Putin visitará a Coreia do Norte a partir desta terça (18) pela 1ª vez em 24 anos

O presidente da Rússia, Vladimir Putin, visitará a Coreia do Norte nesta terça (18) e quarta-feira (19) pela primeira vez em 24 anos, disseram os dois países, sublinhando a crescente parceria entre as potências desde a invasão russa na Ucrânia.

O líder norte-coreano Kim Jong Un fez um convite a Putin durante uma visita ao Extremo Oriente Russo em setembro passado. Putin visitou Pyongyang pela última vez em julho de 2000.

Em Washington, nos Estados Unidos, a Casa Branca disse estar preocupada com o aprofundamento do relacionamento entre a Rússia e a Coreia do Norte. O Departamento de Estado americano disse estar “bastante certo” que Putin procurará armas para apoiar a guerra na Ucrânia.

O conselheiro de política externa de Putin, Yuri Ushakov, disse que a Rússia e a Coreia do Norte podem assinar um acordo de parceria durante a visita que incluiria questões de segurança.

A autoridade disse que o acordo não seria dirigido contra qualquer outro país, mas “delinearia perspectivas para uma maior cooperação, e será assinado tendo em conta o que aconteceu entre os países nos últimos anos no campo da política internacional, no campo da economia, levando em conta questões de segurança.”

O ministro da Defesa russo, Andrei Belousov, o ministro das Relações Exteriores, Sergei Lavrov, e o vice-primeiro-ministro Alexander Novak, farão parte da delegação.

Depois da Coreia do Norte, Putin visitará o Vietnã de 19 a 20 de junho, disse o Kremlin. Ambas as visitas eram esperadas, embora as datas não tivessem sido anunciadas anteriormente.

A Rússia tem feito de tudo para divulgar o ressurgimento da relação com a Coreia do Norte desde o início da guerra na Ucrânia, causando alarme entre os Estados Unidos e os seus aliados na Europa e na Ásia.

Washington afirma que a Coreia do Norte forneceu armas à Rússia para ajudá-la a combater na Ucrânia, embora Pyongyang e Moscou tenham negado repetidamente.

O porta-voz do Departamento de Estado americano, Matthew Miller, repetiu na segunda-feira (17) as acusações de que a Coreia do Norte forneceu “dezenas de mísseis balísticos e mais de 11 mil containers de munições à Rússia” para uso na Ucrânia.

Miller disse que os Estados Unidos viram Putin “ficar incrivelmente desesperado nos últimos meses” e recorrer ao Irã e à Coreia do Norte para compensar o equipamento perdido no campo de batalha.

“Então, tenho certeza de que é isso que ele está fazendo”, acrescentou o porta-voz americano.

O vice-secretário de Estado dos EUA, Kurt Campbell, disse na semana passada que Washington estava preocupado com o que a Rússia daria em troca à Coreia do Norte.

“Moeda forte? É energia? São capacidades que lhes permitem desenvolver seus produtos nucleares ou de mísseis? Não sabemos. Mas estamos preocupados com isso e observando com cuidado”, afirmou a autoridade.

Para Putin, que afirma que a Rússia está travando uma batalha existencial com o Ocidente sobre a Ucrânia, cortejar Kim permite-lhe provocar Washington e os seus aliados asiáticos.

Monitores das Nações Unidas concluíram que pelo menos um míssil balístico disparado da Rússia na Ucrânia em janeiro foi fabricado na Coreia do Norte. Autoridades ucranianas dizem ter contado cerca de 50 desses mísseis entregues à Rússia pela Coreia do Norte.

“A lista de países dispostos a receber Putin é mais curta do que nunca, mas para Kim Jong Un esta visita é uma vitória”, disse Leif-Eric Easley, professor da Universidade Ewha de Seul.

“A reunião não só melhora o estatuto da Coreia do Norte entre os países que se opõem à ordem internacional liderada pelos EUA, como também ajuda a reforçar a legitimidade interna de Kim”.

O vice-ministro das Relações Exteriores da Coreia do Sul, Kim Hong-kyun, discutiu a visita de Putin a Pyongyang em um telefonema de emergência com Campbell na sexta-feira (15), disse o Ministério das Relações Exteriores de Seul.

O ministério expressou preocupação de que a visita resultasse em mais cooperação militar entre Pyongyang e Moscou, que, segundo ele, viola as resoluções da ONU.

A Rússia afirma que cooperará com a Coreia do Norte e desenvolverá relações da forma que escolher e que nenhum país lhe dirá o que fazer, muito menos os Estados Unidos.

Putin e Kim
O Conselho de Segurança da ONU, onde a Rússia exerce poder de veto, impôs sanções à Coreia do Norte depois de Pyongyang ter realizado o seu primeiro teste nuclear em 2006.

Especialistas dizem que desde então Pyongyang continuou o desenvolvimento de armas nucleares e a produção de materiais físseis nucleares.

Em março deste ano, a Rússia vetou a renovação anual de um painel de peritos que monitoriza a aplicação das sanções dasNações Unidas. O embaixador da Coreia do Sul na ONU comparou esse movimento a “destruir a Televisão Central da China para evitar ser pego em flagrante”, violando as sanções.

A Rússia afirmou que as potências mundiais precisam de uma nova abordagem à Coreia do Norte, acusando os Estados Unidos e os seus aliados de tentarem “estrangular” o Estado recluso.

Jenny Town, do programa 38 Norte que estuda a Coreia no gabinete estratégico, Stimson Center, de Washington, disse que a aproximação da Rússia a Pyongyang faz parte dos esforços para construir uma alternativa a uma ordem mundial liderada pelos EUA.

“Há razões para acreditar que a Rússia vê valor na Coreia do Norte como parceiro militar nessa guerra contra o Ocidente, o que os incentiva a fazer mais além dos negócios de armas para complementar os esforços de guerra da Rússia na Ucrânia”, disse a especialista.

Para a Coreia do Norte, a sua relação com a Rússia traz apoio à ONU, bem como “resultados imediatos e tangíveis” em termos de cooperação e comércio econômico, militar e agrícola que os países não têm desde a década de 1990, acrescentou Town.

Kim viajou para a Rússia de trem em 2019 e novamente no ano passado, quando o líder norte-coreano e Putin brindaram com vinho russo.

CNN

Postado em 19 de junho de 2024

Ofensiva do governo Lula contra Campos Neto eleva expectativa sobre placar do Copom

A ofensiva de integrantes do governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) pela queda dos juros na véspera da decisão do Copom (Comitê de Política Monetária) aumentou a expectativa do mercado financeiro sobre o placar dos votos do colegiado do Banco Central.

A principal aposta continua sendo a de que o colegiado decidirá nesta quarta-feira (19) de forma unânime pela manutenção da taxa básica de juros (Selic) no atual patamar de 10,5% ao ano. Mas a possibilidade de novo racha no grupo ganhou força depois das declarações de Lula contra Roberto Campos Neto, presidente do BC.

As atenções dos economistas estarão voltadas para o posicionamento dos quatro indicados pelo governo Lula –em especial para o voto de Gabriel Galípolo. Ex-número 2 do ministro Fernando Haddad (Fazenda), o diretor de Política Monetária do BC é o favorito a assumir o comando da autoridade monetária ao término do mandato de Campos Neto, em 31 de dezembro.

Na reunião desta quarta, Galípolo enfrentará um dilema. Um voto mais conservador seria bem recebido pelo mercado financeiro, mas poderia desagradar Lula —o que poderia colocar em risco sua potencial indicação à presidência do BC.

Por outro lado, optar pela flexibilização dos juros aumentaria a desconfiança no mercado quanto à possibilidade de um BC mais leniente no combate à inflação na próxima gestão. Isso provocaria uma deterioração ainda maior das expectativas.

A incerteza às vésperas do Copom refletiu no preço dos ativos, com o dólar atingindo R$ 5,432 nesta terça (18). A tensão aumentou depois que Lula afirmou, em entrevista à rádio CBN, que Campos Neto tem lado político e que trabalha para prejudicar o país.

“Não pode continuar com taxa de juros proibitiva de investimento no setor produtivo. (…) Que o Banco Central se comporte na perspectiva de ajudar esse país, não atrapalhar o crescimento”, afirmou o presidente.

O chefe do Executivo não foi o único a colocar o presidente do BC na mira. O secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda, Guilherme Mello, comentou em evento promovido pela CNN Brasil que a Selic, em nível restritivo, inibe a captação de recursos da poupança e a concessão de crédito.

A ofensiva do governo ganhou força depois que se consolidou a visão do mercado financeiro de que haverá uma pausa no ciclo de redução da taxa básica. Na segunda (17), a pesquisa Focus mostrou a expectativa de que não haverá mais cortes de juros neste ano.

CREDIBILIDADE DO BANCO CENTRAL
Para Luiz Fernando Figueiredo, ex-diretor do BC e presidente do conselho da Jive Investments, quanto maior a pressão feita pelo governo sobre a autoridade monetária, mais dura terá de ser a atuação do Copom.

“É muito ruim esse ataque porque está atacando a instituição. Está atacando o custo da redução de inflação. Ou seja, esses ataques ampliam o custo da política monetária, porque o Banco Central vai ter que ficar o tempo todo se mostrando crível”, disse.

O economista afirma que, se o BC não se mostrar firme, haverá uma grande piora das expectativas de inflação. Ele vê como pouco provável um novo racha no colegiado, mas diz ser possível um dissenso diante da atual discussão.

Alexandre Schwartsman, ex-diretor do BC e consultor da A.C. Pastore, considera que “aumentou o custo” da ala minoritária votar em alinhamento com o presidente Roberto Campos Neto. Diz também que vê Galípolo mais pressionado a se posicionar, ponderando o risco de perder a indicação ao comando da autarquia.

Luis Otávio Leal, economista-chefe e sócio da G5 Partners, diz que é possível ver o copo meio cheio ou meio vazio nessa discussão.

“No primeiro caso, os ataques do Lula podem reforçar o sentimento institucional da diretoria, reforçando a chance de unanimidade. No segundo caso, se tivermos interesses pessoais envolvidos, poderíamos ter uma divisão, sim”, disse.

Apesar da pressão, ele ainda espera que a decisão seja unânime. “Se não for, pioram as expectativas de inflação, porque o medo do mercado de um BC politizado a partir de 2025 vai se cristalizar”, afirmou.

A artilharia contra o BC também foi reforçada no Congresso. Líder do governo no Senado, o senador Jaques Wagner (PT-BA) fez coro com Lula e criticou a ida do presidente do BC a um jantar oferecido pelo governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), na semana passada.

“O presidente fez críticas a algo que acho que não é pertinente à liturgia do cargo de presidente do Banco Central. Não me consta que o presidente do Banco Central nos Estados Unidos saia em favor de quem quer que seja participante de ato político. Não é próprio. É próprio do presidente da República, não do presidente do Banco Central”, disse.

“Se a autonomia é para isso, ela está sendo mal utilizada. Não estão compreendendo o que quer dizer autonomia do Banco Central”, acrescentou.

Como mostrou o Painel S.A., Campos Neto sinalizou aceitar ser ministro da Fazenda caso Tarcísio entre na disputa pelo Palácio do Planalto.

Aliado de Lula, o senador Renan Calheiros (MDB-AL) trouxe o episódio ao debate e também fez referência ao fato de Campos Neto ter trajado a camisa da seleção brasileira –símbolo associado aos apoiadores de Bolsonaro– nas eleições em 2022.

“Eu defendi a autonomia do Banco Central, mas essa é uma independência para todos, para política, para mercado, para autoridades”, disse.

“Não sei se a independência do Banco Central, com todo respeito, se compatibiliza com posicionamentos do atual presidente do Banco [Central], quando ele vai vestido de pijaminha votar no dia da eleição indicar em que candidato ele estava votando, quando ele vai participar de uma reunião no governo de São Paulo, e se colocar como provável futuro ministro de um futuro candidato à presidente da República”, completou.

A discussão respingou até nos especialistas chamados para comentar os efeitos da PEC (proposta de emenda à Constituição) sobre autonomia orçamentária do BC, em debate no Senado.

O economista Paulo Nogueira Batista Junior, que foi diretor-executivo no FMI (Fundo Monetário Internacional), em Washington, e vice-presidente do Novo Banco de Desenvolvimento, o banco dos Brics, falou em “desconforto” de Lula com o comportamento de Campos Neto.

“O que o presidente da República, no meu entender, manifestou foi um desconforto com a dificuldade de coordenar a política monetária com o resto da política econômica e com a política fiscal”, disse.

“Esse desconforto foi agravado a meu ver pelo comportamento do presidente do Banco Central, que foi mencionado aqui pelo senador Renan [Calheiros], pelo senador Jaques Wagner, que dificilmente pode ser conciliado com a posição de um presidente de uma entidade autônoma”, acrescentou.

Folha de São Paulo

Postado em 19 de junho de 2024

Quase 600 muçulmanos morrem devido a forte calor durante peregrinação a Meca

Centenas de peregrinos morreram durante a peregrinação muçulmana à Meca, chamada de hajj, que acontece este ano sob temperaturas extremas, segundo informes de diplomatas na Arábia Saudita. A peregrinação começou na última sexta-feira (14).

Dados reunidos pela agência de notícias AFP contabilizaram 577 mortes de peregrinos no hajj deste ano até o momento. Dentre as vítimas, estão peregrinos do Egito, Tunísia, Indonésia, Irã, Senegal e Jordânia.

A TV estatal saudita informou que as temperaturas, previstas para chegarem a até 48ºC, subiram na segunda (17), chegando a 51,8ºC na sombra na Grande Mesquita em Meca.
Dos 577 mortos, ao menos 323 são egípcios, que morreram por doenças provocadas pelo calor, afirmou um dos diplomatas ouvidos pela AFP. Um deles morreu após um tumulto na multidão de pessoas no local. O balanço é do necrotério do hospital de bairro Al Muaisem da cidade saudita.

Segundo os diplomatas ouvidos, também foram registradas mortes de 60 pessoas da Jordânia.

O relatório obtido pela AFP não informa se as mortes ocorreram depois do início oficial do hajj, na última sexta, ou se já tinham sido registrados falecimentos antes, entre os peregrinos que chegaram com antecedência ao local.

Neste ano, o hajj atraiu cerca de 1,8 milhão de peregrinos, incluindo 1,6 milhão do exterior, segundo autoridades sauditas.

Para a peregrinação deste ano, autoridades locais adotaram medidas para ajudar os peregrinos a suportar o calor no país desértico, incluindo a instalação de nebulizadores na área externa e guardas borrifando água nos fiéis.

Segundo o porta-voz do Ministério da Saúde saudita, Mohammed al-Abdulali, no ano passado o governo atendeu mais de 10 mil peregrinos com problemas vinculados ao calor. Ao menos 240 peregrinos morreram na peregrinação do ano passado, sendo a maioria cidadãos da Indonésia.

Peregrinação à Meca
O hajj é um dos cinco pilares do Islã e determina que um muçulmano peregrine a Meca ao menos uma vez na vida, caso tenha condições de fazê-lo.

A peregrinação, ou hajj, começa com o rito do “tawaf”, que consiste em dar voltas na Kaaba, a estrutura cúbica preta na direção da qual todos os muçulmanos do mundo rezam, localizada no coração da Grande Mesquita.

Depois, os fiéis seguem para Mina, um vale cercado por montanhas rochosas a vários quilômetros de Meca, onde passarão a noite em tendas climatizadas.

A prática é uma fonte de prestígio e legitimidade para a Arábia Saudita, cujo rei leva o título de “Guardião das duas mesquitas sagradas” de Meca e Medina.

Os vistos para Meca são autorizados pela Arábia Saudita seguindo um sistema de cotas por país. Muitos muçulmanos, carentes de meios para obtê-los, conseguem chegar ao local, mas não tem acesso às instalações climatizadas para atenuar os efeitos do calor.

G1

Postado em 19 de junho de 2024

Bilionário planeja recriar visita ao Titanic 1 ano após implosão de submersível

O bilionário Larry Connor, 74, nascido nos Estados Unidos e com patrimônio líquido estimado em US$ 2 bilhões (R$ 10,8 bilhões), anunciou duas metas: recriar as expedições turísticas ao naufrágio do Titanic, que descansa a cerca de 3.800 metros nas profundezas do oceano Atlântico, e reabilitar a imagem do setor após as cinco mortes provocadas pela implosão do submersível Titan, há um ano.

“Quero mostrar às pessoas do mundo todo que, embora o oceano seja extremamente poderoso, ele pode ser maravilhoso, agradável e realmente mudar sua vida se você o fizer da maneira correta”, disse ele ao americano The Wall Street Journal.

Investidor do setor imobiliário, Connor tem também um histórico extenso de experiências radicais: só nos últimos três anos, ele viajou ao espaço, foi a uma das regiões mais profundas do oceano e quebrou recordes ao saltar de paraquedas a uma altura de 38.139 pés (aproximadamente 11,6 km), segundo a revista Forbes. Agora, planeja transformar o turismo de aventura com as expedições submarinas.

A implosão do Titan em uma tentativa de visitar os destroços do Titanic continua estimulando debates sobre os padrões de segurança para embarcações do tipo. Um ano depois da tragédia, entretanto, o caso ainda está longe de ter um desfecho jurídico. As investigações não foram concluídas, e ninguém foi responsabilizado pela Justiça.

O Titan perdeu contato com a superfície em 18 de junho do ano passado. O desaparecimento provocou curiosidade e desencadeou um frenesi midiático em todo o mundo. Comentaristas especularam por quanto tempo a tripulação poderia sobreviver sem energia e sem ajuda. Uma operação robusta de busca e resgate vasculhou as profundezas do oceano. Quatro dias depois, a Guarda Costeira dos EUA anunciou que os destroços haviam sido achados, e os passageiros mortos numa “catastrófica implosão”.

O inquérito começou em 23 de junho, um dia depois de anunciada a catástrofe. Em um primeiro cronograma, a Guarda Costeira americana esperava que as investigações terminassem em até 12 meses. Mas o prazo teve de ser estendido, e agora a instituição diz que não há uma data para conclusão.

“Vários fatores ampliaram o prazo original para a investigação, incluindo a necessidade de contratar duas missões de salvamento para garantir provas vitais, além dos extensos testes forenses necessários, o que levou a atrasos”, disse a Guarda Costeira em comunicado. Segundo a instituição, o processo continua na fase de apuração, com a coleta e análise de materiais e de informações.

As poucas testemunhas, as tecnologias incomuns usadas no submersível e a necessidade de testar materiais em condições extremas são outros fatores que dificultam o esclarecimento da tragédia, disse Jason Neubauer, investigador-chefe do caso. Ao pedir mais cautela, ele ponderou que um relatório do tipo costuma levar de dois a três anos para ser concluído.

Sabe-se que Stockton Rush, CEO da OceanGate, a empresa proprietária do Titan, escolheu materiais para economizar, pulou etapas e esnobou várias mensagens enviadas por especialistas que alertavam para a insegurança da embarcação. Nos meses seguintes à tragédia, novos estudos e documentos que vieram à tona reforçam a negligência do empresário americano, também piloto do submersível que implodiu.

Documentos obtidos pela revista americana Wired mostram que Rush mentiu ao menos uma vez sobre o atraso no cronograma das expedições ao Titanic. Em entrevista a um blog de tecnologia em 2019, o empresário atribuiu a demora a problemas com a legislação —na verdade, a empresa teria adiado o projeto devido a rachaduras que apareceram no casco do submersível depois de alguns mergulhos.

Outras trocas de email também mostram que Rush demitiu funcionários que apontaram problemas, tirando de seu caminho qualquer pessoa que pudesse atrapalhar o seu plano considerado inovador. “O Titan e seus sistemas estão muito além de qualquer coisa atualmente em uso. Cansei das organizações do setor que tentam usar o argumento de segurança para impedir que a inovação e os novos participantes entrem neste mercado pequeno”, escreveu o americano em uma das mensagens, ainda segundo a revista.

No campo acadêmico, várias pesquisas apontam falhas no design e nos materiais escolhidos para o Titan. Pesquisadores da Universidade de Houston e da Universidade de Minnesota, por exemplo, usaram um modelo computacional para prever quando pequenos defeitos em vários materiais podem provocar “falhas catastróficas”. Ao The Independent, um dos autores disse que a implosão do submersível pode ter sido consequência de microdeformações no casco da embarcação, formado por fibra de carbono.

“É sabido que, sob compressão, as fibras desses compósitos são suscetíveis a microfissuras. […] Se o casco do Titan sofreu esse tipo de dano […] durante os mergulhos, a rigidez e resistência teriam diminuído significativamente”, disse o pesquisador Roberto Ballarini à publicação britânica. O artigo científico foi publicado em abril na revista acadêmica Proceedings of the National Academy of Science.

Enquanto as causas da implosão ainda são apuradas, as autoridades precisam lidar com a desinformação. No ano passado, uma suposta transcrição das comunicações entre o submersível Titan e sua nave-mãe sugeriu que vários alarmes foram disparados antes da implosão e que os viajantes lutaram para voltar à superfície. O documento, falso, foi visto milhões de vezes.

Depois de quase um ano de investigação, o chefe da equipe do governo federal dos EUA que investiga o desastre disse no começo do mês que toda a transcrição é uma ficção. Ele e sua equipe não encontraram sinais de que os tripulantes tivessem recebido qualquer aviso da implosão catastrófica.

Além do americano Stockton Rush, 61, outras quatro pessoas morreram na implosão: o bilionário britânico Hamish Harding, 58, presidente-executivo da empresa Action Aviation, o empresário paquistanês Shahzada Dawood, 48, vice-presidente do conglomerado Engro, e seu filho Suleman Dawood, 19, e o francês Paul-Henri Nargeolet, 77, mergulhador especialista no Titanic.

As operações do OceanGate estão suspensas desde a catástrofe do ano passado. Aproveitando-se do vácuo no setor, outros investidores bilionários já se voluntariam para recriar a expedição de visita ao naufrágio do Titanic, caso do bilionário americano Larry Connor. Por ora, não há, contudo, previsão para que algum projeto saia do papel, tampouco garantias de que será seguro.

Folha de São Paulo

Postado em 19 de junho de 2024

Coreia do Norte promete “apoio total” à Rússia em guerra contra Ucrânia

O líder da Coreia do Norte, Kim Jong Un, prometeu apoio total à Rússia na guerra contra a Ucrânia. A declaração foi dada nesta quarta-feira (19), pouco tempo após a chegada do presidente russo, Vladimir Putin, ao país. Ele foi recebido por autoridades e moradores em uma cerimônia oficial na Praça Kim Il Sung, no centro de Pyongyang.

“Prometemos total apoio e solidariedade ao governo, exército e povo russos na realização da operação militar especial na Ucrânia para proteger a soberania, os interesses de segurança e a integridade territorial”, disse Kim Jong Un.

Putin agradeceu ao líder norte-coreano pelo apoio, afirmando que Moscou está lutando contra décadas de políticas imperialistas impostas pelos Estados Unidos. Ele garantiu que ambos assinarão um acordo para impulsionar a parceria e expandir a cooperação econômica e militar entre os países, em uma frente unida contra Washington.

Essa é a primeira viagem de Putin à Coreia do Norte em 24 anos. A visita levanta preocupações no Ocidente, já que confirma a crescente parceria de Moscou com o Estado norte-coreano em meio à guerra na Ucrânia.

Desde o início do ano, os Estados Unidos vêm acusando Pyongyang de fornecer armas e munições para a Rússia atacar a Ucrânia, em troca de assistência económica e transferências de tecnologia para o programa de armas nucleares e mísseis. Tal cooperação, segundo a Casa Branca, pode resultar em implicações de segurança preocupantes para a Península Coreana e para a Europa.

SBT

Postado em 19 de junho de 2024

Bebida alcoólica é barata no Brasil? Veja resultados de pesquisa sobre o consumo dos brasileiros

Seis em cada dez brasileiros são favoráveis ao aumento de impostos e do preço das bebidas alcoólicas como forma de reduzir o consumo e ajudar as pessoas a beber menos. A maioria (67%) considera barato o preço desses produtos. O apoio a outras medidas preventivas também é grande. Dois terços (66%) da população, por exemplo, defendem o aumento da idade legal para beber, 58% defendem a proibição de publicidade na TV, rádio e redes sociais e 57% são a favor da redução do horário em que bebidas alcoólicas possam ser compradas e consumidas.

A conclusão é de um levantamento nacional realizado pela Vital Strategies, organização internacional de saúde pública que atua em 73 países. Foram ouvidos 1.001 brasileiros com 18 anos ou mais, de modo a representar todo o país, entre 8 de março e 11 de abril deste ano. A margem de confiança é de 95%.

A pesquisa subsidia a campanha “Quer uma dose de realidade?”, que a Vital Strategies e a ACT Promoção da Saúde lançam nesta terça (18), em Brasília, para sensibilizar parlamentares para a regulamentação do imposto seletivo sobre bebidas alcoólicas na reforma tributária.

O texto da reforma está na Câmara dos Deputados para as revisões finais. Entre as mudanças previstas, está a tributação de bebidas por volume e teor alcoólico, com alíquotas que serão definidas até 2026. A ideia é que a alíquota do chamado “imposto do pecado” seja maior sobre um litro de vodca (com teor alcoólico de 50%) do que sobre um litro de cerveja (5%), por exemplo.

A campanha, que inclui outdoors e painéis no aeroporto de Brasília, nas vias de acesso à Esplanada dos Ministérios, Banco Central e Congresso Nacional, apresenta imagens de pessoas impactadas pelos danos causados pelo álcool, com legendas como: “O álcool é um dos maiores causadores de câncer de mama e de cólon – Parlamentar, se o álcool provoca mortes, tem que pagar mais imposto”.

Quase metade (46%) dos entrevistados na pesquisa considera o consumo de álcool um grande problema social. Entre os danos à saúde pública, são mencionados aumento no risco de acidentes de trânsito (96%), violência contra a mulher (95%) e abuso infantil (85%), maior risco de quedas e lesões (93%), doenças hepáticas (91%) e homicídios (90%).

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), o álcool está associado a mais de 3 milhões de mortes no mundo por ano e contribui com mais de 5% da carga global de doenças e lesões. Ele também é um importante fator de risco para as DCNTs (Doenças Crônicas Não Transmissíveis), entre elas câncer e doenças cardiovasculares, além de distúrbios mentais e comportamentais.

“Chama a atenção a percepção muito clara da população sobre os diversos tipos de danos sociais causados pelo álcool e a compreensão de que a tributação é um instrumento hábil para dar conta disso”, diz Pedro de Paula, diretor-geral da Vital Strategies Brasil.
Ao menos 148 países no mundo já aplicam impostos especiais como forma de desincentivar o consumo. Antes da guerra, por exemplo, a Ucrânia era um caso sucesso, com uma redução de venda de bebidas destiladas na ordem de 63% em oito anos_a alta de preço nas vendas foi de 120% no mesmo período.

Segundo Pedro Paula, ao colocar um tributo que tem um valor relativo por quantidade de álcool, a população vai perceber o que faz mal na bebida. “Qualquer quantidade faz mal e, progressivamente, quanto mais álcool você beber, mais mal fará.”

Para a OMS (Organização Mundial de Saúde), não existem limites seguros para o consumo de álcool. É considerado consumo regular a ingestão de álcool em três ou mais dias na semana; já o uso abusivo é caracterizado pela ingestão de quatro ou cinco doses em uma mesma ocasião, para mulheres e homens, respectivamente.

Segundo 84% dos entrevistados na pesquisa da Vital, as atuais leis sobre álcool são mal aplicadas. Mais da metade (58%) acredita que as empresas de álcool devam assumir a responsabilidade pelos danos causados pela bebida. Para 77%, o governo é responsável pelo enfrentamento desses prejuízos.

Dados do Observatório da Atenção Primária à Saúde, da Umane, mostram que o consumo de álcool no Brasil se mantém em altos patamares há quase duas décadas. De 2006 a 2023, o percentual de adultos nas capitais brasileiras que ingerem bebida alcoólica em pelo menos um dia da semana se manteve acima de 25%.

O Brasil assumiu um compromisso dentro dos ODS (Objetivos de Desenvolvimento Sustentável), das Nações Unidas, de reduzir o consumo de álcool em 10% até 2030. Depois, fez um adendo elevando essa meta para 20%.

Quase a totalidade (94%) dos entrevistados na pesquisa da Vital defende a importância da educação de jovens sobre os danos do álcool, e 85% apoiam alertas nos rótulos dos produtos alcoólicos.

Além dos danos à saúde, outros estudos já mediram o impacto do álcool na produtividade das pessoas. A última edição da Covitel, outra pesquisa organizada pela Vital Strategies, mostrou que 900 brasileiros deixam de trabalhar ou tem o rendimento prejudicado uma vez por semana devido ao consumo de álcool.

“A indústria tem tentado emplacar o argumento do impacto econômico [que haveria com a incidência de mais tributação], mas isso é incomparável ao custo que se tem hoje sobre toda a saúde, a previdência e a produtividade”, diz o diretor da Vital.

Atualmente, a maior prevalência no uso de bebidas alcoólicas nas capitais brasileiras está na faixa etária que vai dos 25 aos 34 anos, com 35,4% dessa população ingerindo bebidas alcoólicas, segundo dados do Vigitel, sistema de fatores de risco para doenças crônicas por inquérito telefônico.

A pesquisa da Vital foi realizada com amostras representativas de adultos com cotas estabelecidas (idade, gênero, região, educação). As entrevistas foram conduzidas utilizando o sistema de Cati (entrevista telefônica assistida por computador).

O levantamento faz parte da iniciativa Reset Álcool, que reúne governos, sociedade civil, instituições acadêmicas e líderes globais de saúde pública. A proposta é promover as três melhores práticas recomendadas pela OMS para reduzir os danos causados pelas bebidas alcoólicas: aumentar a tributação do álcool, regular a disponibilidade e restringir a comercialização.

(CLÁUDIA COLLUCCI/Folhapress)

Postado em 19 de junho de 2024

MAIS UM PRÊMIO PARA CURRAIS ANOS: PRÊMIO BAND CIDADES EXCELENTES

O prefeito Odon Jr. Participou de mais uma premiação estadual. Ele foi vencedor do prêmio ” Cidade Excelente na Categoria de 30 mil a 100 mil habitantes no Rio Grande do Norte.”
” Ficamos em 1° Lugar no quesito de Governança, Transparência e Gestão Fiscal e em 3° Lugar no quesito Desenvolvimento Socioeconômico e Ordem Pública.
Na evolução de 2021 a 2024 – Currais Novos ficou em primeiro lugar em todos os quesitos somados entre as cidades de 30 a 100 mil habitantes e sendo considerada cidade excelente.” Agradeceu o prefeito Odon.

Postado em 19 de junho de 2024

Brasil perde posições e é 6º pior colocado em ranking mundial de competitividade

O Brasil caiu para a 62ª posição do Ranking Mundial de Competitividade, que avalia o cenário de 67 países.
Elaborado pelo International Institute for Management Development (IMD), em parceria, no Brasil, com o Núcleo de Inovação e Tecnologias Digitais da Fundação Dom Cabral (FDC), o ranking analisa e compara os esforços de competitividade entre os países.

Para definir o rankeamento, são observadas as vantagens comparativas entre as economias de cada país, avaliando crescimento, bem-estar social e infraestrutura. A grosso modo, é uma medida que avalia o quanto um país é melhor ou pior que seus pares para render sobre as mesmas condições.

Desse modo, os organizadores da pesquisa apontam como ela pode ser usada de termômetro por governos e empresas daquele determinado país, podendo avaliar melhor para onde voltar seus esforços.

Apesar de perder duas posições, Hugo Tadeu, diretor do Núcleo de Inovação e Tecnologias Digitais da FDC e líder da pesquisa no Brasil, destaca que o país sempre esteve entre os piores colocados.

“Em tamanho e riqueza, o país é grande, uma das maiores economias do mundo. Mas é um país pobre”, avalia Tadeu, que aponta o problema para a mentalidade por trás dos investimentos realizados no país, tanto por parte da iniciativa pública quanto privada.

A colocação no ranking é definida por fatores. Quando o assunto é a performance econômica do país – Produto Interno Bruto (PIB), inflação, etc. -, o Brasil está na 38ª posição, a melhor marca já atingida nesse quesito.

Porém, os fatores eficiência empresarial e governamental, com o país respectivamente em 61º e 65º, puxam o desempenho para baixo.

“[O Brasil] ainda é um país que vive de commodities e uma indústria tradicional. Falta uma agenda e definir as prioridades, nesse caso, temos que focar em um crescimento de qualidade”, pontua o líder da pesquisa.

Tadeu indica que o necessário para esse crescimento é o investimento em produtividade, e os pilares desse desenvolvimento estão em custo de capital, conhecimento e tecnologia, além de inovação.

Na avaliação do economista, todos esses fatores estão defasados no país.

“Se tenho gasto público alto, isso gera problema de investimento no país e o custo de capital sobe”, explica, reforçando que a insegurança jurídica no país também agrava o problema e afugenta investidores.

“Fazer negócios no país não é muito satisfatório. Além do custo elevado, pesam a presença significativa de estado na economia, carga tributária alta e procedimentos legais. Há um grau de complexidade grande para se abrir empresas no Brasil”, detalha.

Em detrimento, o investidor procura por outros lugares, onde não só o custo de capital é menor, mas o “olhar para o futuro” é mais desenvolvido. E é aqui que a crítica também entra para a postura das empresas.

“Não adianta só falar de governo quando a eficiência das empresas também está baixa. Elas não tem investido em inovação, ciência e tecnologia e em tecnologias digitais”, diz o líder da pesquisa, que indica que “quem cresce são os países que investem em eficiência de governo e empresas tecnológicas”.

Ao ignorar a questão da inovação e pesquisa, o problema se agrava e pesa sobre a formação da mão de obra.

Qualificação
Os fatores do ranking são, por sua vez, compostos por subfatores. Em alguns dos quais o Brasil se encontra na última posição (67ª), como “educação em gestão” e “habilidades linguísticas”.

E em outros tópicos importantes que também qualificam a nossa mão de obra, o desempenho também não é muito melhor. O próprio subfator “mão de obra qualificada” brasileiro é o 3º pior do ranking, enquanto a educação nacional está na 2ª pior posição.

“Não queremos olhar para essa agenda de educação, e nosso crescimento anda de lado”, comenta Tadeu.

Mudança de mentalidade
O líder da pesquisa no Brasil argumenta que apenas focar na força do PIB é um movimento “letárgico” e que não vai levar o país para o futuro, uma vez que o mercado internacional busca inovação.

Mas mesmo que o cenário hoje não seja o ideal, Tadeu se diz otimista com oportunidades para o Brasil, principalmente no potencial com energia verde.

O Brasil é o 5º melhor país do ranking quando o assunto é energia renovável. E o economista aponta que há espaço para crescer e se aproveitar desse potencial, mas reforça que “o motor é a inovação”.

“Tem que ser um país baseado em conhecimento. Para aproveitarmos essa energia verde, dependemos de ciência e tecnologia, universidades e ‘cérebros’. E se a gente não buscar essa agenda [educacional], perderemos essa corrida”, conclui.

CNN

Postado em 18 de junho de 2024

Dino marca audiência para discutir descumprimento de fim do orçamento secreto

O ministro Flávio Dino, do Supremo Tribunal Federal (STF), marcou para 1º de agosto uma audiência de conciliação com o objetivo de garantir o cumprimento da decisão que proibiu o chamado orçamento secreto no Congresso.

Pela decisão, devem participar da reunião membros do governo, do Congresso e do Tribunal de Contas da União (TCU), além de representante do Psol, partido que questionou no Supremo o orçamento secreto.

A expressão “orçamento secreto” foi a alcunha pela qual ficaram conhecidas as emendas parlamentares do tipo RP9 que, entre 2020 e 2022, permitiram aos congressistas direcionar a aplicação de recursos públicos de forma anônima.

A decisão de Dino se deu após manifestação da Associação Contas Abertas, Transparência Brasil e Transparência Internacional. As entidades apontaram o descumprimento da decisão do Supremo que considerou o modelo do orçamento secreto inconstitucional.

Em dezembro de 2022, a partir de ação protocolada pelo PSOL, o STF entendeu que as emendas do orçamento secreto são inconstitucionais. Após a decisão, o Congresso Nacional aprovou uma resolução que mudou as regras de distribuição de recursos por emendas de relator para cumprir a determinação da Corte.

Dino indicou a gravidade de suposto descumprimento da decisão e escreveu que, até o presente momento, “não houve a comprovação cabal nos autos do pleno cumprimento dessa ordem judicial”.

Entre novas formas de esconder os padrinhos de emendas parlamentares e de o Congresso voltar a práticas típicas do orçamento secreto, as organizações não-governamentais (ONGs) citaram mudanças em regras de emendas como RP2 (verbas ministeriais) e RP6 (individuais), também chamadas de “emendas PIX”.

Diante das acusações, Dino afirmou que, como relator do tema no Supremo, tem o dever de fazer cumprir a decisão do STF. Ele frisou que “todas as práticas viabilizadoras do orçamento secreto devem ser definitivamente afastadas, à vista do claro comando deste Supremo Tribunal declarando a inconstitucionalidade do atípico instituto”.

O ministro acrescentou que “não importa a embalagem ou o rótulo (RP 2, RP 8, “emendas pizza” etc.). A mera mudança de nomenclatura não constitucionaliza uma prática classificada como inconstitucional pelo STF, qual seja, a do orçamento secreto”.

Pela decisão do Supremo, por exemplo, qualquer destinação de recursos do Orçamento deve ser acompanhada da publicação de “dados referentes aos serviços, obras e compras realizadas com tais verbas públicas, assim como a identificação dos respectivos solicitadores e beneficiários, de modo acessível, claro e fidedigno”.

Dino determinou ainda que a Procuradoria-Geral da República (PGR) e o Tribunal de Contas da União (TCU) se manifestem a respeito de distorções nas chamadas “emendas PIX”, que na visão do ministro devem ser alvo de questionamento em nova ação no Supremo, se for o caso.
Antes da decisão desta segunda-feira (17), Dino havia dado prazo para manifestação da Câmara e do Senado sobre o assunto. As casas legislativas negaram irregularidades e defenderam as atribuições do Congresso no direcionamento de recursos públicos.

Em resposta a Dino, a Advocacia-Geral da União (AGU) negou que o governo utilize o orçamento como instrumento de barganha política. O órgão disse que R$ 9,8 bilhões em emendas RP2 apontadas como suspeitas pelas ONGs de controle de contas são verbas ministeriais com execução própria, sem estarem vinculadas a indicações políticas.

Agencia Brasil

Postado em 18 de junho de 2024

STF começa a julgar supostos mandantes do assassinato de Marielle

A Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) começa a julgar, nesta terça-feira (18), a denúncia feita pela Procuradoria-Geral da República (PGR) contra os supostos mandantes dos assassinatos da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes, em 2018. A sessão está marcada para começar às 14h30.
Na denúncia, a PGR aponta os irmãos Domingos e Chiquinho Brazão, junto ao delegado Rivaldo Barbosa, como supostos mandantes do crime. Os irmãos foram acusados de organização criminosa e, assim como Barbosa, de homicídio qualificado.

Segundo o STF, o julgamento será realizado em duas partes. Na primeira, o relator, ministro Alexandre de Moraes, irá ler o relatório – um resumo do processo, incluindo a denúncia e a resposta das defesas. Em seguida, o representante da PGR, em nome da acusação, e as defesas de cada investigado terão 15 minutos cada para as sustentações orais.

Após as formalidades, Moraes irá avaliar se a denúncia atende aos requisitos legais e apresentará seu voto, seguido pelos ministros Flávio Dino, Cristiano Zanin e Luiz Fux e a ministra Cármen Lúcia, integrantes da Primeira Turma. Caso seja aceita, a acusação implicará na abertura do processo penal, convertendo os suspeitos em réus.

Acusação
Domingos e Chiquinho Brazão foram presos em 24 de março, juntamente com Rivaldo Barbosa. Os nomes constam na delação do ex-policial Ronnie Lessa, executor do crime. Segundo ele, o assassinato foi encomendado por divergências políticas entre os irmãos Brazão e Marielle e pela atuação da vereadora contra grilagem de terras em áreas de milícia no Rio.

Estima-se que o assassinato de Marille tenha sido planejado ao longo de seis meses. A primeira reunião para discutir o tema ocorreu em setembro de 2017, nas proximidades de um hotel na Barra da Tijuca. Lessa foi contatado na época e, meses depois, se reuniu com Domingos Brazão, que apresentou a recompensa para o crime.

Lessa passou, então, a monitorar Marielle, enquanto o grupo levantava os itens necessários para o assassinato – arma e carro. Em 2018, um informante do ex-PM compartilhou que a vereadora estaria presente em um evento no dia 14 de março – oportunidade para o crime. Com isso, o atirador acionou Queiroz e ambos partiram para a emboscada.

O plano teria sido encoberto por Barbosa, de modo a garantir a impunidade dos executores e mandantes do crime. O delegado havia assumido o Departamento de Homicídios da Polícia Civil do Rio na época, pouco antes de tomar posse, um dia antes do crime, como chefe da corporação. Ele foi responsável por atrapalhar as investigações.

SBT

Postado em 18 de junho de 2024

Malu Mader explica afastamento de novelas: ‘Não assisto e não tenho mais aquele fogo para fazer’

Ícone das novelas entre o fim dos anos 1980 e anos 2000, Malu Mader está fora de uma produção do gênero desde 2016, quando fez “Haja Coração”. Sua saída das tramas aconteceu assim que deixou de ter contrato fixo com a Globo.

Quase dez anos depois, e com séries e filmes no currículo desde então. Malu tem uma resposta para o seu afastamento, e não é apenas a saída da emissora. Como telespectadora, ela deixou de assistir folhetins.

“Eu não tinha mais o hábito de ver novela. Talvez por ter feito tanta novela, eu tinha que fazer algumas outras coisas que não só, né? Então eu não tinha mais aquela coisa: ‘ah, que vontade de fazer’. Eu comecei muito a querer isso que está acontecendo”, disse a atriz, em entrevista ao site F5.

“Desde que eu parei com as novelas, eu não tinha um plano assim: ‘Ah, não quero mais fazer novelas’. Mas eu não tinha mais aquele desejo incandescente de quando eu era mais nova. Aquele fogo. E a gente fica com vontade de fazer aquilo que inspira a gente, aquilo que a gente também está gostando de assistir. Quando eu era pequena, assistia a muita novela. Era uma noveleira clássica, sabe? Eu via, chegava do colégio, via das seis, das sete e das oito, e tivesse, via a das dez. Quando saí, não tinha mais isso”, explica.

Seu mais recente trabalho é a série “Mila no Multiverso”, que tem uma primeira temporada disponível no Disney+ desde o ano passado, e já tem uma segunda temporada grava para estrear em breve.

Malu aceitou o convite para a produção por causa do ineditismo em sua carreira: nunca havia feito nada de ficção científica, algo que vinha acompanhando fazia algum tempo, e nem dedicado para adolescentes.

“Quando apareceu, eu nunca tinha feito ficção científica, nunca mais tinha feito nada para adolescentes. E tudo me pareceu bem diferente do que eu tinha feito. Então fiz, foi super legal. Já fizemos a segunda temporada e torço para que tenha uma terceira também”, revelou.

Documentário dos Titãs

Esposa de Tony Belotto, guitarrista dos Titãs, Malu Mader acompanhou de perto a turnê Titãs Encontro, que juntou pela primeira vez os membros originais ainda vivos de uma das principais bandas de rock do Brasil. A atriz revelou o desejo de fazer um material com os registros que fez. Seria um projeto a longo prazo, sem pressa alguma para lançá-lo.

A ideia é baseada no documentário The Beatles: Get Back, produzido por Peter Jackson para o Disney+, e lançado em 2021, onde diversas imagens inéditas da história da banda são exibidas.

“Eu gostaria de fazer, mas acho que quando penso em documentário, eles ganham muito quando você tem uma certa distância temporal. Com essa questão das mídias sociais, muita coisa foi postada. Tudo foi filmado mesmo com o celular. Acho que a gente tem que parar, dar um tempo, olhar um pouquinho de longe e aí pensar que tipo de recorte a gente poderia fazer. E quando a gente passa um tempo maior ainda, aquilo adquire uma nova dimensão”, revela.

“Aquilo na época de alta dos Beatles teria sido incrível de qualquer maneira, mas hoje ainda mais. Como é que eles tinham esse material, essa riqueza e ninguém viu? E às vezes com o passar do tempo você começa a enxergar nas imagens algo que você não percebia antes a riqueza daquilo. Se eu fizer alguma coisa com o material dos Titãs, será mais pra frente”, conclui.

SBT

Postado em 18 de junho de 2024

PL do Aborto: 25 mil meninas de até 14 anos são mães anualmente

Cerca de 25 mil meninas de 14 anos são mães anualmente no Brasil, segundo o levantamento Aborto no Brasil, do Instituto AzMina, divulgado em 2023. De acordo com o Código Penal brasileiro, toda e qualquer conjunção carnal com um menor de 14 anos é considerada estupro de vulnerável.
A Câmara dos Deputados aprovou, em 23 segundos, na última semana, a tramitação em urgência de um projeto de lei que qualifica como homicídio o aborto a partir de 22 semanas de gestação, mesmo em casos de estupro.

O levantamento feito pelo Instituto AzMina, com base em dados do Ministério da Saúde, mostra que o Sistema Único de Saúde (SUS) fez, em média, 1.800 abortos legais por ano entre 2015 e 2022.

A análise dos dados da pesquisa aponta que o número de abortos legais feito por ano se mostra “irrisório” se comparado à quantidade de crianças de até 14 anos que são mães no Brasil.

O Código Penal brasileiro classifica como estupro de vulnerável “ter conjunção carnal ou praticar ato libidinoso com menor de 14 anos”. Ou seja, todas as 25 mil crianças que engravidam anualmente no Brasil teriam direito ao aborto legal pelo SUS.

O estudo mostra também que 17.459 mulheres foram internadas, entre 2015 e 2023, em hospitais públicos para a realização de procedimentos relacionados ao aborto: a curetagem e a aspiração manual intrauterina (Amiu). Ambos são métodos de “esvaziamento uterino” adotados para situações de abortamento feito de forma legal ou ilegal.

A pesquisa revela que, segundo dados do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), 1.296 mulheres foram processadas, entre 2015 e 2023, por terem provocado aborto em si mesmas. O recorde de ações dessa natureza no período histórico analisado foi em 2022, época em que foram abertos 464 processos contra mulheres que abortaram.

Metropoles

Postado em 18 de junho de 2024

Cientistas descobrem a origem da gagueira no cérebro; entenda

A gagueira, caracterizada pela fala repetida ou arrastada na cadência das palavras, é um distúrbio neurobiológico presente em pelo menos 1% da população adulta. Um novo estudo multidisciplinar publicado na revista científica Brain mostrou a partir de qual local do cérebro o distúrbio se origina.

Inicialmente relacionada a causas de origem psicológica, agora se sabe que os dois diferentes tipos de gagueira, a do desenvolvimento (que surge ainda na infância) e a adquirida (associada a problemas neurológicos ou acidente vascular), são condições neurológicas que afetam a fala.

“Embora a maioria das pesquisas trate esses diferentes tipos de gagueira como condições separadas, este estudo adota uma abordagem única, combinando conjuntos de dados para ver se pudermos identificar um link comum”, explica coautora e professora associada na Universidade de Canterbury (UC), em comunicado.

Neste contexto, a equipe, que também contou com pesquisadores da Universidade de Turku, na Finlândia, da Universidade de Toronto, no Canadá, da Universidade de Boston, e do Brigham and Women’s Hospital da Harvard Medical School, nos EUA, analisaram um conjunto de dados para compreender se existem conexões entre ambos os tipos de gagueira.

Desta maneira, foi descoberto que a origem em comum está em uma parte específica do putâmen esquerdo, parte do telencéfalo. Assim como o claustro, fina camada de substância cinzenta, no telencéfalo, e a área de transição amigdaloestriatal foram considerados “duas áreas adicionais de interesse”.

“[As duas últimas citadas] São áreas minúsculas do cérebro — com apenas alguns milímetros de largura — e é por isso que normalmente podem não ter sido identificadas em estudos anteriores”, afirma Theys.

De acordo com a especialista, os achados são uma ótima notícia para a pesquisa sobre o distúrbio, pois a partir disso novas opções de tratamento mais eficazes poderão ser desenvolvidas.

“As pessoas sempre olharam para a gagueira adquirida e de desenvolvimento como duas coisas distintas, mas conseguimos mostrar que, além das semelhanças no nível comportamental, também existem semelhanças no nível neural”, diz Catherine Theys, coautora e professora associada na Universidade de Canterbury (UC).

Folha de Pernambuco

Postado em 18 de junho de 2024

Deputada evangélica pede para tirar assinatura como autor de PL Antiaborto por Estupro

A deputada federal Renilce Nicodemos (MDB-PA) apresentou um requerimento à Mesa Diretora da Câmara para que sua assinatura fosse retirada do projeto de lei Antiaborto por Estupro . De autoria do deputado Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), ex-presidente da bancada evangélica, a proposição foi assinada por 32 parlamentares, dos quais 12 são mulheres .

Renilce é evangélica e integra a bancada evangélica da Câmara. Ela diz à Folha que é contra o aborto , exceto nos casos previstos na lei. A deputada afirma que após analisar o projeto em questão, veja que ele não está “de acordo com o meu pensar e a forma com a qual eu defendo crianças e mulheres”.

“Antes eu tinha entendido que era um projeto que daria benefícios e proteção às mulheres. Mas fui me aprofundar e vi que no texto tem uns parágrafos que diz que a mulher terá pena maior do que o próprio estuprador. Preferi fazer a retirada da assinatura porque Tenho certeza absoluta de que esse projeto não irá favorecer nem as mulheres nem as nossas crianças, somente esses agressores e estupradores. Sou contra o projeto”, diz ela.

A deputada foi sondada para ser relatora do texto, mas não aceita. O documento, disponibilizado no sistema da Câmara nesta segunda-feira (17), foi protocolado pela deputada na semana passada.

Na quarta (12), os deputados aprovaram em votação-relâmpago um requisito de urgência de projeto que altera o Código Penal para aumentar a pena imposta que fazem em abortos quando há previsões fetais, presumidas após 22 semanas de gestação. A ideia é equiparar a proteção ao homicídio simples.

O projeto foi incluído na pauta do plenário pelo presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), a pedido da bancada evangélica. Um líder da esquerda e um do centrão dizem que havia compromisso dos partidos para votarem a urgência do projeto, mas não o seu conteúdo.

Cabe ao presidente da Câmara pautar um projeto a ser votado em plenário. Na semana passada, os deputados aprovaram o regime de urgência, que acelera a tramitação da proposta na Casa, já que ela não passa pela análise das comissões temáticas e segue diretamente ao plenário.

Diante da repercussão negativa do projeto, parlamentares do centrão admitiram nos bastidores que a proposta não deverá avançar na Casa . Apesar disso, membros da oposição e da bancada evangélica querem que o projeto seja votado ainda neste semestre.

Cavalcante disse à Folha mais cedo nesta segunda que irá trabalhar para que a matéria seja apreciada até o recesso parlamentar. “Todos os deputados que são pró-vida, e a maior parte das pessoas do centro são pró-vida, vão apoiar o projeto com certeza. Temos que votar ele ainda neste semestre, sem dúvidas”, disse.

Ao ser questionado se o projeto perdeu apoio de parte do centro na Casa, o parlamentar disse que não pode falar por outros deputados, mas que acredita que “quem defende a vida com certeza não abrirá mão de um projeto como esse”.

Folha de São Paulo

Postado em 18 de junho de 2024

Prefeitura inaugura Centro de Educação Infantil “Tia Neta” no bairro Paizinho Maria

Após um grande esforço da atual gestão municipal, Currais Novos ganhou nesta segunda-feira (17) seu segundo Centro Municipal de Educação Infantil, que atenderá cerca de 120 crianças e está localizado no bairro Paizinho Maria. O novo CMEI homenageia “Tia Neta”, moradora que muito contribuiu com ações sociais e de educação na comunidade.

O Centro de Educação Infantil é do “Tipo C” e funcionará em dois turnos (manhã e tarde). De acordo com as normas do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), sua estrutura conta com refeitório amplo, sala de professores e administrativo, banheiros adaptados, bloco de salas de aula com solários coletivos, pátio coberto, entre outros espaços. Em fevereiro, a Prefeitura inaugurou o primeiro CMEI, sendo do “Tipo B”, localizado no bairro “Dr. José Bezerra de Araújo” e homenageia Ir. Ananília.

Postado em 17 de junho de 2024