Praia, guarda-sol e beira-mar. Foi nesse ambiente que dois vereadores de Jataizinho, no norte do Paraná, discutiram e votaram pelo aumento dos próprios salários, nessa segunda-feira (16/1). Antônio Brandão (PDT) e Bruno Barbosa (Cidadania) participaram da sessão enquanto estavam em Balneário Camboriú, litoral de Santa Catarina, a cerca de 630 km da Câmara Municipal.
Logo no início da sessão, que durou pouco mais de 22 minutos, a dupla chegou a ser fotografada por um colega da Câmara Municipal de Jataizinho enquanto a vídeo-chamada era transmitida em uma televisão.
O local de maior viabilidade técnica à instalação do porto-indústria é o município de Caiçara do Norte, no litoral norte do Rio Grande do Norte, conclui o estudo desenvolvido por pesquisadores da UFRN, cujo relatório foi apresentado à governadora Fátima Bezerra nessa quinta-feira 19. O Governo do Estado, em parceria com a Universidade Federal do RN (UFRN), numa ação inédita, investiu na contratação dos estudos para balizar uma tomada de decisão técnica. O porto-indústria é um equipamento essencial à viabilidade de projetos para exploração de energia eólica offshore (no mar) e a exportação de diversos outros produtos, entre eles o hidrogêni o verde (H2V).
Os estudos de viabilidade técnica, econômica e ambiental apontam o município de Caiçara do Norte como a região que melhor responde aos critérios de área para a instalação desse equipamento no Rio Grande do Norte. O professor Mario Gonzalez, do Departamento de Engenharia da Produção da universidade, coordenou o estudo. Os dados apontam que apenas, na primeira fase de operação do Porto, podem ser gerados ao menos 50 mil empregos no estado.
O estudo de viabilidade é uma condição essencial para a tomada de decisões, seja do ponto de investimentos públicos, ou na busca por potenciais investidores privados. “A transição energética é uma agenda irreversível, e acho que o Rio Grande do Norte não pode perder essa oportunidade. Vai ser muito desafiador, mas não vamos nos acomodar, temos que ter ousadia para pensar no melhor, primeiro para o povo do Rio Grande do Norte, depois para no que isso vai projetar o Brasil”, enfatiza a governadora dizendo que “é papel nosso pensar nas gerações futuras”.
Fátima Bezerra autorizou o início do EIA/RIMA, que é o estudo e relatório ambiental, dando, assim, continuidade aos estudos técnicos para a construção do porto-indústria em Caiçara do Norte, que, segundo o relatório técnico, terá condições de começar a funcionar em meados de 2026.
A perspectiva de 50 mil empregos gerados ainda no início da operação do empreendimento. Ou seja, na primeira fase (de 1 a 4 anos), se dá “porque na primeira fase já teremos o cais, uma retroárea definida, a fabricação de peças e componentes, indústrias instaladas de operação e manutenção, que gera muitos empregos, porque são serviços. Portanto, já estará funcionando”, esclarece Hugo Fonseca, coordenador do Desenvolvimento Energético da Secretaria do Desenvolvimento Econômico (Sedec).
Para a chefe do Executivo estadual, a construção do porto-indústria permite bem mais que a geração de empregos. Com a construção do porto-indústria, o Rio Grande do Norte assume o protagonismo da transição energética no país, avançando na produção de energia sustentável. Com a finalidade principalmente de produzir energia no mar (offshore) e hidrogênio verde (considerado o combustível do futuro), o porto também tem expectativas de trabalhar com diversos outros setores econômicos, como fruticultura, sal, mineração, pesca, óleo e gás, e também de energia eólica, fortalecendo a industrialização do estado. Dada a grandeza e importância do projeto, a governadora Fátima Bezerra afirmou que levará a agenda para o ministro de Portos e Aeroportos, Márcio França.
“Devido ao alto potencial do estado para geração de energia de fontes renováveis, e a tendência mundial para a prática da ‘economia verde’ em todos os setores econômicos, o porto-indústria do RN deveria ter a denominação de Porto-Indústria Verde”, afirma o professor Gonzalez. O conceito de “energia verde” é aquele que trabalha com geração de energia sem grandes impactos ambientais por meio de fontes sustentáveis.
“Os portos dos países mais desenvolvidos estão trabalhando para se transformar em ‘verdes’. Mas aqui já podemos nascer ‘verdes’, dentro dessa perspectiva”, afirma o professor, destacando que um porto-indústria também tem a função de fabricar, armazenar mercadorias, além de preparar mercadorias, por exemplo, para instalação de parques eólicos, como também para movimentar cargas.
A prefeita de Granja, Juliana Aldigueri (PDT), decidiu suspender os gastos com o Carnaval de 2022 para ampliar investimentos na área habitacional. Juliana anunciou, nesta terça-feira (17), o cancelamento da folia com dinheiro público. A estimada da administração do Município é de que as despesas com o Carnaval chegariam a R$ 2 milhões.
“Todos têm direito à diversão e lazer. Sobretudo após dois anos de pandemia. No entanto, entendemos que mais prioritário é o direito a uma moradia digna e a um lar’’, argumentou Juliana, ao destacar, ainda, as medidas a serem adotadas para os recursos que seriam usados no carnaval cheguem mais rápido a quem mais precisa.
Segundo Juliana, como iniciativa para cumprir os tramites legais da aplicação das verbas, a Prefeitura enviou proposta à Câmara Municipal que disciplina o uso dos recursos da festa do carnaval para o programa “Um lote para sonhar, tijolo para começar”.
DOAÇÃO DE LOTES
A prefeitura, de acordo com Juliana Aldigueri, irá doar o lote, o projeto e os respectivos tijolos e outros materiais para que, em regime de mutirão, e com a supervisão do corpo técnico da Prefeitura, comece a construção das 120 casas.
A Prefeitura de Granja abdicou dos investimentos na folia, mas manterá as festividades da Semana do Município, que acontece durante o mês de junho, e o Granchitão, em julho, na sua IX edição, consolidado como o maior São João do Ceará.
A bancada do PP no Senado articula para apoiar o ex-ministro e senador eleito Rogério Marinho (PL-RN) no comando da Casa. O acordo a favor do candidato do PL, de oposição ao governo petista, vai de encontro ao apoio de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) a Arthur Lira (PP-AL) para a Presidência da Câmara.
Lula tinha a expectativa de ter amplo apoio para a reeleição de Rodrigo Pacheco (PSD-MG) no Senado, adversário de Marinho. O petista abriu mão de ter candidato ao comando da Câmara para apoiar a releição de Lira.
No Senado, o candidato do presidente é Pacheco, que também busca ser reconduzido no cargo. O combinado entre Lula e Lira, no entanto, foi deixado de lado ante as negociações entre PP e PL.
Um dos que encabeçam as articulações com o PL na Casa Alta é o senador Ciro Nogueira, presidente do PP.
O 2º vice-líder do partido na Casa, Luis Carlos Heinze (RS), afirmou ao Poder360 que os senadores tendem a fechar questão a favor do PL.
Marinho calcula ter 25 votos a seu favor já com o PP completo. Nas contas de Pacheco, entretanto, ao menos metade da legenda o apoia.
A bancada do PP, que terá 6 senadores neste ano, se reunirá na 3ª feira (24.jan) para bater o martelo sobre o apoio ao ex-ministro. “Todos [senadores do PP] estamos comprometidos com Rogério Marinho, mas não é troca disso ou aquilo. Em princípio, já está fechado isso”, disse Heinze.
O PL –que tem a maior bancada de deputados– argumenta que ao apoiar Lira na Câmara seria natural receber o aceno de volta para o ex-ministro de Jair Bolsonaro (PL). Para o comando do Senado e de congressistas do PP, no entanto, o apoio do PL a Lira na Câmara não garante essa reciprocidade.
A Polícia Militar do Rio Grande do Norte lançou edital para concurso público com 1.158 vagas soldados, segundo anunciou o governo do estado.
A maior parte das vagas (1.128) é para ingresso no Curso de Formação de Praças (CFP). No entanto, também há 30 destinadas ao Curso de Formação de Praças Músicos.
Somente com aprovação em todas as fases do concurso e no curso de formação, o candidato se torna soldado da PM.
O concurso será realizado pelo Instituto Brasileiro de Formação e Capacitação (IBFC).
As inscrições poderão ser feitas da próxima segunda-feira (23) até o dia 22 de fevereiro de 2023, pela internet, no site do IBFC , na aba “Inscrição e 2ª via do Boleto”.
A aplicação da prova objetiva está prevista para o dia 17 de março nas cidades de Natal, Mossoró, Caicó, João Câmara, Nova Cruz e Pau dos Ferros. A duração é de quatro horas.
A prova objetiva terá caráter eliminatório e classificatório e será constituída das seguintes disciplinas: Língua Portuguesa, Raciocínio Lógico, Noções de Informática, Noções de Direito Constitucional, Noções de Direito Penal Militar, Noções de Direito Penal, Legislação Extravagante e Legislação da PMRN. São 10 questões para cada disciplina, totalizando 80.
Além da prova objetiva, também haverá prova física, com barra fixa, “shuttle run”, abdominal remador, salto em distância, e corrida.
No caso dos candidatos a soldado músico, também haverá prova de habilidade técnica relacionada ao instrumento escolhido.
Para concorrer a qualquer uma das vagas, é necessário ter graduação em curso superior, seja de bacharelado, licenciatura, ou tecnólogo.
Durante o curso de formação, o candidato receberá uma bolsa de R$ 1.302. Atualmente, o salário inicial de um soldado da Polícia Militar do RN é de R$ 3.929,01.
O prazo de validade do concurso é de 2 anos, a contar da data da publicação da homologação do resultado final, podendo ser prorrogado, uma vez, por igual período.
A Netflix é a plataforma para assistir filmes e séries mais popular entre os brasileiros, mostrou um levantamento feito pelo JustWatch, o maior guia de streaming internacional.
A empresa detém 30% do mercado brasileiro, segundo dados referentes ao quarto trimestre de 2022.
Ela lidera com 9% de diferença para o segundo colocado, que é o Prime Video, com 21%.
Em terceiro e quarto lugar estão o Disney+ e HBO Max, respectivamente, que, segundo o levantamento, foram as plataformas que mais cresceram no mercado em 2022.
Apesar da sólida liderança da Netflix, a empresa começou o ano com 31%, ou seja, terminou o ano com a perda de 1%. Bem como o streaming da Amazon que tinha 22% do mercado brasileiro.
Enquanto as plataformas da Disney e da HBO tiveram ganhos significativos.
Além disso, a AppleTV+ passou a ser considerada separadamente de “outros” e o streaming do Telecine deixou de existir.
A Netflix é uma veterana no mercado, lançado no Brasil em 2011, enquanto os concorrentes chegaram nos últimos anos.
O próximo a chegar no mercado brasileiro foi o Globoplay, em 2015, e, no ano seguinte, o Prime Video.
Já os demais são mais recentes: os streamings da Disney chegaram em 2019 e 2021; o da Apple estreou no fim de 2021; e o HBO Max também chegou Brasil em 2021, como o Star+.
O líder golpista conhecido como Ramiro dos Caminhoneiros, preso nesta sexta-feira (20/1) pela Polícia Federal, foi acusado por outra liderança do movimento de roubar dinheiro de bolsonaristas.
Ramiro Alves Da Rocha Cruz Junior, candidato derrotado a deputado federal pelo PL de São Paulo, havia pedido doações por Pix para viabilizar a ida de 3.000 ônibus para Brasília. Mas, segundo os bolsonaristas, os veículos nunca apareceram.
Odilon Fonseca, outra liderança do movimento golpista, chegou a gravar um vídeo enquadrando Ramiro sobre o sumiço do dinheiro.
A PF já havia cumprido mandado de busca e apreensão contra Odilon, um filiado do PTB de Mato Grosso que também perdeu a eleição para a Câmara.
Jair Bolsonaro já avisou a interlocutores próximos que não voltará ao Brasil se sua prisão for decretada.
O ex-presidente estuda diferentes possibilidades de países em que tentaria se asilar, mas já foi informado por conselheiros próximos de que não poderia ficar nos Estados Unidos. A Itália tampouco seria um destino seguro.
Bolsonaro já disse que, se um dia for decretada sua prisão, receberia os policiais a tiros. “Atiro para matar”, disse, certa vez, a um ministro do STF.
A promessa do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) de isentar do IR (Imposto de Renda) quem ganha até R$ 5.000 por mês ameaça reduzir de forma significativa a arrecadação federal e torna mais complexa a tarefa de formular um pacote de mudanças ligadas ao tributo. A medida é cobrada por Lula enquanto o ministro Fernando Haddad (Fazenda) busca implementar um pacote para reduzir o rombo nas contas públicas.
Com a falta de reajuste na tabela desde 2015, atualmente todos com renda tributável superior a R$ 1.903,98 por mês pagam Imposto de Renda. A defasagem chega a 148% desde 1996 (quando a atualização integral parou de ser feita), segundo o Sindifisco (Sindicato dos Auditores Fiscais da Receita Federal).
A entidade calcula que a atualização da tabela pela inflação nos últimos 26 anos já elevaria a faixa de isenção para cerca de R$ 4.600. Hoje, quem ganha acima de R$ 4.664 paga a alíquota máxima.
Os economistas da equipe de Lula vinham trabalhando com valores menores para o reajuste da faixa de isenção, entre R$ 2.500 e R$ 3.000. Para chegar aos R$ 5.000 defendidos pelo presidente, o custo calculado ultrapassaria R$ 100 bilhões, com risco de encostar em R$ 200 bilhões.
O valor se aproxima de todo o déficit calculado para 2023, de R$ 231 bilhões. Para reduzir esse buraco, Haddad propôs neste mês um conjunto de medidas para, principalmente, aumentar a arrecadação por meio da reversão de cortes de tributos feitos na gestão de Jair Bolsonaro (PL).
O tamanho da fatura obriga os economistas do governo, que trabalhavam com um aumento mais brando da isenção, a voltarem aos cálculos para evitar um desequilíbrio significativo.
As estimativas de custo com a maior isenção do IR estão sendo feitas por diferentes instituições. A arrecadação como um todo fica comprometida porque o aumento da isenção “empurra” as demais faixas, criando um efeito dominó que reduz a receita do governo. Os valores projetados para essa perda oscilam a depender dos parâmetros considerados.
Também não é possível precisar o impacto real da medida, pois o governo pode não apenas mexer na faixa de isenção, mas também mudar alíquotas, deduções ou benefícios existentes para compensar o rombo causado.
Uma das estimativas mais moderadas é a do próprio Sindifisco. A entidade projeta que o impacto fiscal para cobrir a isenção para quem ganha até R$ 5.000 seria de R$ 21,5 bilhões. O impacto total considerando todas as faixas ficaria em R$ 106,5 bilhões.
O sindicato se posiciona a favor da correção da tabela, mas defende a adoção de medidas progressivas para compensar a perda de arrecadação. Entre elas, a volta da taxação de lucros e dividendos.
Relatório da XP Investimentos, assinado pelo economista Tiago Sbardelotto, estima que o impacto fiscal ficaria entre R$ 122 bilhões e R$ 171 bilhões, a depender das hipóteses de correção das faixas de tributação e das reduções de deduções.
No relatório, Sbardelotto trata das dificuldades para viabilizar o valor almejado por Lula.
“A atual dinâmica das contas públicas não suportaria tal redução de arrecadação, especialmente com o aumento das despesas esperado para 2023”, diz o texto, que traz cenários de autofinanciamento da medida, mas com faixas de isenção menores.
“Se a escolha for pela isenção até R$ 5.000, serão necessárias mudanças na estrutura do imposto, a adoção de alíquotas maiores e o fim de algumas deduções e isenções para que o resultado seja próximo da neutralidade.”
Gabriel Barros, sócio e economista-chefe da Ryo Asset, ex-diretor do IFI (Instituição Fiscal Independente, órgão do Senado que monitora as contas públicas), chegou a valores similares. Projeta um impacto global entre R$ 110 bilhões e R$ 173 bilhões.
“É um valor muito alto e passa a sensação de expansão fiscal desenfreada, sem o cuidado que o tema merece”, afirma. “Acho um equívoco tratar desse tema agora.”
Procurada, a Receita Federal declarou que não divulga dados sobre o tema até que uma medida em relação ao aumento da faixa de isenção seja oficial.
Na última quarta-feira (18), Lula voltou a cobrar uma solução efetiva para a questão. “Meus companheiros sabem que tenho briga com economistas do PT [para garantir a isenção de IR para quem ganha até R$ 5.000]”, disse o presidente em cerimônia pública com sindicalistas.
O que pensam integrantes da equipe de Haddad Durante a campanha, dois economistas que hoje estão no governo se debruçaram sobre a questão do IR. São eles Guilherme Mello, titular da SPE (Secretaria de Política Econômica), e Bernard Appy, secretário especial para a reforma tributária.
Ambos trataram da necessidade de elevar a faixa de isenção, mas em valores menores, e incluíam na estratégia a volta da tributação sobre lucros e dividendos -na tentativa de cobrar mais dos mais ricos, como pede o presidente.
Quando se fala em reforma tributária, é preciso ter em mente quatro categorias de tributos: consumo, renda (incluindo capital), trabalho (incluindo folha de pagamento) e patrimônio. Além das mudanças na cobrança sobre a renda, a equipe pensa em fazer alterações associadas às outras modalidades.
Mello atuou na consolidação das propostas para o programa de governo de Lula. No conjunto, inicialmente, os economistas da coalizão que elegeu Lula trabalharam informalmente com o aumento da faixa de isenção para R$ 3.000, e foram surpreendidos em outubro, ainda durante a campanha, quando Lula avisou que a isenção subiria para R$ 5.000.
O grupo propôs que a volta da cobrança sobre lucros e dividendos deveria ter alíquotas progressivas de forma a equiparar a tributação sobre a renda do capital à tributação sobre a renda do trabalho. Ao mesmo tempo, haveria uma redução da tributação sobre o lucro da empresa.
A proposta anunciada era, ao final, manter a carga total atual e garantir à empresa uma alíquota efetiva dentro da média internacional.
Em nenhum momento foram divulgados os valores das alíquotas ou outros detalhes, sob o argumento de que seria preciso negociar com os parlamentares eleitos.
Neste momento, o Ministério da Fazenda aguarda a eleição dos presidentes da Câmara e do Senado, após o recesso, para avançar com a reforma tributária no Congresso. Haddad já anunciou que a reforma dos tributos sobre consumo vai ser enviada no primeiro semestre, enquanto a reforma que trata da renda seria tratada no segundo semestre.
A proposta de Appy, por sua vez, tinha um maior nível de detalhamento e pode ser vista na íntegra num documento público na internet intitulado “Contribuições para um Governo Democrático e Progressista”.
O principio básico considerado é que o reajuste da tabela é necessário, mas como o custo é elevado e concorre com outras prioridades, especialmente a desoneração da folha de salários para os trabalhadores de menor renda, seria preciso incorporar mudanças conjuntas nas tributações sobre rendas do trabalho e do capital, inclusive com mecanismo para inibir a pejotização (em que o trabalhador se torna uma empresa para efeito tributário e recebe o rendimento com uma tributação inferior à paga por um profissional com carteira assinada).
No que se refere à tabela do Imposto de Renda, o documento sugeriu um aumento mais moderado da faixa de isenção, que subiria para até R$ 2.500. Ao mesmo tempo, seria feita a elevação das demais faixas pela mesma diferença em reais (pouco menos de R$ 600), junto com a revisão dos benefícios.
Para evitar novas defasagens, a tabela passaria a ser corrigida anualmente pela inflação.
Na outra ponta da tabela, haveria criação de uma alíquota adicional, de 35% para quem ganha acima de R$ 15 mil por mês, ou R$ 180 mil por ano. Para evitar a pejotização, em paralelo ocorreriam mudanças na tributação da folha de pagamento e também na tributação sobre ganhos de capital.
Nesse caso, Appy considerou que é preciso rever a tributação sobre renda do trabalhador formal, que é muito elevada, mas sem retornos proporcionais, bem como a tributação sobre sócios das empresas.
“É verdade que as contribuições sobre a folha geram benefícios para o trabalhador, mas, em relação à parcela do salário excedente do teto do salário de contribuição para o INSS [R$ 7.087,22], o pagamento da contribuição não é refletido no benefício previdenciário, cujo valor é limitado ao teto. Para essa parcela do salário, a cunha fiscal é de cerca de 40%, ou seja, o salário líquido do trabalhador é cerca de 60% do custo para o empregador”, diz o texto da proposta.
“Em contrapartida, parcela relevante dos profissionais de alta renda no país recebe a sua remuneração através de empresas dos regimes simplificados de tributação, das quais são sócios. É o conhecido processo de ‘pejotização'”.
No caso da folha de pagamento, foi proposta uma redução em 10 pontos percentuais da contribuição do empregador para a Previdência incidente sobre a parcela dos salários que excede o teto do salário de contribuição.
Ao mesmo tempo, para incentivar a contratação de trabalhadores de baixa renda, haveria uma redução na contribuição para o INSS incidente sobre a parcela correspondente a um salário mínimo. Pela proposta, a contribuição do empregado cairia de 7,5% para 3%; e a do empregador cairia de 20% para 6%.
O pacote de mudanças inclui a redução do Imposto de Renda sobre as empresas a níveis internacionais, acompanhada por outro lado pela tributação não apenas sobre a distribuição de juros e dividendos dos acionistas, mas sobre a renda do capital como um todo.
Isso inclui ganhos com aluguel e aplicações financeiras de modo geral, como Bolsa, fundos de investimentos, CDBs, títulos públicos, inclusive dividendos enviados para outros países, ganhos com instituição de come-cotas e fundos fechados.
Pela sugestão, ficaria isenta para pessoa física a renda de capital de até R$ 500 ao mês. Acima desse valor, a cobrança seria feita em duas etapas.
Haveria retenção na fonte de 15% e arrecadação via declaração anual do Imposto de Renda da pessoa física. Nessa segunda etapa, a cobrança seria escalonada em alíquotas de zero a 22,5%, compensando o tributado na fonte quando fosse o caso. Nessa cobrança anual, seria considerado a soma a renda do trabalho com o que excedesse os R$ 500 por mês da renda do capital.
A progressividade das alíquotas serviria para diferenciar a cobrança sobre o grande e o pequeno investidor ou acionista.
Appy sempre defendeu que um bom redesenho da estrutura de arrecadação deve ter um Imposto de Renda socialmente menos injusto, capaz de contribuir com a redução da desigualdade. Mas, ao mesmo tempo, que seria preciso aliviar a folha de pagamento e a tributação na empresa, o que abriria espaço para o crescimento da economia como um todo.
O bairro de Soho, no centro de Londres, famoso por sua vida noturna, está testando um novo método para impedir os homens de urinar na rua, cobrindo as paredes com uma surpreendente “tinta de xixi” que devolve ao agressor um respingo de sua própria secreção.
As autoridades desse bairro com inúmeros bares, restaurantes e teatros propuseram pintar as paredes de uma dezena de lugares estratégicos com esse líquido peculiar
Isso cria uma camada transparente que repele a urina, uma forma de punir quem decide se aliviar na rua. “É muito eficaz”, disse à AFP a vereadora Aicha Less, demonstrando o efeito de respingo borrifando uma parede com uma garrafa de água.
O Conselho Distrital de Westminster lançou o projeto depois que cerca de 3.000 moradores da área reclamaram de um problema recorrente. “Obviamente, a urina não é agradável e nossos residentes estão com raiva”, explica Less. “Saem de casa de manhã e sentem o cheiro da urina”, acrescenta, insistindo no seu direito “a viver num ambiente limpo e seguro”
A prefeitura local, que decidiu usar a chamada “tinta anti-xixi” após saber de experiências semelhantes na Alemanha, pretende pintar dez paredes em locais estratégicos do Soho. “Esta parede não é um mictório”, diz uma placa nas fachadas pintadas.
As autoridades da cidade gastam quase 1 milhão de libras (R$ 6,45 milhões) por ano limpando as ruas, o que inclui borrifar calçadas cobertas de urina com água. Agora espera-se que essa tinta ajude a reduzir custos. “Vamos ver a diferença em seis meses e se houver menos odor”, diz Less
Maus odores
Embora homens urinando na rua sejam um problema recorrente em muitas áreas noturnas, os moradores do Soho consideram o problema particularmente grave em sua área.
Nesse minúsculo bairro do centro da capital britânica existem mais de 400 estabelecimentos licenciados para a venda de bebidas alcoólicas, dos quais cerca de um quarto funcionam até altas horas da madrugada, afirma Tim Lord, que dirige o grupo de bairro
Cientistas da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) descreveram o terceiro e maior surto causado pelo fungo Candida auris no Brasil.
Os 48 casos confirmados foram registrados em um hospital de Recife, em Pernambuco, entre novembro de 2021 e fevereiro de 2022, segundo da Secretaria de Saúde do estado. Os achados serão publicados na revista científica Frontiers in Cellular and Infection Microbiology.
C. auris é um fungo emergente que representa uma séria ameaça à saúde pública devido à capacidade do microrganismo de resistir aos principais medicamentos antifúngicos.
Análise As infecções por C. auris têm surgido em todo o mundo, muitas vezes com alta morbidade e mortalidade associadas. Os pesquisadores destacam que a disponibilização de metodologias rápidas e com identificação precisa é necessária para a implementação de medidas adequadas de prevenção e controle.
No estudo, os especialistas relatam como a identificação oportuna do tipo de fungo permitiu a rápida detecção dos casos. Ao todo, nove pessoas foram diagnosticados com C. auris. Entre os pacientes, estavam sete homens e duas mulheres, com idades variando entre 22 e 70 anos. O primeiro paciente foi hospitalizado em novembro de 2021, já os cinco últimos deram entrada na unidade em fevereiro de 2022.
O coordenador da pesquisa, Manoel Marques Evangelista Oliveira, do Laboratório de Taxonomia, Bioquímica e Bioprospecção de Fungos do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz), afirma que o diagnóstico oportuno da infecção é um dos principais objetivos da pesquisa de fungos no país.
“O grande foco na pesquisa científica de fungos no Brasil hoje é termos a resposta para os casos suspeitos de infecções fúngicas para ajudar os pacientes”, afirma.
Um sistema de Saúde Única permite um rápido diagnóstico e observamos que houve um baixo número de óbitos entre esses pacientes. Demonstramos que a presença de Candida auris em pacientes não quer dizer necessariamente que eles vão evoluir para o óbito. O fungo pode colonizar o paciente e ainda há medidas para impedir que essa infecção se dissemine nesse paciente
Manoel Marques Evangelista Oliveira, pesquisador da Fiocruz O estudo contou com a participação de pesquisadores da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), incluindo o professor Reginaldo Gonçalves de Lima Neto, e da Secretaria Estadual de Saúde de Pernambuco.
Os perigos do fungo Candida auris O fungo Candida auris é um agente causador de doença oportunista, relatado pela primeira vez no Japão em 2009, em um caso de otomicose. Desde então, foi relatado em todos os continentes, com exceção da Antártica.
O primeiro caso de C. auris no Brasil foi identificado em novembro de 2020, em um paciente de 59 anos, internado em uma unidade de terapia intensiva (UTI) em Salvador, na Bahia. O fungo foi detectado após análise técnica pelo Laboratório Central de Saúde Pública Prof. Gonçalo Moniz (Lacen/BA) e pelo Laboratório do Hospital das Clínicas de São Paulo.
O C. auris é um fungo emergente que representa uma grave ameaça à saúde global, pois algumas de suas cepas podem apresentar resistência aos medicamentos comumente utilizados para tratar infecções por Candida, sendo que alguns estudos apontam que até 90% dos isolados de C. auris são resistentes a fluconazol, anfotericina B ou equinocandinas.
Ao contrário da maioria dos fungos ambientais, o C. auris apresenta tolerância a temperaturas elevadas de 37°C a 42°C. Além disso, conta com uma capacidade de sobreviver a condições ambientais adversas por longos períodos, adaptando-se fora do hospedeiro humano.
Essas características aumentam o risco de surtos hospitalares, uma vez que a colonização e as infecções podem ter origem em fontes ambientais, como dispositivos médicos contaminados e mãos de profissionais de saúde.
O fungo pode causar infecção na corrente sanguínea e outras infecções invasivas que podem ser fatais, principalmente em pacientes imunocomprometidos ou com comorbidades. Outro aspecto negativo é que os pacientes podem permanecer colonizados por esse microrganismo por muito tempo, sem infecção, favorecendo a propagação para outras pessoas e a ocorrências de surtos em serviços de saúde.
Desde março de 2017, o Brasil possui um documento com orientações de como os serviços de saúde (hospitais, clínicas, laboratórios, entre outros) devem proceder para prevenir e controlar a disseminação fungo.
Homens que tomam Viagra podem estar tratando não somente a disfunção erétil, mas também problemas cardíacos e fugindo de uma morte prematura. Pelo menos é o que concluiu um novo estudo publicado no Journal of Sexual Medicine no dia 13 de janeiro. Pesquisadores da Universidade do Sul da Califórnia, nos Estados Unidos, analisaram dados de 70 mil homens adultos, com idade média de 52 anos, que sofreram com disfunção erétil em algum momento da vida. De acordo com os cientistas, o uso da pílula foi associado com uma menor incidência de complicações cardíacas, morte cardiovascular e risco geral de mortalidade.
Os participantes foram dividos em dois grupos: 23.816 faziam o uso do Viagra e 48.682 não tomavam a pílula. Os cientistas descobriram que aqueles que usavam o remédio eram menos propensos a sofrer problemas cardíacos, apresentaram 17% menos probabilidade de sofrer insuficiência cardíaca e 22% menos chance de desenvolverem angina instável, uma dor súbita no peito que ocorre geralmente com o paciente em repouso.
Os participantes que tomaram a pílula também viveram mais em média, com risco de morte prematura caindo em 25% durante o período do estudo.
Os especialistas explicam no estudo que o medicamento é capaz de aumentar o fluxo sanguíneo nas artérias do coração, evitando coágulos, além de melhorar a oxigenação em todo o corpo. Por isso, pesquisas anteriores também relacionaram o uso de Viagra a um menor risco de Alzheimer, que pode ser ocasionado pela falta de fluxo sanguíneo para o cérebro.
Embora os resultados sejam promissores, os pesquisadores não recomendam o uso de Viagra off-label — ele é um tratamento recomendado apenas para casos de disfunção erétil.
TRANSAÇÕES FINANCEIRAS DO MILITAR DO EXÉRCITO QUE ATUAVA COMO AJUDANTE DE ORDENS DO EX-PRESIDENTE FORAM MAPEADAS PELA POLÍCIA FEDERAL POR ORDEM DO STF MILITAR PAGAVA CONTAS DO CLÃ PRESIDENCIAL EM DINHEIRO VIVO AO MESMO TEMPO EM QUE OPERAVA UMA ESPÉCIE DE “CAIXA PARALELO” NO PLANALTO QUE INCLUÍA RECURSOS SACADOS DE CARTÕES CORPORATIVOS PAGAMENTOS ERAM FEITOS EM AGÊNCIA DO BANCO DO BRASIL LOCALIZADA DENTRO DO PALÁCIO ENTRE AS CONTAS PAGAS ESTAVA A FATURA DE UM CARTÃO DE CRÉDITO USADO PELA PRIMEIRA-DAMA MICHELLE BOLSONARO, MAS EMITIDO EM NOME DE UMA AMIGA DELA ÁUDIOS COM A VOZ DE BOLSONARO REUNIDOS PELA INVESTIGAÇÃO, SOB COMANDO DO MINISTRO ALEXANDRE DE MORAES, INDICAM QUE O PRESIDENTE CONTROLAVA E TINHA CIÊNCIA DE TUDO RODRIGO RANGEL E SARAH TEÓFILO 20/01/2023 15:10
As investigações que correm no Supremo Tribunal Federal sob o comando do ministro Alexandre de Moraes avançam sobre um personagem-chave que, por tudo o que se descobriu até agora e por sua estreita proximidade com Jair Bolsonaro, deixará o ex-presidente ainda mais encrencado.
As descobertas conectam o antigo gabinete de Bolsonaro diretamente à mobilização de atos antidemocráticos e lançam graves suspeitas sobre a existência de uma espécie de caixa 2 dentro do Palácio do Planalto, com dinheiro vivo proveniente, inclusive, de saques feitos a partir de cartões corporativos da Presidência e de quartéis das Forças Armadas.
O personagem em questão é o tenente-coronel do Exército Mauro Cesar Barbosa Cid, o “coronel Cid”, ajudante de ordens de Jair Bolsonaro até os derradeiros dias do governo que acabou em 31 de dezembro.
O militar compartilhava da intimidade do então presidente. Além de acompanhá-lo em tempo quase integral, dentro e fora dos palácios, Cid era o guardião do telefone celular de Bolsonaro. Atendia ligações e respondia mensagens em nome dele. Também cuidava de tarefas comezinhas do dia a dia da família. Pagar as contas era uma delas – e esse é um dos pontos mais sensíveis do caso.
Entre os achados dos policiais escalados para trabalhar com Alexandre de Moraes estão pagamentos, com dinheiro do tal caixa informal gerenciado pelo tenente-coronel, de faturas de um cartão de crédito emitido em nome de uma amiga do peito de Michelle Bolsonaro que era usado para custear despesas da ex-primeira-dama.
QUEBRA DE SIGILO PERMITIU MAPEAR TRANSAÇÕES Já era sabido, há tempos, que Cid se tornara alvo dos inquéritos tocados por Moraes, em diferentes frentes. Ainda no ano passado, o jornal Folha de S.Paulo noticiou que mensagens de texto, imagens e áudios encontrados no celular do oficial do Exército levaram os investigadores a suspeitar das transações financeiras realizadas por ele.
Pois bem. Depois disso, Moraes autorizou quebras de sigilo que permitiram revirar pelo avesso as operações realizadas pela equipe do tenente-coronel, muitas delas com dinheiro em espécie, na boca do caixa de uma agência bancária localizada dentro do Palácio do Planalto (foto acima).
As primeiras análises do material já apontavam que Cid centralizava recursos que eram sacados de cartões corporativos do governo ao mesmo tempo em que tinha a incumbência de cuidar do pagamento, também com dinheiro vivo, de diversas despesas do clã presidencial, incluindo contas pessoais de familiares da então primeira-dama Michelle Bolsonaro.
Durante a investigação, os policiais se depararam com um modus operandi que lembrava em muito aquele adotado pelo clã bem antes da chegada de Bolsonaro ao Palácio do Planalto e que, anos depois, seria esquadrinhado pelo Ministério Público do Rio de Janeiro nas apurações das rachadinhas do hoje senador Flávio Bolsonaro, o filho 01 do ex-presidente. Dinheiro manejado à margem do sistema bancário. Saques em espécie. Pagamentos em espécie. Uso de funcionários de confiança nas operações. As semelhanças levaram a um apelido inevitável para as transações do tenente-coronel do Exército: “rachadinha palaciana”.
A certa altura do trabalho, os investigadores enxergaram indícios fortes de lavagem de dinheiro. Chamou atenção, em especial, a origem de parte dos recursos que o oficial e seus homens da ajudância de ordens manejavam.
Para além do montante sacado a partir de cartões corporativos que eram usados pelo próprio staff da Presidência, apareceram indícios de que valores provenientes de saques feitos por outros militares ligados a Cid e lotados em quartéis – sim, quartéis – de fora de Brasília eram repassados ao tenente-coronel. Os detalhes dessas transações ainda estão sendo mantidos sob absoluto sigilo, trafegando entre o gabinete de Moraes e o restrito núcleo de policiais federais que o auxilia nas apurações.
NA BOCA DO CAIXA, DENTRO DO PLANALTO As investigações desceram à minúcia das transações. A partir dos primeiros sinais de que várias delas haviam sido feitas em espécie, os policiais esquadrinharam as fitas de caixa e pediram até as imagens do circuito de segurança da agência bancária onde os pagamentos eram feitos – a agência 3606 do Banco do Brasil, que funciona no complexo do Palácio do Planalto.
Da mesma forma que o MP do Rio conseguiu documentar o notório Fabrício Queiroz, operador das rachadinhas, pagando em dinheiro vivo contas de Flávio Bolsonaro, os policiais a serviço de Alexandre de Moraes foram buscar os registros em vídeo de que pessoas da equipe de Cid, o ajudante de ordens do presidente, eram as responsáveis por quitar – também em espécie, assim como Queiroz – os boletos do presidente, da primeira-dama e de seus familiares.
Estudos recentes apontam que a infecção pelo SARS-Cov-2 eleva o risco de surgimento do Alzheimer de forma significativa. O alerta é do neurologista do Hospital Moinhos de Vento, Alberto Luiz Grigoli e Maia, observando que o processo também atinge outras doenças degenerativas, como o Parkinson. “Ainda existem muitas dúvidas nesta questão e uma das hipóteses é que o processo inflamatório sistêmico gerado pela Covid-19 possa agir como um acelerador da doença degenerativa que já estava presente”, esclarece o especialista. De acordo com Grigoli e Maia, esses são indícios que alertam para a importância do reforço nas medidas de prevenção para idosos, principalmente no que diz respeito à completa imunização.
Além disso, a liberação de novos tratamentos, aprovados por órgãos reguladores internacionais e nacionais, está permitindo construir um cenário promissor para pacientes e cuidadores. Em relação às novidades no tratamento sintomático, destaque da aprovação pela Anvisa, em abril deste ano, para a importação do composto “Cannabidiol Active Pharmaceutical” (de 20 mg/ml). Até então, a aquisição do medicamento era feita somente por importação individual, com a autorização do órgão. Há cerca de dois anos, a substância é usada no controle da agitação psicomotora intensa em quadros demenciais, refratária aos tratamentos convencionais. “A aprovação da venda normal nas farmácias comerciais em nosso meio — efetivada há apenas 3 meses — facilitou muito o acesso dos pacientes ao “cannabidiol”, com excelentes resultados na maior parte dos casos”, esclarece.
A doença
O Alzheimer é uma doença neurodegenerativa ainda sem cura definitiva. Entre as causas, a hipótese amilóide permanece sendo a mais aceita, ou seja, o acúmulo de uma parte desta proteína (fração beta-amiloide) desencadearia um processo inflamatório que leva à progressiva destruição dos neurônios. “Neste sentido, uma das linhas de pesquisa para o desenvolvimento de novos medicamentos é, justamente, a procura de drogas que reduzam a presença desta proteína no cérebro. Um exemplo é a molécula Aducanumab, aprovada em 2021 pela Food and Drug Administration (FDA), a agência reguladora norte-americana”, esclarece o neurologista.
A organização do ambiente para o cuidado dos doentes, o descanso dos cuidadores e a ocupação estimulante dos pacientes também faz a diferença para retardar as perdas cognitivas e minimizar a queda na qualidade de vida. A orientação de um terapeuta ocupacional, já no início da doença, tem um papel essencial. É fundamental, também, que os familiares dos pacientes busquem informações qualificadas, visando o conhecimento e o entendimento da doença e melhores formas de lidar com os desafios frequentes que surgem no dia a dia da família, após o diagnóstico.
O especialista também aconselha a participação em grupos de familiares, pois a troca de experiências com pessoas que já passaram por quadros semelhantes permite compreender que é possível prestar um excelente cuidado, preservando a qualidade de vida e – principalmente – a saúde dos cuidadores.
Observa ainda que o Brasil vive um momento de elevação na expectativa de vida, o que gera o aumento no número de idosos e também a prevalência de patologias típicas desta faixa etária. “É preciso desmitificar a ideia de que o envelhecimento é sinônimo de “demenciar”, compreendendo que a demência é sempre o evento menos provável”, constata.
A prevalência de demências de qualquer tipo aos 60 anos é de 1%. Aos 85 anos, esse índice é de 25-30%. O médico salienta que isso comprova que a menor parte de pessoas acometidas são idosos. Além disso, hoje essas doenças são encaradas como preveníveis.
Filiaram-se o vereador Iranilson Medeiros, Livramento Silva Suplente de vereadora, a digital influencer Raphaelle Schinnaider e Brunno Medeiros, ex presidente Municipal do PSOL em Currais Novos que organizou o partido que elegeu 2 vereadores consecutivos, o Professor Marquinhos em 2016 e o vereador Iranilson Medeiros em 2020.