Depois de sofrer com a mais longa seca já registrada no Brasil , o semiárido está novamente comemorando açudes e barragens cheias.
O que aconteceu Volume médio de água chegou a 50% da capacidade dos reservatórios pela primeira vez desde 2012. Muitos deles estão “sangrando” (ou seja, há vazão após atingir a capacidade máxima), levando a festas de moradores.
Reservatórios secaram entre o final de 2011 e 2017. As chuvas no semiárido permaneceram bem abaixo da média nesse período.
Rios, açudes e barragens inclinadas a encher. Em 2023, fenômenos climáticos fizeram a região registrar chuvas acima da média.
O nível de 50% da capacidade total dos reservatórios foi alcançado na quarta-feira (12). Isso não ocorre desde 2012, segundo dados da ANA (Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico) .
A ANA monitora mais de 500 reservatórios que abastecem a região, que têm capacidade para 40 trilhões de litros de água.
Alegria da população O cenário da seca mudou em muitos locais. Um bom exemplo é o açude Vieirão, no município de Boa Viagem (CE), que chegou a ter apenas 4% de sua capacidade em agosto do ano passado e agora está cheio.
A cheia dos reservatórios levou moradores às ruas para comemorar. Muitas dessas festas foram filmadas e viralizam nas redes sociais
No dia 4, moradores do município de Quixeramobim, no semiárido cearense, se aglomeraram para ver o “sangramento” da barragem que abastecia a cidade, o que não ocorria desde 2011.
O mesmo ocorreu no dia 11, em Caririaçu, onde o açude encheu novamente após 14 anos: a população fez uma grande celebração na beira do loca.
O que está por trás das chuvas? A maior intensidade de chuvas está ligada à temperatura dos oceanos, em especial ao fenômeno La Niña, que resfria as águas do Pacífico Equatorial. A avaliação é do meteorologista Humberto Barbosa, professor da Ufal (Universidade Federal de Alagoas).
Nesses últimos três anos tivemos extremos de La Niña , e essas condições feitas com que as temperaturas não só respiraram um pouco abaixo da média histórica, como a distribuição das chuvas foi melhorada em várias partes da região. Isso fez com que os reservatórios aumentassem os níveis.
Outro ponto favorável é que, também nos últimos anos, as temperaturas do Atlântico Sul permaneceram acima da média histórica. Quando isso ocorre, diz o especialista, mais umidade é transportada pelos ventos para a região Nordeste.
A gente sabe que, quando as águas do Atlântico Sul são mais quentes que as do Atlântico Norte, você cria o que acompanha de polo negativo, que causa mais chuva à nossa região. E, nesses três primeiros meses do ano –que é a quadra mais chuvosa em boa parte do semiárido–, isso ocorreu.
A Justiça condenou o estado de São Paulo a indenizar um estudante que sobreviveu ao ataque ocorrido na escola Raul Brasil, em Suzano, cidade na Grande São Paulo.
Em 13 de março de 2019, dois homens invadiram o local, mataram oito pessoas e cometeram suicídio.
De acordo com a decisão do juiz Paulo Eduardo de Almeida Chaves Marsiglia, do dia 10 de fevereiro, o aluno sobrevivente tem direito a receber R$ 10 mil de indenização por danos morais.
O valor deve ser pago pela Fazenda Pública do estado com correção monetária desde o dia do ataque com base na taxa Selic.
“O autor, conforme narrado na inicial, presenciou colegas serem mortos na sua frente e teve que fugir correndo para salvar a sua própria vida. Não há dúvida, portanto, que foi submetido a um intenso sofrimento mental, sendo evidente as consequências negativas em seu estado psicológico”, decidiu.
Em sua decisão, o magistrado afirmou que o estado de São Paulo, administrado à época por João Doria (filiado ao PSDB e hoje sem partido), foi omisso ao não ter garantido a segurança necessária aos alunos da Raul Brasil.
O juiz não considerou que o ataque é caracterizado como situação imprevisível e inevitável, como alegado pelo estado em sua defesa, ao entender que é “perfeitamente possível e exigível o controle no acesso da escola”.
“O autor se encontrava nas dependências da instituição de ensino na qualidade de aluno, sob a guarda do Estado, no momento em que os atiradores ingressaram na escola e começaram a efetuar disparos e a dar golpes de machadinha […] Portanto, aduz que o estado deve indenizar o autor pela conduta omissiva contra ele praticada”, afirmou Marsiglia.
Na época, os assassinos invadiram a escola pública estadual, localizada no centro de Suzano, e mataram oito pessoas. Um deles era ex-aluno do colégio, de ensino médio.
Morreram no ataque:
Caio Oliveira, 15 anos, estudante
Claiton Antonio Ribeiro, 17 anos, estudante
Douglas Murilo Celestino, 16 anos, estudante
Eliana Regina de Oliveira Xavier, 38 anos, agente de organização escolar
Jorge Antonio de Moraes, 51 anos, comerciante, morto antes da entrada dos assassinos na escola; ele é tio do assassino mais jovem
Kaio Lucas da Costa Limeira, 15 anos, estudante
Marilena Ferreira Vieira Umezo, 59 anos, coordenadora pedagógica
Samuel Melquíades Silva de Oliveira, 16 anos, estudante
Ataque em escolas No dia 27 de março, um aluno de 13 anos entrou na escola Thomazina Montoro, na Vila Sonia, Zona Sul da Capital paulista, e matou a facadas uma professora e feriu outras cinco pessoas. O aluno está internado temporariamente na Fundação Casa.
O ataque reacendeu o debate sobre a presença de policiais militares dentro dos colégios para fazer a segurança armada de profissionais de educação e dos alunos.
Deputados estaduais da base governista apresentaram projetos de lei para que policiais de folga e aposentados trabalhem nas escolas. O governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) apoia a ideia
Pressionado por cobranças de aluguéis, impostos e direitos trabalhistas atrasados, o apóstolo Valdemiro Santiago aproveitou a transmissão do culto para lançar um desafio aos fiéis da Igreja Mundial do Poder de Deus: arrecadar R$ 10 milhões até o fim de janeiro de 2023.
“Me desculpa estar fazendo este apelo, é que nós estamos mesmo bem aflitos e a obra está realmente chamando você”, afirmou Valdemiro, ao convocar o mutirão de doação por Pix, depósito ou transferência bancária. “Eu mesmo vou colocar meu nome no livro do socorro. Daqui a uns dez dias, eu tenho fórum para ir, tenho delegacia. Tenho uns passeios turísticos aí, entendeu?”.
Aquela era a segunda vez que Valdemiro recorria ao “rebanho” em menos de um ano – período em que o líder da igreja evangélica acumulou mais de dez condenações em primeira instância só no Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP), por deixar de honrar suas dívidas. Também há ações em outros estados.
Com sucessivas derrotas judiciais e até registo de greve de funcionários, o apóstolo tem visto credores avançarem sobre o patrimônio associado ao seu império religioso, constituído por rádio, TV e mais de seis mil templos. Nem o dízimo escapou de ser penhorado recentemente.
Ascensão vertiginosa Conhecido por usar um chapéu de vaqueiro nos cultos, Valdemiro Santiago de Oliveira, de 59 anos, nasceu em um distrito rural de Palma, no sul de Minas Gerais. Em seus testemunhos, relata que cresceu em uma “família pobre com muitos irmãos”, perdeu a mãe aos 12 anos e “encontrou a salvação na mensagem anunciada do evangelho de Jesus Cristo”.
O pregador evangélico fundou a sua própria denominação após ser expulso da Igreja Universal do Reino de Deus, por desavenças com o bispo Edir Macedo, líder da igreja. A primeira sede da Mundial foi inaugurada por ele em 1998, em Sorocaba, no interior de São Paulo. O crescimento foi vertiginoso.
No início, os únicos integrantes eram o próprio Valdemiro, a esposa dele – a bispa Franciléia de Castro Gomes de Oliveira –, e outras 16 pessoas. Hoje, a Mundial é uma das principais instituições neopentecostais do Brasil, calcula ter nove milhões de fiéis e está presente em mais de 20 países – entre eles, Estados Unidos, Portugal, África do Sul, Japão e Filipinas.
Valdemiro também ganhou notoriedade por transmitir suas pregações em horário nobre na TV aberta, faturou com livros e DVDs e até se envolveu em uma polêmica na venda de “feijão mágico” contra a Covid-19, contestada pelo Ministério Público Federal (MPF) e arquivada depois.
Em 2013, a revista Forbes avaliou o patrimônio líquido de Valdemiro em 220 milhões de dólares – ou o equivalente, na época, a R$ 440 milhões. Fortuna que o apóstolo negava esbanjar ainda antes de enfrentar o lamaçal de dívidas.
Do paraíso ao inferno fiscal Para acomodar melhor a multidão de fiéis, o apóstolo transferiu a sede da Mundial do interior para a capital paulista, em 2006, onde ergueu megatemplos com capacidade para até 150 mil pessoas. A Cidade Mundial, construída no Brás, centro de São Paulo, é um dos maiores símbolos de pujança da igreja.
Foi lá que Valdemiro recebeu o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), então candidato à reeleição. O evento de campanha foi realizado em outubro de 2022, quando o apóstolo já enfrentava contestações judiciais. Na ocasião, o Metrópoles testemunhou membros da igreja circulando com maquininhas de cartão para recolher contribuições de fiéis.
A realização das chamadas “concentrações de fé”, eventos responsáveis por atrair multidões, é revezada entre a Cidade Mundial e outra igreja faraônica que fica em Santo Amaro, na zona sul. Com 300 banheiros e mil vagas de estacionamento, o imóvel é avaliado em R$ 33,4 milhões pelo TJSP.
Em abril de 2022, o megatemplo de Santo Amaro foi mandado à leilão por uma dívida de R$ 409 mil com a empresa contratada para fazer limpeza e controle de pragas naquele e em outros imóveis ligados à igreja.
“Milagre da blindagem” Valdemiro prometeu “jejuar e orar para Deus interceder na vida econômica” dos doadores, ao pedir socorro financeiro, em janeiro de 2023.
“Eles começam a me acusar de forma leviana e isso vai render processo-crime contra eles. Eu não vou aceitar, porque eu tenho minha consciência limpa. Não tem ninguém que entrega mais para a obra de Deus do que eu e isso também financeiramente”, pregou.
Assim como a ascensão, a derrocada do apóstolo também tem sido acelerada. Só nos últimos quatro meses, ele já viu a Justiça penhorar pelo menos três carros de luxo, 50% de um apartamento de 226 m², em Rondonópolis, no Mato Grosso, e uma mansão com heliponto, ginásio e 22 quartos com banheira, em Ilhabela, no litoral paulista.
Entre os reclamantes, há quem alegue que o religioso usaria “laranjas e testas de ferro” para evitar a execução de dívidas e proteger seus bens. “Milagre da blindagem patrimonial”, ironizou um deles.
Já os advogados de defesa afirmam que parte das cobranças é indevida e discordam de alguns valores reclamados. Também sustentam que o volume de doações para a igreja reduziu drasticamente por causa da pandemia – ainda que a Mundial tenha registrado cultos lotados no período.
Voo interrompido O mais recente revés envolve a cobrança de uma suposta dívida de R$ 21,4 milhões da empresa Intertevê Serviços Ltda, agência de publicidade ligada a Valdemiro. Em março de 2023, a Justiça mandou apreender um avião Pilatus, modelo PC 12/47E, que teve a propriedade transferida para uma das suas filhas anteriormente.
Fabricada em 2009, a aeronave teria sido dada como garantia a uma instituição financeira pelo grupo do apóstolo. A defesa, no entanto, nega a existência da dívida, afirma que o contrato é fraudulento e diz que o líder religioso seria vítima de um esquema de vingança do seu ex-genro, após processo de divórcio.
Ainda sem avaliar o mérito, o juiz Felipe Poyares Miranda, da 16ª Vara Cível do TJSP, negou embargo e confirmou a ordem de apreensão do avião na sexta-feira (14/4). Segundo o processo, a aeronave estaria estacionada no aeroporto de Bonito, cidade turística do Mato Grosso do Sul, e deve ser entregue em Jundiaí, no interior paulista.
O Metrópoles tentou contato por telefone com a Igreja Mundial. Três advogados que representam Valdemiro também foram procurados por e-mail e telefone, mas não houve retorno até o momento. O espaço segue aberto para manifestação.
Aliado de Jair Bolsonaro com mais poder político hoje no país, o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, tem sido elogiado por diversos ministros de Lula com quem tem tido contato. No Palácio do Planalto inclusive.
Entre os ministros que têm elogiado Tarcísio, estão Rui Costa, da Casa Civil, Marina Silva, do Meio Ambiente, e até seu adversário estadual Márcio França, de Portos e Aeroportos.
O contraste com Bolsonaro tem ajudado Tarcísio a ser elogiado. Os ministros têm gostado do simples fato de Tarcísio ser aberto ao diálogo e saber separar o fato de ser oposição da necessidade de trabalhar conjuntamente com o governo federal, algo que pode parecer trivial, mas de que Bolsonaro não foi capaz com os governadores de oposição.
Logo após a vitória na eleição de 2022, o presidente Luladefinir como prioridade a formação de um parlamentar de base que, além dos tradicionais partidos de esquerda, deveria reunir lendas de centro. Na semana em que completou 100 dias, o governo do petista deu mais uma demonstração de que está longe de cumprir esse objetivo e colecionou uma série de dificuldades no Congresso — não em votações espinhosas, mas em ritos meramente burocráticos. O tamanho do desafio à frente dos articuladores políticos de Lula ficou claro com o início dos trabalhos das comissões destinadas a analisar projetos considerados essenciais para o governo, como as medidas provisórias que recriaram o Minha Casa, Minha Vida e o Bolsa Família. Normalmente, a tramitação desses colegiados ocorre sem turbulências, que são quase sempre reservadas para o plenário da Casa. Não foi o que ocorreu desta vez. Ao contrário de calmaria,
Horas antes da abertura dos trabalhos das comissões, na terça-feira, 11, o ministro de Relações Institucionais, Alexandre Padilha, ficou sentado à Câmara pedir agilidade na análise das MPs, com o objetivo de abrir caminho para a votação do novo marco fiscal, que ainda não foi apresentado, mas é considerado a prioridade do Palácio do Planalto neste primeiro semestre. Ao fim do encontro, um sorridente Padilha diagnosticou um “ambiente positivo” e anunciou um acordo para que as medidas avançassem com tranquilidade. Segundo o ministro, a largada nas comissões mostraria que, enfim, estava encerrada uma disputa travada entre os presidentes da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), sobre como deve ser a tramitação das medidas provisórias. O impasse, que se arrasta há mais de dois meses, vinha paralisando a tramitação de assuntos de interesse do Planalto, que finalmente veria sua agenda legislativa avançar sem sobressaltos. O discurso otimista de Padilha não resistiu ao confronto com a realidade.
Chegada a hora marcada para uma sessão, a ausência de deputados de centro, especialmente de PP, Republicanos, União Brasil e MDB, impedia o início dos trabalhos. No canto do plenário, o líder do governo no Congresso, senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), disparou telefonemas pedindo o comparamento dos parlamentares. Ao lado dele, o senador Otto Alencar (PSD-BA), aliado da primeira hora de Lula, reclamava que a situação era lamentável. Já Renan Calheiros esbravejava que o episódio revelava a atuação de “forças ocultas” — referindo-se a Arthur Lira, de quem é arqui-inimigo — para atrapalhar o governo. “Está usando as MPs para fazer esse tipo de chantagem. Nunca houve isso aqui no Congresso”, dizia Renan, desconsiderando o fisiologismo que marcou todos os governos desde a redemocratização. Uma das sessões foi suspensa temporariamente,
Cada comissão tem 26 membros titulares, dos quais sete senadores e sete deputados são necessários para garantir o quórum mínimo. Se há dificuldade para assegurar a presença mínima de parlamentares, imagine como será complicado convencê-los a votar em projetos impopulares ou que envolvam interesses gigantescos, como o novo marco fiscal. “Bote como manchete assim: ‘Foi uma vitória do governo’. A despeito de tudo, foram instaladas três comissões”, comemorou Randolfe Rodrigues, que evitou falar dos próximos passos para unificar uma base governista. “Eu prometi que, se instalassem essas comissões, eu ia tomar pela primeira vez na minha vida uma dose de cachaça. Isso, para mim, é inusitado. Então me deixa comemorar hoje e aí semana que vem a gente vê”, continuou. Os deputados que estavam gazeteando a sessão e chegaram já no fim dos trabalhos argumentaram que estavam em um almoço com Lira e, por isso, se atrasaram. Nos últimos dias, o presidente da Câmara ficou mais recolhido, porque se recuperava de uma cirurgia de hérnia umbilical, o que também foi usado como argumento para não acompanhar Lula em viagem à China.
O recolhimento não impediu Lira de articular a formação de um poderoso bloco na Câmara, integrado por 173 deputados de nove partidos. O grupo, agora, passa a ser a maior força política da Casa e consolida a influência do deputado alagoano. O segundo bloco maior também reúne partidos de centro e supera com folga as bancadas do PL de Jair Bolsonaro e do PT de Lula. Ambos os blocos querem ser contemplados com cargas e verbas para votar com Lula. A queixa é de que na mesa de negociação há muita promessa e pouca benesse. Mais do que almoços prolongados, questões de saúde ou articulações de última hora, o que impede a formação da base governista é a insatisfação generalizada com a articulação política. Não faltam críticas ao ministro Alexandre Padilha. Apesar da promessa do Planalto de entregar cerca de 50 bilhões de reais nas mãos dos congressistas,
A lentidão é tamanha que os congressistas passaram a fazer troça com a espera. Um parlamentar que levou a Padilha uma série de pleitos no início do mês ouviu do ministro, mais uma vez, que elas seriam destravadas em breve. “Mas não vão, né? Eu fiquei muito desapontado com o ‘inscrição’. É ‘inscrição’ mesmo”, disse. Outro parlamentar já compara a situação a um processo seletivo. “Eles pegam o deputado novo, abrem o sistema para se cadastrar, e ele o faz todo feliz, naquela energia de uma inscrição para o Big Brother. A turma se inscreve achando que vai dar alguma coisa, mas não dá em nada. O povo mais tarimbado sabe que está enrolando”, afirma um líder partidário. A gritaria acontece até mesmo dentro do PT. Na última segunda-feira, 10, um grupo que integra a executiva da lenda, da qual fazem parte nomes como Gleisi Hoffmann, Jilmar Tatto e José Guimarães, se reuniram para fazer um balanço sobre o governo e o partido. No encontro, sobraram críticas sobre como Padilha vem falhando ao segurar as emendas e ao fazer acordos “no varejo”, sem conseguir amarrar o apoio das cúpulas partidárias.
Além disso, os próprios petistas relatam dificuldades em encaminhar os pedidos ao ministro. “Uma insatisfação que acontece em um momento se resolve logo, mas uma insatisfação que é recorrente com a expectativa de que vai ser resolvida, e não é, gera uma confusão maior. Está-se criando um desgaste necessário”, diz um petista que participou do encontro. Os problemas já subiram para o primeiro escalão. Na última semana, a ministra do Turismo, Daniela Carneiro, pediu a desfiliação da União Brasil alegando divergências internas. A questão é que o partido, que detém três massas na Esplanada e já ameaça as votações do governo se não tiver mais espaço, não abre mão da cadeira e anunciou que quer a demissão da ministra caso seja confirmada a saída dela da sigla. Enquanto o governo bate cabeça, a oposição articulou a ida em série de ministros para prestar esclarecimentos ao Congresso. Flávio Dino, da Justiça, teve de enfrentar pela segunda vez uma barulhenta tropa oposicionista, foi embora sem conseguir dar a orientação e ouviu o recado de que será chamado à Câmara novamente.
À frente das carreiras, Padilha enfrenta as mesmas agruras de seus antecessores no cargo. O articulador político do governo, de qualquer governo, pode costurar acordos, mas esses até só são consumados se o presidente da República bater o martelo. No primeiro mandato de Lula, José Dirceu tentou montar uma base de apoio com lendas de centro, mas o chefe preferiu um arco mais amplo, com o PL de Valdemar Costa Neto e o PP. O resto da história é conhecido. Na gestão passada, Bolsonaro, diante da dificuldade para criar sua base, cedeu poder ao Congresso com as chamadas emendas de relator. Empoderados, deputados e senadores não querem abrir a mão do que conquistaram e ganharam o controle de fatias generosas do Orçamento da União. Enquanto não são agraciados, dificultam até mesmo ritos burocráticos, como se viu no caso das comissões. Fizeram isso como um sinal de alerta, mas, nos bastidores, alegam que podem ocorrer a remédios mais amargos. A ameaça é de que, se as verbas orçamentárias não voltarem a fluir, a Câmara vai importar derrotas ao governo durante a votação de assuntos importantes. Lula 3, definitivamente, não terá vida fácil no Congresso.
O alarme de Tedros Adhanom Ghebreyesus, diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), soou em fevereiro deste ano: deveríamos nos preparar para uma possível epidemia de gripe aviária. A mensagem não foi exagerada. O vírus influenza H5N1, causador da doença, tornou-se um pesadelo entre diversas espécies animais. Desde outubro de 2021, foram registrados mais de 42 milhões de casos da infecção em aves. Nesse período, 15 milhões de animais morreram e outros 193 milhões tiveram de ser sacrificados. Trata-se do pior surto de gripe aviária desde os anos 1990.
O apelido da doença pode levar a enganos: ela não afeta apenas aves que vivem na natureza ou em granjas. Mamíferos também estão sendo infectados, e em proporções inusuais. No Peru, 585 leões-marinhos morreram em decorrência da moléstia. Na Espanha, um surto eclodiu numa fazenda de visons (pais da doninha criada em cativeiro). No Reino Unido, o microrganismo foi encontrado em lontras e raposas. E o ser humano, pode contrair o vírus? Há registros recentes, que encorajaram a atenção. Nas últimas duas semanas, houve a confirmação do primeiro caso de H5N1 em humanos no Chile e a morte de uma mulher na China devido a outro subtipo viral e menos comum, o H3N8.
O salto de micróbios entre espécies não é algo incomum. Seis em cada dez doenças infecciosas que assolam seres humanos hoje são provocadas por patógenos que aprenderam a migrar de outros animais para o nosso organismo. Como demonstram estudos recentes, a Covid-19 também percorreu esse itinerário — os hospedeiros naturais do coronavírus são os morcegos. Mas, antes mesmo de o mundo conhecer o SARS-CoV-2, os virologistas já se preocupavam com uma possível doença de origem zoonótica capaz de se estabelecer entre gente como a gente. ó gripesempre foi o candidato principal por trafegar entre várias espécies e ser altamente transmissível. Mas o temor rondava especialmente a gripe aviária por causa de sua letalidade. De 2003 a 2023, 873 casos humanos e 458 mortes foram relatados em 21 países. E, circulando pelo planeta, o vírus pode estar experimentando que lhe conferem novas habilidades para se disseminar.
Ainda que o perigo esteja no ar, não há motivo para pânico. “Os contágios atuais não fornecem evidências de que o vírus está prestes a se manter massivamente para seres humanos”, diz o virologista Paulo Eduardo Brandão, professor da Universidade de São Paulo (USP). O agente infeccioso precisaria subir alguns graus na escada que leva a uma pandemia. O motivo principal é que o H5N1 ainda não está adaptado para ser transmitido de pessoa para pessoa. Os episódios pontuais são registrados em humanos se restringem por ora a indivíduos que tiveram contato direto com aves contaminadas. O que não significa que devemos baixar a guarda, claro.
Por enquanto, a grande ameaça da gripe aviária envolve a produção alimentar. Desde meados dos anos 1950, quando a avicultura começou a se industrializar, mais de 50 bilhões de galinhas são criadas espontaneamente como fonte de carne e ovos, o que as torna a espécie de vertebrados mais abundante no planeta. Para manter os números desse porte, uma rede enorme de fazendas, laboratórios e frigoríficos é movimentada. Com o alastramento da doença entre as aves, pode ocorrer a devastação de uma cadeia produtiva, gerando falências, desemprego e prejuízos respiratórios. Em última instância, a falta de frango e ovo desataria aumenta exponencialmente no preço da comida.
Para conter o problema, nações como China e França já estão vacinando as galinhas. Estados Unidos, Argentina e Uruguai pretendem começar em breve. Outros países preferem aguardar, pois já há um cerceamento nas exportações dos produtos avícolas e regras rígidas de confinamento são adotadas. O Brasil, ainda livre da moléstia, adotou essa estratégia, e reforçou a vigilância ativa. De qualquer forma, o vírus H5N1 está no radar dos cientistas. E não se trata apenas de cuidado com a proteção animal. O Instituto Butantan, de São Paulo, iniciou estudos para criar uma vacina destinada a humanos. “Já iniciamos a produção dos bancos virais. E as próximas etapas estão em fase de elaboração”, diz Ricardo Oliveira, diretor do Centro Bioindustrial da entidade paulistana. É prudente nos anteciparmos ao inimigo.
Hora de se vacinar
O Ministério da Saúde acaba de dar início à campanha de imunização contra a gripe comum — um problema de saúde pública que responde por um grande número de internações e mortes no país. A vacina é aplicada amplamente para proteger as pessoas dos vírus influenza mais comuns em cada estação. O produto disponível gratuitamente pelo SUS abrange três tipos do patógeno. O governo prioriza, nessa primeira fase da imunização, alguns grupos, como gestantes, idosos, crianças de 6 meses a 6 anos e trabalhadores da área da saúde. Eles estão mais vulneráveis à infecção e complicações pela infecção respiratória. A meta é vacinar até 31 de maio 90% de cada público-alvo, o que, no total, representa mais de 80 milhões de brasileiros.
Há, contudo, um desafio pela frente, já que em 2022 a cobertura vacinal para a gripe não venceu os 70%. Além do imunizante oferecido pelo SUS, a rede privada oferece a vacina tetravalente, que cobre uma quarta cepa dominante de influenza . Mais recentemente, foi lançada uma versão turbinada do produto especialmente para pessoas acima de 60 anos. O fundamental, de qualquer forma, é não deixar de se vacinar — pelo bem individual e coletivo.
A senadora Zenaide Maia ressaltou que em tudo que se vai fazer, te que se ter entusiasmo. “E isso não falta a vocês”, disse. Saudado como parceiro da gestão municipal, o presidente da Câmara Cleyber Trajano teve a importância reconhecida pela senadora Zenaide. Ela disse da preponderância do Presidente da Mesa, pautando as matérias a serem apreciadas.
O Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania do governo Lula pedirá, neste sábado (15/4), a condenação e a perda do mandato do deputado bolsonarista Nikolas Ferreira, que fez um discurso transfóbico no plenário da Câmara em março. A nota técnica será enviada ao Congresso, à Polícia Federal, à Procuradoria-Geral da República e às empresas de redes sociais.
“A não responsabilização configura uma ameaça à estabilidade democrática, que se apresenta em diversas partes do mundo, com especial incidência sobre o Brasil”, afirmou a nota técnica, acrescentando que Ferreira deve ser processado por transfobia e ser cassado na Câmara: “Não foi cometido apenas crime de homotransfobia. Nikolas Ferreira também violou o Regimento Interno da Câmara dos Deputados”.
O documento rechaçou que os ataques de Ferreira sejam abarcados pela liberdade de expressão. Os técnicos também citaram o julgamento do STF que, em 13 de junho de 2019, permitiu a criminalização da transfobia e da homofobia, ao equiparar esses crimes ao racismo.
“O discurso de ódio proferido contra a população LGBTQIA+, em especial com relação às pessoas trans, travestis e não binárias, como se deu no caso protagonizado, trata-se de conduta criminosa”. A nota técnica é assinada pelo ministro Silvio Almeida; a secretária-executiva Rita Oliveira; e a secretária dos Direitos das Pessoas LGBTQIA+, Symmy Larrat, uma mulher trans.
Em seguida, o ministério afirmou que a omissão do Congresso em criar leis para punir discursos de ódio contribui para a violação de direitos humanos contra essa população. E alertou para um “verdadeiro escárnio ao Estado democrático de Direito” caso a Câmara seja conivente com esses crimes dentro do Parlamento.
Além de cobrar investigações na Justiça e na Câmara, a nota técnica defendeu que as redes sociais também sejam punidas por impulsionarem discursos criminosos. A pasta destacou que o vídeo com o discurso criminoso segue disponível nas redes sociais do deputado bolsonarista, apesar de denúncias em várias esferas.
A permanência do vice-presidente de Agente Operador da Caixa Econômica Federal (CEF), Edilson Carrogi Ribeiro Vianna, tem chamado atenção politicamente em função da simpatia que Vianna tem com o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
Em vídeo antigo que começou a circular, recentemente, entre funcionários da CEF, Vianna aparece junto a um grupo de pessoas que cercam Bolsonaro e tiram fotos sob os gritos de “mito”, durante evento do banco, ainda quando Bolsonaro era presidente.
As 12 vice-presidências da Caixa são cargos cobiçados por movimentar orçamentos milionários. Sob o guarda-chuva da vice-presidência de Agente Operador, por exemplo, está o FGTS.
Vianna assumiu a função de vice-presidente, interinamente, em janeiro de 2020, sob a gestão de Pedro Guimarães. Ele foi efetivado no cargo em junho de 2022, continuou no cargo quando Daniella Marques assumiu a presidência da Caixa e foi mantido por Rita Serrano, nomeada nova presidente do banco por Lula (PT).
Odesembargador responsável por mandar prender o advogado Tacla Duran é pai de um dos sócios do senador Sergio Moro (União-PR) em um escritório de advocacia.
Marcelo Malucelli, desembargador do TRF-4 (Tribunal Regional Federal da 4º Região), é pai do advogado João Eduardo Barreto Malucelli, sócio de Moro no escritório Wolff & Moro Sociedade de Advogados. A informação foi revelada pelo jornal O Globo e confirmada pelo portal UOL.
Na última terça-feira (11), o desembargador expediu novo mandado de prisão preventiva contra Tacla Duran, que atualmente mora na Espanha. Para mandar prender o advogado, Malucelli desconsiderou um parecer do ex-ministro do STF (Supremo Tribunal Federal), Ricardo Lewandowski, de que o caso está sob responsabilidade da Corte.
Tacla Duran reforça acusações contra Moro
Amiga de Moro, juíza do “copia e cola” despachou em 34 min
Em março, Duran depôs de forma remota ao juiz Eduardo Appio, responsável pelos processos da Lava Jato, em que disse ter sofrido tentativa de extorsão por pessoas próximas a Moro para não ser preso nas investigações da operação.
A denúncia de Tacla virou notícia-crime contra Moro, o atual deputado federal e ex-procurador da República Deltan Dallagnol (Podemos-PR), o advogado Carlos Zucolotto Júnior e o assessor do senador Fábio Aguayo. O caso tramita no STF.
Em nota, Moro disse estar afastado das atividades do escritório desde o início de seu mandato como senador em fevereiro. Entretanto, o senador ressaltou que permanece “no quadro social somente como associado”. Ele também destacou que não é investigado ou processado pela Justiça Federal do Paraná ou o TRF-4.
Tacla Duran deve voltar ao Brasil
Segundo o colunista do UOL Chico Alves, Tacla Duran deve retornar ao Brasil na próxima semana para depor presencialmente ao juiz Eduardo Appio no âmbito das acusações feitas por ele envolvendo Moro e Dallagnol.
Conforme Chico, Duran poderá fazer novas denúncias, não relacionadas àquelas feitas no mês passado. O advogado espera que o STF revogue o novo mandado de prisão para que ele desembarque no país.
O governo federal enviou nesta sexta-feira (14) ao Congresso Nacional o Projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias (PLDO) para 2024. A informação consta em mensagem publicada em edição extra do “Diário Oficial da União”.
O texto, como o próprio nome já diz, traz as diretrizes para a elaboração do Orçamento para o próximo ano.
O projeto foi feito considerando um crescimento de 2,3% do Produto Interno Bruto (PIB ) – a soma de todas as riquezas do país – em 2024.
Para a inflação medida pelo IPCA, a inflação estimada é de 3,5%.
Arcabouço fiscal Segundo o Ministério do Planejamento, o PLDO traz a permissão para que o Projeto de Lei Orçamentária Anual (PLOA) de 2024 preveja despesa primária em valor superior ao teto de gastos, condicionada à aprovação do novo arcabouço fiscal.
“Estima-se, por ora, que as despesas condicionadas à aprovação do novo arcabouço totalizarão R$ 172 bilhões em 2024. Essa autorização viabilizará a recomposição e a execução das políticas públicas prioritárias para o país, o funcionamento da máquina e o investimento da União”, diz.
Ou seja, R$ 172 bilhões em despesas estão condicionadas à aprovação do novo arcabouço. Caso o arcabouço não seja aprovado, continuará em vigor o teto e essas despesas teriam que ser canceladas para caber dentro do limite
Rombo O projeto também prevê zerar o rombo das contas públicas em 2024. Ou seja, as despesas serão iguais a receitas, sem considerar o pagamento dos juros da dívida.
Quando as receitas são maiores, há um superávit primário. Quando acontece o contrário, o resultado é de déficit.
O valor, contudo, foi condicionado à aprovação do arcabouço fiscal proposto pelo governo para substituir o teto de gastos. Salário Mínimo O salário mínimo estimado para 2024 é de R$ 1.389 e considera apenas a correção do valor previsto para dezembro de 2023 pelo INPC.
Eventuais novas regras de reajuste, que prevejam aumentos reais para o salário mínimo, serão oportunamente incorporadas ao cenário fiscal quando da elaboração da lei orçamentária anual, informou a pasta.
Entenda o projeto Entre as informações que constam no PLDO, estão:
a meta para o resultado das contas públicas; as prioridades da administração pública federal; a estrutura e a organização do Orçamento; e regras sobre transferências.
O texto também traz previsões para os principais indicadores econômicos. As projeções são feitas pela Secretaria de Política Econômica do Ministério da Fazenda.
O projeto foi feito considerando a regra fiscal em vigor, ou seja, o teto de gastos, que limita o crescimento da maior parte das despesas da União à inflação.
O prazo legal para envio do projeto ao Congresso é sempre no dia 15 de abril de cada ano. Como a data neste ano caiu num sábado, o envio teve que acontecer nesta sexta-feira.
O governo tem até o dia 31 de agosto para elaborar e enviar o Orçamento em si para o Congresso Nacional. É o chamado Projeto de Lei Orçamentária Anual (PLOA), que traz o detalhamento da distribuição dos recursos públicos entre os ministérios e os programas do governo.
Ambos os projetos precisam ser aprovados pelo Congresso Nacional.
Desde a última quinta-feira (13), fotos do laudo da necrópsia (e do corpo) da cantora Marília Mendonça, que morreu em um acidente de avião em 5 de novembro de 2021, foram vazadas e compartilhadas nas redes sociais.
Agora, a Polícia Civil de Minas Gerais investiga quem teve acesso ao documento, enquanto os familiares da artista pediram respeito e empatia. O advogado que os representa irá tomar medidas judiciais para punição dos responsáveis.
Nesta sexta-feira (14), Dona Ruth, mãe de Marília, publicou stories no Instagram comentando o caso. Ela pontuou que a família está “chocada com tanta monstruosidade, mas também não se surpreende”.
Dona Ruth pediu que “esses delinquentes paguem”, e afirmou que eles “não respeitam a memória de uma pessoa que se foi, não respeitam a dor da família”.
Fãs relembraram, inclusive, publicações nas redes sociais feitas pela própria artista, em que ela reclamava do vazamento de informações pessoais. “Dá medo até de morrer, porque as pessoas não respeitam nem esse momento e conhecemos casos parecidos”, escreveu a cantora em agosto de 2019.
“É muito complicado contar com a ética na prestação de serviços de qualquer forma. Minha gravidez foi descoberta por um exame de sangue vazado, e tudo que eu faço é dessa forma”, pontuou Marília à época.
Veja o que se sabe sobre o caso abaixo.
Polícia investiga e família pede respeito a Marília Mendonça A Polícia Civil de Minas Gerais instaurou um procedimento administrativo para investigar o vazamento, realizando um levantamento para identificar quem teve acesso às fotos.
As autoridades informaram que o sistema que armazena os dados do inquérito – de onde o laudo da necrópsia foi vazado – é auditável.
Em um comunicado por conta do acontecimento, o advogado da família de Marília, Robson Cunha, disse, através de um comunicado da assessoria da artista, que “é inconcebível que documentos exclusivos de um inquérito policial que corre em sigilo e com restrições de acessos tenham sido divulgados de forma irresponsável, desumana e criminosa”.
“Durante todo o tempo, desde o acidente até a liberação dos corpos, trabalhamos incansavelmente para que uma situação grave como essa não ocorresse. O Estado é o responsável pela guarda e proteção das informações e documentos que estão sob a sua tutela. Isso é um fato gravíssimo e tanto o Estado quanto os agentes que divulgaram a imagem devem ser responsabilizados”, adicionou.
O advogado ainda alertou que aqueles que estiverem compartilhando as fotos estão cometendo um crime “e podem ser responsabilizados judicialmente”.
“Peço que as pessoas se sensibilizem com a dor e sofrimento dessa família e não façam a divulgação desse material”, concluiu a nota.
A CNN entrou em contato com a prefeitura de Caratinga sobre o vazamento e aguarda retorno.
Vazamento das fotos é crime; entenda O ato de “vilipêndio a cadáver” é considerado crime contra o respeito aos mortos, e é previsto no artigo 212 do Código Penal brasileiro. A punição vai de um a três anos de prisão e pagamento de multa.
Em entrevista à CNN, o advogado Pedro Iokoi explicou que, caso o processo seja sigiloso, a divulgação de informações que estejam nos autos do inquérito policial pode ser enquadrada também no artigo 154 do Código Penal.
Esse artigo diz respeito ao crime de “alguém, sem justa causa, revelar segredo, de que tem ciência em razão de função, ministério, ofício ou profissão” e que esta revelação “possa produzir dano” a outra pessoa. A pena varia de três meses a um ano de prisão ou multa.
“Se estamos diante de um processo com sigilo, estamos diante de um fato criminoso. Se não tinha [sigilo], não vamos ter essa proteção. Aí nada impede que a família peça na Justiça Civil para evitar que essas imagens sejam retransmitidas”, disse o advogado.
Outro ponto destacado pelo advogado é que aqueles que compartilharem as fotos vazadas podem responder na Justiça Civil caso seja apresentada uma ação – como o advogado da família já indicou que fará. “A família pode mover uma ação de cunho indenizatório”, explicou.
Ele também ressaltou que as redes sociais ou provedores do site em que as imagens estão sendo divulgadas podem ser notificados para a retirada do conteúdo do ar, e que a família pode mover uma ação se isso não acontecer espontaneamente.
Família entrará com ação contra Google e Facebook A família de Marília Mendonça vai entrar com uma ação contra o Google e o Facebook para impedir o compartilhamento de fotos do corpo da artista. Os familiares pontuaram que acreditam que a divulgação tenha partido de dentro da polícia.
“Esse é um material exclusivo do inquérito policial, que inclusive corre em sigilo. Este conteúdo estava sob a responsabilidade da Polícia Civil do estado de Minas Gerais e jamais poderia ter sido tornado público”, disse à CNN o advogado Robson Cunha.
Ainda segundo ele, para acessar esse tipo de material é necessária uma senha especial. Por esse motivo, afirma que é fácil para o estado identificar o quem foi o responsável pelo vazamento. A família está aguardando a manifestação do poder público.
A CNN tentou contato com o Facebook, o Google e o governo do estado de Minas Gerais, mas não obteve retorno até a publicação desta matéria.
O Flamengo mudou o foco, intensificou as negociações e anunciou acordo com o técnico Jorge Sampaoli. Antes em modo de espera, o argentino virou o foco principal, acertou bases após reunião nesta sexta-feira e se apresentará ao clube rubro-negro neste fim de semana.
Marcos Braz, vice de futebol, Bruno Spilde, diretor executivo, e Diogo Lemos, integrante do Conselho do Futebol, se reuniram com um representante do treinador argentino em um hotel na Barra da Tijuca. Depois, o clube anunciou o acordo.
O treinador deixará a Espanha no sábado, onde tratava da saída do Sevilla, rumo ao Rio de Janeiro. O nome virou consenso entre os dirigentes rubro-negros após os resultados recentes e a incerteza pelo futuro de Jorge Jesus.