O cafezinho faz parte da vida e da sociabilidade do brasileiro, mas não é só uma questão de etiqueta ou gosto nacional. Pesquisadores portugueses e espanhóis que o efeito da bebida tem efeito estimulante maior do que a cafeína pura no cérebro. O estudo foi publicado recentemente na revista Frontiers Behavioral Neuroscience .
Para realizar o estudo foram recrutadas pessoas que bebem no mínimo uma xícara de café por dia. A exigência era de os membros não ingerirem qualquer alimento ou bebida com cafeína, pelo menos até três horas antes dos testes. Para registrar a mudança da atividade cerebral, todos passaram por dois exames de ressonância magnética. O primeiro foi realizado trinta minutos antes da ingestão da cafeína pura, eo segundo, meia hora depois.
“O efeito do cafezinho é maior que o da cafeína pura”, disse a VEJA um dos pesquisadores do grupo, Rodrigo Antunes Cunha, professor da Faculdade de Medicina de Coimbra. “Imagine o cérebro como um carro que tem de percorrer um determinado caminho. O automóvel vai andar melhor se a estiver na estrada livre.” Segundo ele, a bebida tem esse efeito de liberar as vias, deixando a cabeça livre, calma, para fazer mais conexões, permitindo que o cérebro entre no estado, chamado pelo investigador, de default mode network .
Já a cafeína pura não provocou a mesma reação. “Essa diferença nos resultados indica que há outros componentes no cafezinho, que turbinam o efeito da cafeína no organismo”, diz Rui Daniel Prediger, professor do Departamento de Farmacologia da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), que também pesquisa as propriedades do café . “Na bebida, apenas 1% é cafeína.” Há outras substâncias, como os antioxidantes, cujos efeitos antioxidantes previnem o desenvolvimento de doenças neurodegenerativas, e o ácido cafeico, ainda pouco explorado.
Em relação a quantidade de xícaras ideais por dia, Cunha adverte: cada um tem a sua medida. “Eu, por exemplo, preciso de 8 xícaras por dia para ficar bem.” A média é de três a cinco.
O presidente interino do Instituto Nacional de Seguro Social (INSS), Glauco Wamburg, foi exonerado do cargo. A decisão foi publicada no Diário Oficial da União (DOU) desta quarta-feira (5/7). No lugar dele, assumirá interinamente o atual diretor de Orçamento, Finanças e Logística da autarquia, Alessandro Stefanutto.
A decisão ocorre após esta coluna revelar os gastos excessivos de Wamburg com passagens e diárias para viagens, uma suposta “farra das passagens”, sobretudo para o Rio de Janeiro, cidade onde tem residência fixa.
Wamburg foi nomeado à função pelo ministro da Previdência Social, Carlos Lupi (PDT), em fevereiro deste ano. Após quatro meses no cargo, a demissão dele estava sendo ventilada por fontes do governo desde o início da semana, conforme adiantado pela coluna Igor Gadelha, do Metrópoles.
Segundo auxiliares de Lupi, outro motivo para demiti-lo foram os “conflitos” entre a equipe de Wamburg, que é servidor de carreira do INSS, e a do ministro.
Responsável pelo pagamento de aposentadorias e pensões a cerca de 37 milhões de cidadãos, o INSS foi um dos órgãos afetados pelos cortes do governo federal no fim do ano passado.
“Farra das passagens” De acordo com as denúncias, as justificativas para as pontes aéreas Brasília-Rio que constam no Portal da Transparência são agendas supostamente oficiais e de interesse da autarquia federal. No entanto, muitos dos compromissos não foram, de fato, cumpridos por Wamburg.
Ao longo de dois meses, o Metrópoles conferiu cada uma das agendas, após servidores denunciarem que o então presidente do INSS, supostamente, criava reuniões fictícias para justificar viagens até a capital fluminense e ministrar aulas de direito previdenciário em uma faculdade particular, a Universidade Santa Úrsula, em Botafogo, bairro da zona sul carioca.
Uma equipe do portal esteve na instituição e registrou a grade horária do professor Wamburg. Ele entra em sala nos quatro horários, entre 18h30 e 22h30, sempre às segundas. A “farra das passagens” promovida por ele é um assunto que percorre os corredores do INSS e passou a ser comentado com frequência pelos servidores.
Ao todo, no período analisado pela coluna, as passagens custaram ao governo cerca de R$ 65 mil. Desse valor, mais de R$ 15 mil foram pagos a Wamburg em diárias pelas viagens.
Veja imagens da grade horária do presidente do INSS como professor de uma universidade carioca:
Sem presença A coluna apurou minuciosamente as motivações apresentadas por Wamburg para justificar as viagens pagas com dinheiro público e verificou inconsistências nos períodos apresentados. Entre 3 e 4 de abril, por exemplo, ele solicitou viagem de ida e volta do Rio de Janeiro para “participar de reuniões na superintendência regional do INSS no Rio de Janeiro”. Passagens e hospedagem custaram R$ 3.696,78.
Segundo a própria superintendência, em 3 de abril, “não houve reuniões no local”. Em 4 de abril, por outro lado, o superintendente-regional, Marcos Fernandes, reuniu-se com alguns servidores para tratar de assuntos internos e, mais tarde, no mesmo dia, compareceu a outra reunião por videoconferência. Em nenhum dos casos o nome de Wamburg foi citado como participante das reuniões.
Em 27 de março, Wamburg solicitou, com urgência, uma passagem só de ida para o Rio de Janeiro, no valor de R$ 3.046,26. Indagada, a Superintendência Regional do Rio de Janeiro informou que o Marcos Fernandes reuniu-se com o deputado estadual de Volta Redonda, Jari Oliveira. Outra vez, o nome de Wamburg não foi citado como participante da reunião.
Reunião com ministro Em 29 de maio, Wamburg teria solicitado passagens para Brasília, a fim de comparecer a uma reunião com o ministro da Previdência Social. À época, ele já estava no Rio de Janeiro. Contudo, segundo o próprio Ministério da Previdência Social, “não consta registro de reunião do ministro da Previdência Social com servidores do INSS na data referida”.
Em 17 de abril, Wamburg solicitou passagem para o Rio de Janeiro, sob alegação de que acompanharia o ministro da Previdência Social, Carlos Lupi, durante reuniões na Secretaria de Trabalho e nas tratativas de compra e venda do Mercadinho São José, no Rio de Janeiro. Entretanto, segundo o Ministério da Previdência Social, apenas o assessor especial do ministério, Bruno Ribeiro Cardoso, acompanhou o ministro na data.
Em 15 e 16 de maio, ele solicitou passagens, novamente ao Rio de Janeiro, para participar de reunião com o secretário de Trabalho do Município do Rio de Janeiro, a fim de tratar dos seguintes temas: parcerias em ações volantes entre o INSS e a secretaria, e avanço da compra e venda do imóvel do Mercadinho São José.
Encontro com comandante da PM Além dessa suposta reunião, ele teria, ainda, um encontro marcado com o secretário-geral e coronel da PMRJ para tratar de um imóvel em Campo Grande, que seria uma parceria do INSS com a PMERJ. Procurada, a Secretaria de Trabalho do Município do RJ declarou que, “nos dias 15 e 16, não houve nenhuma reunião do secretário para tratar destes assuntos com integrantes do INSS”.
Acionada, a PMERJ disse que Wamburg esteve no quartel-general em 24 de março, acompanhando o ministro da Previdência Social, Carlos Lupi. No entanto, optaram por não responder se houve uma reunião entre ele e o secretário-geral coronel da PM em 15 e 16 de maio.
A reportagem apurou que motivos alegados por Wamburg para outras viagens envolvendo a ponte Brasília-Rio de Janeiro seguiram os mesmos padrões de inconsistência.
Acionada, a assessoria de comunicação do INSS não havia respondido até a última atualização deste texto. O espaço permanece aberto para eventuais manifestações.
🗓 𝗗𝗮𝘁𝗮: 18 a 22 de julho de 2023 📍 𝗟𝗼𝗰𝗮𝗹: Praça Cristo Rei 🕐 𝗛𝗼𝗿𝗮́𝗿𝗶𝗼: 21:00 horas (após as Novenas)
𝟭𝟴/𝟬𝟳 – 𝗧𝗲𝗿𝗰̧𝗮-𝗳𝗲𝗶𝗿𝗮
Encontro de Filarmônicas – 🎷Maestro Santa Rosa (C.Novos) 🎷Jimmy Brito (São José do Seridó) 🎷 Arnaldo Toscano (Florânia)
𝟭𝟵/𝟬𝟳 – 𝗤𝘂𝗮𝗿𝘁𝗮-𝗳𝗲𝗶𝗿𝗮 🪗 Forró Tá Danado de Bom
𝟮𝟬/𝟬𝟳 – 𝗤𝘂𝗶𝗻𝘁𝗮-𝗳𝗲𝗶𝗿𝗮 🎸 Rodrigo Potiguar e José Lúcio
𝟮𝟭/𝟬𝟳 – 𝗦𝗲𝘅𝘁𝗮-𝗳𝗲𝗶𝗿𝗮 🪗 Forró Rela Bucho 🎹 Sistema Nervoso
𝟮𝟮/𝟬𝟳 – 𝗦𝗮́𝗯𝗮𝗱𝗼 🎸 Agnelo e Banda 🪗 Jandy do Acordeon
𝗥𝗲𝗮𝗹𝗶𝘇𝗮𝗰̧𝗮̃𝗼 ⛪ Paróquia de Sant’Ana
𝗣𝗮𝘁𝗿𝗼𝗰𝗶́𝗻𝗶𝗼 Governo do Estado do Rio Grande do Norte Lei Câmara Cascudo Fundação José Augusto Rede Seridó Alternativo Rede Mais Venâncio Rede Unilar HS Móveis Óticas Graciosa
O ex-governador e criador do estado do Tocantins, José Wilson Siqueira Campos, morreu às 19h25 desta terça-feira (4), aos 94 anos. Ele estava internado desde o dia 29 de junho, na UTI de um hospital particular em Palmas e não resistiu após uma infecção generalizada. O ex-governador teve uma piora do quadro de saúde após ser diagnosticado com quadro infeccioso (septicemia) e crise renal aguda. A informação foi confirmada pelo filho, Eduardo Siqueira Campos, e pela assessoria do pioneiro.
Ainda não há informações sobre o velório e o enterro.
Siqueira deu entrada na unidade após sentir fortes dores pelo corpo. Durante a internação, chegou a apresentar uma melhora, mas teve uma crise renal aguda na terça-feira (4) e foi submetido à hemodiálise.
O ex-governador apresentou um quadro infeccioso de septicemia, o que obrigou os médicos a trocarem os antibióticos que estavam sendo ministrados. A septicemia, também chamada de sepse, é um quadro perigoso que resulta de uma reação exagerada do organismo ao combater algum tipo de infecção.
Durante a internação, o filho Eduardo Siqueira Campos divulgou uma mensagem confirmando que o quadro era considerado gravíssimo, mas que haveria esperança de cura. “Cremos no Deus do impossível”.
Siqueira deixa esposa e oito filhos. O ex-governador foi casado durante mais de 40 anos com Aureny Siqueira Campos, com quem teve seis filhos. Em homenagem a ela foram batizados quatro bairros de Palmas. Os dois continuaram tendo uma relação cordial até a morte dela, em novembro de 2020.
Após o divórcio, Siqueira casou-se com Marilúcia Leandro Uchôa Siqueira Campos, com quem teve mais dois filhos.
A renomada empresa Center Car lançou seu aniversário de 18 anos em grande estilo durante o programa TV Cidade, transmitido pela Sidy’s TV nesta terça-feira. O programa foi palco para revelar um pouco da trajetória de sucesso da empresa ao longo dos anos. Fundada em 2005, a Center Car conquistou seu espaço no mercado automotivo com serviços de excelência e atendimento de qualidade. Como parte das comemorações de seu aniversário, a empresa preparou promoções exclusivas que prometem encantar seus clientes.
Entre as novidades deste ano, destaca-se a promoção “Faça revisão e ganhe serviço extra”, na qual os clientes terão a oportunidade de usufruir de benefícios adicionais ao realizarem a revisão de seus veículos. Dentre os serviços extras oferecidos estão o alinhamento 3D, alinhamento de farol e oxisanitização, proporcionando aos clientes uma experiência ainda mais completa e satisfatória.
Além disso, a Center Car preparou um sorteio imperdível para seus clientes, com a chance de ganhar uma viagem para a paradisíaca praia de Pipa. Para concorrer, basta realizar qualquer serviço na empresa e preencher um cupom. Será uma oportunidade única de desfrutar de momentos relaxantes em um dos destinos mais deslumbrantes do país.
E não para por aí! A Center Car também oferecerá um pacote especial de cuidados automotivos para os sortudos vencedores do sorteio. O pacote inclui uma lavagem geral do veículo, descontaminação da pintura e uma revisão preventiva completa, que contempla a troca de óleo e filtros. É a chance perfeita para deixar o carro impecável e com todos os cuidados necessários. A Center Car convida a todos os apaixonados por automóveis e clientes fiéis a participarem das comemorações de seu 18º aniversário. Aproveite as promoções especiais e participe do sorteio para ter a chance de desfrutar de serviços exclusivos e garantir o melhor cuidado para o seu veículo.
O Deputado Ezequiel Ferreira de Souza , marcará presença na feirinha e na última noite do pavilhão de Santana , onde a Assembleia Legislativa, mais uma vez , estará patrocinando o show de Raí Saia Rodada e toda estrutura de palco, som e luz da festa . Todo ano, tem ajuda de Ezequiel nas festas do Pavilhão. Ezequiel , não participará da tradicional Vaquejada de Currais Novos esse ano.
Fernando Diniz será o novo treinador da seleção brasileira. O ge apurou com fontes ligadas à CBF que o comandante do Fluminense acertou para ser interino enquanto a entidade espera que Carlo Ancelotti assuma o comando do ciclo até a Copa do Mundo de 2026. O contrato será de seis meses ou um ano, dependendo da data em que o italiano poderá deixar o Real Madrid.
O combinado nas negociações é que Fernando Diniz concilie o trabalho com o Fluminense e se apresente nas datas Fifa para comandar a Seleção. A CBF procurou o clube para tratar da liberação, e a resposta foi que isso só ocorreria perante pagamento de multa, e as partes chegaram a um consenso. Com o acordo, o Tricolor não será prejudicado em momentos-chave da temporada, como o mata-mata da Libertadores.
Não há definição se Fernando Diniz permanecerá na comissão técnica da Seleção após a chegada do italiano. O primeiro compromisso do novo treinador será a abertura das eliminatórias, em setembro. Na data Fifa de 4 a 12 de setembro, o Brasil recebe a Bolívia, em local a definir, e visita o Peru, em Lima.
O interino terá ainda mais quatro partidas em 2023, todas pelas eliminatórias: Venezuela (em casa) e Uruguai (fora), em outubro, Argentina (em casa) e Colômbia (fora), em novembro. Se Ancelotti não deixar o Real em janeiro, Diniz será o comandante da Seleção ainda na data Fifa de março de 2024, quando serão disputados dois amistosos, um deles já marcado, contra a Espanha, em Madri.
Fica a dúvida a respeito de quem será o responsável por convocar e dirigir o Brasil nos compromissos de junho de 24. O contrato de Carlo Ancelotti com o Real Madrid termina no dia 30 daquele mês, por mais que a temporada europeia se encerre com a final da Champions, dia 1º.
O calendário de seleções prevê uma data Fifa de 3 a 11 de junho e em seguida a realização da Copa América dos Estados Unidos, com abertura marcada para o dia 20. Outro ponto de interrogação no calendário de 2024 diz respeito ao pré-olímpico de janeiro, que tem boas chances de ser realizado na Venezuela e dará duas vagas para os Jogos de Paris-2024.
Ramon Menezes, treinador interino nos três primeiros jogos da Seleção neste ano, com derrotas para Marrocos e Senegal e vitória sobre Guiné, segue no cargo na seleção sub-20. Não há, no entanto, calendário pré-definido para a categoria no segundo semestre deste ano.
Com o interino oficializado, a CBF agora corre para colocar em prática e no papel toda a confiança pelo acerto com Carlo Ancelotti. Apesar do otimismo, questões centrais ainda precisam ser discutidas, desde bases salariais até comissão técnica, passando por logística e local onde o italiano vai morar.
Em ação conjunta da Força-Tarefa Susp Natal, a Polícia Federal, Polícia Civil e a Polícia Militar, com apoio do Centro Integrado de Operações Aéreas (CIOPAER), do Batalhão de Operações Especiais (BOPE) e do Grupo Penitenciário de Operações com Cães (GPOC-RN), deflagraram na manhã desta terça-feira (4/7) a Operação Favens, destinada a combater crimes de organização criminosa, tráfico de drogas e associação para o tráfico.
Mais de 100 policiais estão cumprindo 26 mandados de prisão e 21 mandados de busca e apreensão nos municípios de Natal, Parnamirim e São José de Mipibu/RN, além de Campina Grande e João Pessoa/PB. Também estão sendo bloqueadas judicialmente diversas contas bancárias.
A ação de hoje é realizada no interesse de inquérito policial instaurado para apurar a autoria do “salve” realizado em março de 2023, por meio do qual foi identificada a origem dessa comunicação, bem como a atuação de facção criminosa dedicada ao tráfico de drogas e outros crimes graves através da utilização de advogados para levar e trazer informações dos apenados para além dos muros dos presídios.
Também se identificou que a organização criminosa arrecadou dinheiro, combustível, armas, munições e até mesmo explosivos.
Entre os alvos da operação estão três advogados, além de líderes da facção apontados como responsáveis por coordenar os recentes ataques ocorridos em março deste ano em vários municípios do Rio Grande do Norte.
A Força-Tarefa Susp de Natal/RN é composta pela Polícia Federal, Secretaria Nacional de Políticas Penais (SENAPPEN), Polícia Civil, Polícia Militar, Polícia Penal, Secretaria de Estado da Administração Penitenciária (SEAP) e Secretaria de Estado da Segurança Pública e da Defesa Social do RN (SESED), para o enfrentamento ao crime organizado.
A decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), na última sexta-feira, de tornar Jair Bolsonaro inelegível por oito anos expôs a falta de unidade em torno dele, embora o ex-presidente seja tratado como a principal liderança de direita no país. Aliados próximos não escondem o incômodo em relação ao silêncio de figuras como o senador Sergio Moro (União-PR) e o governador do Rio, Cláudio Castro (PL), diante da condenação do ex-titular do Palácio do Planalto por abuso de poder político e mau uso dos meios de comunicação.
Advogado de Bolsonaro e ex-secretário de Comunicação Social da Presidência, Fabio Wanjgarten tentou minimizar a falta de manifestações públicas de apoio de alguns aliados emblemáticos, sobretudo nas redes sociais.
— Os apoios privados são mais sinceros que públicos — afirmou Wajngarten.
Correligionário do ex-presidente, Cláudio Castro fez seu último aceno na véspera da condenação. Na ocasião, ele disse que a inelegibilidade de Bolsonaro aumentaria a sua relevância política. A tentativa de demonstrar apoio, no entanto, foi considerada “um equívoco” e “infeliz” pelo ex-titular do Planalto.
— (Bolsonaro será) talvez até mais importante do que se estivesse elegível. Não tenho dúvidas de que um candidato à Presidência que teve 49% (dos votos) tem uma infinidade de seguidores, que terão um sentimento de injustiça. Com certeza, (será) ainda melhor do que elegível, não tenho dúvida — disse Castro, no 22º Fórum Empresarial Lide.
Após a decisão do TSE, o governador não se pronunciou mais sobre o assunto.
Afastamento gradativo O senador Romário (RJ), reeleito pelo mesmo partido do ex-presidente, também ignorou a condenação. Eles estão afastados desde que Bolsonaro anunciou apoio à candidatura de Daniel Silveira (PTB) ao Senado nas últimas eleições.
Governadores que estiveram no palanque com o ex-chefe do Planalto em 2022, como Ratinho Júnior (PSD), do Paraná, e Ronaldo Caiado (União Brasil), de Goiás, também não lhe prestaram solidariedade de forma pública. Ambos têm mantido distância segura de Bolsonaro e investido em um bom relacionamento com o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, como mostrou o GLOBO. A ideia é estreitar o diálogo para conquistar mais recursos para seus estados e cacifar seus aliados nos próximos pleitos.
No Congresso, a cobrança mais enfática é por um posicionamento público do ex-juiz e senador Sergio Moro. Ex-ministro da Justiça de Bolsonaro, ele saiu brigado do governo, mas se reconciliou durante a campanha do ano passado numa empreitada contra Lula.
O ex-juiz da Lava-Jato chegou a ser cobrado pelo próprio filho do ex-presidente, Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ). No domingo, o vereador carioca ironizou Moro ao responder a uma publicação de uma influenciadora que questionava o silêncio do senador.
“Alguma manifestação do Moro em relação à inelegibilidade de Bolsonaro?”, escreveu a bolsonarista. “Terceira via tá chamuscando a beirola”, respondeu o vereador. Procurado pelo GLOBO, Moro afirmou que não tem se pronunciado sobre a condenação do ex-presidente.
Já a sua mulher, a deputada federal Rosangela Moro (União-SP), assinou um projeto que visa a anistiar condenados em crimes eleitorais desde 2016. Ela, contudo, também não fez menção pública a Bolsonaro.
Aliados, porém calados Sergio Moro: Foi o silêncio mais sentido pelo entorno de Jair Bolsonaro. O ex-ministro deixou o governo como desafeto do ex-presidente, mas eles se reconciliaram nas eleições para tentar derrotar Lula. Ratinho Júnior: Governador do Paraná, Ratinho Júnior (PSD) também tem adotado postura de diálogo com o governo petista. Esteve no palanque com Bolsonaro, mas não demonstrou apoio ao aliado no pós-julgamento. Cláudio Castro: O governador do Rio, do PL, se calou após o resultado. Na véspera, disse que uma condenação deixaria o ex-presidente mais relevante. Bolsonaro considerou a declaração do correligionário “infeliz”. Ronaldo Caiado: Aliado de Bolsonaro em 2022, o governador de Goiás (União) é uma das principais lideranças ruralistas. De olho em recursos da União para o seu estado, tem sido discreto no apoio ao ex-titular do Planalto. Romário: Afastado desde que o ex-presidente declarou voto em um adversário nas eleições passadas, o senador reeleito pelo PL não manifestou opinião sobre os oito anos de inelegibilidade impostos a Bolsonaro. Eli Borges: Líder da bancada evangélica, é um dos seis deputados do núcleo bolsonarista do PL (composto por 66 parlamentares dos 99 eleitos) que não externaram apoio ao ex-presidente após a condenação pelo TSE. A postura de aliados menos radicais tem motivado críticas de “bolsonaristas raiz” no Parlamento:
— Uma das coisas que nós conservadores achamos muito importante é lealdade, existem muitas pessoas que usaram o nome de Bolsonaro para se eleger e num momento que ele foi considerado inelegível, viraram as costas. Isso incomoda a todos nós — disse a deputada federal Silvia Waiãpi (PL-AP).
Do núcleo bolsonarista do PL na Câmara — do qual fazem parte 66 deputados entre os 99 da legenda — seis não comentaram a condenação de Bolsonaro, segundo levantamento do GLOBO. Um deles é Eli Borges (TO), líder da bancada evangélica, um dos segmentos mais fiéis ao ex-presidente. Ferrenho defensor de pautas conservadoras, como a criminalização das drogas e do aborto, ele se absteve da defesa de Bolsonaro.
O deputado Bibo Nunes (PL-RS), autor de um projeto de lei que prevê a redução do tempo de inelegibilidade de oito para dois anos, afirma que “quem fica em silêncio, não tem direito a nada”.
— Eles se escondem — concluiu o parlamentar. — Essa decisão (do TSE) foi muito errada. A atitude (de Bolsonaro) era cabível de punição, mas jamais esta pena.
Nos bastidores, a avaliação é que a decisão da Corte Eleitoral já era esperada, o que enfraqueceu a repercussão da derrota. Na próxima quinta-feira, a bancada do PL se reunirá em Brasília para definirá os próximos passos da legenda.
Aliados do ex-presidente ficaram inconformados também com setores da direita que são contrários a Bolsonaro. Líderes do Movimento Brasil Livre, por exemplo, foram às redes celebrar a decisão do TSE, mesma Corte que havia sido criticada pelo MBL dias antes por cassar o mandato do deputado Deltan Dallagnol (Podemos-PR). Coordenadora do movimento, Amanda Vettorazzo afirmou que a inelegibilidade de Bolsonaro representa “um pequeno passo para a direita”.
A deputada Júlia Zanatta (PL-SC), do núcleo duro bolsonarista, reagiu no Instagram: “Olha a falsa direita aí”.
— Eles não são de direita. Essas pessoas, quando Bolsonaro estava no poder, tentavam destruir sua imagem, faziam palanque com sindicalista para derrubá-lo. Agora dizem que a direita foi libertada com a condenação do ex-presidente. Quem for por esse caminho, vai cair do cavalo mais uma vez — disse Zanatta.
Já o deputado Kim Kataguiri (União-SP) avaliou que haverá uma reconstrução da direita a partir da saída de Bolsonaro do jogo eleitoral:
— Politicamente, abre o campo para o Tarcísio (de Freitas, governador de São Paulo), que é o candidato mais forte.
Possíveis herdeiros Tarcísio e Romeu Zema (Novo), governador de Minas, são apontados como dois possíveis herdeiros do espólio político de Bolsonaro, impedido de disputar um cargo público até 2030. Ontem, em entrevista ao programa Pânico, da Jovem Pan, o ex-presidente respondeu que ainda não tinha morrido quando questionado quem seria seu sucessor como representante da direita para as eleições de 2026:
— Eu tô na UTI, não morri ainda. Não é justo alguém querer dividir o meu espólio.
Quando questionado sobre qual seria sua “bala de prata”, que declarou ter para a próxima eleição presidencial, em entrevista ao jornal Folha de S.Paulo na semana passada, Bolsonaro disse não ver hoje alguém com conhecimento suficiente do país para substituí-lo.
Cientistas brasileiros desenvolveram algoritmos de inteligência artificial (IA) que interpretam exames de sangue de rotina e podem ajudar na detecção precoce do câncer de mama.
A ferramenta foi desenvolvida pela pesquisadora Daniella Castro Araújo, doutoranda do Programa de Pós-graduação em Ciência da Computação da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).
A tecnologia é uma aplicação de grupos de pesquisa da universidade que usam analitos, componentes de amostras de sangue, para auxiliar no diagnóstico de doenças, como Alzheimer e Covid-19.
A pesquisadora avalia que a ferramenta tem potencial para transformar a estratificação de risco de cânceres de uma abordagem populacional para personalizada.
“Aplicamos a inteligência artificial para interpretar exames de sangue rotineiros. A complexidade das interações entre nossos marcadores sanguíneos impede uma análise linear simples para doenças complexas, como o câncer de mama. Por isso, utilizamos IA para reconhecer padrões em grupos de pacientes com e sem câncer”, explica a pesquisadora em comunicado.
“Quase 80% das mulheres brasileiras não têm acesso à mamografia, exame crucial para o diagnóstico precoce do câncer de mama, responsável por taxa de cura de 99%. Com nossa solução, pretendemos priorizar mulheres mais expostas aos riscos, ajudando a otimizar a fila para a mamografia”, completa.
Análise Os cientistas analisaram bancos de dados de instituições como o Hospital de Amor, em Barretos (SP), e o Grupo Fleury, rede de laboratórios com atuação em São Paulo, que reúnem resultados de exames como mamografias, exames de sangue e biópsias usadas para diagnosticar o câncer de mama.
As pacientes foram divididas em dois grupos — um com diagnóstico de câncer e outro sem. Em seguida, os pesquisadores avaliaram exames de sangue realizados até seis meses antes do diagnóstico final.
“Nosso modelo, construído com base nesses dados, tem uma taxa de acerto de cerca de 70%, chegando a quase 90% quando inclui outros dados, como históricos clínicos e laudos de outros exames. Nossas soluções não implicariam custos adicionais ao SUS ou para operadoras e planos de saúde. O trabalho se baseia no melhor aproveitamento de exames já realizados rotineiramente”, diz Daniella.
A inovação foi patenteada pela Huna, uma empresa que desenvolve soluções para questões de saúde com base em tecnologia de ponta. A ferramenta será testada por algumas operadoras de saúde, diz a pesquisadora.
“Nosso próximo passo é testar a ferramenta no ‘mundo real’, ou seja, com instituições de saúde parceiras, públicas ou privadas. Hoje, temos o Hospital de Amor como um grande parceiro, mas queremos expandir e ampliar o acesso dessa nova tecnologia aos usuários do SUS”, afirma.
O governo espanhol decidiu aumentar os poderes da forças de segurança do país em recintos esportivos para reforçar a luta contra o racismo e a xenofobia. A informação foi divulgada hoje pelo jornal “El País” e confirmada pela CNN.
A mudança vem por meio de uma instrução do ministério do Interior à Polícia Nacional e Guarda Civil. Os agentes poderão paralisar ou suspender partidas, inclusive esvaziar estádios ou setores em casos de risco para a segurança pública. As condutas de organizadores também devem ser relatadas e, eventualmente, punidas, em casos de omissão.
Até então, o protocolo de segurança nos estádios espanhóis deixava a cargo da arbitragem a decisão de suspender as partidas. Até hoje, nenhuma foi suspensa por racismo.
Uma representação do Ministério Público junto ao Tribunal de Contas da União (TCU) a partir da decisão que tornou o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) inelegível por oito anos na última sexta-feira pode fazer com que o antigo mandatário fique ainda mais tempo afastado das urnas.
No pedido dirigido à Corte nesta segunda-feira, o subprocurador-geral Lucas Rocha Furtado pede que seja apurado o “dano ao erário decorrente do abuso de poder político e do uso indevido dos meios de comunicação, especialmente por meio de canal público, por parte do ex-Presidente da República Jair Bolsonaro, no contexto da decisão tomada pelo TSE quanto à inelegibilidade”.
Caso haja uma eventual decisão do TCU, os oito anos valem a partir da data do trânsito em julgado, o que levaria a inelegibilidade para além de 2031. A pena do TSE é contada a partir de 2 de outubro de 2022 e, por isso, será aplicada ao ex-presidente até outubro de 2030, o que poderá permitir que ele concorra às eleições.
Segundo a representação, “é possível verificar que se está diante do uso da máquina pública com desvio de finalidade, tanto pelo fato de ter havido a difusão de informações inverídicas quanto ao sistema eleitoral brasileiro, quanto pelo fato de o então Presidente ter buscado se beneficiar pessoalmente do alcance que teria a transmissão por meio dos canais oficiais”.
“O próprio TSE, conforme informações divulgadas em seu portal e colacionadas acima, decidiu por comunicar sua decisão “ao Tribunal de Contas da União (TCU), devido ao provável emprego de bens e recursos públicos na preparação de eventos em que se consumou o desvio de finalidade eleitoreira”. Mostra-se imprescindível, portanto, que esta Corte proceda à devida apuração do dano ao erário decorrente do uso da estrutura da EBC”, diz o representante do MP.
Na avaliação de Furtado, “as irregularidades que marcaram a realização da reunião já estão caracterizadas e registradas nos votos dos Ministros do TSE que embasaram a decisão do Pleno daquela Corte”. A representação ainda precisa ser recebida pelo presidente do TCU, ministro Bruno Dantas.
No voto em que defendeu a inelegibilidade de Jair Bolsonaro, o corregedor-geral da Justiça Eleitoral, Benedito Gonçalves, determinou o compartilhamento do processo sobre o ex-presidente com o Ministério Público Federal, para que se apure eventuais crimes cometidos, e com o TCU.
O ex-chefe do Executivo respondeu a um processo eleitoral no qual foi condenado por abuso de poder político e uso indevido dos meio de comunicação durante a reunião com representantes diplomáticos, no Palácio da Alvorada, em que propagou ataques e informações falsas sobre as urnas eletrônicas.
Não é novidade que os alimentos ultraprocessados são um risco para a saúde humana. Segundo uma pesquisa recente, publicada na revista The Lancet Planetary Health, o consumo aumenta o risco de uma pessoa desenvolver 25 tipos de câncer. Para além da gordura saturada, dos açúcares e do sódio, agora um novo componente destes produtos alimentícios, o emulsificante, têm gerado preocupação nos pesquisadores.
A função dessa substância química, de acordo com a cientista de alimentos Natalie Alibrandi, fundadora e CEO da Nali Consulting, “é combinar água e óleo”. Utilizada em mais de um item encontrado nas prateleiras dos mercados, como margarinas, pães e bolos industrializados, sorvetes, chocolates e carnes processadas, ela promove a “ligação” entre os ingredientes, os mantendo com uma boa aparência e textura macia.
“Ele é estruturado com um lado hidrofóbico, que não gosta de água, e um lado hidrofílico, que gosta de água. Então, um lado está ajudando a ligar o óleo ou a gordura no produto, e o outro lado está ajudando a ligar a água”, explica Natalie.
Porém, as consequências na microbiota intestinal pela presença de emulsificantes nos alimentos é um motivo de preocupação, aponta Megan Rossi, pesquisadora da universidade britânica King’s College London. A microbiota é um termo utilizado para descrever a comunidade de microrganismos, em sua maioria bactérias, que geralmente se encontram em tecidos saudáveis, especialmente no cólon (parte do intestino grosso), mas também podem ser encontrados na pele e em outras mucosas.
Era um negócio que podia alcançar a cifra de R$ 3,5 bilhões. Como os royalties recebidos pelo Exército nesses contratos ficam entre 2% e 5% do valor do negócio, a Força Terrestre deveria receber até R$ 180 milhões em razão da venda. Os valores de uma das maiores transações da indústria de defesa brasileira são agora revelados pela coluna. Ele foi vetado pelo Itamaraty, depois da pressão de petistas contra o envio de 450 viaturas do blindado Guarani em sua nova versão ambulância para a Ucrânia.
O Departamento de Assuntos Estratégicos, de Defesa e de Desarmamento, do Ministério das Relações Exteriores, manifestou seu veto ao negócio no fim do mês de maio. A decisão foi mantida sob sigilo, mas acabou comunicada em junho à Iveco Defense Vehicles (IDV), cuja fábrica de Três Lagoas (MG) produz o blindado. Só depois disso é que os integrantes do Escritório de Projetos do Exército souberam informalmente da proibição. A expectativa em torno da concretização da venda no Exército era enorme.
Em 30 de maio, o chefe do Centro de Doutrina do Exército, o general Marcelo Pereira Lima de Carvalho, estabeleceu os 110 requisitos operacionais absolutos e uma dezena de requisitos desejáveis para a viatura blindada na versão ambulância. Tudo homologado pela Portaria 28 do Comando de Operações Terrestres (Coter), assinada pelo general Estevam Cals Theophilo Gaspar de Oliveira. O documento de 16 páginas foi publicado no Boletim do Exército número 24, em 16 de junho.
O Exército pretendia usar o dinheiro dos royalties para desenvolver novas versões do blindado. O veto foi revelado pelo repórter Paulo Roberto Bastos Jr., da revista Tecnologia & Defesa, e confirmado pela coluna. Ao responder se pretendia se manifestar sobre a decisão do Itamaraty, a IDV afirmou que o caso “é uma questão entre os países”. Tema, portanto, do Ministério das Relações Exteriores (MRE). Este alegou sigilo para não se manifestar sobre a proibição ao negócio.
A decisão do MRE é o mais novo lance de um dos capítulos da disputa entre o Itamaraty e as Forças Armadas, em razão de visões distintas entre os formuladores da política externa do governo petista e a diplomacia militar. Tudo começou em 27 de abril. Naquele dia, o adido militar ucraniano, coronel Volodymyr Savchenko, enviou documento ao ministro da Defesa, José Múcio Monteiro Filho, solicitando a venda de até 450 unidades do blindado na versão ambulância ao país europeu.
Os blindados seriam pintados nas cores do serviço de emergência e resgate ucranianos para transportar feridos e civis, a fim de retirá-los em segurança das zonas de combate. O pedido da versão ambulância seria uma forma de receber o equipamento sem se chocar com a política de neutralidade do governo do Brasil na guerra entre Rússia e Ucrânia, iniciada em 2021, com a invasão determinada pelo líder russo Vladimir Putin. Em 9 de maio, Celso Amorim, assessor especial do presidente, tomou conhecimento do pedido. Estava em Kiev, onde devia se reunir com o governo de Volodmir Zelenski. Sentiu-se atropelado.
Em Brasília, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que também desconhecia o pedido, foi questionado no mesmo dia a respeito da publicação do caso, feita pelo Estadão, após confirmação obtida no Ministério da Defesa. O presidente estava ao lado do primeiro-ministro holandês, Mark Rutte, e chegou a classificar a notícia como “fake”. Não era (aliás, como prova o documento abaixo, publicado pela coluna em 22 de maio).
De volta ao Brasil, Amorim e o chanceler Mauro Vieira se reuniram com Lula. Queriam enquadrar os militares, que lhes pareciam manter uma diplomacia paralela àquela do governo. Deputados petistas, como Carlos Zarattini (SP), faziam coro. Diziam acreditar que a venda de blindados como a pretendida pela Ucrânia teria consequências para a política externa do País – o governo petista defende a neutralidade no conflito.
Militares ouvidos pela coluna afirmaram que nada impediria o Brasil de oferecer o mesmo blindado na versão ambulância à Rússia. O negócio, além de ser importante do ponto de vista político, também traria benefícios à chamada Base Industrial da Defesa, com a criação de empregos e a obtenção de recursos necessários ao desenvolvimento de futuros projetos. Por fim, disseram que, ao término do conflito na Ucrânia, muitos países deverão repor seus blindados e, veículos já testados no conflito, devem levar vantagem nesses negócios.
Nova versão O blindado produzido pela IDV é um projeto do Exército. Ele tem motor argentino e suspensão alemã. E é parte do programa de modernização do Exército. A Força estima que o preço do protótipo da ambulância produzido pela Iveco deve ficar entre R$ 8 milhões e R$ 10 milhões – só o chassis do blindado custa R$ 6,1 milhões. Com a produção em série – mais barata em razão do volume –, o Exército prevê que cada ambulância deve custar R$ 8 milhões. Atualmente, a Força usa os antigos Urutus EE-11 para a a mesma função.
A nova versão do Guarani deve ter capacidade para carregar duas macas com feridos e outros três pacientes sentados, além de médico, de seu ajudante, do comandante do veículo e de seu motorista. Sua blindagem deve resistir ao impacto de estilhaços de projéteis de artilharia de calibre 155 mm detonados até a 80 metros de distância e de tiros de calibre 12,7 mm feitos a até 100 metros, além de disparos de metralhadoras de calibre 7,62 mm. Deve ainda proteger sua tripulação contra a explosão de minas.
Também poderá ser transportada por aviões KC-390. A versão ambulância é um dos diversos tipos de viatura Guarani, previstos pelo projeto de modernização da força blindada, com a transformação de brigadas motorizadas em brigadas mecanizadas do Exército. Outras três versões estão em desenvolvimento pela Força Terrestre: a de engenharia de combate, a viatura posto de comando e a de comunicações.
Em 2014, quando os primeiros 13 Guaranis foram entregues à 15.ª Brigada de Infantaria Mecanizada, em Cascavel (PR), previa-se então que 2.044 deles seriam entregues até 2030 ao Exército. Hoje o Exército tem 592 desses blindados distribuídos em quatro brigadas de cavalaria e quatro de infantaria mecanizada. Parte das versões previstas do projeto – a caça-tanque, por exemplo, foi substituída pela compra de veículos Centauro, da Itália – foi deixada de lado. Redimensionado, o programa da Força Terrestre estima que terá 1.200 Guaranis. E o prazo final para aquisição dos blindados passou de 2030 para 2037.
É justamente o investimento dos projetos estratégicos das Forças que foi o caminho escolhido por Lula para reabrir o diálogo com os militares após a intentona do dia 8 de janeiro, em Brasília. Daí a importância do embate em torno da venda do Guarani. Uma alternativa à venda para o país do Leste Europeu seria a entrega de 161 desses blindados na versão de combate para a Argentina (R$ 12 milhões a unidade), mas a crise econômica do país vizinho travou o negócio.
As Forças Armadas esperam que o atual momento – em que o papel de seus integrantes no governo Jair Bolsonaro, examinado com lupa por duas CPIs em Brasília – não se mantenha por muito tempo. Só assim, dizem acreditar os militares, será possível tratar com o mínimo de razoabilidade questões sensíveis, como a política de neutralidade do País diante da Ucrânia. No passado, o Brasil manteve neutralidade em conflitos ao mesmo tempo que sua indústria vendia armas para os dois lados, como na guerra Irã-Iraque.
A questão é que, em um tempo de restrições orçamentárias e de dificuldade de manutenção dos investimentos para a modernização das Forças, desperdiçar oportunidades, como o fornecimento de viaturas na versão ambulância à Ucrânia, parece pouco razoável para os espíritos mais realistas. As incompreensões entre petistas e militares se multiplicam. Somam-se questões passadas às do presente.
Entre os formuladores petistas há quem defenda que a relação do governo com os militares não seja a de diálogo, mas a de subordinação do poder militar ao civil. Os militares devem ser consultados, mas a decisão deve vir do dirigente político. Em A Política entre as Nações, Hans Morgenthau escreveu: “Um aspecto característico de qualquer política, seja ela doméstica ou internacional, é que as suas manifestações básicas não tenham a aparência daquilo que realmente são: manifestações de uma luta pelo poder”.
Morgenthau afirmava que o poder, visto como o fim imediato da política seguida por um governo, costuma ser justificado em termos éticos, legais ou biológicos. “A verdadeira natureza da política se esconde por trás de justificações e racionalizações ideológicas.” E, quanto mais envolvido estiver um indivíduo na disputa pelo poder, menos probabilidade terá ele de enxergar essa disputa como ela é realmente travada. É esta a cegueira que, muitas vezes, afeta governantes e governados. O caso Guarani que o diga.
A atriz Taís Araújo vai interpretar Nossa Senhora, a Compadecida, no filme O Auto da Compadecida 2, uma continuação de um dos maiores sucessos do cinema nacional. Taís terá como missão dar vida a uma personagem que na primeira versão, lançada em 2000, foi de Fernanda Montenegro.
Dirigido por Guel Arraes e Flávia Lacerda, com produção da Conspiração e H2O Produções, o longa tem estreia prevista para o fim de 2024.
Em um vídeo divulgado pela assessoria de imprensa do filme, Taís falou sobre a missão de interpretar Nossa Senhora.
“A Dona Fernanda (Montenegro) não vai conseguir fazer. Ela tem uma agenda assim de trabalho (diz, se referindo a muitos projetos). E aí eu fui chamada para fazer. Não uma substituição porque Fernanda Montenegro é insubstituível. Como Nossa Senhora tem muitas representações, eu vou fazer uma outra representação”, disse a atriz.
Taís também afirmou estar feliz em reencontrar o ator Matheus Nachtergaele – ele seguirá dando vida ao João Grilo, assim como Selton Mello estará novamente como Chicó. “Estou em êxtase com o convite”, resumiu a atriz.
Os produtores de O Auto da Compadecida 2 não deram detalhes sobre o roteiro do longa.
A comédia dramática é baseada na peça teatral Auto da Compadecida, de Ariano Suassuna, escrita em 1955. Além de sucesso nos cinemas, a primeira versão do longa também foi transformada em minissérie para ser exibida pela TV Globo.