O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), tem sua gestão aprovada por 33% dos eleitores da capital do estado. Para outros 37% dos paulistanos, seu governo é regular, e 26% o consideram ruim ou péssimo. Dizem não saber avaliar 3% dos entrevistados.
Os números são da mais recente pesquisa Datafolha, realizada na cidade de São Paulo entre quinta (7) e sexta-feira (8).
Em relação ao levantamento anterior , de agosto de 2023, Tarcísio teve oscilação positiva na aprovação, dentro da margem de erro. Na ocasião, sua gestão foi aprovada por 30% dos eleitores da capital paulista. Outros 38% eram considerados regulares, enquanto para 27% eram ruins ou péssimas.
O levantamento mais recente contorno com 1.090 entrevistas com pessoas de 16 anos ou mais. A margem de erro é de três pontos percentuais para mais ou para menos. Uma pesquisa também revelou uma intenção de voto na corrida municipal de 2024 .
Na cidade, o governador encontra mais resistência entre aqueles com nível superior, entre os quais a reprovação à sua gestão vai para 37%. Também tende a piorar no segmento com renda de 5 a 10 períodos mínimos e mais de 10 períodos, com 41% e 38% de reprovação, respectivamente.
Já a aprovação do governo registra índices melhores entre os homens —37% de ótimo/bom, ante 30% entre as mulheres— e entre evangélicos, base do bolsonarismo, em que atinge 43%.
Tarcísio foi eleito em 2022 com 55% dos votos válidos, apadrinhado por Jair Bolsonaro (PL), de quem foi ministro da Infraestrutura. À época, o governador foi alertado pela equipe de campanha de que não se elegeria sem o apoio do ex-presidente, mas que não bastaria o apoio dele. Ou seja, ele primeiro buscará o voto da centro-direita moderadamente.
Desde então, Tarcísio tem andado em uma linha tênue , equilibrando suas manifestações para não perder o eleitor de Bolsonaro, tampouco o eleitor de centro.
Quando estabelece relações amistosas com o presidente Lula (PT) , por exemplo, o governador é acusado por bolsonaristas de ser moderado demais e estar confraternizando com o adversário. Quando se alinha enfaticamente a Bolsonaro, como quando participou do ato na avenida Paulista ao seu lado em fevereiro, o entorno de Tarcísio precisa calcular os riscos políticos da exposição.
Segundo o Datafolha, a gestão do governador é avaliada como ótima ou boa por 21% dos que têm o PT como partido de preferência e por 87% dos que optam pelo PL.
Aliados dizem que o governador é muito leal e tem gratidão ao padrinho político, e que não largaria sua mão em uma situação difícil.
Na última manifestação convocada por Bolsonaro , no dia 25 de fevereiro, seu entorno considera que a exposição não foi negativa porque o ato mostrou que o bolsonarismo ainda tem muita força , e que o governador fez uma fala moderada, condizente com seu estilo.
Em 2026, Tarcísio pode tentar a reeleição ou se lançar para a Presidência, possivelmente negada pelo governador e por interlocutores.
Eles dizem que o projeto que ele está desenvolvendo em São Paulo é de longo prazo, e o mais interessante estrategicamente seria completar o ciclo no estado e colher os resultados. A ala do secretário Gilberto Kassab (PSD), que se movimenta para servir o vice de Tarcísio na corrida pela reeleição, é a maior defensora desse plano. Mas o governador, ainda assim, é considerado por muitos o nome que tem mais força entre os aliados do ex-presidente, que é inelegível , para uma potencial corrida presidencial contra Lula.
Em meio à guerra com Luciano Bivar pelo comando do partido, o novo presidente nacional do União Brasil, Antônio Rueda, teve sua casa de praia incendiada nas últimas horas, em Pernambuco. A casa da irmã dele, Emília Rueda, que é tesoureira da sigla, também foi incendiada. Os dois imóveis ficam lado a lado e estão localizados na praia de Toquinho, próximo a Porto de Galinhas, no litoral sul do estado.
Rueda estava em Miami, nos Estados Unidos, quando recebeu a notícia. O dirigente informou a aliados que retornaria ao Brasil ainda na noite de segunda-feira (11/3), chegando na terça-feira (12/3).
Guerra no União Brasil Aliados de Rueda avaliam que Bivar pode ter alguma relação com o incêndio. Outrora aliados, os dois estão em pé de guerra após Rueda ter articulado para assumir o comando do União no lugar de Bivar.
A disputa já tinha levado o atual presidente do partido a registrar boletim de ocorrência contra Bivar por suposta ameaça. Procurado pela coluna, Bivar não respondeu. O espaço segue aberto.
Investigação Em nota, Rueda disse “lamentar profundamente” o incêndio nas duas casas e informou que pediu à Polícia Civil de Pernambuco “célere e rigorosa investigação dos fatos”.
“A família não descarta a possibilidade de um atentado motivado por questões político-partidárias”, afirma a nota, sem mencionar o nome de Bivar.
Rueda e a irmã afirmaram ainda que “confiam na minuciosa apuração dos fatos” e frisaram “que não irão se intimidar diante de qualquer ameaça”.
No último domingo (10/3), o Estado do Rio de Janeiro publicou uma nova lei que obriga estabelecimentos de saúde a exibirem um cartaz destacando a responsabilidade dos médicos em produzir receitas claras e legíveis. A iniciativa abrange estabelecimentos de saúde em todas as suas formas, incluindo hospitais, clínicas, laboratórios, farmácias e consultórios. A legibilidade das receitas é considerada obrigatória desde 1973.
O cartaz deve ressaltar ainda que os receituários precisam identificar se o medicamento é para uso externo ou interno, fornecer a identificação do profissional prescritor e informações do paciente, sempre respeitando a nomenclatura e o sistema de pesos e medidas oficiais.
Em nota, o Conselho Federal de Farmácia (CFF), afirmou que apoia qualquer medida que venha a contribuir “para que a legislação, flagrantemente desrespeitada por décadas, seja cumprida”. A medida, segundo a entidade, simplifica também o trabalho dos farmacêuticos no momento da dispensação dos medicamentos, garantindo que os pacientes recebam o tratamento adequado.
“Receitas mal escritas podem acarretar no uso equivocado do medicamento ou em uma dosagem inadequada, apresentando um considerável risco para a saúde e até mesmo para a vida do paciente. Além disso, a similaridade entre os nomes de alguns medicamentos pode levar o indivíduo ao erro se não estiverem devidamente claros”, alertou o CFF.
Uma nova pesquisa do Datafolha para prefeito de São Paulo será divulgada às 0h01 desta segunda-feira (11). Este é o primeiro levantamento feito pelo instituto sobre a corrida eleitoral em 2024, faltando cinco meses para o início da campanha.
Além de intenção de voto para prefeito, o instituto afere outras questões, como a coleta de pré-candidatos e o grau de conhecimento deles pela população.
Entre os pré-candidatos da disputa paulistana estão Altino (PSTU), Guilherme Boulos (PSOL), Kim Kataguiri (União Brasil), Marina Helena (Novo), Ricardo Nunes (MDB) e Tabata Amaral (PSB).
O instituto produziu um levantamento em agosto passado, com outro cenário de pré-candidatos. Na ocasião, Boulos apareceu à frente, com 32% das intenções de voto, seguido por Nunes, com 24%, Tabata, com 11%, e Kim, com 8%.
As pesquisas eleitorais são um retrato da intenção dos participantes no momento em que as entrevistas são feitas, e não uma projeção do resultado , que só será conhecida no dia do pleito, com a apuração oficial.
Uma nova onda de calor está prevista para chegar ao Brasil nesta segunda-feira (11), trazendo temperaturas muito acima da média em diversos estados e marcando o fim do verão com um aumento significativo nos termômetros, podendo atingir até 10ºC acima do normal para esta época do ano. Os especialistas preveem que esta onda de calor poderá estabelecer novos recordes para o mês de março. De acordo com informações da MetSul, a região Centro-Sul do Brasil será a mais afetada por esse fenômeno. Estados como Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, Mato Grosso do Sul, parte de Goiás, grande parte de Minas Gerais, Rio de Janeiro e Espírito Santo poderão enfrentar temperaturas que chegam a alcançar até 40ºC.
A área mais densamente povoada do país também sentirá os impactos dessa elevação térmica. Em São Paulo, o calor persistirá até o término do verão, com temperaturas variando em torno e acima dos 36ºC. No interior paulista, o calor será ainda mais intenso, com as temperaturas aumentando gradualmente nos próximos dias e podendo atingir máximas de até 40ºC em algumas cidades.
A MetSul destaca que o epicentro dessa bolha de calor estará localizado entre o Paraguai e o Centro-Oeste brasileiro. Prevê-se que o período de calor intenso se estenderá em vários estados devido ao estabelecimento de um bloqueio atmosférico, que impedirá o avanço de frentes frias, resultando em uma sequência de dias com temperaturas muito acima das médias históricas.
Uma conversa entre um empresário de Brasília e o advogado Bruno Ornelas, atual representante do governo de Minas Gerais na capital federal, revela um esquema de venda de cargos no Departamento Estadual de Trânsito de Goiás. Nos diálogos por WhatsApp, de maio de 2022, ao qual a coluna teve acesso, Ornelas pede dinheiro para nomear um indicado do empresário para a gerência do Departamento de Tecnologia da Informação do órgão de trânsito. O preço do possível tráfico de influência: R$ 900 mil.
À época, o advogado era responsável pela coordenação política nacional do Podemos, partido ao qual, em março de 2022, o governador de Goiás, Ronaldo Caiado, entregou a administração do Detran em troca de apoio à reeleição. Na ocasião, Eduardo Machado, ex-presidente do PHS, partido incorporado pelo Podemos em 2019, assumiu a presidência da instituição.
Nos diálogos, Ornelas disse agir a pedido de Felipe Cortês, então colega de partido e candidato derrotado a deputado estadual em Goiás em 2022, ao pedir pagamentos ao empresário: “O Dentran lá é nosso, mas o jogo é dele Cortês”, afirmou. Diversas mensagens mostram a pressão exercida pelo advogado: “Faz o pix aí”; “Lindão, faz logo de 100”; ; “Manda mais 100k”; “Lindão, só trabalho com comprovante”; “Ou tem capim ou não tem”; “Irmão, 17 horas é o prazo final pra TED”; “Manda os 100 que garanto irmão”, entre outras (veja os prints).
Em uma das mensagens, Ornelas pede o adiantamento de R$ 100 mil para Cortês, e menciona o governador Ronaldo Caiado: “Faz o pix do Felipe aí, carai. 100k”; “[Cortês] Disse que vai rodar sim. Esteve com o governador [Ronaldo Caiado]. Mas é a gerência de Tecnologia. Não será a diretoria”. Em um vídeo enviado por Ornelas ao empresário, Cortês também citou o governador de Goiás ao prometer nomear o indicado do empresário para o cargo no Detran: “O governador já fez o compromisso. Até sexta-feira, graças a Deus, vamos publicar a po… da TI”, disse Cortês. A assessoria de imprensa do governador Ronaldo Caiado não retornou às perguntas enviadas pela reportagem. Procurado, Caiado também não respondeu.
Comprovantes aos quais a reportagem teve acesso mostram o depósito de R$ 150 mil à dupla do Podemos – sendo R$ 100 mil destinados à conta da mulher de Cortês, Fabiola Prado, que chegou a ser nomeada este ano para um cargo de assessora especial no governo de Caiado, mas a nomeação foi anulada e ela não tomou posse. Outros R$ 50 mil foram destinados pelo empresário a uma conta indicada por Ornelas, em nome da empresa Hiperpay Serviço de Pagamentos Ltda.. Apesar dos pagamentos, a nomeação não foi consumada.
Mais tarde, diante de mais pedidos de dinheiro, o empresário reclamou: “Só pede, só pede, aff”. “Tem um mês que mandamos lá pra ele [Cortês] os 150 mil. Ele fez nada”, escreveu. “Tem que dar saída lá papai. São 900 mil. Bb. Né 90 mil não”; e “Manda ele mostrar q tá andando”. Ornelas respondeu: “Deixa rolar primeiro. Aí vamos lá sentar na cadeira do presidente [Eduardo Machado]”.
Em outra mensagem, Ornelas enviou ao empresário uma foto da presidente Nacional do Podemos, a deputada federal Renata Abreu, durante um encontro de correligionários, e, em seguida, a mensagem: “Seus amigos”. O advogado trabalhou como assessor no gabinete da deputada por quase dois anos, entre 2017 e 2019. Procurada, a presidente do Podemos, Renata Abreu, não respondeu até o fechamento desta reportagem.
Bruno Ornelas afirmou, por meio de sua assessoria de imprensa, que “desconhece qualquer negociação de cargo ou qualquer outra ação que tenha usado seu nome de forma indevida e criminosa” e que “não mantém nenhum vínculo com o governo do Estado de Goiás, sendo desta forma impossível qualquer ingerência sua sobre qualquer assunto ou processo de contratação”. “A verdade é que não há e nem nunca houve qualquer negociação referente ao assunto tratado”, informa outro trecho da nota. Confrontado com as mensagens, Ornelas não respondeu.
Felipe Cortês chegou a retornar o contato feito por telefone, mas depois ignorou as chamadas. Ele também não respondeu às perguntas enviadas pela reportagem. O espaço continua aberto para que todos se manifestem.
Procurada, a assessoria do governador Romeu Zema enviou nota: “A assessoria de comunicação da Casa Civil informa que todos os contratados pela pasta passam por processo seletivo. Assim ocorreu com o referido servidor [Bruno Ornelas] e somente ele pode responder por qualquer fato anterior à sua nomeação”.
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, deverá esperar o desenrolar da ação contra a isenção do imposto de importação para bens de pequeno valor destinados a pessoas físicas no Brasil (as compras em sites como Shopee e AliExpress) para definir uma nova alíquota para o e-commerce. Uma ação direta de inconstitucionalidade que trata do tema (ADI 7589) foi protocolada no Supremo Tribunal Federal (STF) no fim de janeiro pelas confederações nacionais da Indústria (CNI) e do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC).
Na última terça-feira (5/3), a relatora da ação, ministra Cármen Lúcia, determinou que Haddad, o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), e o presidente do Congresso Nacional, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), prestassem informações sobre o tema no prazo máximo e improrrogável de 10 dias.
Como são considerados dias úteis, as respostas poderão vir apenas na semana de 18 de março. “Vamos apresentar os atos que fundamentam nossa atuação. Dentro do prazo”, disse o secretário da Receita Federal, Robinson Barreirinhas.
Na sequência, será concedida vista (isto é, tempo para análise) à Advocacia-Geral da União (AGU) e à Procuradoria-Geral da República (PGR), sucessivamente, para manifestação. O prazo máximo para cada uma delas será de cinco dias.
O governo deverá esperar que o STF se pronuncie sobre o tema nas próximas semanas. Uma manifestação da Corte poderá ajudar no desenrolar da questão.
O imposto de importação (de competência federal) em compras internacionais era de 60%, mas com pouca ou nenhuma fiscalização. Em agosto, o governo zerou, provisoriamente, esse imposto para compras de pequeno valor – assim consideradas aquelas até US$ 50 (cerca de R$ 250) – destinadas a pessoas físicas no Brasil. O Metrópoles apurou que a nova alíquota para o tributo é estimada, por enquanto, na casa de 20%.
Apesar das indicações de que pretende retomar a alíquota para o tributo, a Fazenda tem adiado a decisão.
Além do imposto federal, há incidência do Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), de competência estadual, sobre compras de qualquer valor feitas no exterior. Antes, não havia alíquota única do imposto estadual para essas compras, mas, no ano passado, secretários de Fazenda acordaram a alíquota de 17%, que passou a ser aplicada por todas as unidades da Federação.
Entenda No início do ano passado, já buscando aumento da arrecadação federal, a equipe do ministro da Fazenda anunciou que fecharia o cerco para que as empresas do comércio eletrônico pagassem o imposto devido. Houve reação negativa nas redes sociais e a pasta recuou, anunciando um programa de conformidade chamado Remessa Conforme.
Em meados de 2023, a Fazenda zerou o imposto de importação para as empresas de comércio eletrônico que aderissem ao recém-lançado programa. Essa isenção só é válida em compras internacionais até US$ 50 e foi anunciado que ela teria caráter temporário, mas sem prazo.
CNI, CNC e varejistas nacionais alegam que a isenção que segue em vigor é inconstitucional por violar princípios como o da isonomia, da livre concorrência e do desenvolvimento nacional.
“Já em seu nascimento, os dispositivos legais em questão declaradamente favoreciam o tratamento dos bens importados, que poderiam chegar ao país livres de tributação, em detrimento dos seus equivalentes nacionais, sujeitos à plena carga tributária interna, que não é módica”, disseram as confederações na ação protocolado no Supremo.
Dados do Banco Central (BC) compilados em análise da Confederação Nacional da Indústria mostram que entre 2013 e 2022 as importações de pequeno valor saltaram de US$ 800 milhões para US$ 13,1 bilhões, passando de uma representatividade, frente a todas as importações de bens, de 0,0% em 2013 para 4,4% em 2022.
O tema virou campo minado. Haddad chegou a admitir, no fim do ano passado, que a questão continuava controversa dentro do governo e no Congresso.
“Essa questão [do imposto de importação] continua controversa dentro do governo e no Congresso. Até vi vários parlamentares da oposição pedindo providências em relação a esse tema, e outros parlamentares da oposição fazendo guerra nas redes sociais em relação a esse problema”, afirmou Haddad.
Ele ainda criticou o governo anterior pela inação nesse assunto: “Como o governo anterior praticamente fomentou o contrabando, sem tomar nenhuma medida, foram quatro anos de escalada do contrabando no país. Eu não consigo nem entender como ninguém respondeu por improbidade administrativa”.
“Estão cobrando pressa do governo, o governo já tomou medidas”, prosseguiu ele, dizendo que a gestão atual disciplinou o tema e “estancou a sangria”. “Então, nós vamos ter esse tempo de amadurecimento, porque é controverso esse tema”, concluiu.
A Justiça de Minas Gerais indeferiu um pedido de reintegração de posse da fazenda Aroeiras, em Lagoa Santa, neste sábado (9/3). O terreno localizado na Região Metropolitana de Belo Horizonte foi ocupado por mulheres do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) na última sexta-feira (8/3) e foi objeto de ação judicial por parte de herdeiros dos proprietários do local. De acordo com o grupo, cerca de 500 famílias integram a ocupação e estão tendo dificuldades de abastecimento de suprimentos devido a um cerco realizado pela Polícia Militar (PMMG). Em sua decisão, o juiz da Central de Plantão de Belo Horizonte (Ceplan), Christyano Lucas Generoso, disse que o pedido de reintegração de posse não apresentou documentação suficiente para comprovar a propriedade sobre o terreno. A ação foi movida por 15 requerentes diferentes.
“No presente caso, entendo que não restou suficientemente demonstrada a posse, pois a parte autora se limitou a juntar fotos na qual se verificam três pessoas perto de criações bovina e suína, a partir das quais não é possível identificar inequivocamente o imóvel descrito na inicial. Outrossim, a parte autora afirma na inicial que há caseiros no imóvel, mas deixa de juntar respectivo contrato de comodato, ou ainda, depoimento dos referidos registrados por ata notarial”, diz trecho da decisão.
A fazenda Aroeiras é disputada por oito herdeiros que, segundo o MST, se mostraram dispostos a dialogar sobre a ocupação do terreno, abandonado há mais de sete anos e irregular há 20. O movimento argumenta que, além da ociosidade da terra, o local está situado em área de avanço da especulação imobiliária, que causa danos à vegetação e compromete recursos hídricos.
Munido da decisão judicial que indeferiu o pedido de reintegração de posse, o MST também protesta contra a atuação da Polícia Militar na ocupação. De acordo com as famílias assentadas, a ação é ilegal diante do que foi decidido na Justiça. O grupo afirma que a corporação instalou um cerco nos arredores da fazenda e impede a entrada de suprimentos no acampamento.
Segundo o MST, o cerco foi montado logo após o início da ocupação e começou privando a entrada e saída de pessoas e qualquer tipo de objeto. Na manhã deste sábado, os militares passaram a liberar o trânsito de água e medicamentos. O movimento requer que mais suprimentos sejam autorizados, como lonas de proteção e gás para preparo da alimentação das famílias. A direção dos trabalhadores sem terra cobrou uma resposta do governador do estado, Romeu Zema (Novo).
“O governador Romeu Zema precisa entender que a ocupação de terras é um direito do povo que luta para que a Constituição brasileira seja cumprida. Portanto, é desumano colocar a tropa para reprimir essas pessoas e impedir que elas tenham o mínimo que precisam. Chega de desgoverno Zema”, afirmou Sílvio Netto, membro da direção nacional do MST em Minas Gerais.
Procurada, a Polícia Militar de Minas Gerais informou que mantém o efetivo no local para garantir a segurança dos proprietários e dos integrantes da ocupação e aguarda posicionamento judicial sobre a situação. Ainda segundo a corporação, o trânsito de pessoas, águas e alimentos acontece normalmente. A reportagem também procurou o governo do estado, mas, até a última atualização desta matéria, não houve resposta.
Maria de Moura tem 87 anos e passou 72 em trabalho para uma família no Rio de Janeiro, sem salário e em condições precárias. Ela começou a atuar como empregada doméstica aos 12 anos e foi resgatada aos 85, em 2022. As informações são do Fantástico. Na última semana, o Ministério Público Federal (MPF) aceitou uma denúncia contra os ex-patrões de Maria: Yonne Mattos Maia e André Luiz Mattos Maia Neumann, que se tornaram réus pela acusação de trabalho análogo à escravidão.
O caso começou a ser apurado a partir de uma denúncia anônima. A promotora Juliane Mombelli, do Ministério Público do Trabalho (MPT), disse se tratar da situação mais “longeva” registrada no país.
Ou seja, é a história de quem “permaneceu mais tempo nessa situação análoga à escravidão, 72 anos. Infelizmente é uma vida toda nessa condição”.
Mombelli descreveu as condições de moradia da vítima. “Não havia um lençol, uma coberta, um travesseiro. Era um sofá, onde ela passava as noites aos pés da empregadora”, contou. Na denúncia, foram descobertas outras precariedades. Os então patrões controlavam o contato de Maria com a família, o celular dela e até o cartão do INSS, que estava em posse de André.
A vítima não tinha plano de saúde e perdeu grande parte da visão. Atualmente, ela recebe aposentadoria como autônoma, instalada pela irmã dela, e passou a receber um salário mínimo enquanto corre o processo trabalhista.
Em janeiro de 2024, a produção industrial nacional recuou 1,6% frente a dezembro de 2023, na série com ajuste sazonal. Na comparação com janeiro de 2023, a indústria cresceu 3,6%, registrando o sexto resultado positivo consecutivo neste tipo de comparação. O índice acumulado do ano cresceu 3,6% e o dos últimos doze meses avançou 0,4%, intensificando o ritmo frente ao resultado registrado em dezembro de 2023 (0,2%), quando interrompeu o comportamento de estabilidade observado em novembro (0,0%), outubro (0,0%) e setembro (0,0%) de 2023.
Com a queda de 1,6% em janeiro de 2024, frente ao mês imediatamente anterior, na série com ajuste sazonal, o setor industrial eliminou parte da expansão de 2,9% acumulada no período agosto-dezembro de 2023. No resultado desse mês, duas das quatro grandes categorias econômicas e 6 dos 25 ramos industriais pesquisados tiveram redução na produção.
Entre as atividades, as influências negativas mais importantes vieram das indústrias extrativas (-6,3%) e produtos alimentícios (-5,0%), com a primeira interrompendo dois meses consecutivos de avanço na produção, período em que acumulou ganho de 6,7%; e a segunda eliminando parte da expansão de 11,3% acumulada no período julho-dezembro de 2023. Outras contribuições negativas relevantes sobre o total da indústria vieram de confecção de artigos do vestuário e acessórios (-6,4%) e de produtos têxteis (-4,2%).
Por outro lado, entre as dezoito atividades que apontaram expansão na produção, produtos químicos (7,9%), equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos (13,7%), veículos automotores, reboques e carrocerias (4,0%) e máquinas e equipamentos (6,4%) exerceram os principais impactos em janeiro de 2024, com a primeira eliminando o recuo de 6,2% registrado no mês anterior; a segunda acumulando expansão de 31,6% em dois meses consecutivos de crescimento na produção; a terceira intensificando o avanço verificado em dezembro último (2,8%); e a quarta eliminando a perda de 3,1% acumulada nos dois últimos meses de 2023.
Entre as grandes categorias econômicas, ainda na comparação com o mês imediatamente anterior, bens intermediários (-2,4%) e bens de consumo semi e não duráveis (-1,0%) assinalaram as taxas negativas nesse mês, com a primeira interrompendo quatro meses seguidos de avanço na produção, período em que acumulou expansão de 5,0%; e a segunda marcando o primeiro resultado negativo desde outubro de 2023 (-0,2%). Por outro lado, os setores produtores de bens de consumo duráveis (1,4%) e de bens de capital (5,2%) apontaram os resultados positivos em janeiro de 2024, com o primeiro registrando crescimento de 7,8% em dois meses consecutivos de avanço na produção; e o último eliminando a redução de 4,8% acumulada no período setembro-dezembro de 2023.
Média móvel trimestral varia 0,2% no trimestre encerrado em janeiro
Ainda na série com ajuste sazonal, a evolução do índice de média móvel trimestral para o total da indústria mostrou variação positiva de 0,2% no trimestre encerrado em janeiro de 2024 frente ao nível do mês anterior, permanecendo com a trajetória predominantemente ascendente iniciada em fevereiro de 2023.
Entre as grandes categorias econômicas, ainda em relação ao movimento deste índice na margem, bens de consumo duráveis (1,5%) apontou o crescimento mais acentuado em janeiro de 2024 e intensificou o avanço registrado em dezembro último (0,4%). Os setores produtores de bens de capital (1,0%) e de bens intermediários (0,3%) também assinalaram resultados positivos em janeiro de 2024, com o primeiro interrompendo dois meses consecutivos de queda na produção, período em que acumulou perda de 2,3%; e o segundo mantendo a trajetória ascendente iniciada em agosto de 2023. Por outro lado, o segmento de bens de consumo semi e não duráveis, ao recuar 0,3%, mostrou o único resultado negativo nesse mês e permaneceu com a trajetória predominantemente descendente iniciada em setembro de 2023.
Frente a janeiro de 2023, a indústria avança 3,6%
Na comparação com igual mês do ano anterior, o setor industrial assinalou avanço de 3,6% em janeiro de 2024, com resultados positivos em quatro das quatro grandes categorias econômicas, 17 dos 25 ramos, 46 dos 80 grupos e 49,8% dos 789 produtos pesquisados. Vale citar que janeiro de 2024 (22 dias) teve o mesmo número de dias úteis do que igual mês do ano anterior (22).
Entre as atividades, as principais influências positivas no total da indústria foram registradas por coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (9,1%), indústrias extrativas (6,5%) e produtos alimentícios (3,8%), impulsionadas, principalmente, pela maior produção dos itens óleo diesel, gasolina automotiva, querosenes de aviação e óleos combustíveis, na primeira; minérios de ferro, óleos brutos de petróleo e minérios de cobre e seus concentrados (em bruto ou beneficiados), na segunda; e carnes de bovinos frescas ou refrigeradas, tortas, bagaços e farelos da extração do óleo de soja, sucos concentrados de laranja, complementos alimentares e suplementos vitamínicos e minerais, óleo de soja refinado e em bruto, açúcar refinado de cana-de-açúcar e carnes e miudezas de aves congeladas, na terceira. Vale destacar também as contribuições positivas assinaladas pelos ramos de produtos químicos (5,2%), de bebidas (10,2%), de equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos (14,1%), de produtos de madeira (16,1%), de metalurgia (2,9%), de outros equipamentos de transporte (6,9%), de artefatos de couro, artigos para viagem e calçados (6,8%), de impressão e reprodução de gravações (14,6%) e de máquinas, aparelhos e materiais elétricos (3,1%).
Por outro lado, ainda na comparação com janeiro de 2023, entre as oito atividades que apontaram redução na produção, produtos farmoquímicos e farmacêuticos (-21,9%) exerceu a maior influência na formação da média da indústria, pressionada, em grande medida, pela menor produção de medicamentos. Outros impactos negativos importantes foram assinalados por manutenção, reparação e instalação de máquinas e equipamentos (-7,9%) e confecção de artigos do vestuário e acessórios (-3,6%).
Entre as grandes categorias econômicas, ainda no confronto com igual mês do ano anterior, bens intermediários (4,8%) assinalou, em janeiro de 2024, a expansão mais acentuada. Os setores produtores de bens de consumo semi e não duráveis (2,6%), de bens de consumo duráveis (1,4%) e de bens de capital (0,4%) registraram as demais taxas positivas nesse mês.
O setor produtor de bens de intermediários avançou 4,8% em janeiro de 2024 frente a igual período do ano anterior, sexta taxa positiva consecutiva nesse tipo de comparação e a mais intensa desde junho de 2021 (10,9%). O resultado desse mês foi explicado, principalmente, pelos avanços nos produtos associados às atividades de coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (10,1%), de indústrias extrativas (6,5%), de produtos alimentícios (5,1%), de produtos químicos (4,1%), de metalurgia (2,9%), de veículos automotores, reboques e carrocerias (2,9%), de máquinas e equipamentos (2,4%) e de celulose, papel e produtos de papel (0,9%), enquanto as pressões negativas foram registradas por produtos têxteis (-3,7%), produtos de metal (-1,4%), produtos de minerais não metálicos (-0,1%) e produtos de borracha e de material plástico (-0,1%). Ainda nessa categoria econômica, vale citar também os resultados positivos assinalados pelos grupamentos de insumos típicos para construção civil (4,2%) e de embalagens (2,9%).
A produção de bens de consumo semi e não duráveis cresceu 2,6% em janeiro de 2024 frente a igual período do ano anterior, após interromper em dezembro de 2023 (-0,3%) quatro meses consecutivos de taxas positivas nesse tipo de comparação. O desempenho positivo nesse mês foi explicado, principalmente, pelo avanço observado no grupamento de alimentos e bebidas elaborados para consumo doméstico (5,2%), impulsionado, em grande parte, pela maior produção de carnes de bovinos frescas ou refrigeradas, refrigerantes, cervejas e chope, sucos concentrados de laranja, complementos alimentares e suplementos vitamínicos e minerais, óleo de soja refinado, açúcar refinado de cana-de-açúcar e carnes e miudezas de aves congeladas. Vale citar também os resultados positivos registrados pelos grupamentos de carburantes (6,3%), de semiduráveis (1,4%) e de alimentos e bebidas básicos para consumo doméstico (15,7%). Por outro lado, o grupamento de não duráveis (-5,5%) assinalou o único impacto negativo nesse mês, pressionado, em grande medida, pela menor produção de medicamentos.
O segmento de bens de consumo duráveis avançou 1,4% em janeiro de 2024, interrompendo, dessa forma, quatro meses consecutivos de queda na produção: dezembro (-0,9%), novembro (-8,6%), outubro (-3,0%) e setembro (-3,0%) de 2023. Nesse mês, o setor foi impulsionado, em grande medida, pela expansão observada nos grupamentos de eletrodomésticos da “linha marrom” (16,8%) e de outros eletrodomésticos (53,3%). Vale citar também a maior fabricação de eletrodomésticos da “linha branca” (2,1%) e de motocicletas (14,1%). Por outro lado, o impacto negativo mais importante veio da menor produção de automóveis (-11,1%).
O setor produtor de bens de capital mostrou variação positiva de 0,4% em janeiro de 2024 frente a igual período do ano anterior e interrompeu nove meses de taxas negativas consecutivas nesse tipo de comparação. Na formação do índice desse mês, o segmento foi influenciado, principalmente, pelos avanços observados nos grupamentos de bens de capital de uso misto (30,9%), para equipamentos de transporte (3,0%) e para fins industriais (2,6%). Por outro lado, os principais impactos negativos foram registrados pelos grupamentos de bens de capital agrícolas (-14,7%), para energia elétrica (-10,4%) e para construção (-17,5%).
Juristas, representantes das big techs e entidades da sociedade civil ouvidos pela Folha acreditam que a resolução sobre propaganda eleitoral publicada pelo Tribunal Superior Eleitoral ( TSE ) no dia 1º de março é ilegal, pois violaria o Marco Civil da Internet.
O ponto nevrálgico é o artigo 9E. Ele estabelece que as plataformas de internet serão solidariamente responsáveis “civis e administrativamente quando não promoverem a indisponibilização imediata de conteúdos e contas, durante o período eleitoral”.
Precisam ser retiradas imediatamente mensagens “antidemocráticas”, que violam determinadas legislações, entre elas a Lei do Estado Democrático de Direito; “fatos notoriamente inverídicos ou gravemente descontextualizados” sobre o processo eleitoral, “grave ameaça, direta e imediata, de violência ou incitação à violência” contra membros do Judiciário; “comportamento ou discurso de ódio”, incluindo “racismo, homofobia, ideologias nazistas, fascistas ou odiosas”; e “conteúdo fabricado ou manipulado” por inteligência artificial sem receber os devidos rótulos como manda a resolução.
A linguagem do artigo dá a entender que as empresas podem ser responsabilizadas por conteúdo que não tenha sido denunciado por usuários ou pelo TSE e sem que haja uma determinação judicial de remoção da postagem ilícita.
Segundo advogados, esse artigo muda o regime de responsabilidade das big techs no Brasil, pois qualquer pessoa que encontrar algum conteúdo em violação nas plataformas poderá processar a empresa, além do autor do post.
O Marco Civil da Internet , principal lei que regulamenta o setor no Brasil, de 2014, estabelece que as empresas só podem ser punidas civilmente por conteúdo de terceiros se não removerem após ordem judicial, a não serem nos casos de nudez não consentida ou violação de propriedade intelectual.
“Esse artigo não pode existir em um mundo onde há o Marco Civil da Internet –não existe esse excepcionalismo eleitoral, que vai contra uma lei federal”, diz Carlos Affonso Souza, professor da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj) e diretor do Instituto de Tecnologia e Sociedade.
A resolução também estaria violando a Lei das Eleições brasileira. Essa legislação estabelece que os fornecedores só podem ser multados após notificação judicial e que as empresas só serão responsáveis se comprovadamente tiverem “prévio conhecimento” da publicação.
Segundo as empresas, caso a nova resolução do TSE permita às plataformas por conteúdo não denunciado ou sem notificação judicial, elas terão de realizar um sistema de vigilância, um monitoramento ativo de todas as publicações durante o período eleitoral.
Como são centenas de milhões de mensagens, as empresas usaram, para uma primeira filtragem, mecanismos de inteligência artificial para detectar conteúdos em violação. Mas esses mecanismos ainda são notoriamente falhos —muitos usam busca por palavra-chave– e fatalmente teriam uma remoção excessiva, funcionando como uma censura.
“Na eleição, os candidatos concorrentes vão ficar notificando sem parar, dizendo que é conteúdo com discurso de ódio, e as plataformas vão remover”, diz Souza.
O artigo 9E da resolução tem trechos iguais ao documento com sugestões do ministro Alexandre de Moraes entregues ao presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG) e ao presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL) em abril de 2023, para serem incluído no PL 2630, o PL das fake news . A maioria das sugestões de Moraes, que hoje é presidente do TSE, não foi incluída – e a votação do PL foi suspensa em maio, por falta de apoio.
Segundo Bia Barbosa, diretora do DiraCom (Direito à Comunicação e Democracia) e integrante da Coalizão Direitos na Rede, o TSE “avançou o sinal” após a omissão do Congresso, que não conseguiu aprovar uma proposta de regulação.
“Todos nós vamos pagar pelo fato do Brasil não ter regulamentado o regime de responsabilidade”, diz.
“Sim, o Marco Civil completou dez anos e podemos revisá-lo –mas a resolução é um risco à liberdade de expressão ao determinar a responsabilização solidária das plataformas, que vão sair removendo conteúdo em massa.”
Advogados e empresas esperam que o TSE publique um esclarecimento sobre a resolução, para especificar poderá ser responsabilizado pelo conteúdo antes da notificação judicial.
As empresas acreditam que, na prática, a resolução equipara plataformas de internet a veículos de mídia como jornais e TVs em relação à responsabilidade pelo conteúdo veiculado. Da mesma forma que um jornal pode ser processado por uma matéria que foi publicada, uma plataforma poderia ser acionada por conteúdo. Moraes já afirmou que “deve se equiparar na responsabilidade a empresas de comunicação e publicidade, ainda que com suas especialidades”.
As empresas afirmam que são meras distribuidoras, e não editoras ou produtoras de conteúdo, então não serão responsabilizadas.
Na resolução que baixou dez dias antes do segundo turno da eleição de 2022 , chamada de “poder de polícia”, Moraes já expandiu o poder do TSE de mandar as plataformas removerem determinados conteúdos e aplicar multas, caso não cumpram as ordens no prazo determinado. Segundo Barbosa, se antes era o TSE decidindo que remover conteúdo, agora, com uma nova resolução, as plataformas é que vão decidir –e vão optar por derrubar em massa para evitar punições.
Juristas destacam pontos positivos da resolução, como o veto a deepfakes e chatbots que simulam conversa com candidatos, a rotulagem de conteúdos eleitorais que usam inteligência artificial, e a instituição do chamada “dever de cuidado”.
No artigo 9D, está previsto que as plataformas, no ano eleitoral, deverão elaborar uma avaliação “do impacto dos seus serviços sobre a integridade do processo eleitoral”, a fim de implementar medidas práticas e fornecidas para mitigar os riscos identificados.
É algo semelhante ao chamado “dever de cuidado” previsto na Lei de Serviços Digitais que entrou em vigor na União Europeia em agosto passado.
A resolução também inclui uma “cláusula Francischini” na era da inteligência artificial. Em 2021, o TSE cassou o deputado estadual paranaense Fernando Francischini (à época no PSL) devido à publicação de vídeo no dia das eleições de 2018 em que ele afirmava que as urnas eletrônicas foram fraudadas para impedir a votação no então candidato ao presidente Jair Bolsonaro.
A cláusula proíbe o uso, na propaganda eleitoral, de conteúdo fabricado para difundir fatos verificados ou descontextualizados com potencial de deficiências no processo eleitoral. O descumprimento configura abuso do poder político e uso indevido dos meios de comunicação social, que leva à cassação do registro ou do mandato.
O Ramadã, um mês sagrado para os muçulmanos do mundo inteiro, começa neste domingo (10).
Os praticantes vão fazer jejum entre o nascer e o pôr do sol, aumentar a quantidade de orações e se esforçar mais em praticar caridade, um dos preceitos da religião.
Quem faz jejum também não deve praticar atos considerados negativos, como fofocar, e precisa praticar boas ações.
Eles passam a ter duas refeições importantes no dia:
Antes do nascer do sol há o “suhoor”. Após o pôr-do-sol há o “iftar”, que geralmente é uma refeição festiva, com familiares e amigos. Neste ano, o Ramadã acontece em meio à guerra entre Israel e o grupo terrorista Hamas. O conflito começou depois que os terroristas invadiram e mataram israelenses, em outubro. Meses depois, a guerra deixou grande parte de Gaza em ruínas e criou uma catástrofe humanitária, com muitos palestinos sem ter o que comer.
Os muçulmanos deverão aumentar suas doações para os palestinos por causa da guerra entre Israel e o grupo terrorista Hamas, da Faixa de Gaza, além de incorporar símbolos palestinos.
Quando acontece? O Ramadã sempre acontece no nono mês do calendário lunar islâmico. O mês é marcado pela lua crescente.
Algumas comunidades muçulmanas começam o Ramadã em dias diferentes, de acordo com determinações de autoridades religiosas locais e também com o surgimento da lua crescente.
Quando termina? O Ramadã termina com o feriado de Idul Fitri (“celebração do fim do jejum”), em 10 de abril.
O jejum O islamismo tem cinco pilares:
A prática de caridade com as pessoas em necessidade. A profissão de fé: só há um Deus, e Maomé é seu profeta. A prática da oração. A peregrinação. O jejum.
Os religiosos consideram que o jejum é uma forma de louvação, de submissão a Deus e de chegar a uma consciência religiosa.
Para os muçulmanos, ficar sem comer é uma maneira de praticar o autocontrole, de cultivar o sentimento de gratidão, de se aproximar de Deus e também de criar empatia pelas pessoas pobres e famintas. Não é permitido comer e nem beber entre o nascer do sol e o pôr-do-sol.
Geralmente, eles passam a frequentar ainda mais as mesquitas para as orações e dedicam mais tempo ao livro sagrado, o Alcorão.
Caridade A caridade é importante para os muçulmanos no ano todo, mas durante o mês de Ramadã eles dão ainda mais ênfase a isso.
Uma das formas mais comuns de praticar caridade é distribuir comida para a refeição de fim de jejum diário, a “iftar”.
Todo mundo jejua? Há algumas exceções, como aqueles que estão doentes ou os que estão viajando. No entanto, quem não consegue ficar sem comer um dia deve “compensar” com um outro dia.
Como é no mundo? Há muita diversidade entre os muçulmanos –afinal, é uma religião praticada por povos diferentes, em vários países–, e há tradições culturais que não são ligadas à prática religiosa em si, mas acabam sendo associadas ao mês do Ramadã.
Alguns muçulmanos decoram a casa com itens temáticos.
No Egito é um período especialmente festivo. A decoração é colorida, há músicas de Ramadã e tendas com comida e diversão.
Antes da aurora, há grupos que tocam tambores pelas ruas –é uma espécie de convocação para que as pessoas façam a refeição antes do nascer do sol.
Em alguns países há muitas estreias de programas de TV e as empresas fazem campanhas de publicidade especial (há alguns religiosos que não gostam desse aspecto, por considerar que é uma mercantilização do Ramadã).
Na Indonésia, o país muçulmano mais populoso do mundo, há alguns rituais que são influenciados por outras religiões, como o hinduísmo e o budismo. Por exemplo: os religiosos visitam e lavam os túmulos dos parentes.
Também há sacrifício de animais, e a carne é compartilhada com familiares e pobres e órfãos.
Em uma outra região do país, os muçulmanos vão a um rio e se limpam com um shampoo especial, feito de palha de arroz.
Na Índia, onde há 200 milhões de muçulmanos, apesar de eles serem uma minoria, há venda de comida típica na rua e decoração especial.
Está na hora de dormir. Durante o sono, você perde calorias, seus batimentos cardíacos e pressão arterial diminuem, a frequência respiratória desacelera, ocorre um relaxamento muscular. Mas, à noite, há uma luz que nunca se apaga e onde o trabalho nunca para: seu cérebro. Ele não desliga e, na hora de sonhar, agita boa parte do sistema. Se você não tem nenhum distúrbio do sono, pode estar certo de que sonha entre 1h30 e 2h todas as noites. Não importa que não lembre, você sonha. Não é tudo de uma vez, como um episódio de uma série, mas parcelado entre quatro a seis vezes durante a noite, principalmente quando ocorre o sono REM (também conhecido como a fase em que os olhos mexem).
Felizmente, seu corpo foi criado diretamente, e salvo uma pessoa ou outra com algum distúrbio, acontece a atonia muscular, ou seja, uma paralisia temporária dos músculos do corpo. É graças a ela que você pode sonhar que está flutuando sem pular pela janela ou lutar boxe sem esbofetear o parceiro.
Por outro lado, mesmo sonhando que está num templo budista, sua pressão arterial aumenta 30% e a respiração fica ofegante nesse momento. Acabou o sonho, ambas descem rápido.
— Toda essa entrega acontece porque durante o sonho o cérebro realiza um grande recrutamento de neurotransmissores. Ele é tão intensamente ativo sonhando quanto na vigília — explica Monica Andersen, diretora do Instituto do Sono e professora do departamento de Psicobiologia da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp).
Agora é a hora que você pode estar se perguntando: tudo isso para quê? Afinal, por que sonhamos?
Quando fez 125 anos, a prestigiosa revista Science trouxe na sua edição de aniversário uma lista com as 125 perguntas que a ciência ainda não consegue responder. E esse era um desses mistérios. Mas há algumas boas hipóteses.
Utilidade
De acordo com Monica Andersen, uma delas é que o sonho é fruto de uma organização das informações que as pessoas vivenciam no cérebro. Uma parte desses dados seria jogada fora e o que é relevante é separado para ser armazenado na parte da memória.
Por isso, mesmo você morre de saudades de um ente querido talvez não sonhe com ele com a frequência que gostaria, mas seu colega chato de escritório aparece diversas noites: são informações novas a serem processadas.
Outra hipótese é a da consolidação da memória. Durante o sonho, essas informações seriam guardadas em gavetas para que, no momento oportuno, pudessem ser usadas.
— Evidências mostram que quando uma pessoa não tem sono REM de qualidade e quantidade tem piora cognitiva, em especial da memória — afirma a diretora do Instituto do Sono.
Há quem diga que sonha é fundamental para o desenvolvimento do sistema nervoso e do cérebro. Daí vem a hipótese do sentido de aprendizagem. Estudos revelaram que, nos primeiros dias de vida, cerca de 50% do tempo de sono do bebê é sonho REM, com sonhos.
— Isso num cérebro que vem com HD zero. Porque? Acredita-se, não tem como provar, que é o amadurecimento desse cérebro, porque não há nenhuma fase em que uma pessoa vai aprender tanto — diz a diretora do Instituto do Sono.
Já quando adultos, esse período passa de 23 a 25% do tempo de sono.
Há também quem diz que o sonho é uma vivência inusitada de fatos que de alguma forma marcaram presença no seu dia, coisas do subconsciente que reaparecem aleatoriamente.
— O que a gente sabe é que o sono REM, dos sonhos, é precioso porque confere bem-estar físico e metal. O sonho tem que ter uma utilidade, porque todo mundo sonha 1h30. Por que o cérebro faria tudo isso para nada? Quando uma pessoa tem um pouco sono REM, os estudos mostram que a vida dela é cinza, nada vai estar bom para ela ao longo do dia.
Significados
O que os sonhos significam é outro tema sem resposta pronta. Muitas teorias sobre o significado dos sonhos surgiram ao longo de nossa existência. Na Grécia Antiga ou no Império Romano, acreditava-se que eles eram presságios ou desvios de eventos futuros. Entretanto, o que as pesquisas já demonstraram é que os sonhos não têm efeito premonitório.
Pai da psicanálise, o psicólogo Sigmund Freud disse que os sonhos representam uma realização de desejos não realizados — muitas vezes sexuais. Já Carl Jung, que fundou a psicologia analítica, defende que “os sonhos são mensagens enviadas pelo inconsciente” e, como tal, podem ajudar-nos a compreender a nossa psique interior.
“Pode-se dizer, num sentido muito amplo, que sonhar com coisas específicas significa que essas coisas estão relacionadas com as suas preocupações de vigília — sejam elas conscientes, semiconscientes ou inconscientes”, defende David Billington, psicoterapeuta e diretor do Instituto de Pesquisa do Sonho (Dream Research Institute), no Reino Unido, ao IFLScience.
“Mas o que uma experiência ou imagem onírica significa para uma pessoa específica é altamente subjetivo, assim como o que fazemos com as experiências de vigilância é altamente subjetivo: um momento de conflito com um estranho pode ser altamente perturbador para um bibliotecário, mas faz parte do dia a dia de um porteiro de barco”, completa.
Por essas hipóteses é que os especialistas recomendam debater os sonhos em terapia, com um profissional que possa ajudar a entender essas informações revelarem algo sobre sua vida ou sua mente. Mas, para isso, é preciso lembrar do sonho, uma tarefa difícil para muita gente. As chances de gravar o que você sonhou são maiores se você acordar no meio ou logo depois dele. E anote (talvez seu cérebro não considere útil armazenar essas informações).
O pesquisador britânico diz ainda que existem teses como a Teoria da Simulação de Ameaças, que defendem um uso evolutivo para os sonhos, nos permitindo ensaiar respostas a situações ameaçadoras (sejam elas físicas ou sociais) sem realmente nos colocarmos em risco.
Porém, como explica Andersen, os pesadelos não são uma categoria à parte no universo dos sonhos, apenas um “de que você não gosta. Nada mais é que um sonho com um conteúdo que para você não é agradável”. Feche os olhos e outro já vai começar.
Depois de quatro anos trabalhando em uma empresa terceirizada que presta serviço para uma transmissão de TV e internet, o eletricista João (nome fictício) pediu missão há cerca de 40 dias. A gota d’água foi uma situação vivida por colegas que executavam um trabalho na rede da operadora na Avenida Pastor Martin Luther King Jr., na Pavuna. Obrigada por bandidos a ir a uma favela próxima, a equipe foi ameaçada e teve seu material roubado, sendo liberada após receber a ordem de não voltar. — Nunca me pegaram, porque não questionava; eu vou embora. Mas passei muito susto. Às vezes, eu estava fazendo um reparo, paravam dois caras de moto, eu abordava no meio da rua, diziam que se eu não saísse me levassem para dentro da favela, que iriam matar, que a gente não está autorizada a trabalhar ali, que a área é deles, que vendem “gatonet” — conta João. — O que mais me aterrorizou é que levaram colegas da minha empresa. Eu falei: Não vou mais; não vou ficar correndo esse risco.
A ação de criminosos, inclusive no entorno das favelas, impacta a prestação de serviços públicos, amedronta técnicos e deixa consumidores sem atendimento. Segundo a Light e a Enel, bandidos chegam ao ponto de “sequestrarem” profissionais para que eles executem concertos não programados, muitas vezes em ligações clandestinas, atrasando as visitas agendadas.
‘Só com autorização’ Diante da violência, em janeiro, a Telefônica Brasil (Vivo) enviou em ofício para o 18º BPM (Jacarepaguá) uma lista de 12 vias onde se pretendia passar fibra ótica. Para executar o projeto, queria saber se os endereços eram áreas de risco. E lembrou “histórico de impedimento de acesso por criminosos da Cidade de Deus”. Em resposta, o comando do batalhão informou que sete das ruas ficam dentro da Cidade de Deus, “que é uma área conflagrada e dominada pela facção Comando Vermelho”.
— Podemos dar segurança para a Vivo fazer as instalações, mas sairemos em algum momento, e o tráfico pode arrebentar tudo, se não for do interesse dele. Talvez a Cidade de Deus seja uma das áreas mais perigosas hoje do Rio, ainda mais que está em guerra com a Gardênia — afirma o tenente-coronel Lourival do Nascimento Júnior, que comandou o 18º BPM.
Na energia, a Enel Rio — que atende 66 municípios, entre eles Niterói, São Gonçalo, Caxias e Magé — viu o número de clientes em áreas com restrição operacional subir de 74 mil, em 2004, para 472 mil, em 2023, um crescimento de 538%. Esse universo representa 15% de toda a base de clientes da distribuidora e é responsável por metade do volume de energia desviada na área de concessão da empresa.
Segundo o diretor de Operação de Redes da Enel Rio, José Luis Salas, as dificuldades para trabalhar em determinados locais resultaram da implantação de Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs) na capital, a partir de 2008, quando os bandidos passaram a migrar para outros municípios. E o problema foi se agravando.
— Só entramos nessas áreas com autorização. Temos 200 líderes comunitários que nos ajudam. Mesmo assim, só recebemos autorização para fazer manutenção, ou seja: quando a comunidade for afetada. Nunca em caso de perda de energia (o chamado “gato”) ou para fazer um corte por falta de pagamento — lamenta Salas.
Os episódios de intimidação acontecem. Na última segunda-feira, no bairro Santo Aleixo, vizinho a uma área de risco de Magé, uma equipe da Enel foi ameaçada com pistola, durante operação de rotina para detectar ligações clandestinas. A ação do bandido foi filmada pela câmera instalada na viatura da empresa. O homem conversa com um técnico e, depois, entra em casa e sai com a arma na mão, para impedir que o “gato” se desfaça.
Nem o Natal foi poupado. Cerca de 25 mil clientes de Maricá passaram a noite sem energia, porque os traficantes da Favela da Linha só autorizaram a entrada da Enel para fazer reparos numa rede de transmissão às 6h do dia 25. A falta de luz não afetou os moradores da comunidade.
— O nosso dia a dia é assim. Em 18 de novembro (houve um temporal e vários municípios ficaram um fim de semana sem luz), por exemplo, alguns veículos “sequestrados” para fazer reparos dentro de comunidades — recorda Salas, acrescentando que a orientação da empresa é o trabalhador se retirar quando há risco.
Sem dar detalhes, a Light diz que “tem restrição de operação em boa parte de sua área de concessão”. Cresce que “a situação se agrava com a rivalidade em regiões violentas e dominadas por poderes paralelos que, quando estão em conflito, não podem ser atendidas pela entrega para proteger a vida de colaboradores e moradores”.
Já a Rioluz afirma que, “quando não há operação policial”, seus empregados “não encontram dificuldades na execução dos serviços” nas favelas. A explicação, diz a companhia, é o pré-agendamento feito com associações de moradores. Mas a companhia contabilização perdas: desde outubro de 2020, 102 estimativas foram avariadas por tiros.
Nos últimos tempos, o aposentado Antônio (nome fictício), de 67 anos, tem ficado pelo menos duas vezes por mês sem telefone, internet e TV. Ele é morador da Rua Espírito Santo, na Praça Seca, próximo às favelas São José Operário e do Fubá, disputadas entre tráfico e milícia:
— Ao acessar o aplicativo da Claro para pedir reparo, há uma mensagem informando que estou sem sinal e que os técnicos não podem ir ao local realizar o conserto devido à violência. A Praça Seca sofre com tiroteios quase que diários. Então, além de não poder sair de casa, também não posso fazer nada dentro dela.
Quatro dias sem sinal Outro morador da Praça Seca, Daniel (nome fictício) conta que na Rua Albano, vizinha à favela Bateau Mouche, ficou quatro dias sem sinal de internet em janeiro. Ele, que estava pensando em se mudar por conta da distância do trabalho, no Centro, agora tomou a decisão definitiva de sair do bairro, onde vive há três anos.
— Descobri que a internet estava sendo cortada para as pessoas continuarem paralelamente. O meu prédio é a última rua com sinal da operadora. Quando caiu na internet, uma mensagem apareceu automaticamente no aplicativo. Por telefone, um atendente disse que os técnicos estavam recebendo ameaças caso fossem restabelecer o serviço — recorda.
A Conexis, que representa o setor de teles, não tem números. Contudo, verifica-se que, em alguns locais, o problema de roubo e vandalismo “se soma ao bloqueio de acesso das equipes das prestadoras para a manutenção dos seus equipamentos”.
Quanto às transportadoras de saneamento, a Águas do Rio ressalta que “procura desenvolver uma relação de parceria com lideranças comunitárias”. Porém, observe que enfrenta dificuldades operacionais, devido a furtos. E que “operações policiais ou outros eventos de segurança obrigam a fornecer a reprogramação de vários serviços e paralisar a atuação das equipes, impactando o cronograma de projetos e obras previstas”.
A Iguá confirma que suas atividades, “em alguns momentos, são afetadas por questões de falta de segurança” e que prioriza a integridade de seus funcionários. A Rio+Saneamento se limitou a dizer que segue o cronograma previsto.
A PM afirma que tem se reunido com representantes de entregas e trabalhadores em conjunto com a Polícia Civil, “propiciando uma rede de purificação que visa identificar e localizar os envolvidos e tais organizações criminosas”. Pede ainda a colaboração da população acionando a central 190 e o Disque-Denúncia (2253-1177).
Usar uma pulseira, um cartão de plástico ou o próprio celular para fazer pagamentos com moedas virtuais sem estar conectado a internet. Basta uma aproximação entre dispositivos para transferir o valor do pagador para o recebedor de forma criptografada.
Já testada em países como Gana e Tailândia, a solução tecnológica começará a ser estudada no Brasil. O Banco do Brasil (BB) e a empresa Giesecke+Devrient Currency Technology (G+D) firmaram acordo de cooperação técnica que prevê o uso do Drex, versão digital do real desenvolvida pelo Banco Central, para pagamentos offline.
A G+D é uma empresa global que fornece soluções para segurança digital, plataformas financeiras e tecnologia monetária. A companhia também atua no desenvolvimento de projetos mundiais de moedas digitais de Bancos Centrais, como o Drex. O Banco do Brasil participa oficialmente do projeto-piloto do Drex.
Assinado após meses de negociação, o acordo pretende desenvolver soluções adaptadas à realidade brasileira para transações com o Drex sem internet, que complemente as transações com dinheiro, cartões e Pix. Segundo o Banco do Brasil, a solução em estudo foi apresentada no programa Laboratório de Inovações Financeiras e Tecnológicas (Lift Challenge), promovido pelo Banco Central brasileiro.
Segundo o Banco do Brasil, a solução de pagamento offline permitirá a exploração de novas utilizações para o Drex. Caso os testes sejam bem-sucedidos, será possível desenvolver modelos de uso da moeda digital criptografada em transações cotidianas, como pequenas compras no comércio, pagamentos de serviços e mesada, por exemplo.
Outra vantagem, conforme o BB, será a ampliação do Drex a pessoas com dificuldade de acesso à internet, sem inclusão financeira ou que vivam em locais com infraestrutura precária. Pessoas sem contas bancárias podem carregar carteiras digitais em um dispositivo, que pode até ser um acessório como pulseira ou anel, e fazer transações seguras em comércios locais. As transferências dos dados criptografados entre as contas são garantidas pelo protocolo de segurança criado pela G+D.
Uso de dinheiro Mesmo com a maior inclusão da população no sistema bancário e com a popularização do Pix, o uso do dinheiro em espécie continua expressivo no Brasil. Pesquisa recente da Tecban, empresa de tecnologia bancária e de soluções financeiras, identificou que 29% dos brasileiros usam o dinheiro físico como uma das principais formas de pagamento. Nas classes C, D e E esse número sobe para 32%. Na Região Nordeste, o índice chega aos 40%.
Entre os motivos pela preferência pelo papel moeda, informou a pesquisa, estão a falta de conta ou cartão de crédito e dificuldades de conexão com a internet. Segundo o BB, uma solução que permita pagamentos sem conexão com a internet, de forma prática, segura e simples, tem potencial para se tornar um meio de pagamento alternativo ao dinheiro em espécie, além de popularizar o Drex.