Bancos fecham 2022 com lucro de R$ 139 bilhões

Em 2022, os bancos tiveram lucro líquido de R$ 139 bilhões, alta de 2% em relação a 2021. Entretanto, após a recuperação a níveis pré-pandemia em 2021 e um crescimento no primeiro semestre de 2022, a rentabilidade no segundo semestre do ano passado teve redução.

De acordo com o Banco Central (BC), a razão principal para o recuo foi o aumento das despesas com provisões (reserva sobre riscos de crédito), acentuada devido ao caso das Lojas Americanas. As informações são do Relatório de Estabilidade Financeira do BC, referente ao segundo semestre de 2022, que foi divulgado hoje (10).

Em recuperação judicial desde janeiro, as Lojas Americanas enfrentam uma crise desde a revelação de “inconsistências contábeis” de R$ 20 bilhões. Posteriormente, o próprio grupo admitiu que os débitos com os credores podem chegar a R$ 43 bilhões.

“Embora o forte aumento das despesas de provisão no último semestre de 2022 esteja relacionado a esse evento [das Americanas], a materialização do risco tem resultado no elevado aumento dessas despesas de forma geral. Também contribuíram para a redução da rentabilidade o declínio do ritmo de crescimento das rendas de serviços e a pressão da inflação sobre as despesas administrativas”, diz o documento, citando ainda leve piora da eficiência operacional das instituições.

De acordo com o BC, a rentabilidade do sistema deve continuar sob pressão no médio prazo, considerando a perspectiva de atividade econômica mais fraca em 2023, de menor crescimento do crédito e de inadimplência e inflação elevadas.

O relatório destaca que, embora o mercado de crédito continue crescendo em ritmo elevado, a desaceleração foi mais acentuada nas operações de maior risco do Sistema Financeiro Nacional (SFN) com pessoas físicas, como as ligadas a cartões de crédito.

“No geral, o crédito às pessoas físicas arrefeceu, exceto o crédito rural e o crédito imobiliário, cujas taxas de crescimento mantiveram-se estáveis. O crédito às empresas desacelerou em ritmo mais suave. Isso porque o crédito seguiu elevado devido aos programas emergenciais para microempresas, ao financiamento de capital de giro e investimento para pequenas empresas e ao financiamento de bens e operações de ‘risco sacado’ para empresas médias”, diz o BC, acrescentando que o mercado de capitais manteve-se como fonte relevante de financiamento, sobretudo para as grandes empresas.

Ainda assim, as instituições financeiras permaneceram apostando em carteiras mais arriscadas. “Apesar do recuo no ritmo de crescimento, o crédito ainda cresceu forte em modalidades mais arriscadas às famílias, como cartão de crédito e crédito não consignado”, diz o documento.

Testes de estresse
O relatório do BC apresenta ainda os resultados de diversas análises de risco e dos testes de estresse do sistema bancário, que “continuam indicando não haver risco relevante para a estabilidade financeira”.

“Os testes de estresse de capital indicam que não há ocorrência de desenquadramentos em montante relevante nos cenários macroeconômicos adversos. Os resultados obtidos nas análises de sensibilidade também indicam boa resistência aos fatores de risco, simulados isoladamente, além de estabilidade de resultados em comparação com testes feitos anteriormente. O teste de estresse de liquidez indica quantidade confortável de ativos líquidos em caso de saídas de caixa em condições adversas ou choque nos parâmetros de mercado no curto prazo”, explicou o BC.

No teste de estresse, o BC simula o quanto uma situação de severa inadimplência e de corrida aos bancos impacta o cumprimento dos limites regulatórios mínimos pelas instituições financeiras e quanto a autoridade monetária precisaria aportar ao sistema financeiro. Entre esses limites estão a manutenção de uma reserva em caixa para garantir que os bancos paguem todos os clientes que forem sacar dinheiro em momentos de crise. São testados também os riscos de crédito, juros, câmbio e desvalorização de imóveis.

O BC considerou dois cenários, o primeiro de queda na atividade econômica e no consumo das famílias, aumento do desemprego, queda da inflação e das taxas de juros; e o segundo cenário de um aumento de incerteza na economia, com deterioração fiscal, alta do câmbio, elevação da taxa de juros e pressão da inflação.

Eventos climáticos

O Banco Central pesquisou também questões relacionadas a riscos climáticos e seus efeitos na estabilidade financeira dos bancos. As secas e as inundações são os eventos climáticos físicos de maior impacto nos ativos das instituições financeiras, sobretudo em horizontes acima de cinco anos.

“Os riscos climáticos de transição são classificados como de baixo impacto nos ativos. A inadimplência é a principal forma pela qual os riscos climáticos podem ameaçar a estabilidade financeira. Em 2022, cerca de 16% das instituições financeiras identificaram impactos de risco climático nas suas operações de crédito. O sistema financeiro tem procurado reduzir tanto a exposição a riscos climáticos quanto o seu próprio impacto ambiental”, diz o BC.

De acordo com o relatório, a inadimplência pode resultar de crise financeira nos setores que dependem de maneira intensiva dos recursos naturais, que podem sofrer um efeito climático severo. Entre os exemplos estão quebra de safras, prejuízo nos transportes, diminuição na prestação de serviços e interrupção das cadeias produtivas.

Agencia Brasil

Postado em 11 de maio de 2023

George Santos, deputado americano filho de brasileiro, é detido nos EUA

O deputado americano George Santos, que é filho de brasileiros, foi detido na manhã desta quarta-feira (10) no momento em que se apresentou ao tribunal federal de Long Island, em Nova York. O parlamentar será levado a um juiz no período da tarde e ouvirá 13 acusações diferentes de crimes federais, segundo o Departamento de Justiça.

O republicano foi eleito em 2021 e desde então é alvo de diferentes denúncias, como fraude fiscal, estelionato e de mentir no currículo. Ele foi detido após ter sete acusações em fraudes eletrônicas, três de lavagem de dinheiro, uma de roubo de fundos públicos e duas de mentiras em formulários da Câmara dos Deputados.

A imprensa americana calcula que a pena do deputado pode chegar a 20 anos de prisão. Ele não deve ser preso nesta quarta. A detenção é um processo normal no Judiciário americano quando da apresentação do indiciamento.

Em março, o Comitê de Ética dos Estados Unidos abriu uma investigação contra Santos, após ele ter confessado mentiras no currículo dele no período eleitoral. A apuração também incluía uma denúncia de assédio feita por um assessor que trabalhou no gabinete do parlamentar.

De origem brasileira, George Santos venceu o democrata Robert Zimmerman na disputa pela vaga deixada pelo democrata Tom Suozzi, no 3º Distrito de Nova York. Na ocasião, ele afirmava ter diplomas da Universidade de Nova York e do Baruch College, mesmo nenhuma das instituições terem o registro da matrícula.

Apesar da pressão de eleitores e políticos para que George renuncie, ele continuará atuando no Congresso enquanto responde pelas acusações. “Nos EUA, você é inocente até que se prove o contrário”, afirmou o presidente da Câmara, Kevin McCarthy.

BAND

Postado em 11 de maio de 2023

Enfermeira diz que médico pediu cartão de vacina em branco para mulher de Cid

A enfermeira Dzirrê de Almeida Gonçalves, que aparece como a responsável por aplicar a segunda dose no primeiro cartão de vacinação falso da esposa de Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL), afirma que o médico Farley de Alcântara chegou a pedir um cartão de vacinação em branco no dia 25 de novembro de 2021.

Ao Metrópoles Dzirrê alegou que teve o nome usado. “Meu nome foi usado no cartão por outra pessoa. Fiquei sabendo do ocorrido como todos, pelas redes sociais e pela imprensa. Foi um baque para mim, um susto muito grande. Ele [Farley] chegou a me pedir um cartão de vacina em branco, em novembro de 2021; na ocasião eu disse que não tínhamos, e a conversa se encerrou por ali. Depois disso, nunca mais tivemos contato”, afirmou a enfermeira.

Farley e Dzirrê trabalhavam na rede pública de saúde da cidade de Cabeceiras, no Entorno do Distrito Federal (DF), onde a mulher teria sido supostamente vacinada. A Secretaria de Saúde do município aponta diversos erros no documento; entre eles, um nome errado, lotes divergentes e até mesmo a caligrafia.

O diálogo entre os dois aconteceu 15 dias após o médico Farley de Alcântara conseguir um cartão de outra pessoa que havia se vacinado com duas doses de um imunizante contra a Covid-19 e teria recebido a segunda vacina das mãos de Dzirrê de Almeida Gonçalves. No entanto, as apurações da Polícia Federal apontam que, depois da primeira fraude em papel, os investigados teriam decidido lançar a vacinação no sistema do Ministério da Saúde no Rio de Janeiro.

Como o imunizante do cartão impresso era de um lote de Goiás, enviado para a cidade de Cabeceiras, e não um lote remetido pelo ministério para a cidade de Duque de Caxias (RJ) – onde a fraude on-line teria ocorrido –, o médico teria ido em busca de um cartão em branco para inserir uma anotação da vacina com lote da cidade fluminense.

De acordo com fontes da PF, foi por isso que Farley de Alcântara teria procurado a enfermeira para pedir o cartão em branco. As investigações ainda não confirmaram a origem do documento que no fim teria sido usado como modelo para inserir as duas doses de vacinação de Gabriela Santiago Ribeiro Cid, esposa de Mauro Cid.

Farley Vinícius de Alcântara é sobrinho do sargento do Exército Luiz Marcos dos Reis, que integrava a equipe de Mauro Cid e que foi preso na quarta-feira da semana passada (3/5), durante a Operação Venire, deflagrada pela Polícia Federal.

Envolvimento
Ainda ao Metrópoles a enfermeira negou qualquer participação no esquema fraudulento. “Eu trabalho há quase cinco anos no município, frente à coordenação da Unidade Básica de Saúde (UBS), e algo assim nunca aconteceu. Prezo muito pelo meu nome, e minha ética. Eu e a outra profissional cujo nome aparece no cartão não temos nada a ver com o ocorrido”, ressaltou Dzirrê.

Dzirrê alega que, até o momento, não foi procurada pela polícia nem recebeu qualquer tipo de intimação. Ela afirma ainda que Farley “era livre de qualquer suspeita”.

Investigação
A investigação que deu origem à Operação Venire, deflagrada na quarta-feira (3/5) pela Polícia Federal (PF), identificou a formação de uma associação criminosa para inserir dados falsos de vacinação contra a Covid-19 nos sistemas SI-PNI e RNDS, do Ministério da Saúde. O objetivo era beneficiar várias pessoas ligadas ao círculo próximo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

Segundo o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, as inserções falsas alteraram a condição de imunização contra a Covid-19 dos beneficiários e, com isso, as pessoas podem ter burlado restrições sanitárias impostas pelas autoridades do Brasil e dos Estados Unidos.

De acordo com o prefeito de Cabeceira, Everton Francisco, conhecido como Tuta, alguns profissionais de saúde serão ouvidos no procedimento administrativo aberto pelo Poder Executivo para investigar o caso e identificar se realmente houve a fraude por parte do médico e, se sim, descobrir se ele teve ajuda para cometer o crime. As enfermeiras que tiveram os nomes usados no cartão de vacina devem ser ouvidas.

Metrópoles

Postado em 11 de maio de 2023

“Brasil abriria mão da Amazônia para terminar uma guerra?”, questiona assessor de Zelensky à CNN

O enviado especial do presidente Volodymyr Zelensky para a América Latina, embaixador Ruslan Spirin, questionou se o Brasil, caso invadido por forças estrangeiras, abriria mão de parte da Amazônia para terminar o hipotético conflito.

Spirin fez esse exercício retórico durante uma entrevista exclusiva à CNN Brasil, concedida diretamente do seu escritório em Kiev, enquanto comentava as declarações recentes do presidente Luiz Inácio Lula da Silva que deram a entender que os Estados Unidos e a União Europeia estavam prolongando a guerra da Ucrânia.

“Eles (EUA e UE) estão defendendo nosso país. Eles têm direitos, não estão atacando a Rússia. Estão nos defendendo da mesma forma que poderiam defender o Brasil contra qualquer inimigo, se alguém quisesse conquistar o território do Brasil. O que vocês achariam, por exemplo, se a Amazônia fosse ocupada? E surgisse alguém dizendo: por que não deixar assim mesmo? Por que vocês não deixam (o território invadido) para essas pessoas? É para terminar a guerra!”, disse ele.

O presidente Lula também deu outras declarações polêmicas, sugerindo que talvez a Ucrânia tivesse que abrir mão da península da Crimeia, anexada pela Rússia em 2014.

Sem se referir diretamente às declarações do presidente, o diplomata ucraniano disse que sugestões de que o Ocidente quer prolongar a guerra ou que a Ucrânia poderia abrir mão de território acontecem por falta de informações completas sobre o conflito.

Por isso, disse ele, a visita do embaixador Celso Amorim, assessor especial do Presidente Lula para assuntos internacionais, a Kiev para se encontrar com Zelensky é muito importante.

“Esta visita é muito importante para nós, para os dois países e para todo o mundo, porque, como um dos líderes mais importantes da América Latina, o Brasil representa uma certa posição dos países que querem alcançar a paz. A propósito, para a Ucrânia, restabelecer a paz também é a prioridade número um”, disse ele.

Spirin afirmou que o chamado “clube da paz”, proposto por Lula, pode, sim, funcionar. Mas apenas com a retirada total das tropas russas da Ucrânia.

O “clube” seria composto por países que não têm envolvimento direto na guerra e que atuariam como mediadores para tentar encontrar uma saída diplomática para o conflito.

“Sim, um clube de países poderia funcionar para estabelecer a paz. Isso seria genial. Mas a única maneira que esses países, ou supostamente os líderes dos países, podem se organizar neste clube é usar toda a sua influência, toda a sua amizade, ou todas as suas relações com a Rússia para explicar a este senhor, Putin, que ele tem que reconhecer suas obrigações internacionais. Que ele tem que retirar suas tropas do território do país”, afirmou.

Ele acrescentou: “Quando ouvimos as declarações do presidente (Lula) sobre a necessidade de estabelecer a paz, concordamos plenamente. Nós (ucranianos) precisamos de paz e, claro, estamos à disposição para discutir com todos e principalmente com representantes do Brasil”.

O embaixador ucraniano lembrou que a Rússia está violando todos os princípios básicos da ONU relativos à integridade territorial, soberania e independência do seu país.

Spirin já morou no Rio de Janeiro e diz conhecer bem o Brasil.

Ao final da entrevista, ele agradeceu a ajuda do governo e do povo brasileiros.

“Estamos extremamente gratos ao povo (brasileiro) porque realmente sentimos que o povo está apoiando a Ucrânia. Já recebemos 14 toneladas de ajuda humanitária, incluindo remédios do Brasil, que nos permitem apoiar os refugiados dentro do nosso país”, disse.

CNN

Postado em 11 de maio de 2023

Haddad e equipe enfrentam terremoto em Tóquio, em viagem do G7

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e a comitiva que o acompanha para a reunião de ministros da Economia do G7, no Japão, enfrentaram um tremor de terra em Tóquio, por volta das 4h20 do horário local, 16h20 no horário de Brasília.

A assessoria do ministro informou que Haddad e integrantes da equipe permaneceram no hotel, conforme orientação recebida.

Enquanto alguns membros da comitiva não perceberam o terremoto, o ministro relatou à equipe que sentiu o tremor por cerca de dez segundos.

Os integrantes da equipe de Haddad relatam que receberam um alerta “ensurdecedor” pelo celular com o aviso do terremoto.

Eles relatam que chegaram a ficar “atordoados” com o alerta, que é emitido mesmo que o celular esteja no modo silencioso.

Além do aviso sonoro, uma mensagem foi enviada, em português, dizendo: “Alerta de emergência: Alerta urgente de terremoto. Prepare-se para fortes tremores. Mantenha a calma e procure abrigo nas proximidades. Agência Meteorológica do Japão”.

Apesar do susto, o ministro e sua comitiva passam bem e a agenda do dia foi mantida.

Eles estão se preparando para deixar o hotel para participar de um café da manhã com empresários, na Embaixada do Brasil em Tóquio, às 8h30 do horário local (20h30 no horário de Brasília). Às 10h40 do horário local eles partem para Niigata, cidade sede do G7, e a viagem deve durar duas horas.

Segundo a agência de notícias Reuters, citando a emissora estatal NHK, um terremoto com magnitude preliminar de 5,4 atingiu a província de Chiba, no Japão, sacudindo edifícios em Tóquio, no início desta quinta-feira (11).

No epicentro, na cidade de Kisarazu, em Chiba, o terremoto foi registrado com intensidade “5 forte” na escala que varia de 1 a 7. Não houve risco de tsunami após o terremoto, segundo a NHK.

CNN

Postado em 11 de maio de 2023

Estudo aponta Vini Júnior e Haaland como jogadores mais valiosos do mundo

O Centro Internacional de Estudos Esportivos (CIES) divulgou nesta quarta (10) um relatório estatístico com os valores de mercado dos elencos de mais de 1.200 clubes das 74 principais ligas nacionais de futebol do mundo. Os líderes do ranking foram o brasileiro Vinícius Júnior e o também atacante Erling Haaland. Eles aparecem como os únicos jogadores do planeta com valores de mercado estimados em 200 milhões de euros ou mais.

Vini responde por 19% do valor de todo o elenco do Real Madrid, enquanto a fatia representada pelo norueguês no elenco do City é de 16%.

Entre os atletas destacados no topo da lista, chama a atenção a proporção do valor de mercado do meia Jude Bellingham entre os atletas do Borussia Dortmund. O inglês responde por 28% do valor do elenco do clube alemão.

Mais valiosos do Brasil
O estudo também estimou os jogadores com maior valor de mercado nas séries A e B do Campeonato Brasileiro. O ranking é liderado pelo atacante Pedro, do Flamengo. Ele é o único jogador do país com o “passe” estimado em 40 milhões de euros ou mais. Mas num elenco recheado de estrelas, o camisa 9 representa apenas 14% do valor de mercado do elenco rubro-negro.

O clube da Série A com maior “dependência” de um só jogador em termos de valor de mercado é o Santos. Os direitos econômicos do atacante Marcos Leonardo representam 22% dos valores de todo o elenco do Peixe.

Já o Botafogo e o Red Bull Bragantino apresentam uma situação mais equilibrada. Os jogadores mais valiosos de seus elencos, Marlon Rodrigues (Botafogo) e Luan Cândido (Braga), respondem por só 8% da soma dos direitos econômicos do restante dos times.

CNN

Postado em 11 de maio de 2023

Bolsonaro pode ‘ser um líder ou definir’, diz Cláudio Castro nos EUA

Um dos principais nomes do PL e dono do cargo mais vistoso ocupado por um quadro do partido no Brasil, no berço popular do bolsonarismo, o governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro, disse nesta quarta-feira, 10, em Nova York , em que condições o presidente Jair Bolsonaro poderia liderar a oposição e a direita na disputa à Presidência em 2026.

Em evento organizado pelo jornal Financial Times , Castro declarou que Bolsonaro é um líder natural em função da votação que conseguiu em 2022, mas não tem o posto garantido para a próxima disputa — isso, é claro, se o capitão não for declarado inelegível pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) nas ações que correm contra ele por ataques ao sistema eleitoral.

Para o governador do Rio, a posição de Bolsonaro depende de sua atuação na oposição ao governo Luiz Inácio Lula da Silva . Castro disse que o ex-presidente tem chance de “ser um líder ou definir”, caso faça uma “oposição destrutiva”.

“Na vida como ela é, todo mundo quer uma vida boa, que funcione, e qualquer pessoa que destrua a possibilidade de melhorar vai definindo aos poucos. Bolsonaro tem a possibilidade de ser um líder ou de definir, vai depender da sua própria ação enquanto oposição”, declarou Cláudio Castro, que manteve relações cordiais com o governo e não fez ataques a Lula na campanha de 2022.

“Fazer oposição é algo importantíssimo para a democracia. Não existe democracia sem oposição. Agora, ela tem que ser construtiva e feita de maneira que a vida das pessoas melhore, e não piore, que se impeça o país de crescer. Tem tudo para ser um grande líder, depende dele próprio”, completou Castro.

VEJA

Postado em 11 de maio de 2023

Nova referência do genoma humano reflete a diversidade da espécie

Em 2001, a revista científica Nature , referência na comunidade científica, publicou os resultados preliminares do Projeto Genoma Humano , com 90% do sequenciamento do DNA humano – grupo de emissão responsável por carregar e transmitir materiais genéticos dos pais para os filhos. O consórcio internacional só publicaria os resultados finais em abril de 2003. Porém, eram baseados em Seleção de apenas 20 indivíduos e não trazia o sequenciamento completo. Nesta quarta-feira, 12, a publicação volta ao tema, com o primeiro rascunho do pangenoma humano– uma coleção que visa representar o maior número possível de sequências de DNA encontradas em nossa espécie. A pesquisa combina material genético de uma população de 47 indivíduos geneticamente diversos.

Em três artigos, o Consórcio de Referência do Pangenoma Humano apresenta o primeiro rascunho do pangenoma humano. Dois artigos complementares apresentados descobertas associadas à nova referência. O pangenoma foi desenvolvido a partir da reunião de 47 indivíduos ancestralmente diversos. Além disso, adiciona ao atual genoma humano de referência (GRCh38) 119 milhões de pares de bases e 1.115 duplicações de genes (mutações nas quais uma região do DNA que contém um gene é duplicado). É uma imagem mais completa da diversidade genética do ser humano. Os pesquisadores esperam ampliar essa fotografia, com dados de 350 indivíduos, até meados de 2024.

“Inicialmente, no projeto, havia um objetivo declarado de representar a diversidade genética humana acima de 1% da frequência global”, disse Eimar Kenny, diretor do Instituto de Saúde Genômica da Escola de Medicina Icahn de Mount Sinai. “Embora 47 não seja um número enorme, na verdade está nos levando muito longe no caminho para esse objetivo. Com 350 chegaremos ainda mais perto.”

A sequência de referência anterior do genoma humano estava incompleta. Recentemente, novas tecnologias de sequenciamento de DNA ajudaram os investigadores a ler trechos mais longos de DNA, permitindo-lhes preencher as sequências ausentes, especialmente em áreas repetitivas e difíceis de ler. A nova referência do pangenoma humano é mais abrangente e incorpora os 8% que faltavam.

“Agora entendemos que ter um mapa de um único genoma humano não pode representar responsabilidade toda a humanidade”, disse Karen Miga, autora da pesquisa e diretora do Instituto de Genômica da Universidade da Califórnia, em Santa Cruz. “O objetivo número 1 da referência do pangenoma humano é tentar ampliar a representação de um recurso de referência para ser mais inclusivo e mais equitativo para o estudo da espécie humana, como uma coleção de referências e não apenas uma.”

O lançamento de uma nova referência de pangenoma marca uma mudança de paradigma na pesquisa genética. Por mais de duas décadas, muito do trabalho genético humano dependeu do uso de uma única ‘referência’ por meio da qual eram interpretados os dados genéticos coletados de indivíduos. Esperava-se que a referência inicial fosse um composto de 20 doadores diversos, mas aproximadamente 70% veio de um único indivíduo. “Uma vez concluído, o pangenoma será um instrumento poderoso que nos ajudará a diagnosticar doenças genéticas com mais precisão e descobrir variações genéticas anormais que podem levar a problemas de saúde”, disse o geneticista Michael Gabbett, da Universidade de Tecnologia de Queensland, na Austrália .

VEJA

Postado em 11 de maio de 2023

Operação Penalidade Máxima tem 53 jogadores citados nominalmente em provas

Os documentos das duas fases da operação Penalidade Máxima, desencadeada pelo Ministério Público de Goiás (MPGO), mostram que 53 jogadores brasileiros estão citados de alguma forma até o momento na investigação que apura manipulação de partidas no futebol.

Esse número atingido por ora envolve jogadores denunciados, que fizeram acordo e viraram testemunhas ou foram citados durante conversas entre os investigados no caso. No material ao qual o UOL teve acesso, há prints de WhatsApp, áudios e planilhas. As interceptações das conversas tiveram aval da Justiça.

o placar
São 15 jogadores denunciados e que já viraram réus na Justiça de Goiás.

Quatro jogadores feitos de acordo com o Ministério Público e se testemunharam no caso.

Outros 34 jogadores aparecem nominalmente em conversas entre os envolvidos no esquema, como os apostadores e intermediários. No processo não há confirmação da participação desses jogadores no esquema, por isso a reportagem não publica seus nomes. A exceção são os atletas que foram afastados pelos respectivos clubes.

Não há jogadores presos até o momento. Mas vários foram afastados de seus clubes ou tiveram contratos rescindidos.

Quem já está sendo processado (15)
Os jogadores denunciados na primeira fase da operação: Ygor Catatau, Allan Godói, André Queixo, Mateusinho, Paulo Sergio (Sampaio Corrêa), Gabriel Domingos (Vila Nova), Joseph (Tombense) e Romário (Vila Nova).

Jogadores denunciados na segunda fase: Eduardo Bauermann (Santos), Gabriel Tota (Juventude), Paulo Miranda (Juventude), Victor Ramos (ex-Portuguesa e ultimamente na Chapecoense), Igor Cariús (ex- Cuiabá ), Fernando Neto (ex-Operário) -PR).

Jogadores que fizeram acordo (4)
Jogadores que fizeram acordo, admitiram a culpa e viraram testemunhas: Moraes (Juventude), Kevin Lomónaco ( Red Bull Bragantino ), Nikolas Farias (Novo Hamburgo) e Jarro Pedroso (ex-Inter de Santa Maria).

Não foram denunciados, mas apareceram em conversas ou planilhas e foram afastados pelos clubes (5)
Pedrinho e Bryan Garcia (Atlético)

Richard ( Cruzeiro , ex-Ceará)

Vitor Mendes (Fluminense, ex-Juventude)

Nino Paraíba (América-MG)

O que vem por aí
Nada indica que o MPGO vá parar de investigar o caso, sobretudo pela quantidade de provas colhidas ao longo das buscas e apreensões.

Enquanto isso, o processo contra os denunciados corre na Justiça de Goiás. Três operadores do esquema de apostas tiveram prisão preventiva prorrogada, inclusive Bruno Lopez, tratado como líder da organização criminosa.

Polícia Federal vai investigar
O ministro Flávio Dino determinou hoje (10) que a Polícia Federal investigue as denúncias de manipulação de jogos no país, deflagrada pela operação Penalidade Máxima.

UOL

Postado em 11 de maio de 2023

Tales: Aliados estudam Michelle Bolsonaro para candidata a prefeita do Rio

O colunista do UOL Tales Faria conto no UOL News que a família Bolsonaro pode ser pressionada para lançar a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro (PL) à prefeitura do Rio de Janeiro.

Tales afirmou que uma pesquisa interna do partido pode dar força à Michelle na corrida eleitoral de 2024.

Eles estão com um problema: Bolsonaro tem grandes possibilidades de se tornar inelegível e nenhum dos filhos tem condição de sair candidato e se eleger para uma carga majoritária”.

No Rio de Janeiro, eles estão apaixonados por Michelle e estão começando a encomendar pesquisas para saber se a Michelle daria uma boa candidata a prefeita. Se for candidato, será uma bomba na família Bolsonaro. Se sair a pesquisa dizendo que Michelle é o melhor nome, a pressão será grande em torno da família”.

Segundo o colunista, a situação no Rio de Janeiro é “problemática” para a família Bolsonaro, pois o governador Cláudio Castro (PL-RJ) faz acenos ao presidente Lula (PT) para ter ajuda do governo federal.

A situação no Rio de Janeiro é problemática para a família Bolsonaro e Michelle vai apimentando isso, com uma boa possibilidade da família ser pressionada para ela sair candidata”.

Oyama: Bolsonaro ‘dá pulos’ quando sugere Michelle candidata a presidente, dizem aliados

A colunista Thaís Oyama afirmou que, segundo aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro , ele não gosta da ideia da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro se candidatar à presidência da República e dá “pulos” com essa possibilidade.

Flávio disse, publicamente, que Michelle daria uma boa vice-presidente em uma eventual chapa apoiada por Jair Bolsonaro. Isso foi entendido como um apoio de Flávio Bolsonaro à sua madrasta Michelle Bolsonaro em uma eventual vaga na chapa como vice-presidente. Foi um pouco surpreendente porque todo mundo sabe que os filhos de Jair Bolsonaro são contra esse ingresso de Michelle na política”.

Apesar da declaração positiva, aliados dizem que Flávio estaria “desapoiando” Michelle para ser candidata à presidência, assim como o pai.

Aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro dizem que ele dá pulos toda vez que alguém sugere Michelle Bolsonaro se candidatando a presidente”.


UOL

Postado em 11 de maio de 2023

A FORTUNA AMERICANA DA FAMÍLIA CID

Irmão do tenente-coronel Mauro Cesar Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, comprou mansão de R$ 8,5 milhões nos EUA

Nos últimos anos, ele fez outras aquisições milionárias, incluindo uma casa na Flórida

Alguns dos negócios foram registrados em nome de um trust familiar, o “Cid Family Trust”

Daniel Cid operou “milícia digital” contra as eleições e disseminou fake news

Polícia Federal investiga transações financeiras do clã no exterior

Quando decolou com Jair Bolsonaro rumo aos Estados Unidos, em 30 de dezembro de 2022, o então ajudante de ordens do presidente, tenente-coronel Mauro Cesar Barbosa Cid, já tinha planos de esticar sua temporada em terras americanas para além de Orlando, na Flórida.

Como ele próprio contou à Polícia Federal em 5 de abril, em depoimento ao qual o Metrópoles teve acesso, a partir do último dia de dezembro Cid saiu de férias, cruzou o país e foi visitar familiares na Califórnia.

O tenente-coronel do Exército, hoje preso, precisava descansar. Já investigado em diversas frentes, por distribuição de fake news, vazamento de documentos sigilosos para tumultuar o processo eleitoral e pela suspeita de operar um caixa paralelo no Planalto que servia à família Bolsonaro, ele havia tido um mês de dezembro frenético. Esteve empenhado na tentativa frustrada de resgate das joias presidenciais retidas pela Receita no aeroporto de Guarulhos e no esforço para fraudar comprovantes de vacinas, o que acabaria resultando na operação que o levou à cadeia, meses depois, por ordem do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal.

O faz-tudo de Bolsonaro não detalhou para os policiais o restante de sua programação nos Estados Unidos, mas seu roteiro lança luz sobre um rol de propriedades milionárias compradas e registradas em nome de sua família nos últimos anos em solo americano.

A começar pelo endereço principal que seria visitado na viagem à Califórnia, uma mansão de US$ 1,7 milhão (nada menos que R$ 8,5 milhões) onde vive seu irmão, Daniel Cid, um outro personagem do clã que também que já caiu na malha da Polícia Federal e do STF por envolvimento na difusão de fake news em favor de interesses bolsonaristas.

A mansão e o “trust”
A mansão está registrada oficialmente como propriedade de um trust de nome sugestivo: “Cid Family Trust”.

A propriedade tem um grande jardim e vista para as colinas que cercam a cidade. A paisagem estonteante foi registrada pela filha de Mauro Cid em um post publicado nas redes sociais em 13 de janeiro deste ano.

No ordenamento jurídico americano, trusts são um instrumento legal que permite a proprietários de bens, sejam eles fundos de investimento ou imóveis, deixarem a tutela do patrimônio a cargo de pessoas de confiança (daí vem o nome, em inglês), que ficam a cargo de administrá-lo.

Trata-se de um modelo bastante usado, por exemplo, para blindar patrimônios de eventuais problemas judiciais e garantir sua transferência futura para quem o proprietário original indicar. Os donos reais, as pessoas físicas, não aparecem nos registros oficiais — foi preciso cruzar os dados com outras fontes para descobrir que Daniel está ligado aos negócios.

Os trusts também são uma forma de obter benefícios fiscais e, ao mesmo tempo, um recurso que figuras conhecidas da política brasileira, como o notório Eduardo Cunha, já utilizaram para garantir mais privacidade — e menos transparência, por óbvio — para suas transações.

No caso em questão, a mansão registrada em nome da Cid Family Trust fica em Temecula, cidade vinícola encravada no sul da Califórnia, a cerca de 130 quilômetros de Los Angeles.

Cinematográfica, a propriedade (veja acima galeria de fotos) foi registrada em nome do trust em 2019. Tem 438 metros quadrados de área, com cinco quartos, quatro salas e uma confortável área de lazer que inclui piscina e fireplace. Em dois documentos americanos, junto ao nome do trust aparece também o nome do irmão do tenente-coronel que era ajudante de ordens de Jair Bolsonaro.

Mais propriedades
Pelo menos desde o ano de 2019, o trust da família Cid passou a ser dono, ainda, de outra casa, menor, avaliada em R$ 2,2 milhões e localizada na mesma cidade. Antes, o imóvel estava em nome de Daniel, como pessoa física. O irmão do tenente-coronel também aparece ligado a um terceiro imóvel em Temecula, vendido recentemente por ele pelo equivalente a R$ 3,3 milhões.

Segundo os registros oficiais do condado de Riverside, onde fica Temecula, foi no mês de março do primeiro ano do governo Bolsonaro que o principal bem, a mansão, foi posto em nome do trust.

A propriedade teve uma valorização considerável nos últimos anos. Sites especializados estimam que, atualmente, ela valha mais de US$ 2,2 milhões — algo próximo a R$ 11 milhões.

A aquisição mais recente de Daniel Cid é uma casa em Miami, na Flórida: uma unidade no Doral Isles Martinique. Segundo os serviços de pesquisa imobiliária, o imóvel foi comprado em agosto de 2020. No site oficial do governo de Miami Dade, o bem está avaliado em cerca de R$ 2 milhões e registrado fora do trust, em nome do próprio irmão do ex-ajudante de ordens de Bolsonaro. São quatro quartos, em dois andares, dentro de um condomínio privativo da cidade.

Nos Estados Unidos, o irmão de Mauro Cid fez, nos últimos anos, uma série de movimentações — inclusive financeiras e societárias — que chamam atenção.

O irmão “nerd” e a milícia digital
Até o ano passado, Daniel era apenas mais um brasileiro vidrado em tecnologia que fez carreira no setor de segurança digital na Califórnia. Quando começou a lançar mão das habilidades para ajudar Jair Bolsonaro na tentativa de fraudar as eleições e a disseminar mentiras sobre a pandemia de Covid-19, no entanto, ele entrou no radar da polícia e do STF.

Daniel Cid foi o criador e administrador do “brasileiros.social”, uma página virtual hospedada fora dos servidores tradicionais e ilustrada com a bandeira do Brasil. Foi nesse mesmo site que foi parar uma cópia de um inquérito sigiloso da PF alardeado em uma “live” pelo ex-presidente — na companhia do tenente-coronel Cid — para supostamente “provar” a manipulação do sistema eleitoral, segundo a delegada federal Denisse Ribeiro. O caso virou um inquérito que ainda tramita no Supremo.

O irmão de Mauro Cid chegou a ser ouvido pela PF. E confessou, à época, que “já realizou o procedimento de colocar no ar link relacionados a arquivos em formato PDF a pedido do seu irmão Mauro Cid, umas 5 ou 6 vezes”.

Para quem pesquisa na internet, há inúmeras outras menções relacionando posts de Bolsonaro com documentos publicados no site de Daniel, como em 15 de janeiro de 2021, quando uma corrente virtual do ex-presidente no aplicativo Telegram publicou um arquivo PDF atrelado a um texto: “Estudos clínicos demonstram que o tratamento precoce do Covid funcionam (sic!)”. Ou seja, vários posts bombásticos com possíveis mentiras propagadas por Bolsonaro tinham como fundamento documentos manuseados por Daniel.

Daniel Cid foge do perfil usual de parentes de assessores da família Bolsonaro flagrados pelas autoridades brasileiras em supostos esquemas das chamadas “rachadinhas”. Já trabalhou em grandes empresas de tecnologia. Em 2017, vendeu uma startup chamada Sucuri para a hospedeira e criadora de websites GoDaddy. O valor da negociação não é público.

Empresa em paraíso fiscal
No ano seguinte, em 2018, veio a eleição presidencial brasileira. Ainda na transição, em 28 de novembro, Mauro Cid foi nomeado para o Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República, o GSI. Pouco depois, em 13 de dezembro, ele já assumia o posto de ajudante de ordens do então futuro mandatário.

Foi logo após esse período que o irmão do então ajudante de ordens fez Daniel outra mudança na engenharia de seus negócios. Em setembro de 2020, ele transferiu uma empresa que tinha na Califórnia, a CleanBrowsing, para Delaware, conhecido como um paraíso fiscal dentro dos Estados Unidos, como mostrou, em novembro do ano passado, o jornalista Lúcio de Castro.

Embora seja regida pela legislação de Delaware, o escritório de administração da firma fica no estado do Texas. Nos sites de busca, no endereço declarado aparece apenas uma agência postal.

Mudanças como essa podem acontecer por questões tributárias, mas, invariavelmente, deixam mais restritas as informações financeiras da companhia, facilitando, eventualmente, a incorporação de dinheiro de fonte incerta nos negócios.

As investigações
Dentre as várias investigações que incluem direta ou indiretamente o ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, algumas envolvem lavagem de dinheiro, como o Metrópoles mostrou em janeiro, em reportagem que acabou resultando no cancelamento da nomeação de Mauro Cid para o comando de um batalhão de forças especiais com sede em Goiânia e na queda do então comandante do Exército.

Mensagens encontradas pela PF no celular do tenente-coronel revelam remessas de dinheiro para o exterior. Os investigadores pretendem recorrer a acordos de cooperação com as autoridades americanas para avançar sobre essas transações. Eles também tentarão obter dados sobre a conta bancária que Mauro Cid mantinha na Flórida, de onde podem ter saído os 35 mil dólares encontrados na casa dele em Brasília, na semana passada.

O pai dos irmãos Cid, o general da reserva Mauro Cesar Lourena Cid, é amigo antigo de Bolsonaro e foi nomeado no governo passado para chefiar o escritório da Agência Brasileira de Promoção de Exportação e Investimentos, a Apex, em Miami. Recebia, no posto, um polpudo salário em dólares. Colega de turma de Bolsonaro na academia de formação de oficiais, Lourena Cid perdeu o cargo no início do mandato de Lula.

O Metrópoles tentou contato com Daniel Cid e com advogados do tenente-coronel Mauro Cesar Cid, mas até o momento não houve resposta.

Metrópoles

Postado em 11 de maio de 2023

Grades de proteção são retiradas do Palácio do Planalto após determinação de Lula

O Gabinete de Segurança Institucional (GSI) retirou, na manhã desta quarta-feira (10), as grades de proteção que cercavam o Palácio do Planalto. A medida foi determinada pelo presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

A estrutura foi instalada em 2013, durante a gestão da ex-presidente Dilma Rousseff (PT), em meio a protestos contra o governo. As grades foram mantidas por Michel Temer (MDB) e Jair Bolsonaro (PL). As sedes do Congresso Nacional e do Supremo Tribunal Federal (STF) seguem cercadas desde então.

O ministro da Secretaria de Comunicação Social, Paulo Pimenta, informou que a medida tem caráter simbólico.

“O presidente [Lula] entendeu que nesse momento de união e reconstrução que o Brasil está vivendo, de busca e diálogo, não há porque manter essa estrutura. Uma estrutura que antigamente não existia, acabou sendo colocada aqui, no Itamaraty, em determinado momento da vida política do nosso país”, disse o ministro.

Segundo Pimenta, cabe aos chefes dos demais Poderes decidir se farão o mesmo em suas respectivas sedes.

Questionado pela CNN sobre a mudança, o Gabinete de Segurança Institucional informou que as grades ainda podem ser utilizadas, se necessário, para complementar e reforçar a segurança do palácio ou com a finalidade de organizar eventos.

CNN

Postado em 11 de maio de 2023

Caso de polícia: Flávio Dino manda PF investigar manipulações no futebol

O escândalo sobre as manipulações de resultados em competições oficiais de futebol, como as Séries A e B do Brasileirão, chegou no primeiro escalão do governo Lula. O ministro da Justiça, Flávio Dino (PSB-MA), determinou, nesta quarta-feira (10), que a Polícia Federal (PF) instaure um inquérito para investigar o caso.

O anúncio do ministro da Justiça foi feito um dia após o Ministério Público de Goiás (MP-GO) denunciar à Justiça 16 pessoas por fraudes para manipular resultados de 13 partidas de futebol (8 do Campeonato Brasileiro da Série A de 2022, um da Série B de 2022 e quatro de campeonatos estaduais de 2023) para favorecer apostas esportivas.

“Diante de indícios de manipulação de resultados em competições esportivas, com repercussão interestadual e até internacional, estou determinando hoje que seja instaurado Inquérito na Polícia Federal para as investigações legalmente cabíveis”, publicou o ministro da Justiça em seu perfil em uma rede social.

Segundo a nota da assessoria de imprensa do MP-GO, a denúncia, assinada por promotores do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) e da Promotoria de Combate ao Crime Organizado, é resultado da Operação Penalidade Máxima II.

“Trata-se de atuação especializada visando ao aliciamento e cooptação de atletas profissionais para, mediante contraprestação financeira, assegurar a prática de determinados eventos em partidas oficiais de futebol e, com isso, garantir o êxito em elevadas apostas esportivas feitas pelo grupo criminoso em casas do ramo, como www.bet365.com e www.betano.com – diz o comunicado.

A promotoria suspeita que os criminosos contam com a parceria de terceiros, que criam mais contas nas plataformas visando aumentar o lucro e/ou ocultar os verdadeiros beneficiários das apostas. E conclui alegando que há uma atuação de intermediários para identificar, fornecer e realizar contatos com jogadores dispostos a praticar as corrupções.

Os denunciados

Entre os denunciados, está o zagueiro Eduardo Bauermann, afastado pelo Santos na última terça-feira (9) de forma preventiva, “diante dos novos desdobramentos divulgados na Operação Penalidade Máxima II”.

Além do atleta do Peixe, foram denunciados os seguintes jogadores: Gabriel Tota (Ypiranga-RS), Victor Ramos (Chapecoense), Igor Cariús (Sport), Paulo Miranda (Náutico), Fernando Neto (São Bernardo) e Matheus Gomes (que atuou no Sergipe).

Mais nove pessoas (apostadores e membros da organização criminosa) também foram apontados na denúncia, que “esmiúça” 23 fatos criminosos ocorridos durante as partidas, nas quais jogadores se comprometeram a cometer faltas para receber cartões e a cometer pênaltis. A organização criminosa visava apostar nos resultados e eventos induzidos e, desta forma, obter elevados ganhos”, finaliza a nota.

CBF se pronuncia

A Confederação Brasileira de Futebol (CBF) também se pronunciou sobre o assunto nesta quarta. Por meio de nota, a entidade afirmou que o presidente Ednaldo Rodrigues “enviou ofício à Presidência da República e ao Ministério da Justiça, solicitando que a Polícia Federal entre no caso, com o objetivo de centralizar todas as informações a respeito dos casos em investigação”.

Além disso, a entidade máxima do futebol brasileiro afastou qualquer possibilidade de interromper a edição 2023 do Campeonato Brasileiro e afirmou que trabalha “em conjunto com a Fifa [Federação Internacional de Futebol] e outras esferas internacionais para um modelo padrão de investigação”.

Agência Brasil

Postado em 11 de maio de 2023

Câmara aprova criação de programa para prevenção da depressão

A Câmara dos Deputados aprovou nesta quarta-feira (10) o projeto de lei que cria o Programa Nacional de Prevenção da Depressão. A matéria segue para o Senado.

O texto estabelece oito objetivos e prevê a garantia do acesso integral à atenção psicossocial e ao tratamento adequado das pessoas com depressão no Sistema Único de Saúde (SUS), com prioridade para as ações preventivas.

Entre as ações previstas está a realização de campanhas educativas, permanentes e especiais na Semana Nacional de Conscientização sobre a Depressão, para esclarecer sobre os diversos aspectos envolvidos, voltadas principalmente para crianças e adolescentes. O evento deve ser realizado anualmente na semana que compreende o dia 10 de outubro.

A matéria prevê ainda a garantia de informação e acesso aos serviços especializados de saúde aos portadores de transtornos depressivos e o apoio a familiares e pessoas próximas da pessoa com depressão. Além disso, estabelece a celebração de acordos e convênios para a pesquisa e o desenvolvimento de estratégias terapêuticas no combate à depressão e para o diagnóstico precoce.

“A depressão é um dos transtornos mentais mais frequentes no mundo, além de demonstrar tendência de aumento. Segundo dados da Organização Mundial da Saúde, ela afeta cerca de 300 milhões de pessoas, o que representa 4,4% da população mundial, sendo a principal causa de incapacidade. No Brasil, estima-se uma prevalência de 15,5%, que é um percentual relativamente alto”, afirmou a relatora, deputada Nely Aquino (Podemos-MG).

A deputada ressaltou que a depressão também está correlacionada com muitos casos de suicídio. “Conforme dados do Ministério da Saúde, são registrados anualmente no Brasil cerca de 12 mil suicídios, sendo que 96,8% dos casos estavam relacionados com transtornos mentais, sendo a depressão um dos principais”, apontou.

Para a relatora, o Estado tem papel “inafastável” na prevenção, no tratamento e na proteção das pessoas.

“Esses dados demonstram claramente que a depressão é um relevante problema de saúde pública, que demanda uma política específica, mas abrangente – que inclua todos os aspectos da vida da pessoa, em especial o trabalho e a escola, de forma a propiciar ambientes mais acolhedores e menos tóxicos para a convivência humana”, disse. “O Estado tem o dever de desenvolver instrumentos que permitam melhorias sensíveis na atenção à saúde mental”, completou.

Folha PE

Postado em 11 de maio de 2023

STF começa a julgar ação penal contra Collor por caso na BR Distribuidora

O Supremo Tribunal Federal (STF) começou a julgar, nesta quarta-feira (10), uma ação penal contra o ex-presidente da República e ex-senador Fernando Collor de Mello originada nas investigações da Operação Lava Jato.

A sessão foi interrompida depois da manifestação da Procuradoria-Geral da República (PGR). O julgamento será retomado na quinta-feira (11).

Collor é réu por corrupção passiva, lavagem de dinheiro e organização criminosa. A denúncia foi apresentada em 2015 pela PGR e aceita em 2017 pela 2ª Turma do STF.

O ex-presidente é acusado de receber propina por negócios da BR Distribuidora, subsidiária da Petrobras na venda de combustíveis. Os crimes teriam ocorrido entre 2010 e 2014. A PGR pediu condenação a 22 anos e 8 meses de prisão.

Outras duas pessoas também respondem à ação pelos mesmos crimes: Pedro Paulo Bergamaschi de Leoni Ramos, apontado como operador particular e amigo de Collor, e Luis Pereira Duarte de Amorim, diretor financeiro das empresas do senador.

Na sessão desta quarta-feira, o relator, ministro Edson Fachin, leu um resumo do caso. Na sequência, a PGR fez a sua manifestação. Advogados dos réus se manifestarão na quinta-feira (11).

Em sua fala, a vice-procuradora-geral da República, Lindôra Maria Araujo, requereu a condenação dos réus.

Lindôra disse que a denúncia trouxe provas materiais, como documentos e relatórios, além de depoimentos feitos em colaboração premiada. Ela afirmou não haver “dúvidas sobre a autoria e materialidade dos crimes praticados”.

“O pressuposto para recebimento de vantagem indevida era o aparelhamento da BR Distribuidora”, declarou. Ela disse que Collor exercia influência política para nomeações nas diretorias da companhia.

“A organização era vocacionada à prática de obtenção de vantagens indevidas no âmbito da BR Distribuidora por meio de corrupção passiva posterior à ocultação da origem ilícita dos valores obtidos pelo emprego de diversos mecanismos de lavagem de dinheiro”.

Em manifestações no processo, as defesas dos réus disseram que as provas levantadas não comprovam as acusações e que teriam se baseado só em depoimentos de colaborações premiadas. Os advogados de Collor disseram que sua relação com a BR Distribuidora se deu no exercício do seu mandato de senador, atendendo aos interesses do Estado de Alagoas. Também afirmaram que as indicações a diretorias da companhia eram de funcionários de carreira e que não houve ingerência em relação aos nomes.

Denúncia
A PGR, à época comandada por Rodrigo Janot, acusou o ex-presidente e seu grupo político de terem recebido R$ 30 milhões em propina. De acordo com a denúncia, a suposta organização a qual Collor pertenceu teria recebido vantagens indevidas em contratos da BR Distribuidora.

Além da pena de prisão, a PGR também pede que os acusados sejam condenados a pagar R$ 59,9 milhões como “reparação dos danos materiais e morais causados por suas condutas”.

O ministro Fachin havia pedido, em outubro de 2021, que o julgamento fosse marcado para evitar que o caso prescrevesse.

“Considerando cuidar-se de pretensão punitiva estatal em concreta ameaça de extinção pelo instituto da prescrição, tendo em vista a aplicabilidade ao caso, ao menos a um dos denunciados, da causa de redução do lapso temporal prevista no Código Penal, indico preferência regimental”, justificou o ministro na ocasião.

O mandato de Collor no Senado Federal se encerrou em 1º de fevereiro. Ele se candidatou ao governo de Alagoas nas eleições de 2022, e terminou o pleito em terceiro lugar.

Fernando Collor tem 73 anos. Para réus com mais de 70, o prazo de prescrição é reduzido pela metade.

Em nota, a defesa do ex-presidente disse ter convicção de que as acusações não se sustentam.

“A defesa do ex-Presidente Collor tem convicção de que as acusações do MPF na AP 1025 não têm qualquer sustentação nas provas e no que efetivamente ocorreu. O STF, com a costumeira justiça, certamente irá reconhecer a inocência do então senador Collor”, afirmou à CNN o advogado Marcelo Bessa, que defende Collor.

A CNN procurou o advogado de Luis Pereira Duarte de Amorim, mas não obteve resposta até a publicação desta reportagem. A defesa de Pedro Paulo Bergamaschi não foi localizada.

CNN

Postado em 11 de maio de 2023