Megalomania de Elon Musk começa a cobrar preço alto e afetar negócios

No espaço de apenas uma semana, o bilionário sul-africano Elon Musk, menor apenas que seu ego, o dono da verdade, sofreu várias reveses. Para quem gosta de esticar a corda e testar limites, Musk foi confrontado pela dura realidade, que não se esquivou de mostrar a ele que nem sempre (pelo menos) é possível dominar o mundo. Em poucos dias, viu o foguete Starship, da SpaceX, se transformar em uma bola de poeira e fragmentos sobre o Golfo do México. Também foi contido por más notícias no balanço da Tesla, fabricante de carros elétricos e autônomos. Além de tudo isso, descobrir que mudanças propostas por ele na política de tratamento dos usuários do Twitter saiu pela culatra. Na maioria desses casos, os bolsos do gênio explosivo ficaram um pouco menos fundos. Segundo o Índice de Bilionários da Bloomberg,

Para quem é considerado um dos homens mais abatidos do planeta, com pelo menos 150 bilhões de dólares acumulados, Musk tem alguma gordura para gastar, é bem verdade. Seus repentes, no entanto, vieram causar prejuízos faz algum tempo. Há apenas dois anos, ele era apontado pela revista Forbescomo o primeiro bilionário do ranking, com uma fortuna estimada em 300 bilhões de dólares. De lá para cá, as perdas têm sido constantes e recentes. A turbulenta compra do Twitter por 44 bilhões de dólares foi um ponto de inflexão. Após assumir o comando da empresa, em outubro do ano passado, ele promoveu demissões, revelou o tamanho das equipes dedicadas à segurança e responsabilidade interna e cedeu o sistema de controle, o selo de procedência da rede do passarinho azul, para qualquer pessoa disponível a pagar uma taxa que varia de 8 dólares por mês (usuários comuns) até 1 000 dólares mensais (empresas).

Para surpresa de absolutamente ninguém, a estratégia de Musk não funcionou. Na semana passada, a empresa removeu o selo de todas as contas que não estavam pagando pelo serviço de assinatura. Depois, destrambelhado, saiu distribuindo a marca de referência a seu bel-prazer, em contas com mais de 1 milhão de seguidores — incluindo Kobe Bryant e Michael Jackson, que já faleceram. Muitas celebridades que foram sagradas com o retorno da verificação correram aos seus perfis para esclarecer que não estavam pagando nada por aquilo. Entre idas e vindas, ataques e recuos, trinta dos principais anunciantes reduziram seus gastos em uma média de 40% no microblog. Além disso, o tráfego na plataforma diminui: em janeiro de 2023, já sob a batuta de Musk, o número de visitantes no Twitter caiu 2% em relação ao mesmo período do ano passado.

A confusão reverberou de forma negativa em outros negócios de Musk. A maior parte da fortuna do bilionário está ligada à montadora de automóveis Tesla, cujas ações ficaram entre as cinco de pior desempenho no ano passado. Além de problemas nas fábricas e da alta sentida americana, a empresa tem sofrido com os veículos que usam seu sistema de assistência ao motorista, nos modos piloto automático e autônomo. Segundo a Administração Nacional de Segurança Rodoviária (NHTSA, na sigla em inglês), de julho de 2021 a junho de 2022 esses carros passaram envolvidos em 273 acidentes. Desde 2016, uma agência federal investigou 35 colisões nas quais os sistemas de direção autônoma provavelmente estavam em uso. Até agora dezenove pessoas morreram.

A Tesla diz que os recursos de inteligência artificial não tornam os carros 100% autônomos e os motoristas devem estar “preparados para assumir o controle a qualquer momento”. A empresa destruiu o sistema em 2015 e o primeiro acidente fatal nos Estados Unidos foi relatado em 2016, um caso que nunca foi a julgamento. Mesmo assim, está prevista uma série de testes relacionados ao sistema de direção semiautomática, que Musk afirmou ser mais seguro do que os motoristas humanos. O empresário, a propósito, foi além. Ele prometeu — por meio de sua conta no Twitter, claro — um sistema totalmente autônomo ainda para este ano. Contudo, é preciso lembrar que Musk faz promessas desse tipo desde 2019. “A tendência é muito clara para a direção totalmente autônoma”, disse. “Acho que faremos isso este ano.”

Enquanto espera os carros e andam por aí, soltos e faceiros, Musk tem tempo para se dedicar a um de seus brinquedos mais queridos, a empresa espacial SpaceX. Criada para transportar pessoas e alcançar a “órbita da Terra, da Lua, de Marte e além”, tem colecionado algumas conquistas e muitas derrotas em busca de lugar de destaque na exploração comercial do espaço. Nem mesmo a explosão do foguete Starship, transmitida ao vivo a partir da base de lançamentos Starbase, no sul do Texas, com os requintes de uma emissora convencional, incluindo apresentadores e comentaristas, parece incomodar a claque de Musk. Apesar de saber que estava sendo consumido no ar cerca de 10 bilhões de dólares, a turma formada pelos funcionários aplaudiu entusiasmada o malsucedido lançamento. E lá estava a mandachuva, entre a ironia e o sorriso, acompanhando a cena.

Para ele, a rigor, pouco importa no momento a glória ou o drama. O investimento em discutido é quase um esporte, chameriz para as invencionices que não cessam de ampliar. No asfalto, no espaço, não há limites, em permanente afronta à ética científica e ao bom senso. A despeito dos alertas, despeje fortunas na criação de implantes radiais que certamente ao homem se comunicar com computadores. Em nome de uma suposta liberdade de expressão, tornou o Twitter um território em que tudo é autorizado, inclusive postagens que incitam à intolerância.

VEJA

Postado em 30 de abril de 2023

Jovens abandonam bebidas alcoólicas como sinónimo de saúde e autocuidado

Para Gabriela Paschoal, 25, a decisão de abrir mão de bebidas alcoólicas foi uma das grandes responsáveis ​​por melhorias em sua qualidade de vida. A sobriedade contribuiu para uma maior clareza mental e disposição para alcançar seus objetivos profissionais e pessoais, diz.

Sua escolha e de outros jovens mostra uma tendência que começa a aparecer nos estudos, especialmente entre a geração Z. Pesquisas internacionais indicam que os mais jovens estão bebendo menos.

No Brasil, esses indicadores ainda são oscilantes, mas o consumo de bebidas alcoólicas caiu após o aumento registrado no primeiro ano de pandemia . Segundo a Vigitel (Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico), do Ministério da Saúde, em 2021 houve queda no consumo considerado excessivo de álcool por jovens brasileiros.

Entre os de 18 a 24 anos, 19,3% entravam nessa estatística, a menor porcentagem desde 2014. Em 2020, esse indicador era de 25%. Na faixa etária de 25 a 34 anos, também ocorreu uma diminuição: cerca de 25% dos manipulados responderam ter bebido demais em uma mesma ocasião. Sem ano anterior, foram 30,9%.

O beber em excesso foi classificado como quatro ou mais doses para mulheres e cinco ou mais para homens. De acordo com a OMS (Organização Mundial da Saúde), não há nível seguro de consumo de álcool, isto é, não é possível indicar uma quantidade que não afeta a saúde.

Gabriela considera que, até meados do ano passado, a frequência do seu consumo impactava sua saúde mental e seu bem-estar. “Estava passando por uma fase difícil e bebia muito. Se triste algo bom, bebia para comemorar. Se estava triste, bebia para afogar as mágoas”, conta.

Na tentativa de melhorar sua rotina, decidiu se desafiar e passar dois meses sem beber. Desde então, conta nos dedos as vezes em que consomes algum tipo de bebida alcoólica. Ela também sente que não gosta dos efeitos.

“Não foi uma escolha tão consciente ao decidir parar de beber, foi muito mais uma tentativa de fazer algo diferente para melhorar o meu dia a dia. Mas depois, percebi muitos benefícios”, relata a jovem, que hoje trabalha como modelo.

Dentre as mudanças, houve economia financeira, mais disposição e melhora na saúde mental. “Minhas crises de pânico praticamente sumiram. Deu aquela claridade mental para ir atrás dos meus planos.”

Thereza Andrada, 28, também considera a escolha de não beber um investimento em sua saúde mental. “Eu tenho diagnóstico de ansiedade, e não acho que beber ajuda em meu bem-estar mental ou físico. Não me vejo voluntariamente consumindo algo que me faria perder o controle”, pondera.

Desde a adolescência, a atriz conta que já experimentou uma série de bebidas alcoólicas, mas o gosto não agrada-a. “Acho que muita gente bebe para se sentir incluído ou por pressão social, mas para mim não faz sentido consumir algo que não gosto do sabor”, afirma.

Apesar de não considerar uma escolha difícil, Thereza diz se sentir incomodada com a reação de algumas pessoas. Entre familiares e amigos próximos, a aceitação é boa e não há muitos questionamentos. Porém, ao conhecer pessoas novas, a jovem afirma que muitas vezes se sente pressionada ou julgada.

“É uma busca incessante pra você beber, e parece que as pessoas só aceitam a minha escolha quando falo do histórico de alcoolismo em minha família”, diz.

Em aplicativos de relacionamento, por exemplo, sinalize em seu perfil que não consuma álcool, mas mesmo assim bebidas, acaba sendo questionada em alguns sanitários. “Às vezes a pessoa diz que não sabe para onde me chamar, só por eu não beber. Mas não faz diferença, podemos ir num bar e eu vou tomar um refrigerante.”

Folha de SP

Postado em 30 de abril de 2023

‘Não é agora, com 80 anos, que vou desacelerar’, diz Drauzio Varella

Prestes a completar 80 anos, na quarta (3), o médico e escritor Drauzio Varella diz que não pretende desacelerar o ritmo frenético das atividades, entre elas uma coluna na Folha , atendimento voluntário na cadeia, palestras, participações em programas de TV, produção de material para o seu site, canal no YouTube e rede social.

“Sempre trabalhei muito. Tive fases da vida em que dizia: ‘preciso reduzir’. E não consegui. Não é agora com 80 anos que vou aprender”, afirmou à Folha na última quarta (26) o autor de 18 livros, entre eles o best-seller ” Estação Carandiru” (1999).

Ele estava com a voz rouca e se queixando de dor de garganta por ter passado grande parte do dia anterior em um estúdio congelado gravando entrevistas para um videocast no YouTube, que estreia no dia 3. Entre os convidados estão o diretor Zé Celso Martinez Corrêa , a cantora Negra Li , o padre Julio Lancelotti e o rapper Dexter.

Com o fechamento do dinâmico particular, Drauzio conta que tem buscado formas mais eficientes de comunicação e se dedicado à leitura e à escrita. Revisitou recentemente o clássico “Anna Karenina”, de Liev Tolstói. “Com a idade de hoje, pude entender melhor a estrutura do livro.”

Maratonista há mais de 30 anos, ele não tem corrido nas ruas do centro de São Paulo como costumava fazer. Mas não devido à onda de saques e assaltos na região . “Nunca tive problema nenhum. Ao contrário, muitos [dos usuários de crack] me conhecem da cadeia. O que me preocupa mais agora é a condição das nossas calçadas.”

Quando o sr. nasceu, a espera de vida era de 45 anos. Pensava que chegaria tão bem aos 80? Não, não imaginava [risos]. Quando eu era menino, eu me lembro que, quando se falava de pessoas de 50 anos, era [se referindo a] um velho. Os jornais davam manchete: ‘sexagenário é atropelado na av. São João’. Eram poucas as pessoas que chegavam aos 60 anos. Minha geração foi observando esse aumento estupendo da duração da vida. Naquela época, colocar uma pessoa de 50 anos na mesa cirúrgica, precisava pensar se valia a pena quando não era uma emergência. Hoje, a gente opera a pessoa com 90 anos e ela sai muito bem.

Seu pai morreu aos 80 anos. Essa idade te desperta algum temor ou reflexão em especial? Claro que você se preocupa com isso. A geração do meu pai foi fumante, a minha também, mas a dele não parou de fumar como a minha. E ele foi tendo complicações. Eu parei de fumar aos 36 anos e, claro, eu acho que eu vou viver muito mais, mas não há garantias.

O Sr. é ateu e já esteve à beira da morte, por causa da febre amarela . Naquela situação limite, apegou-se em algo espiritual, religioso? Não, porque [ser ateu] é mais forte do que eu. Você não tem domínio sobre essas coisas. Elas são como são. A vida dos religiosos deve ser mais fácil. Eu rezo e vou resolver os meus problemas assim, vou me sentir amparado por alguém, pela figura de Deus. Mas quando isso não faz sentido prático para você, você não consegue fingir que está tendo esses princípios religiosos.

Se tivesse que escolher seus maiores acertos e maiores erros quais seriam? Acertei primeiro escolhendo a profissão. Desde pequeno queria ser médico e nunca me arrependi dessa escolha. O segundo acerto foi quando escolheri a oncologia . No começo dos anos 1970, a ênfase da oncologia era a cirurgia e a radioterapia. A quimioterapia ensaiava os primeiros passos. Eu pude acompanhar esses avanços todos até o que temos hoje, o impacto da biologia molecular.

Outro acerto foi durante a epidemia de Aids . No Hospital do Câncer, eu era chefe do serviço de imunologia, e a Aids era uma doença que dava depressão imunológica, dispensava oportunistas e câncer, que eram as coisas que mais me interessavam na medicina.

E, por causa da epidemia de Aids, entendeu que a função dos médicos não é só atender os doentes, é também educar, contar para a sociedade as coisas que ele aprendeu, tentar fazer com que os outros não precisem passar por situações que a seguiram leva. E isso me dá muito prazer.

E os erros? São vários [risos]. Eu não fui um aluno brilhante . Entrei na faculdade e, como precisava trabalhar, comecei a dar aula em cursinho. Ficava na faculdade o dia inteiro, ia para o cursinho e dava aula até as 11h da noite, todos os dias, de segunda a sexta. No sábado dava aula o dia inteiro, e no domingo de manhã também.

Acho que as coisas erradas que eu fiz foram no exercício profissional. A medicina é uma profissão muito curiosa. Você trata cem doentes, cura 99, mas com um doente as coisas não dão certo por uma série de razões. Você vai esquecer os 99 e só vai pensar naquele doente em que as coisas não deram certo.
No começo da profissão faltava maturidade para entender essa coisa da vida e da morte.

A tendência do médico quando o doente vai mal, quando as coisas que você faz dá errado, é se afastar do doente. E isso aconteceu comigo numa certa fase. Eu fiquei tão triste com os doentes que evoluíam mal que eu pensei que essa fase não dependia de mim. [Pensava] ‘Estudei medicina para curar, trate as pessoas não para que elas morram na minha frente’. Era altamente frustrante.

E quando isso mudou? Com o passar do tempo, comecei a enxergar a verdadeira arte da medicina. Quando as coisas vão bem, você dá o remédio, o doente fica bom. Qualquer médico é capaz de fazer isso. Mas como você acompanha a pessoa nos momentos finais da vida? O que você faz? O que você aprende com ela?

Mais tarde, com mais maturidade, isso me deu uma grande realização. Mais até do que curar os doentes. A figura do médico é crucial quando ele exerce o papel dele de verdade. Quando ele leva aqueles dados todos em consideração e tenta fazer com que aquele final tenha o mínimo sofrimento possível.

O Sr. lidar bem com a morte de pessoas próximas? Acho que sim, mas isso começou lá atrás. Eu perdi minha mãe com quatro anos. Aí fomos morar com a avó paterna, e ela morreu quando eu tinha oito anos. Depois eu vivi isso tantas vezes no exercício da profissão que eu me preparo para essa realidade.

Eu perdi meu irmão mais novo, ele tinha 45 anos, era médico, a gente trabalhava junto. Eu tinha 47 anos, fui o médico dele. Se o meu irmão estivesse vivo, teria 78 anos, um velho como eu. E eu tenho a imagem dele com 40 e poucos anos. Ele era muito bonito. Passavam dez mulheres na rua, as dez olhavam para ele e nenhuma para mim [risos].

Quando você vai perder pessoas queridas , a felicidade possível, o teto que você consegue alcançar, é rebaixado. Não é que você vai ficar infeliz para o resto da sua vida, mas vai te faltar alguma coisa e isso é para sempre.

Quando você vai perder pessoas queridas, a felicidade possível, o teto que você consegue alcançar, é rebaixado

Dráuzio Varella
médico

Esse é um dos aspectos mais duros da velhice, quando você começa a perder as pessoas que te cercam. Você precisa se adaptar a essa posição nova e, se não fica atento, fica sozinho. Quantas pessoas de idade caem nessa situação porque não se prepararam para esse momento? A gente não pode cair nessa de jeito nenhum.

E quais são os próximos planos? Pretende desacelerar? Não quero desacelerar. Não quero primeiro porque eu não sei. Sempre trabalhei muito. Tive fases da vida em que diziam: ‘tô trabalhando demais, que absurdo, preciso reduzir’. E não consegui. Não é agora com 80 anos que vou aprender. Por outro lado, tem uma premência por causa da idade. Não fiz tudo o que eu queria ainda.

O que ainda falta? Quero melhorar essa comunicação, encontrando formas mais eficientes de transmitir informações, ler mais. Li há pouco tempo o “Anna Karenina”. Até tinha começado a ler no passado, mas tive que parar. Agora li com enorme prazer. Com a idade de hoje, pude entender melhor a estrutura do livro, aqueles personagens que o Tosltói descreve maravilhosamente bem. Quero me aplicar mais. Ter mais tempo para ler e escrever.

Ainda corre na região central de São Paulo? Sente-se inseguro com o aumento da violência ? Não corro tanto quanto eu corri porque a epidemia atrapalhou um pouco, mudou os nossos costumes. Correr na rua não me preocupa pela violência, nunca tive problema nenhum.

Ao contrário, conheço a população que vive no centro, os craqueiros, muitos me conhecem da cadeia. O que me preocupa mais agora é a condição das nossas calçadas. É difícil ter que correr olhando pro chão, senão você tropeça e cai. Já tomei alguns tombos assim. E o último que eu tomei fiquei chateado.

O Sr. e a [atriz] Regina [Braga] estão casados ​​há mais de 40 anos. Qual o segredo para um casamento tão longevo? Eu acho que é o respeito mútuo. É um privilégio de poucos. Ou as pessoas se separam rapidamente ou continuam a viver juntos mas é aquele relacionamento que, de fora, você olha e diz: ‘que tristeza! A vida é isso?’ Vai dar um desencanto com a vida em comum.

Mas é possível você ter uma relação decente com uma pessoa em que um não queira prejudicar o outro, que um veio na relação para ajudar o outro e vice-versa. Quando você tem a sua parte emocional equilibrada, sobra muito tempo para o resto.

Quando penso nos anos que passei com desencontros, um com ciúme do outro, um criando problemas para o outro, eu penso: ‘que perda de tempo! A vida é uma só!’ A gente que tem casa, comida, roupa para vestir, que tem dinheiro para passear, tem que ser feliz.

RAIO-X
Drauzio Varella, 79 Médico cancerologista formado pela USP, dirigiu durante 20 anos o serviço de imunologia do Hospital do Câncer (SP). Foi um dos pioneiros no tratamento da Aids no Brasil, especialmente do sarcoma de Kaposi. Em 1986, iniciou em rádios campanhas de prevenção à Aids. A partir de 2000, começou sua participação em programas da rede Globo e sua coluna na Folha . Tem um portal de notícias de saúde e um canal no YouTube. Realiza atendimentos voluntários em um centro de detenção provisória. É autor de 18 livros, entre eles o best-seller “Estação Carandiru” (1999). Casado com a atriz Regina Braga, é pai da editora e tradutora Mariana e da médica Letícia. Tem duas netas. Faz 80 anos no dia 3 de maio de 2023

Folha de SP

Postado em 30 de abril de 2023

STF forma maioria e suspende comercialização de ouro com base na presunção de boa-fé

Os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) formaram maioria para seguir a liminar de Gilmar Mendes que suspendeu a compra e venda de ouro com base na presunção de boa-fé. A decisão foi feita nesta sábado, 29, e atende a pedidos do Partido Verde (PV) e do Partido Socialista Brasileiro (PSB), que questiona uma lei que permite que distribuidoras de títulos e valores mobiliários (DTVMs) realizem a compra de ouro com base unicamente em dados fornecidos por vendedores. As legendas acreditam que a falta de fiscalização incentiva o garimpo ilegal, uma vez que é a única garantia de procedência legal do material é a a palavra do garimpeiro. “É preciso que esse consórcio espúrio, formado entre garimpo ilegal e organizações criminosas, seja o quanto antes paralisado. O provimento de medida cautelar, pelo Supremo Tribunal Federal, é o meio adequado e necessário para tanto”, afirmou Gilmar Mendes.

Além da suspensão da prática, ele solicitou a formulação de uma nova legislação para a fiscalização do comércio de ouro. O voto do ministro foi acompanhado pelos colegas Alexandre de Moraes, Rosa Weber, Dias Toffoli, Edson Fachin e Cármen Lúcia. Ainda estão pendentes dos pronunciamentos de André Mendonça, Nunes Marques e Luiz Fux. A sessão plenária seguirá até terça-feira, 2. O Ministério da Justiça e Segurança Pública deve encaminhar ao Congresso Nacional uma medida provisória para melhorar a fiscalização do ouro, com novas regras como a obrigatoriedade da nota fiscal eletrônica nas transações. O texto foi elaborado pelo grupo de trabalho montado contra o garimpo ilegal após a crise humanitária na terra indígena Yanomami.

JP NEWS

Postado em 30 de abril de 2023

Agrishow: organização cancela cerimônia de abertura após polêmica com Bolsonaro

Após o Banco do Brasil suspender o patrocínio à Feira Internacional de Tecnologia Agrícola em Ação (Agrishow), evento do setor do agronegócio que terá a presença do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), os organizadores cancelaram a cerimônia de inauguração.

Em nota, a organização informou que, “em virtude de toda a repercussão gerada pela cerimônia de abertura da 2ª edição da Agrishow, as entidades realizadoras do evento optaram por não realizar solenidade de abertura da feira, prevista para o dia 1º de maio, às 11h” (leia a nota completa abaixo).

A feira ocorrerá em Ribeirão Preto (SP). Ante a previsão da ida do candidato derrotado nas últimas eleições presidenciais, a organização do evento alertou o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, sobre um provável mal-estar. O movimento soou como se os organizadores estivessem desconvidando Fávaro.

A Agrishow tinha o governo federal e o Banco do Brasil como os dois principais patrocinadores, mas o Executivo decidiu cancelar o apoio financeiro na sexta-feira (28/4). Fávaro pretendia utilizar o evento para o lançamento oficial de uma linha de financiamento em dólar para o agronegócio, que será operada pelo BNDES, e para anunciar mais recursos para o Plano Safra deste ano.

Bolsonaro deve ir ao evento acompanhando o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), seu aliado político.

Leia a nota da Agrishow na íntegra:

“Em virtude de toda a repercussão gerada pela cerimônia de abertura da 2ª edição da Agrishow, as entidades realizadoras do evento (Abag – Associação Brasileira do Agronegócio, Abimaq – Associação Brasileira de Indústria de Máquinas e Equipamentos, Anda – Associação Nacional para Difusão de Adubos, Faesp – Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de São Paulo e SRB – Sociedade Rural Brasileira), optaram por não realizar solenidade de abertura da feira, prevista para o dia 1º de maio, às 11h.

A Agrishow mantém a sua tradição de ser a principal vitrine do setor, apresentando o que há de mais moderno em tecnologia para o agronegócio, soluções para pequenas, médias e grandes propriedades, estimulando a realização de negócios.

Reiteramos o convite para que mantenha a sua agenda de visita ao evento para conhecer as inovações que estão ampliando a competitividade e o desenvolvimento do setor.”

Metrópoles

Postado em 30 de abril de 2023

Sexo oral pode causar câncer de garganta? Veja o que dizem os médicos

A associação entre sexo oral e câncer de garganta viralizou nas redes sociais nos últimos dias, causando dúvidas nos internautas sobre as chances do desenvolvimento da doença pelo ato sexual. De acordo com especialistas ouvidos pelo Estadão, o risco de fato existe, devido à infecção pelo Papilomavírus Humano, o popular HPV, que tem potencial cancerígeno. Apesar disso, dizem, a relação de causalidade não é regra e há formas de prevenção.

A repercussão nas redes se deve a um artigo publicado pelo professor Hisham Mehanna, do Instituto de Câncer e Ciências Genômicas da Universidade de Birmingham, na Inglaterra, no portal The Conversation, na última terça-feira, 25. Na publicação, intitulada “Sexo oral é agora o principal fator de risco para câncer de garganta” em tradução livre, o especialista destaca um “rápido aumento” no câncer de garganta no Ocidente. De acordo com ele, essa crescente está associada à infecção por HPV, alimentando o que vem sendo chamado de “epidemia” por alguns estudiosos.

Com surpresa e receio, os internautas reagiram ao texto, que foi replicado em perfis de grande alcance no Twitter. A atriz e apresentadora Tatá Werneck entrou para a discussão em tom de bom humor. “Por favor não diz isso”, escreveu. De acordo com especialistas, o aumento na incidência de câncer de orofaringe ocasionado pela infecção de HPV de fato tem sido observado em diversas partes do mundo, especialmente nas últimas duas décadas.

Dados do Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) dos Estados Unidos sugerem que cerca de 70% dos cânceres de orofaringe no País estão relacionados ao HPV. Além disso, antes, o vírus era associado prioritariamente ao câncer do colo do útero, mas entre norte-americanos o número de casos de câncer de orofaringe relacionados ao HPV já supera os índices de câncer de colo de útero pela mesma causa, segundo Gilberto de Castro Junior, oncologista especializado em cabeça e pescoço do Hospital Sírio-Libanês.

Uma das razões apontadas pela ciência para esse crescimento é, justamente, a queda dos casos de câncer de orofaringe originadas por tabagismo e etilismo, que são os outros dois principais fatores da doença. “Historicamente, o câncer de garganta está associado ao consumo elevado de cigarro e de álcool. Mas pelo menos nos últimos 20 anos, principalmente nos países mais ricos, progressivamente houve diminuição dos índices de tabagismo e, na mesma frequência que isso diminui, foi notando-se que o câncer de garganta não teve queda nos números, e muitos desses eram originados pelo HPV”, explica Virgilio Gonzales Zanella, cirurgião de cabeça e pescoço da Santa Casa de Porto Alegre. De acordo com ele, os índices podem variar também conforme as práticas sexuais de cada cultura.

No caso do Brasil, de uma maneira geral, o tabagismo e o consumo abusivo de álcool seguem sendo os principais causadores da doença, segundo Castro Junior. Os números, entretanto, podem variar de acordo com o público. “No Sistema Único de Saúde (SUS), o principal fator de risco ainda é cigarro e álcool. Mas entre pacientes socioeconômicos mais abastadas, na saúde privada, já se observa que na maioria dos casos encontra-se o vírus.”

Relação entre sexo oral e câncer não é regra

Os especialistas em cabeça e pescoço enfatizam que a relação entre o sexo oral e o surgimento de câncer orofaringe não necessariamente é uma sequência universal, por diferentes motivos. Para além da presença da infecção do vírus em um dos parceiros, a relação está condicionada ao subtipo do HPV.

“Nem todo papilomavírus é igual. Há os de alto potencial oncogênico e os de baixo risco. Além disso, se o vírus chega lá (na garganta), não é todo mundo que desenvolve o câncer. Assim como qualquer vírus, você tem uma resposta imunológica para combatê-lo”, explica o médico do Sírio-Libanês. Entre os mais de 200 tipos de HPV, os de número 16, 18, 31 e 33 são reconhecidos como oncogênicos, ou seja, podem infectar uma célula e transformá-la em cancerígena, segundo o profissional. “A presença do vírus e o desenvolvimento do câncer são exceção, não regra”, complementa.

Uma vez que a principal via de transmissão do HPV são as relações íntimas, outro fator decisivo na relação é o comportamento sexual. Os médicos destacam que o uso de preservativo é essencial para prevenir a infecção, assim como outras ISTs. “Como sexo oral é comum e o vírus é disseminado na população, é uma questão de risco. Quanto mais houver sexo desprotegido, maior exposição à infecção”, enfatiza o oncologista.

Neste sentido, o número de parceiros sexuais de uma pessoa também pode ser considerado um fator de risco, devido à maior exposição ao vírus. O artigo que originou a repercussão da discussão chega a mencionar uma pesquisa publicada, em 2007, na revista científica The New England Journal of Medicine, que afirma que o principal fator de risco para a doença é o número de parceiros sexuais ao longo da vida, especialmente por sexo oral. O estudo diz que pessoas com seis ou mais parceiros têm 8,5 vezes mais chances de desenvolver câncer de orofaringe do que aqueles que não praticam sexo oral.

É importante se vacinar contra o HPV

Outro elemento decisivo é a vacinação, principal forma de prevenção ao HPV. O SUS disponibiliza gratuitamente o imunizante, que confere proteção aos HPV de alto risco 16 e 18, responsáveis por grande parte dos casos de câncer ligados ao vírus. Meninas e meninos de 9 a 14 anos podem tomar a vacina de forma gratuita, além de pessoas com HIV/aids, transplantados e imunossuprimidos, entre 9 a 45 anos.

Zanella relembra a importância de vacinar especialmente meninos, que têm uma cobertura vacinal baixa no Brasil. “São a população mais suscetível ao câncer de orofaringe causado por HPV, e é onde a vacina tem menor penetração, por desconhecimento ou esquecimento dos pais”, alerta.

Por fim, a combinação da infecção por HPV com outros fatores predisponentes à doença, como o tabagismo e o consumo de álcool, podem potencializar o risco de desenvolvimento da doença. “Todo câncer, para surgir, precisa ter uma interação do nosso corpo com fatores externos. Uma garganta que já está lesionada pelo abuso crônico de tabagismo e do consumo de álcool pode se tornar mais propensa a desenvolver câncer em relação ao HPV”, explica o cirurgião da Santa Casa de Porto Alegre.

Os especialistas ainda enfatizam que o câncer de garganta por HPV tem melhor prognóstico e mais chances de cura se comparado ao de outras causas. “Ele responde muito melhor aos tratamentos comparado ao câncer de garganta por cigarro ou álcool. Parecem ser duas doenças completamente diferentes, mas que ocorrem no mesmo lugar e com o mesmo nome. São biologicamente distintas em termos de agressividade e resposta ao tratamento”, descreve Zanella que, em todos os casos, deixa o alerta: “Uma lesão que não cicatriza em duas semanas ou uma dor de garganta que não passa merecem atenção médica.”

GZH

Postado em 30 de abril de 2023

‘A gente está perdendo para os vizinhos. A gente está sendo sugado pela Paraíba’, diz Styvenson Valentim

Eleito em 2018 com 745.827 votos para o Senado Federal, Styvenson Valentim (Podemos) admite que o isolamento político e a decisão de não usar fundo eleitoral e de campanha, tempo de TV e rádio, foram cruciais para que terminasse em terceiro lugar na campanha de governador em 2022, tendo obtido 307.330 votos.

Agora, o senador saiu do isolamento, conversa com outros partidos e deixou em aberto candidaturas a prefeito de Natal em 2022 e ao governo do Rio Grande do Norte em 2026.

Ferrenho crítico da governadora Fátima Bezerra (PT), Valentim diz que sua participação na Mesa Diretora do Senado, onde é quarto secretário, agora ajuda a aprovar projetos de seu interesse, como o PL que torna terrorismo o crime organizado, cuja votação foi adiada na quarta-feira (26), mas volta à pauta da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) na próxima semana, como lhe garantiu o presidente da CCJ, senador Davi Alcolumbre (União-AC).

O senhor já superou o episódio do adiamento da votação da lei que torna terrorismo o crime organizado?
Quando o adiamento partiu de quem se coloca totalmente a favor do crime organizado, não tem como ficar satisfeito e nem conformado com isso, pelo contrário, atendemos todos os pedidos do PT para excluir as movimentações sociais, que tanto defendem, restou a organização criminosa e mesmo assim se colocam contra. Era só uma desculpa.

Quando o senhor acha que o projeto voltará à pauta de votação na Comissão de Constituição e Justiça depois do pedido de vista?
Já falei com o presidente da CCJ, Davi Alcolumbre (União-AP), semana que vem está de volta, porque é um compromisso que ele tem comigo. Então, fazer parte da mesa hoje me dá essa prerrogativa. Estar na mesa diretora hoje ou estar próximo a quem comanda o Congresso Nacional me dá essa prerrogativa.

A CPM de 8 janeiro já foi lida no Senado, esquentou o clima político em Brasília. O senhor vai estar presente nessa comissão indicado pelo Podemos?
Eu fui indicado para suplente e o titular vai ser o senador Marcos do Val (Podemos-ES), mas eu vou ser titular na CPI das ONGs. É outra pancada no governo, que já foi lida pelo presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG) e agora vai ter indicações dos senadores pelos partidos. O requerente da CPI das ongs, o senador Plínio Valério (PSDB-AM), exigiu a minha presença nessa CPI e acho que o relator será o senador Márcio Bittar (União-AC).

O senhor conversou mais uma vez, no meio da semana, com o ex-senador José Agripino, o que discutiu com ele?
Não só com o senador José Agripino, com quem já conversei duas vezes, conversas longas de duas ou três horas. Falamos sobre o futuro do Rio Grande do Norte, que está totalmente deteriorado pela administração Fátima Bezerra (PT), governadora em exercício e reeleita, ela consegue esburacar o Rio Grande do Norte todinho, tornar esse queijo suíço podre que está o Rio Grande do Norte hoje. Economia falida, aumento de ICMS estradas totalmente deterioradas, segurança pública totalmente insegura, saúde pública com filas gigantescas em hospitais. A educação nem se fala, que é a última em tudo. Todo o Estado parte para um caminho irreversível, se não for tomado nenhuma providência. Então, o dialogar com o senador Rogério Marinho (PL), com o Davi Alcolumbre, que quer de todo jeito me colocar no partido União Brasil, com o senador Ciro Nogueira (PP-PI), que me quer também no partido dele, isso aí é natural no Senado e no Congresso esse tipo de conversa partidária, mas que passa, principalmente, pelo futuro que queremos dar para o Rio Grande do Norte, porque hoje o futuro que a gente vê é trágico.

O fato de o União Brasil ter uma ala dentro do governo, dificulta sua ida para esse partido?
O União Brasil como outros partidos, inclusive o Podemos, que está com um pé dentro do governo também, dentro do segundo escalão, mas está. Tem deputados que estão, senadores não, mas tem deputados que estão fazendo parte do governo, com cargos no governo. Se a gente for procurar um partido puro de governo hoje, PL talvez seja um que não apresente, votou contra a urgência do PL fake news, mas tem deputado do Rio Grande do Norte que votou a favor, mas isso aí é um detalhe. A gente quando busca um partido pra mudar, eu disse que eu ia usar toda artilharia possível. Todo tipo de munição possível, estou buscando tempo de TV e rádio, fundo eleitoral, fundo partidário e capilaridade, porque não dá mais pra competir na política norte-riograndense e na política brasileira sem essas paridades e armas, como foi visto em 2022. Eu fiz o trabalho desde 2018 de conscientização da população, mas a população não se conscientiza. Ela acha que campanha política feliz, alegre, com carro de som, com piseiro, com acúmulo de pessoas nas ruas, isso vai dar uma boa administração, não deu. Olha o caso do governo Fátima, era tido como uma campanha de propaganda eleitoral fora da realidade do nosso estado, com propaganda enganosa e ficção. Ela não foi a nenhum debate praticamente, só foi no primeiro e no último. E preferiu ficar fazendo festas pelo interior, angariando apoios e não cumpriu nada com nenhum prefeito e todos os prefeitos estão revoltados com Fátima, porque não cumpre palavra, como o PT não cumpriu comigo no PL do antiterrorismo. É um partido que não tem palavra nenhuma, não tem confiabilidade. Já que disseram que eu era resistente para diálogo e para conversa, pelo contrário, acho que eu perdi tempo em não conversar, porque eu estou esclarecendo muitas coisas sobre o nosso Rio Grande do Norte com quem tem experiência. Não quer dizer que eu vá mudar a minha essência, não quer dizer que eu vá mudar a minha postura, minha moralidade, meu caráter. Pelo contrário, quero fazer as duas coisas.

Voltando ao assunto, o senhor prefere disputar o governo ou a prefeitura de Natal em 2024?
Eu não excluo nada, por enquanto eu não estou excluindo nada. Mas o que eu quero é certo. O que eu quero não é só disputar uma campanha. O que eu quero é melhorar meu estado. É melhorar a administração pública. É mostrar que isso é como eu estou fazendo aqui no Senado. Nos quatro primeiros anos economizei de verba de gabinete R$ 8 milhões e a própria população me taxou como babaca. Deixa de ser besta. Diziam. Como besta mesmo. Que economiza dinheiro para devolver para governo federal poder gastar errado. Estavam certos, até certo ponto, por quê? Porque a ideia de economicidade, a ideia de transparência, de moralidade e combate a corrupção parece que ficou esquecida e perdida no país. Principalmente no nosso estado, que é um estado infelizmente pobre e vai ficar muito mais pobre ainda. Principalmente o pobre vai sentir muito mais esse peso depois desse aumento de ICMS do combustível de 2%, vai pagar R$ 200,00 ao ano. Quem ganha R$ 40 mil de salários, como houve um aumento agora para os procuradores, vai pagar os mesmos 2% ou R$ 200,00 a mais ao ano da mesma forma que aquele que ganha o Bolsa Família. Quem é que sente mais? Será que o nosso estado vai empobrecer mais? Então ser candidato é pra mudar a realidade do nosso estado. Ou seja, na prefeitura, seja no governo do estado. É isso que a população tem que avaliar. É quem tem competência, coragem realmente de adotar essa fórmula, que não é difícil, que não é política, mas sim técnica de poder agir pela população.

O governo estadual tem usado recursos de suas emendas e quanto realmente foram utilizados?
De cabeça, só para saúde foi quase R$ 23 milhões, sendo R$ 16 milhões só para o Hospital Tarcísio Maia (Mossoró). Eu ouvi dizer que a governadora já gastou 60% desses recursos no Tarcísio Maia, que é uma penúria, é podre de sujo e velho. Mandei recursos pra ampliar, equipar e pra reformar, estou dando um exemplo de recursos que destinei. E ela não gastou, porque eu não vi nota fiscal. Eu não vi produto. Eu não vi equipamento. Só vi 70 macas que eu mesmo fui fiscalizar. Eu fui ver pessoalmente, pegar as notas fiscais e contar uma por uma as 70 macas compradas. Agora a pessoa manda R$ 16 milhões e diz que gastou, ela que mostre onde gastou.

Mesma coisa foi na área da educação?
Eu mandei R$ 250 mil para a compra de tabletes em 2019 para a Escola Maria Ilka (bom Pastor), mas nunca viu um tablete, então é um governo lerdo pra gastar, é um governo moroso, lento, é um governo de pachorra, não sabe gastar dinheiro, o único dinheiro que gastou meu dentro da segurança pública e olha o que eu mandei dinheiro pra segurança pública, para construir um hangar, cerca de R$ 2 milhões, gastou R$ 500 mil na compra de câmeras.

Quer dizer, tem recursos, mas não está sabendo utilizar?
Tem recursos sim, mas não tem sabe o quê? Pessoas profissionais, pessoas técnicas pra poder utilizar esse recurso, não tem projeto executivo nenhum. Outro exemplo disso são os R$ 7 milhões parados que a gente vai perder agora no final lá na escola Maria Ilka pra construção da nova escola. No dia 22 de dezembro de 2023 esse empenho vai cair, porque o governo não apresenta e não responde a PGE nas diligências tem que ser feita, não fez projeto executivo. O TCE deveria ir lá ver, já que fez uma busca nas escolas? Deveria conhecer a escola Maria Ilka, pessoalmente, ou tem medo de entrar em favela, os técnicos?

O senhor foi candidato a governador em 2022, mas a prefeitura de Natal em 2024 estaria nos seus planos ou o senhor já tem um pré-candidato preferido?
Não, é muito cedo ainda pra conversar sobre isso em relação a mim, porque eu nem ainda mudei de partido, ainda nem sei se fico ou se saio do meu partido. Mas assim que definir, a gente vai olhar diferentes possibilidades. Agora tudo isso não passa só por cacife político ou sinal de quem está na liderança política, isso partiria da população de avaliar os seus políticos, o que foi feito em oito ou 16 anos em Natal e no Rio Grande do Norte que não nos levou a canto nenhum. A gente está perdendo para os vizinhos. A gente está sendo sugado pela Paraíba. Enquanto a gente não toma as atitudes dentro do turismo, dentro do empreendimento, dentro da construção civil, dentro do desenvolvimento, os estados vizinhos estão drenando toda a nossa economia. Tudo que a gente tem de potencial.

Tribuna do Norte

Postado em 30 de abril de 2023

Zema elogia Tarcísio e diz que ir de MG para SP era ir “do inferno ao paraíso”.

O governador de Minas Gerais, Romeu Zema, disse neste sábado (29/4) que sente que vai “do inferno ao paraíso” quando deixa o estado rumo a São Paulo pelas rodovias mineiras. Zema disse ainda que “sempre sentiu vergonha” das estradas de Minas Gerais.

“Eu sempre senti vergonha quando eu atravessava a ponte de Delta, quando atravessava a ponte de Miguelópolis, ou a de Frutal e a de Turama rumo ao estado de São Paulo. Eu saía, Tarcício, se eu estivesse indo de Minas a São Paulo, como se estivesse indo do inferno ao paraíso”, disse ao governador paulista, Tarcísio de Freitas.

Na continuação da fala, Zema disse que uma das prioridades de seu governo é melhorar as rodovias mineiras, mas que o estado “não tem o cofre” de São Paulo e aproveitou para elogiar Tarcísio:

“Talvez não consigamos [entregar] no padrão Tarcísio e São Paulo, tá certo? Mas vamos nos aproximar bastante”, disse Zema.

Os dois governadores estavam juntos neste sábado na abertura da maior feira de gado do Brasil, a Expozebu, em Uberaba (MG).

Metropoles

Postado em 30 de abril de 2023

FAB chegou a ter 908 militares filiados a partidos no governo Bolsonaro

Em levantamentos realizados nos últimos anos, a Força Aérea Brasileira (FAB) chegou a encontrar até 908 militares da ativa filiados a partidos políticos em 2020, segundo ano do governo Jair Bolsonaro, o que contraria a proibição imposta pela Constituição Federal. Militares da ativa não podem ser filiados a partidos.

Por meio da Lei de Acesso à Informação (LAI), a coluna questionou o Exército, a Marinha e a Aeronáutica sobre quantos militares da ativa estavam filiados a partidos políticos no último levantamento realizado pelas Forças.

O Comando da Aeronáutica foi o único a saber responder ao pedido, informando que, em 2020, encontrou 908 registros de filiações, e em 2021, 221 registros.

“Esses levantamentos tiveram e têm por base orientar os militares para que constantemente consultem o site da justiça eleitoral a fim de não serem surpreendidos com filiações partidárias que não deram causa, em cumprimento às disposições contidas no art. 142, § 3º, inciso V, da Constituição Federal, que veda a filiação partidária de militares enquanto em serviço ativo”, informou a FAB.

A Aeronáutica respondeu ainda que mantém um aviso no “Portal do militar” orientando os integrantes da Força a sempre consultarem o site do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para checar eventuais filiações.

O Exército disse não saber quantos militares da ativa são filiados. A Marinha informou que fez apenas um levantamento por amostragem no primeiro trimestre de 2023, mas não informou quantas filiações encontrou nessa amostra.

Em março, o Exército, a Marinha e a Aeronáutica pediram que seus integrantes da ativa seguissem o que determina a Constituição e se desfiliassem de partidos políticos em até 90 dias.

Em entrevista à repórter Mônica Gugliano, em 19 de abril, Tomás Paiva, comandante do Exército, admitiu que houve politização dos quartéis no governo Bolsonaro, e disse que isso foi um erro. “Temos que passar essa percepção exata de que política é fora dos quartéis”, afirmou.

Metropoles

Postado em 30 de abril de 2023

Moro seria o 1ª parlamentar condenado por calúnia no STF desde 88

Se o STF concordar com a denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) contra o senador Sergio Moro, o ex-juiz será o primeiro parlamentar a ser condenado por calúnia desde 1988, quando foi aprovada a atual Constituição.

Em denúncia enviada ao STF no último dia 17, a PGR considerou que Moro cometeu calúnia contra o ministro do STF Gilmar Mendes ao afirmar, em tom de brincadeira, que Mendes vende sentenças judiciais. Moro negou ter ofendido o ministro e disse que as falas foram retiradas de contexto, já que teriam sido ditas num casamento de festa junina.

Nos últimos 35 anos, o Supremo condenou 28 parlamentares criminalmente. Nenhum por calúnia. O levantamento foi feito pelo advogado Leonardo Estephan, do podcast STF em foco.

Os processos contra parlamentares no STF caíram desde 2018, quando o tribunal restringiu o foro privilegiado. Desde então, o Supremo só julga casos que tenham relação com o mandato dos parlamentares. Antes disso, era comum que deputados e senadores fossem condenados por crimes cometidos quando eram prefeitos, por exemplo.

Metropoles

Postado em 30 de abril de 2023

Copom começa a decidir taxa de juros na próxima terça-feira (2)

O Comitê de Política Econômica do Banco Central vai se reunir entre os dias 2 e 3 de maio para definir o rumo do juro básico no país. Os membros do Comitê decidirão se a taxa básica de juros aumenta, diminui ou se mantém estável.

A taxa Selic hoje é de 13,75% ao ano, o que tem gerado atritos entre a autoridade monetária e uma parcela da classe política.

Na última reunião, concluída no dia 22 de março, o Banco Central manteve a taxa sem ajustes.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) vive uma queda de braços contra o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, indicado no governo de Jair Bolsonaro, cujo mandato vai até 2024.

O Banco Central acredita que os juros altos manterão a inflação controlada, dada a situação mundial pós-pandemia e devido à guerra na Ucrânia. Por outro lado, governistas alegam que a Selic está acima do aceitável e que isso estagna a economia.

band

Postado em 30 de abril de 2023

Justiça Federal anula decisão que suspendeu funcionamento do Telegram no Brasil

A Justiça Federal anulou, neste sábado (29), a decisão que suspendeu o funcionamento do Telegram no Brasil. A plataforma de mensagens estava indisponível no país desde a última quarta-feira (26).

Na decisão, o desembargador Flávio Lucas, do Tribunal Regional Federal da 2ª Região, argumenta que a ordem de suspensão completa do serviço “não guarda razoabilidade, considerando a afetação ampla em todo território nacional da liberdade de comunicação de pessoas absolutamente estranhas aos fatos sob apuração”.

O magistrado, no entanto, manteve a multa diária de R$ 1 milhão aplicada pela primeira instância, pelo descumprimento da determinação de fornecer os dados “de todos os usuários” do canal “Movimento Anti-Semita Brasileiro” e do chat “(suástica) Frente Anti-Semita (suástica)”, principalmente do(s) seu(s) administrador(es).

Ainda na decisão, Flávio Lucas ressaltou que a regulamentação das redes sociais no país ainda é insuficiente para evitar abusos e proteger usuários e sociedade.

Ele também chamou atenção para o fato de que o Telegram tem tido “historicamente embates com o Poder Judiciário, por não atender as solicitações de fornecimento de dados”.

“É preciso que as empresas de tecnologia compreendam que o cyberespaço não pode ser um território livre, um mundo distinto onde vigore um novo contrato social, com regras próprias criadas e geridas pelos próprios agentes que o exploram comercialmente. As instituições e empresas, tal qual a propriedade privada, devem atender a um fim social, devem servir à evolução e não ao retrocesso”, destacou o magistrado.

Relembre histórico do Telegram até suspensão
Primeiro pedido da Polícia Federal
No dia 14 de abril de 2023, a PF entrou na Justiça contra o Telegram por uma investigação com a Polícia Civil para tentar identificar o financiador de um menino de 16 anos que matou três professoras e uma criança em Aracruz (ES), em 2022.

A apuração mostrou que o menino participava de um grupo que tinha conteúdo extremista. Assim, a corporação investigava possível corrupção de menor para praticar ato criminoso, pois descobriu que, através do Telegram, ele recebia “material antissemita, racista e de instruções para ataques terroristas”.

O suspeito participava de um grupo chamado “Movimento Anti-Semita Brasileiro”, que tinha uma suástica nazista como foto de perfil.

Segundo a polícia, nele era divulgado “tutoriais de assassinato, vídeos de mortes violentas, tutoriais de fabricação de artefatos explosivos, promoção de ódio a minorias e ideais neonazistas”, que podem ter induzido o jovem a cometer o crime.

As autoridades chegaram até o grupo através de análise conjunta com a Polícia Federal e Polícia Civil do celular apreendido do menino. A PF pediu à Justiça que fosse determinado que o Telegram fosse obrigado a disponibilizar a identificação dos usuários, dos administradores dessa página.

A polícia pontua, entretanto, que um mecanismo na plataforma possibilita que o administrador do canal permaneça oculto para os outros usuários, impedindo que sejam identificadas no próprio aplicativo, sendo necessário a solicitação para a empresa.

Segundo pedido da Polícia Federal
Após a recusa de cumprimento da ordem judicial, a Polícia Federal reforça que o chat em questão continuava ativo e citam que a não cooperação “torna a plataforma um meio de práticas criminosas mais abomináveis”.

Ainda segundo a corporação, isso se reproduz em outros casos relacionados ao aplicativo, por exemplo com negativas de fornecimento de dados de autores de abusos sexuais infantis, que “compartilham livremente o conteúdo na plataforma sob a garantia do anonimato e da impunidade”.

É ratificado, então, no dia 25 de abril o pedido para ter acesso aos dados, que estaria havendo descumprimento do Marco Civil da Internet e que a plataforma deveria ser suspensa.

Suspensão do Telegram
Na decisão mais recente, que suspendeu o aplicativo temporariamente do Brasil, o juiz responsável afirmou que não se sustenta a argumentação do Telegram que não conseguiriam repassar os dados solicitados devido o grupo ter sido excluído há mais de seis meses.

A resposta dada foi considerada “precária” pela Justiça. No caso de um dos canais, o Telegram informou que, apesar do canal já ter sido deletado, havia um usuário, um número de telefone e um IP vinculados ao administrador dele.

Em relação ao segundo canal, a plataforma disse “com base no ID fornecido, foi possível identificar que o grupo já foi deletado. Assim, para recuperar dados privados de seu administrador, é necessário o seu número de telefone”.

No entendimento da Polícia Federal, “a despeito da resposta dentro do prazo, as informações fornecidas não atendem à ordem judicial. Salienta-se que a determinação era para que o Telegram encaminhasse os dados cadastrais de TODOS os integrantes do canal e do grupo de chat”.

A decisão judicial concorda: “O Delegado de Polícia Federal peticionante tem razão ao argumentar que o cumprimento deficitário da ordem judicial pelo Telegram não se justifica.”

Também foi aplicada multa de R$ 1 milhão por dia até o cumprimento.

CNN

Postado em 29 de abril de 2023

Lula vai a São Paulo para enterro de afilhada

Sem previsão de agendas públicas, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva viajou para São Paulo na manhã deste sábado (29) para participar do enterro da afilhada. A informação foi confirmada pela Secretaria de Comunicação do Palácio do Planalto (Secom), que não deu mais detalhes, pedindo respeito ao momento pessoal e delicado atravessado pelo mandatário.

Ainda não há confirmação sobre quando Lula deve retornar a Brasília. Na semana passada, o presidente havia confirmado presença no tradicional ato nacional organizado por centrais sindicais pelo Dia do Trabalhador, na próxima segunda (1º), no Vale do Anhangabaú, em São Paulo. A presença dele no evento, entretanto, passou a ser dúvida. Até o momento, a Secom não confirma se o presidente voltará a Brasília ou se permanecerá em São Paulo para o evento de segunda, tampouco se ele comparecerá mesmo ao ato, como é aguardado pelas centrais. Em anos anteriores, Lula sempre participou do evento.

Salário mínimo
Há a expectativa também de que Lula assine até o dia 1º de maio o reajuste do salário mínimo para R$ 1.320. O anúncio, inclusive, estava previsto para ser feito durante o ato nacional pelo Dia do Trabalhador, segundo o ministro do Trabalho, Luiz Marinho.

Marinho disse já ter assinado a Medida Provisória com o aumento, mas não esclareceu se a medida será publicada no Diário Oficial da União no próprio feriado ou antes, em edição extraordinária.

BAND

Postado em 29 de abril de 2023

Banco do Brasil vai cancelar patrocínio com a Agrishow após ministro da Agricultura ser ‘desconvidado’

O Banco do Brasil (BB) vai cancelar o patrocínio com a Agrishow – Feira Internacional de Tecnologia Agrícola em Ação, em Ribeirão Preto, após o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, ser “desconvidado” por causa do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). O ministro da Secretaria de Comunicação, Paulo Pimenta, disse que “na medida em que o evento perde sua característica institucional e na medida em que houve essa descortesia com o ministro e com o Banco do Brasil que iria acompanhá-lo no evento, não se justifica mais o patrocínio”, comentou. Quem também se pronunciou sobre o episódio foi o ministro de Portos e Aeroportos, Márcio França. Mais cedo, ele contestou o patrocínio da instituição. “Se a Agrishow não quer o governo federal no evento, não sei se o Banco do Brasil e o governo federal deveriam continuar patrocinando o evento”, escreveu no Twitter. Fávaro decidiu não participar da abertura da Agrishow, marcada para a próxima segunda-feira, 1º, devido a presença de Bolsonaro no evento. O ministro foi avisado na última terça-feira, 25, por Francisco Matturro, presidente da feira internacional, sobre a ida do ex-presidente. Nas eleições de 2022, o agronegócio, em sua maior parte, apoiou a candidatura de Bolsonaro. Em relação ao patrocínio, por meio de sua assessoria, a Agrishow disse que não vai comentar o assunto enquanto não for notificada oficialmente pelo banco, que é um dos principais patrocinadores financeiros do evento. Para se ter ideia, nesta edição o Banco do Brasil tem previsão de gerar R$ 1,5 bilhão em negócios na feira agrícola.

JP NEWS

Postado em 29 de abril de 2023

Lojistas relatam queda nas vendas no mês de abril no RN

No mês abril deste ano, lojistas e comerciantes relatam queda das vendas no varejo em comparação com 2022. Os acontecimentos do mês de março, bem como cenário econômico, como aumento de 2% do ICMS que passou a valer no dia 1º deste mês e endividamento das famílias são alguns dos motivos relatados. Em alguns setores, como de supermercados, influenciado pelo feriado da Páscoa, houve recuperação. No entanto, empreendimentos como lojas de roupas e variedades relatam queda de até 40% nas vendas. Em março passado, o Rio Grande do Norte apresentou maior queda do Brasil no setor, cerca de 11,3% de acordo com o Índice de Atividade Econômica Stone Varejo.

As vendas deste mês ainda foram melhores do que as de março, quando o setor registrou queda entre 70% e 80%, de acordo com o presidente de Associação dos Empresários do Bairro do Alecrim (Aeba), Matheus Feitosa. No entanto, ele diz que ainda apresentam diminuição de 30% a 40% a depender do setor, em comparação com o mesmo mês do ano passado. “A gente sentiu uma queda de fluxo de pessoas no Alecrim. Tinha clientes comprando, tinha, mas a gente via as ruas praticamente sem movimento”, disse. No ultimo final de semana, a movimentação foi maior devido a tradicional feira do Alecrim, segundo Feitosa.

Nos shoppings também é observada a diminuição, a exemplo do Midway, segundo o presidente da Associação dos Lojistas de Shopping, Marcelo Rique. Por lá, o desempenho das vendas chega, em média, 15% a menos. “Abril foi melhor do que março em função de que março foi muito ruim”, disse. O alto endividamento das famílias foi um dos motivos descritos. Segundo dados da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), 77,9% da população está endividada em 2023.

De acordo com o presidente da Câmara dos Dirigentes Lojistas de Natal (CDL), José Lucena, vestuário e calçados são os setores que mais sofrem atualmente. “Tem alguns ramos que estão andando bem, mas a parte de vestiários e calçados estão andando meio de lado, e eu acredito que não chegue ao que atingiu o mês de abril do ano passado”, disse. Nesses segmentos, ele afirma que a diminuição fica entre 5% e 7%. Os feriados também retraem o comércio varejista da cidade, já que as pessoas costumam gastar em outros setores, como viagens e saem de Natal.

Para a gerente de uma loja de variedades no Alecrim, Ana Lídia, 35 anos, o comércio apresenta constante queda desde fevereiro, embora a redução nas vendas tenha sido mais acentuada em março e abril. “Antes dos atentados já estava muito fraco, mas esse mês foi pior. A gente não chega a vender nem 50%, mas esperamos que a próxima semana dê uma melhorada porque está chegando o dia das mães”, relata.

tribunadonorte

Postado em 29 de abril de 2023