Lula conversa com presidente do Irã sobre guerra e libertação de reféns em Gaza

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) recebeu, nesta terça-feira (17), um telefonema do presidente do Irã, Ebrahim Raisi, sobre o conflito entre Israel e Hamas, iniciado em 7 de outubro e que deixou mais de 4 mil mortos. Na conversa, o petista falou sobre a criação de um corredor humanitário e libertação de todos os reféns do grupo extremista.

Na conversa, Lula falou do grupo de brasileiros que aguarda a saída da Faixa de Gaza, próximo à fronteira com o Egito, além de sua preocupação com as mulheres e crianças da região que sofrem com o conflito.

“O presidente iraniano defendeu o fim imediato dos bombardeios de Israel e o fim do bloqueio da Faixa de Gaza”, declarou o Planalto. O petista também pediu que fosse feito o possível para a criação de um corredor humanitário e fez um apelo pela libertação de todos os reféns do grupo terrorista Hamas.

“O mais importante é termos a condição de que mulheres, crianças e idosos não sofram as consequências daqueles que querem guerra”, declarou Lula. “Eu fico triste quando vejo a dificuldade do povo pobre em construir uma casa, um hospital. E como isso é facilmente destruído na guerra”, acrescentou.

Recep Erdogan, presidente da Turquia
Lula também conversou com o presidente da Turquia, Recep Erdogan, sobre o conflito no Oriente Médio. Na conversa, ele reforçou a necessidade de um cessar-fogo e da criação de um corredor humanitário e libertação dos reféns do Hamas.

Segundo o Planalto, os presidentes concordaram que são inaceitáveis os ataques contra civis. Recep Erdogan falou do envio de ajuda humanitária para Gaza.

Lula reforçou ao Recep Erdogan que o Brasil já repatriou quase mil cidadãos que estavam em Israel. E pediu ajuda para a liberação de cerca de 30 brasileiros que estão aguardando a saída de Gaza, no que o presidente da Turquia se dispôs a ajudar no que puder pela saída dos brasileiros.

BAND

Postado em 18 de outubro de 2023

Celso Amorim revela que o Brasil busca com a nota e com a negociação para a liberação de brasileiros

O Brasil acha que a ida do presidente Joe Biden a Israel pode ser um bom momento para a saída dos brasileiros, segundo o assessor especial do presidente Lula para a área internacional, Celso Amorim .

– Existem americanos na mesma situação dos brasileiros. E o nosso esforço é para que seja concedido que o que for permitido aos americanos seja também garantido para os brasileiros —me disse Amorim.

No domingo ele conversou com o representante da União Europeia sobre o mesmo assunto, por iniciativa do europeu, porque o bloco também tem cidadãos retidos na fronteira de Gaza com o Egito.

O embaixador conversou comigo também sobre a resolução que está sendo negociada no Conselho de Segurança da ONU, que neste momento é presidida pelo Brasil.

– A nossa resolução busca o equilíbrio, condenando os atos terroristas praticados pelo Hamas, mas é mais abrangente e é focalizada na parte humanitária. A negociação é intensa, fala do corredor humanitário para tirar as pessoas dali e conclama os novos comportamentos.

O Conselho de Segurança da ONU rejeitou a proposta de resolução da Rússia sobre a guerra, que estava muito mais interessada em condenar Israel. A nota brasileira busca um equilíbrio e a apresentação de propostas objetivas para se atenuar o risco atual da crise humanitária.

Se não houver nenhum veto, será uma vitória para a diplomacia internacional, não só brasileira.

Segundo ele, o Brasil está negociando intensamente em várias frentes. Na ONU, por uma resolução que una a todos, e nas esferas bilaterais, para garantir a saída dos brasileiros de Gaza.

Israel tem impedido essa saída porque quer fazer uma triagem para impedir que saiam integrantes do Hamas. Por outro lado, o Egito quer que haja abertura porque está interessado na oferta de ajuda humanitária.

Para ter a ideia da intensidade com que trabalha a diplomacia brasileira neste momento, após anos de isolamento intencional no governo Bolsonaro, consegui falar com Amorim em Barbados.

– Estou aqui porque o Brasil foi chamado como testemunha do acordo entre o governo e a oposição da Venezuela para garantir as próximas eleições.

O acordo foi negociado pela Noruega, mas os Estados Unidos comprometem-se a reduzir as avaliações contra o governo da Venezuela em troca de garantia para as eleições.

O GLOBO

Postado em 18 de outubro de 2023

Furto de armas do Exército em São Paulo: o que se sabe até agora

Militares do Arsenal de Guerra do Exército identificaram o sumiço de 21 remessas do estoque do batalhão, localizado em Barueri, na Grande São Paulo, na última terça-feira (10). Eram 13 subtrações calibre .50, do tipo antiaérea, e oito calibre 7,62. O caso gerou a abertura de um Inquérito Policial Militar, prorrogado pelo próprio Exército. A tese inicial de que houve um erro de contagem das armas foi descartada, e as autoridades seguem as investigações apostando nas hipóteses de furto ou extravio.

Segundo o Comando Militar do Sudeste, a contagem de armas, não periódica, é realizada apenas quando algum militar precisa pegar o armamento para manutenção ou transporte. A norma interna diz que, após abrir o espaço em que as armas ficam guardadas, o soldado precisa fazer uma contagem do armamento e registrar o número em arquivos do Arsenal de Guerra. Assim se deu a descoberta da baixa no número de armas.

Ainda segundo o Comando Militar, as aeronaves eram “inservíveis” e “estavam no Arsenal, que é uma unidade técnica de manutenção, responsável também para iniciar o processo de desfazimento e destruição dos armamentos que tenham suas peças inviabilizadas”.

Investigações
Desde o furto, pelo menos 480 militares estão sendo mantidos aquartelados. De acordo com o CMSE, que investiga o caso em parceria com a Polícia Civil. Isso faz parte do procedimento de averiguação no âmbito do procedimento administrativo do Exército que apurou o ocorrido, e o objetivo é colher depoimentos dos soldados.

Apesar de toda a tropa da base de Barueri ser reclusa, o Exército não trata a medida como uma prisão. E informou que ela é necessária para tentar localizar e recuperar o armamento – o caso não é tratado oficialmente como roubo ou furto na nota emitida na sexta-feira pelo Exército.

No X, antigo Twitter, o secretário de Segurança Pública do Estado de SP, Guilherme Derrite, afirmou, em suas palavras, que não medirá esforços para auxiliar nas buscas do armamento e evitar as consequências catastróficas que isso pode gerar a favor do crime e contra segurança da população.

No caso do furto das armas de Barueri há suspeitas de participação militar, conforme apuração feita pelo portal de notícias G1. Em nota, o Comando Militar do Sudeste afirmou estar apoiando todas as ações de investigação do caso, que seguem sob sigilo. “Temos total interesse em informar e enviaremos as atualizações do caso quando for oportuno”, finalizou.

Até a última atualização desta reportagem, nenhum suspeito foi identificado ou preso. E nenhuma das investigações havia sido recuperada. Ainda não há confirmação se infrações entraram na base e se alguma câmera gravou o desaparecimento das armas.

Aquartelamento
De acordo com o jornal Metrópoles, familiares dos militares disseram dificuldades para conseguir informações sobre os parentes aquartelados. Os celulares de todos foram apreendidos, pois o sigilo não pode ser quebrado.

“A verdade é que eles [militares] não podem falar muita coisa, não podem dar detalhes de nada. O meu marido informou que lá dentro estão todos bem, mas que não há nenhuma previsão de quando irá poder sair”, disse uma mulher, que tinha a identidade preservada.

Outros familiares chegaram a levar itens de alimentos solicitados por um dos soldados. A entrega dos alimentos foi aceita, mas, a partir disso, foi proibido o contato entre os aquartelados e o familiar via celular. Na tarde de domingo, os parentes foram autorizados a visitar, levar alimentos e roupas aos retidos.

Armamento
Segundo o Exército Brasileiro, as aeronaves .50 têm um alcance máximo de 6,9 ​​mil metros e uma ampla gama de aplicações, podendo ser utilizadas em viaturas, embarcações ou aeronaves.

Já o fuzil automático leve (FAL) de calibre 7,62, com alcance de 2,5 mil metros, é adotado pelo Exército como armamento padrão de combate desde a década de 1960. A partir de 2017, teve início uma substituição gradual do FAL por um armamento de calibre 5,56 mm. Ambas as armas têm poder de fogo antiaéreo.

Este tipo de captura pode disparar 600 tiros por minuto e atingir um alvo a mais de 3 milhas de distância. Quando é desviada, ela costuma ser usada por criminosos especializados em roubar carros-fortes em rodovias, por exemplo. Essas ações são nomeadas de “Novo Cangaço” pelas autoridades de segurança. Os bandidos invadem cidades armadas com captações .50 reforçadas em tripés sobre caminhos para roubar bancos. O estado de São Paulo já registrou casos assim no último ano.

Um levantamento feito pelo Instituto Sou da Paz mostrou que era o maior desvio de armas de uma base do Exército brasileiro desde 2009, quando sete fuzis foram roubados por criminosos de um batalhão em Caçapava, interior de São Paulo. Naquela ocasião, a polícia paulista recuperou todas as armas e prendeu suspeitos pelo crime, entre eles um militar.

O GLOBO

Postado em 18 de outubro de 2023

Benjamin Netanyahu recebe título de cidadão honorário de Rondônia em meio à guerra com o Hamas

À frente do esforço de guerra contra o Hamas e pressionado internacionalmente para calibrar a retaliação ao grupo terrorista sem maiores danos à população civil ou violações do direito internacional humanitário, o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, tornou-se alvo de uma iniciativa legislativa no Brasil. O premier e veterano da política israelense foi agraciado com o “título honorífico de cidadão honorário do Estado de Rondônia”, concedido pela Assembleia Legislativa do estado.

Conforme o decreto legislativo 2.403, de 11 de outubro de 2023, publicado no Diário Oficial desta segunda-feira (16), e assinado pelo presidente da Casa, o deputado estadual Marcelo Cruz (Patriota), Netanyahu foi merecedor da homenagem “pelos relevantes serviços prestados ao Estado de Rondônia” – embora o político israelense nunca tenha pisado na unidade federativa do norte do país.

O projeto para o decreto foi apresentado pelo deputado Delegado Lucas (PP), em um documento protocolado no dia 10 de outubro – no quarto dia de conflito entre Israel e Hamas.

Na justificativa que apresenta aos seus pares, o parlamentar argumenta que o primeiro-ministro israelense, de origem judaica, é “reconhecido como amigo da comunidade Evangélica Brasileira” e destaca uma larga contribuição de Bibi para a cooperação entre Brasil e Israel e no campo das relações internacionais.

“Benjamin Netanyahu destacou-se como líder de destaque, desempenhando papel fundamental no fortalecimento dos laços entre Israel e o Brasil. Sua visão e comprometimento foram fundamentais para o estabelecimento de parcerias significativas que transcendem fronteiras geográficas”, escreveu o deputado.

Ainda no documento, o deputado diz que, com a instauração da frente parlamentar, “aguardarmos ansiosos a visita do Primeiro Ministro a Rondônia”.

Por e-mail, O Globo questionou a Secretaria de Comunicação da Assembleia Legislativa do Estado de Rondônia se o premier israelense já foi notificado sobre a concessão da honraria e se houve alguma sinalização de que Netanyahu pretende comparecer presencialmente ao plenário da Casa Legislativa. Até a publicação desta matéria, não houve resposta.

Folha PE

Postado em 17 de outubro de 2023

Eliziane pede indiciamento de Braga Netto, Heleno e Cid em relatório final da CPMI do 8/1

O relatório final da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do 8 de Janeiro pede o indiciamento de oito generais, entre eles quatro ex-ministros do governo de Jair Bolsonaro (PL). São eles: Augusto Heleno (Gabinete de Segurança Institucional), Walter Braga Netto (Defesa e Casa Civil), Luiz Eduardo Ramos (Secretaria de Governo, Secretaria-Geral e Casa Civil) e Paulo Sérgio Nogueira (Defesa). Na lista de militares sugeridos para indiciamento, também consta o tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro. O próprio ex-presidente está entre as pessoas que, na avaliação da relatora Eliziane Gama (PSD-MA), devem ser responsabilizadas pelos crimes nos atos extremistas.

Eliziane pediu o indiciamento de Braga Netto, Heleno e Mauro Cid pelos mesmos três crimes: associação criminosa, abolição violenta do Estado Democrático de Direito e golpe de Estado. Os dois últimos crimes são os que mais foram atribuídos aos 61 pedidos de indiciamento. No total, foram 26 delitos citados no texto e distribuídos entre os nomes que constam no relatório.

Os outros generais incluídos na lista de Eliziane são: Ridauto Lúcio Fernandes, ex-diretor de Logística do Ministério da Saúde; Carlos José Penteado, ex-secretário-executivo do GSI; e Carlos Feitosa Rodrigues, ex-chefe da Secretaria de Coordenação e Segurança Presidencial do GSI.

Dos generais citados no documento, dois também foram ministros de Bolsonaro, além de Heleno e Braga Netto. São eles: general Luiz Ramos (Secretaria de Governo) e general Paulo Sérgio (Defesa). No rol de ex-chefes das pastas do Executivo com sugestão de indiciamento também está o ex-ministro da Justiça Anderson Torres.

No documento, a senadora também pede o indiciamento dos ex-comandantes das Forças Armadas Almir Garnier Santos (Marinha) e Marco Antônio Freire Gomes (Exército).

Em resposta ao R7, Braga Netto afirmou que não vai se pronunciar. A reportagem tenta contato com Augusto Heleno e com os demais citados.

Lista de pedidos de indiciamento
Veja a lista completa dos 61 alvos dos pedidos de indiciamentos do relatório da CMPI do 8/1

  1. Jair Bolsonaro, ex-presidente da República;
  2. General Braga Netto, ex-ministro da Casa Civil;
  3. General Augusto Heleno, ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional;
  4. General Luiz Eduardo Ramos, ex-ministro da Casa Civil de Bolsonaro;
  5. General Paulo Sérgio Nogueira, ex-ministro da Defesa de Bolsonaro;
  6. Anderson Torres, ex-ministro da Justiça de Bolsonaro e ex-secretário de Segurança Pública do DF;
  7. General Freire Gomes, ex-comandante do Exército;
  8. Almirante Almir Garnier Santos, ex-comandante da Marinha;
  9. General Carlos José Penteado, ex-secretário-executivo do GSI;
  10. General Carlos Feitosa Rodrigues, ex-chefe da Secretaria de Coordenação e Segurança Presidencial do GSI;
  11. General Ridauto Lúcio Fernandes, ex-diretor de Logística do Ministério da Saúde;
  12. Tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro;
  13. Coronel Marcelo Costa Câmara, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro;
  14. Sargento Luis Marcos dos Reis, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro;
  15. Carla Zambelli (PL-SP), deputada federal;
  16. Coronel Elcio Franco, ex-secretário-executivo do Ministério da Saúde;
  17. Coronel Jean Lawand Júnior;
  18. Felipe Martins, assessor especial para Assuntos Internacionais de Bolsonaro;
  19. Major Ailton Gonçalves Moraes Barros;
  20. Marília Ferreira de Alencar, ex-diretora de inteligência do Ministério da Justiça e ex-subsecretária de Inteligência da Secretaria de Segurança Pública do DF;
  21. Silvinei Vasques, ex-diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal;
  22. Alexandre Carlos de Souza, policial rodoviário federal;
  23. Marcelo de Ávila, policial rodoviário federal;
  24. Coronel Wanderli Baptista da Silva Junior, ex-diretor-adjunto do Departamento de Segurança Presidencial do GSI;
  25. Coronel André Luiz Furtado Garcia, ex-coordenador-geral de Segurança de Instalações do GSI;
  26. Tenente-coronel Alex Marcos Barbosa Santos, ex-coordenador-adjunto da Coordenação Geral de Segurança de Instalações do GSI;
  27. Capitão José Eduardo Natale, ex-integrante da Coordenadoria de Segurança de Instalações do GSI;
  28. Sargento Laércio da Costa Júnior, ex-encarregado de segurança de instalações do GSI;
  29. Coronel Alexandre Santos de Amorim, ex-coordenador-geral de Análise de Risco do GSI
  30. Tenente-coronel Jader Silva Santos, ex-subchefe da Coordenadoria de Análise de Risco do GSI;
  31. Coronel Fábio Augusto Vieira, ex-comandante da PMDF;
  32. Coronel Klepter Rosa Gonçalves, subcomandante da PMDF;
  33. Coronel Jorge Eduardo Naime, ex-comandante do Departamento de Operações da PMDF;
  34. Coronel Paulo José Ferreira de Sousa Bezerra, comandante em exercício do Departamento de Operações da PMDF;
  35. Coronel Marcelo Casimiro Vasconcelos Rodrigues, comandante do 1º CPR da PMDF;
  36. Major Flávio Silvestre de Alencar, comandante em exercício do 6º Batalhão da PMDF;
  37. Major Rafael Pereira Martins, chefe de um dos destacamentos do BPChoque da PMDF;
  38. George Washington de Oliveira Sousa, condenado por participar da tentativa de explosão de bomba próximo ao aeroporto de Brasília;
  39. Alan Diego dos Santos, condenado por participar da tentativa de explosão de bomba próximo ao aeroporto de Brasília;
  40. Wellington Macedo de Souza, condenado por participar da tentativa de explosão de bomba próximo ao aeroporto de Brasília;
  41. Tércio Arnaud, ex-assessor de Bolsonaro apontado como integrante do chamado “gabinete do ódio”;
  42. José Matheus Sales Gomes, ex-assessor de Bolsonaro apontado como integrante do chamado “gabinete do ódio”;
  43. Fernando Nascimento Pessoa, assessor de Flávio Bolsonaro apontado como integrante do chamado “gabinete do ódio”;
  44. Maurício Junot, empresário
  45. Adauto Lúcio de Mesquita, financiador;
  46. Joveci Xavier de Andrade, financiador;
  47. Meyer Nigri, empresário;
  48. Ricardo Pereira Cunha, financiador;
  49. Mauriro Soares de Jesus, financiador;
  50. Enric Juvenal da Costa Laureano, financiador;
  51. Antônio Galvan, financiador;
  52. Jeferson da Rocha, financiador;
  53. Vitor Geraldo Gaiardo , financiador;
  54. Humberto Falcão, financiador;
  55. Luciano Jayme Guimarães, financiador;
  56. José Alipio Fernandes da Silveira, financiador;
  57. Valdir Edemar Fries, financiador;
  58. Júlio Augusto Gomes Nunes, financiador;
  59. Joel Ragagnin, influenciador;
  60. Lucas Costar Beber, financiador;
  61. Alan Juliani, financiador.

Números da CPMI do 8 de Janeiro

  • 23 reuniões;
  • 21 depoimentos;
  • 2.098 requerimentos recebidos, sendo 74 rejeitados;
  • 660 requerimentos aprovados e apreciados;
  • Mais de 1.000 requerimentos não apreciados;
  • Cerca de 20 requerimentos invalidados;
  • 656 documentos recebidos, entre ostensivos e sigilosos; e
  • 709 ofícios expedidos.

r7

Postado em 17 de outubro de 2023

Gabigol renova com Flamengo e terá maior salário do Brasil

O anúncio será feito nos próximos dias, mas Flamengo e Gabigol já acertaram a renovação do contrato, que se encerra em 31 de dezembro do ano que vem. O novo vínculo, que só terminará em 2028, fará do atacante o jogador mais bem pago do futebol brasileiro, ultrapassando Luis Suárez, do Grêmio, e Dudu, do Palmeiras.

Gabigol ganhava R$ 1,6 milhão por mês e passará a faturar acima de R$ 2 milhões. O contrato também prevê o pagamento de bônus por metas individuais e coletivas alcançadas pelo Flamengo ao longo dos próximos cinco anos.

“A gente já negociava uma renovação há meses, mas, depois da Copa do Brasil, a coisa deu uma acelerada, e faltam apenas as burocracias”, afirma uma das pessoas envolvidas nas tratativas.

Se não renovasse agora, o Flamengo passaria a correr enorme risco de perder seu atacante de graça em breve. Isso porque Gabigol estaria apto a assinar um pré-contrato com qualquer interessado a partir de julho de 2024. E interessados não faltariam, no Brasil e no exterior.

Com um detalhe importante: o Rubro-Negro não conseguiria recuperar os R$ 96 milhões investidos quando da sua compra da Inter de Milão — foi o segundo maior investimento da história do clube, atrás apenas de Pedro, comprado da Fiorentina por R$ 112 milhões.

r7

Postado em 17 de outubro de 2023

Defesa de Daniel Alves paga R$ 800 mil e pode reduzir pena até pela metade

A defesa de Daniel Alves pagou R$ 800 mil (equivalente a 150 mil euros) à Justiça da Espanha como indenização por “atenuante de reparação de dano causado”. Dessa forma, o brasileiro pode ter a pena máxima reduzida em caso de condenação pelo crime de estupro, que vem sendo investigado. O jogador está preso desde o dia 20 de janeiro deste ano.

Segundo o UOL, o depósito foi realizado no início de agosto pela advogada Miraida Puente, que representa o atleta desde janeiro, quando se deu início ao processo.

Além de Miraida, Daniel era representado por Cristóbal Martell de fevereiro até setembro. O advogado pediu para sair do caso, pois, segundo ele, já estava perdido. No lugar dele, Inés Guardiola juntou-se ao jogador no início deste mês.

O Código Penal da Espanha prevê o pagamento de uma indenização para reparação de danos causados. Caso Daniel seja condenado, o valor será destinado à vítima após a sentença.

A pena máxima de violência sexual na Espanha é de 12 anos de prisão. Segundo o Artigo 66 do Código Penal, “quando houver apenas uma circunstância atenuante, a pena aplicada será a metade inferior da que define a lei para o delito”. Sendo assim, Daniel pode ter uma sentença de seis anos.

Mesmo com o pagamento dos 150 mil euros, a Justiça Espanhola pode decidir aplicar uma pena superior aos seis anos, caso julgue que há outros agravantes no caso do jogador.

O LANCE

Postado em 17 de outubro de 2023

FMI prevê que o Brasil se torne a 9ª maior economia do mundo em 2023

O Brasil deve voltar ao ranking das dez maiores economias do mundo em 2023 e terminar o ano na 9ª posição, segundo as novas projeções do FMI (Fundo Monetário Internacional). O Brasil saiu do top 10 em 2020 e, no ano passado, ficou na 11ª posição.

O que aconteceu
O FMI elevou a projeção para o crescimento da economia brasileira em 2023. O fundo passou a prever uma alta de 3,1% do PIB (Produto Interno Bruto) neste ano , ante previsão anterior de avanço de 2,1%.

O Brasil deve subir duas posições no ranking das maiores economias. Em abril, o fundo projetava que o Brasil teria a 10ª maior economia do mundo em 2023, com PIB de US$ 1.920 trilhões em valores correntes. Em seu último relatório World Economic Outlook, divulgado na semana passada, o FMI passou uma estimativa do valor de US$ 2,126 trilhões para o PIB brasileiro no ano, acima do projetado para Canadá (US$ 2,117 trilhões) e Rússia (US$ 1,862 trilhões) ).

Confirmadas as projeções, o Brasil fechará o ano como a 9ª maior economia do mundo . Em setembro, o UOL publicou reportagem que indicava o retorno do Brasil ao top 10 com base em levantamento da agência de classificação de risco Austin Rating, que elabora um ranking atualizado das maiores economias do mundo, a partir das projeções do FMI para a economia mundial . O top 5 teria, pela ordem: Estados Unidos, China, Alemanha, Japão e Índia. Veja o gráfico abaixo:

A moeda brasileira é mais valorizada neste ano. O economista-chefe da Austin Rating, Alex Agostini, diz que a taxa de câmbio nominal do real, hoje na casa de R$ 4,99, apresenta valorização de 2,17%, enquanto o rublo russo despencou 12,9%. O dólar canadense teve valorização menor, de 1,2%. “O Brasil tem um ritmo de crescimento melhor do que esses países e também porque a sua moeda se valorizou mais”, afirma o especialista.

O Fundo diz que o crescimento econômico do Brasil é mais forte que o esperado. No relatório, o FMI retoma que o aumento é “impulsionado pela dinâmica e serviços resilientes no primeiro semestre de 2023”.

Pelas projeções do FMI, o Brasil pode retomar o posto de 8ª maior economia em 2026. Segundo as projeções da organização, o PIB do país ultrapassará o da Itália e chegará a US$ 2.476 trilhões. As restrições são de que o país se mantenha nessa posição até 2028. O país chegou a ter a sétima maior economia do mundo entre 2010 e 2014, entre as gestões Lula e Dilma

A recente decisão do Brasil de adotar um regime contínuo (em vez de ano-calendário) de inflação de 3% a partir de 2025 é um exemplo concreto de uma melhoria na eficácia operacional e na estratégia de comunicação, ajudando a reduzir a incerteza e a aumentar a eficácia da política monetária.
FMI, no relatório World Economic Outlook

UOL

Postado em 17 de outubro de 2023

Cliente filmado xingando frentista de ‘macaco’ se apresenta à polícia em Curitiba

Marcelo Francisco da Silva, cliente de um posto de combustíveis que foi filmado fazendo xingamentos contra um frentista, se apresentou à polícia na tarde desta segunda-feira (16) em Curitiba.

De acordo com o delegado Nasser Salmen, responsável pelo caso, o homem permaneceu em silêncio e, em seguida, foi liberado.

Marcelo foi filmado na madrugada do último sábado (14). Nas imagens é possível ver o suspeito discutindo com o frentista. Em determinado momento, ele chama a vítima de “neguinho”, “otário”, e “nordestino dos inferno”.

Logo depois, ele vira em direção a outra pessoa, no caixa do posto, e afirma que a vítima “veio do nordeste pra querer ser gente” em Curitiba.

De acordo com o delegado, o homem é investigado pelo crime de injúria racial, que tem pena prevista de 2 a 5 anos de prisão, é inafiançável e não prescreve, e pelo crime de xenofobia.

A defesa de Marcelo Francisco da Silva afirmou que o investigado responderá pelos atos que causou. Conforme os advogados, o homem permaneceu em silêncio por orientação deles e prestará esclarecimentos após o andamento das investigações.

Segundo Salmen, o inquérito foi instaurado nesta segundo e as duas vítimas também foram ouvidas.

Xingamentos foram gravados
Nas imagens é possível ver o homem discutindo com o frentista. Em determinado momento, ele chama a vítima de “neguinho”, “otário”, e “nordestino dos inferno”.

Logo depois, ele vira em direção a outra pessoa, no caixa do posto, e afirma que a vítima “veio do nordeste pra querer ser gente” em Curitiba.

Em outro momento do vídeo, o suspeito ameaça empurrar a vítima, que afasta o homem com as mãos. Na sequência, ele volta a ofender o frentista com palavrões e chama o homem de “macaco”.

“Você acha que dá conta, neguinho? É neguinho, macaco! […] Chama a câmera, filma lá. Olha lá, tá me tirando. Vou processar a dona do posto […] Vem do nordeste pra querer ser gente aqui em Curitiba? Volta pro nordeste, volta pra comer carne de sol”, diz o homem.

A gravação não mostra como a confusão começou, mas de acordo com o Boletim de Ocorrência, Marcelo Francisco ficou alterado durante a compra de um macarrão instantâneo.

Conforme o documento, uma das vítimas pediu para registrar a compra antes de deixar o homem fazer o macarrão, o que deixou o suspeito irritado.

A vítima que aparece nas imagens tem 18 anos. Ele foi à Central de Flagrantes da Polícia Civil (PC-PR) para denunciar o caso na tarde de sábado.

A segunda vítima, de 27 anos, é de Curitiba e também formalizou boletim.

G1

Postado em 17 de outubro de 2023

Maioria do STF vota pela condenação de seis réus pelo 8 de janeiro

O Supremo Tribunal Federal (STF) formou, nesta segunda-feira (16), maioria de votos pela condenação de mais seis réus pelos atos golpistas de 8 de janeiro. Apesar do entendimento, a pena dos acusados ainda não foi definida.

Até o momento, seis dos 11 ministros votaram pela condenação dos réus pelos crimes de associação criminosa armada, abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado e dano qualificado. O julgamento virtual será finalizado às 23h59.

A condenação atinge os réus Reginaldo Carlos Begiato Garcia, Claudio Augusto Felippe, Jaqueline Freitas Gimenez, Marcelo Lopes do Carmo e Edineia Paes da Silva Dos Santos. Com base nos votos que já foram proferidos, a pena dos acusados deve ficar em torno de 17 anos de prisão. A pena do réu Jorge Ferreira deve ficar em 14 anos.

Pela modalidade virtual, os ministros inserem os votos no sistema eletrônico e não há deliberação presencial. O julgamento é aberto com o voto do relator. Em seguida, os demais ministros passam a votar até o horário limite estabelecido pelo sistema.

EBC

Postado em 17 de outubro de 2023

Mercado reduz previsão da inflação de 4,86% para 4,75% este ano

A previsão do mercado financeiro para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) – considerado a inflação oficial do país – caiu de 4,86% para 4,75% neste ano.

A estimativa está no Boletim Focus desta segunda-feira (16), pesquisa divulgada semanalmente pelo Banco Central (BC), em Brasília, com a expectativa de instituições financeiras para os principais indicadores econômicos.

Para 2024, a projeção da inflação ficou em 3,88%. Para 2025 e 2026, as previsões são de 3,5% para os dois anos.

A estimativa para este ano está no limite do teto da meta de inflação que deve ser perseguida pelo BC. Definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), a meta é de 3,25% para 2023, com intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo. Ou seja, o limite inferior é 1,75% e o superior 4,75%.

Segundo o BC, no último Relatório de Inflação, a chance de o índice oficial superar o teto da meta em 2023 é de 67%.

A projeção do mercado para a inflação de 2024 está acima do centro da meta prevista, fixada em 3%, mas ainda dentro do intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual.

Em setembro, o aumento de preços da gasolina pressionou o resultado da inflação. O IPCA ficou em 0,26%, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O percentual ficou acima da taxa de agosto, que teve alta de 0,23%.

A inflação acumulada este ano atingiu 3,50%. Nos últimos 12 meses, ela está em 5,19%, ficando acima dos 4,61% dos 12 meses imediatamente anteriores.

Juros básicos
Para alcançar a meta de inflação, o Banco Central usa como principal instrumento a taxa básica de juros – a Selic – definida em 12,75% ao ano pelo Comitê de Política Monetária (Copom). O comportamento dos preços já fez o BC cortar os juros pela segunda vez no semestre, em um ciclo que deve seguir com cortes de 0,5 ponto percentual nas próximas reuniões. Após sucessivas quedas no fim do primeiro semestre, a inflação voltou a subir na segunda metade do ano, mas essa alta era esperada por economistas.

Ainda assim, em ata da última reunião, o Copom reforçou a necessidade de se manter uma política monetária ainda contracionista para que se consolide a convergência da inflação para a meta em 2024 e 2025 e a ancoragem das expectativas. As incertezas nos mercados e as expectativas de inflação acima da meta preocupam o BC e são fatores que impactam a decisão sobre a taxa básica de juros.

De março de 2021 a agosto de 2022, o Copom elevou a Selic por 12 vezes consecutivas, num ciclo de aperto monetário que começou em meio à alta dos preços de alimentos, de energia e de combustíveis. Por um ano, de agosto do ano passado a agosto deste ano, a taxa foi mantida em 13,75% ao ano por sete vezes seguidas.

Antes do início do ciclo de alta, a Selic tinha sido reduzida para 2% ao ano, no nível mais baixo da série histórica iniciada em 1986. Por causa da contração econômica gerada pela pandemia de covid-19, o Banco Central tinha derrubado a taxa para estimular a produção e o consumo. A taxa ficou no menor patamar da história de agosto de 2020 a março de 2021.

Para o mercado financeiro, a Selic deve encerrar 2023 em 11,75% ao ano. Para o fim de 2024, a estimativa é que a taxa básica caia para 9% ao ano. Para o fim de 2025 e de 2026, a previsão é de Selic em 8,5% ao ano para os dois anos.

Quando o Copom aumenta a taxa básica de juros, a finalidade é conter a demanda aquecida, e isso causa reflexos nos preços porque os juros mais altos encarecem o crédito e estimulam a poupança. Mas, além da Selic, os bancos consideram outros fatores na hora de definir os juros cobrados dos consumidores, como risco de inadimplência, lucro e despesas administrativas. Desse modo, taxas mais altas também podem dificultar a expansão da economia.

Quando o Copom diminui a Selic, a tendência é que o crédito fique mais barato, com incentivo à produção e ao consumo, reduzindo o controle sobre a inflação e estimulando a atividade econômica.

PIB e câmbio
A projeção das instituições financeiras para o crescimento da economia brasileira neste ano ficou em 2,92%, a mesma as últimas três semanas.

Para 2024, a expectativa para o Produto Interno Bruto (PIB) – a soma de todos os bens e serviços produzidos no país – é de crescimento de 1,5%. Para 2025 e 2026, o mercado financeiro projeta expansão do PIB em 1,9% e 2%, respectivamente.

Por fim, a previsão para a cotação do dólar está em R$ 5 para o fim deste ano. Para o fim de 2024, a previsão é de que a moeda americana fique em R$ 5,05.

EBC

Postado em 17 de outubro de 2023

Governo anuncia envio de purificadores de água e medicamentos para Faixa de Gaza

O governo federal anunciou nesta segunda-feira (16) que irá enviar para a Faixa de Gaza 40 purificadores de água portáteis e dois kits de medicamentos e insumos para atender as populações que sofrem com os efeitos da guerra entre o grupo Hamas e Israel.

Cada kit de medicamentos tem 48 itens, incluindo antibióticos, anti-inflamatórios, ataduras, entre outros, somando 267kg de materiais. Já os purificadores de água, segundo o governo, têm capacidade de produzir água e atender mais de 13 mil pessoas por dia.

A iniciativa é coordenada pela Agência Brasileira de Cooperação, do Ministério das Relações Exteriores, e também conta com o apoio do Ministério da Saúde.

BAND

Postado em 17 de outubro de 2023

Sangue à venda? As polêmicas da PEC do Plasma, que avança no Senado

Em 1976, o cantor e compositor Chico Buarque mostrava mais uma vez a sua genialidade na leitura social do Brasil ao lançar Vai Trabalhar, Vagabundo . Quase cinquenta anos depois, os versos “segunda-feira vazia / ganha no banco de sangue / pra mais um dia”, que relatam a venda da seiva vermelha para suprir necessidades financeiras, parecem refletir o debate que resultou na aprovação pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado da proposta de emenda à Constituição (PEC) 10/2022, mais conhecida como PEC do Plasma. Mercurial, o projeto teve sua votação adiada sete vezes diante de brigas acaloradas entre defensores e opositores sobre a possibilidade de empresas comercializarem o componente sanguíneo, usado na fabricação de medicamentos.

O imbróglio já teve grandes proporções para modificar um artigo da Constituição de 1988 que veda a retirada de órgãos, substâncias e tecidos humanos mediante pagamentos. Trata-se de um expediente legal para garantir que os brasileiros assolados pela pobreza, desemprego e desespero não tenham de recorrer à venda de sangue e afins para suprir o pão de cada dia. A PEC do Plasma provocou uma revolta de entidades que representam pacientes e evidências do próprio Ministério da Saúde . Antes da votação na comissão, Nísia Trindade, que comandava a pasta, afirmou que o governo trabalha “para que o sangue não seja uma mercadoria”. Atualmente, cinco países autorizam a doação de plasma remunerada: Estados Unidos, Alemanha, Áustria, Hungria e República Checa. No mês passado, o tema esteve em discussão no Parlamento Europeu. A decisão vitoriosa foi de que as doações sejam voluntárias e sem estímulos financeiros.

Por aqui, uma nova do texto foi apresentada e o tópico de discórdia foi suprimido para que entre em uma futura lei. “Modificamos o texto em relação à remuneração da coleta”, explicou à relatora do projeto, a senadora Daniella Ribeiro (PSD-PB). A mudança não acalmou os ânimos. O plasma, fração do líquido que corre nas veias famosas por reunir proteínas, anticorpos e agentes coagulantes, exige alto nível de padronização e controle desde a coleta até seu destino rumo aos pacientes. Isso vem desde os anos 1980, quando a contaminação por vírus como o HIV já era um risco conhecido ao redor do mundo, principalmente após relatos de infecção em pessoas com hemofilia, condição que afeta a coagulação e é tratada com transfusões e medicamentos derivados desse componente sanguíneo.

O temor de uma queda de doações voluntárias para o sistema público — índice já aquém das metas — e a segurança do material são as principais preocupações de quem se opõe ao projeto. “Todo produto que o Brasil processa tem qualidade e passa por rigorosa supervisão da Anvisa”, disse a VEJA Carlos Gadelha, secretário de Ciência, Tecnologia, Inovação e Insumos Estratégicos em Saúde do governo. “A medida não vai aumentar a oferta de sangue, e ainda pode significar um pagamento.”

Os tratamentos à base de plasma são fundamentais para cidadãos com hemofilia, anemia falciforme, grandes queimaduras e cirrose, por exemplo. No Brasil, uma cadeia que envolve coleta, análise, envio para processamento no exterior e distribuição dos produtos obtidos passa pelas mãos do Sistema Único de Saúde (SUS) e até conta com apoio da iniciativa privada, mas existem gargalos. Um deles é uma dependência da etapa fora do país, que precisaria de uma substituição nacional. Há esperança nos laboratórios da Empresa Brasileira de Hemoderivados e Biotecnologia (Hemobrás), fundada em 2004, porém ainda longe de estar a pleno vapor. Ela deve começar a entregar uma medicação para controle da hemofilia neste ano e prevê a oferta de outros hemoderivados em 2025. A estrutura, em Pernambuco, teve investimento de mais de 1,4 bilhão de reais.

Lacunas como essas foram levadas à sessão na CCJ e alimentaram os argumentos de quem defende a mudança da lei. “Torcemos para que a Hemobrás passe a cumprir o papel dela, mas, no momento, ela é uma empresa de logística”, diz Paulo Tadeu Rodrigues de Almeida, presidente da Associação Brasileira de Bancos de Sangue (ABBS). A questão ainda será levada ao plenário do Senado antes de ser votada na Câmara dos Deputados. E vai exigir reflexão e ponderação para não comprometer uma operação baseada no altruísmo que salva vidas.

VEJA

Postado em 17 de outubro de 2023

Rio Negro, em Manaus, atinge nível mais baixo da história

O Rio Negro atingiu o mais baixo nível registrado em Manaus nesta segunda-feira (16/10). Às 5h40, o índice apontou uma cota de 13,59 metros, superando em quatro centímetros a maior seca histórica anterior, de 2010, que era de 13,63 metros. Em apenas um dia, o nível do Rio Negro diminuiu mais de 10 centímetros, reduzindo a vazão de forma inédita. Desde sábado (14/10), a redução acumulada foi de 32 centímetros.

Esses números indicam que a queda do nível, além de ser maior, está ocorrendo de maneira mais rápida. As medições do fim de semana mostraram uma diminuição de menos de 13 centímetros no sábado (14/10), menos 9 centímetros no domingo (15) e menos 10 centímetros nesta segunda-feira (16/10).

Na última terça-feira (10/10), o Rio Negro tinha uma cota de 14,29 metros, indicando uma diminuição de 70 centímetros em apenas seis dias.

Pior seca já registrada

Essa é a pior seca registrada em mais de um século desde que começaram a monitorar o nível do Rio Negro. Até hoje, as secas mais severas ocorreram em 2010 (13,63m), 1963 (13,64m) e 1906 (14,20m). A previsão é que o rio continue a baixar nos próximos 10 dias, já que a estiagem amazônica deve continuar até o final de outubro.

A seca histórica em Manaus acontece apenas dois anos após o Rio Negro ter registrado sua maior cheia, em 2021, atingindo 30,02 metros. Quatro municípios localizados na calha do rio, dentre eles São Gabriel da Cachoeira, Barcelos, Santa Isabel do Rio Negro e a capital, Manaus, estão em situação de emergência. Novo Airão está em estado de alerta.

Os maiores problemas incluem o secamento de rios e afluentes, deixando comunidades isoladas e sem acesso à água potável.

Com a diminuição das águas, as margens do Rio Negro e os igarapés estão acumulando toneladas de lixo doméstico, incluindo garrafas PET e sacos plásticos, bem como detritos e peixes mortos. Uma dessas áreas está na Manaus Moderna, zona sul da capital. A Praia da Ponte Negra, mesmo estando interditada devido à vazante extrema, foi invadida por banhistas, exigindo intervenção da Guarda Municipal.

Seca aumenta as queimadas

A diminuição drástica do Rio Negro também afetou os afluentes, deixando comunidades isoladas em 38 municípios, uma vez que o acesso fluvial se tornou inviável devido à transformação dos cursos d’água em estradas de areia. Alguns municípios estão racionando água, e as balsas que transportam veículos de carga deixaram de operar.

Nesta segunda-feira (16), o governo do Amazonas fez um acordo com empresas de táxi aéreo para garantir o abastecimento de produtos essenciais em locais mais críticos.

Além disso, a estiagem está agravando os problemas de incêndios florestais no Amazonas. No estado, 50 municípios estão em situação de emergência e 10 em alerta. Cerca de 112 mil famílias, totalizando 451 mil pessoas, já foram afetadas pela seca dos rios e pelos incêndios. Desde o início do ano, até 13 de outubro, foram registrados 17,6 mil focos de incêndio no estado.

Para reforçar o combate aos incêndios, 99 brigadistas chegaram a Manaus no domingo (15/10).

Apesar da chuva no sábado (14/10), que trouxe alívio para os moradores da capital após três dias seguidos de fumaça de incêndios e calor intenso, a qualidade do ar em Manaus ainda está ruim, por causa das queimadas perto da cidade. Desde o início de outubro, a poluição causada pelas chamas cobre a capital amazonense.

Metrópoles

Postado em 17 de outubro de 2023