O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse nesta segunda-feira que não tomou uma decisão sobre o seu futuro político, mas assegurou que não pensa hoje em disputar as eleições do ano que vem, demonstrando satisfação em ocupar o cargo atual.
“Ao contrário do que dizem, que eu ocupo o pior emprego do mundo eu acho que é um dos melhores. É um negócio incrível … É bom ser ministro da Fazenda. É um lugar bom para trabalhar, para fazer muita coisa para ajudar o País”, disse Haddad durante o Macro Vision, evento do Itaú BBA.
“Não sei responder o que eu vou fazer. Neste momento, eu não tenho intenção de ser candidato no ano que vem”, acrescentou Haddad ao responder a uma questão sobre o seu futuro político.
Mais tarde, em entrevista rápida a jornalistas na saída do evento, Haddad repetiu que não decidiu qual será o seu próximo passo. “Eu estou vendo como é que nós vamos caminhar, conversar com as pessoas”, afirmou o ministro.
Ao ser questionado se seguirá no cargo de ministro da Fazenda caso o presidente Luiz Inácio da Lula peça, Haddad respondeu que este é um assunto ainda a ser discutido com o chefe do Executivo. “Eu vou conversar com o presidente Lula sobre isso. Ele é o candidato, ele que vai compor o seu gabinete. Vamos aguardar”, afirmou.
O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou nesta segunda-feira, 29, a notificação por edital do deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) para que ele apresente sua defesa sobre a denúncia de “coação” no processo da trama golpista.
O deputado se mudou para os Estados Unidos em fevereiro, por isso o oficial de Justiça não conseguiu intimá-lo pessoalmente. Embora seja de conhecimento público que Eduardo não está no Brasil, a tentativa de notificação faz parte do processo.
Em sua decisão, Moraes afirma que “mesmo mantendo seu domicílio em território nacional”, Eduardo Bolsonaro “está criando dificuldades para ser notificado”.
“Além de declarar, expressamente, que se encontra em território estrangeiro para se furtar à aplicação da lei penal, também é inequívoca a ciência, por parte do denunciado Eduardo Nantes Bolsonaro, acerca das condutas que lhe são imputadas na denúncia oferecida nestes autos, sobre a qual também se manifestou por meio de nota divulgada na rede social X”, escreveu o ministro.
Moraes afirmou também que o deputado está nos Estados Unidos “para reiterar na prática criminosa e evadir-se de possível responsabilização judicial”.
A notificação por edital é feita a partir da publicação da intimação no Diário Oficial e em jornais de grande circulação. O procedimento é permitido quando não é possível encontrar uma das partes do processo nos seus endereços declarados.
Na mesma decisão, o ministro determinou a intimação do blogueiro Paulo Figueiredo Filho por carta rogatória. Nesse caso, o STF precisa pedir a cooperação de autoridades americanas para fazer a notificação. O Departamento de Recuperação de Ativos e Cooperação Jurídica Internacional (DRCI), do Ministério da Justiça, é o órgão responsável por intermediar o procedimento.
A Procuradoria-Geral da República (PGR) denunciou Eduardo e Paulo Figueiredo pela articulação nos Estados Unidos de sanções contra o STF. Segundo o procurador-geral da República Paulo Gonet a campanha teve como objetivo pressionar os ministros a não condenar o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
A denúncia foi enviada ao STF na semana passada. Para o procurador-geral, ficou comprovado que Eduardo e Paulo Figueiredo se valeram de contatos no governo Donald Trump para “constranger a atuação jurisdicional” do Supremo Tribunal Federal.
Em nota conjunta, Eduardo e Paulo Figueiredo disseram ser alvo de “perseguição política”, atribuíram a denúncia a “lacaios” do ministro Alexandre de Moraes, disseram que vão continuar a campanha nos Estados Unidos e informaram que vão aguardar a notificação formal para se manifestar no processo.
Os dois poderão enviar as defesas prévias antes de o STF decidir se aceita ou não a denúncia. Se as acusações forem recebidas, eles vão responder a um processo criminal no Supremo.
Sacrifício dos interesses nacionais
A PGR descreve a campanha de Eduardo nos Estados Unidos como uma “estratégia do sacrifício dos interesses nacionais” com “repercussão altamente deletéria sobre a economia” do País, em referência ao aumento de tarifas sobre produtos brasileiros. Na visão de Gonet, o deputado tentou “manipular a opinião pública” e jogar o sistema bancário e produtivo do Brasil contra o STF.
O procurador-geral afirma que “a única e real motivação” de todos os esforços de Eduardo era “sobrepor os interesses da família Bolsonaro às normas do devido processo legal e do bom ordenamento da Justiça”.
Gonet atribui a Eduardo e a Paulo Figueiredo o crime de coação em processo judicial, descrito no Código Penal como “usar de violência ou grave ameaça, com o fim de favorecer interesse próprio ou alheio, contra autoridade, parte, ou qualquer outra pessoa que funciona ou é chamada a intervir em processo judicial policial ou administrativo”. A pena em caso de condenação pode chegar a quatro anos de reclusão.
Eduardo também corre o risco de perder o mandato agora que o presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB) barrou sua indicação como líder da minoria. A nomeação foi estratégica porque as faltas das lideranças não são contadas. Ele já usou todo o prazo de licença e, se ficar nos Estados Unidos, pode ser cassado por faltas.
Na noite deste domingo (28/09/2025), por volta das 21h00, a guarnição do 13º Batalhão de Polícia Militar de Currais Novos foi acionada via COPOM para atender a uma ocorrência de violência doméstica na Rua Tomás de Aquino, no centro da cidade.
No local, a equipe manteve contato com a vítima, que relatou ter sido agredida fisicamente pelo ex-companheiro e puxada pelos cabelos até o lado de fora da residência. A mulher apresentava lesões visíveis e informou ainda possuir Medida Protetiva de Urgência contra o agressor.
Após diligências nas imediações, o acusado foi localizado tentando fugir com o filho nos braços. Diante dos fatos, foi dada voz de prisão ao mesmo, que foi conduzido à Delegacia de Polícia Civil de plantão em Currais Novos para os procedimentos legais cabíveis.
O Coronel Moacir, comandante do 13º BPM, reforçou que a Polícia Militar atua firmemente no combate à violência doméstica, garantindo proteção às vítimas e a aplicação rigorosa da lei.
Morreu, aos 99 anos, na madrugada desta segunda-feira (29/9), a atriz e comediante Berta Loran. A coluna descobriu que a veterana das telinhas estava internada em uma unidade de saúde particular em Copacabana, zona sul do Rio.
A artista completaria um centenário em março do ano que vem e vivia reclusa, sem contato com a imprensa. Em contato com a assessoria do hospital, ainda não recebemos um retorno sobre o óbito.
A relutância da artista em falar com a imprensa é confirmada por João Luiz Azevedo, produtor cultural e realizador do livro-homenagem Berta Loran: 90 anos de humor (Litteris), lançado em 2016.
Morreu, nesta segunda-feira (29/9), o apresentador e jornalista esportivo Paulo Soares, conhecido como “Amigão”, aos 63 anos. Afastado da ESPN, o profissional da imprensa estava com problemas de saúde. Em 2023, ele revelou ter passado por seis cirurgias na coluna.
Paulo trabalhou por mais de três décadas na ESPN. O jornalista ficou marcado por apresentar o SportsCenter ao lado de Antero Greco, que faleceu em meio de 2023, em decorrência de um tumor no cérebro.
O velório de Paulo Soares acontecerá a partir das 13h às 17h, nesta segunda-feira, no Funeral Home, situado na cidade de São Paulo, na Rua São Carlos do Pinhal, 376.
O número de motoristas que se recusaram a fazer o teste do bafômetro no Rio Grande do Norte de janeiro de 2025 até a última terça-feira (23) cresceu 64,9% em relação a todo o ano de 2024, de acordo com informações do comando da Operação Lei Seca no estado. As informações indicam que foram 1.537 recusas em 2024, enquanto neste ano, já são 2.536. A recusa em fazer o teste do bafômetro é considerada infração prevista no artigo 165-A do Código de Trânsito Brasileiro (CTB), com penalidades que vão de multa a retenção do veículo e recolhimento da carteira de habilitação.
Os dados indicam que o número vinha caindo desde 2022 (com 4.790; em 2023 foram 1.765), até apresentar alta em 2025, em função do aumento no número de operações. O major Flávio Macedo, que comanda a operação no RN, pontua que os dados deste ano são “elevadíssimos” e se refletem, ao mesmo tempo, nas reduções registradas em outros autos de infração por embriaguez ao volante. “É lamentável que as pessoas insistam em não fazer o teste do bafômetro. Aumentamos o número de operações, e notamos que a recusa é alta”, afirma.
De acordo com o artigo 165-A do CTB, recusar-se a ser submetido a teste, exame clínico, perícia ou outro procedimento que permita certificar influência de álcool ou outra substância psicoativa é infração gravíssima, com multa inicial de cerca de R$ 3 mil e o dobro desse valor em caso de reincidência. Como medida administrativa, é feita a retenção do veículo e recolhida a habilitação do condutor.
Quando o uso de álcool pelo condutor é constatado, a pena é a mesma, mas a tipificação se dá por meio do artigo 165. O registro desse tipo de infração caiu drasticamente no RN do ano passado para cá – em 2024, foram 601 autos, e neste ano, apenas 49 até a terça-feira. Outro tipo de infração previsto no artigo 306 do CTB se refere à constatação de concentração igual ou superior a 6 decigramas de álcool por litro de sangue ou igual ou superior a 0,3 miligrama de álcool por litro de ar alveolar; se identificados sinais que indiquem alteração da capacidade psicomotora, o condutor também é autuado com base no artigo 306. A pena é de detenção de seis meses a três anos, multa e suspensão ou proibição de se obter a permissão ou a habilitação para dirigir.
Nesses casos, os autos reduziram drasticamente, de 352 em todo o ano passado para 26, em 2025, redução de 92,6%. “A situação disposta no artigo 306 implica na prisão do condutor. O que a gente percebe é uma mudança muito drástica no comportamento dos motoristas, que têm cada vez mais se recusado a fazer o teste do bafômetro, refletindo na queda das outras infrações”, avalia major Macedo.
Sobre o aumento do número de operações, ele explica que no ano passado, foram abordados 110.216 condutores. Em 2025 até esta semana, foram 85.859. E a expectativa é superar esse quantitativo de 2024 até o final do ano. As operações ocorrem em todo o estado, mas as prioridades são para cidades maiores, como Natal e Mossoró, com foco em regiões com maior concentração de bares, restaurantes e eventos.
Na capital, áreas como Ponta Negra e bairros da zona Leste, como Tirol e Petrópolis, são o foco da Lei Seca. Segundo major Macedo, homens com idades entre 20 e 45 anos são os que costumam cometer mais infrações. “Mas a gente tem percebido que as mulheres se envolvem cada vez mais em situações onde o motorista tenta fugir da barreira policial”, frisa o comandante.
Operação Zero Álcool
O combate à embriaguez ao volante ganhou reforço no RN com a criação da Operação Zero Álcool pelo Comando de Policiamento Rodoviário Estadual (CPRE). A iniciativa, em vigor desde janeiro deste ano, amplia as ações da já conhecida Lei Seca, com a participação direta dos batalhões rodoviários da corporação em todo o Estado.
Segundo o Tenente Coronel César Fagundes, que coordena as ações, a prioridade da operação é prender condutores alcoolizados, e não apenas multá-los. “Sempre que possível, buscamos a prisão, porque isso tem mostrado resultados concretos. O índice de reincidência de quem é autuado administrativamente continua alto, mas o de quem é preso é praticamente zero”, destaca.
O coordenador reforça que a diferença entre os dois programas está na forma de execução. “A Lei Seca tem um efetivo específico para a fiscalização de alcoolemia. Já a Zero Álcool envolve o efetivo dos próprios batalhões do CPRE. Ou seja, além de fiscalizar trânsito, habilitação e perturbação do sossego, eles também atuam em operações voltadas ao combate à embriaguez”, explica Fagundes.
Atualmente, a multa para quem dirige sob efeito de álcool é de cerca de R$ 3 mil, além da suspensão do direito de dirigir por 12 meses. No entanto, como lembra o oficial, nem sempre a punição administrativa surte efeito imediato. “Muitos recorrem, o processo prescreve e a sensação de impunidade permanece. Já quem é preso responde processo, paga fiança e só sai da delegacia depois de todos os trâmites. Esse impacto faz o condutor repensar suas escolhas.”
As operações têm sido intensificadas na Grande Natal, especialmente em municípios como Parnamirim, Macaíba e São José de Mipibu, onde já se observa queda no número de acidentes relacionados à alcoolemia. “O que percebemos é que, a partir do momento em que adotamos a sistemática de prender e não apenas multar, houve uma mudança de comportamento. Em Parnamirim, por exemplo, já identificamos redução drástica de sinistros. É uma resposta positiva e imediata”, afirma Fagundes.
O Tenente Coronel lembra que a recusa ao teste do bafômetro não livra o motorista de ser conduzido à delegacia. “Se o condutor apresenta sinais claros de alteração da capacidade psicomotora — como olhos vermelhos, fala arrastada, desorientação ou agressividade —, ele recebe voz de prisão, mesmo sem soprar o etilômetro. Isso está previsto na resolução 432 do Contran”, esclarece.
Para ele, o aparelho deve ser visto como aliado do condutor. “O etilômetro é um amigo que vai ajudá-lo a provar que não está embriagado. Se o motorista se recusa e os sinais são evidentes, ele será preso.”
Além da repressão, o CPRE também aposta em ações educativas voltadas ao futuro condutor. O programa “Projete” leva orientações sobre cidadania e segurança viária a crianças e adolescentes em formação escolar. “Entendemos que o trabalho educativo deve focar no condutor do amanhã. Para adultos, a medida eficaz é o rigor da lei. Nosso objetivo não é quantidade de multas, mas a qualidade do processo punitivo”, reforça o coordenador da Zero Álcool.
O quadro de servidores públicos do Rio Grande do Norte enfrenta um processo de envelhecimento e redução, provocado pelo crescimento das aposentadorias e pela limitação do Estado em contratar novos profissionais. A situação acende um alerta em setores estratégicos como segurança, saúde e educação, onde o déficit funcional já compromete o atendimento à população. Para a Secretaria Estadual de Administração (SEAD), o problema é, antes de tudo, demográfico e se reflete em graves dificuldades financeiras. A expectativa é de que, nos próximos dez anos, 16 mil servidores se aposentem.
Mas, para a SEAD, o vácuo deixado por eles poderá ser preenchido se as próximas gestões equilibrarem a reposição de quadros com responsabilidade fiscal e estímulo para que os servidores permaneçam em atividade. “Em um modelo ideal, deveríamos ter quatro servidores ativos para cada aposentado. Hoje, trabalhamos praticamente na proporção de um para um, o que é matematicamente insustentável”, explicou o titular da pasta, Pedro Lopes.
Os números mostram o crescimento acelerado da folha previdenciária. Em 2010, o Estado tinha 24.204 aposentados e 9.099 pensionistas, totalizando 33.303 beneficiários. Até agosto de 2025, já eram 47.637 aposentados e 12.977 pensionistas, num universo de 114.640 servidores. “Em 15 anos, quase dobramos esse contingente, com aumento de quase 24 mil aposentados e cerca de 4 mil pensionistas. Esse crescimento explica o aumento dos gastos, que não decorrem só de reajustes ou benefícios, mas principalmente do número de pessoas que passaram à inatividade”, observou.
Apesar do aumento, o secretário aponta que há sinais de estabilização, uma vez que o ritmo anual de novas aposentadorias caiu e hoje está na faixa de 1.800, quando já chegou a 2.500 entre 2010 e 2020. Além disso, em algumas categorias, o número de falecimentos já supera o de novas aposentadorias, o que pode indicar uma tendência de queda natural no total de beneficiários no decorrer dos próximos dez anos.
“Como o número de aposentadorias vem diminuindo, estimo que, no ciclo de 6 a 10 anos, a média deve cair para 1.500, podendo estimar 16 mil aposentadorias nos próximos 10 anos”, disse o secretário. Para ele, essa curva é positiva, pois tende a equilibrar gradualmente o sistema. “Nesse período, estatisticamente deveremos ter redução de ao menos o mesmo número de aposentadorias por óbitos, mantendo estável o quantitativo, com tendência de queda”, enfatiza.
Porém, enquanto um grande contingente de servidores deixa o serviço para se aposentar, o governo tem dificuldade de preencher a lacuna deixada por eles para manter os serviços. É aí que entra o comprometimento da Receita Corrente Líquida (RCL) com pessoal, que está em 55%, acima do limite legal de 49% previsto na Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF), que impede o governo de realizar novas contratações.
O secretário, no entanto, acredita que até 2030 será possível reduzir esse índice para dentro do limite, conforme previsto na Lei Complementar nº 173/2021. “Nosso governo recebeu o comprometimento de 63% e já baixou para 55%. A projeção é encerrar a gestão em 2026 entre 54% e 55%. Se essa política for mantida, em 2030 o RN pode chegar ao nível ideal”, afirmou.
Sindicatos estaduais temem colapso
O déficit de servidores públicos no Rio Grande do Norte preocupa sindicatos que representam trabalhadores na ponta do serviço público. Na saúde, a diretora do Sindsaúde/RN, Jamile Gibson, alerta que a situação, já crítica, tende a se agravar. “Calculamos que centenas de trabalhadores podem deixar a ativa nos próximos cinco anos, aumentando ainda mais o déficit. Muitos hospitais e unidades básicas funcionam no limite, com equipes reduzidas, escalas incompletas e jornadas extenuantes”, afirma.
Embora não haja levantamento preciso sobre o número de profissionais prestes a se aposentar, Jamile ressalta que a população será a mais afetada. “Menos trabalhadores significa filas mais longas, maior tempo de espera por consultas, exames e cirurgias, além de atendimento menos humanizado. Quem sofre é a população que depende exclusivamente do SUS, especialmente a mais pobre”, destaca.
Na segurança pública, o cenário também é preocupante. O presidente do Sindicato dos Policiais Civis do RN (Sinpol), Nilton Arruda, lembra que a categoria convive há décadas com déficit funcional. “Chegamos a trabalhar com apenas 23% do efetivo previsto em lei. Hoje, estamos com apenas 34% dos cargos ocupados”, explica. Mesmo com convocações de aprovados em concursos, o problema persiste: cerca de 30% dos novos policiais pediram exoneração, e muitos estão aptos a se aposentar.
Nos próximos dois anos, segundo Nilton, 547 policiais civis poderão entrar para o quadro de inativos, impactando diretamente a segurança estadual se essas vagas não forem repostas. “Mais da metade dos crimes ficam sem investigação. Muitos homicídios ficam impunes, e crimes complexos tendem à impunidade, apesar do esforço dos policiais”, prevê. Apesar disso, Arruda acredita que não haverá um “apagão” no serviço público, mas alerta que, se o cenário não mudar nos próximos cinco anos, a sustentabilidade física e psicológica da categoria ficará comprometida.
O secretário de Administração, Pedro Lopes, reconhece que a reposição de servidores é necessária, mas avalia que mudanças demográficas e tecnológicas reduzem a necessidade de mão de obra em algumas áreas. “Na educação, por exemplo, a redução de nascimentos implica em menos alunos e menor demanda por professores e salas de aula nas próximas décadas”, diz.
No entanto, a educação enfrenta crescimento de professores temporários, que saltou de 548 em 2018 para 6.094 atualmente, aumento de cerca de 1.000%, segundo o Sistema Integrado de Gestão de Educação (Sigeduc), devido à falta de concursos na última década. O concurso mais recente ofereceu mais de 700 vagas, representando pouco mais de 11% do número de temporários. Atualmente, o Estado possui 15.828 professores efetivos.
Déficit pressiona previdência do estado
O desequilíbrio entre servidores ativos e aposentados no Rio Grande do Norte é um problema estrutural antigo. Segundo o presidente do Ipern, Nereu Linhares, “em 1965 já se falava sobre isso. Hoje, o número de ativos é menor que o de aposentados, e o déficit é inevitável”.
Linhares explica que a situação também impacta a Previdência estadual. “O governo precisa repor vagas na medida do possível, para manter contribuições, mas o número de inativos cresce e o Tesouro precisa suprir o déficit”, afirma. Ele defende revisão periódica da reforma previdenciária, sugerindo intervalos de cinco anos para manter a sustentabilidade do sistema, embora o governo não planeje mudanças imediatas.
A Lei de Responsabilidade Fiscal limita contratações, permitindo apenas reposição gradual em áreas essenciais. “O Estado vive no limite prudencial. Só contrata para serviços essenciais, pagando a conta de uma época em que havia excesso de contratações”, destaca Linhares.
Atualmente, está em elaboração um plano de ação junto aos demais poderes, conforme exigência do Tribunal de Contas. O documento deve incluir estudo atuarial, equacionamento do déficit, eventual aumento da contribuição patronal, uso legal de bens e imóveis e cronograma de aportes.
A idade média dos aposentados é de 69 anos e, considerando a expectativa de vida de 74 anos para homens e 79 para mulheres, eles permanecerão na folha por cerca de oito anos. Para reduzir o impacto das aposentadorias, o secretário de Administração, Pedro Lopes, cita políticas de estímulo para que servidores permaneçam na ativa, como o abono de permanência. “Em 2010, 1.754 servidores recebiam abono. Hoje, são 3.615, profissionais que poderiam ter se aposentado, mas seguiram trabalhando”, explica.
O desafio, segundo Lopes, é equilibrar reposição de quadros, responsabilidade fiscal e estímulo à permanência. “Não há solução a curto prazo, mas a tendência é de estabilização. É essencial que os próximos governos mantenham disciplina fiscal e políticas de estímulo positivas”, acrescenta.
Segundo dados do Ipern, o RN tem 114.640 servidores, dos quais 54.026 estão na ativa (47,13%) e 47.637 aposentados, com 12.977 pensionistas (52,87%). “Já temos mais aposentados que ativos. Se fosse para falar em apagão, ele já estaria acontecendo”, alerta Linhares.
A Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal fez maioria neste domingo, 28, para manter a prisão preventiva dos empresários Antônio Carlos Camilo Antunes, o “Careca do INSS”, e Maurício Camisotti no bojo da investigação sobre fraudes bilionárias ao Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) com descontos indevidos em benefícios de aposentados e pensionistas. Os ministros Edson Fachin e Kassio Nunes Marques acompanharam o voto do relator, André Mendonça, no sentido de confirmar as cautelares impostas à dupla na Operação Sem Desconto.
O decano Gilmar Mendes se declarou impedido para se manifestar sobre as prisões.
As medidas foram submetidas a referendo da Segunda Turma conforme decisão de Mendonça, relator. Elas são analisadas em julgamento no plenário virtual do STF que tem data para terminar na próxima sexta, 3.
O ministro Dias Toffoli, que também integra a Segunda Turma da Corte máxima, ainda não se manifestou sobre o caso.
As prisões foram decretadas no último dia 11 e cumpridas na manhã seguinte, pela Polícia Federal. No despacho, Mendonça fundamentou as medidas na garantia da ordem pública; por conveniência da instrução; e para assegurar a futura aplicação da lei penal.
O ministro destacou as “fundadas suspeitas de relevante participação” do Careca do INSS e de Camisotti nos ilícitos apurados, assim como a “complexa estrutura criminosa” sob suspeita. “Trata-se de uma criminalidade planejada, com estratégias de escamoteamento dos recursos ilícitos e participação de pessoas com conexões com órgãos estatais”, anotou.
Ao decretar a prisão da dupla, Mendonça também destacou que há evidências de que os empresários “prosseguiriam a praticar delitos, buscando ocultar ou dilapidar o patrimônio angariado por meio de condutas ilícitas e branquear os recursos provenientes do esquema criminoso”.
O ministro ainda citou um caso, sob apuração, de suposta ameaça de morte, pelo Careca do INSS, a uma testemunha da investigação.
O Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) emitiu, na manhã deste domingo 28, um aviso de baixa umidade relativa do ar para 70 municípios do Rio Grande do Norte. O alerta permanecerá em vigor até as 23h59 de segunda-feira 29. Entre as cidades abrangidas estão Mossoró, Pau dos Ferros, Caicó, Currais Novos, Apodi e Assu.
De acordo com o Inmet, o aviso é de nível amarelo, que indica perigo potencial. Durante o período, a umidade relativa do ar deve variar entre 30% e 20%. A condição climática pode acarretar riscos à saúde da população e aumentar a possibilidade de incêndios florestais.
O órgão orienta que a população adote medidas preventivas, como ingerir líquidos com frequência, evitar a prática de atividades físicas nos horários de maior seca e não se expor ao sol nos períodos mais quentes do dia.
Em caso de emergência, a Defesa Civil pode ser acionada pelo número 199 e o Corpo de Bombeiros pelo 193.
Confira a lista completa de municípios Acari Assu Água Nova Alexandria Almino Afonso Antônio Martins Apodi Campo Grande (Augusto Severo) Baraúna Caicó Caraúbas Coronel João Pessoa Cruzeta Currais Novos Doutor Severiano Encanto Felipe Guerra Florânia Francisco Dantas Frutuoso Gomes Governador Dix-Sept Rosado Ipueira Itaú Janduís Jardim de Piranhas Jardim do Seridó João Dias José da Penha Jucurutu Lucrécia Luís Gomes Major Sales Marcelino Vieira Martins Messias Targino Mossoró Olho d’Água do Borges Ouro Branco Paraná Paraú Patu Pau dos Ferros Pilões Portalegre Rafael Fernandes Rafael Godeiro Riacho da Cruz Riacho de Santana Rodolfo Fernandes Santana do Matos Santana do Seridó São Fernando São Francisco do Oeste São João do Sabugi São José do Seridó São Miguel São Rafael São Vicente Serra Negra do Norte Serrinha dos Pintos Severiano Melo Taboleiro Grande Tenente Ananias Tenente Laurentino Cruz Timbaúba dos Batistas Triunfo Potiguar Umarizal Upanema Venha-Ver Viçosa
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) participou neste domingo 28 da corrida que celebrou os 95 anos do Ministério da Educação (MEC), realizada na Esplanada dos Ministérios, em Brasília. Após completar 3 km de caminhada em 35 minutos, o presidente recebeu uma medalha.
Em breve discurso, Lula fez uma provocação ao ex-presidente Jair Bolsonaro ao se referir ao evento: “Aqui não tem motociata, tem caminhada. Caminhada de educadores. E eu tenho o privilégio de estar aqui com os dois melhores ministros da educação do Brasil”, afirmou o presidente, que estava ao lado de Fernando Haddad e Camilo Santana.
Lula também mencionou o sentido da premiação, estendendo a homenagem aos profissionais da área: “A segunda coisa é que essa medalha que nós recebemos aqui, na verdade, elas não são medalhas para nós. Elas são medalhas para todos os professores de todos os graus de ensino do Brasil”.
A largada ocorreu por volta das 7h15, com Lula dando início ao percurso de mãos dadas com a primeira-dama, Janja. O evento reuniu autoridades, servidores, terceirizados, atletas amadores e a comunidade em geral, em trajetos de 3 km, 5 km e 10 km.
Entre os presentes estavam os ministros Camilo Santana (Educação), Fernando Haddad (Fazenda), Gleisi Hoffmann (Relações Institucionais) e Alexandre Padilha (Saúde). Em alguns momentos do percurso, o presidente também correu.
Ao final da participação, o presidente estendeu a homenagem aos demais participantes do evento: “E essa medalha aqui também é para as pessoas que estão caminhando seis quilômetros, para as pessoas que estão correndo dez quilômetros, porque esses, sim, são atletas. Nós somos apenas participantes. Um beijo no coração de vocês, e viva a educação!”
Um questionário online respondido por 2 mil pessoas em todo o Brasil aponta que hábitos saudáveis para o coração são uma preocupação comum entre brasileiros.
Realizada entre 25 de agosto e 2 de setembro pelo Instituto Ipsos a pedido da farmacêutica Novartis, a pesquisa ouviu de 64% dos entrevistados a afirmação de que adotaram novos hábitos de vida pela saúde do coração. A percepção de que esses hábitos são importantes também foi captada: 76% dos entrevistados disseram estar conscientes de que é possível se prevenir contra um infarto, e 72% disseram conhecer uma pessoa que infartou.
Entre os entrevistados que declararam ter mudado sua rotina em prol da saúde, 70% passaram a se alimentar de uma forma mais saudável, 64% começaram a se exercitar e 45% procuraram atividades com a finalidade de reduzir o estresse.
Ouvida pelo Ipsos para comentar a pesquisa, a cardiologista Maria Cristina Izar, presidente da Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo (Socesp) e diretora científica do Departamento de Cardiologia da Mulher da Sociedade Brasileira de Cardiologia, comemorou parte dos resultados.
“Esta pesquisa é uma prova de que as pessoas estão mais bem informadas e interessadas em preservar a saúde do coração, adotando comportamentos mais saudáveis. Isso significa um avanço importante se pensarmos que a nossa expectativa de vida mudou e a prevenção é o caminho do envelhecimento saudável”, destacou a cardiologista.
Por outro lado, apesar de 82% dos entrevistados terem consciência de que o infarto não distingue faixa etária, 51% das pessoas não sabiam que os sintomas do infarto são diferentes em homens e mulheres.
“Isso significa que precisamos abordar melhor esse tópico e informar a população sobre essa diferença, pois no lugar da clássica dor no peito, as mulheres podem apresentar cansaço extremo, náusea, dor nas costas, no pescoço ou falta de ar como manifestações do infarto. Inclusive, por serem considerados atípicos para doenças do coração, esses sintomas são frequentemente atribuídos a causas como estresse ou ansiedade, o que atrasa o diagnóstico e o tratamento adequado das mulheres”, alerta a cardiologista.
Exames Outro dado considerado positivo nas respostas foi que 77% dos entrevistados sabem que existe mais de um tipo de colesterol, e 82% reconhecem que as taxas de colesterol ruim (LDL) podem ocorrer em qualquer idade.
Mais da metade dos entrevistados, 55%, também sabe que o colesterol ruim (LDL) alto aumenta a possibilidade do infarto, e oito em cada dez já fizeram exame de sangue para medir o colesterol.
Entre os que já fizeram exames de colesterol, 77% levam os resultados para algum especialista, mesmo que raramente. O principal profissional que avalia esse laudo é o clínico geral e, em segundo lugar, o cardiologista.
Para Maria Cristina Izar, é preocupante que 18% dos entrevistados nem sempre levem o resultado do exame para um médico avaliar. “Após a realização de um exame, é ideal mostrar os resultados para que o médico possa interpretá-los da maneira correta e indicar o devido tratamento”, avaliou.
O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, comentou, neste sábado (27), as restrições impostas pelo presidente Donald Trump a sua circulação nos Estados Unidos. Ele disse que as medidas podem até atrasar reuniões internacionais, mas não vão impedir o Brasil de firmar acordos na área da saúde. Padilha acabou não embarcando para os EUA.
Padilha e família sofreram restrições do governo americano no último mês. A esposa e a filha de 10 anos tiveram os vistos cancelados. O do ministro não foi cancelado porque já estava vencido desde 2019.
Trump liberou a entrada de Padilha nos EUA para participar da Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), em Nova Iorque, mas impôs restrições: o ministro só podia circular entre o hotel, a sede da ONU e hospitais em caso de emergência. Já a participação dele na reunião da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), em Washington, continuou vetada.
Apesar das barreiras, Padilha garantiu que os acordos vão sair. Segundo ele, empresas americanas já trouxeram tecnologia para o Brasil, incluindo a produção da vacina contra o vírus sincicial respiratório (VSR), que causa bronquiolite em bebês. A aplicação começa no Sistema Único de Saúde (SUS) em novembro. Há também parcerias para insulina e insumos médicos.
O ministro ainda comentou o “tarifaço” de Trump sobre exportações brasileiras, que afetou o setor de saúde bucal. Padilha disse que o governo trabalha com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e indústria nacional para reduzir os impactos e abrir novos mercados.
Em agenda no Rio de Janeiro, Padilha anunciou que o SUS vai distribuir gratuitamente o implante contraceptivo Implanon, hoje vendido por até R$ 5 mil. Serão 500 mil unidades até o fim do ano. Ele também inaugurou obras no Hospital Federal do Andaraí, que passa por recuperação com investimento de R$ 600 milhões.
O ministro Edson Fachin assume a presidência do Supremo Tribunal Federal (STF) nesta segunda-feira (29), em uma solenidade que reúne autoridades e segue o protocolo tradicional, com discursos, assinatura do termo e a troca de assentos na Corte. Ele assume a liderança do Supremo em um momento decisivo, com a conclusão dos julgamentos sobre a tentativa de golpe de 2022. Fachin e Alexandre de Moraes comandam a corte no biênio 2025-2027, repetindo a dobradinha que tiveram na liderança do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) entre 2022 e 2023.
Além da ação do golpe, o novo presidente terá de conduzir discussões de forte repercussão social e econômica, como a regulação do trabalho via aplicativos, conhecida como “uberização”. Fachin será responsável por determinar a agenda desses julgamentos e representar o STF nas relações com os poderes Executivo e Legislativo, em meio à tensão crescente entre o Judiciário e algumas bancadas no Congresso Nacional, sobretudo da oposição ao governo Lula.
Rito
A posse de Edson Fachin no STF começa às 16h e seguirá o rito tradicional: abertura pelo atual presidente, Luís Roberto Barroso, execução do Hino Nacional, leitura e assinatura dos termos, além da troca de assentos no plenário. Fachin dará posse a Alexandre de Moraes como vice-presidente. A cerimônia será concluída com discursos de Barroso, do procurador-geral da República Paulo Gonet, de um representante da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e do novo presidente da Corte.
Edson Fachin recusou propostas de entidades jurídicas para promover uma festa e escolheu uma posse sóbria no STF, com execução do Hino Nacional pelo coral da própria Corte, formado majoritariamente por servidores. Os cumprimentos serão recebidos somente no STF, no tradicional “beija mão”, quando forma-se uma fila de autoridades, servidores e integrantes da sociedade civil para tirar fotos e parabenizar o presidente e o vice após a posse.
Um ministro discreto
Natural de Rondinha (RS), Edson Fachin é ministro do Supremo Tribunal Federal desde 2015, indicado pela então presidente Dilma Rousseff. Conhecido pelo perfil discreto e reservado, construiu carreira sólida na academia e no Direito Civil, sendo um dos principais defensores da reforma do Código Civil brasileiro.
Crítico do populismo, Fachin também tem se posicionado em pautas de relevância social e ambiental, como quando integrou a comitiva dos poderes da República que visitou o Rio Grande do Sul durante as enchentes de 2024. No campo penal, defende o garantismo e ressalta que a eficiência da persecução criminal não pode estar em desacordo com os direitos fundamentais.
A Polícia Militar de Currais Novos foi acionada no início da manhã desta segunda-feira (29) para atender mais uma ocorrência de arrombamento em uma loja de joias, localizada na rua Cap. Mor Galvão. Segundo informações, os criminosos conseguiram quebrar a base inferior que sustentava a porta de entrada, facilitando a abertura do estabelecimento.
Durante a ação, uma quantidade de joias foi levada do interior da loja. O crime aconteceu durante a madrugada e só foi percebido pelo ao amanhecer. A polícia realizou diligências na tentativa de localizar os suspeitos, mas até o momento ninguém foi preso.
As investigações seguem em andamento para identificar os autores de mais um arrombamento.
Ex-senador e ex-presidente da Petrobras, Jean Paul Prates confirmou neste domingo, 28, que está de saída do PT, partido no qual militou por mais de dez anos.
Prates admitiu ter conversas avançadas com MDB e PDT sobre uma possível candidatura ao Senado em 2026.
Segundo o ex-presidente da Petrobras, a decisão não tem relação com sua demissão da estatal, em maio de 2024, mas com a falta de espaço no PT no Rio Grande do Norte.
“Candidaturas foram lançadas de cima para baixo, sem discussão interna […] Fui senador, presidi a Petrobras, e ainda assim não houve consulta. Meu ponto não é buscar espaço para mim, mas defender que o processo de escolha de candidatos seja participativo, inclusive com as bases. Pensei que no PT esta seria a regra. Como não foi, vou-me embora para outro lugar que seja assim”, afirmou em entrevista à CartaCapital.
O ex-senador acrescentou:
“Não posso dizer que estou indo para uma legenda para ser candidato a alguma coisa […] Tenho minha vida profissional definida, não preciso do mandato. Então, posso perfeitamente viver sem a política. Não sou profissional da política. Vou para a política porque gosto dela.”
A fritura de Prates
Prates comandou a Petrobras em um período conturbado, enfrentou conflitos internos com ministros do governo Lula, como Alexandre Silveira (Minas e Energia) e Rui Costa (Casa Civil).
O clima de instabilidade levou a especulações sobre sua permanência e culminou em sua demissão pelo presidente Lula em abril de 2024.
Nos meses finais à frente da empresa, Prates sofreu críticas públicas do ministro de Minas e Energia. O ex-presidente da Petrobras também denunciou que Rui Costa e Alexandre Silveira teriam feito lobby para encarecer contas de energia junto ao Congresso, manipulando a aprovação de emendas que alteraram o projeto de lei original de Prates sobre a regulamentação de usinas eólicas offshore.
“Os jabutis deformaram o texto original que tinha o objetivo de regular a produção de energia eólica em alto-mar”, afirmou em entrevista à Folha.
Após a saída de Prates, Magda Chambriard assumiu a presidência da estatal.