Nunes demite secretário do clima de São Paulo após fala negacionista
O prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes, do MDB, demitiu o secretário de Mudanças Climáticas, Antônio Fernando Pinheiro Pedro, na noite desta quinta-feira (13/7), após seu posicionamento negacionista sobre aquecimento global vir à tona. A demissão ocorreu a pedido de Pinheiro Pedro.
Como revelou o repórter Bruno Ribeiro, do Metrópoles, Pinheiro Pedro causou polêmica em um evento ao dizer que o planeta “se salva sozinho” do aquecimento global. Ele minimizou o papel do ser humano no combate ao problema e disse que as razões para o aumento da temperatura na Terra são fatores “de ordem geológica”, “cósmica” e “solar”.
Após a fala vir à tona, Nunes teve uma reunião com Pinheiro Pedro na noite desta quinta-feira, em seu gabinete. A interlocutores, o prefeito disse que deu ao secretário a oportunidade de explicar se foi mal interpretado.
A repercussão negativa preocupou a Prefeitura, que tem feito propaganda das ações de combate ao aquecimento global, como o incentivo a ônibus elétricos e reforço no aumento da cobertura vegetal da cidade. Essas políticas públicas, inclusive, são coordenadas pelo próprio Pinheiro Pedro.
O secretário chegou a sugerir fazer uma nota de esclarecimento de sua fala e se corrigir publicamente. Após a conversa, no entanto, o prefeito e o secretário concordaram que a exoneração seria a melhor saída.
Em nota, a Prefeitura afirmou que o cargo de Pinheiro Pedro será ocupado interinamente por Tamires Carla de Oliveira, atual chefe de gabinete da Secretaria de Meio Ambiente, a partir desta sexta-feira (14/7).
Já Pinheiro Pedro enviou uma nota dizendo que, sob sua gestão, a Prefeitura conseguiu ampliar a cobertura vegetal de 48% para 54% em dois anos, além de estimular a aquisição de ônibus elétricos e fazer embargos de loteamentos ilegais.
Ele diz ter sido vítima de “difamação” e nega ter assumido uma posição negacionista em relação ao clima. “Tenho quatro décadas de trabalhos dignos desenvolvidos em prol do meio ambiente de da construção da própria legislação ambiental e do clima”, afirmou.
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