Em fevereiro do ano passado, Bruce Willis foi diagnosticado com demência frontotemporal, uma doença neurodegenerativa que o afastou das telas e o levou a ser cuidado por sua esposa e filhas.
Nesse sentido, sua esposa, Emma Heming, usa as redes sociais para conscientizar sobre esta rara doença de Bruce Willis; em sua última postagem, incluiu a mensagem que o próprio ator teria gostado de dar e gerou dúvidas se ele realmente pode falar ou não.
O diagnóstico que Bruce Willis recebeu no início do ano passado foi o impulso para que Emma Heming iniciasse uma campanha fornecendo informações e aconselhamento sobre demência frontotemporal. Atualmente, ela está arrecadando fundos e realizando ações para aumentar a conscientização sobre a doença.
No vídeo publicado esta semana, Heming falou para seus mais de 945 mil seguidores no Instagram e compartilhou as últimas atualizações sobre o estado de saúde; ela mencionou duas pessoas que estão pedalando pelos Estados Unidos para incentivar uma mudança no tratamento da FTD. E nesse contexto, imaginou o que Bruce Willis teria dito a respeito.
“Eu imagino o que Bruce teria dito: ‘Espero que lembrem de se manter hidratados’. Eu apoio. Mantenham-se fortes e seguros! Estou muito orgulhosa de vocês”, disse ela. A postagem recebeu milhares de curtidas e mensagens para o ator, que está sob os cuidados de seus familiares. No entanto, suas palavras não passaram despercebidas e geraram todo tipo de dúvidas sobre se o ator de Duro de Matar ainda pode falar ou não.
Alguns dias atrás, sua filha mais velha, Rumer Willis, esteve no programa Today para falar sobre os próximos projetos de sua mãe e mencionou o estado geral de Bruce.
“Ele está muito bem”, ela assegurou, e também compartilhou um lado afetuoso de seu pai, que passa tempo com sua filha mais velha, Lauetta. “Na verdade, eu o vi pouco antes de vir para Nova York. Lou está começando a dar seus primeiros passos e caminhou até ele. Foi muito doce”, ela disse.
É importante destacar que seu círculo mais íntimo, composto por sua esposa atual, sua ex-esposa (Demi Moore) e suas filhas, é responsável por fornecer detalhes sobre a saúde do reconhecido ator, que possui milhares de fãs ao redor do mundo. No entanto, no final do ano passado, o roteirista e amigo de Willis, Glenn Gordon Caron, afirmou que visita Bruce todos os meses e mantém contato direto com sua família. Naquela ocasião, ele revelou que o ator enfrenta certas dificuldades na fala, mas não afirmou que ele a perdeu completamente.
Em uma entrevista ao New York Post, o roteirista de Luz de Lua disse: “Eu tento visitá-lo todos os meses, embora nem sempre consiga… O que torna sua doença tão assustadora é que, se você já passou algum tempo com Bruce, sabe que ninguém tem mais alegria de viver do que ele… Ele amava a vida e adorava acordar todas as manhãs e viver ao máximo.”
“A minha sensação é que entre um e três minutos ele sabe quem eu sou. Ele não é totalmente verbal. Costumava ser um leitor voraz, uma característica que ele não queria que as pessoas soubessem sobre ele, e agora não lê mais. Todas essas habilidades linguísticas já não estão disponíveis para ele, mas ele ainda é Bruce. Quando você está com ele, sabe que é o Bruce e está grato por ele estar lá; mas a alegria de viver se foi”, ele disse naquela ocasião.
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou, na noite desta quarta-feira (3/7), que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) autorizou um corte de R$ 25,9 bilhões em despesas obrigatórias. Lula ainda determinou o cumprimento do arcabouço fiscal.
O corte, conforme anunciou o ministro, ocorrerá por meio de um “pente-fino” em benefícios sociais. “Isso foi feito com as equipe dos ministérios. Não é um número arbitrário, é o número que foi levantado, linha a linha, do orçamento daquilo que não se coaduna com o espírito dos programas sociais que foram criados”, destacou.
Embora o corte esteja programado para o orçamento de 2025, Haddad afirmou que as medidas podem ser antecipadas, a depender do relatório de despesas e receitas do governo que será apresentado neste mês.
“O presidente autorizou levar à frente R$ 25,9 bilhões de despesas obrigatórias que vão ser cortadas depois que os ministérios afetados forem comunicados do limite estipulado para elaboração do orçamento 2025”, disse.
Haddad ainda frisou que há discussão com relação ao arcabouço fiscal e que o Executivo está comprometido com o cumprimento das leis complementares de finanças públicas. “O presidente determinou: ‘Cumpra-se o arcabouço fiscal’”, afirmou o ministro.
Turbulência cambial Nos últimos dias, o governo enfrentou uma onda de reações e críticas diante dos sucessivos aumentos na cotação do dólar. A questão cambial é reflexo da incerteza do mercado em relação à política fiscal implementada pelo governo federal.
Além disso, o presidente Lula reforçou, nos últimos dias, as críticas ao mercado e à atuação de Roberto Campos Neto, presidente do Banco Central (BC).
O mandatário da República endureceu as críticas à atuação de Campos Neto após a taxa básica de juros, a Selic, ser mantida a 10,5% ao ano na última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom).
Nesta quarta-feira (3/7), depois de Lula suavizar o discurso e reforçar o compromisso com a responsabilidade fiscal, o dólar fechou em queda de 1,71%, cotado em R$ 5,56.
O forte avanço do dólar visto ao longo do ano pode ser mais um fator relevante a pressionar a inflação e impactar o consumo das famílias ao longo dos próximos meses, dizem especialistas ouvidos pelo g1.
Ainda que os preços continuem controlados por ora, a tendência é que a somatória entre três fatores pese nos preços ao consumidor neste segundo semestre:
A valorização da moeda americana contra o real, que chega a 14,75% em 2024; A piora na safra agrícola deste ano em relação a 2023; e Os efeitos econômicos da tragédia das enchentes no Rio Grande do Sul (RS). Veja a seguir o que explica o aumento do dólar, e seus impactos na inflação brasileira e no consumo das famílias.
O que está acontecendo com o dólar? Há uma série de fatores que, juntos, ajudam a explicar a forte valorização do dólar nos últimos meses. Desde o final de maio, a moeda americana acumula alta de mais de 6% em relação ao real, refletindo tanto fatores internos quanto o quadro internacional.
ENÁRIO DOMÉSTICO
Por aqui, há questões antigas e novas. Analistas reforçam uma preocupação que vem desde o início do mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), com os cofres do governo. Há dúvidas sobre o quanto a equipe econômica deverá conseguir controlar as contas públicas.
Os últimos dados divulgados pelo Banco Central (BC), por exemplo, indicam que as contas do setor público consolidado apresentaram um déficit primário de R$ 63,9 bilhões em maio deste ano, no segundo pior resultado para o mês da história.
O déficit primário acontece quando as receitas com impostos ficam abaixo das despesas, desconsiderando os juros da dívida pública.
A arrecadação começou o ano em alta, depois de medidas implementadas pelo governo para perseguir um equilíbrio das contas, mas voltaram para o vermelho no acumulado dos cinco primeiros meses de 2024. Agora, há um déficit de R$ 2,6 bilhões, ou 0,06% do PIB, contra um resultado positivo de R$ 28,5 bilhões (0,65% do PIB) no mesmo período do ano passado.
A preocupação crescente com as contas públicas tem mexido com os mercados e colocado o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, em uma corrida contra o tempo para tentar achar espaço no orçamento para um corte de gastos.
Na última quarta-feira (3), Lula chegou a afirmar que “responsabilidade fiscal é compromisso” e que o governo “não joga dinheiro fora”. A declaração, no entanto, vai na contramão com o que o próprio presidente já falou em momentos anteriores, quando afirmou que é necessário avaliar “se a saída é o corte de gastos ou um aumento na arrecadação”.
Além disso, também há um incômodo recente vindo da escalada de estresse causada pelas críticas que Lula tem feito ao BC.
Depois de um início de ano conturbado, Lula voltou a criticar o patamar de juros do país e a condução da política monetária pelo presidente do BC, Roberto Campos Neto. O mercado financeiro acendeu o sinal amarelo, pela preocupação sobre como deve ser a transição para a nova gestão da instituição.
Com o mandato de Campos Neto se encerrando no final deste ano, o governo deve indicar um novo nome para substituí-lo. O temor dos investidores é que a nova diretoria opte por uma condução mais frouxa da política monetária — ou até com interferência política.
No pior cenário, os diretores seriam forçados a trabalhar com juros menores na economia brasileira, o que poderia implicar em uma inflação média mais alta.
Todo esse cenário reduz o apetite dos investidores aos ativos de risco brasileiros. Isso faz com “fujam” para investimentos em dólar como forma de proteção da carteira — fazendo com que a moeda norte-americana se valorize cada vez mais em relação ao real.
▶️ QUADRO INTERNACIONAL
No ambiente externo, ainda pesam as incertezas em relação aos próximos passos do Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA) na condução dos juros da maior economia do mundo.
Isso porque, nos últimos meses, o nível de atividade econômica norte-americana continua com um bom ritmo de crescimento. Isso faz com que os números de emprego e de salários continuem fortes, e deixa mais difícil a missão do Fed de controlar a inflação, que está acima da meta de 2%.
O cenário frustrou as expectativas do mercado financeiro, que esperava uma redução dos juros americanos ainda no primeiro semestre de 2024. O início do ciclo de cortes de juros por lá ainda não tem data para começar.
Atualmente, a taxa básica dos EUA está no intervalo entre 5,25% e 5,50% ao ano, no maior patamar desde 2001. Segundo a ferramenta Fedwatch do CME Group, que reúne as apostas dos analistas para a redução, aponta que a maior parte do mercado (66,5%) projeta que o Fed só comece a cortar os juros na reunião de setembro.
Mas é apenas uma previsão. Nessa semana, por exemplo, a diretora do Fed, Michelle Bowman, reiterou sua opinião de que manter a taxa de juros nos Estados Unidos estável “por algum tempo” provavelmente será suficiente para deixar a inflação sob controle. Na prática, isso significa que o BC norte-americano deve deixar os juros elevados por mais tempo.
Nessa situação, o dólar ganha força. Quando os juros dos EUA estão elevados, a rentabilidade dos Treasuries (títulos públicos norte-americanos), os mais seguros do mundo, é maior. Assim, quem busca segurança e boa remuneração prioriza o investimento no país, e se afasta de emergentes, como o Brasil.
Por que o aumento do dólar pode impactar os preços? A valorização da moeda norte-americana já ultrapassa a marca dos 14% no ano até agora. Um dólar mais caro traz impacto em várias cadeias produtoras brasileiras, e a estimativa dos especialistas é que os impactos nos preços já comecem a surgir.
Segundo o economista-chefe da Associação Paulista de Supermercados (Apas), Felipe Queiroz, a alta do dólar só não teve efeitos significativos nos preços domésticos por enquanto por dois motivos:
Primeiro, porque o setor costuma trabalhar com estoques. Até que acabe o excedente de produtos e os supermercados precisem reabastecer, dificilmente o consumidor sentirá oscilações nos preços. Segundo, porque o segmento costuma fazer operações com hedge (instrumento voltado para proteger o valor de um ativo contra possíveis oscilações de mercado), o que também acaba limitando impactos instantâneos e mais agressivos nos preços. “Mas a tendência é que a gente venha a sentir esses impactos [do câmbio] a partir de julho em diante. Por isso a expectativa é que haja aceleração inflacionária neste segundo semestre”, afirmou Queiroz. De maneira geral, a taxa de câmbio pode ter influência nos preços domésticos em diferentes frentes, como por meio da importação de produtos e insumos ou mesmo pela equiparação dos preços praticados no Brasil com o mercado internacional.
Ou seja, para que não faltem produtos por aqui (principalmente os essenciais), o preço de itens produzidos no Brasil e exportados sobe internamente para acompanhar a variação do dólar.
Um bom exemplo desse quadro é a soja. Apesar de o Brasil ser um enorme produtor do grão, os produtores priorizam a exportação do produto quando o dólar sobe.
Para abastecer o mercado interno, é preciso pagar mais caro. O preço da soja faz subir junto o da ração animal, que traz impactos indiretos a produtores de carne, leite e derivados, por exemplo.
Como isso tudo pode afetar o consumo (e o consumidor)? Segundo especialistas consultados pelo g1, o consumo das famílias tem vindo em uma trajetória positiva desde o começo do ano, em meio aos estímulos feitos pelo governo. É o caso do reajuste do salário mínimo, o aumento do Bolsa Família e o pagamento de precatórios, por exemplo.
“Tudo isso acabou dando um gás para o consumo. Além disso, também temos uma massa salarial crescendo muito, com a população ocupada subindo e queda do desemprego. Com mais gente empregada e ganhando mais, é natural que o consumo aumente”, explica a economista-chefe do C6 Bank, Claudia Moreno. Para os meses à frente, no entanto, a leitura já não é tão positiva. Além do impacto do dólar nos preços, que deve ser visto principalmente nos bens de consumo, há também uma pressão inflacionária vinda dos efeitos climáticos e da tragédia vista no Rio Grande do Sul (RS) na primeira metade do ano.
Os indicadores já começam a mostrar essa pressão. O último dado da inflação oficial do país, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), mostra que os preços subiram 0,39% na prévia de junho, puxados pela alta no grupo de Alimentação e bebidas (0,62%).
Alimentos comuns na mesa do brasileiro contribuíram para a alta, com destaque para a batata inglesa, que disparou 20,61% e a cebola, por exemplo. O arroz também teve aumento (1,47%) — nesse caso refletindo a tragédia no Sul, uma vez que o RS é o maior produtor do grão no Brasil.
A perspectiva de reajustes mais severos em itens essenciais disparou um antigo gatilho do consumidor contra a inflação: as chamadas “compras de pânico”. Elas acontecem quando consumidores temem a falta de um produto nos mercados e acabam comprando mais unidades do que o habitual.
A empresa Neogrid possui um indicador específico que mede a ausência de produtos nas gôndolas dos supermercados brasileiros, o Índice de Ruptura. No mês de maio, por exemplo, ele registrou um aumento ao patamar de 13,4%. Esse é o percentual de produtos em falta em relação ao total de itens do catálogo de uma loja.
Dentre itens específicos, destaque foi justamente o arroz, que passou de 7,6% para 9,7%. Para entender esse número, fica o exemplo: se o mercado vende cinco marcas de arroz e uma delas está faltando em estoque, a ruptura desse produto seria de 20%.
“Parte da população comprou mais e estocou em casa. A atitude provocou aumento da ruptura do produto devido tanto à demanda ter crescido quanto à demora para o reabastecimento”, afirmou em nota o diretor da Neogrid Robson Munhoz. Outros destaques, segundo a Neogrid, foram o detergente (de 7,9% para 8,8%), o café (de 8,1% para 8,8%) e a manteiga (de 5,6% para 6,8%).
Diante do aumento do Índice de Ruptura e das estimativas de que a inflação aumente até o final do ano, a leitura dos especialistas é que o consumo deve arrefecer no segundo semestre.
Para Queiroz, da Apas, a estimativa é a de que os supermercados acabem reagindo às variáveis que interferem no consumo, trazendo promoções quando possível e até promovendo os produtos de marca própria — que também são chamados de “marcas exclusivas”.
Segundo o vice-presidente da Associação Brasileira de Supermercados (Abras), Marcio Milan, a preferência dos consumidores pelos produtos de marca própria já vinha crescendo ao longo do tempo, mesmo antes dessa expectativa de choque de preços.
Essa é uma alternativa frequentemente usada pelos consumidores e que ganhou força após a pandemia, em meio aos fortes aumentos de preços.
“O consumidor passa a procurar alternativas e os produtos de marca própria têm, em média, um preço de 20% a 30% menor do que o [produto] líder, mas com uma qualidade semelhante”, afirmou.
O presidente Lula (PT) vai recriar a Comissão Especial sobre Mortos e Desaparecidos, extinta no final de 2022, no apagar das luzes do governo Jair Bolsonaro (PL).
Essa era uma promessa de campanha do petista, que vinha sendo cobrado por familiares de vítimas da ditadura militar (1964-85) desde que ele assumiu o seu terceiro mandato.
A decisão de Lula será publicada no Diário Oficial da União desta quinta-feira (4). Serão três atos: um despacho revertendo um ato anterior de Jair Bolsonaro (PL), que acabou com a comissão, outro dispensando os integrantes nomeados pela gestão anterior e um último indicando os novos nomes.
O presidente vai também chancelar a escolha de quatro pessoas para integrar o novo colegiado. A procuradora da República Eugênia Augusta Gonzaga vai retomar o posto de presidente da comissão, que exerceu até o primeiro ano do governo Bolsonaro, quando foi exonerada.
A professora universitária Maria Cecília Oliveira Adão será a representante indicada pela sociedade civil. Também tiveram as indicações confirmadas a deputada federal Natália Bonavides (PT-RN) e o representante do Ministério da Defesa, Rafaelo Abritta –que é civil e não militar.
Criada no governo Fernando Henrique Cardoso como forma de reconhecer vítimas do regime, localizar corpos desaparecidos e indenizar suas famílias, a comissão foi extinta no final de 2022 por Bolsonaro, que é defensor do regime militar.
Bolsonaro também tornou o colegiado, ao longo de seu mandato, uma trincheira de militares, que chegaram até mesmo a revogar reconhecimentos já estabelecidos de vítimas do regime. No final do seu governo, ele assinou um despacho dizendo que os trabalhos da comissão estavam encerrados –mesmo havendo ainda um passivo enorme de processos.
De acordo com integrantes do governo, o próprio presidente Lula decidiu pelo momento da recriação da comissão. Além de esta ser uma pauta cara para o presidente –afinal ele próprio foi preso na ditadura militar–, há um julgamento na Corte Interamericana de Direitos Humanos marcado para a próxima semana que jogará luz sobre o tema.
O colegiado deve dar a terceira condenação ao Brasil pela ditadura, no caso, pela morte do estudante Eduardo Collen Leite, mais conhecido como “Bacuri”. Ele foi preso e morto por militares em 1970, após 109 dias de tortura.
Além disso, as vítimas da ditadura militar fazem parte da base eleitoral e sempre apoiaram o presidente Lula.
Neste terceiro governo, havia dois temores de aliados de Lula em retomar a criação da Comissão de Mortos e Desaparecidos. O primeiro era quanto a uma eventual indisposição com militares. Após os ataques golpistas de 8 de janeiro e o avanço das investigações contra a cúpula das Forças Armadas, o governo tentou criar uma relação mais institucional com alas da caserna.
Em outra frente, há um entendimento de que o conservadorismo na sociedade e o bolsonarismo no Congresso estão muito fortes. E, com isso, houve um cálculo político sobre atos do governo que possam repercutir negativamente com parlamentares.
Por isso também foram suspensos os atos para marcar o aniversário de 60 anos do golpe militar. No final de fevereiro, o presidente foi alvo de críticas de associações de familiares de vítimas por uma declaração sobre “tocar o país para frente”, quando questionado sobre o golpe militar.
“Eu estou mais preocupado com o golpe de 8 de janeiro de 2023 do que com 64”, disse Lula, em entrevista à RedeTV!.
Ele também disse na ocasião: “É uma parte da história do Brasil que a gente ainda não tem todas as informações, porque tem gente desaparecida ainda, porque tem gente que pode se apurar. Mas eu, sinceramente, eu não vou ficar remoendo e eu vou tentar tocar esse país para frente”.
Apesar da força da oposição hoje no Congresso, auxiliares palacianos acreditam que a recriação da comissão não enfrentará dificuldades com deputados e senadores.
O Ministério Público Federal, em março deste ano, recomendou a reinstalação da Comissão Especial sobre Mortos e Desaparecidos Políticos em um prazo máximo de 60 dias. O governo não havia respondido oficialmente ainda.
De acordo com auxiliares palacianos, todos os pareceres de ministérios, inclusive a Defesa, foram favoráveis à volta do colegiado.
Quando reinstalada, os trabalhos da comissão devem dar sequência às retificações de atestados de óbito e continuar com os trabalhos na vala clandestina de Perus, descoberta na zona norte de São Paulo nos anos 1990.
O conjunto encontrado em Perus é composto por 1.049 caixas com ossadas, hoje sob os cuidados do Centro de Antropologia e Arqueologia Forense (Caaf) da Unifesp, que capitaneia as pesquisas.
Quando Bolsonaro trocou a chefia do colegiado, substituindo a procuradora por um aliado da hoje senadora Damares Alves (Republicanos-DF), esse foi praticamente o único trabalho que teve continuidade, porque o caso estava judicializado.
A comissão deve ainda abrir frente para novos reconhecimentos, como de camponeses e de indígenas, até hoje não reconhecidos individualmente como vítimas do estado.
O secretário de Transportes do Rio de Janeiro e ex-prefeito da cidade de Duque de Caxias, Washington Reis (MDB), é alvo da 2ª fase da Operação Venire, da Polícia Federal, que investiga suposta fraude em cartões de vacinação da família do ex-presidente Jair Bolsonaro. A PF apura a existência de associação criminosa responsável por crime de inserção de dados falsos de vacinação contra a Covid-19 no Sistema de Informação do Programa Nacional de Imunizações (SI-PNI) e da Rede Nacional de Dados em Saúde (RNDS), do Ministério da Saúde.
Além do ex-prefeito de Duque de Caxias, a Band apurou que a ex-secretária de Saúde do município, Célia Serrano, também é alvo da operação.
Na atual fase são cumpridos mandados de busca e apreensão emitidos pelo Supremo Tribunal Federal, a pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR), contra agentes públicos de Duque de Caxias, no Rio de Janeiro, que seriam responsáveis por viabilizar a inserção de dados falsos de vacinação contra a Covid-19 nos sistemas.
Segundo a Polícia Federal, a ação tem como objetivo, ainda, buscar a identificação de novos beneficiários do esquema fraudulento. Ao todo, são cumpridos dois mandados, nas cidades do Rio de Janeiro e Duque de Caxias.
A Polícia Federal (PF) decidiu indiciar o ex-presidente Jair Bolsonaro em dois inquéritos: o que apura a venda ilegal de joias no exterior e o que investiga a falsificação de cartões de vacinação contra a Covid-19. O pedido de indiciamento do ex-mandatário, segundo apurou a coluna com fontes da cúpula da PF, foi concluído e deve ser remetido à Procuradoria-Geral da República (PGR) nos próximos dias.
Além de Bolsonaro, outros aliados e auxiliares do ex-presidente também estão na lista de indiciametos da Polícia Federal. Entre eles, os advogados Fabio Wajngarten e Frederico Wasseff. O tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, também será indiciado. O militar foi peça-chave nos inquéritos, após fechar um acordo de delação premiada com a PF.
A coluna apurou que, apesar dos pedidos de indicamento, a Polícia Federal não vai requerer a prisão preventiva nem de Bolsonaro, nem dos demais indiciados, como a coluna antecipou em junho.
É grande a expectativa para o desfecho de uma reunião que acontecerá amanhã, no gabinete de Deputado Ezequiel Ferreira, onde poderá ser definida a indicação do(a) vice para compor a chapa com o Pré-Candidato a Prefeito Lucas Galvão.
Um quarto nome na disputa para prefeitura de Currais Novos, pode ser do ex vereador e ex secretário de obras do município Junior Gomes, popularmente conhecido como ” Júnior Jararaca . “ Júnior é irmão do saudoso ex prefeito Geraldo Gomes de Oliveira . O nome de Júnior Gomes é unanimidade no grupo do União Brasil e Republicanos para Pré Candidato a Prefeito em Currais Novos.
Desde a semana passada, quando teve um desempenho fraco em um debate, o presidente dos Estados Unidos e candidato à reeleição, Joe Biden, vem passando por um escrutínio público sobre sua capacidade de governar o país aos 81 anos. Adversários falam em “questões relacionadas à idade”. Mas a idade pode mesmo ser um impeditivo para um bom desempenho profissional?
O primeiro aspecto que os especialistas fazem questão de reforçar é que cada vez teremos mais idosos, e essa mão de obra já importante será ainda mais no futuro. O número de pessoas com 65 anos ou mais no planeta, hoje de 761 milhões, deve mais que dobrar até 2050. No Brasil, segundo o Censo Demográfico de 2022, essa faixa já representa 10% da população — frente a 7,4% em 2010. Nesse mesmo período a idade mediana do brasileiro passou de 29 para 35 anos.
Mas e agora? Todos os octogenários estão bem para continuar ativos e trabalhando? Ou nenhum está?
— Temos pessoas de 80 anos que fazem tudo, são completamente independentes, já outras de 60 que são frágeis, com várias limitações. Então, a idade cronológica realmente não define o indivíduo — afirma a geriatra Lívia Capuxim, titulada pela Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia.
A tendência é cada vez mais ver pessoas como Caetano Veloso, ativíssimo aos 81 anos, o presidente Lula, governando o país aos 78 anos. Aos 94 anos, Fernanda Montenegro segue nos palcos, com apresentações esgotadas em São Paulo.
Por que algumas pessoas envelhecem bem e lúcidas enquanto outras não é, como grande parte das questões de saúde, um fenômeno multifatorial, explica o neurologista Rodrigo do Carmo Carvalho, da Clínica DFVneuro e Hospital Sírio Libanês:
— Tem a ver com aspectos biológicos, com hábitos de vida, doenças cardiovasculares, como pressão alta, diabetes, colesterol, atividade física que fez ao longo da vida, nível educacional, nível socioeconômico e a questão genética. E tem, ainda, o fator circunstancial, como um acidente com sequela neurológica. Essa variabilidade de experiências que alguém tem ao longo da vida é que dita essa diferença. Por isso é difícil de predizer.
Como qualquer pessoa com mais de 15 anos sabe, os anos obviamente deixam uma marca. De acordo com a geriatra Maísa Kairalla, do Núcleo Avançado de Geriatria do Hospital Sírio Libanês, nessa faixa etária é natural ficar mais lento no sentido físico e mental, ter menos músculo e rapidez, ter a debilidade mecânica de um processo degenerativo nas articulações (que faz com que a pessoa digite ou caminhe mais devagar), a velocidade de processamento das informações é mais lenta, a capacidade de abstração é menor, mas você “pode ser independente e capaz de reger tudo isso”.
— O envelhecimento não te torna doente. Mas a incidência de doenças a partir do envelhecimento aumenta. Ou seja, é mais frequente ter demência, artrose, neoplasias, quedas, mas isso não te torna incapaz. Pelo contrário, você pode ser funcional aos 110 anos. A idade cronológica não quer dizer que uma pessoa não possa ser presidente dos EUA ou diretor de uma grande empresa — diz Kairalla.
Assim, as pessoas não devem creditar eventuais limitações à idade e acabou. O secretário do Departamento Científico de Neurologia Cognitiva e Envelhecimento da Academia Brasileira de Neurologia (ABN) e neurologista do Hospital das Clínicas da USP, Adalberto Studart Neto, alerta que quando as pessoas sentem a memória falhando ou estão mais desatentas devem procurar um médico e fazer uma avaliação neurológica. É importante também dar ouvido aos familiares ou assistentes que às vezes percebem antes a diferença.
— A pessoa pode fazer um teste para verificar se há um comprometimento cognitivo (que pode ser leve ou indicar um início de demência) ou se está dentro da normalidade — explica.
Serão avaliadas memória ou capacidade executiva, agilidade mental, planejamento, abstração, rigidez de pensamento, flexibilidade cognitiva, que geram uma capacidade de usar sua capacidade de forma adequada
Se realmente há um comprometimento, a pessoa que está trabalhando, seja um CEO, um engenheiro, um médico, pode começar a se preparar. O ideal seria isso, mas o que acontece é que “as pessoas postergam a procura pelo médico”.
Voz da experiência
Mas não são só problemas que os anos trazem.
— Existem funções cognitivas que declinam, como a memória episódica (o que ia dizer, um nome, o que fez), e a velocidade de processamento cognitivo. Mas tem algumas que melhoram, como a memória semântica, do conhecimento, o vocabulário — afirma Studart Neto. — Ele não tem a mesma velocidade que o jovem, a mesma dinâmica, mas pode ter uma capacidade de decisão mais sólida.
Ou seja, uma pessoa idosa pode não se sair bem num debate, mas isso não quer dizer, necessariamente, que ela não pode administrar um país ao tomar decisões mais bem embasadas.
— Existem certos momentos em que a gente fica mais vulnerável do ponto de vista cognitivo, por exemplo com o excesso de informações. Em um debate, essa vulnerabilidade aumenta. E o segundo aspecto é a pressão emocional. Uma pessoa com mais idade que é submetida a um estresse muito grande vai ter um desempenho menor. Isso pode comprometer pontualmente o desempenho mas não refletir o desempenho numa condição geral — diz Carvalho.
Adaptações
De acordo com Kairalla, teremos um “batalhão do envelhecimento populacional, e vamos precisar desse exército de pessoas trabalhando”. Então, a sociedade vai ter que fazer adaptações para não perder essa mão de obra valiosa.
O primeiro passo, segundo ela, é ter um respaldo médico, as pessoas precisam saber como está a saúde para saber o quanto são capazes de assumir funções. E, para isso, é preciso que esse atendimento seja mais ofertado e que as pessoas busquem por isso. Homens, em especial, pela cultura machista, evitam mais aceitar eventuais limitações da idade, que podem ser simples como usar óculos ou um aparelho de ouvido.
Depois, é preciso que as pessoas e o mercado façam adaptações.
— Quando você chega aos 50 anos não joga mais futebol, vira técnico. Tem que saber quando passar o comando da empresa e virar um conselheiro, medindo sua atuação frente aos seus objetivos e seus resultados. Do outro lado, pode-se adaptar salários, reduzir carga horária, oferecer funções diferentes. O mundo vai precisar se adaptar. Essas pessoas têm um background muito grande de vida — diz a geriatra.
Para se manter saudável mentalmente, segundo Carvalho, manter-se ativo fisicamente tem ação não só preventiva, mas traz melhora cognitiva. É preciso também manter a saúde física boa, controlar alimentação e sono, ter hábitos saudáveis e manter-se ativo mentalmente.
Studart Neto encerra lembrando um simpático filme de 2015 chamado “Um Senhor Estagiário”, em que Robert De Niro interpreta um aposentado que começa a trabalhar como estagiário num site que vende roupas. Sem entender de moda ou tecnologia, ele mostra o que só os anos ensinam.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) anunciou que planeja se reunir com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, nesta quarta-feira (3), para discutir a recente alta do dólar. O diretor de Política Monetária do Banco Central, Gabriel Galípolo, também participará do encontro.
“É um absurdo. Obviamente, a subida do dólar me preocupa, mas é uma especulação. Há um jogo de interesse especulativo contra o real. Tenho conversado com as pessoas sobre o que vamos fazer. Estou voltando quarta-feira e teremos essa reunião. Não é normal o que está acontecendo”, afirmou o presidente.
Após dias de viagem por outros estados, Lula voltou a Brasília ontem a noite. Durante suas visitas, ele concedeu entrevistas a rádios locais e criticou o presidente do Banco Central e a política monetária. Lula reiterou suas preocupações em relação a Roberto Campos Neto, sugerindo que ele tem um viés político.
Recentemente, o presidente mencionou que o preço do dólar tem subido devido a processos de especulação financeira e sugeriu que o Banco Central investigasse essa questão.
A disparada do dólar, que começou em junho, se mantém nos primeiros dias de julho. A moeda bateu R$ 5,70 nesta terça-feira (2), após ter fechado na segunda-feira a R$ 5,64, maior valor em dois anos e meio. Com isso, a alta acumulada chega a 6,43% em junho e 15,14% no primeiro semestre, o maior salto neste ano entre os países emergentes e também a mais alta variação ante o real desde 2020.
Embora Lula tenha anunciado a reunião para quarta-feira, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, esclareceu que o encontro será exclusivamente para tratar de questões fiscais. “Nossa agenda com o presidente amanhã é exclusivamente fiscal. Aqui na Fazenda, estamos trabalhando em uma agenda fiscal para apresentar propostas para o cumprimento do arcabouço 2024, 2025 e 2026″, afirmou Haddad.
Ele também descartou medidas de controle para conter a alta do dólar, como o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) nas operações de câmbio.
Questionado pela imprensa sobre o dólar estar em níveis elevados, Haddad atribuiu ao que chamou de “ruídos”. “Atribuo isso a muitos ruídos. Precisamos comunicar melhor os resultados econômicos que o país está alcançando”, explicou.
Caso Joe Biden desista da candidatura, Michelle Obama é o único nome democrata capaz de vencer Donald Trump nas eleições de novembro nos Estados Unidos, segundo pesquisa eleitoral da Reuters em parceria com o Ipsos, divulgada nesta terça-feira (2/7).
O levantamento mostra que a ex-primeira-dama venceria Trump por 50% a 39%, caso disputasse a eleição. Michelle, no entanto, já declarou diversas vezes que não pretende concorrer ao cargo.
Segundo a pesquisa, nenhum dos outros nomes cotados para substituir Biden no pleito conseguiriam vencer o candidato republicano em um confronto hipotético.
A atual vice-presidente dos EUA, Kamala Harris, ficou atrás de Donald Trump, com 42% a 43% das intenções de voto respectivamente.
Já o governador da Califórnia, Gavin Newsom, aparece três pontos percentuais atrás do republicano. Enquanto o democrata surge com 39%, o republicano aparece com 42%.
Outro nome ventilado para substituir Biden, a governadora do Michigan, Gretchen Whitmer, recebeu 36% de apoio contra 41% de Trump.
Além disso, o levantamento aponta que um em cada três democratas acreditam que Joe Biden deve desistir da eleição após o desempenho questionável no debate contra Trump.
Apesar das críticas, o atual presidente dos Estados Unidos afirma que não pretende desistir da disputa. Publicamente, o Partido Democrata tem expressado apoio a Biden. Contudo, existem rumores na mídia norte-americana de que a sigla discute substituir o atual candidato após a enxurrada de críticas após o embate com Trump.
Os alimentos ultraprocessados, guloseimas e salsicha devem ser incluídos no chamado “imposto do pecado” no relatório da regulamentação da reforma tributária. A intenção do IS (Imposto Seletivo) é que ele seja aplicado sobre produtos prejudiciais à saúde e ao meio ambiente, para desestimular o consumo. No entanto, o texto da regulamentação enviado pelo governo inicialmente previa taxar apenas cigarros, bebidas alcoólicas e bebidas açucaradas e gaseificadas, veículos e a extração de bens minerais e petróleo.
O relatório final do grupo de trabalho, elaborado por sete deputados, foi entregue ao presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), na noite de terça-feira (2). A intenção é que o projeto seja apresentado nesta quarta-feira (3). Lira tem manifestado o desejo de votar a regulamentação antes do início do recesso parlamentar, marcado para 17 de julho.
Durante a audiência pública sobre o Imposto Seletivo (IS), Thiago Barreto, secretário executivo da Abraco (Associação Brasileira de Saúde Coletiva), ressaltou que o consumo desses produtos está aumentando não apenas entre adultos, mas também entre crianças. As recomendações da OMS (Organização Mundial da Saúde) e do Guia Alimentar para Crianças Menores de dois Anos do Ministério da Saúde, publicado em 2019, são de que menores de dois anos não devem consumir esses alimentos.
A emenda proposta pela Abraco sugere que o Imposto Seletivo incida sobre bolachas, biscoitos, panificados doces, embutidos (carnes ultraprocessadas), guloseimas como chocolates, balas, gomas de mascar, achocolatados, caramelos e sorvetes.
“Quando tratamos da possibilidade da tributação seletiva, devemos lembrar: ultraprocessados são formulações industriais que não são essenciais à alimentação, mas muitas vezes são usados em substituição a alimentos saudáveis”, afirmou.
“Defendemos a inclusão das categorias de bolachas, biscoitos e panificações doces, assim como de guloseimas, por serem preponderantes entre o público infantil. Com relação aos embutidos, as carnes ultraprocessadas, além da forte prevalência no consumo da população, sua relação com o câncer é um agravante quanto à nocividade, sendo classificado pela Agência Internacional de Pesquisa em Câncer da OMS, como ‘comprovadamente’ associado ao câncer”, completou.
Letícia de Oliveira Cardoso, diretora do Departamento de Análise Epidemiológica e Vigilância de Doenças Não Transmissíveis do Ministério da Saúde, destacou o aumento no consumo de alimentos ultraprocessados. Ela mencionou dados do Estudo Nacional de Alimentação e Nutrição Infantil (Enani), que revela que 80% das crianças de 0 a 5 anos consomem esses alimentos regularmente.
“A tributação é uma das medidas mais custo efetivas nos moldes de padrão de consumo, tendo em vista os custos que trazem para o SUS. Como eu mencionei, por exemplo, hoje nós temos um gasto com doenças relacionadas ao tabagismo de R$ 128 bilhões, sendo que arrecadamos R$ 12 bilhões, ou seja, arrecadamos 10% do custo que esse produto causa em doenças. Em termos de consumo de bebida alcoólica e alimentos ultraprocessados também é essa a situação”, disse.
Ela ainda citou doenças que esses aliementos podem desencadear. “A doença renal crônica hoje custa, em termos quantitativos de hemodiálise, na casa de bilhões de reais. Por ano, gastamos R$ 2 bilhões no SUS para tratar um doente renal crônico que fica preso a uma máquina de hemodiálise. E essas consequências não são só custos para a saúde. Essas consequências vão onerar a família, porque essa pessoa não vai conseguir trabalhar”, completou.
Indústria é contra imposto seletivo Paulo Solmucci Júnior, presidente da Abrasel (Associação Brasileira de Bares e Restaurantes), criticou a proposta de taxação de bebidas açucaradas, argumentando que o setor já enfrenta uma carga tributária elevada.
“Hoje, 80% [das empresas do setor de bares e restaurantes] já não conseguem pagar imposto federal e 60% não conseguem pagar imposto estadual. O setor não consegue comportar mais nem repasse de preço para o consumidor, porque estamos há uma década corrigindo os nossos preços abaixo da inflação média”, afirmou.
“O consumidor não tem poder de compra para receber aumento de preço. Portanto, o aumento de preço implica redução de margem para nós e repasse a menor. Isso está sacrificando um setor que deu uma contribuição importantíssima para a sociedade durante a pandemia, além de ser um setor que gera cinco milhões de empregos e tem dois milhões de empreendedores”, completou.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) vai lançar nesta quarta-feira (3) o Plano Safra 2024/25 para agricultura empresarial e familiar. Segundo o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, o Safra 2024/25 terá R$ 475,56 bilhões em recursos disponíveis para financiamentos de pequenos, médios e grandes produtores.
O valor é 9% maior que o ofertado na safra anterior, de R$ 435,8 bilhões. Do montante, R$ 400,585 bilhões serão destinados para a agricultura empresarial e R$ 74,98 bilhões para a agricultura familiar.
O lançamento será feito em duas etapas: de manhã, o pacote para a agricultura familiar, enquanto o Plano Safra 2024/25 empresarial será divulgado no período da tarde, no Palácio do Planalto. O presidente Lula afirmou que “há uma política de financiamento do governo extraordinária” para o agronegócio.
“Serão dois grandes programas de financiamento, juros subsidiados, para que as pessoas possam continuar trabalhando, porque eu acho que nós temos que levar em conta que o agronegócio hoje é responsável por grande parte da riqueza deste país, e é importante que continue assim”, disse o presidente.
Segundo divulgado, o custo com equalização de juros do Plano Safra terá um aumento de 23%, totalizando R$ 16,7 bilhões. Para a agricultura empresarial, o Tesouro Nacional destinará R$ 6,3 bilhões para equalização de juros, em comparação aos R$ 5,1 bilhões da safra atual.
Já para a agricultura familiar, o investimento será de R$ 10,4 bilhões, ante R$ 8,5 bilhões liberados no ano passado.
O governo federal deve também somar fontes de crédito rural para aplicação em Cédulas de Produto Rural (CPRs) no número geral do Plano Safra 24/25. Com isso, o valor total de recursos disponibilizados aos produtores no período de julho de 2024 até o fim de junho de 2025 será de R$ 582 bilhões.
Briga por recursos O planejamento inicial do ministério da Agricultura era atingir só com o Plano Safra 24/25 mais de R$ 500 bilhões, mas o montante teve que ser reduzido depois de alguns debates com a equipe econômica do governo.
O delegado Paulo Ferreira da Polícia Civil de Currais Novos deflagrou na tarde desta terça-feira (2) uma operação que contou com apoio das delegacias de Acari, florânia e 13º BPM. Sete pessoas foram conduzidas. A operação era em cumprimento ao mandado de busca e apreensão de um adolescente que praticou ato infracional análogo a Latrocínio que vitimou o vigilante Juvenal morto a tiros em 27 de fevereiro de 2024.
Durante as diligências outras pessoas foram flagradas com armas de fogo. O delegado ainda está nos procedimentos (17h25).
O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) afirmou nesta segunda-feira (1º), por maioria, que os candidatos nas eleições municipais de 2024 podem utilizar no nome de urna marcas ou siglas de empresas privadas.
O plenário respondeu a uma consulta feita pela deputada Simone Marquetto (MDB-SP). Ela questionou ao TSE se a proibição de marcas e produtos em propagandas eleitorais, que já é prevista pelas regras eleitorais, se estende também ao nome da urna.
Para a maioria dos ministros do TSE, a proibição relativa à propaganda eleitoral não se estende ao nome de urna. Prevaleceu o entendimento do relator, ministro Raul Araújo. Ele frisou que não há regra expressa que proíba a presença de marca associada a empresas como parte do próprio nome do candidato na urna.
Em seu voto, Araújo acrescentou que tal prática é usual no Brasil, em especial em eleições municipais, quando costumam se multiplicar candidatos como “Fulano do Posto” e “Cicrana da Farmácia”, por exemplo.
Seguiram o relator os ministros Nunes Marques, Isabel Galloti e André Mendonça. Ficaram vencidos os ministros Floriano de Azevedo Marques, André Ramos Tavares e Cármen Lúcia, presidente do TSE.
“Há uma exploração indevida dessas marcas, que se convertem em propagandas. Devemos evitar que o uso de siglas e expressões, que são de abrangência pública, beneficie de forma abusiva alguma candidatura”, disse Cármen Lúcia, que ficou vencida.
No mesmo julgamento, o TSE reforçou, por unanimidade, o entendimento de que marcas, produtos e siglas de empresas privadas não podem ser utilizadas em nenhuma peça de propaganda eleitoral. A regra foi inserida em resolução em 2019.