A turma do eu sozinho: pesquisa explica as razões da solidão masculina

Em reflexão sobre o indivíduo em sociedade, o inglês Francis Bacon (1561-1626), um dos grandes filósofos do pensamento ocidental, foi categórico: “Não há solidão mais triste do que a do homem sem amizades”. A teia de boas relações tecida ao longo de uma vida, como já comprovado pelos vários escaninhos da ciência, tem inestimável valor para a felicidade e o bem-estar das pessoas — um terreno sobre o qual o enriquecimento humano viceja no sentido mais amplo. Não é fácil semear elos firmes e duradouros, mas sabe-se que a trilha envolve costurar afinidades, abrir o peito e deixar o outro enxergar emoções a que poucos têm acesso. Na pressa da era moderna, tão afeita à efemeridade das redes sociais, formar laços que rompam a bolha da superficialidade ganhou complexidade — e essa dificuldade se delineia agora com tintas berrantes na população masculina, tradicionalmente mais refratária a expor sentimentos e fragilidades do que a ala feminina.

Os contornos da doída solidão a que Bacon já se referia tantos séculos atrás foram iluminados em recente pesquisa, que conferiu escala ao incômodo masculino. O vasto levantamento, conduzido pelo instituto Survey Center on American Life, mostra que 47% dos homens se revelam insatisfeitos com seu círculo de amizades, demasiado restrito e incapaz de lhes dar o suporte esperado. Ao garimpar as raízes da decepção, 80% contam não ter recebido apoio emocional de um único amigo nos últimos tempos. A falta de iniciativa própria é um claro motor do isolamento — apenas 16% afirmam acionar alguém fora da rede familiar quando precisam. “Para o homem, é culturalmente mais complicado falar sobre seus conflitos, dúvidas e fragilidades, um freio fincado sobre uma velha percepção de masculinidade”, observa o psicólogo Claudinei Affon­so, da PUC-SP. Meninos engatam em um processo de se fechar em si mesmos por volta dos 14, 15 anos, movimento que vai se acentuando conforme a idade adulta se avizinha. “Eles assimilam desde cedo a ideia de que exibir sentimento é sinal de vulnerabilidade”, explica o neurocientista Álvaro Machado.

Embora o planeta siga girando e ultrapassados estereótipos sobre a masculinidade venham se dissolvendo, cientistas da Universidade Fordham, em Nova York, ressaltam que certos pilares resistem firmes e fortes. Em uma detalhada escala em que hierarquizaram os atuais valores masculinos, “honra” e “virilidade” sobressaem entre os entrevistados, terreno altamente desfavorável ao que uma boa amizade requer: desarmar-se. “Por mais absurdo que seja, ainda guardo dentro de mim a noção de que homem não pode se abrir, pedir ajuda, se expor”, admite o artista plástico Marcelo Oliveira, 52 anos, que reconhece estabelecer com os poucos amigos laços que não se descolam da superfície. “Sei que poderiam me confortar nos momentos duros, mas impomos uma barreira para nós mesmos”, diz.

As razões elencadas pelas mulheres para selar amizades costumam diferir das dos homens em sua essência. Enquanto elas buscam acima de tudo trocas emocionais e intimidade, eles tendem a olhar com maior atenção para atributos externos, como posição social e prestígio, segundo aponta um estudo das universidades de Oklahoma e Arizona, nos Estados Unidos. “A maioria não percebe, mas ao cultivarem amizades sem profundidade, eles se põem em um desnecessário lugar de desamparo”, avalia o historiador Luciano Ramos, da ONG Promundo, voltada para o tema.

Para uma parcela dos que hoje se queixam de solidão, a dificuldade de dar densidade às conversas se anuncia já na adolescência, quando a roda social em geral se expande. Mas não para todos. Nessa fase, os que não se amoldam aos padrões dominantes tendem a ser excluídos e a viver ilhados. A literatura mostra que justamente aí eles que penam mais do que elas — um tormento que, mais adiante, pode se converter em relações calcadas na desconfiança. “Tinha gostos distintos dos meus colegas, nunca fui muito de andar em bando e me isolei desde os primórdios em meu próprio mundo, onde até hoje me sinto confortável”, conta o desenvolvedor de sistemas Michaell Rodrigues, 29 anos, que não se vê à vontade para remexer tópicos sensíveis mesmo com pessoas que lhe abrem espaço.

Conseguir ficar bem sozinho pode propiciar raros momentos de autoconhecimento que o poeta francês Charles Baudelaire (1821-1867) definiu como oportunidade. “Quem não sabe povoar sua solidão também não saberá ficar sozinho em meio à multidão”, pontificou com incisivas palavras. Essa é uma dimensão certamente diferente da solidão em sua forma mais profunda e dolorida, aquela que o pintor americano Edward Hopper (1882-1967) retratou em suas telas com desconcertante realismo — um vazio que deságua em estresse, ansiedade e outros males. Por isso, defendem os especialistas, ela deve ser combatida com todo o afinco.

O mais longevo estudo sobre a felicidade, feito pela Universidade Harvard, não deixa dúvidas sobre os bem-vindos efeitos de relações verdadeiras e duradouras — elas são a chave para a plenitude. Um dos grandes pesquisadores das amizades humanas, o psicólogo americano William Hartup cavuca mais fundo: ele afirma que elos que primam pela solidez, baseados em igualdade e reciprocidade, constituem uma potente engrenagem para a resolução de problemas e tornam as pessoas mais autoconfiantes e generosas com o próximo. Felizmente, há progressos nesse campo. “Uma parcela dos homens começa a se reinventar e falar mais sobre o que sente”, analisa André Rabelo, da Sociedade Brasileira de Psicologia. Não lhes faltam motivos para virar a página do silêncio e ir atrás de um bom amigo.

VEJA

Postado em 5 de maio de 2023

Inquéritos e ações contra Bolsonaro chegam a 24; entenda

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) é alvo de ao menos 24 ações e inquéritos no Supremo Tribunal Federal (STF), no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e na primeira instância. Todas estão em curso e ainda não foram a julgamento. Nesta quarta-feira (3), a Polícia Federal fez buscas na casa dele, em Brasília, numa operação autorizada pelo ministro do STF Alexandre de Moraes para apurar a atuação de um grupo que teria inserido dados falsos de vacinação contra a Covid-19 nos sistemas do Ministério da Saúde. O caso foi incluído no inquérito das milícias digitais, que já investigava ataques de Bolsonaro às urnas eletrônicas desde o ano passado.

No último mês, Bolsonaro prestou esclarecimentos à PF em outras duas investigações. Os investigadores colheram o depoimento do ex-presidente, na semana passada, no inquérito do STF que investiga supostos incitadores e autores intelectuais dos atos golpistas do dia 8 de janeiro. Bolsonaro afirmou que compartilhou, por engano, um vídeo com acusações sem provas ao STF e ao TSE, dois dias depois dos atos.

O ex-presidente também falou à PF, no início de abril, no inquérito que investiga se Bolsonaro atuou para ficar com conjunto com colar e outros itens de diamantes avaliado em R$ 16,5 milhões, que foi dado pelo governo da Arábia Saudita. Na ocasião, o ex-presidente disse que mandou o ex-ajudante de ordens Mauro Cid, preso nesta quarta-feira, verificar e esclarecer o que poderia ser feito com as joias sauditas para evitar um vexame diplomático de o presente ser levado a leilão.

Entre outras investigações, Bolsonaro também é alvo de 16 processos que tramitam no TSE — todos, no limite, podem impedir que ele participe de eleições por um período.

Confira as ações e investigações que estão em andamento contra Jair Bolsonaro:

Milícias digitais
O chamado inquérito das milícias digitais foi aberto em 2021 pelo ministro Alexandre de Moraes, do STF, como desdobramento de outra investigação, que apurava atos antidemocráticos e foi arquivada. No ano passado, os ataques de Bolsonaro às urnas eletrônicas passaram a ser investigados neste inquérito.

8 de janeiro
Na semana passada, Bolsonaro prestou depoimento à PF no inquérito do STF que investiga supostos incitadores e autores intelectuais dos atos golpistas do dia 8 de janeiro. O ex-presidente foi incluído no inquérito após ter compartilhado, dois dias depois dos atos, um vídeo com acusações sem provas ao STF e ao TSE. No depoimento, Bolsonaro afirmou que a publicação foi feita por engano.

Joias sauditas
No início de abril, Bolsonaro também prestou depoimento à PF no inquérito sobre as joias sauditas, presente do governo da Arábia Saudita avaliado em R$ 16,5 milhões. O ex-ajudante de ordens Mauro Cid, preso nesta quarta-feira, também é investigado neste inquérito. A PF apura se Bolsonaro atuou para ficar com os itens. No depoimento, Bolsonaro disse que mandou Cid verificar o que poderia ser feito com as joias para evitar um vexame diplomático de o presente dado por outra nação ser levado a leilão.

Apologia ao estupro
Desde 2016, Bolsonaro é réu no STF por incitação ao estupro e por injúria, por ter dito que a deputada Maria do Rosário (PT-RS) não merecia ser estuprada porque é “muito feia”. A tramitação dessas ações foi interrompida durante seu mandato presidencial, mas foi retomada agora. Na semana passada, a Procuradoria Geral da República (PGR) defendeu que os casos sejam enviados para a primeira instância.

Pandemia
No fim do ano passado, a PF afirmou ao STF que Bolsonaro cometeu incitação ao crime, por estimular as pessoas a não usarem máscaras, além da contravenção penal de “provocar alarme ou perigo inexistente” ao associar o uso da vacina da Covid-19 com o desenvolvimento do vírus da Aids. Em fevereiro, a PGR pediu o arquivamento do caso. Ainda não houve decisão do relator do caso, Alexandre de Moraes.

Vazamento de inquérito
Em fevereiro do ano passado, a PF afirmou que Bolsonaro cometeu o crime de violação de sigilo funcional, ao divulgar uma investigação sigilosa sobre ataque hacker ao TSE. A PGR já pediu para arquivar esse caso, mas o pedido foi negado por Moraes, que também é o relator desse inquérito.

Interferência na PF
Bolsonaro é investigado no STF por uma suposta interferência na PF, denunciada pelo ex-ministro Sergio Moro, quando o atual senador pediu demissão do Ministério da Justiça, em 2020. O então presidente prestou depoimento no caso em 2021, mas negou interferência. No ano passado, a PF afirmou que não houve crime, e a PGR pediu o arquivamento, mas ainda não há decisão.

“Aije dos Embaixadores”
Jair Bolsonaro responde a uma ação de investigação judicial eleitoral (Aije) no TSE que apura uma reunião, em julho do ano passado, em que ex-presidente fez ataques às urnas eletrônicas durante uma reunião com representantes estrangeiros no Palácio da Alvorada. Esta é a ação mais próxima de ser julgada. O Ministério Público Eleitoral (MPE) já se manifestou a favor do pedido de inelegibilidade do ex-chefe do Executivo. Em janeiro, uma minuta golpista encontrada na casa do ex-ministro Anderson Torres, que está preso, passou a integrar o processo sobre ataques ao sistema eleitoral, proposto pelo PDT. A alegação é que teria havido abuso de poder político na reunião de Bolsonaro com embaixadores. Outra ação, do PT, também aponta ataques ao sistema eleitoral.

Uso eleitoreiro de programas sociais
Três ações que correm no TSE apuram o cometimento de abuso de poder político e econômico numa série de medidas tomadas pelo governo Bolsonaro no decorrer do ano passado. As três envolvem o possível uso eleitoreiro do Auxílio Brasil, principal vitrine eleitoral do ex-presidente, na permissão do empréstimo consignado, na antecipação do pagamento de parcelas e no aumento de famílias beneficiadas. As medidas teriam como objetivo desequilibrar a disputa eleitoral e favorecer o então candidato à reeleição no pleito de outubro.

Rede de desinformação
Outra apresentada pelo PT trata do que o partido classificou como uma rede de perfis destinados a difundir informações falsas. Um relatório apresentado pela sigla sustenta que havia ação coordenada. O PT apresentou dados sobre um suposto “ecossistema de desinformação”, formado por dezenas de perfis bolsonaristas. A ação foi baseada num mapeamento feito a partir das interações do vereador Carlos Bolsonaro, então responsável pela estratégia digital do ex-presidente e pai dele.

Outras ações no TSE
Sete de Setembro: três ações apuram o uso eleitoreiro do desfile do Bicentenário da Independência em prol da campanha à reeleição de Bolsonaro.

Viagens ao exterior: outras três ações investigam o uso eleitoreiro de itinerários que Bolsonaro fez durante a campanha eleitoral, para o funeral da rainha Elizabeth II e para a ONU.

Palácio da Alvorada: três ações apuram a utilização da residência oficial para lives e eventos da campanha à reeleição.

Disparos de SMS: ação investiga mensagens de apoio a Bolsonaro enviadas por número do governo do Pará.

Jovem Pan: ação questiona suposto tratamento privilegiado da emissora a Jair Bolsonaro.

Casa da Pátria: ação apura suposta rede de campanha paralela de Bolsonaro que seria formada por empresários, pastores e entidades religiosas.

No TSE, Bolsonaro também é alvo de um inquérito administrativo que investiga seus ataques às urnas eletrônicas, aberto em 2021. Em março, o corregedor-geral eleitoral, ministro Benedito Gonçalves, prorrogou uma investigação sobre grupos digitais que divulgam notícias falsas a respeito do sistema eleitoral, que ocorre no âmbito desse inquérito.

Há, ainda, 11 pedidos de investigação contra Bolsonaro pendentes de decisão. Em fevereiro, 10 desses pedidos que estavam no STF foram encaminhados para a primeira instância. Cinco deles foram apresentados após o então presidente atacar o STF em pronunciamentos feitos durante o 7 de setembro de 2021. Os demais tratam de supostas declarações racistas, a realização de um passeio de moto nos Estados Unidos, difamação e injúria.

Também em fevereiro, o ministro Luiz Fux enviou para a Justiça Eleitoral um pedido de inquérito apresentado pela PF contra o ex-presidente pela suspeita de uso indevido de imagens de crianças e adolescentes durante a campanha eleitoral. As imagens teriam sido utilizadas em situações que incitariam o uso de armas.

Folha PE

Postado em 5 de maio de 2023

“Escravas virtuais”: como jovens submetem meninas a sessões de tortura na internet

Era de dentro do próprio quarto, um cômodo imundo e bagunçado no segundo piso da casa onde morava com os pais, em Mauá, na Grande São Paulo, que um adolescente de 17 anos promovia sessões de tortura com meninas que residiam a quilômetros de distância, pela internet.

Trajando máscara de caveira e ushanka (gorro típico da Rússia), o jovem dava ordens pela câmera do computador para que garotas de 14 a 17 anos de idade praticassem automutilação, esquartejamento de animais e até zoofilia. Ele não estava só.

Os abusos psicológico, físico e sexual também eram manipulados por outros adolescentes online e assistidos ao vivo por dezenas de jovens conectados no mesmo ambiente virtual. No Brasil, induzir a prática de automutilação ou expor a imagem íntima de menores de idade são crimes.

Todas essas cenas de terror ocorreram dentro de um aplicativo chamado Discord, criado em 2015 nos Estados Unidos e usado para troca de mensagens e reuniões em vídeo, inclusive no meio corporativo, e bastante difundido entre jovens que jogam games online.

Com os rostos cobertos ou as câmeras desligadas, e usando apenas apelidos para se identificarem, os agressores se sentiam protegidos pelo anonimato. As vítimas eram aliciadas no mundo real e na internet e depois se tornavam “escravas virtuais”, mediante uma rotina de chantagens e ameaças.

As humilhações diante das plateias nas salas fechadas do Discord eram o ápice da crueldade e do sadismo dos agressores. Como nada fica registrado na plataforma, eles mesmos gravavam as sessões de tortura para exibir em redes sociais ou continuar chantageando as vítimas.

Era o que fazia o adolescente de 17 anos de Mauá, que foi apreendido no dia 6 de abril pela Delegacia de Combate à Pedofilia da Polícia Civil de São Paulo. No quarto dele, os investigadores encontraram centenas de arquivos com as sessões de tortura. Entre o material apreendido, há vídeos como o que segue abaixo.

Descoberta das salas de terror
Uma denúncia feita à Polícia Federal do Rio Grande do Sul, no início de abril, indicou que jovens estariam usando salas do Discord para assistir, em tempo real, abusos físicos, sexuais e psicológicos. O alerta foi dado pelos pais de uma das vítimas.

O levantamento da PF indicou que os algozes da adolescente gaúcha estavam em outros estados, incluindo São Paulo, onde foi solicitado o apoio da Delegacia de Combate à Pedofilia, que é atrelada ao Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP).

Após um rápido levantamento, os policiais paulistas descobriram o endereço onde estava um dos computadores usados nas sessões de tortura online. Com um mandado de busca e apreensão em mãos, os investigadores foram até uma casa no bairro Jardim Cerqueira Leite, em Mauá, no dia 6 de abril.

Quando os policiais entraram na residência, o adolescente de 17 anos estava em frente a um computador, em um quarto imundo, com restos de comida e materiais de construção, no segundo piso da casa, longe dos olhares dos pais — uma professora e um zelador.

Segundo a investigação, antes do flagrante, o jovem permaneceu no quarto fomentando práticas violentas pela internet por aproximadamente 12 horas. Ao perceber a chegada dos policias, ele trancou o cômodo, desligou o aparelho e tentou ocultar provas.

“No momento da abordagem, o adolescente ostentava diversas marcas em ambos os braços, que indicam automutilação, já cicatrizadas”, diz trecho de registros policiais.

Aos investigadores, o jovem admitiu participar de grupos do Discord, acrescentando que dava ordens de “automutilação para garotas”. Depois disso, se negou a dar mais informações.

Ele foi enquadrado por utilizar-se de criança ou adolescente em cena de sexo explícito, por armazenar e transmitir esse tipo de conteúdo, por abuso de animais e instigação à automutilação e ao suicídio. Agora, está internado em uma unidade da Fundação Casa.

Com o adolescente, foram apreendidos três computadores e dois celulares. Em um dos aparelhos foram encontradas as provas dos crimes, além das identidades dos outros envolvidos na associação criminosa. A polícia já identificou cinco jovens, entre 17 e 22 anos.

Um deles, chamado Izaquiel Tomé dos Santos, de 20 anos, conhecido como Dexter no Discord, foi preso pela PF em Minas Gerais, no último dia 29. Até o momento, quatro vítimas, todas meninas e da região Sul do país, também foram identificadas nas investigações.

Como as vítimas eram aliciadas
O chefe de investigações da 4º Delegacia de Combate à Pedofilia, Alexandre Scaramella, afirmou ao Metrópoles que os jovens investigados escolhiam suas vítimas e as abordavam de três formas diferentes.

Uma delas era dentro do próprio aplicativo Discord, a segunda em outras redes sociais e a terceira com pessoas do convívio social dos suspeitos.

Em todas as situações, os abusadores conseguiam informações como endereço da casa, nome dos pais e detalhes da intimidade das vítimas, para convencê-las de que poderiam ser retaliadas caso não fizessem o que eles queriam nas sessões de tortura ao vivo.

“Alguns faziam vídeos das vítimas, seguindo as meninas, filmando a rotina delas, para municiar os demais integrantes dos grupos e fazer chantagem emocional, alegando saber onde elas estavam e o que estavam fazendo, por exemplo”, explica Scaramella.

Outra prática era conquistar as garotas na internet e estabelecer um namoro à distância até conseguirem fotos delas nuas. Em seguida, o material era usado para chantageá-las. “Caso as vítimas não fizessem o que os torturadores exigiam, eles ameaçavam divulgar as fotos, ou vídeos, para os pais das vítimas, ou ainda na escola onde elas estudam”, acrescenta o policial.

“Escravas virtuais”
Para evitar que suas imagens íntimas fossem divulgadas, as adolescentes se sujeitavam a situações impublicáveis, dada a crueldade exacerbada e o sadismo contidos nos registros feitos pelos agressores nas salas do Discord.

O Metrópoles assistiu a vídeos em que uma menina de 14 anos, do Rio de Janeiro, introduz uma faca na vagina após ter sido coagida a colocar pasta de dente nos olhos e no órgão sexual e beber desinfetante.

Em outro registro, uma garota aparece enforcando um gato. O animal de estimação aparece em outra imagem, já morto, com a cabeça arrancada, com o auxílio de um canivete. São inúmeros os vídeos e as fotos de meninas com os corpos cortados com lâminas.

“Quando analisei os vídeos, tentei pensar o que passa na cabeça do ser humano. Dá para ver que as vítimas estão nitidamente sofrendo, mas são tão escravas que nem se manifestam mais”, afirma o chefe de investigações da delegacia do DHPP.

Orientação aos pais
A Delegacia de Combate à Pedofilia orienta para que os pais procurem a polícia quando perceberem mudanças de comportamento nos filhos. O uso de roupas compridas, mesmo em dias quentes, pode ser um sinal de que os jovens estão se autoflagelando, por exemplo, e tentando esconder os machucados.

É orientado para que os responsáveis também monitorem onde e com quem os filhos se relacionam nas redes sociais. “Os pais precisam agir com carinho, nunca retaliando os filhos e acionar a polícia imediatamente”, recomenda o investigador chefe Alexandre Scaramella.

O que diz o Discord
Em nota, o Discord trata a questão das torturas ocorridas nas salas virtuais do aplicativo como ações de “fora da plataforma”. Segundo a empresa, esses comportamentos “podem, razoavelmente, criar um risco de segurança — ou até mesmo danos imediatos e graves” para seus usuários.

“Quando falamos de comportamentos fora da plataforma, estamos nos referindo a quaisquer comportamentos que ocorram fora do Discord, seja em outros espaços digitais ou em uma comunidade física”, diz a empresa.

O aplicativo acrescenta que uma equipe de segurança está capacitada para investigar contas suspeitas, “incluindo a revisão das atividades e postagens do usuário” que estariam pautadas nos comportamentos “fora da plataforma.”

“Estamos dando este passo para garantir a segurança de todos no Discord e nas comunidades em que vivem. Estamos aplicando essa consideração de comportamento fora da plataforma somente se tomarmos conhecimento das ameaças de maior dano, incluindo o uso do Discord para organizar, promover ou apoiar o extremismo violento; fazer ameaças de violência; e sexualizar crianças de qualquer forma”, conclui o Discord.

Metropoles

Postado em 5 de maio de 2023

Da ‘live’ de Bolsonaro à fraude na vacinação: como o celular de Mauro Cid embasou as investigações da PF

Uma investigação que começou em agosto de 2021 envolvendo o então presidente Jair Bolsonaro e seu ajudante de ordens, Mauro Cid, tem sido apontada pela Polícia Federal como crucial para desvendar um esquema de fraude em cartões de vacinação. A quebra do sigilo de mensagens de Cid naquele caso embasou a operação desta semana, mas também forneceu elementos para ao menos outras três apurações envolvendo o tenente-coronel.

O acesso a serviços de nuvem utilizados por Cid foi autorizado no inquérito que investiga Bolsonaro pelo vazamento de uma investigação da PF. Com esses dados, os investigadores pediram o indiciamento do militar neste e em outro inquérito, e outras duas investigações foram abertas, sendo uma delas a que resultou na prisão dele.

— A partir de acesso a nuvens e conversas, se identificou essa possível fraude que agora apontamos como real. Portanto, a partir daí que começamos essa investigação do Rio de Janeiro — afirmou o diretor-geral da PF, Andrei Passos , ao explicar a origem da investigação sobre fraude nos cartões de vacinação.

Entenda a seguir o passo a passo das diversas investigações envolvendo Cid.

Agosto de 2021: inquérito divulgado
No dia 4 de agosto de 2021, em meio a uma escalada de ataques ao Supremo Tribunal Federal (STF) e ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o então presidente Jair Bolsonaro divulgou um inquérito da PF que investigava um ataque hacker ao sistema da Corte Eleitoral, como uma forma colocar em dúvida o sistema eleitoral. Primeiro ele leu trechos em uma entrevista, depois publicou a íntegra em suas redes sociais.

Dias depois, os sete ministros que integravam o TSE à época enviaram uma notícia-crime ao STF, solicitando a abertura de uma investigação contra Bolsonaro, o que foi aceito por Alexandre de Moraes. O argumento foi de que o inquérito divulgado continha informações sigilosas sobre o órgão.

No decorrer dessa investigação, a PF encontrou indícios da participação de Cid no vazamento do inquérito e houve a quebra de sigilo telemático dele, referente a dados armazenados em dois sistemas de nuvem (Google Drive e ICloud). Cid teria sido o responsável por publicar o conteúdo do inquérito na internet, para que fosse divulgado por Bolsonaro.

Com os dados, a PF determinou o indiciamento de Cid pelo crime de violação de sigilo funcional, por ter ajudado Bolsonaro a divulgar a investigação. De acordo com a corporação, ele, “na condição de funcionário público, revelou conteúdo de inquérito policial que deveria permanecer em segredo até o fim das diligências”.

Durante a análise das mensagens, a PF encontrou indícios de que Cid teve participação em episódio que estava sendo investigado em outro inquérito: a declaração de Bolsonaro com uma relação falsa entre a vacina contra a Covid-19 e a Aids. Por isso, pediu o compartilhamento da quebra de sigilo com esse inquérito.

“O acesso autorizado judicialmente ao conteúdo de dados armazenados em serviço de nuvem utilizado por Mauro César Barbosa Cid aponta a participação de Mauro Cid em outros eventos (…) também destinados à difusão de notícias promotoras de desinformação da população”, afirmou a PF.

Além disso, também foi solicitado o compartilhamento de todo esse inquérito com outra investigação, que apura a atuação de uma suposta milícia digital. Os dois pedidos foram aceitos por Moraes, relator dos três inquéritos, em fevereiro do ano passado.

Durante a análise das mensagens, a PF também encontrou conversas que levantaram suspeitas sobre transações financeiras operadas de Cid. Foi solicitada a quebra do sigilo bancário, o que foi determinado por Moraes. A decisão foi revelada em setembro pelo jornal Folha de S.Paulo e causou grande irritação em Bolsonaro.

Em janeiro, o portal Metrópoles afirmou que houve avanços na investigação e que há suspeita de que Cid operava uma espécie de “caixa paralelo” no Palácio do Planalto. O caso está sob sigilo.

A partir das mensagens obtidas na quebra de sigilo, a PF pediu, em dezembro de 2022, o indiciamento de Cid por incitação ao crime, por estimular as pessoas a não utilizarem máscaras e pela contravenção penal de “provocar alarme ou perigo inexistente” ao associar vacina e Aids. De acordo com a PF, Cid produziu as informações falsas que foram divulgadas por Bolsonaro em transmissões ao vivo.

“Mauro Cesar Barbosa Cid, de forma direta, voluntária e consciente, produziu textos inverídicos, a partir de material coletado na rede mundial de computadores, desvirtuando os conteúdos constantes das fontes de informação por ele utilizadas, com vistas a serem divulgados pelo presidente da República em sua ‘live’ semanal”, diz o relatório.

Também analisando as mensagens de Cid, a PF encontrou os primeiros indícios do esquema de fraude de cartão de vacinas, e o caso passou a ser investigado no inquérito das milícias digitais. A PF enviou um primeiro relatório em dezembro, relatando uma operação para fraudar um comprovante de vacinação para a esposa do militar.

Com a continuidade da investigação, houve a descoberta de novos casos de fraude, incluindo de Bolsonaro e outros auxiliares próximos, e em abril a PF pediu a prisão de Cid e outras cinco pessoas, alegando que eles fazem parte de uma associação criminosa.

Extra

Postado em 5 de maio de 2023

Zelensky pede estabelecimento de tribunal de guerra para julgar agressões russas

O presidente da Ucrânia Volodymyr Zelensky se reuniu nesta quinta-feira (4) com o presidente e o escrivão do Tribunal Penal Internacional de Haia, Piotr Hofmanski e Osvaldo Zavala Giler. O líder ucraniano está na Holanda em visita oficial.

Em declaração, Zelensky reforçou que quer levar à justiça todos os responsáveis por crimes de guerra, contra a humanidade e genocídio do povo ucraniano. Os temas são tratados como uma “questão de princípio para a Ucrânia”.

“Para nós, o resultado são apenas sentenças concretas para todos os criminosos de guerra russos, incluindo a alta liderança do país agressor”, observou Volodymyr Zelensky. O líder da Ucrânia elogiou o trabalho do Tribunal Penal Internacional e observou a importância da decisão de emitir mandados de prisão o presidente da Rússia, Vladimir Putin, e a Comissária para os Direitos da Criança do Estado, Maria Alekseyevna Lvova-Belova, sob a acusação de deportar crianças ucranianas.

“Esses crimes requerem atenção especial e prioritária. Devemos aumentar a pressão sobre a Rússia para impedir as deportações em massa e criar um mecanismo universal para a proteção das crianças”, disse o chefe de Estado.

Volodymyr Zelensky enfatizou o nível de cooperação entre o Tribunal Penal Internacional e as agências nacionais de aplicação da lei e acrescentou que a Ucrânia fez e fará todo o necessário para investigar e processar dentro da jurisdição nacional as ações ostensivas feitas pela Rússia durante a guerra.

O presidente da Ucrânia sugeriu que seja aberta uma filial da Procuradoria do Tribunal Penal Internacional em Kiev no futuro próximo, o que fortaleceria ainda mais a interação relevante. “Volodymyr Zelensky levantou separadamente a questão da importância do trabalho abrangente de estado, que está sendo realizado para criar estruturas institucionais para levar à justiça os responsáveis pelo crime de agressão contra a Ucrânia”, informou o governo ucraniano em nota.

Band

Postado em 5 de maio de 2023

Covid-19 recua e aumentam infecções respiratórias entre crianças

O boletim semanal Infogripe, divulgado nesta quinta-feira (4) pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), revela uma tendência de queda dos casos de covid-19 entre os registros de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG). De outro lado, o levantamento chama a atenção para as infecções pelo Vírus Sincicial Respiratório (VSR) entre crianças. Além disso, aponta aumento das ocorrências de influenza A e B em diversos estados.

A SRAG é uma complicação respiratória que demanda hospitalização e está associada muitas vezes ao agravamento de alguma infecção viral. O paciente pode apresentar desconforto respiratório e queda no nível de saturação de oxigênio, entre outros sintomas.

Os dados atualizados apontam que – nas últimas quatro semanas epidemiológicas – a covid-19 estava relacionada a 29,5% dos casos de SRAG com resultado positivo para alguma infecção viral. Já o VSR representou 48,6%. Quando se observa apenas os quadros de SRAG que evoluíram a óbito, 65,8% estão associados à covid-19.

O VSR é uma das principais causas de infecções das vias respiratórias e pulmões em recém-nascidos. Ele é responsável por aproximadamente 75% das bronquiolites e 40% das pneumonias em crianças até 2 anos de idade. Nessa faixa etária, cerca de 10% a 15% dos casos demandam internação hospitalar. Em adultos cardiopatas ou com problemas crônicos no pulmão, o VSR também pode gerar quadros que necessitam mais cuidados.

De acordo com o boletim, 17 das 27 unidades da federação registram sinal de crescimento de ocorrências de SRAG na tendência de longo prazo. Em sete delas, o avanço dos casos se relaciona fundamentalmente com a infecção de VSR entre o público infantil: Espírito Santo, Maranhão, Pará, Paraíba, Rio Grande do Norte, Rondônia e Sergipe.

Pesquisadores da Fiocruz explicam que, embora não exista imunizante para esse vírus, infecções podem ser evitadas levando as crianças para tomar as vacinas contra a gripe e contra a covid-19. Isso porque, elas terão menos risco de desenvolverem problemas respiratórios, evitando a ida aos hospitais, onde ficariam mais expostas ao VSR.

Entre a população adulta, o levantamento da Fiocruz aponta que a covid-19 se mantém predominante nos registros de SRAG associados à alguma infeção viral. No entanto, seu impacto vem se reduzindo, ao mesmo tempo em que surgem casos de influenza A e influenza B.

O Boletim Infogripe leva em conta as notificações de SRAG registradas no Sivep-gripe, sistema de informação mantido pelo Ministério de Saúde e alimentado por estados e municípios. A nova edição, disponibilizada na íntegra no portal da Fiocruz, se baseia em dados referentes à semana entre 16 e 22 de abril.

Ao todo, o Brasil já registrou em 2023 um total de 19.250 casos de SRAG com resultado laboratorial positivo para algum vírus respiratório. Destes, 4,2% são referentes à influenza A; 4% à influenza B; 37% ao VSR; e 44% à covid-19. Outros 4.926 ocorrências estão em fase de análise.

Agencia Brasil

Postado em 5 de maio de 2023

Governo antecipa o 13º a 30 milhões de aposentados do INSS

Nesta quinta-feira(4), por meio de um decreto, o governo federal antecipou o abono salarial anual, conhecido como o 13° dos beneficiários da Previdência Social.

O abono, que normalmente é pago no segundo semestre de cada ano, será pago no primeiro semestre. Segundo o calendário habitual de pagamento do INSS, o repasse vai ser feito em duas parcelas, em maio e junho. No total, o investimento do Governo Federal é de R$ 62,6 bilhões.

Têm direito ao abono os segurados e dependentes da Previdência Social que, em 2023, receberam o auxílio por incapacidade temporária, auxílio-acidente, aposentadoria, pensão por morte ou auxílio-reclusão. Ao todo, cerca de 30 milhões de brasileiros receberão esse benefício.

A medida foi assinada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva(PT) e será oficializada a partir da publicação no Diário Oficial da União desta sexta-feira(5).

Diario de Pernambuco

Postado em 5 de maio de 2023

Toffoli libera para STF votar ação sobre regulação de redes sociais

Dois dias após Câmara adiar a votação do PL das Fake News, o ministro Dias Toffoli liberou nesta quinta-feira (4/5), para a pauta de julgamentos do plenário do STF, uma ação que trata de regulação das redes sociais.

Se o dispositivo for julgado pelo Supremo como constitucional, as big techs poderão ser responsabilizadas pelo conteúdo ilícito postado por seus usuários, justamente como previsto no PL das Fake News.

Toffoli é o relator do recurso. Embora tenha liberado o caso para o plenário, ainda não há data para o julgamento ocorrer. A definição caberá à presidente do Supremo, ministra Rosa Weber.

Segundo fontes que acompanham o assunto, haveria espaço na pauta de julgamentos do plenário do STF na penúltima seemana do mês de maio.

PL retirado de pauta
Na terça-feira (2/5), o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), retirou de pauta o PL das Fake News a pedido do relator do projeto, deputado Orlando Silva (PCdoB-SP). Ainda não há data para a Casa retomar o debate.

Em entrevista à GloboNews, Lira disse que, após a retirada, não havia como dizer se o Supremo iria ou não se manifestar sobre o tema antes de a Câmara votar o PL.

Metropoles

Postado em 5 de maio de 2023

SERVIÇOS URBANOS – Prefeitura realiza mutirão de serviços no bairro Paizinho Maria

O bairro Paizinho Maria está recebendo nesta quinta-feira (04) um mutirão de serviços urbanos realizado pela equipe da Secretaria Municipal de Obras, onde deverá atender diversas solicitações dos moradores para demandas como limpeza e caiação de ruas, iluminação pública, roço das vias, esgotamento de fossas e desobstrução de esgoto, manutenção de pavimentação e coleta seletiva.
O Prefeito Odon Jr esteve acompanhando alguns destes serviços nesta manhã e destacou a importância da ação para o bairro. “É muito importante a realização deste mutirão nos bairros e comunidades rurais. Quero agradecer à equipe da Secretaria de Obras por esta ação importante para a manutenção e limpeza da nossa cidade”, comentou o Prefeito.
Na noite desta quinta-feira acontecerá o Projeto “Calçada Cidadã” no bairro Paizinho Maria às 19h no Ginásio Elisão (Rua Maria Rufino), um importante momento de debate entre o poder público e a população sobre pautas de interesse da comunidade. O projeto tem como objetivo principal a prestação de contas da Prefeitura sobre o trabalho e ações que estão sendo planejadas, além do diálogo com a população para novos projetos e demandas.

Prefeitura de Currais Novos

Postado em 5 de maio de 2023

‘Drenagem cerebral’: o uso exagerado do celular suga nossa capacidade cognitiva, diz novo estudo; entenda

Há exatos 50 anos, completados no mês de abril, o primeiro celular do mundo, o DynaTAC 8000x, da Motorola, era lançado no mundo. No entanto, foi apenas cerca de 30 anos mais tarde, no início do século XXI, que os aparelhos começaram a se popularizar e a se conectar à internet – o início da era do smartphone. Menos de duas décadas depois, já existem mais celulares do que habitantes no Brasil, segundo o Centro de Tecnologia de Informação Aplicada da Escola de Administração de Empresas de São Paulo, da Fundação Getúlio Vargas (FGVcia).

E não é apenas a quantidade de aparelhos que aumentou rapidamente, mas o número de horas por dia dedicadas a eles. O Brasil é o segundo país que passa mais tempo do dia no uso de telas, atrás apenas da África do Sul: são cerca de 9 horas e 32 minutos, quatro apenas nas redes sociais, o que representa 58,2% do tempo médio em que um brasileiro está acordado, segundo dados do Digital 2023:Global Overview Report e do aplicativo Sleep Cycle, analisados pela Eletronics Hub.

Ao passo que mais e mais horas são gastas com o uso de celulares, e que as novas gerações provavelmente utilizarão os aparelhos desde o nascimento até a morte, especialistas chamam atenção para a importância de falarmos sobre um conceito chave na vida moderna: educação digital. Afinal, esse uso recorrente do dispositivo não é isento de riscos e provoca até mesmo alterações no funcionamento cerebral.

Quando você está ali, são inúmeras informações bombardeando seu cérebro. Você basicamente fica dando uma tarefa para ele de compreender aquela informação, independente do que seja, o que gera uma sobrecarga. E muitas vezes não há conexão entre as informações para levar o raciocínio a algum lugar, então são esforços superficiais, que não se concretizam em algo — diz o professor de neurologia da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) Li Li Min, pesquisador do Instituto Brasileiro de Neurociências e Neurotecnologia (Cepid – Brainn).

Os especialistas alertam principalmente para efeitos na cognição, na atenção, na memória, mas também para os impactos na autoestima e no desenvolvimento de quadros de dependência – muito associados aos contextos de exposição e de acompanhar as vidas alheias nas plataformas sociais.

Estudos avaliam impacto no cérebro
Um dos trabalhos mais conhecidos sobre o tema, publicado no periódico Journal of the Association for Consumer Research, concebeu o termo “drenagem cerebral” ao avaliar o impacto da simples presença de um smartphone no mesmo local que o indivíduo na cognição.

Os pesquisadores queriam testar a hipótese de que o fato de o aparelho estar no local já faz com que as pessoas direcionem recursos cognitivos para ele, como pensando nas tarefas que precisam realizar ou nas notificações que podem estar perdendo. Com isso, menos recursos estariam disponíveis para outras atividades, que teriam o desempenho prejudicado.

O estudo foi dividido em duas partes, em que uma os participantes precisavam se lembrar de palavras e, na outra, resolver problemas matemáticos. Em ambos, os voluntários foram divididos em grupos em que cada um estava com o celular em um local: na mesa, no bolso ou na sala ao lado. Quanto mais longe o telefone estava, melhor foi o resultado da tarefa.

“Os resultados dos dois experimentos indicam que mesmo quando as pessoas conseguem manter a atenção sustentada – como ao evitar a tentação de verificar seus telefones – a mera presença desses dispositivos reduz a capacidade cognitiva disponível (…) (Ou seja) mesmo quando você não está pensando conscientemente em seu telefone, o processo de não pensar em seu telefone requer alguns recursos cognitivos”, escreveram os autores no estudo.

Mas o impacto não é somente nos esforços que destinamos pensando nos telefones. Um dos grandes aspectos da cognição é a capacidade de se concentrar, algo que tem sido cada vez menor graças aos estímulos rápidos e em grande quantidade que os smartphones oferecem, explica a psiquiatra, mestre e doutora em dependências tecnológicas pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Julia Khoury.

— Temos uma diminuição da capacidade de se concentrar em longos períodos porque os estímulos do celular são muito rápidos e intensos, e eles fazem o cérebro liberar dopamina, que é o hormônio do prazer. Toda vez que recebemos isso dessa forma gera uma necessidade de mais dopamina, o cérebro fica ávido por isso. Por isso checamos o celular a todo o momento. Só que essa dopamina também é liberada no córtex pré- frontal, que é a região que controla nossos impulsos, que faz com que consigamos nos concentrar a longo prazo, que basicamente nos diferencia dos animais irracionais — diz a especialista.

Um outro ponto importante da cognição afetado pelos dispositivos é a memória, ainda que de uma maneira diferente. Um estudo feito por pesquisadores da University College London, no Reino Unido, e publicado na revista científica Journal of Experimental Psychology: General, mostrou que os dispositivos digitais podem ajudar a guardar informações importantes e, com isso, liberar a memória das pessoas para recordar outras coisas mais banais.

Embora isso tenha um efeito superficialmente positivo, uma vez que o indivíduo consegue guardar um maior volume de informações, Min aponta que leva as pessoas a exercitarem cada vez menos a própria memória. Com isso, tornam-se cada vez mais dependentes do aparelho e com uma capacidade cognitiva de armazenar as informações por conta própria menor.

— A tecnologia veio para ajudar, mas essa ajuda tem um preço. Você sabe o número de telefone de todos os membros da sua família? Muitas pessoas não sabem nem o próprio celular. Você acaba não exercitando essa questão de memorização, porque delega ao celular o armazenamento das informações. Hoje o celular é uma extensão da nossa memória. Isso é bom no dia a dia, mas você acaba deixando de exercitar essa função. E nós aprendemos na medida da prática. Quanto mais nós praticamos, mais consolidamos nossa capacidade para aquela determinada habilidade. E a memória também é assim. Então quanto mais eu exercito ela, melhor ela é. E quanto menos, pior é também — diz o neurocientista.

Além disso, esse efeito também pode estar fazendo com que as pessoas tenham uma maior “preguiça mental”, tornando-se mais propensas a buscarem e confiarem em informações fornecidas pelos dispositivos do que pela sua própria mente. É o que identificou um estudo publicado no periódico Computers in Human Behavior, conduzido por pesquisadores da Universidade de Waterloo, no Canadá.

“Eles (usuários de smartphones) podem procurar (no telefone) informações que na realidade conhecem ou que poderiam aprender facilmente, mas não estão dispostos a fazer um esforço para realmente pensar sobre isso”, disse Gordon Pennycook, co-autor principal do trabalho, em comunicado na época.

Há ainda evidências de que a leitura feita majoritariamente por meio de dispositivos digitais esteja causando um declínio na capacidade de compreensão. Em um estudo publicado na revista científica Scientific Reports, cientistas da Universidade de Showa, no Japão, compararam o hábito por meio de telas ou do papel.

“Descobrimos que, em comparação com a leitura em papel, a leitura em um smartphone provoca menos suspiros, promove hiperatividade cerebral no córtex pré-frontal e resulta em compreensão reduzida”, escreveram os autores.

Redes sociais, ansiedade e dependência
A psicóloga, doutora em Saúde Mental e coordenadora do Laboratório Delete – Detox Digital e Uso Consciente de Tecnologias, do Instituto de Psiquiatria da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Anna Lucia Spear King, chama atenção para outra consequência dos celulares: o uso excessivo das redes sociais.

Isso porque, devido à alta exposição e comparação com um retrato perfeito das vidas alheias, essa interação constante pode criar quadros de transtornos psicológicos, especialmente entre aqueles que já são mais propensos, o que também afeta o funcionamento do cérebro.

— Geralmente os jovens são mais propensos porque é uma geração criada já com o uso das tecnologias e seus pais muitas vezes não tem conhecimento de educação digital para dar os limites. Especialmente aqueles que se impactam mais com os comentários, que são inseguros, com baixa autoestima, necessidade de autodeterminação. Eles ficam mais vulneráveis às redes, por conta da necessidade de estar inserido em algum contexto, de receber curtidas — diz.

Além dos transtornos ligados à autoestima, Min acrescenta que as redes podem exacerbar quadros de ansiedade por acostumarem o cérebro a um ritmo diferente daquele do mundo real.

— Você perde a noção do tempo, fica ali uma hora, duas horas, e parece que é muito menos. Você começa a perder essa dimensão de espaço e tempo, entra num ritmo do virtual. Mas nós vivemos no mundo real, e essa diferença deixa quem já é ansioso mais ansioso. Porque o celular tenta impor uma velocidade de processamento para o seu cérebro que não é natural — explica.

Esses sintomas negativos são ainda mais preocupantes nos quadros em que há de fato uma dependência do indivíduo com o celular, diagnóstico chamado de nomofobia. Anna Lucia, que atende dependentes de forma gratuita no Instituto Delete, esclarece quando a relação da pessoa com o aparelho acende um alerta.

— Muitos se acham dependentes porque usam muito, mas isso não configura um vício, e sim um mau uso das redes. A diferença é que esse uso para trabalhar, para se conectar com amigos, um uso saudável é normal, mesmo que o excesso não seja recomendado. Mas quando falamos sobre dependência patológica, que é a nomofobia, ela começa a levar a impactos na vida pessoal, profissional. acadêmica. E a nomofobia muitas vezes está ligada a um transtorno mental primário, que pode ser uma ansiedade, uma depressão, que potencializa esse uso— explica.

Em relação ao tratamento de casos em que a relação com o celular não está saudável, ainda que não configure um vício, a psicóloga orienta que é possível estabelecer limites. Porém, que eles devem fazer sentido para a pessoa, se não podem ser ineficientes.

— Cada método vai funcionar para uma pessoa. Para mim, eu não uso tecnologias na hora da alimentação, uma hora antes de dormir. Evito trabalhar fora do horário para não usar mais telas. Quando estou com meus amigos. Esses limites em tarefas cotidianas podem levar a um viver melhor, a usufruir mais dos benefícios sem os prejuízos. Educação digital é algo muito importante, nós ainda estamos muito atrasados em relação a isso — conta a especialista.

o globo

Postado em 5 de maio de 2023

TSE cassa prefeito e vice de Brusque (SC), e torna empresário Luciano Hang inelegível

O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) cassou, por 5 votos a 2, nesta quinta-feira (4) os mandatos do prefeito de Brusque (SC), Ari Vequi (MDB), e do vice, Gilmar Doerner, por abuso de poder econômico nas eleições de 2020.

No julgamento, os ministros decidiram ainda que os dois políticos e o empresário Luciano Hang, proprietário das lojas Havan, ficarão inelegíveis por oito anos.

Vequi disse, em nota, que ainda não foi comunicado oficialmente sobre a decisão da Corte Eleitoral. O g1 procurou a assessoria de Luciano

Vequi disse, em nota, que ainda não foi comunicado oficialmente sobre a decisão da Corte Eleitoral. O g1 procurou a assessoria de Luciano Hang, mas não obteve resposta até a última atualização desta reportagem. O espaço permanece aberto.

Pela legislação, os eleitores de Brusque deverão voltar às urnas para escolher novos integrantes para as cadeiras de prefeito e vice-prefeito da cidade. Os eleitos ficarão nas funções até o início de 2025. Ainda não há data para a realização do pleito.

O TSE foi acionado pelos partidos Podemos, PT, PSB e PV, que alegaram irregularidades na disputa pela prefeitura da cidade do interior de Santa Catarina.

Entre as condutas que teriam violado a legislação eleitoral, as legendas apontaram que empresário Luciano Hang teria utilizado a empresa Havan, “através de sua estrutura, seus bens, funcionários e fornecedores, em benefício da candidatura dos investigados José Ari Vequi e Gilmar Doerner”.

Para o presidente do TSE, ministro Alexandre de Moraes, as condutas de Vequi, Doerner e Hang nas eleições municipais de 2020 foram irregulares deixaram a disputa desigual.

“Houve utilização de toda a estrutura das lojas Havan na campanha eleitoral. Houve também uma flagrante e ostensiva quebra da igualdade das chances entre os candidatos”, afirmou Moraes.

Segundo Moraes, as provas revelam não apenas a ação direta Luciano Hang nos atos abusivos, mas evidenciam que os candidatos também participaram das ilegalidades, “tendo em vista a participação em eventos ilícitos, consubstanciados em live e em evento dentro das Lojas Havan”.

A maioria do plenário do TSE seguiu o voto do ministro Alexandre de Moraes e reconheceu a irregularidade das condutas dos três envolvidos.

Uso de fake news
Em seu voto, Moraes afirmou ainda que houve, por parte de Luciano Hang “uma tentativa de fazer confusão entre pessoa física e pessoa jurídica, colocando a força da empresa na cidade de Brusque contra outra candidatura, inclusive com desinformação, com fake news e com várias notícias falsas, pedindo voto”.

A ministra Cármen Lúcia afirmou que as provas reunidas mostram que houve uma ação contínua para interferir na vontade do eleitor e que a legislação não permite impulsionamento negativo nas redes sociais para atacar adversário.

“Se cuida, aqui, sim, de um caso em que há abuso na atuação e a consequente quebra de isonomia entre os candidatos”, finalizou.

Prefeito diz que ainda não foi comunicado de decisão
O agora prefeito cassado Ari Vequi divulgou nota na qual diz que ainda não foi comunicado sobre a decisão do TSE.

“Tão logo tenha acesso aos autos, [o prefeito] irá se manifestar sobre tal decisão”, disse Vequi na nota.

g1

Postado em 4 de maio de 2023

Câmara dos Deputados aprova projeto de lei que equipara salário de homens e mulheres

A Câmara dos Deputados aprovou, nesta terça-feira, 2, um projeto de lei que equipara o salário dos homens e das mulheres, pauta considerada prioritária para o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O projeto, de autoria do governo federal, foi enviado à Câmara no Dia das Mulheres (8 de março), e já estava havia dois meses aguardando a votação. Agora, precisará ser apreciado no Senado.

O texto prevê multa à empresa de dez vezes o salário que deveria ser pago à funcionária caso se prove que a remuneração entre homens e mulheres que exerçam a mesma função é diferente. Além disso, há uma multa administrativa de até 3% da folha de salários do empregador, caso não sejam apresentados relatórios de transparência salarial e remuneratória ou plano de ação para mitigar a desigualdade.

Pela lei em vigor, da reforma trabalhista, a multa corresponde a 50% do maior benefício pago pela Previdência, o que equivale a R$ 3.753,75. A cifra será elevada em 100% quando houver reincidência.

“Vai doer no bolso”, disse a ministra do Planejamento, Simone Tebet (MDB). A medida foi um dos requisitos exigidos para Tebet apoiar Lula no segundo turno na disputa com o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) nas eleições presidenciais de 2022.

De acordo com o conteúdo encaminhado ao Congresso, quando houver discrepância entre os salários do conjunto de mulheres e o conjunto de homens, a empresa deverá apresentar um plano para reduzir a desigualdade, com metas e prazos, e incluir a participação de sindicatos e representantes das trabalhadoras e dos trabalhadores.

TERRA

Postado em 4 de maio de 2023

SEMAAB recebe veículo e ensiladeira para fortalecer programa de silagem. Corte de terra beneficiou mais de 800 agricultores

A Prefeitura de Currais Novos através da Secretaria Municipal de Agricultura, Meio Ambiente e Abastecimento (SEMAAB) recebeu um novo veículo e uma ensiladeira agrícola para fortalecer o programa de silagem que será realizado nas comunidades rurais. O novo equipamento e veículo foram entregues pela EMATER RN e irá contribuir com diversas ações realizadas pela secretaria.
Na manhã desta quarta-feira (03), o Prefeito Odon Jr e o Secretário da SEMAAB, Lucas Galvão, visitaram algumas propriedades na zona rural que estão sendo contempladas com o programa de corte de terra, que já beneficiou 814 agricultores. “Queremos agradecer à EMATER por esta parceria tão importante que irá incrementar o programa de silagem no período pós chuvoso. A SEMAAB está concluindo a maior parte dos cortes de terra, já realizamos a entrega de sementes, e a silagem fecha um ciclo importante, dando um maior suporte aos agricultores familares e produtores rurais do nosso município”, comentou o Prefeito.

Prefeitura de Currais Novos

Postado em 4 de maio de 2023

PREFEITO ODON JR GASTOU 27 MILHÕES DE REAIS A MAIS DO QUE ESTAVA PREVISTO EM 2022. VEREADOR DANIEL BEZERRA QUESTIONOU O PORQUÊ DE TAMANHA DESPESA.

Na Sessão Ordinária desta quarta-feira, 03, o Vereador Daniel Bezerra questionou o gestor do Município, o Prefeito Odon Jr sobre o gasto de 27 milhões de reais a mais do que previa o orçamento de 2022. Segundo o parlamentar as informações estão no Projeto da Lei de Diretrizes Orçamentária do Poder Executivo, que trouxe atualizações do orçamento, inclusive, diferentes das que estão na Portal da Transparência do Município.

A previsão de despesas para o ano de 2022 era de pouco mais de 96 milhões de reais, conforme o quadro, essa também era a previsão de receitas do ano passado. Porém a administração teve uma despesa de 123 milhões de reais, 28% a mais que o orçamento prévia (27 milhões a mais). Já a receita arrecada foi de 146 milhões de reais, 50 milhões a mais que se esperava.

Em sua fala o Vereador perguntou; “Cidadão currais-novense, alguém poderia me dizer em quê foram gastos esses 27 milhões de reais? Existe alguma obra grande realizada com esses recursos? Algum serviço de relevante realizado que justifique tamanha despesa a mais? Quando olhamos os números pudemos observar que a Prefeitura de Currais Novos gasta mal, desses 27 milhões a maior parte dele foi com pessoal e despesas correntes. O Município teve uma despesa de 66 milhões com pessoal, 10 milhões a mais que previa o orçamento, e 49 milhões de reais com outras despesas correntes, 21 milhões a mais que em 2021”. Afirma o vereador Daniel Bezerra, baseado nesse relatório.

Segundo o parlamentar em contraste a isso, enquanto se gastou muito com contratos de pessoal e despesas correntes, em compensação os investimentos que são obras e bens, se investiu pouco mais de 5 milhões, ou seja, 3,4% do orçamento total. No final o parlamentar falou que a gestão está guardando dinheiro para gastar em obras no último ano do governo, que é ano de eleição, uma prática antiga dos políticos para mostrar serviço à população em tempo eleitoral.

Postado em 4 de maio de 2023

Jovem que trabalha no lixão, alcança 2ª lugar no curso de Ciências Biológicas da UFPE

Desmontando a estatística e virando exceção em sua realidade, Cassiano Oliveira da Silva, hoje com 29 anos, começou no lixão de sua cidade, Passira, no agreste de Pernambuco, ainda criança, com aproximadamente 12 anos. Aprovado no curso de Ciências Biológicas e com início das aulas previsto para este mês de maio, o jovem orgulhoso do feito planeja contribuir com sua região e conscientizar a população sobre os cuidados com o meio ambiente, a reutilização do lixo e as mudanças climáticas.

Ciente do desafio que será a graduação, o futuro estudante acompanhará as aulas de maneira remota, pois foi optante do curso na versão à distância, e dá um show de motivação que certamente irá incentivar diversos outros jovens de sua região. “Eu já estou acostumado a estudar pela internet. Muitas vezes eu trabalhava o dia inteiro e de noite, quando chegava em casa, eu ia estudar pelo celular, vendo vídeos”, relembra Cassiano.

Atualmente ele tira o sustento de sua família e possibilita que outros trabalhadores também levem o pão de cada dia aos seus lares, através de um depósito de material reciclável, fundado por Cassiano. Lá, o material coletado pelos catadores e/ou recolhido por empresas que geram muitos resíduos, é prensado e o volume é reduzido e levado às fábricas para a venda. Para continuar com todos os processos no depósito, enquanto Cassiano precisará conciliar os estudos com o trabalho, ele contará com o apoio dos colaboradores.

“Eu vou aproveitar essa oportunidade para conseguir o máximo de conhecimento que eu puder. O meio ambiente sempre esteve na minha vida e eu quero usar tudo que eu aprender para fazer o melhor pela natureza”, afirma o futuro estudante. De acordo com Cassiano, suas experiências no trabalho serão valiosas para suas trocas com os colegas de curso e se apegar aos professores para extrair informações constantemente.

Diario de Pernamuco

Postado em 4 de maio de 2023