Duas crianças de 10 anos e outros 303 menores de idade foram encontrados trabalhando em franquias do McDonald’s nos Estados Unidos. O Departamento de Trabalho dos EUA multou as três franquias em US$ 212 mil, o equivalente a mais de R$ 1 milhão.
Segundo o Departamento de Estado, as violações foram encontradas em restaurantes em Kentucky, Indiana, Maryland e Ohio. Dentre as descobertas, o departamento apontou que os menores trabalhavam além das horas permitidas, executavam tarefas proibidas e próximas de churrasqueiras, fornos e fritadeiras, o que é proibido por lei para jovens trabalhadores.
Os investigadores identificaram que as crianças de 10 anos estavam empregadas, mas não eram pagas e às vezes trabalhavam até 2 da manhã. “Muitas vezes, os empregadores não cumprem as leis de trabalho infantil que protegem os trabalhadores jovens”, explicou a diretora distrital da divisão de salários e horas, Karen Garnett-Civils, em Louisville, Kentucky.
A investigação descobriu que uma operadora com 10 franquias empregou 24 menores de 16 anos para trabalhar mais que as horas permitidas legalmente. Outra operadora teria permitido a contratação de 242 menores entre 14 e 15 anos e uma terceira teria contratado 39 jovens.
O regulamento federal sobre trabalho infantil limita os tipos de trabalho que os menores de idade podem realizar nos Estados Unidos. Os limites incluem:
O trabalho deve ser realizado fora do horário escolar. Não mais de 3 horas em um dia de aula – incluindo sextas-feiras – e não mais de 8 horas em um dia sem aula. Não mais que 18 horas durante uma semana escolar e não mais que 40 horas durante uma semana não letiva. Não antes das 7h e não depois das 19h, exceto entre 1º de junho e o Dia do Trabalho, quando o horário noturno é estendido até as 21h “Estamos vendo um aumento nas violações federais de trabalho infantil, incluindo permitir que menores operem equipamentos ou manuseiem tipos de trabalho que os coloquem em perigo ou os empreguem por mais horas ou mais tarde do que a lei federal permite”, disse Garnett-Civils.
No mesmo dia em que a Polícia Federal (PF) deflagrou a Operação Venire contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e seus auxiliares por suspeita de adulteração de cartões de vacinação contra a Covid-19, uma publicação do governo federal chamou a atenção. Nela, o mascote da campanha nacional de imunização, Zé Gotinha, aparece em um avião, aparentemente em viagem ao exterior.
“Vai viajar para o exterior? Regularize suas vacinas!”, descreve a imagem. A publicação também relembra que maiores de 18 anos já podem receber a vacina bivalente da Pfizer contra a Covid-19.
Relembre o caso A Operação Venire, deflagrada pela PF nesta quarta-feira (3/5), investiga associação criminosa acusada de inserir dados falsos de vacinação contra Covid-19. Os agentes cumpriram mandado de busca e apreensão na casa do ex-presidente Jair Bolsonaro, suspeito de ter tido o cartão de vacinas dele e da filha, Laura, adulterados.
No total, foram cumpridos 16 mandados de busca e apreensão e seis de prisão preventiva em Brasília e no Rio de Janeiro. Ao menos dois ajudantes de ordem e seguranças do ex-presidente acabaram presos. Um deles é o ex-policial Max Guilherme, ex-assessor especial de Bolsonaro.
Outros dois presos são Mauro Cid, ex-ajudante de ordens, e Sérgio Cordeiro, ex-assessor e segurança de Bolsonaro. Marcelo Câmara é outro assessor que foi alvo de busca e apreensão. Todos viajaram para Orlando, nos Estados Unidos, com o ex-presidente, no fim de 2022.
O secretário municipal de Governo de Duque de Caxias (RJ), João Carlos de Sousa Brecha, é apontado pela Polícia Federal (PF) como o responsável por inserir dados falsos relativos à vacinação contra a Covid-19 nos nomes do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), de sua filha Laura, de seu então ajudante de ordens Mauro Cid e de familiares de Cid. O secretário teria inserido dados de 60 imunizações, diz a PF.
Sousa Brecha e Cid estão entre as pessoas que tiveram a prisão preventiva decretada nesta quarta-feira pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).
João Carlos é secretário de Governo do município fluminense desde 2017. É ligado ao ex-prefeito de Duque de Caxias e atual secretário de Transportes do Rio, Washington Reis Oliveira (MDB), político que é um dos principais aliados de Bolsonaro na região.
Antes de ser secretário, Sousa Brecha foi chefe de gabinete do deputado estadual Rosenverg Reis (MDB), irmão de Washington, na Alerj.
Apesar de não ser agente de saúde, Sousa Brecha era um dos gestores do município que tinham acesso ao Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde (CNESNet), dentro do DataSUS, sistema do Ministério da Saúde no qual são inseridos dados sobre vacinação.
De acordo com a representação da PF, o secretário participou ativamente de uma “estrutura criminosa criada no município de Duque de Caxias (…) utilizada para beneficiar o próprio chefe da Ajudância de Ordens da Presidência da República, Mauro Cesar Cid, suas filhas e também o então presidente da República Jair Messias Bolsonaro, sua filha Laura (…) e os assessores do ex-presidente da República, Max Guilherme Machado de Moura e Sergio Rocha Cordeiro”.
O secretário teria feito as inserções falsas. “Apesar de exercer a função de Secretário de Governo, cargo que em tese não demonstra qualquer pertinência com a atividade de inserção de registros de vacina contra a Covid-19 no sistema do Ministério da Saúde, os dados encaminhados revelaram que João Carlos Brecha realizou durante todo o ano de 2022 mais de sessenta inserções de dados de vacinação contra a covid-19 no sistema” do Programa Nacional de Imunização.
O relatório da PF afirma que o secretário “vem reiteradamente violando o bem jurídico tutelado pela norma penal, no caso a probidade administrativa”. Para a Polícia Federal, a conduta é agravada porque permite que “não vacinados se passassem por indivíduos imunizados e, com isso, infringissem as medidas sanitárias relacionadas a pandemia”, o que colocaria a coletividade em risco.
De acordo com a representação da PF, asisnada pelo delegado Fábio Alvarez Shor, após a data de inserção dos dados falsos de vacinação de Bolsonaro, o usuário associado ao ex-presidente no ConcecteSUS emitiu certificado de vacinação contra a Covid-19 em 22, 27 e 30 de dezembro de 2022 e em 14 de março de 2023. Bolsonaro viajou aos Estados Unidos em 30 de dezembro de 2022, onde ficou até março deste ano.
Bolsonaro não esteve no município em 13 de agosto do ano passado, data em que, segundo os daods inseridos por Sousa Brecha, teria tomado a 1ª dose da vacina da Pfizer contra a Covid.
A conclusão consta em um relatório da Controladoria-Geral da União (CGU), citado na decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes que autorizou a busca e apreensão em endereço ligado ao ex-presidente nesta quarta-feira.
Por que meu pescoço parece estar envelhecendo duas vezes mais rápido que o resto do meu corpo e o que posso fazer a respeito?
A pele do pescoço tende a envelhecer mais rápido que quase qualquer outra parte do corpo, diz Theodora Mauro, professora de dermatologia na Universidade da Califórnia em San Francisco. Ela é especialmente vulnerável a danos. Má postura, cuidado insuficiente com a pele, exposição ao sol e enfraquecimento natural dos músculos do pescoço, tudo isso pode levar ao envelhecimento acelerado.
Outra questão é que a pele do pescoço não se recupera tão bem quanto outras partes do corpo, porque é menos resistente e possui menos células-tronco e outras estruturas que ajudam a repará-la, afirma o complicado dermatológico Katie Given, da região de San Francisco, que já escreveu sobre o envelhecimento da pele no pescoço e parte inferior do rosto. Segundo ela, para retardar o processo de envelhecimento da pele do pescoço “o segredo é prevenção, prevenção, prevenção”.
O PESCOÇO PRECISA SER PROTEGIDO DO SOL “O sol é inimigo do pescoço”, pontua Mauro. Muitos sinais de envelhecimento do pescoço podem ser atribuídos à exposição ao sol. Ela aponta que quando a pele é exposta à luz solar, mesmo que apenas um pouco, os raios ultravioleta atingem a derme –a camada interna da pele— e prejudicam as células responsáveis pela produção de colágeno e elastina.
Estas são duas proteínas essenciais para conservar a estrutura da pele intacta, indica. Oma Agbai, professora clínica de dermatologia no Centro Médico UC Davis. “O colágeno ajuda a conservar a firmeza da pele. A elastina a ajuda a voltar ao formato original depois de ter sido esticada.” A derme, que contém essas proteínas, “tende a ser mais fina no pescoço que em outras áreas do corpo, como o rosto e os braços.”
Segundo Agbai, uma exposição prolongada ao sol pode levar a uma aparência mais enrugada, sem falar em descoloração e manchas na pele.
As pessoas muitas vezes se esquecem de aplicar protetor solar no pescoço, mas, segundo Mauro, a proteção dessa área é tão importante quanto a do resto do corpo. Ela recomenda o uso diário de protetor solar hidratante com FPS de no mínimo 30. Passe generosamente por todo seu pescoço e, se estiver ao ar livre, repita a aplicação periodicamente ao longo do dia.
TRATE SEU PESCOÇO TÃO BEM QUANTO TRATA SEU ROSTO Para Agbai, as pessoas tendem a dar bastante atenção ao rosto, com o uso regular de soros, hidratantes e mais. Já o pescoço geralmente acaba esquecido. Deveríamos incluir essa área em nossa rotina diária de cuidados com a pele, aplicando os produtos até o pescoço.
À medida que envelhecemos, diz Mauro, nossa pele perde parte da capacidade de reter a umidade. A pele do pescoço fica ressecada, opaca e menos lisa. Por isso, recomenda a dermatologista, aplique hidratante sobre o pescoço de manhã e à noite e evite usar produtos nessa área à base de álcool, porque é provável que ressequem a pele ainda mais. Muitos sabonetes contêm ingredientes chamados surfactantes que também desidratam a pele, e há produtos que contêm alcalinos, como o seboato de sódio, que desequilibram o nível de pH da pele e sua barreira de umidade. Se um produto deixa sua pele com sensação e aparência de segurança, pode ser sinal de que você deveria trocar por algo diferente.
EVITE O “TECH NECK” Outro fator que contribui para deixar o pescoço com aspecto envelhecido é o chamado “tech neck”, ou “pescoço de tecnologia” – a tendência a se curvar e olhar para baixo quando se usa um laptop ou dispositivo móvel, diz Agbai. Além de causar dor e tensão no pescoço, essa postura “amassa” a pele. Se você passar horas e horas encolhido dessa maneira, vai desenvolver linhas horizontais no pescoço e sob o queixo, afirma ela.
Para prevenir a formação ou o aprofundamento dessas linhas no pescoço, recomenda Mauro, posicione seu computador e telefone de modo a não precisar passar muito tempo com o pescoço curvo. Mas ela destaca que mudar sua postura não vai melhorar as linhas que já estão presentes.
Além de adotar as boas práticas acima recomendadas, é importante evitar o cigarro, que pode prejudicar a pele, e conservar a boa saúde de modo geral, indica Mauro.
Para Dado, se você quiser reparar os sinais de envelhecimento do pescoço, deve consultar um dermatologista ou outro profissional. Alguns procedimentos cosméticos como botox e preenchimentos podem ajudar a firmar e preencher a pele, conferindo uma aparência mais jovem.
Procedimentos mais intensos exigem mais tempo para recuperação. É o caso dos tratamentos a laser ou do microagulhamento com ablação por radiofrequência (que trabalha a pele com comprimentos de onda específicos para estimular a produção de colágeno), que podem ajudar a combater a descoloração da pele, flacidez, textura e rugas finas. Mas esses tratamentos são caros e mais cosméticos do que medicamente necessário, diz Given. Além disso, geralmente precisam ser repetidas para que os resultados possam ser pedidos.
No final das contas, aponta ela, um pescoço envelhecido faz parte do processo de envelhecimento, só isso.
A ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro usou as redes sociais, na noite desta quarta-feira (3/5), para publicar imagens do dia em que se vacinou contra a Covid-19, nos Estados Unidos. Pela manhã, ela ressaltou que, em sua casa, apenas ela havia sido vacinada.
A Polícia Federal (PF) deflagrou nesta quarta a Operação Verine, que investiga associação criminosa acusada de inserir dados falsos de vacinação contra Covid-19. Ex-auxiliares do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), como Mauro Cid, Sérgio Cordeiro e Max Guilherme, foram presos preventivamente.
A operação cumpriu mandado de busca e apreensão na casa do ex-presidente, suspeito de ter tido o cartão de vacinas dele e da filha, Laura, adulterados. O celular de Bolsonaro foi apreendido.
Nas imagens publicadas por Michelle, ela mostra um cartão de vacinação que consta a aplicação de um imunizante da Janssen, aplicado no dia 21 de setembro de 2021.
A ex-primeira-dama também mostrou o médico que teria aplicado a vacina nela. “Dr. Albert Levy, formado pela UFRJ, emigrou para Nova York. Ele foi o responsável por me vacinar”, escreveu.
Como se não bastasse o pesadelo econômico em que se encontra mergulhado, no qual sobreviveu, moeda e reservas em níveis excruciantes ganha a companhia indesejada de uma seca sem precedentes, a Argentina encara agora um cenário político extraordinário: a possibilidade de que não haja um candidato peronista forte na eleição presidencial de outubro. A bomba caiu sobre o movimento que dá as cartas no país desde meados do século passado quando o presidente Alberto Fernández anunciou, na sexta-feira 21, que não vai disputar a reeleição — o primeiro da história a dispensar essa chance. A decisão faz sentido: Fernández é rejeitado por 75% da população e não vê maneira de reverter a impopularidade nos próximos meses. “A crise gerouu o alerta vermelho e nos obriga a redesenhar todos os nossos objetivos”, afirmou,
Antes dele, em dezembro, também via redes sociais, sua vice e mandachuva de fato na Casa Rosada, Cristina Kirchner, já havia avisado que não iria mais se candidatar a nenhuma carga pública. No caso dela, foi um gesto desafiador, de inocente que abre mão de imunidades, depois de ser condenado a seis anos de prisão por corrupção (recursos estão correndo). Não é só a coalizão dos dois, Frente de Todos, que enfrenta disputas internas e resistências. Em março, o ex-presidente Mauricio Macri, líder da oposição Juntos pela Mudança, já havia anunciado que não seria candidato neste ano. Ele nunca recuperou o prestígio depois de ser atropelado, em 2019, pela dupla Fernández-Kirchner, a mesma que agora evidencia o estado de fraqueza do peronismo, o culto à personalidade — no caso, de Juan Domingo Perón (1895-1974) — mais duradouro de que se tem notícia em um país democrático. Mesmo fragmentado, o movimento peronista nunca deixou de ser a principal política corrente do país e de impor sua receita composta de altas doses de nacionalismo e assistencialismo estatal bancado por gastos públicos desenfreados. Agora, ao que tudo indica, sua hegemonia política está abalada.
Sem Fernández e sem Kirchner, despontam como candidatos da Frente para Todos, entre outros, o atual ministro da Economia indicado por Fernández, Sergio Massa, que tenta estabilizar os preços e renegociar um acordo com o FMI — sem sucesso, no entanto —, eo governador da Província de Buenos Aires, Axel Kicillof, próximo a Kirchner, que até agora nega a candidatura. Sem falar na própria Cristina, capaz de mudar de ideia no último minuto. “A política argentina é imprevisível e tudo pode acontecer”, avisa Marcos Azambuja, ex-embaixador do Brasil no país vizinho.
A Juntos pela Mudança, de oposição, aposta no prefeito da capital, Horacio Larreta, de centro-direita, e na linha-dura Patricia Bullrich, ex-ministra da Segurança, mas ambos padecem da descrença geral atrelada ao ineficiente governo Macri. Nesse contexto, o nome mais em evidência é o do economista e deputado da ultradireita Javier Milei, da coligação A Liberdade Avança. Admiradora de Donald Trump e de Jair Bolsonaro e defensora de medidas como a dolarização total e o fim dos ministérios da Educação e Desenvolvimento Social, Milei se apresenta como alternativa ao peronismo e às “elites”. A estratégia tem dado certo: pesquisa recente lhe dá 24% das intenções de voto, à frente de Larreta (19%) e Kirchner (18%). Todos os partidos têm dois meses para apresentar sua lista de postulantes às eleições primárias de 13 de agosto — sendo as Paso (Primárias Abertas, Simultâneas e Otórias) uma instituição argentina que praticamente sacramenta candidaturas e aprovou na votação oficial, em outubro. “A crise econômica está sendo avassaladora para os políticos tradicionais”, analisa o cientista político Daniel Zovatto.
E que crise. Eleito com a promessa de reverter o empobrecimento geral e tolerar de 50% na gestão Macri, Fernández, com Kirchner nos bastidores, apelou para o peronismo 1.0: expandiu a despesa pública a níveis recordes, mesmo não tendo recursos para isso. Controlado pelo governo (sonho dourado dos atuais ocupantes do Planalto), o Banco Central imprimiu pesos à vontade — nos últimos três anos, a quantidade de moeda em circulação quadruplicou. Seu valor, claro, virou pó, atiçando a coroa, que passou da marca dos três dígitos em março e deve chegar a 110% no fim do ano. A geração de juros nessa situação ortodoxa, colocou a taxa anual em estratosféricos 81%. Para tentar conter a desvalorização, a Casa Rosada deu ordem ainda ao BC para vender suas reservas de dólar, que desabaram: hoje há menos de 2 bilhões de dólares em caixa (a título de comparação, a reserva brasileira é 160 vezes maior). O problema se agravou com a pior seca do século, que já dura dois anos e derrubou as exportações de cereais, com enormes perdas tanto de receita (em dólares) pelo agronegócio quanto na arrecadação de impostos.
A resistência de Fernández aprofundou o abismo econômico — o peso derreteu ainda mais e chegou a ser cotado no mercado paralelo no seu pior patamar, 500 por dólar. Refém de medidas ineficazes, que incluem o tabelamento de preços de 50 000 produtos, em 2022 mais de 1 milhão de argentinos foram empurrados para baixo da linha de pobreza, situação que já engloba 39% da população. Em Buenos Aires, uma explosão da miséria transformou o Aeroparque, um dos dois terminais internacionais, em abrigo para sem-teto, enquanto a Unicef avisa que duas em cada três crianças sofrem de insegurança alimentar. Segundo estimativa do FMI, a terceira maior economia da América Latina deve encerrar o ano com queda de até 3% no PIB. “A população sabe que não há saída fácil”, afirma Pablo Touzón, cientista político da consultoria Cenários.
A Rússia afirmou nesta quarta-feira (3) que a Ucrânia tentou atacar o Kremlin – a sede do governo russo, em Moscou – com dois drones militares para matar o presidente do país, Vladimir Putin.
De acordo com o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, a tentativa ocorreu na noite de terça-feira (2), mas forças do país conseguiram interceptar os drones e impedir o ataque.
Imagens nas redes sociais mostraram fumaça e focos de incêndio na cúpula de um dos edifícios do Kremlin. Outro vídeo exibe um drone se aproximando da cúpula e explodindo na sequência
O Kremlin disse que a ação foi um “ataque terrorista planejado” e, por isso, se considera no direito de retaliar, segundo a agência de notícias russa RIA. O porta-voz do Parlamento russo pediu a “destruição do regime de Kiev” por conta do suposto atentado.
O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, negou as acusações.
“Nós não atacamos o Putin, ou Moscou. Isso é uma tarefa para os tribunais. Nós lutamos dentro do nosso território”, disse Zelensky, em visita à Finlândia nesta quarta-feira. A Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) disse ver risco de ataques a instalações de infraestrutura na Europa e nos Estados Unidos como retaliação de Moscou. Segundo o chefe de Inteligência da Otan, há uma grande chance de que a Rússia sabote dutos de distrubuição de gás para a Europa instalados no mar nos próximos dias.
Os Estados Unidos afirmaram que estão verificando a autenticidade da acusação russa.
A suposta tentativa de ataque ao Kremlin coincide com uma nova ofensiva russa na Ucrânia. Mais de 25 ataques aéreos foram registrados em cidades ucranianas do sul e do centro. Pela tarde, sirenes por risco de bombardeios foram acionadas em Kiev e em cidades no centro do país.
lvo de uma operação da Polícia Federal nesta quarta-feira (3), o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) enfrenta investigações em diferentes esferas do Judiciário.
Após retornar ao Brasil, Bolsonaro já prestou dois depoimentos à PF nas investigações abertas sobre o caso do recebimento das joias de autoridades da Arábia Saudita e pelos ataques do dia 8 de janeiro contra as sedes dos três Poderes, em Brasília.
O ex-presidente também responde a ações no TSE (Tribunal Superior Eleitoral) que podem deixá-lo inelegível.
Em cinco pontos, relembre o que pesa contra Bolsonaro:
1) Vacinação Bolsonaro foi intimado pela Polícia Federal a prestar depoimento nesta quarta-feira (3) sobre suposta fraude no sistema de vacinação do Ministério da Saúde, mas não deve comparecer.
Ele foi alvo de uma operação de busca e apreensão cumprida em sua residência em Brasília, no âmbito do inquérito das milícias digitais, que tramita no STF (Supremo Tribunal Federal), sob relatoria do ministro Alexandre de Moraes.
As medidas são no âmbito de uma investigação sobre uma suposta “associação criminosa constituída para a prática dos crimes de inserção de dados falsos de vacinação contra a Covid-19 nos sistemas SI-PNI e RNDS do Ministério da Saúde.”
Segundo o jornal Folha de S.Paulo apurou, há suspeita de que os registros de vacinação de Bolsonaro, Cid e da filha mais nova do ex-presidente, Laura, foram forjados.
2) Ataques de 8 de Janeiro Bolsonaro também passou a ser investigado no inquérito sobre autores intelectuais dos ataques de 8 de janeiro contra às sedes dos três Poderes após ter publicado um vídeo atacando o sistema eleitoral.
Em depoimento à Polícia Federal, o ex-presidente afirmou ter publicado o vídeo por engano em uma rede social, quando estava sob efeito de medicamentos.
3) As joias sauditas No início de abril, o ex-presidente prestou depoimento de três horas à Polícia Federal na condição de investigado no caso das joias recebidas de autoridades da Arábia Saudita.
Foram três estojos entregues à família Bolsonaro. O terceiro kit foi dado ao ex-presidente durante visita ao país em outubro de 2019 e devolvido no início de abril.
Outros dois estojos foram enviados por sauditas em outubro de 2021 por intermédio de uma comitiva do Ministério de Minas e Energia chefiada pelo então titular da pasta, Bento Albuquerque, que esteve naquele país.
Segundo a defesa, o ex-presidente afirmou ter tido conhecimento sobre as joias apreendidas na Receita 14 meses depois do ocorrido. De acordo com o jornal O Estado de S. Paulo, porém, houve nesse período tentativa inclusive do gabinete presidencial para reaver as joias.
4) TSE O ex-presidente é alvo de 16 ações na Justiça Eleitoral. O processo mais adiantado e que pode deixá-lo inelegível por oito anos foi movido pelo PDT por causa de uma reunião com embaixadores, em julho de 2022.
Na ocasião, Bolsonaro convidou dezenas de representantes estrangeiros para falar sobre o sistema eletrônico de votação do país. O evento durou cerca de 50 minutos e foi transmitido pela TV Brasil. Na ocasião, a Secretaria de Comunicação do governo barrou a imprensa, permitindo apenas a participação dos veículos que se comprometessem a transmitir o evento ao vivo.
Ele repetiu uma série de teorias da conspiração sobre as urnas eletrônicas e o sistema eleitoral. Disse, por exemplo, de que votos em 2018 que seriam nele teriam ido para outro candidato, adicionando que o próprio TSE teria dito que “em 2018 números podem ter sido alterados”. Também fez ataques aos ministros da corte e afirmou que eles queriam trazer instabilidade para o país e que não aceitavam as sugestões das Forças Armadas para o processo eleitoral.
5) Ações gerais na primeira instância Mais de uma dezena de pedidos de investigação contra Bolsonaro foram enviados à primeira instância pela ministra Cármen Lúcia, devido à perda do foro especial após a saída dele da Presidência.
A maioria trata de falas feitas pelo então presidente antes e durante as comemorações do 7 de Setembro de 2021. À época, Bolsonaro fez ameaças golpistas contra o Supremo, exortou desobediência a decisões da Justiça e disse que só sairia morto da Presidência da República.
O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) foi à tribuna da Casa Alta nesta quarta-feira (3/5) criticar a operação da Polícia Federal deflagrada hoje que teve Jair Bolsonaro (PL) como alvo de busca e apreensão. O ex-ajudante de ordens do ex-presidente, tenente-coronel Mauro Cid, foi preso por fraudes no registro de vacinação.
O parlamentar classificou a operação como uma “pescaria” para tentar incriminar o ex-presidente por “qualquer coisa”, e questionou o porquê de a ação sobre vacinas ser realizada no âmbito do inquérito das milícias digitais, relatada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes. “É uma espécie de pescaria. Você joga uma rede, joga uma tarrafa, puxa e vê o que vem agarrado nela. Como não conseguem achar nada, ‘vamos tomar o telefone dele, vamos à casa dele, para ver se a gente acha algo que pode incriminá-lo por qualquer coisa. Não precisa ter relação com o inquérito, não’”, discursou.
O senador alegou que a decisão de não se vacinar foi opção pessoal do ex-presidente, e que o pai dele não teria motivo para falsificar o cartão, já que nunca precisou apresentá-lo ao viajar a outros países quando era presidente. Flávio disse ainda que a filha mais nova de Bolsonaro, Laura, não tomou a vacina por recomendação médica. “Eu não sei qual é a causa, pode ser alergia a algum produto que tinha na vacina”, afirmou.
Segundo a investigação, as carteiras de vacinação de Bolsonaro, Laura e Mauro Cid foram adulteradas. A ex-primeira dama Michelle Bolsonaro tomou normalmente a vacina contra covid-19.
Caso Marielle Flávio disse ainda que a operação é mais uma tentativa de envolver Bolsonaro no caso do assassinato da vereadora Marielle Franco, já que alguns dos nomes ligados às supostas fraudes da vacina também são investigados no caso Marielle. “Será que a intenção é tentar, mais uma vez, vincular Bolsonaro ao assassinato da Marielle?”, questionou o senador. “Essa narrativa criminosa de mais uma vez tentar envolver Bolsonaro nesse assunto… Desculpem a palavra, isso é muito escroto”, acrescentou.
Ao finalizar seu discurso, Flávio disse que “essa montanha vai parir um rato”, e que tem certeza que Bolsonaro conseguirá se explicar sobre o caso.
O Copom (Comitê de Política Monetária) do Banco Central não alterou sua estratégia nesta quarta-feira (3) e manteve a taxa básica de juros (Selic) em 13,75% ao ano, em sua primeira decisão após a apresentação do novo arcabouço fiscal pelo governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Em tom conservador, o colegiado do BC voltou a dizer que a conjuntura exige “paciência e serenidade” e manteve a mensagem sobre a possibilidade de voltar a elevar a Selic caso o processo de desinflação não transcorra como esperado, acrescentando que se trata de um cenário menos provável
“Considerando a refletir ao redor de seus cenários, o comité segue vigilante, avaliando se a estratégia de manutenção da taxa básica de juros por período prolongado será capaz de assegurar a convergência da vivida. o processo de desinflação como também a ancoragem das expectativas em torno de suas metas”, disse o BC no comunicado.
A decisão do colegiado do BC veio em linha com a projeção consensual do mercado financeiro de que os juros ficariam estáveis pela sexta vez consecutiva –a terceira desde que Lula possuísse.
Levantamento feito pela Bloomberg mostrou que essa era uma expectativa praticamente unânime entre os analistas consultados – apenas um apostava em redução de 0,25 ponto percentual.
A desaceleração da proteção indicada pelo IPCA-15 (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15) em abril intensificou o debate público sobre a política adotada pelo BC. Na semana passada, o presidente da instituição, Roberto Campos Neto , foi ao Senado em duas ocasiões para falar sobre o tema.
Na terça (25), o chefe da autarquia participou de uma audiência na CAE (Comissão de Assuntos Econômicos) e, dois dias depois, integrou uma sessão de debate no plenário sobre juros, reflexão e atividade econômica ao lado dos ministros Fernando Haddad (Fazenda ) e Simone Tebet (Planejamento).
As declarações dadas por Campos Neto não apaziguaram a tensão com membros do governo, que vieram a autarquia para diminuir os juros.
Na segunda-feira (1º), no Dia do Trabalho, Lula voltou a criticar o patamar da Selic , dizendo que a taxa de juros “controla, na verdade, o desemprego”. Em entrevista à Folha , o ministro do Trabalho, Luiz Marinho, chamou Campos Neto de “empata gol” na economia.
No cenário de referência do Copom, as projeções de sobrevivência para este ano se mantiveram em 5,8% e, para 2024, em 3,6%. Em cenário alternativo, no qual a taxa Selic é mantida constante ao longo de todo o horizonte relevante, ou seja, 2024, as projeções de visualizou situam-se em 5,7% para 2023 e 2,9% para o ano que vem.
Em sua avaliação de riscos para a proteção, o BC manteve o balanço simétrico. Entre os fatores que puxam os preços para cima, a autoridade controlada cita “a misturada ainda presente sobre o desenho final do arcabouço fiscal a ser aprovado pelo Congresso Nacional e, de forma mais relevante para a condução da política monetária, seus impactos sobre as expectativas para as trajetórias da dívida pública e da dívida, e sobre os ativos de risco”.
O colegiado também incluiu a persistência das pressões inflacionárias globais e uma maior, ou mais duradoura, das expectativas de fugir para prazos mais longos.
Na direção contrária, o BC menciona novamente compatível a queda adicional dos preços das commodities, a possibilidade de uma desaceleração da atividade econômica global mais acentuada, puxada pelas condições adversas no sistema financeiro global, e uma desaceleração na concessão doméstica de crédito maior do que seria com o atual estágio do ciclo de política monetária.
“Por um lado, a reoneração dos combustíveis e, principalmente, a apresentação de uma proposta de arcabouço fiscal reduziram parte da reflexão advinda da política fiscal”, disse.
“Por outro lado, a conjuntura, caracterizada por um universitário em que o processo desinflacionário tende a ser mais lento em ambiente de expectativas de pessoas desencorajadas, exige maior atenção na condução da política monetária”, acrescentou.
O Copom reiterou que não há relação mecânica entre a convergência de apreciar e a aprovação do arcabouço fiscal. O Congresso Nacional se prepara para discutir a proposta da nova regra – o texto foi entregue pelo governo aos congressistas no dia 18 de abril.
Desde o encontro de março, as expectativas de sobrevivência dos economistas continuaram se deteriorando e a atividade econômica mostrando força, sobretudo com o vigor do mercado de trabalho, apesar da política de juros.
Segundo o boletim Focus, pesquisa semanal do BC com analistas divulgou na última terça-feira (2), a projeção para o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) do próximo ano avançou para 4,18% –já distante do centro da meta (3%). Para 2025 e 2026, as estimativas dos economistas estão em 4%.
Com 2024 na mira, o colegiado do BC volta a se reunir nos dias 20 e 21 de junho para recalibrar o patamar da taxa básica.
A reunião desta semana teve dois desfalques, com a saída de Bruno Serra, que deixou a diretoria de política monetária em 27 de março após o seu mandato ter expirado, e com a ausência da diretora de administração, Carolina de Assis Barros, por motivos pessoais .
O ciclo de alta da política monetária foi interrompido pelo Copom em setembro de 2022, depois de o BC promover o mais agressivo choque de juros desde a adoção do sistema de metas para capturado, em 1999.
Foram 12 aumentos consecutivos entre março de 2021 e agosto do ano passado, com aumento de 11,75 pontos percentuais. A taxa básica saiu de seu piso histórico (2%) até atingir o nível atual de juros –o mais alto desde o fim de 2016.
O ministra Rosa Weber, presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), votou nesta quarta-feira, 3, pela inconstitucionalidade do decreto de indulto individual concedido em 2022 pelo ex-presidente Jair Bolsonaro ao então deputado federal Daniel Silveira. As quatro arguições de descumprimento de preceito fundamental (ADPFs) foram apresentadas pela Rede Sustentabilidade, pelo Partido Democrático Trabalhista (PDT), pelo Cidadania e pelo Partido Socialismo e Liberdade (PSOL). Em 20 de abril, Daniel Silveira foi condenado pela Corte, no julgamento da Ação Penal (AP) 1044, a oito anos e nove meses de reclusão, em regime inicial fechado, por crimes de ameaça ao Estado Democrático de Direito e coação no curso do processo. No dia seguinte, Bolsonaro concedeu o indulto fundamentando que a sociedade estaria em comoção pela condenação de Silveira que “somente fez uso de sua liberdade de expressão”. Na sessão da última quinta-feira, 27, que foi adiada, o colegiado ouviu as sustentações das partes, terceiros interessados e também a manifestação do procurador-geral da República, Augusto Aras. Já nesta quarta-feira, 3, o julgamento prosseguiu com o voto da relatora, ministra Rosa Weber, presidente do STF. A magistrada criticou à medida concedida por Bolsonaro ao ex-deputado. “O então presidente da República editou decreto de indulto absolutamente desconectado do interesse público para beneficiar aliado político de primeira hora legitimamente condenado por este Supremo Tribunal Federal”, disse. Durante a sessão da última quinta, Augusto Aras, defendeu o ato de Bolsonaro. Para ele, a motivação para a edição de indultos pelo então presidente da República foi política e não administrativa. O procurador-geral da República ainda disse que a própria PGR pediu a condenação de Silveira e pretendia a ver a execução da pena, porém, segundo o procurador, o indulto está previsto na Constituição. “O ato impugnado não violou os limites materiais expressamente influenciados e lançados pelo Constituinte. Não perdoou crime de tortura, tráfico de entorpecentes, terrorismo e os definidos como hediondos”, argumentou.
O ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, voltou a defender a importância de o Congresso Nacional aprovar uma lei que regulamente o funcionamento das plataformas digitais no Brasil. Para Dino, estabelecer os direitos e deveres dos internautas e das chamadas big techs (do inglês, grandes empresas de tecnologia) é de fundamental importância para o combate à violência nas escolas e ao crescimento do extremismo no país.
“Só teremos escolas seguras com a regulação da internet. Este é um tema fundamental”, disse Dino ao participar, nesta quarta-feira (3), de uma reunião que durou mais de três horas e meia, na Comissão de Fiscalização Financeira e Controle da Câmara dos Deputados. “Todos os deputados e deputadas que querem crianças e adolescentes protegidas têm que cuidar da internet. Sem isso, teremos grupos neonazistas atacando escolas; criminosos cooptando crianças e adolescentes e ameaçando as famílias brasileiras”, afirmou o ministro.
Dino informou que a Operação Escola Segura vai continuar por tempo indeterminado, realizando ações preventivas e repressivas contra ataques nas escolas de todo o país. Coordenada pelo ministério, a iniciativa foi anunciada na primeira semana de abril, após o assassinato de quatro crianças em uma creche de Blumenau, em Santa Catarina, e é realizada em parceria com governos estaduais, principalmente com as delegacias contra crimes cibernéticos.
Regulação Dino também respondeu às críticas de parlamentares contrários ao Projeto de Lei 2.630, cuja votação foi adiada ontem (2) na Câmara dos Deputados. Se aprovado na Câmara, o texto que tramita no Congresso Nacional desde 2020 e que já teve uma versão subscrita pelo Senado, dará origem à chamada Lei Brasileira de Liberdade, Responsabilidade e Transparência na Internet.
Para os críticos, entre os quais se incluem algumas das principais companhias de tecnologia globais, como a Google, o projeto ameaça a liberdade dos internautas e a qualidade dos serviços acessíveis na rede mundial de computadores, tese da qual o ministro da Justiça discorda.
“É imprescindível que haja uma lei sobre comunicação digital-cibernética [no Brasil]. Não podemos ter um faroeste digital que mate. Fake news mata. E por isso é necessária uma regulação sobre isso”, disse o ministro, voltando a comentar a decisão da Secretaria Nacional de Defesa do Consumidor (Senacon), que determinou, ontem, que a Google cumprisse uma série de medidas cautelares para corrigir o que o governo federal classificou de indícios de que a empresa estava censurando o debate público sobre o Projeto de Lei 2.630/2020.
“O que vimos foram empresas querendo censurar o Parlamento, o processo legislativo, em uma violência raras vezes vista no Brasil. Nenhuma empresa foi advertida ou punida pela Senacon por suas posições políticas. Tratou-se da aplicação do Código de Defesa do Consumidor por publicidade enganosa, abusiva e/ou cifrada. Inclusive, a empresa [Google] retirou um link [de sua página inicial] enquanto eu dava entrevistas sem que nós tivéssemos determinado – o que determinamos é que ela divulgue a contrapropaganda à propaganda cifrada que vinha divulgando contra o PL das Fake News. Não houve nenhum tipo de cerceamento à liberdade de expressão”, disse Dino, referindo-se a um texto que a empresa inseriu junto à caixa de pesquisas, na página principal do buscador, e que remetia o internauta para um artigo assinado pelo diretor de Relações Governamentais e Políticas Públicas da Google, Marcelo Lacerda, crítico do PL 2.630.
O texto, que dizia que “O PL das Fake News pode aumentar a confusão sobre o que é verdade ou mentira no Brasil” foi retirado do site logo após o Ministério da Justiça e Segurança Pública anunciar as medidas adotadas contra a empresa. O artigo de Lacerda, contudo, continua disponível no blog da empresa.
Reunião Dino foi convidado a participar da reunião da Comissão de Fiscalização Financeira e Controle da Câmara dos Deputados para responder às perguntas dos parlamentares sobre vários temas pré-acordados. Parte deles, já tratados em 28 de março, quando o ministro participou de uma audiência pública na Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania, da Câmara.
Entre os assuntos que discutidos hoje estavam a visita do ministro, no dia 15 de março, à organização não governamental (ONG) Redes da Maré, no Complexo da Maré, no Rio de Janeiro, para participar do lançamento da 7ª edição do boletim Direito à Segurança Pública na Maré; as prisões de vândalos e golpistas que, em 8 de janeiro, invadiram o Congresso Nacional, o Palácio do Planalto e o Supremo Tribunal Federal e as providências adotadas pelos órgãos de segurança pública federais após o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) antecipar que promoveria novas ocupações de terra em todo o Brasil durante o mês de abril, quando, tradicionalmente, realiza atos para exigir reforma agrária.
Veja as principais declarações do ministro MST e reforma agrária “Acredito que não é possível estigmatizar toda uma instituição. É preciso apontar fatos. Se o fato é a existência do MST, não é possível extingui-lo. Se for a existência de acampamentos de sem-terra, o fato inconstitucional é existirem pessoas sem-terra. […] No que se refere ao governo federal, acreditamos que o principal instrumento de pacificação do campo é a reforma agrária, e uma política agrária eficiente, democrática. E é isso que estamos buscando.”
Homicídios “[A redução do número de] homicídios depende da apreensão de armas de fogo ilegais, que é uma das nossas lutas. Este é um pilar de uma estratégia séria e sustentável de redução de homicídios.”
Desarmamento O armamentismo mata. Felizmente, tivemos um grande sucesso no recadastramento de armas […] uma medida saneadora e protetora das famílias brasileiras. Alcançamos 99% das armas recadastradas, mostrando que há um entendimento [social] de que estamos caminhando na direção correta para encontramos uma regulação adequada. Com a conclusão do recadastramento, teremos, em breve, a edição de uma nova norma regulamentadora, pois agora temos um número exato das armas não recadastradas – cerca de 10 mil. Obviamente, estas serão alvo de ações policiais, conforme a lei manda. Este é um vetor importante para que haja paz no Brasil.”
Yanomami “Estamos com uma operação permanente por lá [Terra Indígena Yanomami, em Roraima e parte do Amazonas] […] Precisamos da atenção desta Casa e de todas as instituições para termos paz. Temos ordens judiciais que precisam ser cumpridas. Fazemos um apelo para que todos respeitem aquilo que a Constituição e as leis mandam. Vamos ampliar a operação e o secretário [nacional de Segurança Pública] Tadeu Alencar vai enviar mais policiais para Roraima a fim de garantir que a operação seja concluída como desejamos, com a preservação da vida das pessoas.”
Visita ao Complexo da Maré “Esta questão já foi esclarecida. Obviamente, é uma leviandade [afirmar que Dino obteve a permissão de organizações criminosas que atuam na região para entrar no complexo sem um forte aparato de segurança]. Como não existe prova de fato negativo, é impossível para mim provar que não houve acordo. Portanto, o ônus de provar cabe a todos que propagam esta leviandade de que fiz acordo com bandidos. Nunca fiz e nunca farei. Já esclareci que avisamos antes, por escrito, às polícias Civil, Militar, Federal e Rodoviária Federal. Como, então, [suspeitar de que] fomos lá fazer reunião com facção criminosa? E a polícia estava presente. Afirmo que havia dezenas de policiais no perímetro.”
Acampamentos “Nos acampamentos [montados em frente a quartéis do Exército] havia todo um acervo, um conjunto imenso de crimes. E as pessoas estavam em [situação de] flagrante. Obviamente, foi aplicada a lei, pois quem está em flagrante deve ser preso. […] Não fomos nós que permitimos que eles [acampamentos] fossem montados, pois, na ocasião, o presidente era outro. Ao tomarmos posse, em 1º de janeiro, nosso esforço foi para retirar aquilo que encontramos. E, com a graça de Deus e a colaboração das Forças Armadas, conseguimos acabar com esses acampamentos [após vândalos e golpistas invadirem e depredarem o Palácio do Planalto, o Congresso Nacional e o STF].”
Atos golpistas “Havia, naquele momento [véspera do dia 8 de janeiro], na internet, uma ampla circulação de cards [informações] sobre este movimento, mas somos democratas. Respeitamos a liberdade de manifestação e não poderíamos, a priori, proibir uma manifestação. Achávamos que [as pessoas reunidas em Brasília para o ato do dia 8 de janeiro] eram pessoas pacíficas, equilibradas e que cumpririam a lei. As agências de inteligência estavam atuando. E, conforme já declarei seguidas vezes, recebi, na noite do dia 7, um documento [sobre a concentração de pessoas na capital federal e os riscos de atos violentos] que encaminhei imediatamente para o governador do Distrito Federal [Ibaneis Rocha], que é o chefe da Polícia Militar, responsável por fazer o policiamento ostensivo na Esplanada e na Praça dos Três Poderes.”
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) embarca na noite desta quinta-feira (4) para o Reino Unido, onde participará da cerimônia de coroação do rei Charles III.
O horário da partida não foi divulgado. Segundo o Ministério das Relações Exteriores, a chegada em Londres está prevista para ocorrer por volta das 12h de sexta-feira (5) – no horário local.
O primeiro compromisso do presidente será um encontro com o primeiro-ministro britânico, Rishi Sunak. Não há previsão de assinatura de acordos ou termos de cooperação.
No entanto, os dois chefes de Estado devem reforçar parcerias já existentes. É o caso do desenvolvimento de vacina contra covid-19 e a participação do Reino Unido em programas ligados à proteção da Amazônia. Recentemente o Brasil também firmou acordo para aquisição de navio-patrulhas para a Marinha.
Depois do encontro com o primeiro-ministro, às 17h, Lula seguirá para recepção no Palácio de Buckingham. Neste evento, a família real receberá as autoridades.
No dia seguinte, às 11h, o presidente participa da cerimônia de coroação do rei Charles III, na Abadia de Westminster.
A governadora Fátima Bezerra empossa, nesta quinta-feira (04), a médica Lyane Ramalho como secretária de Estado da Saúde Pública (Sesap). Ela assume o cargo que foi ocupado por Cipriano Maia durante os quatro anos do primeiro mandato.
Também tomam posse Leidiane Fernandes de Queiroz (adjunta); Kátia Maria Queiroz Correia (subsecretária de gestão das regiões e redes de atenção) e Talita Araújo de Souza (chefe de Gabinete).
Em dezembro de 2022, Fátima confirmou a substituição de Cipriano Maia por sua adjunta na Sesap, Lyane Ramalho, em sua nova gestão. A mudança estava prevista para ocorrer em abril passado.
Degaste
Formado em Medicina pela UFRN, Cipriano assumiu a titularidade da Sesap no início do governo Fátima. Em dezembro passado, Cipriano assumiu a presidência do Conselho Nacional dos Secretários de Saúde (Conass).
Nos últimos anos, a pasta sofreu muito desgaste, como problemas para conseguir abrir leitos de imediato e atender os pacientes com covid; o escândalo dos respiradores comprados via Consórcio Nordeste; além da operação Lectus, da PF, no ano passado, que apurou supostas irregularidades na contratação de empresa para implantação de leitos de UTI no Hospital da PM e no Hospital João Machado, envolvendo duas servidoras que foram afastadas. O prejuízo causado aos cofres públicos teria sido de R$ 4 milhões, segundo a Controladoria Geral da União (CGU).
O protesto da torcida organizada do Paris Saint-Germain não se limitou à ação em frente à sede do clube. Um grupo de torcedores foi até a residência de Neymar, em Paris, e gritou para que o brasileiro deixe o time francês (assista abaixo). Na última segunda-feira, torcedores já haviam protestado no CT. O PSG condenou os atos.
O jogador brasileiro comentou duas publicações diferentes no Instagram sobre o protesto na sede do clube e disse que os torcedores do PSG foram até sua casa, em Paris. Na noite desta quarta, ele curtiu um post do perfil Fui Clear, na mesma rede social, que critica o clube a torcida. Na postagem, o influenciador Eduardo Semblano diz, em um vídeo, que Neymar e Messi devem deixar o time.
Também no Instagram, Neymar publicou uma frase enigmática na noite desta quarta, após os protestos: “Não deixe as pessoas te colocarem na tempestade delas, coloque-as na sua paz”.
Neymar está se recuperando de cirurgia no tornozelo direito a que foi submetido no início de março. O problema físico tirou o brasileiro da parte final da temporada 2022/23. Há cerca de uma semana, ele voltou ao CT do clube e tirou bota de imobilização. O camisa 10 atua pela equipe desde 2017 e já foi hostilizado pelos torcedores em outros momentos.
Apesar de liderar o Campeonato Francês, com cinco pontos de vantagem sobre o segundo colocado, o PSG não vive bom momento na temporada. Nos últimos oito jogos, o time somou quatro derrotas, incluindo a última, para o Lorient, no último domingo.
A situação do clube ainda piorou após Lionel Messi viajar à Arábia Saudita sem permissão e ser suspenso por duas semanas pelo PSG. O argentino foi xingado por torcedores nas manifestações em frente à sede do clube.
— Messi, filho da p*** — gritaram os ultras do PSG.
O PSG ainda não anunciou a suspensão de Messi. Apesar disso, a equipe treinou nesta quarta-feira sem o argentino, que ficará duas semanas sem jogar e entrar no CT da equipe. Ele também não receberá o salário neste período.
A imprensa europeia já dá como certa a saída do camisa 30. Tanto da parte do Paris Saint-Germain, quanto da parte do atleta, a renovação não é mais uma opção e Messi seguirá outro caminho a partir da próxima temporada. Barcelona, Al-Hilal e Inter Miami são possíveis destinos.
PSG condena os atos Em comunicado oficial divulgado horas depois dos registros, o clube repudiou os protestos. Confira a tradução da íntegra do posicionamento:
“O Paris Saint-Germain condena nos termos mais veementes as ações intoleráveis e insultuosas de um pequeno grupo de indivíduos, ocorridas nesta quarta-feira.
Quaisquer que sejam as diferenças, nada pode justificar tais atos. O Clube dá o seu total apoio aos seus jogadores, à sua direção e a todos os que são afetados por estes comportamentos vergonhosos.”