O Exército de Israel afirmou ter matado neste domingo (15), durante um bombardeio, uma das lideranças do Hamas na Faixa de Gaza.
O que aconteceu Israel afirma ter “eliminado” Matez Eid, que seria comandante da ala de segurança nacional do distrito sul de Gaza . Segundo o exército israelense, Eid foi alvo de um bombardeio neste domingo.
Mais de 250 alvos militares do Hamas foram bombardeados neste domingo, em Israel . A destruição, de acordo com os israelenses, inclui itens de quartéis-gerais, postos de observação e estruturas para lançamento de foguetes.
Israel quer eliminar o topo da hierarquia do Hamas . Segundo o jornal The New York Times , os israelenses miram Yahya Sinwar, principal governante do grupo radical islâmico em Gaza. Ele é apontado por Israel como comandante dos ataques que deixou mais de 1.300 mortos no dia de outubro.
O líder do Hamas, no entanto, não está em Gaza . Ismail Haniyeh, que tem se manifestado publicamente desde o início do conflito, não vive no território palestino, e sim em Doha, no Catar.
A Força Aérea de Israel disse ter lançado 6.000 bombas na Faixa de Gaza na primeira semana de guerra contra o grupo terrorista palestino Hamas . Em média, 1 explosão a cada 2 minutos.
A resposta de Tel Aviv aos ataques do 7 de Outubro já matou mais de 1.900 pessoas no lado palestino. Crianças são um terço das vítimas.
Em toda a extensão da Faixa de Gaza, os bombardeios israelenses atingem alvos civis, como hospitais, campos de refugiados, prédios residenciais, veículos de imprensa e universidades. Ao menos sete jornalistas morreram .
Israel diz que seus alvos são bases do Hamas e que se esforça para evitar danos a civis no território com 2,2 milhões de residentes.
“Estamos todos apavorados”, disse o brasileiro Hasan Rabee , 30. Ele está com a família em Khan Younis, no sul da Faixa de Gaza, para onde milhares de pessoas se deslocaram depois que Israel deu um ultimato aos moradores da região norte.
“Muitos inocentes serão mortos no norte de Gaza. Tenho certeza de que vai acontecer um massacre”, afirmou Rabee.
Na terça-feira (10), um bombardeio de Israel matou 22 membros de uma família em Khan Yunis. Na quinta (12), 45 pessoas morreram sob os escombros de um prédio residencial atingido no campo de refugiados Jabalia.
Também ocorreram bombardeios no posto de controle de Rafah, única rota de fuga para o Egito. As autoridades do Cairo resistem à pressão internacional para abrir uma fronteira e receber os refugiados.
Há pelo menos 22 brasileiros em Gaza que esperam fugir para o Egito para serem repatriados, sem sucesso até aqui.
Além dos bombardeios incessantes, Tel Aviv impôs um cerco total a Gaza e cortou o fornecimento de eletricidade, água e comida. A situação humanitária , que já era aguda antes da guerra, chegou à beira do colapso, e não há previsão de entrega de ajuda humanitária.
Ao menos 423 mil pessoas já deixaram suas casas na Faixa de Gaza ao longo da última semana, segundo as Nações Unidas. Em 1948, quando o Estado de Israel foi distribuído, cerca de 750 mil palestinos foram expulsos de suas casas no território e foram refugiados em Gaza, na Cisjordânia e outras partes do mundo. Três em cada quatro palestinos em Gaza são membros de famílias oriundas de terras do outro lado da fronteira.
Os palestinos agora temem que, 75 anos depois do que chamam de “Nakba” , ou catástrofe, uma nova deslocação em massa ocorre na região acompanhada de um morticínio sem precedentes.
Israel se prepara para invadir a Faixa de Gaza para aniquilar a liderança do Hamas e resgatar a maioria de cem pessoas sequestradas por terroristas no sul de Israel e mantidas como reféns. O grupo terrorista diz que pelo menos 13 árbitros morreram nos bombardeios até agora.
Israel já realizou duas grandes incursões contra a Faixa de Gaza desde a retirada de tropas e colonos de 2005. As operações terrestres contra o Hamas em 2009 e 2014 duraram algumas semanas e terminaram com remessas de soldados israelenses mortos —além das milhares de mortos do lado palestino , a maioria civis.
Uma família brasileira, que já foi vítima de terrorismo mais de duas décadas atrás, está revivendo o mesmo drama com os ataques promovidos pelo Hamas em Israel.
Filha e neta de brasileiros, a jovem Tchelet Fishbein Za’arur (ou Celeste como a família a chama em português), de 18 anos, foi sequestrada no dia 7, e, segundo familiares, está em poder dos terroristas. De acordo com Israel, cerca de 150 pessoas são mantidas como reféns em Gaza.
A mãe de Celeste, Gladys Fishbein, é prima-irmã de Flora Rosenbaum. Em 2001, Flora ficou ferida num atentado, depois que um terrorista suicida detonou uma bomba no momento em que ela passava com a família na frente da pizzaria Sbarro, em Jerusalém.
À época, a explosão deixou 18 vítimas e cerca de cem feridos. Um dos mortos no episódio foi o marido de Flora, Jorge Balazs, de 69 anos. Ela ainda estava acompanhada da enteada Deborah Brando Balazs da Costa Faria, que também sobreviveu.
Celeste não tem nacionalidade brasileira – o pai é israelense – e trabalha como babá. Ela mora num kibutz, próximo da Faixa de Gaza. De acordo com relato de familiares, no dia do ataque, chegou a se esconder num bunker com o namorado, que também segue desaparecido.
A família explica que, até agora, não acharam DNA compatível com o de Celeste entre as vítimas do ataque terrorista.
“Ela entrou com o namorado no bunker e, depois, não tiveram mais notícias deles”, afirma Rinat Balazs, filha de Flora Rosenbaum. Rinat retornou ao Brasil no sábado, 14, num dos aviões da Força Aérea Brasileira (FAB). “Ontem (sábado), o exército confirmou que ela está na lista de sequestrados”, diz.
Na noite do dia 6, sexta-feira, um dia antes do atentado terrorista, Celeste jantou com a avó de 94 anos, a mãe e o irmão. Em seguida, foi para a casa. Os ataques começaram no sábado, 7, por volta das 6h30.
“Foi um ataque de grande escala e, depois, começaram a chegar os terroristas atacando esse e outros lugares da região”, conta Mario Ricardo Fishbein, tio de Celeste . “Eles queimavam as casas para as pessoas saírem e aí disparavam ou sequestravam.”
A última mensagem enviada por Celeste no grupo da família foi por volta de 11h25 do sábado – cinco horas depois do início do ataque. “Depois, não recebemos mais mensagem nenhuma”, diz Fishbein. “De alguma forma ou outra entraram na casa da Celeste, mas não tem marca de sangue. O que quer dizer que não mataram eles dentro do bunker que estavam. Não sabemos qual a situação dela, se está viva ou morta.”
A mãe de Fishbein, a irmã e o sobrinho foram resgatados depois de 20 horas trancados num bunker. “Por sorte, não aconteceu nada grave com eles.”
O Potyguar anunciou seu treinador para a temporada 2024. Será o gaúcho Fernando Tonet, ex-técnico de Globo, Santa Cruz e Alecrim. A informação foi publicada pelo clube em seu perfil nas redes sociais.
O profissional tem 53 anos e possui Licença A CBF para atuar como treinador. Além de conhecimento no futebol potiguar, Tonet tem boas passagens no futebol piauiense, onde trabalhou no 4 de Julho, Parnahyba e Piauí.
No RN, foi vice campeão de turno em 2016 com o Alecrim e conseguiu a vaga para série D com o Santa Cruz em 2018.
Apoiador do evento e participante , o vereador Iranilson Medeiros marcou presença na comemoração dos 25 anos da Fraternidade Germinar em Currais Novos. O evento aconteceu no Aero Clube e contou com a participação de Irmã Maria Raquel e com um público cheio da unção de Deus.
Em agosto, durante sua passagem por Brasilia, a vereadora Rayssa esteve na câmara dos deputados visitando o deputado Fernando Mineiro. Entre suas articulações conseguiu a garantia do deputado viabilizar junto ao Ministério da Saúde a liberação do recurso extra de 420 mil reais para financiar e custear as equipes multidisciplinares em Saúde do nosso município. Recentemente o prefeito Odon também visitou o deputado e reforçou o pleito.
Essa semana o Ministério da Saúde publicou portaria habilitando o município a receber o recurso em breve, que servirá para custear os profissionais dessa ação importantíssima.
Em discurso durante a reunião dos ministros das Finanças e presidentes dos bancos centrais dos países que compõem o G20, nesta sexta-feira (13/10), em Marrakech (Marrocos), o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que o Brasil defende o “multilateralismo do século 21” para resolver questões políticas e econômicas que afligem o mundo neste momento.
Segundo Haddad, a economia global vive “um momento crítico” e o G20 talvez seja “o único fórum global com capacidade para promover o multilateralismo”. Em 2024, o Brasil será o anfitrião da cúpula do G20, depois de ter assumido a presidência do grupo neste ano.
O G20 é o bloco formado pelas 19 maiores e mais importantes economias do mundo e a União Europeia.
“Em vez do triunfo da globalização e de uma ordem mundial liberal centrada no livre comércio, em instituições internacionais baseadas em regras e na promessa de prosperidade para todos, o que vemos hoje é uma crescente fragmentação geoeconômica e um multilateralismo ineficaz, para não falar de uma nova crise da dívida no Sul Global e uma catástrofe ambiental iminente”, afirmou Haddad.
“Precisamos urgentemente melhorar as nossas instituições financeiras internacionais, fazer com que os mais ricos paguem sua justa cota de impostos, tratar do problema da dívida em um número crescente de países da África, Ásia e América Latina, e, de maneira eficiente, mobilizar recursos públicos e privados para uma economia global mais verde e sustentável”, prosseguiu o ministro da Fazenda em seu discurso.
“O G-20 é talvez o único fórum global com capacidade para promover o multilateralismo do século 21 que o Brasil e muitos outros países estão propondo. Isso não se deve apenas à grande parcela do PIB e da população mundial que os países do G20 representam. Mais importante, o G-20 reúne países muito diferentes, do Norte Global e do Sul Global, do Ocidente e do Oriente. Isso é fundamental porque as soluções globais de que necessitamos só emergirão a partir de um diálogo ampliado, envolvendo distintas vozes.”
Em seu discurso, Haddad afirma que é necessário que a comunidade internacional recupere a confiança “em soluções multilaterais” e aprenda “a ver o mundo pela perspectiva do outro”.
“O Brasil tem tradição de facilitar o diálogo e o consenso entre diferentes grupos de países. Teremos grande prazer em trabalhar mais uma vez para ajudar a construir o consenso tão necessário sobre as questões contemporâneas prementes”, concluiu Haddad.
“Casa em ordem” Fernando Haddad afirmou, ainda, que o Brasil colocou a “casa em ordem” neste primeiro ano de governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), com o avanço da agenda econômica no Congresso.
“Em 2023, colocamos a nossa casa em ordem depois de alguns anos turbulentos. Estabelecemos um novo arcabouço fiscal, estamos fazendo uma grande reforma tributária, avançamos em reformas estruturais, reduzimos o desmatamento, renovamos e expandimos programas sociais reconhecidos internacionalmente, como o Bolsa Família, e acabamos de lançar um ambicioso plano de transformação ecológica”, disse Haddad.
“Agora, o Brasil está pronto para se voltar aos desafios globais e promover um diálogo construtivo e produtivo em direção ao multilateralismo do século 21.”
O ministro da Fazenda está no Marrocos para participar da reunião anual do Fundo Monetário Internacional (FMI) e do Banco Mundial. Segundo o Ministério da Fazenda, a viagem do ministro se estenderá até sábado (14/10).
A reunião anual do FMI conta com a participação de ministros da Economia e presidentes de bancos centrais de 189 países.
O bilionário norte-americano Mark Cuban confirmou ter sido vítima de um golpe de phishing. Ele perdeu US$ 870 mil (R$ 4,51 milhões) em NFTs e criptomoedas após baixar um software fraudulento. Entenda o caso e veja como se proteger.
O que aconteceu Empresário diz que você pode baixar carteira falsa. Cuban mantinha seus ativos na carteira digital MetaMask, a principal do mercado. Por engano, acabou fazendo o download de uma versão falsa da carteira e permitiu que cibercriminosos acessassem seus dados.
Perdeu quase toda a sua carteira de criptomoedas. Ele falou ao site DL News que perdeu US$ 8.700 em 10 criptomoedas diferentes. Foram capturados por criminosos cerca de US$ 555 mil nas criptomoedas ethereum e (ETH) e USDCoin (USDC). A USDC é uma moeda digital lastreada em uma moeda fiduciária —neste caso, o dólar.
Phishing é prática comum. A palavra vem de ‘fishing’, pesca em inglês. Basicamente, este tipo de golpe consiste no roubo de dados pessoais e sigilosos por criminosos. Isso pode ser feito ao clicar em links maliciosos enviados via SMS, e-mail ou ao baixar algum software.
Empresário e investidor ainda tem uma grande fortuna. Conhecido por ser um dos “tubarões” no programa Shark Tank, ele tem US$ 5,2 bilhões segundo a Forbes. Sua fortuna vem da fundação e venda de empresas digitais, e ele é dono da equipe de basquete Dallas Mavericks.
Como se proteger do phishing? Verifique a fonte. O investidor precisa ter certeza de fazer o download de fontes confiáveis, como sites oficiais ou lojas de aplicativos legítimos, disse o CEO da plataforma token.com, William Ou. É importante evitar clicar em links suspeitos ou baixar carteiras de criptomoedas de fontes não verificadas. “Mark Cuban comentou ter baixado provavelmente uma versão maliciosa da Metamask, e isso só pode ter ocorrido baixando do site não oficial”, diz.
Veja comentários de outros usuários. Avaliações e experiências de outros consumidores podem ajudar a identificar eventuais problemas e relatos de golpes. É importante fazer isso antes de escolher uma carteira.
Uma das regiões mais densamente povoadas do planeta —são 6.000 habitantes por milhas quadradas, enquanto no Brasil, para comparação, 23— e com um alto percentual de crianças —menores de 14 anos são 40% da população—, a Faixa de Gaza é uma bomba-relógio para impactos de um conflito armado na infância. Ao longo de 16 anos, de janeiro de 2008 a setembro passado (pouco antes, portanto, de eclodir a atual guerra no Oriente Médio ), o conflito entre palestinos e israelenses matou mais de 5.300 pessoas neste pedaço estreito de terra na costa com o Mediterrâneo , segundo dados da ONU . Mais de 1.200, ou 23%, eram crianças.
Na atual guerra entre Tel Aviv e o Hamas , uma facção terrorista que controla Gaza, as cifras percentuais são ainda mais expressivas. Em menos de uma semana, morreram ao menos 1.900 pessoas na região, sendo 614 deles (33%) crianças, segundo balanço do Ministério da Saúde divulgado divulgado na tarde desta sexta-feira (13).
“Quando existe conflito em um país, as crianças são sempre as que pagam o preço mais pesado”, diz Ricardo Pires, porta-voz da Unicef , do Fundo das Nações Unidas para a Infância, em Nova York.
“Quando as casas começam a ser destruídas, elas veem o trauma de uma guerra que nem um adulto teria condições de lidar. Isso para uma criança define o desenvolvimento dela por décadas.”
Gaza, assim, não é exceção —todo conflito armado crava consequências na infância. Mas o território adjacente a Israel e fronteiriço com o Egito contém os agravantes de sua pirâmide etária jovem e de sua infraestrutura deficiente.
A região só tem metade de sua demanda elétrica atendida e, frente ao bloqueio terrestre, aéreo e marítimo decretado por Tel Aviv, viu desaparecer uma pouca eletricidade existente —o que abastece, por exemplo, hospitais com unidades de tratamento intensivo.
Segundo levantamento pelo Unicef, desde 2008 foram identificados, em diferentes momentos, 816 mil crianças que necessitaram de atendimento secundário para saúde mental devido a fatores relacionados ao conflito regional.
“Os hospitais em Gaza estão lotados, não têm mais capacidade de responder à demanda. A situação é caótica e catastrófica, e essa matança de crianças precisa parar”, diz o porta-voz. “Crianças israelenses mantidas reféns [pelo Hamas] também devem ser imediatamente reunidas com seus familiares. A compaixão e o direito internacional devem prevalecer.”
Do lado israelense, o conflito prolongado com os palestinos também vitimou os mais jovens. Tel Aviv não divulgou o número de crianças entre suas vítimas. Mas, segundo o mesmo levantamento da ONU, de 2008 até antes do início desta guerra morreram 25 crianças em Israel como consequência direta das hostilidades.
Tel Aviv também afirma que há crianças mortas nas primeiras comunidades agrícolas atacadas pelo Hamas desde o último sábado (7). Fotos divulgadas pelo governo mostram bebês degolados e carbonizados .
Antigo porto comercial e marítimo, a Faixa de Gaza foi densamente povoada a partir de 1948, ano de formação do Estado de Israel, quando milhares de aldeões árabes, expulsos das áreas que ocupavam, foram para a região costeira. Desde então, estão também os campos de refugiados palestinos —são pelo menos oito em toda Gaza, que reúnem no total cerca de 1,5 milhão de pessoas.
A região que hoje soma 2,2 milhões de pessoas tem ainda uma alta taxa de fecundidade: 3,3 nascidos vivos por mulher. A média global é de 2,3.
“Cada vez mais crianças estão pagando um preço muito caro”, afirma Pires, do Unicef. Traçando um paralelo com a Guerra da Ucrânia , ele lembra que o caso no Oriente Médio é muito mais complexo: a nação do Leste Europeu viu as fronteiras de vários países vizinhos, como a Polônia, abrindo-se para seus refugiados, muitos deles menores de idade . Gaza, não. E a negociação sobre a abertura de um corredor humanitário para retirada de cidadãos parece bloqueada.
No caso ucraniano, onde a guerra passou de dois anos e meio, pelo menos 1.741 crianças morreram , segundo dados do próprio Unicef. Outros 4,1 milhões de crianças precisam de ajuda humanitária dentro do país.
Neste conflito, a infância também esteve no centro do debate em março passado, quando o TPI (Tribunal Penal Internacional) emitiu um mandado de prisão contra o presidente russo, Vladimir Putin , por solicitado ser o responsável pela deportação de crianças ucranianas de áreas ocupadas por Moscou no país vizinho .
Ricardo Pires lembra que também são as crianças mais atingidas em conflitos por toda a África, um continente majoritariamente jovem e aqueles países, em especial na porção Subsaariana, têm altas taxas de fecundidade. No Sudão, hoje em guerra civil , por exemplo, metade da população tem menos de 18 anos.
Nesta sexta-feira (13/10), em um discurso na televisão, o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, prometeu destruir o grupo radical islâmico Hamas, autor dos mais graves atentados terroristas da história de Israel.
“Este é apenas o começo”, disse, referindo-se aos bombardeios de forças israelenses na Faixa de Gaza após o ataque perpetrado pelo Hamas em 7 de outubro.
“Terminaremos essa guerra mais fortes do que nunca. Destruiremos o Hamas e venceremos, mas isso levará tempo”, acrescentou.
O chefe de governo de Israel afirmou que o país conta com amplo apoio internacional para a operação em Gaza, de onde partiram os ataques em solo israelense.
O Hamas é considerado uma organização terrorista por países como Israel, Estados Unidos, Japão e todos os países-membros da União Europeia (UE).
O governo federal tem enviado aeronaves da Força Aérea Brasileira (FAB) para repatriar os brasileiros que estão em áreas de conflito em Israel, após o ataque do grupo islâmico Hamas, no último sábado (7/10). Até esta sexta-feira (13/10), 494 brasileiros retornaram do solo israelense por meio da Operação Voltando em Paz.
Voltaram para o território brasileiro três aeronaves da FAB: dois KC-30 e um KC-390 Millennium. Também retornaram para o Brasil oito pets, sendo três cachorros e cinco gatos.
Outras três aeronaves devem repatriar os brasileiros que estão na área de conflito. Um avião KC-30 decolou de Tel Aviv, capital de Israel, e deve chegar ao Brasil na madrugada deste sábado (14/10).
O governo federal também estuda formas de realizar a repatriação de brasileiros que estão na Faixa de Gaza. A Presidência da República disponibilizou uma aeronave VC-2 para trazer quem está na região. O avião encontra-se em um aeroporto de Roma, na Itália, onde aguarda autorização das autoridades do Egito para concluir a operação.
Segundo o Ministério das Relações Exteriores, pelo menos 22 brasileiros que estão na Faixa de Gaza manifestaram interesse em retornar ao Brasil. O governo pretende resgatar eles por meio de um corredor humanitário entre a região e o Egito.
O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, disse, nesta sexta-feira (13/10), que os brasileiros na Faixa de Gaza poderão deixar a região pelo Egito neste sábado (14/10). A proposta do governo do Brasil é levar de ônibus os repatriados até um “aeroporto muito próximo da fronteira”.
Depois, os brasileiros deverão embarcar em um avião da Força Aérea Brasileira (FAB) ainda em território egípcio — hoje, essa aeronave está em Roma, na Itália, à espera de autorização para seguir até o Egito. “É a única forma de sair”, comentou o ministro sobre o novo planejamento.
Diferentemente de outros voos feitos pela FAB nesta semana, desde a escalada da violência no conflito entre Israel e o grupo extremista Hamas, esse foi impactado pela ordem das forças israelenses para todos os civis evacuarem a Faixa de Gaza.
Eles tinham 24 horas, que acabaram no início desta noite. A determinação indica uma possível invasão das tropas israelenses por terra.
“Desânimo” com tempo de saída
Mauro Vieira declarou “desânimo” com o tempo dado pelas forças israelenses para a evacuação de civis na Faixa de Gaza e as repercussões dessa saída. O pronunciamento ocorreu nesta sexta-feira (13/10), após a sessão do Conselho de Segurança das Nações Unidas (ONU) sobre o conflito armado entre Israel e o grupo Hamas.
“Recebemos com desânimo a notícia de que as forças israelenses pediram que todos os civis — mais de 1 milhão — no norte de Gaza deixassem o local em 24 horas. Conforme declarado pelas Nações Unidas, isso pode levar a níveis de miséria sem precedentes para civis inocentes”, afirmou Vieira.
O ministro também se posicionou a favor de um corredor humanitário no local para a remoção de mais civis e entrada de suprimentos. “O objetivo imediato é claro e imediato: evitar mais derramamento de sangue e perda de vidas, e tentar garantir o acesso humanitário urgente e livre às áreas afetadas”.
O mesmo pedido havia sido feito na quinta-feira (12/10) pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ao falar no telefone com o presidente de Israel, Issac Herzog.
A reunião do Conselho de Segurança, nesta sexta-feira, se encerrou sem consenso para um texto final sobre os civis em Israel e na Faixa de Gaza. Mauro Vieira comandou a agenda, já que o Brasil ocupa a atual Presidência do grupo.
O encontro de hoje foi o segundo desde a retomada dos conflitos entre Israel e o Hamas. O primeiro também acabou sem resolução para a guerra.
Mortos, feridos e reféns
A guerra já ultrapassou a marca de 3 mil mortos, com óbitos registrados em Israel, Palestina e Cisjordânia. Há ainda cerca de 10 mil feridos, sendo 6 mil devido a bombardeios israelenses em retaliação ao ataque do Hamas.
Além disso, as forças de Israel notificaram a existência de ao menos 120 reféns nas mãos do grupo extremista. Os capturados estariam na Faixa de Gaza.
O mundo árabe, representado por todos os seus embaixadores, pediu um cessar-fogo imediato e a abertura de um corredor humanitário em Gaza, reunido do lado de fora do Conselho de Segurança da ONU, nesta sexta-feira
“Para aqueles que pensam que há um único árabe, um único diplomata que não está ao lado da Palestina neste momento, vejam nossa unidade, vejam nossa força”, disse Riyad Mansour, embaixador palestino nas Nações Unidas.
A Arábia Saudita acrescentou um item a mais: o retorno a um processo de paz que resulte na criação de um estado Palestino, com a capital em Jerusalém. No mesmo comunicado fixando sua posição, o reino saudita também se opôs ao deslocamento da população “gazita” (como a chama a bíblia) do norte para o sul de Gaza.
Os sauditas nada comentaram sobre as negociações com os EUA para a normalização de relações com Israel, que vários analistas viram como uma das causas da invasão do Hamas no sábado passado. Novos encontros só deverão ocorrer quando a guerra acabar.
A psiquiatra americana Anna Lembke , de 55 anos, é uma das mais respeitadas especialistas em dependência química da atualidade. Professora da Universidade Stanford e chefe de uma clínica da instituição voltada para o estudo do tema, ela se tornou popular ao falar de vícios e transtornos de saúde mental de forma simples, acessível e esclarecedora. Seu livro Nação Dopamina (Editora Vestígio) é best-seller mundial e, por aqui, se destaca entre os títulos mais vendidos de não ficção. Já a Nação Tarja Preta chegou ao país recentemente como um alerta sobre o crescimento nas prescrições de opioides e psicotrópicos. Nesta entrevista a VEJA, Lembke fala sobre os perigos das chamadas “drogas digitais” (com as redes sociais à frente), os receios quanto à liberalização da maconha e dos psicodélicos — e as implicações sociais de viver em um mundo que estimula a busca por prazeres artificiais.
Em Nação Dopamina , a senhora aborda os vícios de maneira abrangente. Qual a ideia fundamental que norteia sua análise? Que qualquer pessoa pode desenvolver um vício. Na era moderna, é fácil perceber esse problema, porque sabemos muito bem que os celulares, a internet e as mídias digitais são drogas potentes. Elas ativam os mesmos circuitos que as drogas mais tradicionais, como o álcool. Isso significa que liberamos dopamina — nosso neurotransmissor de prazer — no sistema de recompensa do cérebro. Quanto mais dopamina liberada, mais viciante é a experiência.
Por que ainda há um enorme estigma sobre o vício? As sociedades estigmatizam certas condutas para evitar que as pessoas se envolvam em discussões comportamentais. Quanto à adição, o estigma se tornou tão extremo que culpamos e marginalizamos um segmento cada vez maior da sociedade, quando deveríamos trazer isso ao mundo que criamos, onde quase tudo pode se tornar uma droga. Tudo é mais acessível, mais abundante. Em vez de ver a dependência como um problema de força de vontade ou caráter, devemos pensar como uma enfermidade que resulta da incompatibilidade entre nosso maquinário neurológico ancestral e o mundo de hoje. É um problema de saúde pública.
Quem são as pessoas mais vulneráveis às drogas digitais? A maioria de nós consegue perceber que estamos em um vórtice e se autocorrigir, mas de 10% a 15% da população acabará com dependências específicas a essas tecnologias, e necessitará de intervenção profissional. Ainda não temos certeza de quais são os fatores de risco preexistentes, mas é possível que sejam alguns dos mesmos que se aplicam às drogas tradicionais, como ter um pai ou avô biológicos que lidam com o vício. Outros fatores são a pobreza e o desemprego.
“Não vejo como algo irracional conceituar um smartphone como semelhante a um maço de cigarros, em termos de potencial viciante. Todas as escolas primárias deveriam abolir os celulares”
Nosso apego às redes sociais pode estar ligado ao aumento de doenças mentais? Nos últimos vinte anos, vimos um número crescente de pessoas lutando contra a ansiedade, a depressão e, especialmente nas Américas, um aumento nas taxas de suicídio. É claro que os problemas de saúde mental são multifatoriais. Eu nunca diria que é tudo culpa dos meios digitais, mas é uma hipótese razoável que essas tecnologias contribuam para o cenário. Porque vimos, clinicamente, que, quando as pessoas se afastam das redes por um período de tempo, seu humor e os sintomas de ansiedade tendem a melhorar. Há ainda outros riscos à saúde mental em razão do uso exacerbado das redes: em comparação a uma minoria de pessoas, hostilidade, bullying, humilhação, cancelamento, e os algoritmos de inteligência artificial projetados para nos levar a confrontos e conteúdos mais extremos.
Quais são as consequências a longo prazo desse tipo de dependência? Já estamos vendendo as consequências, com taxas recordes de jovens com depressão, ansiedade, automutilação, desatenção, sensação de perda de significado e propósito, e até transtornos de personalidade. A boa notícia é que muitos estão percebendo que o tempo que passam no mundo virtual está, na verdade, piorando suas vidas, e estão gradualmente se desconectando.
A senhora recomenda um “jejum de dopamina”. Como isso funciona? Quando fazemos ou fazemos algo que nosso cérebro se identifica como importante para a sobrevivência, ele libera muita dopamina de uma só vez, a sensação é boa. Com a repetição constante, o cérebro tenta acomodar o aumento causando a produção e transmissão da dopamina, o que resulta num déficit específico. Então, ficamos inquietos com o desejo de usar uma droga, para evitar que nos sintamos miseráveis — em suma, volte a níveis de altura de dopamina. É esse mecanismo que impulsiona aquele desejo de assistir a mais um vídeo no TikTok, por exemplo. A ideia do jejum, uma espécie de desintoxicação, é dar ao cérebro tempo suficiente (cerca de três a quatro semanas) sem altas recompensas para que ele retorne ao nível de dopamina ideal. Isso não cura o vício, mas ao menos mitiga o ciclo e permite a autoanálise de nosso comportamento.
Há algo que os governos possam fazer contra a dependência? Muita coisa. Nos Estados Unidos, o governo já interveio: não permitimos que crianças apostem em cassinos, ou que comprem cigarros e bebida alcoólica, nem que as pessoas fiquem embriagadas e dirijam. Não vejo como algo irracional conceituar um smartphone como semelhante a um maço de cigarros, em termos de potencial viciante. Todas as escolas primárias deveriam proibir os celulares, para garantir que as crianças se concentrassem em aprender. Tem de ser uma política de cima para baixo, vinda dos governos locais e federais, que se aplica igualmente a todos. A China determinou que os jovens não tenham acesso a videogames por mais de três horas semanais, e somente às sextas e nos fins de semana.
Seu segundo livro publicado no Brasil, Nação Tarja Preta , foi escrito em resposta à epidemia de opioides nos Estados Unidos. Como está a questão hoje? Ainda não temos uma situação sob controle. A prescrição de opiáceos diminuiu cerca de 50% desde 2012, mas muitas gerações já tinham tornado dependentes. Muitas pessoas passaram a recorrer a substâncias como heroína e fentanil, que é cinquenta a 100 vezes mais potente que a morfina. E muito mais letal: uma “dose terapêutica” já é muito próxima da dose mortal. Por isso, há taxas crescentes de mortes por overdose relacionadas a opioides, mesmo enquanto corrigimos nossos erros.
Está em curso no Brasil um julgamento sobre a descriminalização da maconha. Qual sua percepção sobre o tema? O principal é que não há evidências confiáveis de que a Cannabis funciona para tratar transtornos de saúde mental, como costuma ser divulgado. Há bons atrativos de que funcionam, sim, para dor, espasmos e alguns efeitos colaterais da quimioterapia. Mas são estudos de curto prazo. É importante considerar as limitações dos dados. Além disso, quando se legaliza qualquer droga, nos tornamos mais acessíveis. Mais pessoas irão utilizá-la, e haverá mais danos. Tem sido assim em diversos países. Muitos apontam Portugal como exemplo de sucesso, mas eles já tinham diretrizes para direcionar as pessoas aos centros de tratamento de dependência, e é por isso que funciona por lá. Não se pode fazer a descriminalização sem ferramentas para corrigir os que serão prejudicados pelo aumento do acesso.
E quanto ao uso terapêutico e medicinal de psicodélicos como a psilocibina, em pauta nos Estados Unidos? Os dados também são extremamente preliminares. Não são evidências legítimas de segurança e são muito limitadas quanto à eficácia ou ao benefício. Ensaios clínicos marcados por impasses metodológicos estão subnotificando os danos — e eles são enormes e imprevisíveis, indo da psicose ao suicídio. Ou seja, é potencialmente perigoso e pode não funcionar melhor do que os medicamentos já conhecidos. A discussão que vemos em torno dos psicodélicos faz lembrar as propagandas enganosas que as empresas farmacêuticas perpetraram no passado, levando à epidemia de opiáceos ao alardear que são eficazes e seguros, desde que prescritos por um médico. Muitas pessoas envolvidas nessas pesquisas fazem parte da indústria que produz essas substâncias, interessadas em ganhar bilhões de dólares com isso.
“É triste trabalhar a matéria que nos ajudam a não comer demais? Bem, estamos nesse ponto da história. O Ozempic evidencia como é difícil ser um humano na modernidade”
Os índices de prescrição de psicotrópicos são mais elevados para grupos mais vulneráveis da sociedade. O que isso revela? Sugiro que estamos tentando remediar problemas sociais graves em vez de resolvê-los, e que mulheres, crianças e pessoas que vivem na pobreza sejam as vítimas disso. E fiquei fascinado com estudos que examinaram os resíduos de esgoto em determinados locais, indicando que nos bairros mais pobres, no mundo todo, há taxas mais altas de pessoas que consomem drogas psiquiátricas. Outros dados mostram, por outro lado, que nos países onde as pessoas têm mais acesso a tratamentos de saúde mental, e onde são prescritos mais remédios tarja preta, as taxas de depressão, ansiedade e psicose estão aumentando. É paradoxal — e assustador.
O Ozempic, medicamento para tratar diabetes tipo 2, tem sido usado como droga para emagrecimento. Como analisa isso à luz de seus estudos? Vivemos em um mundo com abastecimento alimentar superabundante, adulterado com adição de gorduras, açúcares, sais e saborizadores. É um ambiente que conspira para engordar todos nós. O Ozempic e similares ilustram que não se trata de um problema de caráter ou força de vontade individual, mas sim de uma discrepância entre nosso organismo, preparado para a escassez, e o mundo em que agora vivemos. Penso que, em algum nível, todos nós temos transtornos alimentares por causa disso. É triste que alguns recorram a matéria que nos ajudam a não comer demais? Bem, é nesse ponto que estamos na história da humanidade. O Ozempic evidencia como é difícil ser um humano na modernidade.
Seus livros mostram que a sociedade atual evita a dor e o tédio a qualquer custo. Como chegamos a isso? À medida que fizemos do mundo um lugar mais abundante, controlado e confortável, também adaptamos nossa narrativa coletiva e definimos que a dor e a insatisfação são patologias. É uma noção moderna. Até cerca de 150 ou 200 anos atrás, a dor era parte do cotidiano. Também se expandiu a interpretação dos conceitos freudianos sobre o inconsciente e como eventos da infância importantes para a psicologia adulta. Agora, vejo pacientes que até exageraram ou inventaram traumas acidentais por que estão infelizes. Não de forma consciente ou intencional, mas é o que acontece. Vivemos em tempos estranhos.