Réus acusados de planejar morte de Marielle são interrogados no STF

Os réus acusados de serem os mandantes da morte da vereadora Marielle Franco, que resultou também na morte do motorista Anderson Gomes, serão interrogados a partir desta segunda-feira (21). A ação tramita no Supremo Tribunal Federal (STF).

O interrogatório será feito por videoconferência. Os cinco réus estão presos preventivamente.

Serão ouvidos, nesta ordem:

deputado Chiquinho Brazão (sem partido-RJ);
conselheiro do Tribunal de Contas do Estado, Domingos Brazão;
delegado da Polícia Civil Rivaldo Barbosa;
major Ronald Paulo Pereira;
policial militar Robson Calixto Fonseca.
Os interrogatórios estão marcados para 13h, de 21 a 25 de outubro. O relator do caso é o ministro Alexandre de Moraes.

O procedimento é praxe em uma ação penal. É o momento em que o réu pode dar sua própria versão dos fatos pelos quais ele responde.

Depois dos interrogatórios, acusação e defesa terão cinco dias para avaliar se vão pedir outras diligências.

Depois, as partes terão prazo de 15 dias para apresentar suas alegações finais – são as últimas manifestações no processo. Só depois desta etapa o caso fica liberado para julgamento.

Réus
Em junho, por unanimidade, os ministros da Primeira Turma do STF tornaram réus os cinco suspeitos de serem os mandantes das mortes de Marielle e Anderson e de participarem do planejamento dos crimes:

Chiquinho e Domingos Brazão respondem por homicídio e organização criminosa. Já Rivaldo Barbosa, por homicídio.

Ronald Paulo de Alves Pereira, policial militar apontado como ex-chefe da milícia de Muzema, na zona Oeste do Rio de Janeiro, é réu por homicídio. Robson Calixto Fonseca, assessor de Domingos Brazão, responde por organização criminosa.

Denúncia
A denúncia foi apresentada pela Procuradoria-Geral da República (PGR) em maio.

Segundo o órgão, Marielle se tornou a principal opositora e “o mais ativo símbolo da resistência” aos interesses econômicos dos irmãos Brazão.

Mirando o mercado imobiliário irregular, Domingos e Chiquinho teriam investido em práticas de “grilagem” nas mesmas áreas de milícia em que constituíram os seus redutos eleitorais. Segundo a denúncia, as iniciativas políticas da vereadora, em assuntos ligados ao tema, “tornaram-se um sério problema” para os Brazão, e motivaram o planejamento da sua execução.

Então diretor da Divisão de Homicídios, Rivaldo Barbosa assumiu a chefia da Polícia Civil no Rio de Janeiro na véspera do assassinato de Marielle e Anderson. Rivaldo teria garantido aos Brazão que a investigação do crime seria “dificultada” caso fosse necessário.

As defesas negam as acusações, criticam a denúncia e a delação do ex-policial militar Ronnie Lessa. Também contestam o papel da Polícia Federal (PF) na investigação.

cnn

Postado em 21 de outubro de 2024