Congonhas receberá R$ 2 bi em investimentos; veja as mudanças que serão anunciadas nesta segunda

Postado em 25 de março de 2024

A Aena, agência espanhola que administra o Aeroporto de Congonhas , vai anunciar nesta segunda-feira, 25, um investimento de R$ 2 bilhões para aumentar a capacidade. Com isso, a expectativa é que Congonhas amplie em um terço o fluxo de passageiros, saindo dos atuais 22 milhões por ano para 29,5 milhões em 2028, e possa receber mais aeronaves, inclusive as de maior porte capazes de operar em rotas internacionais.

O número de posições para aeronaves deverá subir de 30 para 37. O investimento será feito pela comissão como parte das obrigações firmadas no contrato que começou em outubro do ano passado e tem duração de 30 anos. Segundo o ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho , o governo solicita que a empresa, que opera outros 16 aeroportos do País, desse prioridade ao terminal paulistano.

“Solicitamos que a Aena dessa prioridade a Congonhas”, disse o ministro ao Estadão . “Temos trabalho conjunto com as operadoras, tendo em vista o crescimento em 2023 e as perspectivas para o futuro, principalmente em São Paulo, para que as empresas acelerem seus planos de investimentos.”

A ampliação do número de voos e de rotas, no entanto, ainda está em avaliação, segundo o ministro, a partir de um estudo que está sendo feito pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) sobre a oferta e demanda nos aeroportos de São Paulo e não Rio.

“A princípio não estamos trabalhando para ampliar a rota internacional. A gente primeiro quer qualificar o transporte interno e estamos projetando um estudo junto à Anac com a malha aérea internacional do Estado de São Paulo, que passa por Congonhas, mas também por Viracopos, Guarulhos e Rio. Vamos fazer de maneira coordenada”, afirmou.

A disputa por passageiros entre os aeroportos provocou mudanças nos voos com destino ao Santos Dumont , com a retirada de voos domésticos do terminal carioca para o Galeão. Com isso, segundo Costa Filho, a expectativa é que o aeroporto internacional do Rio de Janeiro, administrado por Changi, de Cingapura, aumente o fluxo dos atuais 7,7 milhões para 14 milhões de passageiros por ano.

Em Congonhas, o governo afirma que, após a ampliação do terminal de passageiros, a expectativa é que a Aena faça investimentos na segunda pista e amplie a distância entre eles, como vem solicitando a Anac.

“Trabalhamos para a Aena requalificar a segunda pista, ampliando. Isso está no projeto e isso vai potencializar ainda mais o tamanho e a entrega do aeroporto”, disse Costa Filho. “A Anac está em cima pedindo para a gente se modernizar em relação aos padrões internacionais”.

Isso vai permitir que aeronaves maiores, como o Airbus 321, operado pela Latam e pela Azul, possam pousar em Congonhas. Eles são um pouco maiores do que o A-320 (tem sete metros a mais de comprimento) e aumentam a capacidade de passageiros de 180 por voo para algo em torno de 220 passageiros. Entretanto, são aeronaves de corredor único e menores do que os grandes aviões de corredor duplo que trafegam em rotas internacionais mais longas.

Costa Filho afirma que o governo tentará mitigar os efeitos das obras nos voos ao aeroporto. “Combinamos com a supervisão para fazer obras noturnas para reduzir ao máximo o prejuízo na operação”, afirmou.

Ele disse ainda que as mudanças não interferem nas obrigações firmadas com a Prefeitura de São Paulo, que limitam os horários de funcionamento e o número de voos.

O governo terá que resolver ainda como obterá o tráfego de aviões executivos em Congonhas. Atualmente, são oito voos por hora e o contrato de concessão prevê um número menos, de cinco por hora. A Aena tem interesse em manter ou aumentar o fluxo, apesar de não constar no contrato e, por isso, precisa da autorização do governo para isso.

O projeto que a empresa apresentará nesta segunda-feira prevê a construção de um novo terminal de embarque. O atual será usado apenas para desembarque, preservando a parte tombada do edifício. Assim, a área para passageiros deverá dobrar de tamanho.

A comissão planeja aumentar de 12 para 19 o número de pontes para embarque e de oito para dez o número de pontos para embarque remoto (por ônibus), além de mais rotas para bagagem e balcões para check-in .

No curto prazo, a Aena se comprometeu em solucionar problemas no trânsito ao redor do terminal , com a criação de um bolsão para carros de aplicativos, reformas de banheiros e de fachada, além da ampliação do raio-x. No futuro, a ideia é que haja uma conexão do aeroporto à futura linha Ouro do metrô.

Os aeroportos do País por maior fluxo de passageiros em 2023
1º – Guarulhos: 40.455 milhões

2º – Congonhas: 21.863 milhões

3º – Brasília: 14.525 milhões

4º – Viracopos/Campinas: 11.938 milhões

5º – Santos Dumont: 11.197 milhões

Fonte: Anac

Prisão de suspeitos do caso Marielle é ‘vitória do Estado contra o crime organizado’, diz Lewandowski

Postado em 25 de março de 2024

O ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, afirmou neste domingo (24) que a prisão preventiva dos mandantes dos assassinatos da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes representa a “vitória do Estado brasileiro em relação ao combate ao crime organizado”, considerando este um momento “extremamente significativo” para o país.

“É um triunfo expressivo do Estado brasileiro contra a criminalidade organizada”, disse o ministro da Justiça, em declaração dada em entrevista sobre a Operação “Murder Inc.”, da Polícia Federal.

Lewandowski afirmou que foram quase cinco anos de “investigação infrutífera” do caso conduzida pela Polícia Civil do Estado do Rio de Janeiro. Segundo ele, há indicação de que houve interferência dos trabalhos de investigação, porém, em 2023, isso pode ser revertido ao levar o caso para a PF, por decisão do atual governo.

O GLOBO

Câncer de intestino e colorretal: a doença silenciosa que merece alerta

Postado em 25 de março de 2024

Estamos chegando ao final de março e pouco se tem falado sobre a campanha nacional de sensibilização pública sobre os riscos, diagnósticos e tratamentos do câncer do intestino, colorretal e ânus. Surgida nos Estados Unidos, difundindo-se para outros países, chegando ao Brasil em meados dos anos 2020, a campanha conta com a união de entidades médicas ligadas ao aparelho digestivo, com o objetivo comum de aumentar a conscientização da população quanto ao câncer colorretal, inspirando-se nas campanhas dos outros meses, como o Outubro Rosa e o Novembro Azul.

O câncer colorretal é mais comum do que o imaginado! Ele ocupa a terceira posição entre os tipos de tumores mais frequentes no Brasil, desconsiderando o de pele não melanoma. Segundo dados do Inca, 45.630 novos casos da doença no Brasil são estimados para cada ano nesse novo triênio 2023 a 2025.

Segundo o Dr. Lucas Nacif, especialista em cirurgia geral do aparelho digestivo, “os casos começam a se intensificar principalmente em pacientes com idades acima de 50 anos, que tenham uma dieta com alto teor de gordura e baixo teor de fibras, obesidade, sedentarismo e/ou tabagismo. Pessoas com diagnóstico ou história de câncer na família ou no intestino também são fatores de risco importantes. E cada vez mais vemos mais jovens com diagnóstico de câncer no intestino no consultório”.

Saiba os sintomas e como identificar
De forma mais direta, inclui perda de peso, sem nenhuma dieta específica, alterações no hábito intestinal, como diarréia ou prisão de ventre, sangue nas fezes, sensação de gases e cólicas intestinais, vômitos frequentes e náuseas intensas, além de dores anais. e sensação de intestino cheio, mesmo após a evacuação – são sintomas que exigem avaliação médica.

Nacif ainda explica que “a identificação do câncer colorretal ocorre por meio do exame físico realizado pelo médico, além da anamnese, detecção de sangue oculto nas fezes, toque retal, retoscopia, endoscopia, colonoscopia e, em alguns casos, por exames de imagem”.

Quais fatores podem desencadear o câncer de intestino?
O especialista conta que “a história familiar de câncer de intestino e cólon, o histórico pessoal de câncer prévio no intestino ou a presença de pólipos nas colonoscopias anteriores, e o histórico de doenças inflamatórias intestinais, como doença de Crohn e retocolite ulcerativa”, são os principais fatores a serem considerados em relação ao câncer de intestino.

Ele enfatiza: “Além disso, a presença de mutações genéticas, com cerca de 10% das pessoas que desenvolvem uma mutação genética específica apresentando um risco aumentado de câncer, é um fator a ser considerado. Em relação à etnia e doenças crônicas, sabe-se que pessoas negras têm uma probabilidade maior de desenvolver câncer de cólon, assim como os portadores de diabetes tipo 2”.

Tabagismo, o consumo de álcool, o sedentarismo, a obesidade, e uma dieta rica em carne vermelha e alimentos ultraprocessados, também estão associados ao aumento do risco de câncer colorretal.

Quais são as prevenções e formas de tratamento?
Para o doutor “adotar um estilo de vida saudável, incluindo uma dieta rica em alimentos naturais com fibras, a prática regular de atividades físicas e a redução do consumo de carne vermelha e embutidos, assim como a diminuição do uso de álcool, pode contribuir significativamente para a redução da formação de pólipos adenomatosos no intestino, os quais são os principais precursores do câncer de intestino”.

Em relação ao diagnóstico, “a colonoscopia é um método eficaz para detectar esses pólipos precocemente, antes que se tornem cancerosos, bem como para identificar a presença de câncer em estágios iniciais”, explica Nacif.

O tratamento do câncer colorretal vai desde a adoção de hábitos alimentares saudáveis até a realização regular de colonoscopias, permitindo a remoção dos pólipos em estágio inicial.

Já outras formas de tratamento incluem cirurgia para remoção do tumor, quimioterapia, radioterapia e imunoterapia. De acordo com o especialista, esses tratamentos variam conforme “o tamanho, localização e extensão da doença”.

Quando perguntado se mesmo que o câncer seja descoberto em estágio mais avançado, ainda é possível a recuperação e quais são as suas recomendações nestes casos, o doutor afirma:

“Sim, o câncer em estágio mais avançado hoje em dia tem chance de recuperação por meio de tratamento. Quando há presença de metástases ou disseminação da doença, é indicada quimioterapia, muitas vezes em combinação com drogas de alvo molecular, e em alguns casos, radioterapia externa e cirurgia para remoção do tumor também são recomendadas. O tratamento nesses casos é multidisciplinar, envolvendo várias equipes, como oncologistas clínicos, cirurgiões oncológicos, radioterapeutas, psicólogos e nutricionistas. Portanto, é um tratamento abrangente que requer a colaboração de diferentes especialidades para proporcionar os melhores resultados possíveis”.

Como a alimentação pode ajudar e influenciar na prevenção e tratamento dessa doença?
“A alimentação pode influenciar na prevenção e tratamento dessa doença de várias maneiras. O consumo excessivo de carnes vermelhas e processadas, especialmente quando expostas ao calor intenso, como no churrasco, está entre os principais fatores de risco. Além disso, uma dieta pobre em fibras, sem frutas, legumes e verduras, juntamente com hábitos de vida como tabagismo, sedentarismo, obesidade ou diabetes, contribuem para o aumento desse risco”, retoma o doutor.

E quanto aos exercícios físicos?
Para o especialista, “a prática regular de exercícios físicos colabora no combater a obesidade, um importante fator de risco para o câncer colorretal”. Além disso, diversos benefícios estão associados à prática de atividades físicas, então procure um profissional da educação física e coloque-os já na sua rotina.

Qual a relação da microbiota com esse câncer?
“A microbiota intestinal desempenha um papel importante como protetora nesse caso. Porém, quando essa proteção não funciona adequadamente, ocorre uma disbiose da microbiota, o que pode ocasionar vários tipos de doenças, incluindo o câncer colorretal. Isso evidencia um início, um ponto de partida para o processo da carcinogênese, ou seja, a formação de um novo câncer, e também para a progressão das metástases do câncer, principalmente do câncer colorretal”, explica Nacif.

Sendo assim, para manter-se saudável tanto no Março Azul quanto em qualquer outro mês do ano, mantenha sua alimentação saudável, os exercícios físicos em dia e não deixe de realizar suas consultas médicas e procurar a ajuda de uma profissional da saúde caso apresente os sintomas descritos nesta matéria.

Bem Estar

‘Distribuidoras’ de energia solar atraem 2 milhões de clientes com redução de 20% na conta de luz. Entenda o novo modelo

Postado em 25 de março de 2024

Nos bairros do Rio, uma empresa de energia anuncia conta de luz até 20% mais barata que a da entrega local, a Light , que até agora era a única opção de consumidores residenciais e pequenos estabelecimentos.

Essa estratégia de marketing também é visível em outras cidades e estados, como Minas e São Paulo, onde cresce o número de empresas que se apresentam como alternativa a quem quer escapar do alto custo da energia por meio da geração solar distribuída.

A modalidade, em alta, é chamada popularmente de aluguel de energia solar e envolve empresas de geração distribuída, donas das chamadas fazendas solares, que geram eletricidade a partir de placas fotovoltaicas em terrenos.

Segundo a associação de empresas do setor, há mais de cem companhias com esse serviço, que foi impulsionada pelas mudanças regulatórias da Lei 14.300, de 2022, e já atraiu 2,3 ​​milhões de consumidores residenciais e comerciais.

A legislação permitiu que as empresas de geração distribuídas que entraram com pedido de acesso às redes das redes até janeiro de 2023 isentassem totais de encargos setoriais e de custos como os relacionados ao transporte de energia até o fim de 2045.

Além disso, uma nova lei passou a permitir que essas companhias de geração distribuídas pudessem receber a titularidade das contas de energia de qualquer consumidor na área controlada pelas concessionárias, o chamado mercado cativo.

Na prática, essas empresas constroem uma fazenda solar, transferem a energia gerada com o sol para a rede da compra e recebem de volta ou equivalente em créditos.

A partir disso, transferem o valor desses créditos para os clientes residenciais, que passam a fazer parte de uma espécie de “condomínio” em torno da fazenda solar, num sistema de compensação.

E, como não há a incidência de tarifas de rede e encargos setoriais para essa energia, a “distribuidora” solar acaba sendo, em média, 20% mais barata que a concessionária, que repassa aos consumidores as taxas do setor elétrico.

Dois boletos
Quem tem as vantagens da geração solar sem instalar placa no telhado. Mas, mesmo integrando o “condomínio” de uma fazenda solar, segue cliente da entrega. Passe a ter duas contas: uma da distribuidora local, como Light ou Enel no Rio, pagando o valor mínimo, e outra da empresa de geração distribuída.

— Com a lei, vamos além das placas solares nos telhados das casas, que têm alto investimento. A legislação fez aparecer novos modelos de negócio como o de assinatura de energia solar. As companhias de geração repassaram a ter segurança jurídica com a lei, que permitiram a manutenção dos subsídios até 2045. E, alguns estados, para investimentos solares, passaram a dar incentivos de ICMS — diz Carlos Evangelista, presidente-executivo da Associação Brasileira de Geração Distribuída (ABGD).

O crescimento da modalidade entrou na mira do Tribunal de Contas da União (TCU), que em 18 de março determinou a abertura de investigação depois de uma Unidade de Auditoria Especializada em Energia Elétrica e Nuclear (AudElétrica) protocolar representação na Agência Nacional de Energia Elétrica ( Aneel) solicitando aprimoramento na regulação, sob a alegação de que as empresas de geração solar apresentam “característica análoga a uma comercialização dentro do mercado cativo”.

Mas, para especialistas e agentes do setor, esse tipo de serviço deve crescer. Isso porque desde 2021, quando a nova legislação era debatida no Congresso, as empresas corriam para finalizar projetos solares a tempo de garantir os subsídios até 2045.

No ano passado, foram R$ 116 bilhões em investimentos em geração distribuídos no país. Neste ano, serão R$ 163 bilhões, prevê a ABGD. Executivos do setor ouvidos pela GLOBO estimam que 90% dos projetos solares previstos para os próximos anos tenham benefícios tarifários.

Expansão acelerada
A ForGreen, com fazendas solares no Sul e no Sudeste, investirá de R$ 700 milhões a R$ 800 milhões na expansão para Centro-Oeste e Nordeste, conta Antônio Terra, fundador da empresa. A ampliação é necessária porque cada fazenda solar só pode oferecer o aluguel dentro da área de concessão onde está instalada.

— Temos mais de 1.500 clientes em Minas, onde há mais de 30 empresas de aluguel solar — diz o empresário.

Também em Minas Gerais, a CMU Energia arrenda fazendas solares para oferecer energia elétrica a 135 mil consumidores, entre pessoas físicas e pequeno varejo. Vai se expandir para Espírito Santo e Bahia.

— Vamos investir R$ 800 milhões e dobrar a capacidade até 2025 — diz Walter Fróes, presidente da companhia.

No Rio, quem acabou de chegar às 31 cidades da concessão da Light foi à Luz, do Grupo Delta. Para abastecer clientes do Rio, uma empresa conta com uma fazenda solar no distrito de Getulândia, em Rio Claro (RJ), que se soma às outras 20 que mantém em vários estados, como São Paulo e Mato Grosso do Sul, para oferecer energia em 700 municípios.

Segundo Rafael Maia, CEO da Luz, 40% dos clientes vêm por indicação dos outros:

— Depois que o cliente faz a adesão, a gente faz a gestão do serviço. Ele continua com o contador da Light, mas instalamos um nosso também. Os planos podem variar, de três a cinco anos. Se faltar luz, nosso sistema já detecta e abre um chamado na Light, mas o cliente pode entrar em contato com as duas companhias.

Economia atrai
Há duas semanas, a Aneel aprovou reajuste anual de 4,05% na tarifa da Light para consumidores residenciais. Morador de Botafogo, na Zona Sul do Rio, na área de entrega, o economista Raul Zenha decidiu experimentar o serviço da Luz para amenizar o peso da energia no bolso:

— Acho a energia cara e tem peso significativo no meu orçamento doméstico. Espero economizar o equivalente a uma conta mensal por ano.

Por outro lado, Ricardo Brandão, diretor de Regulação da Associação Brasileira de Distribuidores de Energia Elétrica (Abradee), vê com preocupação o crescimento desordenado dessa concorrência às concessionárias. Para ele, quem não está na geração distribuída é onerado sem acesso aos seus subsídios, que somaram R$ 7,1 bilhões em 2023. Os encargos só recuam sobre os consumidores da concessão.

Segundo a entidade, o peso da geração distribuída no custo das distribuidoras de energia passou de 0,18% em 2022 para o recorde de 3,19% no ano passado. Brandão acredita que esse impacto vai crescer com a expansão dos projetos solares e lembra que as concessionárias compram energia em leilões com base em projeção de demanda.

— São distorções que não são sustentáveis. A energia sustentável precisa ser justa. Se todo mundo entra em uma fazenda solar, quem paga pelos encargos sociais? — pergunta ao diretor da Abradee. — Há uma espécie de corrida do ouro pela geração distribuída. É preciso pensar na segurança do sistema. Quem vai arcar com os investimentos em hidrelétricas e térmicas, que garantem energia quando não há sol ou vento?

Distribuidoras contra-atacam
Para fazer frente à nova concorrência, algumas distribuidoras como Cemig e EDP também estão criando seus próprios braços de geração solar distribuída.

A Cemig, que criou a Cemig Sim e tem 20 mil clientes, quer aumentar seu parque solar em seis vezes, para 600 MW.

— Neste cenário a energia é gerada e distribuída próxima às unidades consumidoras, o que permite um custo mais baixo para geração e distribuição. Os grandes atores do setor elétrico estão promovendo a ampliação do acesso a uma energia renovável e mais econômica — diz Iuri Mendonça, CEO da Cemig Sim.

A EDP, entrega em 28 cidades de São Paulo e em 70 cidades do Espírito Santo, também aposta no modelo. A empresa tem 200 usinas solares já instaladas e mais 100 sem planejamento. O investimento oscila entre R$ 750 milhões e R$ 800 milhões por ano, diz Carlos Andrade, vice-presidente de Clientes e Inovação da EDP Brasil.

Segundo ele, a estratégia é conquistar clientes fora do mercado cativo e já iniciar uma espécie de preparação para a abertura total do mercado no fim da década, quando qualquer cliente poderá escolher um distribuidor de luz, assim como já ocorre com a telefonia no Brasil ou no próprio serviço de energia elétrica em países desenvolvidos.

— As empresas do setor elétrico vão ter que se preparar e se transformar para conseguir mais clientes. Por outro lado, a geração distribuída afeta os contratos de longo prazo. Nenhuma lei é perfeita, mas ao menos foi criada uma transição para afetar menos as distribuidoras a longo prazo.

A Energisa, que tem concessões de distribuição em Sergipe, Mato Grosso do Sul, Paraíba e Rondônia, por exemplo, conta com 13,5 mil clientes de energia solar em cinco estados, como São Paulo e Rio, por meio de sua participação (re )energiza.

— Com a assinatura solar o cliente não precisa fazer investimento, pagar taxa de adesão ou fazer intervenção no sistema elétrico da sua casa — diz Roberta Godoi, vice-presidente de Soluções Energéticas da empresa.

O GLOBO

União Brasil expulsa Chiquinho Brazão, envolvido no caso Marielle

Postado em 25 de março de 2024

O União Brasil expulsou o deputado federal Chiquinho Brazão (RJ) do partido na noite deste domingo (24.mar.2024). Durante a manhã, ele foi preso em uma operação da Polícia Federal por causa do envolvimento no assassinato da vereadora Marielle Franco (Psol-RJ) e do motorista Anderson Gomes, em 2018.

O partido afirmou que a expulsão do Brazão foi dada por unanimidade. “ [Ele] já não mantinha nenhum relacionamento com o partido e havia pedido ao Tribunal Superior Eleitoral autorização para se desfiliar” , disse a sigla em nota. Eis a íntegra (PDF – 436 kB).

Em termos técnicos, a medida aprovada foi um “pedido cautelar de expulsão com cancelamento de filiação partidária” .

A intenção de expulsar o Brazão do União Brasil foi anunciada pelo presidente da sigla, Antonio Rueda, ainda na manhã deste domingo (24.mar), horas depois de a PF deflagrar a operação.

“A União Brasil repudia de maneira enfática quaisquer crimes, em especial aqueles que atentam contra o Estado Democrático de Direito e aqueles que envolvem violência contra a mulher. A Direção do partido manifesta profunda solidariedade às famílias de Marielle e Anderson” , afirmou a sigla no último parágrafo da nota.

A operação da Polícia Federal de busca e apreensão de Chiquinho Brazão foi aprovada pelo ministro Alexandre de Moraes , do STF (Supremo Tribunal Federal). Foi batizada de Murder Inc. –termo em inglês que se refere a uma organização criminosa especializada em assassinatos por encomenda.

Leia a íntegra da nota do União Brasil:

“A Comissão Executiva Nacional do União Brasil aprovou por unanimidade o pedido cautelar de expulsão com cancelamento de filiação partidária do deputado federal Chiquinho Brazão. A representação foi apresentada pelo deputado federal Alexandre Leite (União Brasil-SP) e relatada pelo senador Efraim Filho (União Brasil-PB).

“Embora filiado, o parlamentar já não mantinha nenhum relacionamento com o partido e havia pedido ao Tribunal Superior Eleitoral autorização para se desfiliar.

“A decisão da Executiva Nacional aponta que Brazão incide em ao menos três condutas ilícitas previstas no artigo 95 do estatuto : atividade política formada ao Estado Democrático de Direito, ao Regime Democrático e aos interesses partidários; falta de exação no cumprimento dos deveres atinentes às funções públicas e partidárias e violência política contra a mulher.

“O presidente nacional do União Brasil, Antonio de Rueda, já havia pedido de abertura de processo disciplinar contra Chiquinho Brazão, preso neste domingo e apontado pela Polícia Federal como mandante da morte da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes.

“A União Brasil repudia de maneira enfática quaisquer crimes, em especial aqueles que atentam contra o Estado Democrático de Direito e aqueles que envolvem violência contra a mulher. A direção do partido manifesta profunda solidariedade às famílias de Marielle e Anderson”.

PRISÃO DEPENDE DA CÂMARA
A decisão de manter ou anular a prisão de Chiquinho Brazão cabe ao plenário da Câmara dos Deputados. Ele tem imunidade parlamentar desde que foi diplomado como deputado, como determina a Constituição Federal. Os processos contra os congressistas só podem ser julgados pelo STF.

O Supremo precisa comunicar a Câmara até 24 horas depois da prisão. A decisão de manter ou não a detenção é tomada por maioria absoluta dos deputados em votação aberta. Ou seja, ao menos 257 votos dos 513.

Em casos como esse, é comum que uma análise em plenário seja feita já na sessão mais próxima. Foi o que se deu com o ex-deputado Daniel Silveira , que teve o mandato cassado e foi condenado a 8 anos e 9 meses de cadeia por declarações contra os ministros da Corte.

Leia abaixo outros detalhes sobre como é o costume da votação dos deputados sobre a manutenção da prisão:

quem pauta – o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL);
parecer sobre o caso – CCJ (Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania) apresenta para os congressistas;
defesa do acusado – pode falar 3 vezes, durante 15 minutos cada. Uma vez antes da leitura do caso, outra depois e a última com o fim das discussões dos deputados;
entendimento final da Câmara – uma vez que a votação para finalizada, a promulgação é feita já no fim da sessão.
Outros 2 suspeitos foram presos:

Domingos Brazão – conselheiro do TCE-RJ (Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro);
Rivaldo Barbosa – ex-chefe da Polícia Civil do Rio .
RELEMBRE O CASO
Marielle e Anderson foram mortos na noite de 14 de março de 2018. A vereadora havia saído de um encontro no instituto Casa das Pretas , no centro do Rio. O carro em que a vereadora foi perseguido pelos criminosos até o bairro do Estácio, que faz ligação com a zona norte.

Investigações e uma delação premiada apontaram o ex-policial militar Ronnie Lessa como autor dos disparos. Teria atirado 13 vezes em direção ao veículo.

Lessa está presa. Já havia sido condenado por contrabando de peças e acessórios de armas de fogo. O autor da delação premiada é o também ex-PM Élcio Queiroz, que dirigiu o Cobalto usado no crime.

Outro suspeito de envolvimento preso é o ex-bombeiro Maxwell Simões Correia, conhecido como Suel. Seria dele a responsabilidade de entregar o Cobalt usado por Lessa para desmanche. Segundo investigações, todos têm envolvimento com milícias.

No fim de fevereiro, a polícia prendeu Edilson Barbosa dos Santos, conhecido como Orelha. Ele é o dono do ferro-velho suspeito de fazer o desmanche e o descarte do veículo usado no assassinato.

Poder 306

Superação: currais-novense conquista título mundial de karatê na Europa

Postado em 24 de março de 2024

A currais-novense Aparecida Luana conquistou neste domingo (24) o título mundial de karatê. A competição foi disputada em Malta, país europeu. No último dia 21, ela já tinha conquistado uma medalha de prata na mesma competição.

Campeã brasileira, Luana só viajou para a competição após campanha de financiamento coletivo, devido aos altos custos.

Parabéns, Luana!

Blog do Anthony Medeiros

Professora Jacioneide Silva confirma sua pré-candidatura ao legislativo de Currais Novos

Postado em 24 de março de 2024

A Professora Jacioneide Silva confirma sua pré-candidatura rumo à Câmara Municipal de Currais Novos. Jacioneide, filiada ao Podemos, foi convidada pelo senador Styvenson para disputar o cargo. Em contato com o Blog Ismael Medeiros, ela reafirma seu desejo de representar a educação e as mulheres currais-novenses no legislativo.

Jacioneide Silva é formada em Letras pela UFRN e professora da Rede Municipal de Ensino. Ela desenvolveu um projeto escolar intitulado “Política se Aprende na Escola”, onde levou por duas vezes o senador Styvenson para ministrar palestras aos alunos.

Ismael Medeiros

Turismo brasileiro cresceu 7,8% em 2023, diz Fercomércio

Postado em 24 de março de 2024

O turismo nacional cresceu 7,8% em 2023, somando um faturamento de R$ 189,4 bilhões.

No desempenho anual, o resultado positivo foi puxado, principalmente, por atividades como aluguel de veículos, com alta de 18,3%. Hospedagem, com mais de 17%. Já as companhias aéreas cresceram 12,7% e somaram R$ 48 bilhões ao longo do ano passado.

Dezembro foi um dos meses que mais incrementou a economia do turismo: foram R$ 18,1 bilhões. Esse valor é o melhor resultado para um único mês desde o início da pandemia, em 2020.

Das 27 unidades federativas brasileiras, 20 tiveram saldo positivo no último mês do ano passado. Resultados influenciados por fatores como aumento na demanda hoteleira ou nas locações de veículos.

São Paulo foi o estado brasileiro que mais recebeu turistas internacionais no ano passado. Foram 2,1 milhões de visitantes estrangeiros. Além de 44, 4 milhões de brasileiros via turismo doméstico.

Para a Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo de São Paulo, o Programa Emergencial de Retomada do Setor de Eventos do Governo Federal (Perse), a melhora nas condições econômicas das famílias brasileiras, a redução na taxa de juros, e os impactos de outros programas de estímulo do governo foram responsáveis pelo crescimento.

A expectativa é que estes fatores tenham efeitos positivos também nos próximos meses, principalmente se houver a manutenção de benefícios do Perse, criado pela União para garantir uma série de ações emergenciais e temporárias destinadas ao setor de eventos para compensar os prejuízos com a pandemia de covid-19. Entre os benefícios estão os descontos e parcelamento das dívidas com a União, além de redução de vários impostos.

O governo propôs ao Congresso Nacional que o programa seja reduzido gradualmente a partir deste ano até acabar completamente em 2027.

EBC

Ovo de Páscoa em 10 parcelas? Não é só no Brasil: veja o triste da alta do chocolate no mundo, que vai continuar

Postado em 24 de março de 2024

Com a chegada da Páscoa , os consumidores estão pagando mais caro por seus ovos e coelhos de chocolate. Mas isso é apenas a ponta do iceberg.
Os preços mais altos nas lojas agora refletem o aumento no preço do cacau em 2023. então desde então, o cacau mais que dobrou de preço já neste ano, tornando-se uma commodity mais quente do mundo.

Apenas nas últimas três semanas, o preço dos grãos no atacado em Nova York aumentou mais de 47%, ultrapassando US$ 8.900 por tonelada, um nível que antes parecia inimaginável.

Isso significa preços ainda mais altos para os consumidores, à medida que esses movimentos se refletem nos varejistas. No Reino Unido, os consumidores já estão pagando mais pelo chocolate e, às vezes, por uma embalagem menor que a de fantasia, um conhecido como “reduflação”.

Ovo parcelado no Brasil
Já no Brasil, os preços dos ovos de chocolate recentemente ganharam um meme da internet quando algumas lojas anunciaram que as pessoas poderiam comprar-los parcelados ou usando parte do seu FGTS.

Em um supermercado em Ribeirão Preto, no estado de São Paulo, um cartaz diz: “Ovos de Páscoa em até dez vezes sem juros”.

Problema começou na África
O aumento recorde do preço do cacau é impulsionado por colheitas abaixo do esperado na Costa do Marfim e em Gana, que respondem pela maior parte da produção mundial.

A indústria do cacau é composta principalmente por pequenos agricultores que costumam ter retornos baixos, tornando mais difícil investir em suas terras ou resistir a eventos climáticos extremos.

— O verdadeiro custo do chocolate não tem sido visto pelos consumidores há muito tempo — afirma Emily Stone, fundadora da revendedora de cacau especial Uncommon Cacao. — Os preços baixos para os produtores e as mudanças climáticas estão levando o mercado a essas alturas. Isso pode ser um choque para alguns, mas era previsível.

Na contramão da inflação
O aumento de preço também é um lembrete de que, embora as taxas de inflação geral estejam ocorrendo ao redor do mundo, os aumentos de luxos em commodities individuais ainda podem exigir os consumidores. O chocolate pode ser visto mais como um luxo do que uma necessidade, mas marcas como Kit Kat e Snickers costumam fazer parte das cestas de compras semanais.

Os consumidores são mais sensíveis a esses aumentos de preços após o que passaram nos últimos anos, mas as lembranças do pico de inflação pós-pandemia, e dos danos que isso afetou as finanças domésticas, ainda são muito frescos.

— É realmente caro — disse a orientadara escolar Isabel Cristina Brandão ao pegar três pequenos ovos em uma loja de doces em São Paulo.

Ela lembra que seu carrinho de compras costumava ficar cheio há alguns anos:

— Agora pagamos mais, por muito menos.

Nos EUA, o preço unitário médio dos ovos de chocolate subiu 12% no último ano, segundo dados do NIQ. O custo de alguns ovos de Páscoa populares no Reino Unido subiu até 50%, segundo o grupo de consumidores Qual?

Essas mudanças, no entanto, representam apenas uma pequena parte do avanço colossal do preço do cacau, já que os ingredientes-chave usados ​​para fazer os produtos da Páscoa provavelmente foram comprados no quarto trimestre de 2023 ou antes, antes da commodity dobrar de preço neste ano.

A confeitaria é uma das categorias em que os consumidores dos EUA mais estão percebendo a reduflação, segundo uma pesquisa da YouGov deste mês. Por conta disso, os lares já estão diminuindo os agrados: 44% dizem comprar chocolate ou doces com menos frequência por causa da inflação, segundo a Associação Nacional de Fabricantes de Confeitaria dos EUA.

Alta é só o começo na cadeia do chocolate
E não há interrupção à vista, já que a escassez de produção deve persistir na próxima temporada. Ou seja: mais dor está por vir quando o cacau for usado para os próximos feriados e datas especiais, como o Natal.

No início deste mês, o fabricante da Lindt disse que teria que aumentar os preços este ano e no próximo por causa do aumento nos custos de matéria-prima.

Embora algumas empresas possam ter estoques baratos para cobrir a produção dos próximos seis meses, elas optam por aumentos de preços graduais em vez de chocar os clientes com aumentos abruptos, segundo Judy Ganes, presidente da J Ganes Consulting.

— Se você passar por um aumento de preço agora, poderá manter as operações e não precisará fazer um salto abrupto — disse ela.

Outros grandes fabricantes de chocolate também aumentaram os preços e deixaram a porta aberta para mais. O diretor financeiro da Mondelez, Luca Zaramella, sinalizou em fevereiro que os aumentos são prováveis, enquanto a CEO da Hershey, Michele Buck, disse que a empresa permanece comprometida com a fixação de preços para cobrir a inflação.

Já a Nestlé disse que, embora tenha consumido alguns custos mais altos, pode precisar fazer ajustes nos preços no futuro, dada a persistente alta dos preços do cacau.

O GLOBO

Saiba quem são Domingos e Chiquinho Brazão, presos por suspeitas de matar Marielle

Postado em 24 de março de 2024

A Polícia Federal prendeu neste domingo (24) três suspeitos de mandar assassinar a vereadora Marielle Franco ( PSOL ) e o motorista Anderson Gomes, além da tentativa de matar a assessora Fernanda Chaves, em março de 2018.

Os três presos são o deputado federal Chiquinho Brazão (União Brasil-RJ) e seu irmão, o conselheiro do TCE (Tribunal de Contas do Estado) do Rio Domingos Brazão , e o delegado Rivaldo Barbosa, ex-chefe da Polícia Civil do Rio.

Os envolvidos são suspeitos de serem os nomes dos autores intelectuais dos crimes de homicídio, de acordo com a investigação. Também são apurados os crimes de organização criminosa e obstrução de justiça.

A operação é realizada no domingo para surpreender os suspeitos, de acordo com as primeiras informações. Há uma suspeita de que eles tentariam fugir.

DOMINGOS INÁCIO BRAZÃO
O conselheiro do TCE-RJ (Tribunal de Contas do Rio de Janeiro) foi citado no processo desde o primeiro ano das investigações, em 2018. Ele passou a ser alvo após o acordo de colaboração de Élcio de Queiroz, acusado ao lado do ex- O policial militar Ronnie Lessa , respectivamente, por ter dirigido o carro na noite do crime e por ter sido atirado na vereadora e no motorista.

Beazão foi eleito uma carga pública pela primeira vez em 1996, como vereador do Rio. Dois anos depois, foi eleito pela Alerj (Assembleia Legislativa do Rio), onde atuou por cinco mandatos como deputado estadual.

Em 2015, foi eleito com apoio de ampla maioria da Casa legislativa para se tornar conselheiro do Tribunal de Contas.

Na época, foi réu em um processo sob suspeitas de abuso de poder econômico, compra de votos através de centros sociais na zona oeste e conduta vedada a agente público. Ele já havia sido suspenso de seu mandato, anos antes, por causa dessas denúncias, mas foi reconduzido ao cargo após uma liminar favorável de Ricardo Lewandowski, então ministro do STF (Supremo Tribunal Federal).

Entre os principais redutos eleitorais de Brazão está Rio das Pedras, o berço da milícia carioca. A sua influência na região fez com que ele fosse citado no relatório final da CPI das Milícias, em 2008. O ex-deputado negou ter envolvimento com as facções e os crimes investigados.

Brazão também já tinha sido acusado e depois absolvido de um homicídio, que ele mesmo já admitiu ter cometido. Ele falou sobre isso no plenário da Alerj, em meio a uma discussão com outro parlamentar que o acusava de ter feito ameaças.

“Matei, sim, uma pessoa. Mas isso tem mais de 30 anos, quando eu tinha 22 anos”, disse na ocasião. “Foi um marginal que tinha ido à minha casa, no dia do meu aniversário. A Justiça me deu razão.”

Em 2017, Brazão voltou a estar na mira da Justiça. Ele foi preso temporariamente com outros quatro conselheiros do TCE na operação Quinto do Ouro, um desdobramento da Lava Jato no Rio. Ele até hoje responde por suspeitas de integrar um suposto esquema composto por membros do Tribunal de Contas para receber propina em cima dos contratos do estado.

Sua prisão o levou ao afastamento da carga. Ele só voltou a ser conselheiro em maio do ano passado, após uma decisão favorável da Justiça do Rio.

CHIQUINHO BRAZÃO
O deputado federal de 62 anos faz parte da mesma família de Domingos Inácio Brazão, que mantém influência no estado do Rio de Janeiro, e tem indicações na Prefeitura do Rio de Janeiro e no governo estadual. Tem também representantes na Câmara dos Deputados, Assembleia Legislativa fluminense, Câmara Municipal da capital e de São João de Meriti.

Ele foi eleito pela primeira vez como vereador do Rio de Janeiro em 2004, e reeleito nas eleições seguintes de 2008, 2012 e 2016. Ele ficou um total de 14 anos à frente do legislativo municipal fluminense.

Como deputado federal está no segundo mandato. Foi eleito pela primeira vez em 2018 e reeleito nas eleições de 2022.

Ele chegou a assumir a Secretaria Municipal de Ação Comunitária de Gestão Eduardo Paes ( PSD ) em outubro passado.

Foi exonerado, porém, em fevereiro, uma semana após a divulgação de que o líder do grupo havia sido denunciado nas negociações para delação premiada do ex-PM Ronnie Lessa , acusado de ser o executor do crime contra a vereadora e o motorista.

Folha de São Paulo

Quem é Corina Yoris, filósofa que enfrentará Nicolás Maduro nas eleições na Venezuela

Postado em 24 de março de 2024

Corina Yoris, filósofa e professora universitária venezuelana, foi a candidata indicada na sexta-feira pela líder da oposição María Corina Machado para enfrentar o presidente Nicolás Maduro, que buscará um terceiro mandato nas eleições de 28 de julho.

A notícia acontece dois dias depois do Ministério Público emitir nove mandatos de prisão contra dirigentes do partido de María Corina, o Vem Venezuela, pelo suposto planejamento de “ações desestabilizadoras” no país.

A oposição tinha até a próxima segunda-feira para registrar um substituto de María Corina — uma das favoritas nas pesquisas e vencedora das primárias da oposição com mais de 90% dos votos, mas proibida de ocupar cargos públicos por 15 anos pelo Tribunal Supremo de Justiça da Venezuela, controlado por chavistas.

“Ela é uma pessoa de minha total confiança, honrada, que concluirá esse processo com o apoio e a confiança de todos”, disse María Corina em uma coletiva de imprensa ao anunciar o nome de Yoris. “Aqui vamos juntos. Somos uma grande equipe”.

Yoris agradeceu a confiança: “Sinto-me não apenas honrada, mas comprometida com o povo e com María Corina. Este ato de confiança, de designar esse desafio a mim, me pareceu de uma gentileza e desprendimento únicos”, disse a professora, enquanto dezenas de apoiadores gritavam. “Vote Cori, vote Cori!”

Especialistas concordam que María Corina, com um índice de aprovação de 70% em algumas pesquisas, tem alto poder de transferência, o que poderia impulsionar a candidatura da substituta que ela nomear. De fato, ela insistiu que continuará a liderar a campanha.

‘As pessoas estão com a gente’
Yoris, que é formada em Filosofia e Letras e tem doutorado em História, também foi membro da comissão que organizou as eleições primárias de 22 de outubro passado, nas quais Machado venceu com mais de 90% dos votos.

María Corina tem insistido que continuará lutando para reverter sua inabilitação. Mas isso parece improvável: a Suprema Corte manteve a sanção e, nos últimos dias, as autoridades prenderam diversos de seus colaboradores mais próximos, e ordenaram diversos mandados de prisão, incluindo contra seu braço direito, Magalli Meda, que era vista como uma possível substituta.

Segundo o Ministério Público, María Corina Machado e seu entorno planejavam “ações desestabilizadoras” para forçar a sua viabilidade na disputa. O suposto plano incluía o estímulo a um motim, com apoio de estudantes, e articulação com militares exilados para um levante. O MP, no entanto, não apresentou acusações formais contra a líder da oposição.

“O regime sabe que perdeu. O regime sabe que o povo está conosco”, insistiu Machado. “Todos sabemos que somos uma imensa maioria que cresce a cada dia e que estamos dispostos a fazer o que for preciso pela Venezuela, por nossos filhos, por nossa liberdade”.

Maduro está buscando um terceiro mandato de seis anos.

O presidente chegou ao poder em 2013, após a morte de Hugo Chávez (1999-2013), e foi reeleito em 2018 em uma eleição disputada, sob suspeita de fraude.

A inscrição
Machado insistiu que o nome de Yoris está limpo perante o Conselho Nacional Eleitoral (CNE), também acusado de servir ao chavismo. Ela não ocupou cargo público, portanto, em teoria, não deveria ser desqualificada politicamente.

As indicações de candidatos são feitas em um sistema automatizado do CNE, ao qual a oposição alega não ter conseguido ter acesso. Se Yoris for bem-sucedida e nomeada, o CNE deve dar sua aprovação para que ela se torne oficialmente uma candidata. Se ele a rejeitar, nenhum outro nome poderá ser apresentado.

A oposição tem apenas duas cédulas partidárias autorizadas: a da MUD, a antiga aliança substituída pela atual Plataforma Unitária (PUD), e a da Un Nuevo Tiempo (UNT) de Manuel Rosales, que enfrentou Hugo Chávez nas eleições presidenciais de 2006, estava exilado no Peru e agora é governador do estado produtor de petróleo de Zulia. Isso se traduz em apenas duas candidaturas.

Algumas organizações da aliança que apoia Maduro nessas eleições já foram ao CNE para apresentar seus nomes, mas o Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV), presidido por Maduro, ainda não formalizou sua candidatura.

Os políticos que se dizem anti-Chávez, mas que a oposição acusa de colaborar com o chavismo, foram os primeiros a se registrar.

EXAME

Santos pretende remover todas as fotos de Robinho dos camarotes na Vila Belmiro

Postado em 24 de março de 2024

O Santos deve remover as imagens e fotos do ex-atacante Robinho, preso nesta sexta-feira (22), na Baixada Santista, de alguns locais do clube, mas não mexerá no Memorial de Conquistas.

A diretoria do Santos deve manter os objetos de conquista relacionados a Robinho, condenado e preso por violência sexual coletiva, no Memorial de Conquistas, na Vila Belmiro. A ideia é conservar o espaço como está.

Em contrapartida, a direção do Santos avalia a remoção das imagens e fotos de Robinho em outras partes do estádio, como no camarote da presidência. Em locais pontuais das dependências, as imagens espalhadas de Robinho também devem ser retiradas.

O CT Rei Pelé também deve passar por uma revisão. O local contava com algumas figuras de ex-atletas nas paredes.

“No Memorial das Conquistas são fatos relacionados à história esportiva do atleta”, afirma Marcelo Teixeira, presidente do Santos.

O clube ainda não se pronunciou sobre o caso de prisão. A detenção ocorreu na quinta-feira (21) à noite, na residência do ex-jogador.

A CARREIRA DE ROBINHO NO SANTOS
Robinho fez as categorias de base no Santos e teve sua primeira chance profissional com Emerson Leão, em 2002. Na ocasião, Leão viu o clube financeiramente mal e apostou em Robinho para o Brasileiro.

O Santos foi campeão nacional naquele ano, assim como em 2004. No Peixe, Robinho somou mais dois Paulistas (2010 e 2015) e uma Copa do Brasil (2010).

Robinho ficou próximo de ser repatriado em 2020, na gestão de Orlando Rollo, mas os patrocinadores da época impediram. As empresas, por meio de nota oficial, se posicionaram contra a chegada de Robinho e o Peixe voltou atrás -em comum acordo com o ex-jogador.

(GABRIELA BRINO/UOL/FOLHAPRESS)

“Minha cabeça não para”, diz campeã de xadrez de 9 anos de idade

Postado em 24 de março de 2024

O xadrez entrou na minha vida aos 4 anos. Meu pai estava no meio de uma partida na internet, e eu adorei aquele jogo. Comecei a pedir para jogar com ele e, aos poucos, fui aprendendo as regras, os movimentos das peças. Tive uma espécie de ter esse ótimo professor: meu pai sempre me ensinou de forma divertida. No início, ele até deixou eu ganhar. Era a maneira de me cultivar e me manter interessada, motivada a querer mais. E trabalhado. Sempre gostei de fazer atividades fora da escola — teatro, dança, flauta, piano, tae kwon do, inglês. Mas nada, nada mesmo se compara ao xadrez. O que mais me atrai é pensar durante horas nas estratégias. Só que, de repente, nada sai como o previsto, e aí o legal é refazer a tática, uma brincadeira obrigatória. Tanto que passou horas jogando com meu pai, e ele viu um futuro em mim. Procurou, então, uma treinadora e, com ela, minhas habilidades foram aprimoradas.

Virou uma coisa mais séria em janeiro de 2022, quando participei do meu primeiro torneio. Estava fazendo aula com essa minha treinadora e o contorno que iria disputar o Floripa Chess Open, uma competição relevante no circuito brasileiro. Fiquei tão empolgada com a ideia que queria se tinha para a minha idade. Tinha. E lá fui eu com meu pai, enfrentar gente desconhecida pela primeira vez. Dos quatorze jogadores, era a única menina e uma das raras novatas ali. Ainda assim, nível o quarto lugar. Foi nesse momento que coloquei na cabeça o objetivo de ser a, o que aconteceu uns meses depois: virei a campeã brasileira primeira entre as meninas de 8 anos. Logo viajei para o Pan-Americano, no Uruguai, e para o Sul-Americano, no Paraguai, onde subi ao pódio como campeã. Mais tarde, em 2023, tornei-me o número 1 do ranking da América Latina na minha idade. E não parei.

Sempre que sinto que está ficando fácil, procure complicar. Por isso, decidi avançar uma categoria, para duelar com pessoas um pouco velhas, de 10 anos. Uma grande vitória veio neste mês, com o título de mestre nacional, que em geral é dado a adultos. Sou a mais jovem menina a receber essa láurea no país, num ambiente dominado por meninos. Me dou bem com eles e acaba me batendo aquela vontade ainda maior de vencer. Em geral, são supercompetitivos. Não é um problema, entre na briga. Se eles debocham de mim, o que às vezes acontece, devovo na hora e levo na brincadeira. Vou crescendo assim. Seria legal ter mais mulheres no xadrez. A gente fica assistindo às grandes partidas e cadê elas? São minoria. Sem perceber, o preconceito está vivo. Uma vez, o pai de um dos competidores falou ao meu pai que eu era tão bom que me tornaria a mais forte jogadora na raia feminina. Meu pai reagiu na hora. Disse que, na verdade, eu despontaria como o melhor de todos, entre homens e mulheres.

O xadrez me abriu muitas portas. Fiz amigos do mundo todo — peruanos, colombianos, americanos. Você tem contato com outras culturas e ainda conhece colegas com os quais um dia vai competir. Quero muito seguir como jogadora profissional. Sei que eu sou nova e que todo mundo pensa: calma que tudo muda. Mas o que tive a sorte de descobrir tão cedo — um incentivo para o meu raciocínio que tanto me diverte — parece ser mesmo o meu caminho. Até na escola isso me ajuda. Em matemática, por exemplo, criei minhas próprias fórmulas para resolver os problemas. O xadrez deixa minha cabeça em ação constante. No ano passado, tive a oportunidade de jogar com o melhor brasileiro do ranking hoje, o Luis Paulo Supi, só de brincadeira, para treino. Perdi, claro, mas a derrota vai formar uma cascata e manobras de empurrão. Quero — e vou — chegar cada vez mais longe.

VEJA

Mudança do clima pode elevar inflação global de alimentos em até 3,2% ao ano

Postado em 24 de março de 2024

A pressão inflacionária criada pela mudança climática sobre a produção de alimentos está se agravando, e até 2035 a crise do clima contribuirá para elevar os preços dos alimentos de 0,9% para 3,2% ao ano, conclui um novo estudo.

O trabalho, publicado por um grupo de economistas do Banco Central Europeu e da Universidade de Potsdam (Alemanha), indica também que esse fenômeno se traduzirá em uma pressão de 0,3 a 1,2 ponto percentual na inflação geral.

Publicado pela revista Communications Earth & Environment, do grupo Nature, o estudo se baseou na análise de índices de preços ao consumidor de 121 países entre 1991 e 2020. Os pesquisadores anotaram quanto o custo de alimentos flutuou ao longo desses anos como resposta a eventos climáticos que proporciona produtividade agropecuária, especialmente secas e temperaturas extremas.

Com esses dados em mãos realizaram uma fórmula, depois a aplicaram às expectativas de temperatura global e impactos climáticos específicos pelo IPCC (painel do clima da ONU) para o período entre 2030 e 2060. O resultado preocupante sobre a pressão inflacionária saiu dos dados produzidos com esse modelo matemático.

O IPCC já projetou que os impactos da crise do clima recairão desproporcionalmente sobre os países em desenvolvimento e isso tem consequências também na frente monetária. O modelo usado no estudo, criado pelo cientista Maximilian Kotz, de Potsdam, aponta que a pressão inflacionária impulsionada pelo clima será maior nas nações mais pobres, especialmente na África e na América Latina.

No estudo, o impacto projetado para o Brasil é de pressão inflacionária dos alimentos de 1,9% ao ano, daqui a uma década. Os países mais afetados segundo a projeção são os que têm faixas de territórios maiores em latitudes baixas, sobretudo no norte da África e países árabes.

Os cientistas que assinam o estudo afirmam que o modelo foi mais preciso em capturar os efeitos da queda na oferta de alimentos causados ​​por altas temperaturas, mas o impacto das chuvas (ou falta delas) nos preços foi mais difícil de entender. Como a variação de variação ocorre numa escala territorial menor, Kotz afirma que seria preciso monitorar os preços em nível de cidades, não apenas países, para entender melhor seu efeito econômico.

Apesar de ter um escopo global, o trabalho dos cientistas envolvidos nasceu de uma demanda europeia de entender como a crise do clima afetará a inflação da região, que já sofreu com o problema no ano retrasado, ano de seca e calor extremos. Enquanto os países tropicais deverão experimentar essa pressão inflacionária ao longo de todo o ano, os países temperados em altas latitudes irão encará-la especialmente no verão.

“O calor de verão extremo em 2022 aumentou a inflação de alimentos de 0,43% a 0,93% na Europa”, escreve Kotz. “O efeito do aquecimento projetado para 2035 amplificaria isso em 30% a 50%.”

Segundo os pesquisadores, com o clima pesando mais na inflação, fica mais difícil para os governos calibrarem suas políticas econômicas.

“Nossos resultados sugerem que as mudanças climáticas poderão alterar aspectos da inflação como a sazonalidade, a volatilidade e a heterogeneidade, e gerar pressão persistente sobre os índices de inflação”, afirma. “Isso pode impor desafios às variações de inflação e à política monetária, provavelmente aumentando a dificuldade de identificar choques temporários de oferta e separar os fatores mais persistentes.”

Um problema em particular, aponta, será o de entender a relação inflacionária dos alimentos com o preço da energia, que também é impactada pelas temperaturas extremas.

Como o ano de 2035 já está relativamente próximo (ao menos em escala geológica) é provável que mudanças nas emissões de CO2 causem uma guinada muito grande nessa projeção até lá. As consequências de ignorar o problema até 2060, porém, podem ser graves, afirma Kotz, mesmo que haja um investimento pesado na adaptação do setor de alimentos à mudança do clima.

“Sem uma mitigação específica das emissões de gases de efeito de estufa, as pressões sobre a inflação devem continuar persistentes e em nível específico, mesmo tendo em conta essa adaptação, que vai além do que tem sido distribuído historicamente”, concluem os cientistas.

o globo