Ex-comandante da PMDF é preso em quinta fase da Operação Lesa Pátria.

O ex-comandante de Operações da Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF) Jorge Eduardo Naime está entre os alvos dos quatro mandados de prisão cumpridos, na manhã desta terça-feira (7/2), no âmbito da quinta fase da Operação Lesa Pátria. Equipes da Polícia Federal (PF) detiveram o coronel na casa dele, em Vicente Pires.

Os quatro mandados de prisão preventiva e temporária cumpridos pela PF tinham policiais militares como alvos. Eles são investigados devido à atuação no dia dos atentados terroristas contra as sedes dos Três Poderes, em Brasília, e estão detidos no 19º Batalhão de Polícia Militar (BPM), conhecido como “Papudinha”.

Jorge Eduardo Naime havia sido exonerado pelo ex-interventor federal na segurança pública do DF, Ricardo Cappelli, em 10 de janeiro. A saída dele ocorreu na mesma data que a de outros 12 servidores vinculados à secretaria responsável pela área.

Saiba quem são os presos:
Coronel Jorge Eduardo Naime — ex-comandante de Operações da Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF)

Capitão Josiel Pereira César — ajudante de ordens do comando-geral da PMDF

Major Flávio Silvestre de Alencar — investigado por liberar o acesso dos extremistas ao Supremo Tribunal Federal (STF)

Tenente Rafael Pereira Martins

A Operação Lesa Pátria visa identificar participantes, financiadores e fomentadores dos atos terroristas de 8 de janeiro, em Brasília.

Na data, o Palácio do Planalto, o Congresso Nacional e o Supremo Tribunal Federal (STF) foram invadidos por extremistas, que promoveram violência e dano generalizado nas sedes dos Três Poderes.

O Metrópoles revelou que a Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) investiga se o ex-comandante Jorge Eduardo Naime tentou fugir com os filhos por medo de ser preso após os atos terroristas de 8 de janeiro.

Naime, segundo consta em um registro de ocorrência feito pela ex-esposa dele e obtido pela reportagem, planejava fugir para a Bahia com sua atual companheira e os filhos do primeiro casamento.

A corregedoria da PM investigava a informação de que Naime teria retardado a atuação da PM na data dos ataques com o propósito de deixar os terroristas fugirem. O coronel foi exonerado do cargo que ocupava dias após os atos golpistas, mas negou as acusações.

O registro foi feito em 9 de janeiro, dia seguinte aos ataques, por Tatiana Lima Beust, ex-mulher de Naime. De acordo com o relato dela à PCDF, naquela segunda-feira (9/1), um dos dois filhos do casal telefonou para a mãe e disse que Naime planejava viajar às pressas para a Bahia.

A criança, de 8 anos, contou também que a madrasta, Mariana Fiuza, teria ameaçado bater neles “de cinto” caso contassem para alguém sobre a fuga.

O ex-comandante de Operações e a atual companheira dele foram procurados por meio do advogado do coronel, contudo a reportagem não teve retorno.

Operação
Nesta manhã, as equipes cumprem três mandados de prisão temporária, um de prisão preventiva, e seis de busca e apreensão, expedidos pelo STF.

Os fatos investigados constituem, em tese, os crimes de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado, associação criminosa, incitação ao crime, destruição e deterioração ou inutilização de bem especialmente protegido.

A reportagem entrou em contato com o advogado do coronel Naime, Gustavo Mascarenhas, mas não obteve resposta até a publicação. O espaço permanece em aberto.

Etapas
As investigações continuam, e a Operação Lesa Pátria se tornou permanente, com atualizações periódicas quanto ao número de mandados judiciais expedidos, pessoas capturadas e foragidas. Até o momento, nas cinco fases da força-tarefa, as equipes cumpriram 16 mandados de prisão preventiva e 31 de busca e apreensão.

Na primeira delas, deflagrada em 20 de janeiro, a PF prendeu os bolsonaristas Renan da Silva Sena; Ramiro Alves da Rocha, conhecido como Ramiro dos Caminhoneiros; Soraia Baccioci; Randolfo Antonio Dias; além de uma quinta pessoa, que não teve a identidade nem o local de prisão divulgados.

Na segunda etapa da força-tarefa, no último dia 23, policiais prenderam, em Uberlândia (MG), o extremista que aparece em vídeos destruindo um relógio histórico — trazido ao Brasil em 1808 —, no Palácio do Planalto.

Na terceira fase, houve dois extremistas presos em Minas Gerais; um em Santa Catarina; um no Paraná; e outro no Espírito Santo. Léo Índio, sobrinho do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), estava entre os alvos de mandado de busca e apreensão cumpridos no DF e no Rio de Janeiro. Ele participou do atos terroristas.

Entre os presos da fase, deflagrada em 27 de janeiro, estavam os mineiros Marcelo Eberle Motta e Eduardo Antunes Barcelos — advogado que trabalha como coordenador da assessoria jurídica da Santa Casa de Misericórdia de Cataguases (MG).

Outra presa na operação foi Maria de Fátima Mendonça Jacinto Souza, 67 anos, conhecida como Dona Fátima de Tubarão. Em 8 de janeiro, um vídeo em que ela aparece durante a invasão ao Palácio do Planalto viralizou nas redes sociais. “É guerra. Vamos pegar o Xandão agora”, gritou, em referência ao ministro do STF Alexandre de Moraes.

Na quarta etapa, a PF prendeu um dos alvos em Rio Verde (GO). Lucimário Benetido Camargo, conhecido como Mário Furacão, é empresário e presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) do município. O segundo preso foi o ex-candidato a deputado estadual de Rondônia William Ferreira da Silva, conhecido como “Homem do Tempo”.

Metropoles

Postado em 7 de fevereiro de 2023

Após crise Yanomami, governo Lula quer endurecer lei sobre origem do ouro.

Após a tragédia que atingiu o povo Yanomami, o governo Lula vai propor mudanças para endurecer a lei que regulamenta a declaração de origem do ouro comercializado no Brasil.

Atualmente, a legislação prevê que o garimpeiro que vende ouro ao Banco Central ou a instituições financeiras preencha, ele mesmo, uma nota fiscal indicando o local de onde o metal foi extraído.

Segundo a lei, é presumida a boa-fé do vendedor, o que isenta o comprador da necessidade de checar a origem do ouro ou da responsabilidade por eventuais declarações falsas.

A ideia do governo Lula, já discutida por ministros do Palácio do Planalto nos bastidores, é endurecer a lei para tornar mais eficaz a fiscalização da origem do ouro comercializado.

Urgente
A mudança é considerada urgente pelos ministros que integram o Centro de Operações de Emergências (COE-Yanomami), diante da constatação de que o garimpo ilegal foi um dos principais responsáveis pela crise.

O governo Lula entende que o formato de registro sob o princípio de “boa-fé” facilitou a venda de material colhido ilegalmente em terras indígenas para instituições financeiras.

A atual presidente da Funai, Joenia Wapichana, propôs em 2022, quando ainda era deputada federal, um projeto de lei que impõe uma série de regras para comercialização e o transporte de ouro no país.

Ministros de Lula, porém, cogitam fazer as alterações na lei via medida provisória, o que seria mais rápido. Uma MP teria efeito imediato por 120 dias, mas teria de ser ratificada pelo Congresso Nacional.

Código de barros molecular
Em junho de 2022, o Instituto Escolhas, ONG de estudos socioambientais, apresentou um projeto de rastreamento do ouro por meio de uma marcação para cada leva do material. O sistema funcionaria como um código de barras molecular.

A marcação física do ouro seria feita com isótopos de prata logo após a extração do metal, que se mantém mesmo após o refino, e já é utilizada em outros países.

“É possível, sim, rastrear a origem do ouro. Já existem tecnologias para isso”, disse Larissa Rodrigues, coordenadora do Instituto Escolhas.

Metropoles

Postado em 7 de fevereiro de 2023

Carol Proner, esposa de Chico Buarque, será assessora de Mercadante no BNDES.

A advogada Carol Proner, esposa do cantor Chico Buarque, será assessora especial do presidente do BNDES, Aloizio Mercadante.

Segundo apurou a coluna, Mercadante fez o convite à advogada, que já aceitou. Ela atuará focada na área internacional.

Mercadante tomou posse como presidente do BNDES nesta segunda-feira (6/2), no Rio de Janeiro. Carol e Chico prestigiaram o evento.

A advogada integra o Prerrogativas, grupo de juristas anti-lavajatistas que apoiou a eleição de Lula. Ela fez parte da equipe de transição.

Embratur
Outro membro do Prerrogativas que assumirá cargo no governo Lula é o ex-deputado federal e advogado Fábio Trad (PSD-MS)

Trad será nomeado como controlador-auditor da Embratur, empresa presidida pelo ex-deputado federal Marcelo Freixo (PT-RJ).

Metropoles

Postado em 7 de fevereiro de 2023

CGU encontra equipamentos da Codevasf em fazenda de vereador.

Em auditoria sobre a Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf) na Bahia, a Controladoria-Geral da União (CGU) diagnosticou falhas nos critérios de distribuição e na fiscalização de equipamentos doados pelo governo federal.

Um caminhão, um trator, canos e caixas d’água comprados pelo governo foram localizados na fazenda de um vereador de Cocos (BA), que também é presidente da Associação dos Pequenos Produtores Rurais do Cubículo.

A situação foi considerada um potencial desvio de finalidade da doação.

O presidente da associação trata-se do vereador Gregson Luz. Segundo o relatório do órgão de controle do governo federal, Luz disse à fiscalização que iria cobrar de terceiros o aluguel dos equipamentos, o que pode fazer com que ele tenha “vantagens indevidas” com a doação.

Luz foi eleito pelo União Brasil, partido de Elmar Nascimento, deputado federal da Bahia que controla a Codevasf no estado e nacionalmente. Procurado, Elmar Nascimento não se manifestou. Luz não foi localizado.

Também foi encontrado um trator doado para uma associação do município de Santa Maria da Vitória (BA) em uma fazenda privada em São Félix do Coribe (BA), cidade vizinha, situação em que a CGU também viu risco de desvio de finalidade. O órgão do governo federal diz que não há fiscalização da companhia sobre o destino dos bens doados às associações.

A Codevasf afirma que as doações ocorrem apenas após pareceres técnicos e que observa as recomendações dos órgãos de controle.

Segundo a companhia, o uso de equipamentos nas propriedades dos integrantes de uma associação está de acordo com a finalidade da doação.

“Muitas das entidades não possuem sede própria; nesses casos, suas reuniões ocorrem em locais como escolas, igrejas e quadras esportivas. Assim, a guarda do bem por associados tem por objetivos a segurança do equipamento e a redução de custos de vigilância”, diz a companhia.

A Codevasf diz ainda que, caso necessário, as associações podem cobrar pela operação e manutenção dos bens, já que elas são responsáveis por manter os tratores e caminhões em funcionamento. E frisa que, se for constatado desvio de finalidade, os itens devem ser retornados.

Realizada no fim do ano passado, a auditoria da CGU constatou que, na maioria dos casos, os equipamentos doados pela Codevasf da Bahia estavam sendo utilizados para o fim a que se destinam, de estímulo à agricultura familiar.

Metropoles

Postado em 7 de fevereiro de 2023

Haddad tenta conter Lula em ataques ao BC.

Incomodado com as críticas de Lula ao Banco Central por conta dos juros altos, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, vem atuando nos bastidores para tentar conter as falas do presidente sobre o tema.

Em discurso na posse de Aloizio Mercadante como presidente do BNDES na segunda-feira (6/2), Lula afirmou que “tem muita gente que fala” que ele não deveria criticar o Banco Central publicamente.

“Tem muita gente que fala: ‘Pô, mas o presidente não pode falar isso’. Ora, se eu que fui eleito não puder falar, quem que eu vou querer que fale? O catador de material reciclável? Quem que eu vou querer que fale por mim? Não. Eu tenho que falar. Porque, quando eu era presidente, eu era cobrado”, disse Lula.

Uma dessas pessoas que aconselharam o presidente da República a não atacar a autoridade monetária publicamente, segundo apurou a coluna, foi o próprio ministro da Fazenda.

A avaliação de Haddad e de outros integrantes da equipe econômica é de que essas falas de Lula geram ruídos no mercado e no Congresso com potencial para atrapalhar o avanço da agenda do governo.

Segundo fontes da área econômica, logo no início do governo, Haddad teria pedido ao presidente uma espécie de trégua de 90 dias sem falas polêmicas. Algo que, como vemos, Lula não cumpriu.

Numa tentativa de amenizar os estragos da fala de Lula, Haddad elogiou, nesta terça-feira (7/2), a ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) que manteve a taxa básica de juros em 13,75% ao ano.

Mudança de postura
Como mostrou a coluna, o presidente mudou sua estratégia de críticas aos juros nesse terceiro mandato, em relação às suas duas primeiras gestões à frente do Palácio do Planalto.

Metropoles

Postado em 7 de fevereiro de 2023

Lula nomeia para Comissão de Ética advogado que o visitava na prisão.

O presidente Lula nomeou como membro da Comissão de Ética Pública da Presidência um de seus aliados mais próximos do período em que esteve preso em Curitiba: o advogado Manoel Caetano.

A nomeação foi publicada no Diário Oficial da União nesta terça-feira (7/2) junto a de outros dois aliados de Lula, Kenarik Boujikian e Bruno Lemos. Os três substituirão indicados por Jair Bolsonaro para o colegiado.

A amizade entre Lula e Caetano começou após a prisão do petista, em abril de 2018. Indicado como um dos advogados do petista, ele visitava o presidente diariamente na superintendência da Polícia Federal em Curitiba.

A tarefa era dividida por Caetano com o adovgado Luiz Carlos Rocha. Primos e sócios há mais de 13 anos, os dois passaram a atuar na defesa de Lula a convite de Roberto Teixeira, amigo e advogado do presidente.

Ao longo do tempo, Lula ganhou confiança na dupla, que passou a a acompanhar praticamente todas as reuniões do presidente na cela, incluindo as conversas sobre políticas.

Após a eleição, Caetano chegou a ser cotado para ser ministro da Controladoria-Geral da União (CGU). Lula, porém, acabou optando pelo advogado Vinícius Marques de Carvalho.

Metropoles

Postado em 7 de fevereiro de 2023

Mourão nomeia ex-deputado do PSB para seu gabinete no Senado.

O agora senador Hamilton Mourão (Republicanos-RS) nomeou para o seu gabinete um ex-deputado federal do PSB, partido que compõe a base aliada ao presidente Lula (PT) no Congresso Nacional.

Luiz Noé, que foi deputado pelo PSB do Rio Grande do Sul entre fevereiro de 2011 e novembro de 2012, será auxiliar parlamentar de Mourão. Pelo cargo, receberá salário mensal líquido de R$ 7,6 mil.

Antes de ser nomeado para o gabinete de Mourão, Noé trabalhava com Liziane Bayer (Republicanos), ex-deputada federal que também foi filiada ao PSB e eleita como primeira suplente do general no Senado.

A própria Liziane também foi nomeada como assessora parlamentar do gabinete de Mourão. Pelo cargo, receberá remuneração mensal líquida de R$ 17,3 mil, incluído o auxílio alimentação.

Noé chegou à Câmara em 2011 como suplente após o então deputado Beto Albuquerque (PSB-RS) se licenciar do mandato para assumir a Secretaria de Infraestrutura e Logística do Rio Grande do Sul.

Metropoles

Postado em 7 de fevereiro de 2023

Remédio mais caro do mundo passa a ter cobertura dos planos de saúde no Brasil.

A Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) aprovou, nesta segunda-feira (6/2), a incorporação de quatro medicamentos ao rol de procedimentos a serem cobertos pelos planos de saúde no Brasil. Entre eles, está o onasemnogeno abeparvoveque, que é o remédio mais caro do mundo, vendido por cerca de R$ 6,4 milhões no mercado privado.

O medicamento é indicado para o tratamento de crianças com atrofia muscular espinhal (AME) do tipo 1, com até 6 meses de idade que estejam fora de ventilação invasiva por mais de 16 horas ao dia.

Com as mudanças, também entra nas listas de medicamentos cobertos:

Dupilumabe, para o tratamento de pacientes adultos com dermatite atópica grave com indicação de tratamento sistêmico e que apresentem falha, intolerância ou contraindicação à ciclosporina;
Zanubrutinibe, para tratamento de pacientes adultos com linfoma de células do manto (LCM) que receberam pelo menos uma terapia anterior;
Romosozumabe, para o tratamento de mulheres com osteoporose na pós-menopausa, a partir dos 70 anos, e que falharam ao tratamento medicamentoso.

Em dezembro, o medicamento passou a ser fornecido pelo Sistema Unificado de Saúde (SUS), depois de análise da Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias ao Sistema Único de Saúde (Conitec) e consulta pública – mais de 1,2 mil participantes contribuíram com a decisão.

A cobertura pelo SUS indicava que o plano de saúde também deveria cobrir o medicamento quando fosse prescrito pelo médico assistente para administração em internação hospitalar, nos planos de segmentação hospitalar (com ou sem obstetrícia) e planos-referência. Com a mudança, no entanto, ele passa a ter cobertura também para prescrições feitas em âmbito ambulatorial.

Doença muito rara
A AME é uma doença genética ultrarrara, que afeta o neurônio motor espinhal. O tipo 1 é o mais comum, ele corresponde a 60% dos casos. Os sintomas aparecem antes dos seis meses de vida e a criança pode perder a capacidade de se movimentar ainda no primeiro ano se não tratada adequadamente.

As quatro tecnologias passam a ser oferecidas aos usuários dos planos de saúde a partir da publicação no Diário Oficial da União da atualização da resolução normativa que trata do Rol, o que deve ocorrer nesta semana.

Metropoles

Postado em 7 de fevereiro de 2023

TSE analisa ação sobre abuso de poder em “Super Live” de Lula.

O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) está analisando uma ação, movida pela campanha do ex-presidente Jair Bolsonaro, em que a chapa do presidente Lula é acusada de abuso de poder econômico e de caixa dois por ter feito uma “Super Live” com artistas em setembro.

A campanha de Jair Bolsonaro acusa Lula de omitir a participação de artistas na “Super Live” da prestação de contas e de ter usado shows para atrair votos.

Para a defesa de Lula, os artistas não foram prestadores de serviços da campanha. Os advogados do presidente argumentam que se trata do exercício regular da liberdade de expressão dos envolvidos na “live”, e não de um “showmício”.

A campanha de Bolsonaro pede que seja apurado o cachê cobrado pelos artistas normalmente. O argumento é de que a participação gratuita no evento seria uma doação estimável em dinheiro, que deveria ter sido declarada.

Os advogados do ex-presidente acusam Lula de abuso de poder econômico e de ter, supostamente, omitido essas doações da declaração.

Em um relatório de 18 de janeiro, a assessoria do TSE constatou que a participação dos artistas de fato não foi declarada.

“Em relação à lista de artistas (…), não foi identificada declaração de doações estimáveis recebidas ou de despesas efetuadas na referida prestação de contas relacionada às pessoas citadas”, diz a manifestação da Assessoria de Exame de Contas Eleitorais e Partidárias (Asepa) do TSE.

Miguel Novaes, advogado eleitoral de Lula, diz que a manifestação da Asepa só corrobora que não houve qualquer abuso de poder econômico. Segundo ele, não cabe declarar o serviço dos artistas, já eles que estavam apenas se manifestando politicamente.

A “Super Live” para promover Lula contou com artistas como Daniela Mercury, Juliano Maderada, Paulo Miklos, Johnny Hooker, Pabllo Vittar, entre outros. Na prestação de contas, o partido declarou um gasto de cerca de R$ 1 milhão com as produtoras que montaram o evento.

Ainda em setembro do ano passado, o Corregedor-Geral da Justiça Eleitoral, Benedito Gonçalves, disse, em uma decisão preliminar na ação, tratar-se de uma questão inédita, já que os artistas estavam executando jingles de campanha, e não canções de seus repertórios musicais.

Segundo ele, nunca foi analisado se uma campanha pode trazer artistas para executar jingles eleitorais neste formato. Artistas podem se expressar e se posicionar politicamente, mas não podem oferecer shows de graça.

Ele conclui dizendo que caberá ao TSE, após a investigação pertinente, “avaliar se, em caso de apresentação ao vivo, a execução de jingle adquire os mesmos contornos da execução de repertório comercial, sendo por isso vedada; ou se consiste em variável da manifestação de apoio político, abrangida pela liberdade de expressão”.

Metropoles

Postado em 7 de fevereiro de 2023

Deserdado pelo pai, Alberto Safra move processo contra mãe e dois irmãos em NY.

O bilionário Alberto Safra processou sua mãe e dois irmãos em meio a uma disputa sobre a fortuna do pai, Joseph Safra, morto em 2020, de acordo com uma ação aberta nesta segunda-feira (6) na Suprema Corte do Estado de Nova York.

No processo, Alberto acusa seus familiares de diluir de propósito a participação dele na holding do Safra National Bank, em um esforço para expulsá-lo do império da família.

Alberto diz na ação que sua mãe, Vicky Safra, e os irmãos Jacob e David Safra se envolveram em atos de improbidade corporativa para prejudicar os interesses dele na empresa.

“Em razão de atos ilegais e agressivos praticados por seus irmãos, Alberto Safra não teve alternativa senão ingressar com ação judicial na Suprema Corte de Nova York para proteger os seus direitos. É lamentável que David e Jacob Safra tenham tomado tais ações ilegais. Por meio da ação judicial, Alberto Safra busca a proteção dos seus direitos”, afirmou, em nota.

Alberto renunciou ao conselho de administração do Safra em novembro de 2019, após uma disputa com seu irmão mais novo, David. Em 2021, Alberto e a família chegaram a se aproximar de um acordo sobre o testamento de seu pai, para evitar litígios sobre uma fortuna de quase 15 bilhões de dólares, segundo publicou a Reuters.

Em nota, a família Safra afirmou que poucos meses após receber a doação dos pais como antecipação de sua herança, Alberto deixou o Banco Safra sem atender aos apelos feitos pelo seu pai e iniciou seu negócio.

A família Safra afirmou ainda que Joseph, na época, conversou com diversos executivos solicitando que não acompanhassem Alberto, já que se tratava de uma afronta a ele próprio. “Após diversas recusas de Alberto de mudar seus planos, Joseph o deserdou e tomou medidas naquele momento.”

“A família lamenta o caminho adotado por Alberto, que primeiro atentou contra o pai em vida e agora o faz contra sua memória, e refuta suas alegações”, conclui o comunicado.

G1

Postado em 7 de fevereiro de 2023

Yanomami: Fuga de garimpeiros lota barcos, estradas e inflaciona voos clandestinos.

O controle do espaço aéreo, a maior presença do Estado e a decisão anunciada – ainda que sem data – de retirada dos garimpeiros da Terra Indígena Yanomami levaram a uma mobilização de grupos de invasores do território. Eles passaram a deixar o lugar ou a tentar fugir de alguma forma.

O movimento é acompanhado por integrantes da Polícia Federal (PF), que confirmam a intensificação das fugas dos garimpos nos últimos dias. O quadro já foi detectado também pelo primeiro escalão do governo federal, que declarou estado de emergência em saúde pública na terra indígena no último dia 20.

Inflação clandestina

Os garimpeiros passaram a enfrentar uma inflação nos preços dos voos clandestinos de helicóptero para deixar o território, cobrados pelos próprios garimpeiros detentores de aeronaves. Um único voo passou a custar R$ 15 mil por pessoa, conforme relatos de invasores levados em conta no monitoramento feito pela PF.

Parte dos garimpeiros tenta chegar à Venezuela, segundo integrantes da PF, e há movimentos de fuga voltados até mesmo para a Guiana, distante da terra indígena. Parte do território yanomami está na fronteira com a Venezuela. Uma das regiões mais atingidas pela crise de saúde, com explosão de casos de malária e desnutrição grave, é Auaris, que fica próxima da fronteira.

Barcos

O garimpo ilegal de ouro avançou tanto, com a conivência e o estímulo do governo Jair Bolsonaro (PL), que chegou até comunidades de Auaris. Garimpeiros estão tentando deixar a terra indígena também em barcos. Outros dizem estar ilhados, sem condições de sair do território e com mantimentos se esgotando.

Passaram a ser mais frequentes caminhadas pela mata -chamadas de varadouros- até pistas clandestinas, na expectativa de voos que permitam a saída do lugar.

A presença de mais de 20 mil garimpeiros na terra yanomami, por tanto tempo, só foi possível em razão da grande quantidade de voos clandestinos que operam no território. Mesmo com a declaração de emergência, com a maior presença de equipes de saúde em Auaris e Surucucu e com a atenção voltada à crise dos yanomamis, o garimpo vinha executando mais de 40 voos por dia.

No último dia 1º, a FAB (Força Aérea Brasileira) deu início a um controle do espaço aéreo na terra indígena, a partir de um decreto do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) que ampliou o poder de atuação do Ministério da Defesa e permitiu a criação da Zida (Zona de Identificação de Defesa Aérea).

Em uma área ficaram proibidas aeronaves, a não ser militares ou relacionadas à operação de emergência. Foram especificadas ainda áreas reservadas ou restritas. Radares móveis passaram a dar suporte a esse controle do espaço aéreo.

“As aeronaves que descumprirem as regras estabelecidas nas áreas determinadas pela Força Aérea estarão sujeitas às medidas de proteção do espaço aéreo”, disse a Aeronáutica, em nota.

Socorro ao governador

Garimpeiros que dizem estar ilhados e sem condições de deixar a terra indígena passaram a recorrer ao governador de Roraima, Antonio Denarium (PP), que defende a atuação dos invasores. O governador passou a interceder pelos garimpeiros, inclusive junto ao governo federal.

Denarium afirmou no último dia 29 que os indígenas “têm que se aculturar, não podem mais ficar no meio da mata, parecendo bicho”. O Ministério Público Federal (MPF) abriu um inquérito para investigar a fala do governador, por ter identificado potencial discriminatório no que ele disse.

Garimpeiros têm usado os indígenas de aldeias próximas ou coladas aos garimpos para tentarem algum tipo de apoio na saída do território. Em vídeos, eles dizem que ajudam os yanomamis.

Governo estadual

Neste sábado (4), o Governo de Roraima divulgou vídeos que circulam pelo WhatsApp com registro dos movimentos feitos por garimpeiros, e encampou os pedidos. “São homens, mulheres e crianças que, tendo conhecimento das operações que deverão ocorrer nos próximos dias, resolveram se antecipar e evitar problemas com a Justiça”, diz nota divulgada pelo governo local.

Denarium, que é bolsonarista, fez contato com os ministros Rui Costa (Casa Civil) e José Múcio (Defesa) para comunicar o que estava ocorrendo na terra indígena e para pedir um apoio do governo federal no “recebimento e incentivo a esses trabalhadores que desejam sair de forma espontânea e pacífica”.

A nota do Governo de Roraima não faz menção a Sônia Guajajara, ministra dos Povos Indígenas, que foi a Boa Vista no começo da manhã deste sábado (4) para acompanhar o andamento das ações de emergência em saúde. Ela e sua equipe permanecem no estado até este domingo (5).

Na tarde de sábado, a ministra confirmou que o governo tem conhecimento das tentativas de saída espontânea por grupos de garimpeiros. “É bom que saiam mesmo. Retirar 20 mil garimpeiros demora um tempinho”, disse Guajajara. “Se eles começam a sair, estão corretos. Melhor para todo mundo se saem sem precisar da ação da força de segurança.”

Veja

Postado em 7 de fevereiro de 2023

Bolsonaro diz que pretende voltar ao Brasil ‘nas próximas semanas’ e fazer ‘oposição responsável’ a Lula.

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) disse em entrevista na última sexta-feira que pretende retornar ao Brasil “nas próximas semanas” e fazer “oposição responsável ao atual governo” do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT). A declaração foi feita enquanto Bolsonaro participava do podcast ‘The Charlie Kirk Show’, fundador da organização conservadora TPUSA (Turning Point USA).

Perguntado se “voltará para a política”, o ex-presidente respondeu:

— Tenho que continuar na política. É aquilo [a atividade] na qual me descobri, um pouco tarde, talvez. Mas por ausência de lideranças de direita no Brasil, me vejo na obrigação de coordenar essas novas lideranças que têm surgido para que o Brasil não mergulhe de vez no socialismo ou no comunismo.

Antes de assumir o cargo de Presidente da República, Jair Bolsonaro atuou como deputado federal por quase 30 anos e já se declarou algumas vezes como um “deputado do baixo clero” na época. Segundo ele, sua eleição para comandar o Executivo em 2018 transformou o movimento conservador no país:

— O Brasil não tinha direita. Eu consegui juntar esse povo todo, falar dos valores e da importância deles para o futuro do Brasil. É uma massa muito grande que fará a diferença em eleições futuras — destacou o ex-presidente.

Durante a entrevista, Bolsonaro disse que está sendo bem recebido nos EUA, “em especial pela população brasileira”, e justificou sua ida ao país:

— A minha intenção de vir para cá é ficar afastado do início do governo que assumiu agora. Eu sabia que seria bastante conturbado e eu não queria ser acusado de colaborar com uma forma desastrada de começar aquele governo.

Com informações de O Globo

Postado em 7 de fevereiro de 2023

Apreensão de brasileiros na fronteira dos EUA cai em meio a recorde geral.

Enquanto os Estados Unidos enfrentam uma crise humanitária incessante nas fronteiras, ante números recordes de migrantes tentando entrar no país sem visto, a quantidades de cidadãos brasileiros apreendidos por fazer a travessia de forma irregular despencou entre 2021 e 2022.

Dados da agência de Alfândega e Proteção de Fronteiras (CBP, na sigla em inglês) apontam que, de janeiro a dezembro do ano passado, mais de 3 milhões de migrantes foram interceptados tentando ingressar em território americano sem permissão legal, um aumento de 33% em relação aos 2,7 milhões registrados no ano anterior.

No recorte por origem das pessoas, porém, as de nacionalidade brasileira apresentam tendência inversa. Enquanto em 2021 foram flagrados nessa situação 80,6 mil brasileiros, ao longo de 2022 o número caiu para 37,4 mil –menos da metade.

Uma das hipóteses para isso, de acordo com analistas, é do que seria uma volta à normalidade no fluxo migratório depois de um ano fora da curva; 2021 teria assistido a um boom devido à reabertura das fronteiras, totalmente fechadas no ano anterior como medida de contenção da pandemia de Covid-19.

O movimento de queda foi observado também para cidadãos de países como Guatemala, Honduras, El Salvador e Equador. O recorde de flagrantes pelos agentes de fronteira americanos, por sua vez, se deu pelo aumento expressivo no fluxo de migrantes de nações como México, Cuba, Nicarágua e Venezuela –além da Ucrânia, onde a guerra iniciada pela invasão da Rússia está prestes a completar um ano.

Os dados do CBP incluem apreensões que envolvem, além de casos de expulsão, o encaminhamento para centros de custódia, nos quais os estrangeiros aguardam uma avaliação ou julgamento para a obtenção de asilo para permanecer no país.

Para entrar nos EUA de forma irregular, migrantes em geral enfrentam situações de alto risco ao longo de meses –seja por terra, na fronteira com o México, ou pelo mar. Júnior, 27, que pede para não ter o nome completo publicado por receios quanto à situação nos EUA, ainda irregular, optou por este último caminho, navegando até a costa da Flórida.

Ele deixou Matutina (MG), a cerca de 320 km de Belo Horizonte, em maio de 2021 e só conseguiu entrar em território americano em 31 de dezembro daquele ano. Júnior conta que contratou uma mulher que atuava como “coiote” em Minas, a quem pagou US$ 6.000 (R$ 30,8 mil em valores atuais) antes de sair do Brasil e se comprometeu a repassar US$ 15 mil (R$ 77 mil) ao se instalar nos EUA e conseguir trabalho.

A rota começou com um voo para a República Dominicana, onde o brasileiro esperou quatro meses pelo que agentes definiram como uma boa oportunidade para tentar a entrada clandestina. Na travessia, em um veleiro com capacidade para dez pessoas, mas no qual foram embarcadas 22, o motor da embarcação pifou. “Ali eu vi a morte”, diz Júnior, em referência ao período pelo qual ficou cinco dias à deriva, sem água nem comida.

Um cruzeiro que passava pela região avistou e ajudou o grupo, que mais tarde acabou apreendido pela polícia ao se aproximar das Ilhas Virgens Britânicas. “Foi sorte, porque salvou nossas vidas, mas também o começou do pesadelo.”

Ele diz que foi levado com os demais migrantes a um centro de detenção, onde passaram 45 dias em um quarto sem janelas, sem conseguir avisar a família. “Ficava 24 horas por dia olhando para a cama. No final, nem passava mais nada pela minha cabeça”, conta. “Aí um dias eles nos soltaram e mandaram a gente sair do país [na verdade um território britânico].”

Júnior então deu um jeito de voltar à República Dominicana, mas, por ter perdido a confiança na “coiote” que contratara, decidiu viajar a Nassau, nas Bahamas –onde “é fácil achar quem faça a travessia”, por US$ 8.000 (R$ 41 mil). Lá, depois de algumas tentativas frustradas, conseguiu cruzar de Freeport a Fort Lauderdale, na Flórida, em um trajeto de quatro horas de barco que terminou em um píer de mansões.

Já nos EUA, o destino final foi a Filadélfia, na casa de um tio. “Estava sem tomar banho havia um mês, com as roupas sujas e molhadas, mas consegui pegar um avião –a sorte é que os outros passageiros estavam de máscara”, diz, lembrando que a condição não melhorou quando encontrou os familiares. “Estava nevando na Filadélfia, mas eu só tinha um chinelo de dedo.”

O brasileiro conta que pensou em desistir e se entregar para a polícia algumas vezes, mas hoje acha que o processo valeu a pena. “Foi triste, sofri muito, mas foi um aprendizado. Hoje ganho meu dinheiro e não penso em voltar [ao Brasil]”, diz ele, que trabalha no setor da construção civil.

Naquele 2021, outro fator que intensificou o fluxo de apreensões nas fronteiras foi a mudança de governo, com Joe Biden assumindo a Presidência em janeiro, em substituição a Donald Trump. Mas, como destaca o advogado Felipe Alexandre, especialista nessa área no escritório AG Immigration, a política de fronteiras abertas que se esperava na gestão do democrata acabou não ocorrendo.

Sob a justificativa de conter a circulação do coronavírus, Trump, que já tinha um forte discurso anti-imigração, implementou uma política que ficou conhecida como Título 42, para expulsar migrantes que tentavam entrar na fronteira com o México, sem que eles pudessem pedir asilo no país. Biden tentou derrubar a medida, mas a Suprema Corte a manteve em vigor até a análise final de recursos –o que deve ocorrer até meados deste ano.

Pressionada pela crise humanitária, a gestão democrata anunciou no mês passado uma política de cotas, que aceitará mensalmente 30 mil migrantes de Cuba, Haiti, Nicarágua e Venezuela, e o endurecimento da Título 42, ao permitir a expulsão de cidadãos desses países que tentarem entrar de forma irregular e não comprovarem que têm condições de viver nos EUA.

Yahoo

Postado em 7 de fevereiro de 2023

Terremoto na Turquia: ex-jogador do Chelsea é encontrado com vida e levado a hospital, diz jornal.

Christian Atsu, ex-atacante do Chelsea, foi encontrado com vida depois de desaparecer nos escombros deixados pelo terremoto que atingiu a Turquia nesta segunda-feira. O atleta ganês foi levado a um hospital e está internado com ferimentos no pé direito e dificuldades respiratórias. As informações são do jornal português “A Bola”.

Atsu é jogador do Hatayspor e marcou o gol da vitória do clube turco, no último domingo, nos acréscimos da partida contra o Kasımpaşa pelo campeonato nacional. A cidade de Hatay foi uma das mais atingidas pelo terremoto magnitude de 7,8 na escala de Richter que abalou o sul da Turquia e o norte da Síria.

Aos 31 anos, Atsu está no futebol turco desde o meio do ano passado. Além do Chelsea, o ganês teve passagens por outros clubes importantes do futebol europeu como os também ingleses Everton e Newcastle e o Porto, de Portugal.

Gigantes da Espanha, Real Madrid e Barcelona se solidarizaram com a tragédia na Turquia. Ídolo no país, o ex-meia Alex, atual treinador do Avaí, lamentou a tragédia. O Galatasaray, um dos grandes clubes da Turquia, ofereceu a sua arena, o Nef Stadyumu, para ser utilizado como um ponto de apoio às vítimas.

Lance

Postado em 7 de fevereiro de 2023

Morre advogado que foi baleado pela própria arma durante ressonância magnética em SP.

O advogado Leandro Mathias, que foi atingido por um disparo da própria pistola enquanto acompanhava a mãe em uma ressonância magnética em São Paulo, em janeiro, não resistiu ao ferimento e morreu nesta segunda-feira (6). A informação foi confirmada pela OAB-SP 108ª Subseção de Cotia, na Grande São Paulo.

“É com profundo pesar que a OAB Cotia comunica a todos os colegas advogados a perda inesperada do nosso querido amigo e advogado. Lamentamos a perda e nos solidarizamos com a família neste momento de dor”, escreveu nas redes sociais.

O advogado que defende a família foi procurado pelo g1 e confirmou que o paciente não resistiu.

A morte do advogado causou comoção entre os conhecidos e advogados, que publicaram mensagens de apoio à família.

“Arrasado com esta notícia. Infelizmente, meu amigo partiu para o reino dos céus. A terra ficou pequena com a sua ausência, mas o céu está em festa com a sua chegada, vou sentir saudades das nossas conversas, meu amigo, um dia vamos nos encontrar novamente”, disse nas redes sociais um amigo.

Leandro tinha 40 anos e foi baleado no dia 16 de janeiro, quando acompanhava a mãe no laboratório Cura, na Avenida Brigadeiro Luís Antônio, nos Jardins, região central da capital paulista.

Favorável a políticas armamentistas, Leandro costumava usar seu perfil no TikTok com mais de 7 mil seguidores para tirar dúvidas de internautas sobre arma e também registro de colecionador, atirador desportivo e caçador (CAC).

Em quatro anos de mandato, o governo de Jair Bolsonaro concedeu em média 691 registros de novas armas por dia para CACs (grupo formado por caçadores, atiradores e colecionadores). Foram ao todo 904.858 registros para aquisição de armas entre 2019 e 2022, indicam dados do Exército obtidos pelo g1 via Lei de Acesso à Informação.

Pistola e 30 munições

De acordo com a polícia, ele entrou na sala do exame com uma pistola 9 milímetros, pente extra e 30 munições. Logo que a máquina começou a funcionar, ela puxou a arma como se fosse um imã. Assim que ela bateu no aparelho, houve o disparo. Por pouco, o tiro não atingiu funcionários.

Em nota, anteriormente, o laboratório lamentou o que chamou de incidente e informou que não sabia que o acompanhante estava armado.

Ressaltou também que todos os protocolos de prevenção de acidentes foram seguidos e informou que a paciente e o acompanhante foram devidamente orientados quanto aos procedimentos da ressonância.

O laboratório disse ainda que eles foram alertados sobre a retirada de todo e qualquer objeto metálico para entrarem na sala de exame e que ambos assinaram termo de ciência com relação a essa orientação.

Desde então, Leandro permanecia internado no Hospital São Luiz, também na cidade de São Paulo.

A Polícia Civil investiga o caso como disparo de arma de fogo. Leandro possuía autorização para portar a arma. O 14º Distrito Policial (DP), em Pinheiros pediu que o Instituto de Criminalística (IC) periciasse a arma e o local onde ocorreu o disparo.

G1

Postado em 7 de fevereiro de 2023