Câmara de Currais Novos aprova projeto que garante pagamento do Piso Salarial da Enfermagem

Vereadores e vereadoras votaram e aprovaram, na Sessão Ordinária desta segunda (25), o Projeto de Lei Municipal nº 020/2023, de autoria do Executivo, que autoriza a conceder parcela de complementação financeira, condicionada ao
recebimento dos recursos do Governo Federal, para repasse a profissionais da Enfermagem.

O Piso Nacional da Enfermagem, estabelecido pela Emenda Constitucional n° 127/2022 e pela Lei Federal n° 14.343/2022 como um direito destes profissionais, fica agora regulamentado por legislação municipal. O PL aprovado determina os valores de R$ 4.750,00 para Enfermeiros, R$ 3.325,00 para Técnicos de Enfermagem e R$ 2.375,00 para o Auxiliar de Enfermagem.

Durante a Sessão, os parlamentares reafirmaram o que argumenta o Projeto de Lei quando destaca que a valorização dos profissionais é fundamental para a melhoria da qualidade dos serviços de saúde prestados à população e medida justa para a categoria.

Camara Municipal de Currais Novos

Postado em 25 de setembro de 2023

Anvisa aprova novo remédio para diabetes que promove perda de peso inédita

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) acaba de anunciar a aprovação da tirzepatida (nome comercial Mounjaro ) para o tratamento do diabetes tipo 2 . Trata-se de uma medicação injetável de uso semanal bastante aguardada por médicos e pacientes após estudos anunciarem efeitos significativos no controle da glicemia e do peso corporal.

O remédio, desenvolvido pela farmacêutica Eli Lilly, inaugura uma nova classe terapêutica que simula a ação de dois hormônios produzidos naturalmente pelo organismo, o GLP-1 e o GIP. Essa atuação estimula a liberação de insulina pelo pâncreas, desacelera o esvaziamento do estômago e eleva a sensação de saciedade, contribuindo para o equilíbrio dos níveis de açúcar no sangue e a perda de peso – fator que também favorece o controle do diabetes.

Nos estudos clínicos com o medicamento, mais da metade dos participantes alcançaram índices considerados normais de hemoglobina glicada, exame que dá uma média do comportamento da glicemia nos últimos três meses. Além disso, os pacientes perderam, em média, 12,4 kg, o dobro do que foi obtido pelas pessoas que receberam a semaglutida, medicamento com o qual a tirzepatida foi comparada.

O laboratório celebra os resultados como “sem precedentes”.

“Além de ser a medicação com maior potência glicêmica já aprovada até hoje, ela conseguiu fazer com que indivíduos com diabetes fizessem, na média, um controle glicêmico semelhante ao de pessoas sem diabetes”, diz o endocrinologista Bruno Halpern, do Hospital das Clínicas de São Paulo e um dos pesquisadores envolvidos nos ensaios clínicos com a tirzepatida.

“Nos últimos anos, mesmo antes de ser lançado lá fora, o remédio já vinha sendo a estrela de todos os congressos da nossa especialidade médica”, comenta o endocrinologista Carlos Eduardo Barra Couri, colunista de VEJA SAÚDE, que não participou dos estudos com a droga.

O sinal verde concedido pela Anvisa foi ampliado em um conjunto de dez estudos mundiais envolvendo, ao todo, mais de 19 mil pessoas com diabetes tipo 2 pelo, inclusive no Brasil. Por aqui, 1 500 contribuições participaram da pesquisa, que englobaram mais de 50 investigadores e 65 centros médicos.

Especialistas veem no remédio um divisor de águas no tratamento da doença, que afeta mais de 15 milhões de brasileiros. “Estamos falando de um medicamento que possibilita ao paciente atingir metas glicêmicas semelhantes às de uma pessoa sem diabetes, e que ajuda a controlar o peso quando aliado a dieta e exercício. Com isso, a melhoria na qualidade de vida é excepcional”, afirmou a endocrinologista Denise Franco, da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia – Regional São Paulo (Sbem/SP), que também atuou nos ensaios clínicos.

O Mounjaro, já aprovado nos Estados Unidos e na Europa para diabetes, ganhou o noticiário nos últimos meses por demonstrar, em estudos, uma redução inédita no peso corporal dos pacientes. Não à toa, também está sendo investigado para o tratamento da obesidade em si. Em algumas pesquisas, a redução de peso chegou a superar 20% e a bateria os 30%, índice ao da cirurgia bariátrica.

E essa é uma vantagem inclusiva no contexto do diabetes tipo 2 – afinal, estima-se que a maioria dos pacientes esteja acima do peso. “Medicamentos que não têm efeito no peso, como é o caso da tirzepatida, agregam ainda mais no tratamento, ajudando no controle não só da glicemia, mas de todas as outras complicações que o excesso de peso traz nesses indivíduos”, explica Halpern.

Após a liberação pela Anvisa, o Mounjaro será precificado pelo governo. Ainda não há um dado exato para o início da comercialização nas farmácias.

“A chegada do remédio nos próximos meses é uma notícia e tanto. Só cabe ponderar que não existe milagre no tratamento do diabetes. É preciso ter o engajamento do paciente e lembrar que o estilo de vida saudável é a base do tratamento ao lado dos remédios”, afirma Couri.

Por agora, convenhamos, a aprovação no país não inclui o uso exclusivo para emagrecimento.

VEJA

Postado em 25 de setembro de 2023

PF cassa porte de armas de Anderson Torres, ex-ministro de Bolsonaro

Anderson Torres, ex-ministro da Justiça de Jair Bolsonaro (PL) e ex-secretário de Segurança Pública do DF, teve seu porte de armas cassado pela Polícia Federal (PF). A notificação ocorre no âmbito de procedimento interno, que vai definir se Torres deve ser expulso da corporação pela suspeita de ter sido omisso nos atos de 8 de janeiro e de ter sido preso por decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).

O ofício foi assinado pelo chefe da Delegacia de Controle de Armas e Produtos Químicos, delegado Maurício Rocha da Silva. Embora confirme a notificação, o advogado de defesa de Torres, Eumar Novacki, afirmou que não foi disponibilizado ainda o acesso à íntegra da decisão. “A defesa ainda está avaliando as medidas a serem adotadas”, disse.

O processo que pode levar a expulsão de Anderson Torres, que é delegado da PF, está embasado no regime jurídico dos policiais federais que caracteriza como transgressão “praticar ato que importe em escândalo ou que concorra para comprometer a função policial”.

Em 10 de janeiro, agentes da Polícia Federal foram até a casa de Anderson Torres, localizada no condomínio Ville de Montagne, no bairro Jardim Botânico, em Brasília. Na ocasião, apreenderam um texto chamado de “minuta de golpe”, além das armas de Anderson Torres. Desde então, o ex-ministro não está mais em posse dos equipamentos policiais.

Em 14 de janeiro, Torres voltou dos Estados Unidos, onde passava férias, e foi preso. Quatro meses depois, ele ganhou liberdade provisória, concedida por Moraes, mediante cautelares.

O ex-secretário ficou proibido de deixar o Distrito Federal; de manter contato com os demais investigados; de usar redes sociais; e ficou determinado o afastamento do cargo que ocupa da Polícia Federal. O descumprimento de qualquer uma das medidas alternativas implicará na revogação e decretação da prisão.

13 depoentes
Dentro do processo administrativo que corre dentro da PF, 13 depoentes foram ouvidos. O diretor-geral da Polícia Federal (PF), Andrei Rodrigues depôs, na condição de testemunha, no procedimento administrativo disciplinar (PAD) a que responde Anderson Torres. A informação é do colunista do Metrópoles Paulo Cappelli.

Torres é investigado por suposta omissão nos atos antidemocráticos de 8 Janeiro, quando comandava a Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal.

Em seu depoimento, o chefe da PF foi questionado se teria avisado Torres sobre o risco de depredações em Brasília. E informou que a comunicação foi feita ao Ministério da Justiça e Segurança Pública, que, por sua vez, repassou a comunicação ao Governo do Distrito Federal.

Andrei Rodrigues disse avaliar que a conduta de Torres foi prejudicial à imagem da Polícia Federal. Integrantes da cúpula da PF avaliam que Torres pode ser expulso da corporação com base na Lei nº 4.878, que dispõe sobre o regime jurídico dos policiais federais

Metrópoles

Postado em 25 de setembro de 2023

Amazonas enfrenta seca histórica e projeta 500 mil sem acesso a água e comida

O Amazonas se prepara para enfrentar a maior estiagem já registrada na região. A situação deve afetar a distribuição de água e alimentos para cerca de 500 mil pessoas até o final de outubro.

O diagnóstico é feito pelo governador do Estado, Wilson Lima (União Brasil), que irá nesta terça-feira (25) a Brasília. Ele vai pedir ajuda do governo federal para a compra de cestas básicas, água, além do apoio da Força Aérea no transporte dos insumos. A estimativa é que o estado precise de ao menos R$ 100 milhões em ações emergenciais.

“Nunca vimos algo assim. É a pior seca da história”, diz o governador.

As medidas de emergência são necessárias porque o transporte na região Norte é feito majoritariamente por meio fluvial. Nesta época, é comum que ocorra queda no nível dos rios até a chegada da temporada das chuvas, em novembro e dezembro. Mas a velocidade com que o rios estão secando preocupa.

O quadro fez com o governo federal convocasse uma reunião para avaliar formas de acelerar a dragagem de rios na região. Os ministros de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho, e dos Transportes, Renan Filho, foram mobilizados. O ministro do Desenvolvimento Regional, Waldez Góes, também acompanha a situação.

Lima diz que alguns municípios já estão praticamente isolados. Até agora, 13 cidades declararam situação de emergência e cerca de 100 mil pessoas foram atingidas.

O governo do Amazonas projeta que, até o fim do próximo mês, 59 dos 62 municípios decretem emergência.

Isso significa que a população destas cidades sofrerá sérias restrições no recebimento de alimentos e água. Além disso, cerca de 20 mil crianças podem ficar sem ter como chegar às escolas.

Lima também afirma que a estiagem já compromete a chegada de insumos e a distribuição de produtos da Zona Franca de Manaus.

CNN

Postado em 25 de setembro de 2023

Currais Novos : Melhorias nas estradas vicinais e nova tubulação no povoado Totoró.

Hoje a secretária de agricultura Graciete Almeida, juntamente com o coordenador Nilton Oliveira, fizeram algumas visitas na zona rural. Uma dessas visitas foi na comunidade Totoró para ver de perto a realização do serviço de substituição da tubulação.
Essa mudança será para melhorar o abastecimento dos moradores do Totoró e parte da comunidade Quandu.
Também foi visitada a região do Trangola onde iniciou-se a
recuperação das estradas vicinais das comunidades; Trangola, Feijão, Mapirunga, Cascavel, Serrote do Melo, Barra da areia.

Postado em 25 de setembro de 2023

Sandy e Lucas Lima terminam casamento de 15 anos

O músico Lucas Lima anunciou nesta segunda-feira, 25, que ele e Sandy não estão mais juntos. A relação durou quase 24 anos, sendo 15 de casados.  

No Instagram, Lima compartilhou um texto afirmando que a relação com Sandy chegou ao fim. Apesar de não citar as palavras “término” ou “divórcio”, ele afirma que os dois se tornaram grandes amigos.

“Não foi uma decisão fácil, nem impulsiva. Foram praticamente 24 anos de relacionamento e 15 anos de casados. Com altos e baixos, às vezes mais felizes, às vezes menos, mas sempre inteiros e dispostos a fazer o nosso melhor. E fizemos. Não teve briga, mágoa, traumas… a gente conseguiu enxergar que esse era o melhor caminho e vamos deixar de ser um casal do mesmo jeito que a gente foi um: com muito amor, respeito e amizade infinita”, diz um trecho do comunicado.

Em postagem, o músico ainda pede ao público que respeite o espaço da família neste momento delicado.

“E a gente sabe que é pedir demais, mas vamos pedir mesmo assim: por favor, respeitem nosso momento, nossa família. A gente tem um filho lindo de 9 anos que precisa de todo nosso amor e cuidado. Precisamos que esse momento tão íntimo, difícil e particular seja vivido com a mesma discrição com que a gente viveu nosso relacionamento tão feliz, tão bem-sucedido. Obrigado pela compreensão e pelos pensamentos positivos que a gente sabe que vai receber de quem gosta da gente. Vai demorar um pouquinho, mas vai ficar tudo bem”.

Nas redes sociais, mas principalmente no Twitter, fãs ficaram surpresos com o anúncio. Confira reações.

Até o momento, Sandy não se pronunciou sobreo assuntos. Outros membros da família também não se manifestaram.

terra

Postado em 25 de setembro de 2023

Flamengo mira em Tite enquanto costura saída de Sampaoli

Enquanto costurava a saída do técnico Jorge Sampaoli, o Flamengo já possui um treinador de preferência para substituí-lo: Tite, ex-técnico da seleção brasileira.

O que aconteceu
Tite sempre esteve no radar rubro-negro. Com o fracasso de Sampaoli no comando da equipe, o nome do treinador ganhou força nos bastidores.

Desempregado desde que deixou a seleção, após o fim da Copa do Mundo de 2022, o treinador é o único nome, até o momento, com que a diretoria do Flamengo trabalha. A informação inicial foi dada pelo “ge” e confirmada pelo UOL.

Pesa contra o Flamengo o fato de não ser a preferência de Tite assumir um tempo no fim de uma temporada. No entanto, para convencê-lo, o Rubro-Negro apostará em um projeto de longo prazo, já com a ideia de montar a temporada 2024.

Presidente do Fla, Rodolfo Landim é contra a ideia de colocar o técnico do sub-20, Mário Jorge, no comando da equipe de forma interna. Portanto, caso concretize a saída de Sampaoli, o desejo é já ter uma carta na manga para substituição imediata.

Tite já havia sinalizado aos interlocutores rubro-negros que não descartaram a possibilidade de trabalhar no Brasil, embora tenha preferência pelo exterior.

O treinador recebeu algumas propostas de clubes estrangeiros, mas nenhuma o seduziu.

Rio de Janeiro conta um favor
Além do peso em ser treinador do Flamengo, o que conta a favor do clube da Gávea no caso de Tite é o Rio de Janeiro.

Desde quando se tornou técnico da seleção brasileira, Tite passou a morar na capital carioca e gostou da cidade, assim como seus familiares.

Filho de Tite e auxiliar técnico de seu pai, Matheus Bacchi costuma responder com um sorriso sempre quando ouve nas ruas do Rio sobre trabalhar no Flamengo. Geralmente, quando isso acontece, além de sorrir, costuma dizer que existe um funcionário profissional no comando da equipe no momento, mas não esconde que é algo que o balança.

UOL

Postado em 25 de setembro de 2023

Neymar briga com Jorge Jesus e pede a demissão do treinador à diretoria do Al-Hilal

Neymar já se envolveu em sua primeira polêmica no Al-Hilal, da Arábia Saudita. De acordo com matéria do jornal espanhol “Sport”, o brasileiro se desentendeu com o treinador Jorge Jesus após a partida diante do Navbahor (Uzbequistão), pela Liga dos Campeões da Ásia, na semana passada. Segundo a publicação, o atacante não gostou de ser cobrado pelo “Mister” por sua postura dentro de campo e rebateu o comandante ainda no vestiário do estádio. Depois do episódio, o atacante ainda teria pedido à diretoria a saída do técnico do clube. A reportagem do site da Jovem Pan procurou a assessoria do jogador para comentar o caso, mas ainda não obteve respostas.

A reportagem ainda afirma que a cúpula do Al-Hilal não descarta demitir Jorge Jesus nos próximos dias. Além da revolta de Neymar, os dirigentes não gostaram do desempenho da equipe nos empates contra Navhabor e Damac. Apesar disso, o time está na segunda posição da Champions Asiáticas e no Campeonato Saudita, permanecendo perto dos líderes em ambas competições. Já Neymar, contratado por 100 milhões de euros junto ao Paris Saint-Germain, ainda não balançou as redes em três partidas.

Jovem Pan

Postado em 25 de setembro de 2023

‘Estou querendo ser patrão agora’, afirma Murilo Benício

“Tem umas coisas em São Paulo que não saem de moda, né?”, diz Murilo Benício , quando chega sua salada Spot no restaurante de mesmo nome , na região dos Jardins, onde almoçamos na semana passada. “Essa salada só tem aqui, eu peço sempre, mas não vinha a São Paulo havia muito tempo. Estava com saudade.”


A salada Spot tem alface americana rasgada, nozes, aipo, pera seca cortada em tiras, salsinha, um mix de cream cheese com gorgonzola e um molho básico. Murilo pede também uma coxa de frango desossada e bebe um suco de limão sem açúcar nem adoçante.

“Estou investindo em disciplina agora, que é uma coisa que eu nunca tive”, afirma o ator, que, além de prestar mais atenção ao que vem, tem acordado todos os dias às sete horas da manhã para correr na lagoa Rodrigo de Freitas , no Rio de Janeiro, “detestando cada minuto”.


Na parte da tarde, faz ginástica com um personal trainer, que contratou para ter um compromisso e não deixa o treino para outro dia ou outra hora e acaba não fazendo, como era o traje.


Murilo mora sozinho em uma casa cinematográfica com vista para o mar e para o Cristo Redentor, de quatro andares, com um porão com mesa de pingue-pongue e pista de skate que construiu do zero, botando todas as ideias de como seria sua casa dos sonhos em prática. O projeto foi feito pelo arquiteto Miguel Pinto Guimarães.


Rodeada de natureza por fora, com muita luz natural e muitas plantas na parte interna, a casa tem um container vermelho acoplamento e todo decorado para ser como uma suíte de hotel para o filho mais velho do ator, Antônio Benício Negrini, que hoje tem 26 anos e mora em São Paulo. Ele é filho de Murilo com a atriz Alessandra Negrini , sua primeira mulher

Murilo também é pai de Pietro Benício Antonelli , de 18 anos, que está passando uma temporada em Los Angeles e é filho da atriz Giovanna Antonelli , com quem também foi casado.


Ele conta que não teve problema nenhum na hora de registrar o primeiro filho com o seu sobrenome antes do sobrenome da mulher, o que não é a regra no Brasil. “Mas quando fui registrar o segundo, foi uma confusão. Só consegui porque mostrei que tinha um precedente, que era o Antônio.”


Benício, ele diz, é um sobrenome inventado, na verdade um erro. Seu avô, português, se chamava Vinícius, e imigrou para o Brasil bem jovem. Chegando no porto de Santos, o oficial da alfandega que o recebeu disse o seu nome, e ele, com sotaque carregado, falou “Vinícius”, mas o oficial entendeu Benício. Ficou assim.


O nome inteiro do ator é Murilo Benício Ribeiro, sobrenome de seu pai. “Mas todo mundo é Ribeiro, não quer dizer nada, então adotei o Benício quando comecei a trabalhar”, afirma. Não tive como discordar.


Murilo veio a São Paulo acompanhar a pré-estreia de seu segundo longa-metragem como diretor, “Pérola” , baseado em uma peça do dramaturgo Mauro Rasi (1949-2003), um dos criadores do estilo teatral conhecido como besteirol e das séries de TV icônicas “Armação Ilimitada”, “TV Pirata” e “Sai de Baixo”, da Rede Globo .

“Pérola” é uma peça de 1995 e foi uma montagem-fenômeno. Ficou anos e anos em cartaz e revelou a atriz Vera Holtz , que interpretava o personagem-título, e o ator Emílio de Mello , alter ego do dramaturgo. A trama parte da morte da mãe do escritor, chamada Pérola, e contou histórias da infância e da adolescência dele em Bauru, cidade do interior de São Paulo onde nasceu e foi criada.


A Pérola do Cinema é interpretada pela atriz Drica Moraes , e é uma mãe forte, carismática, engraçada, mas também difícil e muito crítica, que comanda a família sem deixar a diversão em segundo plano —no caso, as bebidas preparadas pelo marido e as fofacas com as irmãs— e alimenta o sonho de morar em uma “mansão com piscina e 15 metros de frente”.


O projeto de Murilo Benício é muito antigo, e nasceu quando ele assistiu à montagem teatral com Vera Holtz e Emilio de Mello. Ele foi acompanhado do dramaturgo, que o convidou para viver seu alter ego em uma outra peça, chamada “As Tias de Mauro Rasi”, de 1996, quase um spin-off de “Pérola”.


“A gente foi junto ao teatro e depois saiu para o jantar para ele me contar como era a nova peça, mas eu fiquei completamente impactado por ‘Pérola’ e disse para ele logo na saída: ‘Você tem que filmar isso hoje'”, relembra Murilo.


Mas as coisas acontecem como as coisas acontecem. Murilo fez a peça “As Tias de Mauro Rasi”, em 1996, que fez sucesso, mas não foi um frequentador, e passou a alternar novelas e séries na TV Globo com filmes e peças de teatro. Mostrou tanto talento cômico quanto dramático, foi mocinho, vilão, galã, bandido, rico, pobre, feio, bonito. Fez até um filme em Hollywood, em 2000, ao lado de Penélope Cruz , chamado “Woman on Top”, lançado aqui como “Sabor da Paixão”.

Desde cedo começou a ter vontade de dirigir, mas só aos 40 anos consegui tirar o primeiro projeto da gaveta. Foi o filme “Beijo no Asfalto”, lançado em 2018 , baseado em uma peça icônica de Nelson Rodrigues escrita em 1960. Feito todo em preto e branco, o longa tem Lázaro Ramos no papel principal e Débora Falabella, Otávio Muller, Stenio Garcia e Fernanda Montenegro nos papeis secundários.


“Demorei muito para fazer o meu primeiro filme, queria ter feito dez anos antes”, afirma Murilo. “Mas tudo bem, li recentemente uma entrevista do Ridley Scott [diretor de “Blade Runner” e “Gladiador”, entre outros] em que ele contou que só começou a dirigir filmes depois dos 50 anos. E ele fez coisas incríveis.”


Murilo também está com vontade de fazer coisas incríveis. E dele. “Estou com 52 anos e há quase 30 sou contratado pela TV Globo. Acho que está perdendo o sentido viver só nessa realidade. Estou querendo ser patrão agora.”


Além do lançamento de “Pérola”, Murilo está envolvido com o roteiro de um outro filme e de uma série. Pela primeira vez, está se arriscando como roteirista. “Já escrevi algumas coisas, mas não levei adiante porque tinha uma barreira. Eu tenho muito respeito pela escrita, acho muito difícil”, afirma.


Reuniu um grupo de pessoas com quem já gostava de trabalhar, explicou detalhadamente o que era a sua ideia, ou as suas ideias, para um filme e uma série, e começou a trabalhar. Não quis dar nenhum detalhe nem de um nem de outro, mas contorno que na série está com um parceiro de roteiro muito especial: seu filho Antônio, “um cabeçudo, que lê tudo”.


Sobre o filme, apenas revelou que é um projeto grande, “está em outro patamar, de dinheiro, de escala, de tudo”. E disse que não está no elenco. Aliás, foi além: disse que não trabalhará jamais como ator em um projeto que dirigir.


“Eu me odeio ver, não saberia fazer isso. Como você fala ‘ação’, corre pro set, faz a cena, você mesmo diz ‘corta’, e depois ainda vai montar o filme? Impossível para mim. O Selton [Mello ] faz isso, ele é meu herói pessoal. Eu não tenho esse dom.”


E tem uma vida pessoal, né? Sempre uma emoção quando se trata de Murilo Benício. Conto que na página dele da Wikipédia, que li para me preparar para uma conversa, tem um histórico bastante detalhado de todos os namoros, casamentos e uniões derivadas e os motivos pelos quais os relacionamentos do passado não deram certo.


Está lá até o namoro atual, com Cecília Malan , correspondente da GloboNews em Londres, com quem ele começou a trocar mensagens de WhatsApp depois de ver uma foto do pai dela, o ex-ministro da Fazenda Pedro Malan , do governo Fernando Henrique Cardoso ( 1995–2003), no apartamento em que ela mora na Inglaterra.


“Nós dois somos apaixonados por arquitetura e ela mora em um lugar incrível”, explica. “Aí as mensagens foram ficando mais constantes, conversamos para telefonemas e uma hora decidida em encontrar”, conta. “Mas demorou, viu? Não foi uma coisa de uma hora para outra, levamos alguns meses para tomar essa decisão.”


Pela enciclopédia digital, um dos casamentos do ator e diretor terminou por “total incompatibilidade de temperamentos”, outro por “ciúmes excessivos de Murilo” e outro ainda de “forma amigável”. Conto isso para ele, que ri e esfrega uma mão na outra, como quem diz: “Você quer saber qual é qual, né?”.


Mas este é um jornal sério, não tem lugar aqui para esse tipo de mexericos. Pelo menos, não com o gravador ligado. Então desligo meu gravador bem quando a cozinha do restaurante manda, como cortesia, uma amostra das melhores sobremesas da casa.


Pedimos cada um mais um café e revelamos na próxima meia hora debruçados em um suflê de doce de leite e um merengue de morango. Deu para perceber que uma luta dele por disciplina vai ser mesmo uma luta. E outras coisas que não dá para publicar. Off é coisa séria, e promessa é para ser cumprida.

Folha de SP

Postado em 25 de setembro de 2023

Governo Lula ignora promessa e mantém extinta Comissão de Mortos e Desaparecidos

A três meses do fim do ano, a recriação da Comissão de Mortos e Desaparecidos na ditadura militar continua sem sair do papel.

Criada no governo Fernando Henrique Cardoso como forma de reconhecer vítimas do regime, localizar corpos desaparecidos e indenizar suas famílias, a comissão foi extinta no final do ano passado, no apagar das luzes do governo Jair Bolsonaro (PL), defensor dos militares na repressão.

Procurado, o governo Lula (PT) mantém a promessa de recriar o colegiado e reconduzir titulares que haviam sido dispensados por Bolsonaro, como mostrou reportagem da Folha de março. O que, até o momento, não ocorreu, apesar de ser uma pauta importante para a esquerda brasileira.

Segundo integrantes do governo, há preocupação em não criar uma nova crise com militares em torno de um tema que é considerado sensível por eles.

O ministro José Múcio (Defesa) tem acompanhado a recriação do colegiado e já se reuniu com Silvio Almeida (Direitos Humanos) para tratar do tema –haverá nova reunião nas próximas semanas. Familiares de vítimas já se queixaram ao governo da demora na recriação do colegiado.

O Ministério dos Direitos Humanos, sob o qual deve ficar a comissão, disse à reportagem que já encaminhou toda a documentação e a proposta de decreto para a recomposição da comissão para a Casa Civil. Além disso, disse que o orçamento do grupo será de R$ 1,1 milhão, ante R$ 300 mil na gestão Bolsonaro.

Mas os ministérios da Justiça e da Defesa também pediram para referendar a comissão, o que teria retardado mais um pouco a recriação. “O MDHC também se empenhou em garantir as condições orçamentárias”, disse a pasta dos Direitos Humanos.
A militante Diva Santana, que integrava a comissão na época do seu desmantelamento, questiona as dificuldades e a demora para a recriação do órgão.

“Estamos enfrentando dificuldades para que essa comissão seja reeditada. Por quê? A lei existe, está aí, não acabaram com a lei. Para acabar com uma lei tem que passar pelo Congresso, ter discussão. Então, não tem peso nenhum, na minha opinião, você reeditar uma comissão que é da lei”, afirma.

Irmã de Dinaleza Santana, uma desaparecida política, a militante afirma que a paralisação prejudica os trabalhos, além de prolongar a expectativa dos familiares, que não conseguem respostas sobre o paradeiro de seus entes.

“A gente vem enfrentando todas essas dificuldades, passa por governo autoritário, passa por governo que faz apologia a torturador, passa por governos democráticos, e continua sempre passando por essa dificuldade do não reconhecimento”, diz.
Além da recriação da comissão, a militante espera que haja uma ação que resulte na abertura dos arquivos militares sobre o período da repressão.

A recriação da comissão ocorre ainda num momento em que o governo Lula busca pacificar e normalizar a relação com as Forças Armadas, após quatro anos de Bolsonaro.
Lula iniciou seu terceiro mandato com uma demissão do então comandante do Exército, após crise de confiança. Semanas antes, manifestantes golpistas que estavam acampados em frente a quarteis invadiram e depredaram a sede dos três Poderes, ampliando a tensão.

O tema da ditadura militar e, sobretudo, das vítimas do regime é sempre sensível aos fardados.

Na última gestão do colegiado, antes do desmonte no governo Bolsonaro, uma das principais missões era a de retificar atestados de óbito, incluindo como causa da morte “morte violenta causada por perseguição do Estado”.

Foi justamente em uma dessas retificações, em 2019, que o então presidente resolveu desmontar o colegiado.

À época, no primeiro ano de governo, a comissão tinha determinado a correção do atestado de óbito de Fernando Santa Cruz, que desapareceu junto com o amigo Eduardo Collier Filho em 1974, depois de serem presos por agentes da repressão.
O objetivo da medida era que o atestado registrasse que Santa Cruz foi vítima da violência de Estado. Mas, como resposta, Bolsonaro trocou 4 dos 7 integrantes do grupo. Entrou, por exemplo, Marco Vinicius Pereira de Carvalho, que é ligado a Damares Alves, hoje senadora pelo Republicanos-DF e ex-ministra de Bolsonaro.

Santa Cruz e Collier Filho fazem parte de uma lista de 243 desaparecidos políticos feita pela Comissão Nacional da Verdade. A busca pelo paradeiro dos corpos ainda não localizados tem várias frentes inconclusas –inclusive por entraves que antecedem a gestão Bolsonaro.

A procuradora federal Eugênia Gonzaga estava à frente dos trabalhos na época, e integrantes do governo Lula sinalizaram sua recondução ao cargo, após ter sido afastada em 2019.
A exemplo dela, outros integrantes daquela formação também devem ser reconduzidos. Com isso, a ideia, segundo interlocutores, é repor o que fora desfeito.

Quando reinstalada, os trabalhos da comissão devem dar sequência às retificações de atestados de óbito e continuar com os trabalhos na vala clandestina de Perus, descoberta na zona norte de São Paulo nos anos 1990.

O conjunto encontrado em Perus é composto por 1.049 caixas com ossadas, hoje sob os cuidados do Centro de Antropologia e Arqueologia Forense (Caaf) da Unifesp, que capitaneia as pesquisas.

Quando Bolsonaro trocou a procuradora federal pelo aliado de Damares à frente do colegiado, esse foi praticamente o único trabalho que teve continuidade, porque o caso estava judicializado.

O colegiado deve ainda abrir frente para novos reconhecimentos, como de camponeses e de indígenas, até hoje não reconhecidos individualmente como vítimas do estado.

uol

Postado em 25 de setembro de 2023

Câncer de endométrio: veja sinais do tumor que atingiu Marieta Severo

A atriz Marieta Severo, de 76 anos, revelou neste domingo (24/9) ter tido um câncer de endométrio. A atriz, felizmente, descobriu a doença em sua fase inicial e antes de qualquer complicação.

Marieta decidiu fazer a retirada de seu útero e dos ovários para prevenir novas manifestações da doença. “Descobri bem no início, nem precisei fazer quimioterapia”, contou a artista.

O que é o câncer de endométrio?
A doença atinge o endométrio, tecido que reveste o útero, e é uma das formas de câncer mais mortais entre mulheres no mundo. Em 2022, segundo os dados do Instituto Nacional de Câncer (INCA), foram 7,8 mil casos no Brasil e quase duas mil mortes.

O tumor endometrial atinge mulheres especialmente após a menopausa, acima dos 50 anos. Ele é um dos cânceres do corpo do útero, que inclui ainda os mais raros tumores na musculatura uterina externa.

Sintomas do tumor
O câncer de endométrio apresenta como principal sinal o sangreamento vaginal fora do período menstrual ou mais intenso do que o normal. Qualquer sangramento vaginal em mulher já na menopausa também é um sinal preocupante.

Sentir dores na parte inferior do abdômen, ter um aumento do volume da barriga ou sofrer uma intensa perda de peso também são sinais.

Fatores de risco e prevenção
Predisposição genética;
Excesso de gordura corporal (sobrepeso e obesidade);
Sedentarismo;
Diabetes;
Síndrome do ovário policístico;
Hiperplasia (crescimento) endometrial;
Problemas de ovulação;
Uso de estrogênio (hormônio feminino) para reposição hormonal após a entrada na menopausa;
Menarca (primeira menstruação) precoce;
Menopausa (quando a mulher deixa de menstruar) tardia;
Nuliparidade (nunca ter engravidado ou ter tido filhos).
As melhores formas de prevenção do câncer de endométrio são engravidar, praticar atividade física, manter o peso corporal adequado. Ao contrário da maioria dos cânceres ginecológicos, a vacinação do papilomavírus humano (HPV), não desempenha um papel importante na prevenção.

Diagnóstico do câncer
Os exames que permitem visualizar o interior do útero, como o papa nicolau e a ultrassonografia transvaginal, muitas vezes não conseguem perceber o avanço da doença no endométrio. O diagnóstico definitvo só pode ser apontado por uma biópsia com curetagem uterina.

“No caso do câncer de endométrio, por não existirem exames específicos de rastreamento, é fundamental prevenir. Praticar regularmente exercícios físicos, manter uma dieta equilibrada e, caso haja suspeita de síndrome familiar de câncer, procurar um oncologista ou oncogeneticista”, afirma a oncologista Angélica Nogueira, diretora da Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (SBOC).

Tratamento do câncer de endométrio
O tratamento do câncer de endométrio depende do progresso da doença. Em geral ele passa por uma cirurgia para retirada de todo o útero, dos ovários e das trompas. Também é recomendada a avaliação de outros órgão ao redor para saber se estão comprometidos.

Além disso, podem ser feitas quimioterapias ou radioterapias para evitar o reaparecimento de tumores na região, já que eles são frequentes.

Metrópoles

Postado em 25 de setembro de 2023

‘Terra sem lei’: médicos relatam violência em festas e jogos universitários

Cenas como as que mostram alunos de medicina exibindo as partes íntimas durante um jogo de vôlei feminino expõem uma cultura de violência que permeia toda a graduação e, muitas vezes, se transforma em comportamentos agressivos desses profissionais no mercado de trabalho. É o que dizem médicos ouvidos pelo UOL , após a repercussão do caso envolvendo estudantes da Unisa (Universidade Santo Amaro).

O que acontece
Ameaças, xingamentos, racismo e estupros são alguns dos casos vívidos por estudantes de medicina. Os episódios ocorrem desde a chegada deles como calorosos às faculdades até a trajetória profissional.

“A violência é generalizada”, diz André*, médico formado por uma universidade pública de São Paulo. Mulheres e negros, entretanto, são as principais vítimas de uma cultura que se perpetua com mais intensidade desde os anos 1990 — um calor de medicina foi encontrado morto em uma piscina em 1999.

De lá para cá, estados como São Paulo realizaram leis que proíbem trotes . Contudo, a atuação das atléticas e as visíveis que ocorrem nas festas e jogos universitários ainda são veladas para o restante da sociedade. O caso dos alunos da Unisa ocorreu em abril deste ano, mas só veio a público na última semana — uma instituição expulsou parte dos envolvidos .

” No curso de medicina existe uma supervalorização do que chamamos de tradições. Com isso, se perpetuam comportamentos machistas e racistas”, afirma Flávia Kuhn, médica fisiatra e professora de Humanização na Saúde e no SUS, na Faculdade de Medicina da USP.

Esses casos são um reflexo de uma sociedade que ri do estupro e da violência. Eles naturalizam uma violência sexual, e isso mostra como a sociedade é marcada pelo gênero, pela raça e classe.
Vanessa Gil, socióloga e doutora em Educação

O aumento de mulheres nos cursos de medicina nas últimas décadas estimulou um crescimento nas denúncias de divulgação, segundo Flávia . “Mas quem está nas posições de poder ainda são os homens”, afirma.

Muitas vezes, a adesão às práticas de violência ocorre pela necessidade de pertencimento . “Na época, eu era uma jovem repetindo aquilo [hino] sem prestar atenção, há um senso de identidade com as atléticas”, diz Flávia.

Os médicos relatam que a conscientização sobre essa cultura de violência só vem com o internato, estágio obrigatório no curso. “Quando comecei a olhar os pacientes nos olhos, alguns comportamentos se mostraram inadequados”, diz Flávia. “Mas, muitas vezes, nem mesmo o contato com outras realidades é suficiente.”

O CFM (Conselho Federal de Medicina) diz ter um código de ética para os estudantes. Ao UOL , o presidente José Hiran Gallo afirma que os episódios podem ser evitados com melhorias no ensino e conteúdos éticos na sala de aula.

Cenas violentas em cursos de medicina causam repulsa e indignação e demonstram a necessidade de as escolas médicas qualificarem o ensino para que, desde o início da formação, os futuros médicos saibam como agir de forma ética e responsável.
José Hiran Gallo, presidente do CFM

Jogos universitários registram casos de violência
“Vi uma menina tomando tijolada no rosto, aluno levando garrafada e gente jogando bomba na torcida adversária”, conta André. Integrante da atlética, ele participou de competições durante a graduação e diz que os casos de violência são recorrentes.

Os jogos acontecem anualmente e reúnem alunos de diferentes instituições de ensino. André diz que presencia uma briga entre alunos de duas universidades públicas de São Paulo durante o InterMed, uma das competências mais tradicionais do curso.

Um dos estudantes, segundo o médico, pegou uma chave de roda e fraturou o aluno de outra instituição. “Esse cara se formou, é pediatra e está exercendo a medicina”, disse André.

“Quando você entra na atlética, fica horrorizado, mas depois começa a normalizar um pouco o que acontece. Estava acostumado a ver gente pelada. A violência se confunde com a brincadeira”, conta.

Essas competições são uma terra sem lei. Todo mundo sente que a lei não se aplica a esse contexto. Você pode ficar pelado, simular masturbação diante das meninas, provocar e dar um soco na torcida adversária.
André*, médico em São Paulo

“É uma estrutura de exército”
A classificação é um dos principais aspectos na cultura de violência . “O manda veterano e você obedece”, diz André. Segundo o médico, isso faz com que o comportamento seja repetido de geração em geração sem questionamentos.

Essa estrutura não se restringe às atléticas, o que dificulta ainda mais as denúncias de casos de violência, segundo a médica psiquiatra Elisa Brietzke, 49. “Você não vai falar com o professor, porque ele pode fazer parte da banca de uma residência que você quer tentar”, afirma ela, formada em uma universidade pública do Sul.

Você entra calor. Acima é o veterano, depois da pessoa que não está internada, dos residentes e dos professores. É uma estrutura de exército, de quem manda em quem, gerando uma cultura de silêncio e medo.
Elisa Brietzke, médica psiquiatra e professora universitária

“Em momentos de tomada de decisão coletiva, a gente aprendeu a não questionar os veteranos.” O médico da família e comunidade, Lucas Uback, 29 anos, afirma que as relações de posição também se manifestam de forma velada.

Violência que gera trauma
“É uma violência que não fica tão clara naquele momento, só quando olhamos para o passado enxergamos melhor”, declara o médico Uback. Quando calouro, lembra que os estudantes eram coagidos a comprar os “kits” com ingressos para festas no valor de cerca de R$ 400. “Depois da compra, entramos na faculdade rastejando porque não éramos dignos de ir caminhantes.”

Uback diz que foi obrigado a simular um ato sexual em meio aos estudantes. “Essa era a justificativa para que as pessoas pudessem criar laços”, afirma ele, membro da diretoria de comunicação do Simesp (Sindicato dos Médicos de São Paulo).

” Nas chopadas, os veteranos diziam: ‘Vocês têm que aguentar até as 6h da manhã. No trabalho, vocês vão ter que ficar acordados a noite inteira'”. Segundo Uback, as humilhações sofridas na faculdade se reproduzem nas relações de trabalho. “Tudo é naturalizado.”

O trote não é apartado do que existe na sociedade como o racismo, machismo, misoginia e homofobia.
Lucas Uback, médico de família

Violência de raça e gênero
Os episódios de violência atingem ainda mais os estudantes negros, mulheres e LGBTQIA+ , segundo os médicos. Elisa Brietzke conta que a violência começa desde uma fala em que um professor classifica um trabalho bem feito como de um homem até um caso de crime sexual.

Ela conta que encontrou na escada do prédio da faculdade uma mulher desacordada com a calça aberta. Na época, a vítima não quis prestar queixa, segundo Elisa.

Uback relata que presenciaram momentos em que veteranos tiveram comportamentos misóginos, homofóbicos e racistas. “No trote, um dos meninos negros teve de descascar uma banana. Eles passaram um palito na boca das meninas e as chamavam de vagabundas.”

A sensação é de ter sido uma marionete para reproduzir algo que não era um desejo meu.
Lucas Uback

A violência verbal surge também nos hinos das atléticas . Quem não sabe cantar ou se nega, na maioria dos casos, é punido ou vive no ostracismo. “As letras são elaboradas pelas atléticas. São hinos machistas, que fazem apologia a símbolos fálicos, que representam força e poder”, afirma Uback.

Como as posições de poder são ocupadas por homens brancos, as “punições são inexistentes ou lenientes”, segundo Elisa.

O “pacto” pelo silêncio
Gravações como as que registraram os estudantes da Unisa facilitaram a divulgação de violência antes restrita aos espaços públicos. Contudo, persiste uma tentativa de silenciar as vítimas.

“Você vê todo o mundo participando e comprando o discurso de que aquilo é normal”, diz Uback. “A gente pensa que não vai conseguir ter acesso aos hospitais porque é comum sermos supervisionados por aqueles que promovem a violência.”

É um comportamento de grupo. Sempre foi assim e nunca gerou repercussão. Demonizar um deles é um pouco cruel, porque, por mais que eles estejam errados, essa é uma questão estrutural. Todas as faculdades precisam criar políticas institucionais para melhorar.
André*

“Não queria mais fazer parte daquilo”
Flávia Kuhn afirma que perceber casos de violência obstétrica fez com que passasse a rechaçar o comportamento dos colegas . “Ver mulheres sofrendo, inseguras durante o parto, e sendo tratadas como animais me marcaram muito. Vi médicos e médicas rindo e ridicularizando essas mulheres.”

Reformular a disciplina de ética médica, adotar medidas de responsabilização aos envolvidos e aumentar a fiscalização em eventos e jogos universitários são algumas medidas apontadas como permissão para diminuir os episódios de violência.

O presidente do CFM endossa as ações citadas pelos profissionais. Segundo Gallo, o conselho tem se proposto a discutir práticas para fortalecer a formação dos futuros médicos.

Existe uma cadeia de erros que fica evidente em casos de violência na prática médica. A maior parte de todos se refere ao profissional diretamente envolvido, mas há toda uma estrutura envolvida que deve ser responsabilizada. Falha-se muito na fiscalização.
Rodrigo Fock, 36, médico geneticista

*Nome foi trocado a pedido do entrevistado
UOL

Postado em 25 de setembro de 2023

É possível cancelar um Pix feito? Saiba como e o que fazer

Desde que foi lançado no Brasil, em 2020, o Pix é uma das formas de transferência bancária preferidas dos brasileiros. A preferência pelo PIX explica por sua facilidade e agilidade.

Contudo, apesar da sua praticidade, algumas dúvidas ainda persistem. Entre elas, há a possibilidade de cancelamento de uma transferência feita de forma errada para outra conta ou por algum outro motivo.

É possível cancelar um Pix?
A resposta, para a maioria dos casos, é não – leia abaixo as abordagens à regra. Por ser uma ferramenta de transferência instantânea, após conclusão do processo, não é mais possível realizar qualquer tipo de cancelamento ou solicitação de estorno.

Como correr atrás do dinheiro enviado:

Caso tenha sido feito um pagamento por engano, é possível entrar em contato com o recebedor e pedir para que o dinheiro seja enviado, de forma voluntária. De posse do comprovante da transação, é possível solicitar ao banco as informações do proprietário da conta.
Em casos de arrependimento de uma compra, o processo fica por conta do estabelecimento comercial.
Situações em que um Pix pode ser contestado:

Em caso de suspeitas de fraudes ou golpes
Quando há falhas no sistema do banco
Diante dessas situações, o Banco Central (BC) possui o Mecanismo Especial de Devolução (MED), do qual todas as instituições bancárias que possuem transferências via Pix fazem parte. Por esse mecanismo, uma pessoa que foi vítima de um golpe, por exemplo, pode solicitar a devolução do valor. A devolução é feita em até 80 dias após a operação.

Para acionar o MED, a vítima do golpe precisa fazer um Boletim de Ocorrência e entrar em contato com algum canal de atendimento oficial do próprio banco. Feito isso, a instituição bancária faz a avaliação se o caso realmente entra dentro das condições do mecanismo.

Fiz um Pix errado, consigo ter o dinheiro de volta?
Em caso de realização de pagamento para uma conta errada, não é possível fazer o cancelamento do Pix. Nesse caso, a primeira alternativa é entrar em contato com a pessoa que recebeu o dinheiro.

Uma pessoa que realizou o Pix já pode ter o contato de quem recebeu, caso a chave Pix seja o telefone ou e-mail, além de ter alguns dados como nome completo e agência bancária.

É entrar em contato com o banco possível e solicitar o contato da pessoa que recebeu o Pix de forma equivocada.

Nesse caso, a tentativa de receber o valor enviado deve partir do próprio consumidor. Caso a tentativa de obter a devolução não seja certa, o consumidor pode registrar um Boletim de Ocorrência e acionar a Justiça para que a pessoa que recebeu o Pix seja legalmente solicitada e solicitada a realizar a devolução.

E o Pix agendado, é possível cancelar?
No caso das transferências via Pix agendadas, o consumidor pode realizar o cancelamento de forma bastante simples. Dentro de cada aplicativo, os bancos possuem botões que permitem cancelar a operação ou reprogramá-la.

UOL

Postado em 25 de setembro de 2023

Cirurgiões fazem 2º transplante de coração de porco em paciente nos EUA

Pela segunda vez na história, cirurgiões transplantaram o coração de um porco para um homem, anunciaram os médicos da Universidade de Medicina de Maryland, nos Estados Unidos, na sexta-feira (22), dois dias após o procedimento.

O paciente, Lawrence Faucette, é um veterano da Marinha de 58 anos e tinha outros problemas além de insuficiência cardíaca. Por isso, ele era inelegível para um transplante de coração tradicional.

“Ninguém sabe deste ponto em diante. Pelo menos agora tenho esperança e uma chance”, disse Faucette, em um vídeo gravado pelo hospital antes da operação. “Vou lutar com unhas e dentes por cada respiração que puder respirar.”

Embora as próximas semanas sejam críticas, os médicos ficaram entusiasmados com a resposta inicial do paciente ao órgão do porco, que foi geneticamente modificado.

“Temos esperança de que ele volte para casa em breve para aproveitar mais tempo com sua esposa e o resto de sua amorosa família”, afirmou Bartley Griffith, que realizou o transplante, em comunicado.

Segunda tentativa
Em janeiro de 2022, a mesma equipe de médicos realizou o primeiro transplante do mundo de um coração de porco geneticamente modificado para um ser humano. O paciente, David Bennett, sobreviveu por dois meses.

Para fazer esta nova tentativa num paciente vivo, os pesquisadores de Maryland precisaram de uma permissão especial do Departamento de Saúde e Serviços Humanos dos Estados Unidos (FDA). A equipe alegou que, embora o primeiro paciente tenha morrido por razões que não são totalmente compreendidas, os médicos aprenderam o suficiente desde então para tentar novamente.

Faucette, que se aposentou como técnico de laboratório nos Institutos Nacionais de Saúde, teve que concordar que entendia os riscos do procedimento.

“Não temos outras expectativas além de esperar mais tempo juntos. Isso poderia ser tão simples quanto sentar na varanda e tomar café juntos”, disse Ann Faucette, esposa do paciente.

Método aperfeiçoado
As tentativas de transplantes de órgãos de animais para humanos falharam durante décadas, pois o sistema imunológico das pessoas destrói imediatamente o tecido estranho. Para tornar os órgãos mais semelhantes aos humanos, os cientistas modificam os porcos geneticamente.

No total, 10 alterações foram feitas:

Três genes – responsáveis por uma rápida rejeição de órgãos de porcos por humanos, mediada por anticorpos – foram “eliminados” no porco doador.
Seis genes humanos responsáveis pela aceitação imunológica do coração de porco foram inseridos no genoma.
Um gene do porco foi eliminado para evitar que o tecido cardíaco transplantado crescesse demais.
Além disso, depois do primeiro transplante, os médicos descobriram a existência de um vírus presente no coração do porco. Isso os permitiu aperfeiçoar os testes no órgão antes de transplantá-lo.

“É uma sensação incrível ver o coração deste porco funcionar em um ser humano”, disse o Dr. Muhammad Mohiuddin, especialista em xenotransplante da equipe de Maryland. Mas, advertiu ele, “não queremos prever nada. Tomaremos cada dia como uma vitória e seguiremos em frente.”

G1

Postado em 25 de setembro de 2023

Laranja e sucos de frutas mais caros: entenda o que tem elevado os preços

O mundo enfrenta uma escassez de suco de laranja. O Brasil, maior produtor da bebida, está com o menor estoque da série histórica feita pela Associação Nacional dos Exportadores de Sucos Cítricos (CitrusBR), iniciada em junho de 2011.

Atualmente, há 84.745 toneladas do suco armazenadas pelos associados, 40% a menos do que na comparação com o ano passado.

A maior parte do que é produzido nesse setor no Brasil vai para exportação. Ainda assim, a competição entre a indústria e o consumidor pela laranja aumenta o preço da fruta, explica Fernanda Geraldini, pesquisadora de frutas da equipe de hortifrúti do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea/ Esalq – USP).

O Índice de Preços ao Consumidor (IPCA) de agosto mostrou que os sucos de frutas (não é feita uma discriminação por sabor) ficaram 10% mais caros. Já o preço da laranja pera, a mais popular, subiu 9% no mesmo período. A lima foi a que mais encareceu: 17%.

E, para a indústria, a fruta também não está mais barata. Em setembro, a laranja pera encareceu 16,6% na comparação com o mesmo mês em 2022, apontam dados do Cepea.

Por que está faltando laranja?
Esse cenário é causado pelas dificuldades em se produzir a laranja, causadas por dois fatores:

mudanças climáticas
o “greening”, uma doença que afeta os pomares e diminui a qualidade e a produtividade da fruta.

Esses problemas não estão afetando apenas a produção brasileira, como também a dos Estados Unidos, que também são protagonistas neste cultivo.

O país também tem o pior volume de laranjas desde o início da série histórica do Departamento de Agricultura do país (USDA).

Antes de a produção começar a cair por causa do “greening”, na safra de 2011/2012 os EUA ocupavam o segundo lugar na produção de suco de laranja no mundo, perdendo apenas para o Brasil. Hoje, os norte-americanos estão em terceiro, atrás também do México.

Além do Brasil e Estados Unidos, o México e a Espanha enfrentaram secas severas e reduções nas colheitas, ao mesmo tempo em que experimentam uma forte demanda por laranjas em seus mercados de frutas frescas.

O avanço do ‘greening’
O “greening” é causado por um fungo que afeta os pés que ainda estão se desenvolvendo e são novos nos pomares, explica o presidente da Associação Brasileira de Citros de Mesa (ABCM), Antonio Simonetti.

A doença faz com que o fruto fique pequeno e caia antes da hora. Com isso, os produtores dependem de árvores mais antigas, mas que já têm uma baixa produtividade pela idade.
O Brasil já enfrentou esse mal anteriormente, mas, segundo Simonetti, os insetos que disseminam as doenças estão resistentes aos agrotóxicos que já existem para combater a praga, o que dificulta o combate, que se torna dependente do desenvolvimento de novas variedades de laranjas e pesticidas.

Com isso, muitos produtores estão desistindo da laranja e iniciando outras culturas, como o milho, ou até mesmo se deslocando para regiões em que a fruta ainda não é muito plantada, sendo áreas sem disseminação de “greening”.

Mas a doença não é o único problema que a laranja enfrenta. A instabilidade climática também está colaborando com os números. As altas temperaturas fora de época, quando o fruto está se desenvolvendo, também fazem a laranja cair do pé antes da hora, diz o presidente da ABCM.

Competição pela laranja
Com menos laranja colhida, a indústria passa a competir com os supermercados e feiras pelo produto de mesa, aquele que é cultivado para consumo em casa, deixando a fruta mais cara, afirma Simonetti.

“Estão ficando poucos produtores que querem fornecer para o supermercado por causa da exigência de tamanho de fruta e qualidade”, diz.

Ele afirma que os supermercados pagam menos e devolvem a fruta quando a aparência não está perfeita, uma vez isso é importante para o consumidor. Já para fazer suco, as com defeitos também podem ser usadas.

E, mesmo com todos esses problemas, a demanda brasileira por laranja se mantém alta, o que ajuda a diminuir os estoques, ressalta Felippe Serigati, do Centro de Agronegócios da Fundação Getúlio Vargas (FGV Agro).Vai melhorar?
Para o preço da laranja e do suco melhorarem no Brasil, é preciso aumentar a oferta mundial, para diminuir a competição pela fruta.

Para Serigati, a melhora dos estoques depende de como serão as próximas safras dos Estados Unidos. Isso porque, com a recuperação do país, teria mais laranja no mercado.

Contudo, o pesquisador lembra que a laranja é uma cultura permanente, ou seja, ela não é plantada a cada safra, mas são pomares fixos que dão frutos em ciclos. Com isso, a produção da fruta pode demorar mais para se recuperar.
Mas o Brasil também tem um papel importante nessa recuperação, aponta a pesquisadora do Cepea Geraldini. E a melhora do estoque vai depender do clima, se o país manterá altos níveis de vendas, impedindo o incremento dos estoques e se o “greening” continuará avançando.

“Única coisa que talvez a gente pode garantir é que não vai ser no ano que vem”, afirma.

Para ela, os Estados Unidos dificilmente voltarão a ter uma produção de grande relevância. Isso porque, há alguns anos, o país sofre com a queda da colheita, uma vez que o declínio acontece de forma contínua desde a safra 2018/19.

G1

Postado em 25 de setembro de 2023