos distribuidores do RN. A Petrobras também anunciou uma diminuição de 13 centavos no preço da gasolina a partir desta sexta-feira nas distribuidoras. Em maio, a estatal havia anunciado o fim da paridade de importação do petróleo e uma nova política de preços para os combustíveis.

Essa redução ocorre após dois aumentos consecutivos no estado. No final de maio, a fixação da alíquota do ICMS para combustíveis em todo o Brasil resultou em mudanças no preço da gasolina, que chegou a atingir até R$ 5,99 em grande parte dos postos da região metropolitana de Natal. Já em junho, um dia após ser privatizada, a Refinaria Clara Camarão aumentou o preço da gasolina e do diesel vendidos no estado.

Na semana passada, o preço médio do combustível no Rio Grande do Norte foi de R$ 5,69, de acordo com dados da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) do Brasil.

96FM

Postado em 16 de junho de 2023

Marcos do Val teve acesso em janeiro aos relatórios da Abin sobre os atos de golpistas

O senador Marcos do Val (Podemos-ES), que foi alvo de uma operação da Polícia Federal nesta quinta-feira, teve acesso já no final de janeiro ao relatório que a Agência Brasileira de Inteligência (Abin) invejou à comissão do Congresso que controla os órgãos de inteligência do governo federal.

Segundas informações apuradas junto a fontes da Comissão Mista de Controle das Atividades de Inteligência (CCAI), que reúne deputados e senadores, Do Val foi o segundo a ter acesso aos papéis, logo depois que eles chegaram à comissão, no dia 20 de janeiro.

Esperidião Amin (PP-SC) foi o primeiro a ter acesso aos papéis, no dia 21 de janeiro. O relatório continha uma coleção de mensagens enviadas por agentes da Abin a autoridades do governo federal nos dias anteriores aos atos do dia 8, alertando sobre o risco de invasão das sedes dos Três Poderes.

A resolução que regula a CCAI obriga os membros da comissão a manter sigilo sobre os documentos de inteligência a que têm acesso. Esse primeiro relatório da Abin estava disponível em papel e em formato digital, que podia ser aberto mediante a apresentação de uma senha específica.

Na noite desta quinta-feira, questionei a assessoria de imprensa de Do Val sobre como foi seu acesso ao documento, mas não obtive resposta.

Entenda a negociação golpista entre Bolsonaro, Daniel Silveira e Marcos do Val

A ordem de busca e apreensão assinada pelo ministro do STF Alexandre de Moraes ainda é sigilosa. Pelo que se sabe até agora, Do Val está sendo investigado por tentativa de golpe de estado e tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito.

A decisão é sigilosa, mas um dos fatos que tiveram como base o pedido da PF foi a divulgação das cópias dessa versão do relatório enviada em janeiro à comissão do Congresso. O mais importante deles, porém, seria a combinação de Do Val com o então deputado Daniel Silveira (PTB-RJ) e Jair Bolsonaro para um golpe de estado.

Conforme publicamos com , os parlamentares constataram meses mais tarde que o primeiro documento, enviado pelo ministro do Gabinete de Segurança Institucional, Gonçalves Dias , não traz os onze alertas que o ministro recebeu no próprio telefone celular.

A descoberta só foi feita no final de maio, quando o ministro Alexandre de Moraes determinou novamente o envio do relatório à comissão, atendendo a um pedido da Procuradoria-Geral da República.

Sob novo comando e subordinada à Casa Civil, a Abin inveja uma versão diferente do documento, que agora trazia os alertas feitos a Gonçalves Dias. A esta altura, Do Val não era mais membro da CCAI e não teve mais acesso aos papéis.

No último dia 12, o senador postou fotos do primeiro relatório em sua conta no Twitter, junto com o texto: “Todos vocês irão ver a prevaricação dos ministros Flávio Dino , Gdias, Alexandre de Moraes e do presidente Lula ! Agora vocês irão entender o medo que o governo estava e porque eles estavam tentando de tudo para não ter a CPMI (dos atos golpistas de 8 de janeiro)!”

Com a operação da PF, a conta de Do Val na rede social foi retirada do ar.

Embora o relatório ainda não tenha sido divulgado, o senador Amin, que faz oposição a Lula, disse que eles não eram sigilosos nos dados da postagem, e portanto tornaram-los públicos não seria crime. O senador diz ainda que não considera um problema Do Val ter feito cópias dos papéis, uma vez que a própria Abin teria informado que os documentos não eram sigilosos.

“A não ser que haja fatos novos, Marcos do Val vai acabar se saindo bem dessa situação”, disse Amin.

O GLOBO

Postado em 16 de junho de 2023

Moraes esperou “momento certo” para ordenar ação contra Marcos do Val

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), estava desde abril deste ano com a representação na qual a Polícia Federal (PF) solicitou medidas contra o senador Marcos do Val (Podemos-ES).

Os policiais haviam solicitado a prisão do parlamentar ou o afastamento dele do mandato no Senado. Não havia pedido de busca e apreensão.

Moraes, porém, não decidiu de imediato. Optou por deixar a representação da PF em “banho-maria”. Até que, na noite desta quarta-feira, quase dois meses depois, resolveu assinar a ordem cumprida na tarde desta quinta.

Com um detalhe: o pedido dos policiais federais não incluía busca e apreensão. Foi o próprio ministro que, por conta própria, decidiu que esse era o passo que precisava ser dado na investigação.

A ordem foi cumprida no dia aniversário de Marcos do Val, e após ele publicar em uma rede social que “é notório em todos os meios jurídicos e entre e entre os magistrados, por todo o Brasil, as ações anticonstitucionais do ministro Alexandre de Moraes”. O senador ainda escreveu, na sequência: “Quem trai a Constituição é um traidor da pátria!”.

Além de assinar a ordem de busca e apreensão de documentos e dispositivos eletrônicos no gabinete de Marcos do Val no Senado e nos endereços residenciais dele em Brasília e em Vitória, o ministro mandou que os perfis do senador nas redes sociais fossem suspensos.

Do Val é investigado por tentar atrapalhar as investigações sobre os atos terroristas de 8 de janeiro. No começo do ano, ele também admitiu publicamente ter tratado com Jair Bolsonaro sobre um plano para derrubar Moraes e colocar sob suspeição as eleições presidenciais de 2022.

Metrópoles

Postado em 16 de junho de 2023