Governo prevê usar R$ 486 bi em subsídios e desonerações de impostos em 2024

Enquanto o ministro Fernando Haddad (Fazenda) busca elevar a arrecadação para zerar o déficit nas contas públicas em 2024, a perda do governo com subsídios e desonerações de impostos é calculada pela Receita Federal em R$ 486 bilhões no ano que vem.

O valor, consequência de medidas legais aprovadas ao longo do tempo para diferentes setores, representa um avanço nominal de 6,5% contra o ano anterior e é mais um complicador para o governo na tarefa de reequilibrar o resultado primário e estabilizar o endividamento público.

Chamados tecnicamente de gastos tributários, esses cortes reduzem a arrecadação pública a partir de exceções nos impostos criadas para diminuir custos ao consumidor ou ao produtor. São concedidos aos diferentes setores da economia – principalmente comércio, serviço, saúde e agricultura (que, juntos, respondem por mais da metade do total).

A previsão é que as maiores desonerações em 2024 sejam concedidas aos optantes do Simples Nacional (R$ 118,8 bilhões), à agricultura (R$ 57,1 bilhões), aos rendimentos isentos e não tributáveis do Imposto de Renda da Pessoa Física (R$ 40,2 bilhões), às chamadas entidades sem fins lucrativos (R$ 40,2 bilhões) e à Zona Franca de Manaus (R$ 35,1 bilhões).

As projeções foram calculadas pela Receita Federal no Projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias (PLDO) de 2024, enviado pelo governo ao Congresso na última sexta-feira (14). Os dados mostram uma grande discrepância em relação à proposta de um ano atrás, que retirou das contas o Simples por um entendimento legal e afetou a base de comparação.

Em relação o Produto Interno Bruto (PIB), o valor avançou de 3,23% para 4,23% entre a proposta de 2023 e a de 2024. Em relação à arrecadação calculada pela Receita, de 16,2% para 18,8%.

Na comparação entre o PLDO de 2024 e a proposta de Orçamento de 2023 (que considerou o Simples e atualizou a conta dos gastos tributários para R$ 456 bilhões), há mais estabilidade. O avanço nominal dos gastos em 2024 passou a ser de 6,5%, enquanto em relação ao PIB continua na casa de 4,2% – após uma queda marginal de 0,06 ponto percentual.

De qualquer forma, os números mostram o tamanho da perda que a União continua tendo com os gastos tributários mesmo após sucessivos discursos pela redução. O valor previsto para 2024 é mais de três vezes o que a equipe econômica busca de receita (R$ 150 bilhões) com um pacote de medidas que inclui o aperto das regras contra fraudes no comércio eletrônico e a taxação do mercado de apostas esportivas.

O governo cita o problema dos gastos tributários na proposta enviada ao Congresso, dizendo que o teto de despesas criado pelo governo de Michel Temer (e que entrou em vigor em 2017) promoveu um incentivo à expansão do instrumento. Desde aquela época, era considerado um risco por analistas o fato de as despesas ficarem travadas para novas medidas – mas iniciativas de redução das receitas, não (levando a classe política, interessada em popularidade, a promover medidas desse tipo).

Em 2019, o ministro Paulo Guedes (Economia) iniciou o mandato pregando a necessidade de um corte nos gastos tributários – mas deixou o cargo com uma elevação na fatura.

“Será que a classe política já é madura o suficiente para assumir o protagonismo, para assumir o comando do Orçamento da União […]? Corta onde? Diminui os subsídios. Não somos uma fábrica de desigualdades? Não demos R$ 300 bilhões de desonerações fiscais?”, disse Guedes no começo do mandato.

O então “posto Ipiranga” de Bolsonaro chegou a articular a aprovação, na emenda constitucional Emergencial (de março de 2021, que permitiu a retomada do auxílio à população vulnerável naquele ano), da obrigação do governo enviar em até seis meses um plano para reduzir gradualmente incentivos e benefícios tributários.

O governo cumpriu o exigido e enviou a proposta, mas deixou de fora uma série de medidas. Mesmo assim, ela continua parada no Congresso – refletindo a falta de empenho da classe política para mexer com privilégios setoriais e reduzir aquele que é um dos principais gastos da União.

Agora, o ministro Haddad planeja fazer uma discussão maior sobre as isenções de impostos e promover uma reoneração de forma paulatina.

“Não posso fazer tudo ao mesmo tempo, porque não se vai fazer nada, vai paralisar o Congresso. Ele tem de ir cortando esse salame em fatias, para ir organizando”, afirmou o ministro em entrevista recente à Folha.

“Até porque a calibragem das medidas [tamanho de cortes ou gastos] depende de como as decisões forem tomadas. Mas vamos fazer no primeiro ano de governo.”

Segundo Haddad, o plano é fazer a revisão depois da reforma tributária – que ele imagina ser aprovada na Câmara em junho ou julho e no Senado em setembro ou outubro.

O ministro da Fazenda de Lula enfrentará resistências. Entre os pontos mais delicados, está a Zona Franca de Manaus – alvo de lobby frequente da bancada do Amazonas e das empresas lá instaladas.

Em discurso durante a transição, Haddad fez uma referência ao debate ao dizer que há questões políticas sensíveis a serem consideradas sobre o tema.

“Por dentro da reforma tributária é mais fácil fazer uma política mais justa do ponto de vista tributário.

Lembrando que, sim, há especificidades a serem consideradas. Fala-se sempre da questão da Zona Franca de Manaus, que tem uma especificidade”, afirmou.

“Tem que ser considerado? Tem. Tem questões políticas sensíveis a serem consideradas, sim. Mas há uma série de questões que precisam ser revistas”, disse.

Nelson Marconi, coordenador do Centro de Estudos do Novo Desenvolvimentismo da Fundação Getulio Vargas (FGV), afirma ser fundamental reduzir os gastos tributários, pelo volume expressivo e pela contribuição que a medida daria às contas públicas.

Ele defende que seja dada prioridade aos benefícios que geram menor retorno econômico e social, considerando, por exemplo, os empregos gerados. Marconi lembra, por outro lado, que as revisões enfrentam interesses políticos e a resistência de lobbies no Congresso e, por isso, defende uma redução gradual.

“Isso tem que ser feito de forma programada, planejada e anunciada. É difícil reduzir porque, uma vez que esses setores têm esses benefícios, a resistência a tirar é muito grande. Porque gera uma redução de custo, um aumento da margem de lucro, um ganho para alguém”, afirma.

Um dos benefícios citados por ele é o existente para tempos religiosos. “Não tem nenhuma justificativa do ponto de vista econômico igreja ter isenção tributária. Sei que tem uma dificuldade política, mas acho que a gente deveria rever tanto para os setores produtivos que geram pouco resultado do ponto de vista de emprego como para esse setor de igrejas”, afirma.

Diario do Comercio

Postado em 17 de abril de 2023

Bolsonarismo tenta crescer no Nordeste em meio a brigas e dissidências

Derrotados em disputas para governos estaduais no Nordeste no ano passado, aliados de Jair Bolsonaro (PL) miram o espólio de votos do ex-presidente e tentam se firmar como líderes da direita conservadora em seus estados.

O movimento é liderado sobretudo por ex-ministros do governo Bolsonaro, que atuam para consolidar bases eleitorais e ganhar capilaridade fora dos grandes centros urbanos.

Nomes como o senador Rogério Marinho (RN), os ex-ministros João Roma (BA) e Gilson Machado (PE), e o prefeito de Maceió, João Henrique Caldas (AL), trabalham para estruturar os diretórios locais do PL com o objetivo de pavimentar candidaturas para as eleições de 2024 e 2026.

O desafio não é pequeno. Em 2022, os estados do Nordeste deram ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) uma frente de 12,5 milhões de votos no segundo turno contra Bolsonaro, determinante para a vitória do petista.

Ao mesmo tempo, o campo conservador no Nordeste enfrenta disputas internas com embates entre o “bolsonarismo raiz” mais radical, os neobolsonaristas, além dos quadros históricos do PL.

As dissidências são outro problema: prefeitos do PL começam a migrar para partidos aliados a Lula, assim como deputados estaduais do partido passaram a fazer parte da base aliada de governadores de esquerda.

O ex-presidente acompanha as movimentações e mantém o Nordeste em seu radar. Após voltar ao Brasil no fim de março, sinalizou que quer percorrer a região onde teve seu pior desempenho nas urnas.

Aliados exaltam obras como a transposição do rio São Francisco, cujas obras chegaram a 90% de andamento em governos anteriores, e programas como o Auxílio Brasil, que foi novamente substituído pelo Bolsa Família.

“Nós temos a obrigação de defender o legado de Bolsonaro no Nordeste”, afirma Marcelo Queiroga, paraibano e ex-ministro da Saúde.

Um dos principais desafios do bolsonarismo é transformar o apoio difuso de parcela do eleitorado ao ex-presidente em força partidária organizada, sobretudo nos pequenos municípios nordestinos.

O foco inicial são as eleições municipais, consideradas cruciais para fortalecer as bases e criar mais capilaridade para a disputa de 2026, quando estará em jogo a Presidência, governos e Congresso.

“É natural que existam as disputas por espaços partidários e por candidaturas. Mas não é esse o caminho que o PL pretende trilhar. Queremos aglutinar forças, não discutir quem é mais autêntico ou quem deve ter protagonismo”, avalia João Roma, ex-ministro da Cidadania e presidente do PL na Bahia.

Derrotado na disputa pelo governo baiano, ele é cotado para disputar a Prefeitura de Salvador, mas admite uma possível composição com o prefeito Bruno Reis (União Brasil), deixando de lado as rusgas com o seu antigo padrinho político ACM Neto.

Ao mesmo tempo, iniciou uma rotina de viagens ao interior do estado para articular alianças com políticos alinhados a Bolsonaro. Em entrevistas, deixa pautas de costumes em segundo plano e tem apostado em temas como impostos, segurança pública e agronegócio.

Mas enfrenta dissidências no partido. O deputado federal João Carlos Bacelar (PL) votou com a base a favor da PEC da Transição e tem sinalizado apoio ao presidente Lula.

Na Assembleia Legislativa, apenas 2 dos 4 deputados do PL fazem oposição ao governador Jerônimo Rodrigues (PT). O deputado Vitor Azevedo, ligado ao ex-ministro, mantém pontes com o governo petista. Já o deputado Raimundinho da JR (PL) foi além e se tornou vice-líder da maioria.

Também há baixas nos municípios. Em janeiro, o prefeito da cidade de Planaltino (320 km de Salvador), Ronaldo Lisboa da Silva, trocou o PL pelo PT.

Roma diz que as dissidências geram desconforto, mas descarta punições: “Não vamos transformar o partido em tribunal. Cada parlamentar deve satisfação ao seu eleitor”.

A situação é parecida no Ceará, onde quadros do PL assumiram cargos na Prefeitura de Fortaleza a convite do prefeito José Sarto (PDT), aliado dos irmãos Cid e Ciro Gomes. Dentre ele está Raimundo Gomes de Matos, que foi candidato a vice-governador pelo PL em 2022.

Em Pernambuco, a disputa entre os bolsonaristas gira em torno das tratativas para as eleições municipais. Gilson Machado, ex-ministro do Turismo e derrotado para o Senado no ano passado, quer aproveitar o capital político conquistado para disputar a Prefeitura do Recife.

Conhecido pela proximidade com Bolsonaro, o que incluía tocar sanfona nas lives do então presidente, Machado se vale das relações pessoais para pavimentar a candidatura. Recentemente, recebeu o apoio do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), filho do ex-presidente.

Mas tem um adversário forte na disputa interna: André Ferreira (PL), deputado federal mais votado em Pernambuco. Ele é e irmão de Anderson Ferreira, candidato a governador derrotado que se aproximou da governadora Raquel Lyra (PSDB) e fez indicações de cargos na gestão estadual.

Fora do partido, também se movimentam outros nomes do campo bolsonarista como a deputada federal Clarissa Tércio (PP).

Estadao

Postado em 17 de abril de 2023

Evangélicos ‘fizeram por merecer’ má fama, diz reverendo Caio Fábio

Guiados por pastores com “vocação para aiatolá”, evangélicos “fizeram por merecer” a má fama tantas vezes lhes atribuída pela sociedade secular.

Quem diz é o reverendo Caio Fábio D’Araújo Filho. Colegas como um então jovem Silas Malafaia o consideravam o pastor número um do país nos anos 1980 e 1990. Com críticas ácidas ao evangelicalismo nacional, o manauara virou persona non grata no segmento e é hoje um farol entre a minoria progressista.

Em entrevista ao jornal Folha de S.Paulo, o membro da Catedral Presbiteriana do Rio ataca o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), um “déspota perverso” que “caiu como uma luva” nas igrejas, e fala da relação de vaivéns com o amigo Lula (PT).

O nome de Caio Fábio foi atrelado ao dossiê Cayman, emaranhado de fake news para tentar incriminar a cúpula do PSDB na campanha de 1998. Ele chegou a ser condenado pelo fato.

Pastor e político retomaram a amizade na eleição de 2022, e a ideia, segundo o pastor, é conversar para “dissolver esse caroço golpista que Bolsonaro fez crescer”.

O sr. é evangélico desde os anos 1960. O que mudou no segmento de lá pra cá?

Minha avó já vinha presbiteriana desde o final do século 19. A família paterna era católica. Fui batizado em ambas as fés. Voltei à igreja presbiteriana com 19 anos porque tive experiência forte com Jesus, foi uma bomba que explodiu dentro de mim. Pregava para amigos e hippies em Manaus. Isso no [evangelicalismo] histórico.

Do lado pentecostal, era tudo muito fervoroso e aferrado a costumes. Mulher não podia cortar cabelo, usar maquiagem. Homens iam para o culto de terno. Além da gritaria muito intensa. Eu achava muito esquisito, mas sincero. Você sabia que estava lidando com pessoas honestas, que não se metiam com política, cuidavam das suas vidas.

Acha justa uma percepção nem sempre generosa da sociedade secular para evangélicos?

Antes, [pentecostais] se mantiveram nessa linha de discrição. Nos anos 1980, os pentecostais receberam influência profunda de televangelistas americanos, como o Jimmy Swaggart. As mulheres agora se pintam, cortam o cabelo. Pareceu uma evolução. Malafaia, por exemplo, já era filhote do Jimmy.

Tenho que admitir que o olhar da sociedade para evangélicos não é exageradamente negativo. Eles fizeram por merecer no curso dos últimos 40 anos. Desenvolveram-se suficientemente, do ponto de vista numérico e no que diz respeito a ambições políticas e a ênfase que deram no dinheiro, de tal modo que Deus não ouve orações se o indivíduo não fizer sacrifícios financeiros. Existem exceções, mas são infelizmente apenas isso.

Pautas como aborto e LGBTQIA+ sempre foram um ponto de honra no segmento?

Evangélicos foram se tornando cada vez mais fanáticos. O conservadorismo antes tinha a ver com outras coisas, [o pentecostal] que não fuma, não dança, não bebe.

Havia, já no final dos anos 1980, ênfase muito grande em gays. Muitos filhos de pastores começaram a não aguentar mais viver de segredos e passaram a frequentar boates gays. Aí as igrejas levantaram esse assunto.

Quando o neopentecostalismo se estabeleceu, muita gente me disse que imitaria a Igreja Universal com menos agressividade, para não assustar os crentes originais. Mas foi ali que a canoa emborcou. Uma tragédia anunciada.

A esquerda sabe dialogar com o grupo?

A meu ver, não. Até porque não dá muito para dialogar, se você for uma pessoa de esquerda lúcida, com quem propõe o oposto disso. Bolsonaro mudou a cabeça dos evangélicos? Óbvio que não. Evangélicos estavam preparados para uma pessoa como ele, só não tinham coragem explícita de declarar isso. Me lembro bem, quando começou o processo de abertura política, eu ainda era um líder cristão respeitado no país inteiro… Ouvi muitos pastores dizendo que estavam muito preocupados com essa tal de redemocratização, porque estava tudo muito bom com os militares.

Muitos líderes têm vocação para aiatolá, coronelismo, sempre estiveram nessa situação de despotismo comunitário. Um cara como Bolsonaro, um déspota perverso e insano, caiu como uma luva. Não precisa ter lógica. Basta alguém chegar tremendo e dizer “o Senhor me deu uma ordem” que todo mundo corre atrás.

Por que evangélicos votaram em massa no Bolsonaro?

Ele prometia dar todos os favores à igreja evangélica. E ainda introduziu a história do armamento. Evangélicos nunca deram ênfase a isso, civil com arma diziam logo que era coisa do Diabo. Liderei a campanha do desarmamento em 1994. O público que mais apoiava era o evangélico.

O sr. teve uma amizade de anos com Lula.

A gente se conheceu no Congresso, início dos anos 1990. Eu estava organizando um evento da Associação Evangélica Brasileira. Começamos a nos encontrar para almoços, reuniões de seis, sete horas. Lula me assegurou, desde o primeiro momento, ser uma figura muito mais cheia de ideais do que de ideologias.

O que houve de ruim entre nós foi a entrada da política. Em 1998, veio uma pessoa da Flórida, que me conhecia de lá e conhecia Lula daqui. Chegou na Fábrica de Esperança [ONG de Caio] com uma história de dossiês, vantagens e possibilidades. Ele quis me envolver de qualquer modo. Praticamente todos os candidatos vieram me procurar porque aquele cara falou que era eu que sabia da história.

Aquilo criou um imbróglio que acabou prejudicando meu relacionamento com Lula. Mas votei nele em 2002.

Voltaram a se estranhar?

Comecei a falar publicamente dele em 2007, quando senti que havia alguns desvios do propósito original, que o acolhimento mundial tinha mexido um pouco com a cabeça dele. Mas, no meu coração, nunca desgostei do Lula.

Quando veio a Lava Jato, vi que aquilo iria longe, com boas razões e outras nem tanto. Fiz uma declaração. Deltan Dallagnol [então procurador da operação] na mesma hora mandou WhatsApp me chamando para conhecer a Lava Jato em Curitiba. Fui. Perguntei se ele via Lula com condições de ser preso. Ele disse que não, se os fatos que tivessem fossem apenas aqueles. Quando vi o julgamento do Moro, levei um susto. Um total absurdo. Fui perdendo a fé.

No dia de Lula ser preso, cresceu imensamente no meu conceito outra vez. Não fugiu, entrou na cadeia e fez o melhor que pôde. Quis visitar, mas achei que PT iria julgar como espécie de oportunismo.

Retomaram relações, certo?

Na eleição, amigos da democracia, sabendo da minha amizade com Marina Silva [eleita deputada e hoje ministra], me pediram [para fazer uma ponte entre ela e Lula]. Liguei, e ela disse: “Ele sabe como me achar, tem o meu número”. Eles se encontraram, foi muito bom. Ela agradeceu e disse que queria fazer um pedido em troca. “Gostaria muito de ver vocês dois juntos de novo.” Uma semana depois, recebi chamada de vídeo do Waguinho, marido da Dani [prefeito de Belford Roxo e ministra do Turismo]. Lula estava com ele. A gente conversou como se nunca tivesse acontecido nada. O que está esquecido, está esquecido.

O sr. disse que conversaria com Lula sobre evangélicos.

Conversamos algumas vezes. Quando ele voltar da China, vamos bater um papo sobre o que o Estado precisa fazer para dissolver esse caroço golpista que Bolsonaro fez crescer enormemente.

Lula deve tentar recriar elos com pastores que o apoiaram e depois ladearam com Bolsonaro?

Dá para criar ponte com novos líderes. Com os de antigamente, não, é um pessoal que subiu na torre e jogou todas as penas no ar, não dá para juntar mais. São pessoas que deixaram seu ódio a Lula muito explícito. Como qualquer organismo, a igreja evangélica está se renovando, e tem uma quantidade grande de líderes novos, melhores.

O sr. disse após os ataques de 8/1 em Brasília: “Os evangélicos são a pior ameaça à democracia”. Acha que declarações assim correm o risco de generalizar e aumentar o preconceito?

Não é fazendo média que se vai conquistar um grupo. Uma aproximação assim reforça a expectativa agressiva de que qualquer governo tem que tratar os evangélicos na palma da mão, ou eles podem virar o futuro de uma eleição. Minha maior preocupação: não existe no Brasil nenhum grupo mais organizado e capilarizado do que os evangélicos.

Estadao

Postado em 17 de abril de 2023

‘De velho chega o técnico’: A tática de Lula, segundo Gilberto Carvalho

O ex-ministro Gilberto Carvalho assumiu o comando da discreta Secretaria Nacional de Economia Popular e Solidária, do Ministério do Trabalho — um cargo subalterno, especialmente para alguém como ele, que já deu as cartas no Palácio do Planalto nos dois primeiros mandatos do PT. Nesta entrevista a VEJA, o ex-ministro fala sobre essa estratégia, da “angústia” do presidente em querer apresentar resultados o mais rápido possível e avaliar os primeiros três meses de governo.

Por que vários ex-ministros do presidente Lula hoje ocupam cargos de segundo escalão, como o senhor, Nelson Barbosa, Fernando Pimentel, Miriam Belchior?… Isso foi uma mudança natural de quadros. Nós não podíamos repetir o governo com o mesmo tempo. Isso foi um dos princípios que o presidente tinha estabelecido. Lula até brincava: ‘de velho já chega o técnico. Quero jogadores novos’. Isso fazia parte de um processo que todos nós, não só entendemos, como achamos ótimo. Eu mesmo nem vinha para o governo, só aceitei porque o Luiz Marinho (ministro do Trabalho) me chamou na véspera do Natal para uma missão que eu gosto muito, que é a economia solidária.

Como está a relação do senhor com o presidente Lula, o senhor conversa com o presidente de vez em quando? Converse bastante. Eu costumo ir ao Palácio numas folgas depois do almoço, ali, a gente toma um café junto, a gente conversa, a relação continua muito carinhosa. Eu não tenho mais cotidiano com ele, evidentemente, dada a minha função. Estou achando ótimo, aliás, não estar no Palácio, estou cumprindo um papel mais específico. Quando estou no Palácio, nossa relação é muito carinhosa e fraterna.

A primeira missão que o senhor recebeu foi a de participar de um grupo para elaborar propostas de inclusão socioeconômica de catadores de materiais recicláveis.A crise do emprego e a crise econômica levou o pessoal a buscar trabalho autônomo e uma coisa muito forte é a associação, é a cooperativa. O trabalho é fundamentalmente estimulante o crescimento destas formas de jejum. Te dou um exemplo: há uma cooperativa no Ceará que planta algodão orgânico, vende para uma fábrica recuperada de Minas, que exporta o fio para o Rio Grande do Sul, onde outra cooperativa faz a malha e vende em shopping. Economia solidária não é essa coisa de pobre que quer ficar pobre não, é uma disputa de mercado de forma associativa. Vamos buscar qualificação e recursos. Uma das minhas missões é, junto ao BNDES, Banco do Brasil, Caixa, buscar financiamento para as cooperativas, para as iniciativas solidárias.

Por falar em financiamentos, o senhor endossa as críticas do PT ao presidente do Banco Central, em função dos altos juros? Endosso. Eu estava em posição muito cautelosa até a última reunião (do Copom – Conselho de Política Monetária). Nessa última reunião, ficou escandalosamente evidente que há uma desconfiança, porque o governo fez o dever de casa. A política econômica do ministro Fernando Haddad e do presidente Lula tem se demonstrado com toda a responsabilidade e não havia nenhuma razão mais para não emitir nenhum sinal, por menor que fosse, de afrouxar a questão dos juros. E nós estamos vendo o quanto isso pesa na economia, nas empresas, então eu sou obrigado a endossar sim.

Que balanço o senhor faz destes primeiros 100 dias do governo Lula?Como quem está dentro e está vendendo os escombros, eu faço um balanço muito positivo, em função daquilo que encontramos no governo. Eu vivi a primeira transição, em 2003. A gente chamava aquilo de ‘herança maldita’, mas essa é a herança maldita de verdade. Eles não só destruíram as políticas públicas, como quebraram as ferramentas, desmontaram tudo, que ainda estamos montando. O presidente Lula tem uma certa angústia de buscar uma velocidade para o governo que é impossível nesses primeiros tempos, muito em função dessa busca de recuperar as estruturas. Os principais projetos sociais estão se recuperando, mas tudo numa velocidade muito aquém do que a gente gostaria, que o próprio Lula quer, em função das dificuldades. E sem falar no orçamento, que é uma piada.

VEJA

Postado em 17 de abril de 2023

Michelle Bolsonaro diz que móveis retirados do Alvorada eram da sua casa no RJ e sugere CPI

A ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro (PL) usou as redes sociais na tarde deste domingo (16/4) para falar sobre onde estariam os móveis retirados do Palácio da Alvorada, residência oficial do presidente da República, depois que ela deixou de viver no local.

“Esses móveis estão ou no depósito 5 do Palácio do Alvorada ou no depósito da Presidência. Existe esse depósito com várias cadeiras, mesas, sofás, quadros, que você pode fazer esse rodízio”, afirmou Michelle. Ela conta ter sido informada sobre a possibilidade de usar diferentes móveis, assim como os que ela já possuía, pela também ex-primeira-dama Marcela Temer, quando conheceu o Alvorada em 2018.

“No segundo semestre de 2019 a minha mudança chegou, até a pedido da minha filha Laura, que queria que nós fizéssemos uma sala com os nossos móveis da nossa casa do Rio de Janeiro. Então nós tiramos os móveis, esses móveis foram para o depósito, eu coloquei os móveis do meu quarto e os móveis da sala”, disse a esposa do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

Em janeiro, a primeira-dama Rosângela Lula da Silva, a Janja, mostrou o estado do Palácio do Alvorada encontrado pelo novo casal presidencial. Segundo ela, havia vidros de janelas rachados, sofás e tapetes rasgados e sujos, tetos com infiltração, tábuas soltas e quebras no piso.

Janja também afirmou que precisaria visitar os depósitos da Presidência porque móveis teriam sido “transportados de um lado para o outro, do Planalto para cá, daqui para o [Palácio do] Jaburu”.

Michelle Bolsonaro rebateu as críticas da atual primeira-dama e também alfinetou a compra de novos móveis pelo governo federal sem licitação para uso nas dependências de Palácios e das Residências Oficiais da Presidência da República, que custaram R$ 379 mil. “Agora, gente, existe um setor chamado setor de patrimônio que fiscaliza e que cuida de todos os móveis do Palácio do Alvorada. Não é dessa forma, não é assim como eles estão colocando”, disse.

“Os móveis estão lá, só que infelizmente os que pregam a humildade, a simplicidade, não querem viver no simples, tá? Zombando e brincando com o dinheiro do contribuinte”, continuou a ex-primeira-dama.

Michelle assegura não ter feito nem mesmo licitação para enxoval durante o período de quatro anos em que viveu no Alvorada: “Não tinha toalha, não tinha roupa de cama decente. Eu usei os meus lençois na minha cama, na cama de visitas, pra não fazer licitação porque eu entendi o momento que nós estávamos vivendo.”

A agora presidente do PL Mulher ainda ironiza as críticas que recebeu de membros do PT: “Agora, eu sugiro a CPI dos móveis do Alvorada”.

Veja o vídeo:

Metrópoles

Postado em 17 de abril de 2023

Para atrair a clientela brasileira, lojas parisienses começam a aceitar Pix

Quando vai a Paris, a advogada Tayanna Delgado, 40, costuma incluir, além de museus e cafés, farmácias em seu roteiro de viagem. Os atrativos são cosméticos e produtos para a pele de marcas europeias nem sempre fáceis de se encontrar no Brasil, com preços mais baixos. Assim como ela, outros brasileiros chegam à capital francesa com uma lista de compras. E, com o Euro a quase R$ 6, algumas lojas do comércio parisiense já aceitam o Pix como forma de pagamento.

A ideia, segundo os lojistas, é atrair mais visitantes e oferecer uma alternativa ao cartão de crédito ou dinheiro em espécie. O sistema de pagamentos instantâneos do Banco Central do Brasil já é aceito em cerca de 30 estabelecimentos na França, entre eles uma das farmácias mais conhecidos entre os turistas: a Citypharma, na região de Saint-Germain-des-Près, no centro de Paris .

A divulgação da loja, antes feita boca a boca, agora conta com um cartaz na porta anunciando o Pix, o que chama a atenção dos brasileiros que passam pela rua. O lugar recebe até 200 brasileiros por dia em épocas mais movimentadas, segundo os vendedores.

Tayanna e o marido, o também advogado Thiago Campbell, 40, conheceram a farmácia por indicação de uma tia que mora na cidade e se surpreenderam ao saber que a loja aceita Pix.

‘Mais uma opção’
“Trouxemos euros para evitar pagar as taxas do cartão de crédito, mas descobrimos que muitos lugares só aceitam cartão. Achamos maravilhosa a ideia do Pix porque evita que a gente tenha que andar com tanto dinheiro e acaba sendo mais uma opção”, diz Tayanna. Entre as compras do casal estavam cremes e protetores solares, além de cosméticos masculinos.

“A variedade aqui é muito maior. No Brasil é mais difícil achar produtos para homens”, completa Thiago.

A França recebe por ano cerca de 1,2 milhão de turistas brasileiros, volume que corresponde a apenas 0,6% dos turistas globais, mas que tem nas compras uma das principais motivações de viagem.

Um levantamento da Agência de Desenvolvimento Turístico da França (Atout France) feito em 2019 revelou que o consumo vem em segundo lugar na programação de férias dos brasileiros no país, atrás apenas do turismo urbano, mas na frente de um dos carros-chefes da França , a gastronomia.

padrão de consumo
Sommelier na loja de vinhos Divvino, o franco-brasileiro Gabriel Durand, 29, conta que os clientes brasileiros têm um padrão de consumo mais elevado em relação aos turistas europeus, que correspondem à grande maioria (87%) dos visitantes que a França recebe por ano.

“O europeu vem à loja e compra uma garrafa de vinho, enquanto o brasileiro compra 12. É uma questão de distância, já que o brasileiro está mais longe, então aproveite para comprar mais em cada visita, mas também uma questão de status. O consumo toca o brasileiro e o europeu de formas diferentes”, diz o sommelier.

Fundada pela brasileira Marina Giuberti em 2013 e especializada em vinhos raros, artesanais e orgânicos, a Divvino também oferece degustações de vinhos em diversos idiomas, entre eles o português, o que atrai muitos clientes brasileiros.

Segundo Marina, a loja recebe entre 30 e 50 clientes brasileiros por semana, entre turistas e residentes na França e na Europa. A loja começou a aceitar o Pix no fim do ano passado e hoje cerca de 30% da clientela brasileira já usa essa forma de pagamento.

“É um pagamento rápido, fácil e com segurança, e tem vantagens para o cliente por não ter cobrança do IOF”, afirma a empresária.
A maioria dos clientes brasileiros, de acordo com Marina, busca os vinhos franceses pelo prestígio e pelo preço mais baixo, resultado de um sistema tributário francês que considera o vinho como um produto de necessidade básica, e não de luxo, como no Brasil.

perfil cultural
A fama de bons compradores dos brasileiros fez com que muitos estabelecimentos começassem a investir na atração da clientela brasileira. É o caso da perfumaria Fragrance de L’Opéra, próxima à Ópera de Paris, onde os brasileiros correspondem a cerca de metade dos fregueses.

Comandada por duas francesas de origem chinesa, a loja começou a aceitar Pix há cerca de cinco meses. Além de ter vendedores que falam português, uma das donas também começou a aprender o idioma e contratou como gerente a brasileira Poliana Palhano, 26, para facilitar a comunicação com os visitantes.

O perfil dos clientes é variado, vai desde brasileiros aposentados com alto poder aquisitivo, que viajam a Paris mais de uma vez ao ano, até casais e grupos turísticos de classe média, mas que querem realizar o desejo de comprar um perfume na capital francesa.

“Os brasileiros e os latinos, em geral, compram muitos perfumes, mais que os europeus. É cultural. E as perfumarias parisienses têm contato direto com as marcas, então o cliente sabe que comprando em Paris terá acesso ao perfume original, direto da fábrica “, explica Poliana.

A razão da perfumaria francesa, com atendimento em português e alternativas de pagamento celebraram foram os motivos que levaram o microempresário Leonardo Almeida, 34, a virar cliente da loja. “Eu sou apaixonado por perfume, essa é uma das coisas que nunca vão faltar na minha casa, na minha mala, na minha vida. Costumo comprar os perfumes clássicos franceses e gosto de comprar aqui pelos preços e pela qualidade dos produtos, que é incrível . Além disso, as vendedoras sempre me ajudam, sugerindo novidades”, conta ele.

taxa ainda alta
As formas de pagamento mais usadas pelos brasileiros nas lojas ainda são o dinheiro em e o cartão de crédito, como no caso de Leonardo. Mas o Pix surgiu como mais uma alternativa, sem custos extras para os lojistas.

O problema, segundo Poliana, é que a taxa cobrada aos clientes ainda é muito alta. “Em alguns casos, sai o preço de um perfume, então os clientes acabam optando por outras formas de pagamento”, explica o gerente.

O pagamento com Pix é feito através de uma plataforma, chamada VoucherPay. A taxa de serviço cobrada é de 3% após a conversão do Euro para o Real. Há uma cobrança de mais de 3% caso o cliente opte pelo parcelamento em até 10 vezes.

Ou seja, em uma compra de alto valor, por exemplo, de mil euros, o cliente teria que pagar 30 euros apenas de taxa para pagar com Pix. Para efetuar o pagamento, ele utiliza o aplicativo do próprio banco e na hora de fazer o Pix, selecionando a opção de pagamento por QR Code. A loja gera então um código com o valor da compra.

A plataforma começou a oferecer o sistema de pagamentos instantâneos em Paris em 2020, em parceria com o banco brasileiro BS2.

uol

Postado em 17 de abril de 2023

Embraer: Satélite desenvolvido por joint venture com a Telebras é lançado nos EUA

A Embraer (EMBR3) informou que o nanossatélite VCUB1, desenvolvido por sua joint venture com a Telebras, a Visiona Tecnologia Espacial, foi lançado às 3h48 (horário de Brasília) deste sábado (15), da Base de Lançamento de Vandenberg, na Califórnia, Estados Unidos.

O VCUB1 é o primeiro satélite de Observação da Terra e Coleta de Dados projetado pela indústria nacional e demonstra a capacidade da indústria brasileira de realizar missões espaciais avançadas, segundo a companhia. A Embraer ainda informa que o principal objetivo da missão é validar a arquitetura do satélite e o seu software embarcado, de forma a poder usá-lo em satélites de maior porte.

“O lançamento do VCUB1 é histórico para a indústria aeroespacial brasileira porque coloca o país em um seleto grupo de nações que dominam todo o processo de desenvolvimento de satélites e nos capacita para voos ainda maiores”, afirma João Paulo Campos, Presidente da Visiona Tecnologia Espacial.

O projeto contou com o apoio financeiro da Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial (Embrapii) e do Instituto Senai de Inovação.

Infomoney

Postado em 17 de abril de 2023

“Decisão da guerra foi tomada por dois países”, diz Lula sobre conflito na Ucrânia

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) voltou a defender a negociação da paz entre Rússia e Ucrânia com a reunião de países neutros. Em entrevista à imprensa em Abu Dhabi, nos Emirados Árabes, o presidente afirmou que pretende envolver os países da América Latina nesse contexto.

“A construção da guerra foi mais fácil do que será a saída da guerra. Porque a decisão da guerra foi tomada por dois países. E, agora, estamos tentando construir um grupo de países que não tem nenhum envolvimento com a guerra, que não querem a guerra, que desejam construir paz no mundo, para conversarmos tanto com a Rússia quanto com a Ucrânia. Mas, também, nós também temos que ter em conta que é preciso conversar também com os Estados Unidos e com a União Europeia”, disse Lula.

O presidente avaliou como difícil o atual cenário do conflito entre os dois países e tornou a afirmar que a paz é a melhor forma para restabelecer um processo de conversação.

“Do jeito que está a coisa, a paz está muito difícil. O presidente Putin não toma iniciativa de paz. O Zelensky não toma iniciativa de paz. A Europa e os Estados Unidos terminam dando contribuição para a continuidade dessa guerra. Acho que nós temos que sentar numa mesa e dizer: chega. Vamos conversar porque a guerra nunca trouxe e nunca trará benefício para a humanidade. Fiquei muito feliz com a visita do presidente Macron para conversar com o Xi Jinping. É muito importante que as pessoas comecem a discutir a questão de paz”, destacou o presidente.

Impactos da guerra
A guerra na Ucrânia completou um ano em fevereiro. Até o dia 30 de março deste ano, o Escritório do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos (OHCHR, em inglês) registrou 3.167 civis afetados no país, incluindo 1.232 mortos e 1.935 feridos.

Segundo a ONU, a maioria das baixas civis registradas foi causada pelo uso de armas explosivas com ampla área de impacto, incluindo bombardeios de artilharia pesada e sistemas de lançamento múltiplo de foguetes, além de mísseis e ataques aéreos.

Os números reais do conflito podem ser ainda maiores, de acordo com a ONU, uma vez que o recebimento de informações de alguns locais onde intensas hostilidades estão ocorrendo foi atrasado e muitos relatórios ainda estão pendentes de confirmação. Isso diz respeito, por exemplo, a Mariupol e Volnovakha (na região de Donetsk), Izium (na região de Kharkiv), Popasna (na região de Luhansk) e Irpin (na região de Kiev), onde há alegações de numerosas vítimas civis.

CNN

Postado em 17 de abril de 2023

Depressão: a importância de perceber sinais e buscar ajuda

“Eu não tinha nenhuma expectativa de vida”. É o que Filipe Augusto Xavier, de 20 anos, afirma ter sentido com a manifestação dos primeiros sinais de depressão. Entre eles, estavam a presença de pensamentos suicidas e a perda de interesse pela vida. O cotidiano, antes consumido pelo serviço de marinheiro no Comando do 3ª Distrito Naval em Natal, agora tem um caráter domiciliar. Todos os dias, ele acorda cedo, toma o café da manhã e o medicamento prescrito pelo médico. Trata-se de uma rotina que pouco tem de isolada.

Apenas no Brasil, segundo pesquisa divulgada pelo Ministério da Saúde com ano base 2021, em média 11,3% dos brasileiros relatam um diagnóstico médico de depressão. Entre as capitais do Nordeste, Natal aparece com o maior número de pessoas a partir de 18 anos ou mais que relataram a confirmação médica da doença, com 11,8% dos casos nesta faixa-etária.

Ana Karenina Arraes, docente no Departamento de Psicologia da UFRN, esclarece que a depressão não apresenta uma causa específica e pode ser caracterizada como uma forma de adoecimento marcada pela perda de energia vital. No geral, a doença apresenta três graus (leve, moderado e grave), mas os sintomas são individuais e variáveis. “As formas de apresentação da depressão vão variar de intensidade e, também, do ponto de vista sindrômico. Então ela não vai ser igual para todo mundo, mas em todas essas situações vamos observar um rebaixamento da energia da pessoa para funcionar no mundo”, ressalta.

No caso de Filipe Augusto Xavier, a depressão despontou após uma situação de violência. O jovem relata que em dezembro de 2022, quando tinha 19 anos. Após a situação, ele ficou com algumas escoriações e apenas quando começou a sentir tristeza e um forte sentimento de injustiça, resolveu marcar uma consulta no psiquiatra. “Quando eu quis parar de trabalhar, marquei uma consulta com uma psiquiatra e fiquei alguns dias afastado. Só que quando acabou o afastamento, continuei sem ir e um superior do trabalho veio até a minha casa. Foi quando a ajuda veio porque eu estava no fundo do poço da depressão”.

A partir desse momento, com a chegada do diagnóstico, foi encaminhado para o Hospital Severiano Lopes e passou 43 dias internado, recebendo tanto o apoio profissional quanto visitas dos seus familiares. Segundo ele, além do tratamento medicamentoso, foram as atividades terapêuticas que fizeram a diferença no enfrentamento da doença. Atualmente, os pensamentos suicidas não são uma realidade e o desejo de manter as relações interpessoais aumentou. “Já tive progresso, agora eu quero estar próximo da minha família”, compartilha.

Diagnóstico e tratamento

Há casos de pessoas que ficam mais propensas à doença em virtude de outras condições como o alcoolismo, situações de pressão no trabalho e a vulnerabilidade social associada ao precário acesso aos serviços de saúde. Ana Karenina Arraes, docente no Departamento de Psicologia da UFRN diz que é fundamental compreender o histórico de vida do paciente no processo de diagnóstico da depressão. “Há uma ânsia por diagnóstico porque a gente tem uma carência de formação clínica. Então os profissionais estão muito ‘tecnocratas’”, argumenta.

Aliado a isso, o mundo tem vivenciado o fenômeno da “medicamentalização” com o aumento no número psicotrópicos – medicações que agem no sistema nervoso central (SNC) produzindo alterações de comportamento, humor e cognição. O problema da imposição imediata do medicamento, adverte a professora, é que muitas pessoas perdem a capacidade de desenvolver a defesa do organismo e formas de lidarem com as frustrações e adversidades da vida.

Opsiquiatra Hugo Sailly, vice-presidente da Associação Norte-Rio-Grandense de Psiquiatria (ANPRN), diz que o medicamento é prescrito em casos de depressão resistente ou que já se iniciam em um quadro mais grave, com o acompanhamento mensal, semanal, ou diário, sem excluir a necessidade do tratamento multidisciplinar por meio de áreas como fisioterapia, nutrição e psicologia. “Um profissional bom e atualizado entende que não vai conseguir trabalhar sozinho e precisa desses outros profissionais pensando no melhor para o paciente”, complementa o psiquiatra.

Tribuna do Norte

Postado em 17 de abril de 2023

Michelle Bolsonaro diz que, “para o momento”, não quer candidatura

Michelle Bolsonaro afirmou em seu Instagram que não pretende ser candidata, ressalvando que esta é sua opinião “para o momento”.

A declaração foi feita em resposta a um seguidor que lhe enviou a pergunta pelos Stories, usando uma ferramenta feita para este fim.

“Você pretende se candidatar? Podia, né…”, escreveu o internauta. Respondeu Michelle: “‘Podia, né…’ (emoji de risos) Mas não trabalho com essa hipótese para o momento”.

Em meio ao risco de se tornar inelegível por determinação do Tribunal Superior Eleitoral, Jair Bolsonaro vem rebatendo publicamente qualquer chance de Michelle se candidatar ao Palácio do Planalto. O ex-presidente ainda quer ser ele o candidato de seu grupo político.

Metropoles

Postado em 17 de abril de 2023

‘Garota de Ipanema’ se mantém no pódio como a música brasileira mais gravada em todos os tempos

♪ Samba apresentado em agosto de 1962, na onda da bossa nova que se erguera em 1958 no mar da cidade do Rio de Janeiro (RJ), Garota de Ipanema já nasceu moderno e está se (com)provando eterno.

Conhecida em escala planetária, a composição de Antonio Carlos Jobim (1927 – 1994) e Vinicius de Moraes (1913 – 1980) se mantém no topo do ranking anual divulgado pelo Escritório Central de Arrecadação e Distribuição (Ecad) com as dez músicas brasileiras mais gravadas no Brasil e no mundo na história da indústria fonográfica.

Garota de Ipanema contabiliza 442 gravações no Brasil e no mundo (eram 423 no ranking divulgado no ano passado). Relativo aos dados computados ao longo de 2022, o Top 10 do Ecad em 2023 alinha, na realidade, 12 músicas na lista porque houve empate no segundo e no sexto lugares.

Campeão no ranking divulgado em 2021, o samba-exaltação Aquarela do Brasil (Ary Barroso, 1939) divide o segundo lugar na lista atual com o choro-canção Carinhoso (Pixinguinha, 1917 – com letra posterior de Braguinha, 1937), ambos com 430 gravações, cada um.

Já Corcovado (Antonio Carlos Jobim, 1960) e Wave (Antonio Carlos Jobim, 1967) dividem o sexto lugar com 261 registros fonográficos.

As duas novidades da lista de 2023 são As rosas não falam (Cartola, 1976) – em nono lugar, com 235 gravações – e a canção cristã Está tudo bem (2021), de autoria do compositor goiano Jessé Aguiar. Embora lançada há dois anos, a composição de Jessé Aguiar já contabiliza surpreendentes 220 registros fonográficos no universo da música religiosa.

♪ As dez músicas brasileiras mais gravadas – Ranking 2023

  1. Garota de Ipanema (Antonio Carlos Jobim e Vinicius de Moraes, 1962) – 442 gravações
  2. Aquarela do Brasil (Ary Barroso, 1939) – 430 gravações e Carinhoso (Pixinguinha, 1917 – com letra posterior de Braguinha, 1937) – 430 gravações
  3. Asa branca (Luiz Gonzaga e Humberto Teixeira, 1947) – 382 gravações
  4. Manhã de Carnaval (Antônio Maria e Luiz Bonfá,1959) – 337 gravações
  5. Eu sei que vou te amar (Antonio Carlos Jobim e Vinicius de Moraes, 1959) – 279 gravações
  6. Corcovado (Antonio Carlos Jobim, 1960) – 261 gravações e Wave (Antonio Carlos Jobim, 1967) – 261 gravações
  7. Chega de saudade (Antonio Carlos Jobim e Vinicius de Moraes, 1958) – 257 gravações
  8. Desafinado (Antonio Carlos Jobim e Newton Mendonça, 1959) – 245 gravações
  9. As rosas não falam (Cartola, 1976) – 235 gravações
  10. Está tudo bem (Jessé Aguiar, 2021) – 220 gravações

♪ As dez músicas brasileiras mais gravadas – Ranking 2022

  1. Garota de Ipanema (Antonio Carlos Jobim e Vinicius de Moraes, 1962) – 423 gravações
  2. Aquarela do Brasil (Ary Barroso, 1939) – 416 gravações
  3. Carinhoso (Pixinguinha, 1917 – com letra posterior de Braguinha, 1937) – 414 gravações
  4. Asa branca (Luiz Gonzaga e Humberto Teixeira, 1947) – 361 gravações
  5. Manhã de Carnaval (Antônio Maria e Luiz Bonfá,1959) – 293 gravações
  6. Eu sei que vou te amar (Antonio Carlos Jobim e Vinicius de Moraes, 1959) – 268 gravações
  7. Corcovado (Antonio Carlos Jobim, 1960) – 256 gravações
  8. Chega de saudade (Antonio Carlos Jobim e Vinicius de Moraes, 1958) – 254 gravações
  9. Wave (Antonio Carlos Jobim, 1967) – 253 gravações
  10. Desafinado (Antonio Carlos Jobim e Newton Mendonça, 1959) – 241 gravações

G1

Postado em 17 de abril de 2023

Governo Lula repensa estratégia para alterar saque-aniversário do FGTS

Prevendo dificuldades para aprovar as mudanças via Congresso Nacional, o governo Lula reavalia sua estratégia para tentar alterar as regras do saque-aniversário do FGTS.

Nos bastidores, interlocutores do ministro do Trabalho, Luiz Marinho, admitem que a proposta enfrenta resistência no Legislativo. O principal entrave, dizem, seria o lobby dos bancos e instituições financeiras.

A resistência já levou Marinho a recuar da sua ideia inicial de acabar de vez com o saque-aniversário. Ele busca, contudo, um modelo que garanta a retirada de recursos do FTGS pelo trabalhador, em caso de demissão.

Hoje, o trabalhador que opta pelo saque-aniversário fica com o valor integral do fundo congelado e perde a possibilidade de sacar o dinheiro se for demitido.

Diante das resistências, o governo Lula estuda alterativas para tentar aprovar as mudanças por meio do Conselho Curador do FGTS, sem passar pelo Congresso.

Metropoles

Postado em 17 de abril de 2023

Carlos Bolsonaro diz que não vai mais cuidar das redes do pai: “Não acredito mais no que me trouxe até aqui”

O vereador da cidade do Rio de Janeiro Carlos Bolsonaro (PL) comunicou via post em rede social que não vai mais ser o responsável pela comunicação nas redes sociais de seu pai, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

“Após mais de uma década à frente e ter criado as redes sociais de Jair Bolsonaro, informo que muito em breve o fim deste ciclo de vida voluntariado”, escreveu Carlos, sem detalhar a partir de quando nem justificativa para a decisão.

O post continua afirmando que “pessoas ruins se dizem as tais e ganham muito com o suor dos outros que trabalham de verdade e isso não é excessão (sic) aqui.”

Em postagem na sequência, o vereador diz que pretende “entrar em novo ciclo de vida com foco pessoal”. Em terceiro e último post, Carlos adianta que não sairá sem avisar e que, até que a saída se concretize, “tentarei me manter como sempre, sozinho, mas com muita energia.”

“Não acredito mais no que me trouxe até aqui, mas torço para que tudo dê certo para todos! Nada impulsivo, apenas justo e olhando pra frente em numa nova fase de vida! Seguem os dias!”, publicou.

Carlos Bolsonaro replicou a comunicação em seu perfil no Instagram.

CNN

Postado em 17 de abril de 2023

Homem retira cerca de R$ 1 milhão de conta da família e joga pela janela do carro: “Abençoar os outros”

Um homem causou problemas de trânsito em uma rodovia em Oregon, nos Estados Unidos , após jogar cerca de 200 mil dólares, mais R$ 980 mil na cotação atual, pela janela do carro. O caso aconteceu na noite da última terça-feira, 11.

Identificado pela polícia como Colin Davis McCarthy, de 38 anos, confirmou a quantia e afirmou que agiu pensando em “ abençoar os outros com presentes em dinheiro ”.

Segundo a agência United Press, no momento em que o dinheiro foi jogado na Interestadual 5, em Eugene, motoristas pararam seus carros para apanhar as cédulas na pista, causando problemas no trânsito.

Podendo ter causado transtornos maiores, Colins levou uma aparência da polícia e foi solicitado para que não fizesse mais ação semelhante, podendo ser acusado de jogar objetos pela janela ou conduta desordeira.

Após o ocorrido, os aguardados tentaram procurar as notas restantes do dinheiro jogado, mas não encontraram nenhuma cédula.

Família pede que devolva o dinheiro
Segundo o portal de notícias KEZI, Colins adquiriu as cédulas após sacar o valor de contas bancárias compartilhadas de sua família.

O tenente da polícia de Oregon, Jim Andrews, diz que a quantia usada por Colins não pode ser considerada roubada, visto que a conta era compartilhada.

Em conversa com a Polícia do Estado de Oregon, um dos familiares disse que, embora as chances sejam pequenas, a família de Colins pede para que aqueles que tenham pegado o dinheiro, devolvo-o visto que o “dinheiro é muito necessário para a família ”.

O POVO

Postado em 16 de abril de 2023

Boletim semanal da ANP mostra gasolina do RN como 2ª mais cara do Nordeste

A gasolina vendida no Rio Grande do Norte é a segunda mais cara da região Nordeste, conforme mostra balanço semanal da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP). O boletim divulgado neste sábado (15) mostra que o preço médio da gasolina potiguar ficou em R$ 5,81 na semana, atrás dos R$ 5,91 cobrados, em média, na Bahia.

No Nordeste, o menor preço médio para o litro do combustível foi encontrado na Paraíba, a R$ 5,30. Já em escala nacional, o maior preço foi observado no Amazonas, a R$ 6,48, enquanto o menor foi registrado no Amapá, a R$ 5,11.

No Rio Grande do Norte, a pesquisa da gasolina é feita em 45 postos distribuídos entre as cidades de Caicó (8), Mossoró (14), Natal (17) e Parnamirim (6). Dessas, a capital e Parnamirim foram os municípios que apresentaram o menor valor médio para o litro do combustível, a R$ 5,77.

Já Mossoró foi o lugar onde a gasolina foi encontrada com preço médio mais caro do estado, a R$ 5,97. Em Caicó, a média foi de R$ 5,81.

Tribuna do Norte

Postado em 16 de abril de 2023