Preços dos SUVs mais baratos do país chegaram a cair 17% em 2023, mostra levantamento

Os carros utilitários, os SUVs, já caíram no gosto do brasileiro há algum tempo. Um levantamento da KBB (Kelley Blue Book), encomendado pela CNN, aponta que modelos deste segmento chegaram a registrar queda de até 17% no preço em 2023.

Outro levantamento, da JATO Dynamics do Brasil, mostra ainda que em abril deste ano, os SUVs foram os modelos que mais tiveram emplacamentos: 53.651 — uma alta de 9,1% comparando com o mesmo mês do ano passado (49.159).

Já os emplacamentos dos segmentos caíram neste mesmo período. Os hatchs médios (Gol, Polo, Onix, HB20) tiveram uma queda de 53,4%. Os de sedãs pequenos (Virtus, HB20S, Cronos) foram 8,1% menor; e os sedãs médios (Corolla, Civic, Cruze), caíram ainda mais, 20%.

E quem tem um sonho de ter um SUV, pode até se animar. Todos os 10 utilitários mais baratos comercializados no Brasil tiveram queda no preço de tabela neste ano. O novo Hyundai Creta, modelo Comfort 1.0 12V, por exemplo, ficou 1,45% mais barato, comparando seu valor abril de 2022 com o mesmo mês de 2023.

O modelo que ficou mais barato foi o Peugeot 2008. Em abril de 2022 ele estava valendo R$ 91.200. No mesmo mês deste ano, custava R$ 75.640, uma queda de 17,06% do seu valor.

Segundo Rafael Sellinas, coordenador de pesquisa da JATO Dynamics do Brasil, de maneira geral, alguns fatores têm contribuído para a redução de preços dos veículos.

“Um deles é o excesso de estoque das montadoras e concessionárias, gerado pelo aumento da produção (após diversas paralisações) para atender a uma demanda reprimida do mercado, gerada pela pandemia e falta de componentes.”

Cenário dos SUVs
Sellinas cita o aumento dos juros e dificuldade de acesso ao crédito. Isso fez com que as montadoras tivessem que conceder bônus mais generosos nos últimos meses, a fim de escoar as unidades remanescentes do ano anterior, gerando um desequilíbrio nos preços entre zero quilômetros e seminovos, o qual acaba sendo ajustado pelo próprio mercado, gerando desvalorizações acima da média.

Para o segmento SUV, isso tem um impacto ainda maior, pois, hoje, representam 50% da oferta dos automóveis de passeio novos.

“E essa predominância tem alguns motivos, visto que os modelos desse segmento são bastante procurados pelos consumidores. São mais bem equipados, possuem maior robustez para enfrentar as desafiadoras ruas e avenidas brasileiras e, também, podemos mencionar um certo status conferido a quem os dirige.”

No entanto, um ponto importante e de atenção para o consumidor que Sellinas destaca é com relação à revenda. Segundo ele, o excesso de oferta, combinado à manutenção mais cara e à alta dos combustíveis – geralmente, são modelos com consumo mais elevado – fazem com que o segmento tenha a maior desvalorização no mercado de seminovos e usados, com média de 8% no último ano.

Esse indicador é puxado, principalmente, pelos modelos a diesel, que vêm sofrendo desvalorização acima da média.

Com relação ao futuro desse segmento, o coordenador de pesquisa explica que, com leis de emissões cada vez mais rígidas, a adequação desses modelos se torna mais desafiadora, pois são veículos mais pesados e possuem motores que emitem mais poluentes.

“Eletrificá-los em larga escala não é uma tarefa simples, pois o custo seria ainda muito elevado. Isso pode representar uma redução da oferta e até mesmo das vendas de SUVs. Mas, não de imediato. Além disso, podemos observar um crescimento expressivo no segmento de picapes nos últimos anos, o qual, em alguns casos, concorre diretamente com os utilitários.”

Rankig dos 10 SUVs mais baratos:
1º Peugeot 2008 – Allure Pack 1.6 16v: 04/22 (R$ 91.200) 04/23 (R$ 75.640)

2º Citroen C4 Cactus – Feel 1.6 16v: 04/22 (R$ 99.100) 04/23 (R$ 83.680)

3º Renault Duster Zen 1.6 16v: 04/22 (R$ 95.800) 04/23 (R$ 89.690)

4º Fiat Pulse – Drive 1.3 MT: 04/22 (R$ 95.300) 04/23 (R$ 89.940)

5º Hyundai Creta – Action 1.6 16v: 04/22 (R$ 103.100) 04/23 (R$ 95.650)

6º Nissan kicks – active 1.6 16v: 04/22 (R$ 105.800) 04/23 (R$ 101.250)

7º Volkswagen T-Cross – sense 200 1.0 Tsi: 04/22 (R$ 107.500) 04/23 (R$ 102.980)

8º Chevrolet Tracker 1.0 turbo 12v: 04/22 (R$ 113.900) 04/23 (R$ 107.550)

9º Volkswagen Nivus – Comfortline 200 1.0 12v: 04/22 (R$ 117.300) 04/23 (R$ 112.720)

10º Lugar: Hyundai Creta – Comfort 1.0 12v: 04/22 (R$ 117.600) 04/23 (R$ 115.890)

CNN

Postado em 15 de maio de 2023

Spotify remove milhares de músicas feitas por inteligência artificial; entenda

O Spotify está inundado com músicas feitas por inteligência artificial (IA) e excluiu dezenas de milhares delas nesta semana em uma tentativa de conter uma onda de fraudes. A maior empresa de streaming de áudio do mundo diz que as remoções não se deram necessariamente pela origem artificial das músicas, mas sim por uma prática chamada de “streaming artificial”, que envolve o uso de contas falsas (bots) para atuarem como ouvintes e aumentarem o valor pago aos criadores.

Ainda assim, a empresa tem estado na mira de multinacionais que detêm os direitos autorais de grandes artistas por permitir o avanço de músicas feitas por IA. A Universal Music Group, maior gravadora do mundo, vem alertando há meses sobre a proliferação de novas músicas em plataformas como o Spotify, onde cerca de 100 mil canções são adicionadas todos os dias.

No mês passado, o Financial Times revelou que a gigante da indústria da música havia chamado as plataformas de streaming para “reprimir” o uso de IA generativa. — Se a recente evolução explosiva da IA ​​generativa não for controlada, haverá uma avalanche de conteúdo indesejado nas plataformas e problemas relacionados às leis de direitos autorais existentes — alertou o presidente do Universal Music Group, Lucian Grainge.

Um caso em que obras criadas por computadores ganharam atenção foi recentemente, quando faixas falsas, geradas por inteligência artificial, estavam sendo vendidas como músicas supostamente vazadas antes do lançamento do cantor/produtor Frank Ocean.

O negócio fraudulento ocorreu em uma comunidade lotada de colecionadores de música na rede social Discord, conforme revelou o portal Vice, que analisou mensagens e postagens do próprio fórum. Em comunidades como essa, os golpistas vão atrás dos fãs que aguardam ansiosamente novos lançamentos de seus ídolos e os colecionadores, que geralmente comprariam músicas que podem ter vazado antes de seu lançamento oficial.

Os membros dessas comunidades estão preocupados: — Esta situação prejudicou a credibilidade do nosso servidor e resultará em desconfiança de qualquer fornecedor novo e não verificado em todas essas comunidades — disse Gamma, proprietário de um servidor Discord que compila gravações inéditas de Frank Ocean.

Ao Vice, um dos golpistas disse que chegou a contratar um músico para produzir as nove melodias que seriam vazadas do Frank Ocean, com as quais faturou 13 mil dólares canadenses (aproximadamente 46,5 mil reais). É uma operação que busca fazer negócios, repetindo padrões de sucesso em experiências anteriores.

No mês passado, uma suposta música de Drake e The Weeknd, gerada com um software chamado SoftVC VITS, viralizou nas redes sociais e em plataformas de streaming, que remuneram os criadores, até ser apagada pelo Tiktok, YouTube e Spotify.

Avanço do ‘streaming artificial’ com a IA
As dezenas de milhares de músicas agora removidas do Spotify foram geradas pelo Boomy, uma plataforma que usa inteligência artificial generativa para criar músicas com apenas alguns cliques em qualquer navegador da web. Ainda que a validade das canções do tipo seja debatível, o motivo para a retirada, na verdade, é porque essa IA favorece o chamado “streaming artificial”.

O termo refere-se a um golpe que usa bots (robôs) para se passar por ouvintes humanos, a fim de aumentar o número de reproduções de músicas (ou criar novas listas de reprodução contendo essas músicas) e, assim, gerar royalties para os detentores de seus direitos.

Isso significa que as faixas criadas artificialmente, sem nenhum músico ou produtor humano, acabariam recebendo a receita de direitos autorais que deveria ir para os artistas. Conforme noticiado pelo jornal Financial Times, a remoção afetou 7% do número total de músicas do Boomy disponíveis na plataforma.

O fenômeno dessa armadilha não é novo. Antes do nascimento de ferramentas generativas de IA abalar o mercado de música, o Spotify já alertava os artistas para evitar ofertas de serviços para promover sua música usando bots. Em um vídeo postado em seu canal no YouTube no ano passado, os membros da empresa explicaram os riscos de longo prazo de estar vinculado à compra de streams, o que pode levar à exclusão de músicas do Spotify e à retenção da receita de direitos.

O problema está diretamente ligado ao modelo de negócios de plataformas de streaming como Spotify ou Apple Music, que distribuem royalties com base no número de reproduções das músicas. O assunto se agravou nos últimos meses devido à explosão na oferta de serviços que prometem sucesso nessas plataformas por meio da venda online de reproduções de playlists. Basta fazer uma rápida pesquisa no Google por “comprar streams no Spotify” para encontrar uma infinidade de anúncios que prometem exposição e visibilidade de forma simples e barata. Numa delas, mil visualizações no Spotify custam menos de cinco euros (26,7 reais).

Mas agora o negócio avançou com a inteligência artificial generativa. Com músicas geradas por computador, sem recursos artísticos, e tocadas repetidas vezes por bots, os impostores ganharam espaço no Spotify. A plataforma agora busca maneiras de impedir essas fraudes, embora não tenha especificado como fazê-lo. “O streaming artificial é um problema de longa data em todo o setor que o Spotify está tentando erradicar”, disse recentemente um porta-voz da empresa ao Financial Times.

Na França, um estudo realizado pelo National Music Centre constatou que entre 1% e 3% de todas as músicas tocadas nas plataformas de streaming mais populares daquele país foram solicitadas por bots. Este valor, de 2021, representa um número estimado entre um e três milhões de falsas reproduções.

Conforme especificado em seu site, a Boomy detém os direitos autorais de todas as músicas criadas em sua plataforma, embora os usuários recebam 80% dos direitos de distribuição. Assim, eles podem usá-los para fins comerciais e não comerciais, como em um vídeo ou podcast de mídia social. Com a recente exclusão, o Spotify parou de publicar novas músicas desta empresa por apenas cinco dias.

Mais de 14 milhões de músicas foram criadas com o Boomy, que nasceu há dois anos. Sua receita é simples e semelhante a outras ferramentas que utilizam inteligência artificial generativa. O usuário pode escolher um estilo, como música eletrônica ou lo-fi, e os instrumentos base. Então, é possível adaptar os ritmos e o usuário ainda pode adicionar uma voz, própria ou de outra pessoa.

Em menos de um minuto, o programa gera uma música supostamente original, que pode ser compartilhada ou baixada. Porém, em nota esclarecedora enviada ao EL PAÍS, o Spotify rejeita que o principal problema seja a inteligência artificial por trás do desenvolvimento das músicas: “As eliminações não se devem ao fato de a música de Boomy ser gerada por IA. É sobre os padrões de atividade em torno de uma parte dessa música. O Spotify confirmou [ao portal americano] Music Ally que algumas músicas foram removidas após a detecção de streaming artificial. O serviço também excluiu streams dessa música de seus cálculos de direitos autorais”, disse.

O GLOBO

Postado em 15 de maio de 2023

Caso da vacina: PF apura troca de acesso de Bolsonaro em aplicativo do SUS como indício de que Cid não agiu sozinho

Em uma semana decisiva para as investigações da suposta fraude nos cartões de vacina do ex-presidente Jair Bolsonaro, familiares e assessores, a Polícia Federal tem em mãos elementos para questionar a tese de que o ex-ajudante de ordens Mauro Cid, que está preso, atuou sozinho e vê indícios de associação criminosa na trama que envolve o antigo mandatário. Com o avanço da apuração, a PF aponta como principal elemento que mostra o conhecimento de Bolsonaro a troca no e-mail vinculado à conta dele no aplicativo ConecteSUS no fim do governo — a gestão passou do tenente-coronel para Marcelo Costa Câmara, auxiliar que seguiu ao lado do chefe pós-Presidência.

O fato deve ser usado para confrontar uma eventual versão de que Cid agiu sozinho, sem a anuência do ex-presidente. O militar, que vai prestar depoimento na quinta-feira, tem sido aconselhado a assumir a própria culpa — Bolsonaro, por sua vez, será ouvido amanhã. O ex-ajudante de ordens também está envolvido em outros casos que podem respingar no antigo ocupante do Palácio do Planalto e em seus parentes. Mensagens reveladas pelo portal Uol e obtidas pelo GLOBO, trocadas entre Cid e duas então assessoras de Michelle Bolsonaro, indicam a existência de uma orientação para que as despesas da ex-primeira-dama fossem pagas em dinheiro vivo. Há nas conversas também o temor de que o episódio, se descoberto, fosse interpretado como um esquema de “rachadinha”, a exemplo da investigação que atingiu o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ).

Em outra frente derivada da quebra de sigilo, as mensagens de Cid revelaram uma atuação ativa na articulação do suposto esquema de falsificação dos documentos de imunização, segundo a PF. Dados falsos dele, de sua esposa e filhas também foram inseridos no sistema da Saúde, segundo investigadores, o que o torna beneficiário das fraudes apuradas. Outro braço da ação ocorreu em direção ao ex-presidente.

Passagem de bastão
Segundo a apuração, o login de Bolsonaro no aplicativo ConecteSUS estava associado ao e-mail de Cid até o dia 22 de dezembro do ano passado. Naquela data, foi gerado um certificado de vacinação do então mandatário com o registro falso de duas doses da vacina da Pfizer. Minutos depois, o e-mail de login foi alterado para o do coronel Marcelo Costa Câmara, então assessor especial da Presidência — ele foi nomeado para auxiliar Bolsonaro após o final do mandato.

A mudança se deu, segundo a PF, porque Cid estava prestes a deixar a função de ajudante de ordens de Bolsonaro. A partir de 1º de janeiro deste ano, o ex-presidente passaria a ser assessorado por oito auxiliares, sendo um deles o coronel Câmara, homem de confiança do ex-mandatário que viajaria com ele para a Flórida.

De acordo com a PF, a alteração cadastral foi feita a partir da conexão de rede do Palácio do Planalto, outro indício de que Bolsonaro sabia da fraude.

No despacho em que autorizou a operação, o que incluiu um mandado de busca e apreensão na casa de Bolsonaro, o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), afirmou que a iniciativa foi levada adiante com, “no mínimo, conhecimento e aquiescência” do ex-presidente.

Os elementos colhidos até aqui reforçaram duas linhas de investigação: a primeira é a do crime de inserção de dados falsos no sistema eletrônico do Ministério da Saúde, o que, se comprovado, prevê uma pena de até 12 anos de prisão. A segunda é a formação de uma associação criminosa para praticar o delito. Nesse caso, a punição poderia chegar a até três anos de reclusão.

Investigadores descartam a possibilidade de apurar uso de documento falso e falsidade ideológica, cuja pena é de até cinco anos de prisão, porque seria de difícil comprovação no inquérito em andamento. Isso ocorre porque os locais que exigem a apresentação de comprovante de vacinação só conferem visualmente o documento, sem armazenar cópias.

As vacinas registradas em nome de Bolsonaro foram inseridas no sistema da Saúde no dia 21 de dezembro do ano passado, às 18h59min e às 19h, antes de embarcar para uma viagem aos Estados Unidos. Segundo esse registro falso, o ex-presidente teria tomado a primeira dose da Pfizer em 13 de agosto e a segunda em 14 de outubro, no Centro Municipal de Saúde de Duque de Caxias, na Baixada Fluminense.

Seis dias depois, em 27 de dezembro, os dados de vacinação de Bolsonaro foram apagados do sistema por uma servidora da prefeitura de Duque de Caxias (RJ), que justificou a exclusão com a anotação de “erro”, de acordo com a PF.

Essa cronologia e as suspeitas de irregularidades verificadas até aqui serão exploradas nos depoimentos desta semana. Amanhã, estão previstas as oitivas de Bolsonaro e do coronel Câmara. O ex-presidente passará hoje por treinamento com sua equipe de advogados.

“Sem adulteração”
O objetivo inicial da PF era ouvir Bolsonaro no último dia 3, quando foi deflagrada a operação que prendeu seis suspeitos de atuarem no esquema fraudulento. A defesa de Bolsonaro, no entanto, pediu o adiamento do depoimento, porque queria ter acesso ao inquérito.

Na quinta-feira, será a vez de Cid. Quando foi detido, ele optou pelo silêncio, porque seus advogados não haviam tido acesso aos autos. Após a prisão, ele trocou de advogados e passou a contar com um a assessoria do criminalista Bernardo Fenelon, especialista em delações premiadas e em lavagem de dinheiro. O defensor anterior, Rodrigo Roca, também atua para Flávio Bolsonaro. Na sexta, os agentes vão ouvir a mulher de Cid, Gabriela Santiago, que também teve dados falsos inseridos no sistema do Ministério da Saúde.

Procurado, o advogado de Bolsonaro, Paulo Amador da Cunha Bueno, informou que não vai comentar o inquérito. O ex-presidente tem negado participação em quaisquer irregularidades. Em declarações públicas, a defesa tem alegado ainda que o ex-presidente, na condição de chefe de Estado até dezembro passado, não precisou apresentar o seu comprovante de vacinação para entrar nos Estados Unidos. Para a PF, no entanto, a principal linha de apuração não é o uso do documento falso, mas, sim, se o ex-mandatário tinha conhecimento e se beneficiou da fraude.

— Não existe adulteração da minha parte. Não tomei a vacina. Ponto final — declarou Bolsonaro no dia da operação.

Procurado, Câmara não se manifestou. A defesa de Mauro Cid não comentou.

O GLOBO

Postado em 15 de maio de 2023

Governo enquadra PT para apoiar nova regra fiscal a ser votada na semana que vem

A pressão do Congresso Nacional fez o governo federal enquadrar o PT para apoiar a versão da nova regra fiscal, que deve ser apresentada ao plenário da Câmara, na semana que vem. O presidente da Casa, Arthur Lira (Progressistas), já tem reunião marcada, nesta segunda-feira (15), com líderes partidários.

Lira também pretende conversar com articuladores políticos do Palácio do Planalto para que o governo e Câmara fechem um novo regime fiscal, substituto do atual teto de gastos. De acordo com a equipe econômica do Planalto, o projeto abre caminho para a rápida queda dos juros e crescimento do Produto Interno Bruto (PIB).

Gatilhos contra o endividamento
Em conversas com parlamentares próximos, Lira comenta a necessidade do endurecimento da proposta. O parlamentar defendeu a possibilidade de gatilhos para forçar um aperto de cintos, caso o endividamento público aumente.

O relator do projeto, Cláudio Cajado (Progressistas), sugeriu a suspensão de concursos e aumento de servidores, além da proibição na criação de cargos, se as metas para economizar não sejam alcançadas.

Puxão de orelha do Planalto
A legenda do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o PT, é contra e tentará influenciar até o limite para flexibilizar o texto. A pressão provoca críticas na base lulista na Câmara, o que levou o governo a enquadrar o partido. A ordem é não apresentar resistência quando a matéria chegar ao plenário.

O puxão de orelha surtiu efeito. A bancada definiu que não apresentará emendas, ou seja, propostas de mudança em artigos. Com isso, votará em prol do regime fiscal relatado. As negociações prosseguem com a expectativa de que a votação fique para a próxima quarta-feira (17).

“Estou otimista. A proposta encaminhada para o governo é bem calibrada. Faz a combinação perfeita da responsabilidade social e fiscal”, disse o ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha.

A nova regra fiscal estabelece que as contas públicas saiam do vermelho, ano que vem, e feche no azul em 2025, com superávit de 0,5% do PIB.

BAND

Postado em 15 de maio de 2023

Lula viaja ao Japão nesta semana para participar da Cúpula do G7

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) viajará ao Japão, nesta semana, para participar, como convidado, da Cúpula do G7, o grupo que reúne as maiores economias do mundo. No mês passado, o líder brasileiro foi convidado pelo primeiro-ministro japonês, Fumio Kishida.

O encontro será na cidade japonesa de Hirishima, nos dias 20 e 21 de maio. O G7 é formado pelos Estados Unidos, Japão, Reino Unido, Itália, França, Alemanha e Canadá.

Esta será a primeira vez, desde 2009, que o Brasil comparecerá à reunião do grupo que reúne os países que também são os mais industrializados do mundo. Vale lembrar que o G7 costuma receber líderes de outros países para ouvir perspectivas econômicas de quem não é membro.

A participação no G7 é vista como um sinal de prestígio internacional de Lula, principalmente depois que o país deixou de ser convidado para o seleto grupo. Em 2022, foram convidados pelas nações industrializadas a Argentina, Índia, África do Sul, Indonésia e Senegal.

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), já está no Japão, onde prepara o terreno para a chegada de Lula ao país. O petista cumpriu agenda com a secretária do Tesouro dos Estados Unidos, Janet Yellen, para discutir a reforma do Banco Mundial.

BAND

Postado em 15 de maio de 2023

Diretores da Petrobras analisam nesta semana nova política de preços

A Petrobras informou neste domingo (14) que vai discutir internamente possíveis alterações nas políticas de preço da empresa para diesel e gasolina.

De acordo com um comunicado divulgado pela estatal, as mudanças “serão analisadas pela Diretoria Executiva no início da semana e poderão resultar em uma nova estratégia comercial para definição de preços”.

O texto aproveita para reafirmar que possíveis mudanças estarão pautadas em “aspectos técnicos”.

Atualmente, o valor do combustível nacional é calculado em dólar e o petróleo segue a cotação internacional. Isso significa que a mudanças no valor do barril ou na moeda americana impactam os preços dentro do Brasil.

Ainda durante a campanha, o atual presidente Luiz Inácio Lula da Silva falou em “abrasileirar” os preços e abandonar os atuais critérios de reajustes.

Na última sexta-feira (12), o presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, já havia antecipado que a empresa iria discutir a nova política de preços praticada pela estatal.

De acordo com ele, o melhor cenário é o meio-termo. “Não precisamos voltar ao tempo em que não houve nenhum reajuste no ano inteiro. Em 2006 e em 2007 aconteceu isso. E também não precisamos viver dentro da maratona de 118 reajustes para um único combustível, como foi em 2017.”

BAND

Postado em 15 de maio de 2023

Portugal aprova lei que descriminaliza a eutanásia

O parlamento português aprovou uma lei que descriminaliza a eutanásia. A decisão permite a prática de provocar a morte assistida por um profissional da saúde de uma pessoa com doença incurável.

O decreto aprovado pelo parlamento tinha sido vetado pelo presidente Marcelo Rebelo de Souza. Com a decisão, o presidente será obrigado a promulgar a lei em um prazo de oito dias.

Este é o quarto projeto do parlamento português para a despenalização da eutanásia, alterando o Código Penal. A questão dividiu o país, profundamente católico e teve forte oposição dos conservadores.

Agora, as pessoas com mais de 18 anos podem solicitar assistência para morrer caso estejam em estado terminal e sofrimento intolerável. Cobrirá apenas os que sentem dores duradouras e insuportáveis, a menos que não sejam mentalmente aptos para tomar a decisão.

A lei é aplicável a portugueses e residentes legais, mas não se estende a estrangeiros que venham ao país em busca de suicídio assistido.

BAND

Postado em 13 de maio de 2023

Elon Musk confirma Linda Yaccarino como nova CEO do Twitter

O Twitter tem uma nova CEO. O anúncio foi feito por Elon Musk nesta sexta-feira (12) e trata-se de Linda Yaccarino. O bilionário confirmou que ela ficará responsável primeiramente em operações de negócios, enquanto o proprietário da rede social ficará focado em novas tecnologias e em design de produtos.

Linda ficou quase 12 anos como chefe de publicidade global e parcerias da NBCUniversal, antes de se tornar CEO. Ela também entrou no Conselho de Administração de Anúncios dos EUA em 2014, e um ano depois, tornou-se membro do Comitê Executivo. Formada na Universidade Estadual da Pensivânia, em artes liberais e telecomunicações, ela iniciou no mercado como estagiária da NBCUniversal.

Na última quinta-feira (11), Musk havia anunciado que contratou uma nova CEO, mas sem informar o nome. Agora, o bilionário desejou sorte a Linda e que ela iniciará em 6 semanas: “Estou animado para anunciar que contratei um novo CEO para o Twitter. Ela vai começar em 6 semanas!”

Band

Postado em 13 de maio de 2023

Ciro Gomes quebra o silêncio e diz que Lula é “responsável pelo reacionismo no Brasil”

Sete meses após registrar seu pior resultado numa eleição presidencial, o ex-ministro Ciro Gomes voltou a participar de um evento público nessa sexta-feira (12). Em discurso para estudantes da faculdade de direito da Universidade de Lisboa, o pedetista afirmou que o presidente Lula é o “responsável pelo reacionarismo no Brasil” e que o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, está “entregue à banqueirada”. É a primeira vez que o presidenciável, grande crítico do PT e de Lula, faz uma avaliação do novo governo.

“O Lula nunca quis mudar, não tem compromisso com a mudança do Brasil, é o responsável pelo reacionarismo dominante hoje no Brasil. Ganha com isso”, disse.

Ciro comentou uma reportagem que revelou que o senador Davi Alcolumbre (União-AP) indicou emendas sob suspeita de superfaturamento.

“A Codevasf está fazendo investimento superfaturado no Amapá neste governo. A direção e as práticas que estão lá são as mesmas, é por lá que se esvai o orçamento secreto. Como nós vamos fazer? Deu certo isso? É uma pergunta simples”, criticou.

“Caramba, o Lula foi parar na cadeia. Será possível que não aprendemos nada? Ou nós acreditamos que Lula foi inocentado? Ele não foi. O Lula teve direito à presunção de inocência restaurada. É diferente de ser inocentado em um julgamento”, disse.

Apesar disso, Ciro avaliou que Lula não teve “o devido processo legal”.

Campos Neto e Haddad

Ao comentar sobre a área econômica, além de Lula, Ciro criticou a gestão do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, e desaprovou a indicação de Gabriel Galípolo, ex-secretário-executivo da Fazenda, para uma diretoria no BC.

“Esta demissão (do Campos Neto) tem que ser provocada pelo Conselho Monetário Nacional. Quem é? É o governo, é o ministro da Fazenda completamente entregue à banqueirada, que está indicando um banqueiro para direção nova do Banco Central, se chama Galípolo”, disse.

Em outra crítica contra Haddad, Ciro comentou sobre a nova regra fiscal que está sendo analisada pela Câmara e foi construída pelo ministro.

“Quero saber se é justo que a gente faça um novo teto de gastos, com o nome arcabouço fiscal, um arrocho absoluto na taxa de inversão. Sabe qual é a taxa de investimento do Brasil hoje? A menor da história. Da União federal remanesce para investimento 0,75 de 1%. E isso significa ao redor de 24 bilhões, que é nada”, declarou.

Quarto lugar na eleição presidencial do ano passado, Ciro está ausente do debate político nacional desde o resultado do segundo turno, em outubro. Seu partido está na base do Lula no Congresso e tem Carlos Lupi, presidente licenciado da legenda, como ministro da Previdência.

Da mesma forma que o irmão, o senador Cid Gomes Gomes (PDT-CE) já havia feito críticas ao governo e reclamou da forma como o ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, negocia com o Centrão.

O Sul

Postado em 13 de maio de 2023

Chamado de “traidor”, Bebeto diz que Romário “está ficando velho e esclerosado”

Craques do tetracampeonato mundial da Seleção Brasileira, Romário e Bebeto estão com as relações cortadas por divergências políticas. Depois que o ex-camisa 11 e atual senador pelo PL chamou Bebeto de “traidor”, o agora ex-amigo rebateu no mesmo tom.

Quem é ele para me chamar de traidor? O Romário está ficando velho e acho que está ficando esclerosado, falando muita besteira

Bebeto, ex-jogador
A declaração foi dada inicialmente ao UOL e confirmada à CNN.

“Tenho uma carreira íntegra no futebol e na política, nunca me envolvi em polêmicas. Não posso falar o mesmo dele, que é um egoísta, sempre pensou apenas nele”, seguiu Bebeto. “Ele sempre foi assim, só pensa nele próprio. Achei que depois de velho ele iria mudar, mas parece que não. Ele não gosta de falar que ganhou em 94 [a Copa do Mundo] sozinho? Ninguém faz nada sozinho. Futebol e política se fazem coletivamente e o Romário é individualista”.

Entenda a briga
Na última terça-feira (9), em entrevista ao podcast Cheguei, do narrador José Carlos Araújo, o Garotinho, Romário fez duras críticas ao ex-companheiro.

Traidor. Foi (meu maior parceiro), mas não é mais. Me traiu na política. Pulou de galho. Tem coisas na vida que levo para sempre. Dentro e fora da política. Vejo isso todos os dias. Mas quando é um cara que você viveu, conviveu e tem uma relação de amizade, é triste. Não briguei com Bebeto. Ele só meu traiu. Mais nada. Infelizmente é assim.

Romário sobre Bebeto
Romário não deu detalhes sobre qual teria sido a traição de Bebeto. Nas eleições presidenciais de 2022, o ex-jogadores ficaram em lados opostos na corrida ao Planalto. Enquanto Bebeto apoiou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Romário fez campanha para o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), derrotado nas urnas.

Ao rebater as declarações de Romário, Bebeto deu sua versão sobre a história:

“O Romário me chamou para o Podemos e eu fui, mas ele saiu sem avisar ninguém, não me falou. Eu fiquei sabendo Eu fiquei sabendo que ele tinha ido para o PL pela imprensa, ele não falou comigo. Na verdade, foi ele quem traiu, porque saiu ‘de fininho’. Por que não falou comigo?”

Bebeto explicou que, quando soube das declarações de Romário, tentou entrar em contato diretamente com o ex-companheiro de ataque.

“Quando eu soube que ele havia falado isso no podcast, eu na mesma hora liguei para ele, e não me atendeu”, revelou o deputado estadual. “Tentei falar para expor a minha opinião e ele não atendeu. Nós temos princípios diferentes, se ele muda a amizade em função da questão política, eu não sou assim. Quem me deixou na mão foi ele e não eu, mas tranquilo, essas coisas não me afetam. Sigo sendo a mesma pessoa de sempre, que todos me conhecem”.

Além da carreira nos gramados, os dois também tiveram trajetória em cargos políticos. Romário foi reeleito senador pelo Rio de Janeiro no ano passado. Já Bebeto não conseguiu se eleger a deputado federal. O ex-jogador baiano foi deputado estadual em três mandatos.

CNN

Postado em 13 de maio de 2023

Uma pessoa LGBTI+ foi morta violentamente a cada 32 horas no Brasil em 2022

No Brasil, uma pessoa LGBTI+ foi morta violentamente a cada 32 horas em 2022. Ao todo, foram assassinadas 273 pessoas entre janeiro e dezembro do ano passado, de acordo com o Dossiê de Mortes e Violências Contra LGBTI+ no Brasil.

Mais da metade das vítimas, 159 pessoas, foram travestis e mulheres trans, representando 58% dos assassinatos. Ao todo, 96 homens gays foram mortos de forma violenta em 2022.

Cerca de um terço das vítimas tinham entre 20 e 29 anos de idade. Já 19% delas tinham entre 30 e 39 anos.

O Estado do Ceará foi o que teve a maior mortalidade violenta de LGBTI+ em 2022. Foram 34 mortes. Em São Paulo, 29 assassinatos foram contabilizados. Considerando o número de vítimas para cada 1 milhão de habitantes, o Ceará também lidera o ranking (3,8 mortes), seguido por Alagoas (3,52) e pelo Amazonas (3,29).

O Dossiê de Mortes e Violências Contra LGBTI+ no Brasil foi produzido pelo Observatório de Mortes e Violências contra LGBTI+ no Brasil em parceria com outras organizações: Acontece Arte e Política LGBTI+; Associação Nacional de Travestis e Transexuais (Antra); e Associação Brasileira de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis, Transexuais e Intersexos (ABGLT).

O documento será lançado oficialmente no dia 16 de maio em Brasília, durante evento da Secretaria Nacional dos Direitos das Pessoas LGBTQIA+, ligada ao Ministério dos Direitos Humanos e Cidadania.

CNN

Postado em 13 de maio de 2023

Estudo inicial de vacina contra o câncer de pâncreas tem resultado promissor

Uma vacina contra o câncer de pâncreas apresentou resultados promissores no tratamento da doença.

A pesquisa, publicada na revista científica Nature, está em teste clínico de fase 1, desenhado para avaliar a segurança do composto.

O imunizante foi capaz de induzir a produção de células do sistema imune contra tumores em 50% dos voluntários que receberam a vacina, produzida pela BioNTech em parceria com a Pfizer.

A plataforma utilizada é de RNA, a mesma de imunizantes contra a Covid-19.

À CNN Rádio, o chefe de Oncologia do INCA Alexandre de Mendonça Palladino explicou a estratégia da vacina.

Segundo ele, este tipo de imunoterapia estimula, como o nome diz, o sistema imunológico e, até aqui, não havia se mostrado eficaz contra o câncer de pâncreas — que é um dos mais letais.

“A vacina oferece proteínas para fazer com que o sistema imunológico identifique a doença como estranha e atue em cima das células do câncer”, disse.

Dentre os 16 pacientes avaliados, “metade deles conseguiram produzir atividade imunológica contra a doença, o que é um resultado melhor no sentido de recorrência, é bastante promissor.”

Mesmo assim, o oncologista destaca que o estudo ainda deverá demorar alguns anos para passar para a fase 2 e depois a fase 3.

“Talvez até 3 anos mais ou menos para ter incorporação no tratamento, mesmo assim é uma coisa promissora”, completou.

Diagnóstico

Palladino explicou que o câncer de pâncreas é caracterizado por ser diagnosticado em fase avançada, quando já se apresentam sintomas.

Ele também alertou que a doença tem “alta taxa” de recorrência, e não há exame eficaz para rastreamento.

CNN

Postado em 13 de maio de 2023

Alexandre de Moraes abre inquérito contra diretores de Google e Telegram

Atendendo a um pedido apresentado na quinta pela PGR , o ministro Alexandre de Moraes , do STF, determinou nesta sexta a instauração de um inquérito para investigar os diretores e demais responsáveis ​​do Google e do Telegram no Brasil que tenham participado do que ele classificou de “ campanha abusiva” contra o PL das Fake News .

Segundo a PGR, a atuação das empresas contra o projeto de lei tem “potencial delitivo”. O documento assinado pela vice-procuradora-geral, Lindôra Araújo, pede a identificação e oitiva dos representantes das empresas de tecnologia e a agregação de todas as postagens e mensagens do Google e do Telegram sobre o projeto de lei. Moraes deferiu as diligências solicitadas.

O Telegram disparou nesta semana mensagens contra o projeto que tramita na Câmara dos Deputados e propõe a regulação das plataformas digitais. Na quarta-feira, Moraes determinou que a empresa deletasse o texto enviado aos usuários do aplicativo e publicasse uma interpretação — o que foi feito.

Caso semelhante ocorreu na semana passada com o Google . Na página principal do site de buscas, a frase “ O PL das Fake News pode piorar sua internet” encaminhava os usuários a um artigo de opinião escrito pelo diretor de Relações Governamentais e Políticas Públicas da empresa.

VEJA

Postado em 13 de maio de 2023

Escândalo no futebol: MP identifica pela 1ª vez fraude em resultado de partida

O Ministério Público de Goiás encontrou indícios de que jogadores venderam o resultado do primeiro tempo de uma partida do campeonato goiano no início do ano. A reportagem é do Guilherme Roseguini e do Martín Fernandez.

Receber cartões, cometer pênaltis, conseguir escanteios. A abordagem dos apostadores tentava sempre cooptar atletas para manipular situações de jogo. Mas a operação Penalidade Máxima, do Ministério Público de Goiás, já tem indícios de que, em ao menos uma partida, a negociação foi mais ampla, com influência direta no resultado.

Trata-se do confronto entre Goiás e Goiânia, disputado no dia 12 de fevereiro de 2023, pela 10ª rodada do campeonato estadual. Transcrições de conversas por aplicativos, depósitos bancários e comprovantes de apostas obtidos pelo Ministério Público sugerem que o jogo foi armado para terminar com derrota do Goiânia ao fim do primeiro tempo.

O site ge teve acesso aos documentos:

A partida, disputada às 10 horas no Estádio da Cerrinha, acabou mesmo 2 a 0 para o Goiás, com dois gols marcados na etapa inicial.

Na véspera da partida, Bruno Lopez, apontado pela operação como líder do esquema de manipulação, negocia com Denner Barbosa, jogador com contatos no futebol goiano, mas que na época atuava no Operário de Várzea Grande, time do Mato Grosso do Sul.

Nos diálogos, Denner sugere que tem um time em Goiás com toda a defesa cooptada. E sugere a derrota no primeiro tempo ao apostador.

Duas horas depois, a conversa é retomada. Denner assegura que fez um acordo com os jogadores do Goiânia. Bruno diz que o negócio está fechado e oferece R$ 10 mil para cada jogador. Na sequência, envia o comprovante de um depósito de R$ 20 mil na conta de Denner como adiantamento do negócio.

No dia seguinte, após o jogo, a dupla volta a se falar. E eles comemoram o resultado.

No mês passado, o promotor Francisco Cesconeto, ao comentar estágios anteriores da investigação, já havia mencionado a interferência dos apostadores nesse jogo. “Houve essa oferta de valores para atletas cuja investigação depende de aprofundamento para se chegar a sua elucidação. Mas essa foi a aposta para encomendar esse resultado”, disse o promotor.

Bruno Lopez está preso preventivamente e seu advogado não respondeu às mensagens do Jornal Nacional.

Denner Barbosa foi interrogado pelo Ministério Público no dia 25 de abril, mas não foi denunciado. Procurado, o advogado do jogador disse que Denner fingiu que participaria do esquema para receber um dinheiro de uma dívida antiga que Bruno Lopez tinha com ele. E que Denner encerrou o contato com o Bruno logo após de enviado o comprovante. Em nota, a defesa afirma que vai provar a inocência do atleta.

Nesta quinta-feira (11), o lateral-esquerdo Marçal, do Botafogo, contou que também foi abordado por um aliciador.

“No meu caso, foi ano passado contra o Flamengo, que eu tomo cartão por reclamação. Depois eu recebi uma mensagem no Instagram dizendo: ‘Pô, Marçal, tomando cartão por reclamação? Mais vale ganhar dinheiro com isso. Que que você acha?’. Eu dei uma resposta que não se deve falar na televisão”, disse o jogador.

Dos 16 réus da fase atual da investigação, sete são atletas. O lateral-esquerdo Pedrinho e o volante Bryan Garcia, ambos do Athlético Paranaense, também não aparecem na denúncia. Mas o clube decidiu nesta sexta-feira (12) rescindir o contrato com eles. Na operação, os nomes dos dois atletas constam numa planilha de apostadores.

O advogado de Pedrinho disse que ele não nunca teve contato com indiciados da operação e está à disposição das autoridades. A defesa de Bryan Garcia disse que não vai se pronunciar.

A direção do Goiânia declarou que ainda não teve acesso ao processo – e que espera que as investigações punam quem tenha cometido qualquer crime.

G1

Postado em 13 de maio de 2023

Com dívidas de R$ 11 bi, Light entra com pedido de recuperação judicial

A holding do grupo Light entrou nesta sexta-feira com pedido de recuperação judicial na 3ª Vara Empresarial do Estado do Rio de Janeiro, citando dívidas de cerca de 11 bilhões de reais, em busca de estender a proteção às suas fornecidas, em especial à distribuidora de energia, foco de suas principais dificuldades econômicas-financeiras.

Segundo a companhia elétrica, sua situação se agravou apesar dos esforços recentes para equacioná-la, exigindo a “tomada urgente” de medidas para preservar os seus serviços e as obrigações intrassetoriais.

No pedido feito à Justiça, o grupo argumenta que não conseguiu avançar na eficiência necessária com as conversas para renegociar obrigações financeiras junto aos servos, mesmo após ter obtido uma cautelar para suspender temporariamente a execução de dívidas e instaurar a mediação.

A Light pediu ainda a extensão de efeitos protetivos às suas concedidas, de forma a impedir que os créditos dessas empresas recebam seus créditos “por caminhos transversos que não a recuperação judicial”.

“Dada a postura de parte de seus credores, não há dúvida de que qualquer oportunidade sem proteção legal de seu patrimônio será imediatamente aproveitada para a realização de medidas constritivas”, diz o documento assinado pelos escritórios Galdino & Coelho Advogados e Salomão, Kaiuca, Abrahão , Raposo e Cotta Advogados.

O grupo Light enfrenta um grave desequilíbrio financeiro em sua distribuidora de energia, responsável por atender consumidores de mais de 30 municípios do Rio de Janeiro, motivado por fatores como dificuldades no combate a furtos de energia e na devolução de valores bilionários em créditos tributários aos consumidores.

A situação piorou neste ano, com a proximidade de vencimentos de algumas obrigações financeiras e a dificuldade da companhia em rolar dívidas diante das manifestações sobre a transferência da concessão de distribuição, que expira em meados de 2026.

Pela lei 12.767/2012, distribuidoras de energia não podem acompanhar à recuperação judicial ou extrajudicial –por isso o pedido foi feito através da holding.

Esse foi o mesmo mecanismo utilizado em 2012 pelo Grupo Rede, que operava uma série de distribuidoras posteriormente assumidas por empresas como Energisa e Equatorial. Foi esse caso que levou à aprovação da lei que hoje impede as concessionárias do setor de pedirem recuperação judicial.

O arranjo encontrado permite preservar a cadeia de pagamentos do setor elétrico, o que era uma preocupação do governo e da agência reguladora Aneel. As distribuidoras de energia são como “caixas”, devendo repassar recursos arrecadados na conta de luz a geradores e transmissores, por exemplo.

Em nota divulgada nesta sexta-feira, a Aneel destacou que nenhuma obrigação intrassetorial teve seus pagamentos suspensos ou postergados, o que inclui contratos da distribuidora com geradoras, transmissoras e pagamento dos encargos setoriais.

“Também estão preservadas integralmente as obrigações com fornecedores de serviços, equipamentos, mão de obra e funcionários”, disse a agência.

REPERCUSSÃO

À Reuters, a secretária estadual da Casa Civil do Rio de Janeiro, Nicola Miccione, afirmou que o Estado confia na manutenção da prestação de serviços pela Light.

“A gente entende que momentaneamente as questões financeiras devem ser resolvidas no âmbito do processo, na mediação com os créditos financeiros, e que a prestação de serviços deve continuar regular para a população fluminense, indústria, serviço e comércio”, disse Miccione.

No âmbito jurídico, a discussão promete não ser tão simples. Para Renato Scardoa, do SDS Advogados, as relações econômicas e jurídicas que a receberam de serviços públicos continuaram com seus milhões de usuários e milhares de fornecedores vão se tornar “ainda mais desequilibradas” caso a Justiça aceite o pedido da holding.

“Esse caso da Light mostra como a vedação disposta na Lei 12.767/2012 se mostrou desarrazoada. A retenção legal tentou fechar uma porta, mas a realidade entrou pela janela… Novamente, caberá ao judiciário decidir se deve prevalecer a vontade pontual do legislador ou a realidade dos fatos, sem embasamento jurídico para tanto”, avaliou Scardoa, que assessora empresas em crise.

Uma alternativa, caso a Light falhe em obter a recuperação judicial ou acordo com credores, seria uma intervenção da Aneel. No entanto, isso poderia ser “traumático” para a empresa, segundo um ex-CEO da Light e interventor no caso do Grupo Rede.

Nesta semana, o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, disse que a Light não vem apresentando “respostas à altura” sobre sua eficiência administrativa e afirmou que o governo não vai admitir que empresas sem gestão eficiente participem do processo de receita contratual de distribuição –algo crucial para a viabilidade da empresa.

UOL

Postado em 13 de maio de 2023