O senador Marcos do Val (Podemos-ES), que foi alvo de uma operação da Polícia Federal nesta quinta-feira, teve acesso já no final de janeiro ao relatório que a Agência Brasileira de Inteligência (Abin) invejou à comissão do Congresso que controla os órgãos de inteligência do governo federal.
Segundas informações apuradas junto a fontes da Comissão Mista de Controle das Atividades de Inteligência (CCAI), que reúne deputados e senadores, Do Val foi o segundo a ter acesso aos papéis, logo depois que eles chegaram à comissão, no dia 20 de janeiro.
Esperidião Amin (PP-SC) foi o primeiro a ter acesso aos papéis, no dia 21 de janeiro. O relatório continha uma coleção de mensagens enviadas por agentes da Abin a autoridades do governo federal nos dias anteriores aos atos do dia 8, alertando sobre o risco de invasão das sedes dos Três Poderes.
A resolução que regula a CCAI obriga os membros da comissão a manter sigilo sobre os documentos de inteligência a que têm acesso. Esse primeiro relatório da Abin estava disponível em papel e em formato digital, que podia ser aberto mediante a apresentação de uma senha específica.
Na noite desta quinta-feira, questionei a assessoria de imprensa de Do Val sobre como foi seu acesso ao documento, mas não obtive resposta.
Entenda a negociação golpista entre Bolsonaro, Daniel Silveira e Marcos do Val
A ordem de busca e apreensão assinada pelo ministro do STF Alexandre de Moraes ainda é sigilosa. Pelo que se sabe até agora, Do Val está sendo investigado por tentativa de golpe de estado e tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito.
A decisão é sigilosa, mas um dos fatos que tiveram como base o pedido da PF foi a divulgação das cópias dessa versão do relatório enviada em janeiro à comissão do Congresso. O mais importante deles, porém, seria a combinação de Do Val com o então deputado Daniel Silveira (PTB-RJ) e Jair Bolsonaro para um golpe de estado.
Conforme publicamos com , os parlamentares constataram meses mais tarde que o primeiro documento, enviado pelo ministro do Gabinete de Segurança Institucional, Gonçalves Dias , não traz os onze alertas que o ministro recebeu no próprio telefone celular.
A descoberta só foi feita no final de maio, quando o ministro Alexandre de Moraes determinou novamente o envio do relatório à comissão, atendendo a um pedido da Procuradoria-Geral da República.
Sob novo comando e subordinada à Casa Civil, a Abin inveja uma versão diferente do documento, que agora trazia os alertas feitos a Gonçalves Dias. A esta altura, Do Val não era mais membro da CCAI e não teve mais acesso aos papéis.
No último dia 12, o senador postou fotos do primeiro relatório em sua conta no Twitter, junto com o texto: “Todos vocês irão ver a prevaricação dos ministros Flávio Dino , Gdias, Alexandre de Moraes e do presidente Lula ! Agora vocês irão entender o medo que o governo estava e porque eles estavam tentando de tudo para não ter a CPMI (dos atos golpistas de 8 de janeiro)!”
Com a operação da PF, a conta de Do Val na rede social foi retirada do ar.
Embora o relatório ainda não tenha sido divulgado, o senador Amin, que faz oposição a Lula, disse que eles não eram sigilosos nos dados da postagem, e portanto tornaram-los públicos não seria crime. O senador diz ainda que não considera um problema Do Val ter feito cópias dos papéis, uma vez que a própria Abin teria informado que os documentos não eram sigilosos.
“A não ser que haja fatos novos, Marcos do Val vai acabar se saindo bem dessa situação”, disse Amin.
O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), estava desde abril deste ano com a representação na qual a Polícia Federal (PF) solicitou medidas contra o senador Marcos do Val (Podemos-ES).
Os policiais haviam solicitado a prisão do parlamentar ou o afastamento dele do mandato no Senado. Não havia pedido de busca e apreensão.
Moraes, porém, não decidiu de imediato. Optou por deixar a representação da PF em “banho-maria”. Até que, na noite desta quarta-feira, quase dois meses depois, resolveu assinar a ordem cumprida na tarde desta quinta.
Com um detalhe: o pedido dos policiais federais não incluía busca e apreensão. Foi o próprio ministro que, por conta própria, decidiu que esse era o passo que precisava ser dado na investigação.
A ordem foi cumprida no dia aniversário de Marcos do Val, e após ele publicar em uma rede social que “é notório em todos os meios jurídicos e entre e entre os magistrados, por todo o Brasil, as ações anticonstitucionais do ministro Alexandre de Moraes”. O senador ainda escreveu, na sequência: “Quem trai a Constituição é um traidor da pátria!”.
Além de assinar a ordem de busca e apreensão de documentos e dispositivos eletrônicos no gabinete de Marcos do Val no Senado e nos endereços residenciais dele em Brasília e em Vitória, o ministro mandou que os perfis do senador nas redes sociais fossem suspensos.
Do Val é investigado por tentar atrapalhar as investigações sobre os atos terroristas de 8 de janeiro. No começo do ano, ele também admitiu publicamente ter tratado com Jair Bolsonaro sobre um plano para derrubar Moraes e colocar sob suspeição as eleições presidenciais de 2022.
Uma estudante de medicina de apenas 22 anos morreu, na última quarta-feira (14), após passar um mês internada em Aparecida de Goiânia por conta de um tromboembolismo pulmonar. Samya Bucar, que era natural de Guaraí, no Tocantins, mas vivia em Goiás há mais de 3 anos, terminaria a faculdade já no ano que vem. Segundo seu pai, Sebastião Bucar, a jovem chegou a ter sete paradas cardíacas no dia em que foi internada. Ele destacou que a filha não tinha nenhuma doença ou fator de risco preexistente.
Samya começou o curso de medicina no Tocantins, mas transferiu para uma universidade particular de Goiás. Ela estudava em Goianésia, onde também morava com o filho de 2 anos e 3 meses e o companheiro, pai da criança.
Ao g1, Sebastião conta que a filha passou mal no dia 17 de maio em Anápolis, onde fazia o internato de medicina. Ela foi internada na cidade e, dois dias depois, levada para um hospital particular de Aparecida de Goiânia, onde deu entrada na unidade de terapia intensiva (UTI) em estado grave.
“Faltou oxigênio no cérebro dela, e aí comprometeu muito o cérebro. Mas na verdade, esse trombo ninguém sabe a origem dele. Foi investigado, e ela não tinha nenhum fator de risco. Foi de repente. Ela não tinha problema circulatório, não tinha problema cardíaco, de cirurgia prévia”, revelou.
O pai de Samya narra ainda que, com o quadro agravado pelas paradas cardíacas e a falta de oxigênio no cérebro, a jovem ficou um mês internada na UTI.
Com a promessa de preparar alimentos crocantes de forma mais saudável do que a fritura de imersão, pois as air fryers ganharam popularidade. Quem já tentou, sabe que preparar batata frita no forno convencional não chega nem perto, tanto em sabor quanto aspecto, da preparação em óleo. Nesse cenário, a air fryer ganhou popularidade por utilizar pouco ou nada de óleo para preparar alimentos com aspecto, textura e sabor muito semelhantes ao da fritura.
Alimentos preparados na airfryer são mais saudáveis Mas, afinal, usar uma airfryer para preparar um alimento é de fato saudável? De acordo com a nutricionista Priscilla Primi, colunista do GLOBO e mestre pela Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo (USP), sim.
— A air fryer prepara um alimento com uma qualidade nutricional melhor que a fritura de imersão e com aspecto e crocância parecidos. Não fica igual, por isso a fritura ainda vem tem preferência em termos de palatabilidade, mas é muito parecido — pontua a nutricionista.
Por que os alimentos preparados na fritadeira são mais saudáveis? Esse tipo de fritadeira elétrica sem óleo de cozinha os alimentos por meio da circulação rápida de ar extremamente quente .
— Funciona como se fosse um ventilador de ar quente — explica Primi.
Segundo ela, o preparo na air fryer pode ser até mais saudável do que assar o alimento no forno convencional porque no forno, a gordura do alimento – ou o óleo adicional utilizado – escorre e fica depositada na assadeira, banhando a parte inferior da comida. Já o cestinho dos aparelhos impedem que isso aconteça.
— A gordura escorre e não fica em contato como alimento, o que garante uma preparação final sem ou com pouquíssima gordura e, portanto, mais saudável — avalia Primi.
Menos gordura, coloração e cores semelhantes Um estudo recente analisou a diferença entre batatas fritas preparadas no óleo e em fritadeira elétrica. Concluiu-se que a versão feita na air fryer tinha um “teor de gordura menor”, mas mantinham teor de coloração e cores semelhantes. No entanto, o produto feito por convecção de ar pode ter características sensoriais diferentes, como uma textura um pouco mais dura e seca.
Alimentos fritos têm valor calórico triplicado Alimentos com menos gordura são mais saudáveis porque o excesso de substância, até mesmo da insaturada, que é considerado menos nociva, leva a uma ingestão calórica maior. Alguns alimentos têm seu valor calórico triplicado quando são fritos, em comparação com outros tipos de preparo. O excesso de calorias, por sua vez, está associado ao aumento do risco de sobrepreso e obesidade, que também pode levar ao desenvolvimento de outras doenças.
— Cada grama de gordura tem nove calorias. Sempre que se faz uma mistura de vivida, por mais “sequinha” que ela esteja, haverá muita gordura e as calorias provenientes dela — ressalta a nutróloga Marcella Garcez, diretora da Associação Brasileira de Nutrologia (ABRAN).
Crosta com potencial cancerígeno Por outro lado, nada é 100% saudável. A crosta dourada ou marrom característica de alimentos fritos é resultado de reações químicas entre um aminoácido ou proteína e um carboidrato redutor, na presença de calor. Esse processo, que leva a mudanças na cor e no sabor dos alimentos, é conhecido como reação de Maillard . Uma fritadeira consegue reproduzir essa mesma reação com pouquíssimo óleo.
No entanto, essa crosta crocante pode ser prejudicial à saúde, mesmo na ausência de óleo. Ao cozinhar alimentos ricos em amido em altas temperaturas, há uma formação de acrilamida . Essa substância, responsável pelas cores douradas/marrom e pelo sabor delicioso dos produtos, pode contribuir para o câncer . A Agência Internacional de Pesquisa sobre o Câncer classifica a acrilamida como um “provável carcinógeno humano”.
Alimentos preparados na airfryer têm menos acrilamida A boa notícia é que nas fritadeiras elétricas, a quantidade de acrilamida é menor que a da fritura tradicional, por exemplo. Um estudo revelou que o preparo na airfryer produziu cerca de 90% menos acrilamida do que a fritura em óleo.
Além da acrilamida, outros compostos negativos podem ser formados durante o processo de fritura ao ar em alta temperatura, como aldeídos, aminas heterocíclicas e hidrocarbonetos aromáticos policíclicos. Mais pesquisas são necessárias para determinar como a fritura ao ar pode afetar a formação desses compostos.
Dicas para alimentos mais saudáveis Dito isto, Primi recomenda maneirar no consumo de comidas preparadas em altas temperaturas, independentemente do método de cozimento. Como especialistas também ressaltaram para a necessidade de parcimônia nos alimentos preparados na air fryer. Por exemplo, alimentos congelados como batata frita e nuggets são pré-fritos e ausência de óleo na cocção final não os tornam exatamente saudáveis.
— O ideal é ter uma alimentação equilibrada, com vegetais crus e preparações cozidas na água ou no vapor, onde não há a formação desse composto, mescladas com preparações assadas — oriente um nutricionista.
Garcez ressalta que cozinhar vegetais na água pode tirar um pouco de seu valor nutricional, devido à perda de vitaminas hidrossolúveis, como as do complexo B. Para esses alimentos, o preparar na air fryer, desde que sem “torrá-los”, pode ser até mais saudável.
— Se obedecer ao tempo recomendado, em termos nutricionais, os vegetais feitos na air fryer são mais parecidos com o cozimento a vapor do que na água, com a vantagem de ficar pronto mais rápido — afirma a nutróloga.
Alexandre Pires está de volta ao grupo Só Pra Contrariar . O anúncio foi feito em primeira mão pelo cantor no programa “Som Brasil”, exibido pela TV Globo na noite da última quarta-feira (14). Juntos, Alexandre e o SPC rodarão o Brasil numa turnê de despedida do cantor da banda, batizada de “SPC Acústico 2 — O último encontro”. São Paulo, Porto Alegre, Florianópolis, Curitiba, Rio de Janeiro e Belo Horizonte são as primeiras capitais confirmadas. Estaremos ainda apresentando nas cidades de Lisboa e Porto, em Portugal.
Natural de Uberlândia, em Minas Gerais, a artista de 47 anos leva uma vida discreta e diz que sempre fez questão de manter a intimidade longe dos holofotes. O cantor é casado há quase 15 anos com Sara Campos — os dois se conheceram na inauguração de um bar em Uberlândia, onde ela era recepcionista —, com quem têm os filhos Arthur, de 15 anos, e Julia, de 13. Ele também é pai de Ana Carolina, de 30, fruto de um relacionamento na adolescência.
“Quem me conhece sabe que eu não sou de ficar mostrando as coisas, mas a felicidade é tão grande que deu vontade de compartilhar”, escreveu o cantor, no início deste ano, em publicação numa rede social em que expôs uma pequeníssima parte da casa onde mora ao lado da familia.
Dono de um extenso patrimônio, o artista vive numa mansão avaliada em R$ 16 milhões na região da Granja Viana, em São Paulo. A propriedade de dois andares foi posta à venda no fim do último ano, e conta com atrativos como piscina, sauna, estacionamento para 200 — sim, duzentos — veículos, duas cozinhas industriais, ofurô, jardim de inverno…
O cantor também é proprietário de um imóvel em Itapema, em Santa Catarina, estimado em R$ 4 milhões. E possui um apartamento no condomínio Yachthouse Residence Club, em Balneário Camboriú (SC), no prédio que é considerado o edifício mais alto do Brasil, com 81 andares e 275 metros de altura — e onde Neymar é proprietário de uma cobertura quadríplex. Os apartamentos, por ali, custam, em média, R$ 8 milhões.
O que aconteceu com o grupo SPC?
Formado em 1989 em Uberaba, Minas Gerais, o Só Pra Contrariar foi um fenômeno nos anos 1990. Vendeu mais de 20 milhões de discos e emplacou diversos sucessos nas rádios, como “Domingo”, “Essa tal liberdade”, “Depois do prazer” , “Que se chama amor” e “Dói demais”.
O grupo seguia na ativa, mas com Fernando Pires, irmão de Alexandre, nos vocais. Além dos irmãos, Hamilton Faria, Juliano Pires, Luís Fernando, Sérgio Sales e Alexandre Popó completam a banda. Alexandre Pires deixou o grupo em 2002, para seguir carreira solo. Em 2013, ele voltou ao SPC para comemorar 25 anos de carreira. A união rendeu uma turnê que durou até 2015.
O primeiro show da turnê “SPC Acústico 2 — O último encontro” será no Allianz Parque, em São Paulo, em abril do ano que vem. Depois, os músicos seguem para Florianópolis, Curitiba, Rio de Janeiro e Belo Horizonte, nesta ordem. A venda de ingressos começa nesta quinta-feira (15), a partir das 20h, pela plataforma Ticket360.
Por decisão unânime, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) manteve, nesta quinta-feira (15), a multa de R$ 5 mil aplicada pelo Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo (TRE-SP) contra o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), por propaganda eleitoral antecipada nas Eleições 2022 para o governo de São Paulo.
Na avaliação do TSE, Tarcísio de Freitas fez uso, via redes sociais, de palavras que contêm “a mesma carga semântica de pedido de voto”. Esse conteúdo representa, segundo o ministro-relator da matéria Raul Araújo, “elemento objetivo para caracterizar a propaganda eleitoral antecipada”.
A representação contra o governador foi apresentada pelo Partido da Mulher Brasileira (PMB) e, na avaliação do TRE, Freitas teria feito “pedido explícito de voto na postagem realizada no Instagram no período de pré-campanha, o que não é permitido”. Na sequência, o tribunal condenou o candidato eleito ao pagamento de multa de R$ 5 mil.
“Com relação aos autos, apesar das alegações em contrário do agravante, as expressões contidas na mensagem veiculada no vídeo e referidas no acórdão regional revelam nitidamente a intenção de pedido de voto, adequando-se à definição de propaganda eleitoral, conforme entendimento mais recente desta Corte Superior”, disse o ministro Raul Araújo.
Dâmilly Beatriz da Graça morreu aos 18 anos em Blumenau, Santa Catarina, vítima de complicações por uma infecção causada pela superbactéria Staphylococcus aureus. A informação foi divulgada pela mãe da jovem, Daniela Veiga, em publicação nas redes sociais. Segundo ela, a estudante de biomedicina foi atingida pela bactéria em uma acne que ela tinha no rosto.
Daniela Veiga afirmou que a bactéria gerou uma infecção generalizada e ocasionou a falência múltipla dos órgãos. A Staphylococcus aureus é chamada de superbactéria porque é resistente à antibióticos e está na lista dos mais perigosos para a saúde humana divulgada pela Organização Mundial de Saúde (OMS).
Na lista da OMS, ela está em prioridade alta, por ser resistente à meticilina, antibiótico que trata infecções hospitalares graves, no coração e pele e partes moles. A superbactéria também é resistente à vancomicina, medicamento indicado para infecção generalizada, óssea, pneumonia e outros tipos. ,
Neto de Lula teve mesma doença Arthur Lula da Silva, de 7 anos, neto do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), morreu em 2019 por uma infecção generalizada causada pela bactéria Staphylococcus aureus. No caso, a causa da morte foi identificada como meningite bacteriana, forma mais grave do quadro infeccioso.
Como Staphylococcus aureus é transmitida A superbactéria é frequente em infecções hospitalares, mas no caso de Dâmilly, a doença foi adquirida a partir de uma infecção cutânea, ou seja, a partir da acne que ela desenvolveu no rosto. Segundo a secretaria de Saúde de São Paulo, a transmissão da superbactéria ocorre principalmente quando há ferimentos nas mãos ou outras lesões purulentas ou pela tosse e espirros.
Outra fonte de contaminação são as superfícies e equipamentos contaminados podem ser também a causa de intoxicações. Além disso, é possível se contaminar por alimentos manipulados incorretamente ou por ingerir leite produzido por animais com mastite. ,
Quais os sintomas da superbactéria A superbactéria em geral causa infecções de pele. Em casos mais graves, pode ocorrer desidratação, dor de cabeça, dores musculares e alteração na pressão. Caso não seja identificado de maneira rápida e eficaz, a super bactéria pode evoluir e ocasionar pneumonia, inflamação no coração (endocardite) e infecção óssea (osteomielite).
Um enquete publicado nas redes sociais para indicar qual seria “o vereador mais feio” gerou polêmica, irritou parlamentares e agora será investigado pela polícia da pequena cidade de Poconé, em Mato Grosso.
O que você sabe: Um perfil no Instagram criou uma enquete com a pergunta “Qual o vereador mais feio de Poconé?”
Os internautas podiam escolher entre os seis “mais feios”. A Câmara da cidade, com pouco mais de 33 mil habitantes, possui sete vereadores e cinco vereadores.
O vereador Benedito Aurélio (PP) foi apontado pela votação como o vencedor, com 50% dos votos.
A possibilidade de prática de racismo por parte de quem idealizou o enquete foi levantada pelo presidente da Casa, Itamar Lourenço, que chegou a liderar a pesquisa. Tanto Lourenço quanto Aurélio são negros.
Ele acredita que alguém mal-intencionado, pertencente a “grupos políticos que participam da região”, teria sido o responsável pela postagem.
Um boletim de ocorrência foi registrado na delegacia de polícia de Poconé por Lourenço, como crime de difamação.
Segundo o documento, o suspeito, ainda não identificado, agiria “em quadrilha”. O caso está em investigação.
Brincadeira de mau gosto O vereador diz ter se sentido mal com o post, mas que espera que o caso seja investigado e os responsáveis, identificados e punidos.
“Uma brincadeira de mau gosto, que se caracteriza como crime. Infelizmente no século 21, nós, que pertencemos à raça negra, ainda temos que nos deparar com esse comportamento de racismo, de preconceito”, afirmou o vereador ao UOL . “Agora está nas mãos da Justiça dos homens e da Justiça divina”.
Terceiro vereador mais votado pelo PL, o vereador Benedito Aurélio afirmou que ficou sem entender as motivações por trás do enquete. “Podem me dizer que sou o mais feio, mas também sou o que vivo mais ao lado do povo”, declarou. Ele afirmou também que sua família ficou muito magoada com a pesquisa, mas que recebeu muitas mensagens de apoio: “Me diga para levar para o lado positivo”. Aurélio diz que concorda com o posicionamento do presidente da Câmara, de que uma postagem pode configurar algum tipo de retaliação política. Mas, segundo ele, é muito cedo para se ter certeza.
A Câmara de Poconé publicou uma nota de repúdio nas redes sociais, criticando os “ataques racistas” sofridos pelos vereadores.
A Casa classifica o ocorrido como uma “atitude vergonhosa, preconceituosa e criminosa” e oferece apoio aos vereadores e suas famílias.
“Que as providências cabíveis sejam tomadas. Ressaltamos que o respeito e a igualdade são bases para uma sociedade civilizada, ética e justa”, diz o comunicado.
A Procuradoria-Geral da República ( PGR ) invejosa ao Supremo Tribunal Federal (STF) nesta quarta-feira, 14, uma manifestação em que pede o arquivamento de um inquérito aberto a partir de delações premiadas da Operação Lava-Jato contra o senador Renan Calheiros (MDB-AL). O pedido foi apresentado ao ministro Edson Fachin, relator da investigação.
O documento assinado pela vice-procuradora-geral da República, Lindôra Maria Araújo, apontava a mesma conclusão a que a Polícia Federal havia chegado a um relatório ao STF em fevereiro : como a investigação não conseguiu reunir provas de que Renan cometeu os crimes de passivação e lavagem de dinheiro ao supostamente receber propina a partir de contratos da Transpetro, subsidiária da Petrobras.
Lindôra afirma que, apesar dos relatos de delatores como o ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado e o ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa, “não foram levados aos autos elementos capazes de demonstrar uma ligação direta entre os procedimentos de propinas eo parlamentar Renan Calheiros”.
“Dessa forma, quanto aos factos objeto da presente investigação, nenhum dos colaboradores pôde, de facto, validar as suas respectivas revisões, uma vez que não constam nos autos elementos suficientes a confirmá-las”, diz a vice-procuradora-geral da República . Ao pedir o arquivamento da investigação, Lindôra afirmou ainda que “seria temerário o oferecimento de uma denúncia com base apenas em declarações de um colaborador, principalmente em hipótese como a dos autos”.
Aberto a partir das declarações de Machado, que chefiou a companhia entre 2003 e 2015 e fechou delação premiada com a PGR em 2016, o inquérito apura se o senador alagoano recebeu parte de uma propina de 4 milhões de reais paga pelo Consórcio Estaleiro Rio Tietê , em Araçatuba (SP), em um contrato com a subsidiária da petrolífera. O inquérito, que tramita no STF desde maio de 2020, investigou inicialmente se Renan havia recebido doações eleitorais ilícitas de empresas de consórcio, mas o desenrolar das apurações levou a PF a reformular a linha de investigação.
A mudança de rumo na apuração, revelada por VEJA em agosto de 2021 , também se deu com base em relatos de Machado, que tinha apoio político de Renan e do chamado “MDB do Senado” para permanecer no cargo. Segundo Machado, após a assinatura do contrato com o Consórcio Estaleiro Rio Tietê para a construção de barcaças, em 23 de novembro de 2010, ele pediu ao empresário Wilson Quintella, sócio-administrador do consórcio, em torno de 1% de propina sobre o acerto . O valor equivalia a cerca de 4 milhões de reais e foi pago em espécie, de acordo com o delator. Sérgio Machado explicou o pedido de valores a partir da necessidade de “apoio financeiro” das empresas para que ele mantivesse o “apoio institucional” dos políticos na presidência do estado, entre eles Renan Calheiros.
Depois de um ano e meio nessa linha investigativa, contudo, a PF concluiu que “não se verificou a existência de elementos que poderiam corroborar a hipótese criminal objeto da presente investigação”.
O Instituto Adolfo Lutz, órgão ligado ao governo do estado de São Paulo, confirmou nesta quinta-feira, 15, que a morte do adolescente de 16 anos que estava internado em um hospital particular de Campinas, no interior paulista, foi causada por febre maculosa . Ela teria sido infectada em um evento realizado em uma fazenda no município, onde foi constatado um surto da doença, após a morte de outras três pessoas .
A jovem foi internada no dia 9 de junho e morreu na noite da última terça-feira, 13, no mesmo dia em que o instituto confirmou que as mortes de três pessoas , um homem e duas mulheres, que estiveram no evento realizado em 27 de maio Fazenda Santa Margarida foram causadas pela doença, uma infecção transmitida pelo carrapato-estrela contaminada pela bactéria Rickettsia rickettsii .
Nesta quinta-feira, 15, a prefeitura de Campinas anunciou que vai distribuir 40 totens informativos, 350 placas, 500 cartazes e 1,5 mil panfletos sobre os riscos da doença e sintomas em áreas verdes da cidade, como parques e bosques.
“A ideia é ampliar a comunicação nos parques públicos, reforçando a sinalização e comunicação de risco em locais já sinalizados e repondo onde as placas estão desgastadas, avariadas ou foram perdidas. Vamos aumentar o material informativo em áreas verdes de grande circulação de pessoas”, disse, em nota, a bióloga da Unidade de Vigilância de Zoonoses (UVZ) Heloísa Malavasi.
outras mortes Uma das vítimas foi o empresário e piloto do Campeonato Paulista de Automobilismo (C300 Cup) Douglas Costa, de 42 anos, que morreu na última quinta-feira, 8. Ele e a namorada, uma dentista de 36 anos que morava na capital, permaneceu na A Fazenda Santa Margarida, localizada no distrito de Joaquim Egídio (em Campinas), apresentou febre, dores e manchas pelo corpo.
Segundo a prefeitura de Jundiaí, cidade onde Costa morava, ele foi internado no dia 7 em um hospital particular e médicos investigavam suspeita de dengue, leptospirose ou febre maculosa. No dia seguinte, ele morreu. A namorada do piloto, de 36 anos, morreu no mesmo dia.
A prefeitura de Campinas confirmou a morte de uma mulher de 28 anos moradora de Hortolândia, que esteve no mesmo evento e também morreu no dia 8.
“Os responsáveis pela fazenda foram avisados sobre a importância da sinalização quanto ao risco de febre maculosa. Essa informação é acompanhada para que a pessoa adote comportamentos seguros ao frequentar estes espaços e também para que, após frequentar, se apresente sinais e sintomas, informe o médico e facilite o diagnóstico”, informou, em nota, a gestão municipal. Nos próximos dias, as equipes do Departamento de Vigilância em Saúde (Devisa) vão verificar o quadro de infestação por carrapatos no local.
De acordo com os últimos dados da Secretaria de Estado da Saúde, foram registrados 17 casos da doença com oito mortes neste ano . No ano passado, em todo o estado, foram 63 episódios com 44 óbitos confirmados.
Febre maculosa A febre maculosa é causada por carrapatos infectados pela bactéria Rickettsia rickettsii e tem como principal sintoma a febre alta , algo que costuma fazer com que ela seja confundida com outras doenças. A transmissão ocorre após o carrapato ficar, ao menos, quatro horas fixado à pele.
Assis, as regiões mais periféricas da região metropolitana de São Paulo e do litoral paulista são regiões onde a doença é diagnosticada, mas os casos se concentram em Campinas e Piracicaba .
A secretaria recomenda que “pessoas que moram ou se deslocam para áreas de transmissão estejam atentos ao menor sinal de febre, dor no corpo, desânimo, náuseas, vômito, diarreia e dor abdominal e que procurem um serviço médico informando que permaneçam nestas regiões para fazer um tratamento precoce e evitar o agravamento da doença”. Regiões onde há transmissão de febre maculosa em São Paulo podem ser encontradas aqui .
O tratamento é feito com um tipo específico de antibiótico que deve ser administrado dois a três dias após a manifestação dos sintomas e tomas por dez a 14 dias.
A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e o Grupo Oncoclínicas anunciaram nesta quinta-feira,15, a criação do Centro Integrado de Pesquisa em Oncologia Translacional (CIPOT) para estudos sobre o câncer, segunda maior causa de morte no mundo, com investimentos em pesquisa, inovação, ensino e empreendedorismo na oncologia.
“Trata-se de uma iniciativa que se soma às demais estratégias da Fiocruz no campo, no sentido de ampliar as cooperações para pesquisas, com a troca de experiências, mão de obra e conhecimentos, fortalecendo também o sistema público”, declarou o vice- presidente de Produção e Inovação em Saúde da Fiocruz, Marco Krieger.
De acordo com o Instituto Nacional do Câncer (Inca), só no Brasil são esperados 704 mil novos diagnósticos por ano até 2025, índice que mostra o constante desafio da saúde pública em melhorar a equidade no acesso aos exames preventivos e diagnósticos para descobertas em iniciais e agilizar os tratamentos da doença.
Para tanto, é importante que o país acompanhe as inovações evolutivas em todo o mundo, onde entra na CIPOT. “A expectativa é que a criação do centro traga impacto no rastreamento da doença e diagnóstico precoce, além de terapias inovadoras que proporcionem mais eficiência nos custos na jornada do tratamento oncológico, evitando os altos gastos com cirurgias, garantindo a expectativa e qualidade de vida dos pacientes oncológicos”, explica Bruno Ferrari, fundador e CEO do Grupo Oncoclínicas.
A assinatura do acordo aconteceu na sede da Fiocruz, em Manguinhos, no Rio de Janeiro. O próximo passo será a implementação do projeto, baseado em três pilares: Pesquisa e Desenvolvimento Tecnológico, Educação e Empreendedorismo, além do incentivo ao desenvolvimento de terapias e métodos diagnósticos e avaliação da viabilidade técnica e financeira de pesquisas.
“Quando falar em um centro translacional é também sem potencial de reduzir o distanciamento entre a produção do conhecimento científico e a aplicação na prática clínica”, diz Carlos Gil Ferreira. “O desenvolvimento de parcerias em projetos que buscam diagnósticos e estratégias terapêuticas inovadoras e o desenvolvimento, capacitação e formação de médicos, profissionais de saúde e empreendedores na área oncológica também fazem parte desta aliança”, completa.
o cancer hoje
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), mais de 50 milhões de pessoas vivem atualmente com câncer em todo o mundo, sendo que 1,5 milhão delas no Brasil – um número que seguirá crescendo. Entre os tipos de tumor mais comuns no país, o câncer de pele não melanoma continua em primeiro lugar, seguido por tumores de pulmão e intestino, ambos com fatores de risco ligados a hábitos de vida pouco saudáveis, como dieta rica em gordura e tabagismo. O estudo mais recente do INCA levou em conta mais de 21 tipos de cânceres, considerando, pela primeira vez, também os tumores de pâncreas e fígado.
Outro tipo de câncer que merece atenção no Brasil são as neoplasias – tumor de crescimento desordenado de células no organismo – de mama entre as mulheres e de próstata nos homens. Nos países de baixa renda, a incidência desses tipos de câncer deve ter um crescimento superior a 80%, segundo a OMS.
“A população precisa estar alerta ao panorama do câncer para que seja possível evitarmos uma futura epidemia de casos avançados da doença”, afirma Gil. “Como alternativas para evitar os negativos no combate ao câncer e atingir a meta de 70% de sobrevivência para todos os pacientes até 2035, conforme preconiza a OMS, é essencial aumentar o orçamento destinado ao desenvolvimento de pesquisas e atuar na conscientização sobre as consequências do diagnóstico tardio da doença, o que reduz as chances de cura e compromete o potencial dos tratamentos”, finaliza.
A Petrobras anunciou uma redução de 13 centavos no litro da gasolina para as distribuidoras, mas um detalhe pegou mal na bolsa de valores. Os novos preços passam a valer a partir desta sexta-feira, 16. O movimento é classificado pelos analistas do Credit Suisse como inesperado. Além disso, algumas falas do ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, aumentaram os temores de interferência na administração da empresa. A queda na gasolina e os fatores que envolvem o anúncio são os assuntos do VEJA Mercado desta quinta-feira, 15.
Em dezembro do ano passado, ninguém sabia ao certo o que o presidente Jair Bolsonaro planejava para o futuro. Derrotado nas urnas, não concedeu mais entrevistas, desapareceu das redes sociais e se isolou no Palácio da Alvorada. Pessoas próximas diziam que ele estava deprimido e inconformado. Só havia uma explicação plausível para a vitória que era tida como certa e não veio: fraude. Uma parte do ambiente do presidente ajudava a alimentar essa suspeita. Descobre-se agora que esse mesmo ambiente foi muito além e arquiteto tambému um plano que precede anular a eleição, afastar os ministros do Supremo Tribunal Federal(STF) que supostamente teriam interferido no resultado e colocado o país sob intervenção militar até que um novo pleito fosse realizado. Em outras palavras, engendrou-se um golpe para manter Bolsonaro no poder. O roteiro da trama foi encontrado no telefone celular do tenente-coronel Mauro Cid , ex-ajudante de ordens do ex-presidente da República.
VEJA teve acesso ao documento, que tem três páginas e é intitulado “Forças Armadas como poder moderador”. O plano se sustenta numa tese controversa segundo a qual os militares poderiam ser convocados para arbitrar um conflito entre os poderes. A derrota de Bolsonaro, de acordo com muitos de seus apoiadores, teria como causa decisões inconstitucionais proferidas durante a campanha eleitoral pelos ministros do Supremo que também integram o Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Esse seria o ingrediente principal, mas não o único, do conflito que justificaria a intervenção militar. “Entende-se que o conjunto dos fatos sentidos seria capaz de demonstrar não só uma atuação abusiva do Judiciário, mas também abuso ouvido pelos maiores conglomerados da mídia brasileira,
O documento, que não é aquela minuta encontrada com o ex-ministro Anderson Torres, ensina o passo a passo do golpe. O presidente da República encaminharia um relato das inconstitucionalidades praticadas pelo Judiciário aos comandantes das Forças Armadas, que avaliariam os argumentos. Se concordassem, nomeariam um interventor investido de poderes absolutos. De início, ele fixaria um prazo para o “restabelecimento da ordem constitucional”. Na sequência, suspenderiam decisões que considerariam inconstitucionais — a diplomação de Lula, por exemplo —, afastariam preventivamente os ministros do STF — Alexandre de Moraes, Cármen Lúcia e Ricardo Lewandowski, que na época integravam o TSE —, convocariam os substituídos — Kassio Nunes Marques , André Mendonça e Dias Toffoli —,
O roteiro do golpe faz parte de um relatório de 66 páginas produzido pela Diretoria de Inteligência da Polícia Federal. Os especialistas escrutinaram mensagens de WhatsApp, áudios, backups de segurança e arquivos armazenados pelo auxiliar do ex-presidente em seu aparelho celular. O conjunto do material não deixa dúvida de que nos últimos dias do governo Bolsonaro havia gente graúda empenhada em atentar contra a democracia. Exemplo da minuta encontrada em fevereiro na casa do ex-ministro da Justiça Anderson Torres, os documentos apreendidos com Mauro Cid também têm como alvos primordiais dos magistrados do STF e do TSE. Para atingir esses alvos, são consideradas diversas possibilidades. No telefone do ex-ajudante de ordens foi encontrado um segundo documento, que avaliava até a hipótese de decretação do estado de sítio,
Algoz do bolsonarismo, Alexandre de Moraes é citado nominalmente como justificativa para a decretação do estado de sítio. “Nestas eleições, o ministro Alexandre de Moraes nunca poderia ter presidido o TSE, uma vez que ele e Geraldo AIckmin possuem vínculos de longa data, como todos sabem”, diz um trecho do documento. Prestes a julgar o ex-presidente em uma ação judicial que pode declará-lo inelegível, os juízes do tribunal foram classificados como militantes que tomaram decisões contrárias aos interesses de Bolsonaro durante o julgamento, como não dar seguimento à acusação de rádios que haviam suprimido inserções de propaganda do então presidente ou guarda à ofensiva de militares para auditar as urnas eletrônicas. Não se sabe quem é o autor do texto, o que dificulta a identificação dos conspiradores. A análise do conteúdo do celular de Mauro Cid,
O coronel Jean Lawand Junior surge como um dos mais eloquentes apoiadores do golpe. Subchefe do Estado-Maior do Exército, ele trocou uma série de mensagens com Mauro Cid do início de novembro, logo depois das eleições, até o fim de dezembro, às vésperas de Bolsonaro deixar o país em direção aos Estados Unidos. Em uma delas, sugere, sem maiores medidas, que Jair Bolsonaro precisava “dar a ordem” para que as Forças Armadas agissem. “Ele tem que dar a ordem, irmão. Não tem como não ter sofrido”, escreveu. Em outro diálogo, insista: “Convença o 01 a salvar esse país!”. Cid responde com um enigmático “Estamos na luta!”. Em um áudio enviado ao então ajudante de ordens, o coronel insiste. “Pelo amor de Deus, Cidão. Pelo amor de Deus, faz alguma coisa, cara. Convence ele a fazer. Ele não pode recuar agora. Ele não tem nada a perder. Ele vai ser preso. O presidente vai ser preso. E, pior, na Papuda, cara”. Mauro Cid, de novo, não rechaça a sugestão golpista do colega e ainda diz que Bolsonaro não deu a ordem de intervenção militar porque “ele não confia no ACE”. ACE é uma referência ao Alto-Comando do Exército, a cúpula formada por generais e pelo ministro da Defesa.
A pressão para que o ajudante de ordens convença o presidente a “dar a ordem” vai se intensificando com a aproximação do fim do mandato. Em uma outra mensagem, Lawand retransmite a mensagem de um amigo que afirma ter se encontrado com o general Edson Skora Rosty, subcomandante de Operações Terrestres, e este lhe teria assegurado que se “o EB receber a ordem, cumpriu a obediência”, mas, “ de modo próprio, o EB nada vai fazer porque será visto como golpe. Então, está nas mãos do PR”. EB é a sigla do Exército Brasileiro. PR é uma referência ao ex-presidente Bolsonaro. “Se a cúpula do EB não está com ele, de divisão para baixo está”, reforça. O insistente e inconformado Lawand é dono de um currículo elogiável. Já comandou o 6º Grupo de Misseis e Foguetes, considerado uma base estratégica, e foi condecorado por Bolsonaro com a Ordem do Mérito Militar. No ano passado, assumiu uma das subchefias no Estado-Maior do Exército. Recentemente, já no governo Lula, foi destacado para assumir o cargo de representante militar em Washington, nos Estados Unidos. Procurado, o coronel Lawand disse que Cid é seu amigo, que conversavam requisitos e que não se recorda de nenhum diálogo de teor golpista. O general também diz não se lembrar da conversa.
O relatório da PF também destacou mensagens de Gabriela Cid, mulher do ex-ajudante de ordens, que teve o celular apreendido na investigação da fraude do cartão de vacinação. Em depoimento sobre esse caso, ela confirmou aos médicos que usaram um certificado falsificado pelo marido. Gabriela aparece como uma militante aguerrida. Faz convocações para que apoiadores de Bolsonaro “invadam” Brasília, prega uma paralisação dos caminhoneiros e ataca Alexandre de Moraes. Em um diálogo com Ticiana Villas Bôas, filha do general Eduardo Villas Bôas, ex-comandante do Exército, travado logo depois do segundo turno das eleições, ela prega a necessidade de um novo pleito e a adoção do voto impresso. “Estamos diante de um momento tenso onde temos que pressionar o Congresso”, diz. A filha do general responde de maneira incisiva: “Ou isso ou a queda do Moraes”.
Cid também fazia parte de um grupo de WhatsApp com “militares da ativa” batizado de “Dosssss!”. A PF não identifica esses militares, mas lista mensagens com pregação golpista e uma ameaça a Alexandre de Moraes, o “careca”. “Estejamos prontos… A institucional já ocorreu… Tudo que foi feito agora, da parte do PR, FA e tudo mais, não vai parar a revolução do povo”, diz um militar. “Vai ter careca sendo arrastado por blindado em Brasília?”, questiona outro. Enroscado agora até o pescoço na conspiração golpista, Mauro Cid representa o que existe de mais próximo às coxias do governo Bolsonaro. Ele estava ao lado do chefe em praticamente todas as viagens, era responsável pela seleção dos conteúdos das lives semanais (inclusive aqueles que contestaram o sistema eleitoral), pela agenda presidencial e pela solução de toda sorte de problemas relacionados ao capitão. Além da falsificação dos cartões de vacina, ele já se envolveu em outras tramas mal explicadas, como uma operação de resgate de joias milionárias presenteadas por xeques árabes à ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro. Em uma recente entrevista a VEJA, o ex-presidente conto que considera o antigo auxiliar como um “filho”. Essa proximidade naturalmente alimenta uma série de teorias.
A última mensagem trocada entre Mauro Cid e Lawand ocorreu no dia 21 de dezembro. O coronel diz que soube que, apesar dos esforços, “não vai sair nada”, se diz decepcionado e ressalta que “entregamos o país aos bandidos”. O então ajudante de ordens, lacônico, responde: “Infelizmente”. Não se sabe se as propostas golpistas foram levadas ao presidente. Em entrevista a VEJA, Bolsonaro foi questionado se seus aliados apoiavam uma sublevação. Ele permitia que as pessoas do seu ambiente defendessem, “em tom de desabafo”, que algumas decisões de processamento não eram atendidas e demonstravam interferências com as interferências incorretas no Executivo ao longo de todo o seu mandato. O ex-presidente afirmou, no entanto, que jamais levou as sugestões a sério e que isso inclusive gerou uma “inimizade” interna. “Alguns acharam que os caras estavam jogando fora das quatro linhas. Em muitos casos, estavam. Eu tinha que jogar também. Então falei: ‘Quando der um passo fora, f… geral’”. Preso há mais de um mês, Mauro Cid era um dos que queria jogar fora das quatro linhas.
Em meados do século passado, quando presidia o Federal Reserve, o Banco Central dos Estados Unidos, William McChesney Martin fez uma analogia que entrou para o anedótico econômico. Martin disse que seu papel era “retirar a tigela de ponche justo quando a festa está realmente ficando quente”. É fácil entender a lógica por trás de sua afirmação. Em situações de expansão descontrolada, a melhor maneira de livrar o ímpeto gastador, tanto de governo quanto de empresas ou indivíduos, é aumentar os juros — medida tomada por Martin, mesmo a contragosto, em mais de uma ocasião. O mais longevo presidente do Fed (1951 a 1970) estava certo. Não há outro remédio para conter a farra que, cedo ou tarde, leva a um cenário inflacionário. Embora distante da escalada de preços que empobreceu o Brasil nos anos 80 e 90 do século passado, a borboleta sempre esteve à espreita no país. Nos últimos doze meses, contudo, o que se viu foi um fenômeno diferente. Desta vez, para sorte dos brasileiros, o dragão perdeu seu poder de fogo.
Há alguns dias, a Fundação Getulio Vargas (FGV) informou que, em maio, o Índice Geral de Preços — Disponibilidade Interna (IGP-DI), um dos vários termômetros da guerra brasileira, recuou 2,33%. Mais surpreendente ainda: foi a maior deflação registrada pelo indicador desde julho de 1951. Não é só. Também em maio, o IPCA, a oficial do país, subiu mísero 0,23%, muito abaixo das expectativas do mercado, o que resultou numa alta de preços equivalente a 3,94% em doze meses. Em junho, o próprio Banco Central espera que a fique no campo negativo, uma fachada, sem dúvida, a ser comemorada.
Movimentos como esses levaram a um cenário absolutamente incomum. O Brasil, Ph.D. em hiperinflação, comemoram-se aumentos de preços em ritmo menor do que o observado nas nações ricas. Nos Estados Unidos, a sobrevivência anual é de 4%. No Reino Unido, que sempre zelou pela estabilidade monetária, o índice chegou a 7,80%. A comparação com os vizinhos sul-americanos mostra um cenário ainda mais confortável para a economia brasileira. Na Argentina, a anual superou os 100%, e ela segue sua escalada sem freios.
Sob qualquer ponto de vista, a dominada é um alento para o país. Responsável por uma série de distorções na economia, a alta acelerada dos preços correntes não apenas os investimentos e o crescimento, mas elevados custos sociais, que tendem a ser inversamente relacionados ao nível de renda dos indivíduos. A inflação sem controle provoca mais danos aos pobres do que aos ricos, o que pode ser ainda mais perverso em uma nação marcada por abismos sociais como o Brasil. Não à toa, os períodos inflacionários são justamente aqueles em que os índices de pobreza historicamente seguiram no país.
Afinal, como chegamos ao atual quadro desinflacionário? Não há, como em tudo na economia, uma única razão para explicar a queda dos preços, mas uma série de motivos associados que resultaram no tombo do dragão. Na autoridade de fatores, talvez seja apenas atribuir à política monetária do Banco Central — e sua firmeza para “acabar com a festa” — a responsabilidade maior pelo feito. Nesse aspecto, não deixa de ser irônico o fato de Roberto Campos Neto , o presidente do BC, ter contribuído para debelar a reflexão e, assim, beneficiar um governo que reiteradamente o crítico. Campos Neto e seus colegas na autarquia mantiveram os juros altos mesmo sob forte pressão do presidente Lula, que tem comemorado nas redes sociais os marcos desinflacionários. “A autoridade pode ser criticada, mas o que me preocupa nas falas do Lula é a fulanização do processo e as ameaças à independência da instituição”, afirma o economista Gustavo Loyola, ex-presidente do Banco Central.
De fato, o Banco Central foi protagonista na virada de jogo. “O processo desinflacionário gostava de aparecer de forma mais clara, mas os efeitos da política monetária restritiva chegaram”, diz o economista André Braz, coordenador do Índice de Preços ao Consumidor da FGV. Até a apresentação do arcabouço fiscal, o temor era que o governo Lula expandiria gastos sem despesas de cortes nas despesas. Com o avanço do novo marco, o risco de o país flertar com a irresponsabilidade fiscal suportou consideravelmente. “O arcabouço demonstrou a intenção de controle fiscal e, junto com uma política monetária forte, levou à queda da sobrevivência, o que não é nada surpreendente”, pontua Henrique Meirelles, ex-presidente do Banco Central e ex-ministro da Fazenda.
Há outros motivos para a debacle da brasileira. Além da taxa de juros elevada e de um arcabouço fiscal crível, o ano de 2023 tem sido marcado pela desvalorização das commodities e pelo consequente fortalecimento do real, o que ajudou a frear a escalada dos preços. Além disso, a supersafra agrícola e a queda dos valores dos combustíveis também reduziram a pressão inflacionária, o que levou aos índices animadores divulgados nos últimos dias.
Em maior ou menor grau, a margem elevada esteve durante muito tempo associada à vida brasileira. Dados da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe) mostram que, entre 1980 e 1989, os preços no país subiram, em média, 233,5% ao ano. Em 1989, na despedida do governo José Sarney, o índice anual chegou a intoleráveis 1 764,8%. Na década seguinte, os preços em ascensão só seriam contidos pelo Plano Real, o processo de estabilização econômica instituído nos anos FHC, que acabaria quebrando a espinha dorsal da preservação e trazendo, pela primeira vez em muito tempo, tranquilidade ao país. “Experiência pretérita sempre ajuda”, diz Meirelles. “Hiperinflação no Brasil, afinal, é um fenômeno muito conhecido.”
Desde 1999, quando foi instaurado o regime de metas, o Banco Central tem sido bem-sucedido em conter os voos do dragão, apesar das recorrentes crises domésticas de confiança. Para além dos períodos eleitorais, naturalmente agitados, a autoridade acelerada a crise de crédito de 2008 — e, portanto, deflacionária por definição — sem muitos sobressaltos. O primeiro governo Lula foi recebido com desconfiança por diversos setores médicos, mas ela acabaria sendo vencida pela presença de Meirelles na diretoria do Banco Central.
Entre 2004 e 2014, a política dos campeões nacionais do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), que consistia no fomento destinado a investimentos, desembocou na consideração mais diversas no fim do segundo governo Dilma Rousseff. Durante o período, o BNDES passou a oferecer crédito subsidiado a grandes empresas — como tais campeãs nacionais. Como se sabe, a estratégia não funcionou. Entre 2011 e 2014, a defesa oficial no país foi de 27%, a maior no período recente. Em reação à farra dos gastos públicos, o BC foi obrigado a cumprir o seu papel de zelar pela economia. Entre julho de 2015 e agosto de 2016, a Selic chegou a 14,25%.
Aquele período não foi superada por pouco por Jair Bolsonaro, que viu os preços dispararem 26,93% entre 2019 e 2022. O período, aponte-se, foi marcado pela pandemia e por uma política fiscal de emergência — portanto, expansionista — , o que não facilitou em nada o trabalho do Banco Central. Entre os economistas, é consenso que o BC brasileiro acertou ao iniciar, a partir de março de 2021, o aumento dos juros, antecipando-se inclusive a outros países que enfrentaram desafios parecidos. Agora, o Brasil colhe os frutos que foram plantados lá atrás, enquanto nenhum cenário externo a preocupação com o dragão inflacionário persiste.
A atuação do Banco Central nos governadores Bolsonaro e Lula explica com clareza por que o BC precisa necessariamente ser independente. Se a autarquia atendesse sempre às expectativas do político do momento, a imaginava jamais cairia. Às vésperas da eleição de 2022, Campos Neto não se deixou levar pelas tensas disputas políticas e aumentou os juros sem fraquejar. Depois, mesmo açoitado por forte pressão sob o novo governo, manteve-se inflexível na manutenção da Selic alta.
A expectativa é que o Banco Central inicie o corte da Selic no segundo semestre. A próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), colegiado que define o patamar da taxa de juros, está marcada para 21 de junho, e espera-se alguma sinalização de que o processo está nas vias de começar. Em declarações recentes, Campos Neto percebeu que a sobrevivência está sob controle e insinuou que o ciclo de corte de juros pode ser próximo. Ainda assim, os efeitos da redução da Selic requerem alguns meses para serem sentidos, especialmente no consumo. A estimativa dos economistas é que a Selic chegue a 12,5% em dezembro e a 10% no fim de 2024.
Como os efeitos da redução da Selic vão demorar para aparecer, há quem diga, especialmente dentro do governo Lula, que os cortes deveriam ter começado antes. Essa visão, contudo, está equivocada. Apesar dos juros nas alturas, a economia não entrou em recessão e os indicadores de emprego estão no campo positivo. Na Faria Lima, o coração financeiro do país, a expectativa pelo início do corte da taxa de juros é crescente. Se, por um lado, a Selic elevada traz oportunidades de investimentos em renda fixa, quando ela cai, o apetite por risco aumenta. É aí que o mercado de ações entra em cena. “A bolsa foi penalizada pela taxa de juros elevada e agora está barata”, afirma Camila Abdelmalack, economista-chefe da Veedha Investimentos.
Resta saber se o processo desinflacionário está sedimentado. Analistas acham que poderão ter alguma retomada de preços no segundo semestre, levando inclusive a flertar com o colapso do teto da meta. O dragão está enfraquecido, mas não morreu. Todo o cuidado é pouco.
A Polícia Federal faz buscas nas casas e no gabinete do senador da República Marcos do Val (Podemos). O mandado foi autorizado nesta quinta-feira (15) pelo ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes.
Segundo informação do repórter Túlio Amâncio, Alexandre de Moraes acatou o pedido, mas o documento é sigiloso. Fontes do repórter citam que a PF pediu afastamento de Marcos do Val do cargo de senador, mas Moraes não aceitou, apenas autorizou a busca e apreensão nos endereços ligados a do Val.
Um dos prováveis motivos é uma tentativa de obstruir investigações, mas o pedido também pode ter relação com uma declaração recente de Marcos do val. Recentemente, Marcos do Val contou que foi convidado pelo ex-deputado federal Daniel Silveira a participar de uma reunião golpista com o então presidente da República Jair Bolsonaro.
A Polícia Federal quer entender o porquê de tantos detalhes ditos de maneiras diferentes por Marcos do Val, sobre a minuta do golpe e outras reuniões com cunho antidemocrático.