O Conselho Nacional de Justiça (CNJ) vai votar, na próxima terça-feira (19/9), a proposta que prevê maior participação feminina nos tribunais federais, estaduais e do trabalho.
A expectativa do grupo que acompanhou as discussões internas no CNJ para ampliar o número de mulheres nas Cortes do Brasil é de que a conselheira Salise Sanchotene proponha resolução que obrigue alternância entre mulheres e homens nas promoções de juiz para o cargo de desembargador, pelos critérios de merecimento e antiguidade.
A juíza de direito do Tribunal de Justiça do Mato Grosso do Sul (TJMS) Mariana Rezende Ferreira Yoshida disse à coluna Grande Angular que a primeira mulher a ingressar em um tribunal do país foi Auri Moura Costa, em 1939, no Ceará. O segundo caso ocorreu somente em 15 anos depois, em Santa Catarina. Mas, até hoje, o Judiciário brasileiro é desigual na questão de gênero.
“O que a ação afirmativa pretende é corrigir a desigualdade gritante. As mulheres são apenas 25% dos membros dos tribunais. É uma desigualdade muito grande e que não tem perspectiva de melhora”, disse a juíza, que fez mestrado com o tema: Discriminação Por Motivo de Gênero e Barreiras no Acesso ao Segundo Grau de Jurisdição no Brasil por Magistrados de Carreira.
Uma carta assinada por juízas e juízes integrantes do Movimento Nacional pela Paridade no Poder Judiciário destaca que “resta evidente que o órgão institucional destinado a interpretar e aplicar a lei, bem como a garantir direitos da população, precisa ter sua composição plural e diversa, coaduna com a formação multifacetada da sociedade brasileira”.
A juíza do Tribunal de Justiça do Maranhão (TJMA) Marcela Lobo disse à coluna que, segundo o Diagnóstico de Participação Feminina na magistratura, publicado em 2023, os tribunais de Rondônia e do Amapá não têm mulheres em 2ª instância. Os tribunais do Pernambuco e do Piauí têm 5% ou menos de desembargadoras.
“O cenário demonstra, assim, a imprescindibilidade de adoção de ações afirmativas que sejam coerentes com os compromissos internacionais assumidos pelo Brasil para a superação das discriminações de gênero”, afirmou.
A juíza do TJMA disse que as medidas sugeridas pela Conselheira Salise Sanchotene, relatora da minuta de resolução que trata de paridade no acesso aos tribunais, “não exorbitam a atuação do Conselho Nacional de Justiça e está alinhada a decisões já exaradas pelo Supremo Tribunal Federal que reconhecem a necessidade de ações positivas, a exemplo da própria Lei Maria da Penha, Lei 11.340/2006.”
O Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP) pediu à presidente do CNJ, ministra Rosa Weber, que retire a proposta da pauta do conselho. Segundo a nota técnica, a proposta tem vício de inconstitucionalidade e sugere “significativa alteração dos critérios de promoção por antiguidade e por merecimento”.
O documento ainda diz que, no TJSP, “não há e nunca houve discriminação de gênero”. “Promove-se o mais antigo, seja homem, seja mulher”. Na Corte, porém, apenas 10% dos ocupantes do cargo mais alto da carreira de magistrado são mulheres.
Segundo o relatório Justiça em Números, de 2023, enquanto 40% dos juízes do país são mulheres, apenas 25% dos desembargadores são do sexo feminino. Em relação às ministras, a representatividade é ainda menor: 18%.
O ministro do Supremo Tribunal Federal ( STF ) Dias Toffoli vai manter o entendimento de que as provas obtidas no acordo de leniência da Odebrecht são imprestáveis e nulas. Toffoli pretende deixar claro nos autos, porém, que o acordo não foi anulado. Ao menos por enquanto, está de pé.
Os desdobramentos e a abrangência da decisão do ministro provocaram dúvidas sobre o envolvimento até acordos firmados em outros países. É por isso que, nos próximos dias, o ministro deverá reforçar nos autos que o eventual arquivamento de inquéritos ou ações judiciais em curso, caso seja constatada a contaminação das provas, deverá ser decidido pelos juízes de cada processo.
De qualquer forma, o despacho de Toffoli abre brecha para que todos esses acordos sejam revistos. A Associação Nacional dos Procuradores da República (ANPR) questionou a decisão de Toffoli, sob o argumento de que ele extrapolou os limites legais.
Sistemas O Conselho Nacional de Justiça (CNJ), o Supremo e o Ministério da Justiça investigam agora acusados de que o conteúdo dos sistemas eletrônicos Drousys e My Web Day B – usados pela Odebrecht para operar um esquema de propina – foi adulterado pela Lava Jato para direcionar delações contra seus alvos. Os dois sistemas integraram a Suíça e incluem planilhas de pagamentos a políticos e partidos.
No dia 6, Toffoli classificou a prisão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva , em 2018, como “armação”. No seu diagnóstico, “até poder-se-ia chamar de um dos maiores erros judiciários da história do País”, mas “foi muito pior”.
Em entrevista ao Estadão , o procurador Ubiratan Cazetta, presidente da ANPR, acusou Toffoli de ter ignorado provas que já estavam no processo. Na decisão que proferiu, o ministro sustentou que o Ministério da Justiça não localizou os documentos relativos à cooperação internacional que legalizaram o uso dos documentos da Odebrecht guardados no exterior. Após o despacho de Toffoli, o ministério invejou ofício ao STF admitindo ter localizado os documentos.
Cazetta sustenta, no entanto, que esses documentos já estavam disponíveis para consulta nos autos no próprio tribunal e Toffoli os ignorou. O procurador diz que as provas dos sistemas Drousys e MyWebDay poderiam ser usadas mesmo sem o envio das autoridades suíças porque foram entregues meses antes pela própria Odebrecht, por meio de seu acordo de leniência.
Em conversas reservadas, Toffoli tem dito que não pretende mudar sua decisão pelo fato dos documentos de colaboração internacional terem sido localizados. Ao contrário, só aumentam ainda mais as suspeitas de que as provas foram “esquentadas” posteriormente pela Lava Jato.
Cooperação Na prática, o acordo de leniência do Ministério Público Federal com a Odebrecht foi celebrado em dezembro de 2016, mas os sistemas eletrônicos contendo as planilhas de propina só chegaram ao Brasil dez meses depois, em outubro de 2017. E, ainda assim, em ” sacola de supermercado”, sustenta o ministro do STF.
No Supremo, a avaliação é a de que houve troca irregular de informações da Lava Jato com outros países. Além disso, existem suspeitas de que os sistemas eletrônicos desligados pela Odebrecht no exterior não saíram da Suíça, mas, sim, da Suécia.
As provas são consideradas imprestáveis, entre outros motivos, porque desrespeitaram a chamada “cadeia de custódia”, não tendo garantia de que não foram adulteradas. O Estadão apurou, porém, que os ministros do STF não veem o envolvimento da Odebrecht na possível desfiguração das provas.
Há cinco anos, antes do então juiz da Lava Jato Sérgio Moro tomar posse no Ministério da Justiça, sob Bolsonaro, o conteúdo das planilhas da propina foi apagado dos sistemas Drousys e My Web Day B. Em 2021, o STF considerou Moro parcial na condução do processo contra Lula, referente ao triplex do Guarujá. Hoje, o ex-juiz é senador pelo União Brasil.
Toffoli deu prazo de dez dias para que a 13.ª Vara Federal de Curitiba encaminhe a íntegra do acordo de leniência com a Odebrecht, incluindo anexos e documentos recebidos no Brasil e no exterior. A empreiteira também poderá se manifestar.
A Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) prendeu, nesta sexta-feira (15), um eletricista que prestava serviços para o Supremo Tribunal Federal (STF) e vendia cocaína no estacionamento do prédio da Corte, em Brasília.
Segundo a PCDF, o homem, de 36 anos, foi preso em casa, em Águas Lindas de Goiás, cidade do entorno do Distrito Federal que fica a 55 km da sede do Poder Judiciário. Na residência dele, os policiais também apreenderam diversas porções de cocaína.
O eletricista passou a ser investigado em julho deste ano, após a polícia do DF receber informações de que ele vendia drogas nos estacionamentos do STF, do Tribunal de Contas da União (TCU) e da Câmara dos Deputados. Os entorpecentes eram guardados e comercializados em um veículo Peugeot, de cor branca.
Tráfico era feito no horário de almoço ao lado do STF Segundo o delegado José Ataliba Neto, da 5ª Delegacia de Polícia do Distrito Federal, responsável pelo caso, o homem está encarcerado nas dependências da PCDF e deve passar por audiência de custódia neste sábado (16).
O eletricista é réu primário e será autuado por tráfico de drogas, com pena de até 15 anos de prisão.
De acordo com o delegado, a equipe policial monitorou a rotina do traficante por duas semanas. Ele chegava no trabalho no STF pela manhã e ficava dentro do carro no horário de almoço.
Os usuários iam até o automóvel dele para comprar as drogas. Em alguns momentos, o homem circulava com o veículo para o estacionamento de outros prédios públicos.
A Polícia Civil do DF vai investigar se o eletricista do STF agia sozinho ou se fazia parte de um grupo de traficantes. Segundo o delegado da 5ª DP, o sigilo telemático do prestador de serviços foi quebrado e as conversas em aplicativos de mensagem serão investigadas.
“Pelo modus operandi, ele atuava de forma isolada. Mas ainda vamos ver pelas suas conversas no celular se ele era algum ‘aviãozinho’ ou se tinha a participação de outras pessoas nessas vendas”, disse o delegado.
Uma foto que está circulando nas redes sociais dessa sexta feira (15/09) está chamando bastante atenção no mundo político currais-novense. O Vereador de oposição Daniel Bezerra, o ex prefeito Zé Lins e a atual Vice Prefeita Ana Albuquerque, posam juntos na cerimônia de entrega do prêmio Seridó do jornalista Gerson Luis. O que mais chamou atenção de todos na solenidade, foi que , com a ausência do prefeito Odon, Ana não foi chamada para entregar a premiação oferecida ao secretário Lucas Galvão como representante da prefeitura e sim o chefe de gabinete Rodolfo Lucena . O que se comenta no mundo político é o afastamento do prefeito com sua vice e uma futura união de Ana com Zé Lins. Cada dia fica mais visível essa separação entre os atuais mandatários do executivo (O portal já havia citado isso) Odon perde muito se isso acontecer , aguardaremos as cenas dos próximos capítulos.
Há muito Brasília não vive um clima de suspense parecido com o que se viu nos últimos dias — mais precisamente desde sábado, 9, quando o tenente-coronel Mauro Cid foi libertado após negociar um acordo de colaboração premiada. Ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, ele foi braço direito do ex-presidente durante os quatro anos de mandato. Nada — ou quase nada — acontecia no terceiro andar do Palácio do Planalto sem o conhecimento do militar, que acompanhava reuniões, viagens, atendia as ligações do presidente, agendava encontros e cuidava das contas pessoais da família. Com essa miríade de atribuições confidenciais, Cid viu, ouviu e participou das mais situações íntimas. O coronel estava preso preventivamente há quatro meses. Dias antes de ser solto, ele prestou depoimentos à Polícia Federal e confessou sua participação em dois casos investigados pelo Supremo Tribunal Federal — a falsificação de cartões de vacinação e a tentativa de vender joias, relógios, canetas e outros presentes recebidos por Bolsonaro durante o governo.
No primeiro caso, o dos cartões de vacina, Cid assumiu a responsabilidade por tentar fraudar os registros do Ministério da Saúdeao emitir documentos que atestavam que ele, a mulher e as filhas receberam os imunizantes contra a Covid-19. Segundo o militar, o objetivo seria apenas o de ter em mãos uma espécie de salvo-conduto para ser usado caso a família fosse alvo de perseguições eventuais depois de terminar o governo. Cid temia que a esposa e as filhas poderiam sofrer algum tipo de retaliação futura por não terem sido vacinadas. “Eu estava com medo de perseguição, a gente não sabia o que ia acontecer. Estava com medo de a minha filha não poder ir para a escola, a minha esposa não poder entrar no mercado”, explicou, contrariando uma das linhas de investigação da polícia, que viu na iniciativa do coronel uma forma de driblar a fiscalização sanitária em viagens ao exterior depois de deixar o governo.
No segundo caso, o da venda de joias, a confissão do coronel embute revelações que comprometem e certamente vão agravar a situação jurídica de Jair Bolsonaro. Cid admitiu ter participado da venda de dois relógios de luxo recebidos pelo mandatário — um Patek Philippe e um Rolex. E, no ponto mais sensível do depoimento, confirmou ter repassado o dinheiro obtido no negócio ao ex-presidente. Foi para a Polícia Federalquem descobriu a investigação, realizada na surdina nos Estados Unidos, para onde Bolsonaro deixou no fim do ano passado acompanhado do ajudante de ordens e levando na bagagem dois kits de joias. Ao ser confrontado com a informação, o ex-presidente disse que desconhecia o negócio e não havia recebido nenhum dinheiro proveniente da venda dos presentes. O depoimento de Cid desmonta essa versão. “O presidente estava preocupado com a vida financeira. Ele já havia sido condenado a pagar várias multas”, contou. A ideia de vender as peças, portanto, surgiu de uma necessidade de levantar recursos para bancar suas despesas.
Na última segunda-feira, já em liberdade e usando tornozeleira eletrônica, Cid visitou um colega. Os boatos sobre o conteúdo de sua colaboração, mantido em sigilo, ganharam dimensão, especialmente em relação à venda de joias. Ele então explicou que, apesar de tudo, não houve intenção de nenhum deles em fazer nada errado. Antes de terminar o governo, o presidente pediu ao coronel que avaliasse alguns presentes — itens, segundo ele, classificados como “personalíssimos”, ou seja, faziam parte do acervo pessoal do presidente e, por essa razão, puderam ser comercializados. “A venda pode ter sido imoral? Pode. Mas a gente perguntou que não era ilegal”, contou o ex-ajudante de ordens. A polícia já havia rastreado praticamente tudo sobre a transação, mas ainda faltavam peças importantes para completar o quebra-cabeça. O relógio Patek Philippe, por exemplo, nem chegou a ser registrado no setor responsável pela coleta de presentes — ou seja, oficialmente, o presente nunca existiu para o Estado brasileiro. Para o pesquisador, Bolsonaro criou uma estrutura para desviar bens públicos de alto valor para fins de enriquecimento ilícito. Faltava, porém, uma informação fundamental para fechar a investigação: a prova de que o ex-presidente recebeu o dinheiro proveniente do negócio. Cid esclareceu o caso. Segundo ele, o dinheiro da venda dos relógios foi depositado na conta do pai dele, o general Mauro Lourena Cid, sacado em espécie e repassado em mãos a Bolsonaro — “Em mãos. Para ele”. A entrega dos valores— 68 000 dólares, segundo os Federais — se deu de maneira parcelada, parte do pagamento ainda em solo americano.
Apesar da característica, Cid tem de cumprir algumas exigências impostas pelo ministro Alexandre de Moraes . Além da tornozeleira, é obrigado a permanecer em casa durante a noite e nos fins de semana e comparecer semanalmente à Justiça de Brasília. Ele não pode deixar o país ou se comunicar com os outros investigados nos processos, como o próprio presidente Bolsonaro ou seus advogados. Não há, porém, restrições para ele conversar com amigos e familiares. O coronel tem se dedicado a tentar retomar a rotina, visitar pessoas próximas e ficar com a esposa e a filha de 6 anos. Nessas conversas, ele faz questão de contar sua versão dos fatos, deixando claro que “cumpria ordens” e sempre ressaltando a admiração que ainda cultiva pelo antigo chefe.
O ex-ajudante de ordens também precisou explicar sobre um roteiro de teor golpista encontrado em seu celular que discorda sobre a anulação das eleições do ano passado, que se soma a uma intervenção no Supremo Tribunal Federal (STF) e à convocação de um novo pleito. Cid afirmou que, pelas funções que exercia, seu telefone canalizava mensagens incontáveis sobre diversos assuntos, e mais de uma pessoa lhe encaminhava planos mirabolantes com conotação golpista — mas garante que não passou de um choro livre e que não deu transitamento ao material. “Eu recebia um monte de besteira nesse sentido, de gente que defendia a intervenção, mas não repassava para o presidente. Qual o valor desse texto encontrado no meu celular?”, disse.
A blindagem é contínua à trinca de generais que compôs a alta escalada do governo Bolsonaro. Tidos pela PF como incitadores de um movimento golpista, os ex-ministros Augusto Heleno (Gabinete de Segurança Institucional), Luiz Eduardo Ramos (Secretaria de Governo) e Walter Braga Netto (Casa Civil) foram poupados por Cid em suas tratativas. Por essa versão, não há nada que macule os ex-auxiliares. “Nunca vi o general Braga Netto levando nada ao presidente, nenhuma proposta. O general Ramos desapareceu naquele período. Ó general Helenoestava mais preocupado com a saúde do presidente do que com os manifestantes”, afirmou ele. Nos últimos dias, o pai do ex-ajudante de ordens se comprometeu pessoalmente em disparar telefones para negar as notícias divulgadas de que o filho teria incluído os generais em seu cardápio de colaboração.
O avanço das investigações sobre Cid chacoalha o meio militar desde o início do ano. Em janeiro, o então comandante do Exército, Júlio Cesar de Arruda, acabou demitido pelo presidente Lula após negar a revogação da promoção do tenente-coronel ao comando de um batalhão em Goiânia e impor resistência a uma operação da PF contra Cid, que à a época morava em uma área da vila militar em Brasília reservada para generais e seus assessores. Agora, a nova cúpula da Força, comandada pelo general Tomás Paiva, tenta virar a página. Por determinação de Moraes, Cid foi afastado de suas funções no Exército e não tem prazo para que a medida seja revista — entre o Alto-Comando, é tido como certo que ele será punido, podendo até ser expulso, ao fim das investigações.
Ciente de que seu futuro dentro das Forças Armadas pode estar com os dias contados, o ex-ajudante de ordens tenta preservar os seus subordinados e, principalmente, a prestígio do pai dentro do Exército. O general Cid, que chefiou o Comando Militar do Sudeste e chegou a atuar, como substituto, no Comando da Força, é (até aqui) um militar respeitado e de trajetória exemplar durante os mais de quarenta anos de farda. Quando o filho foi preso, ele mudou do Rio de Janeiro para Brasília. Desde então, travou uma batalha para contestar a legalidade da prisão, considerada como política, e para reforçar a tese de que Mauro Cid estava apenas cumprindo suas funções militares ao lado de Bolsonaro. Em busca de apoio jurídico, o general também narrou detalhes do drama do filho a pelo menos três advogados diferentes. Quem esteve por perto do ajudante de ordens na prisão e obteve algumas de suas confidências contadas que caiu em prantos quando o pai e seus subordinados foram envolvidos nas investigações. “A gente é leal ao superior, mas protegido o subordinado”, desabafou logo depois de deixar a cadeia. Alguns entenderam essa declaração como um recado.
A entidade que representa as principais gravadoras e produtoras fonográficas do Brasil, a Pro-Música, especifica um ranking com as 50 músicas mais ouvidas nas plataformas de streaming no Brasil, no primeiro semestre de 2023. O gênero sertanejo despontou na liderança no período, com 8 entre as 10 mais tocadas. A liderança ficou com Marília Mendonça e o hit Leão, que abre o EP póstumo da artista “Decretos Reais”, seguido por Nosso Quadro, interpretado por AgroPlay & Ana Castela. A faixa Bombonzinho de Israel & Rodolffo e Ana Castela completa o pódio na 3ª posição.
O levantamento soma as plataformas Spotify, Youtube, Deezer, Apple Music, Amazon Music e Napster, com dados compilados pela BMAT, entidade referência global que indexa os dados de uso e propriedade de música globalmente em TVs, rádios, plataformas digitais e outros.
No levantamento, chama a atenção também o fato de haver apenas uma música de artista estrangeiro entre as 50 mais ouvidas: Flowers, de Miley Cirus, na 26ª posição. O relatório engloba o período entre 30 de dezembro de 2022 e 29 de junho de 2023.
Confira as 20 músicas mais tocadas no Brasil no primeiro semestre de 2023:
Leão – Marília Mendonça Nosso Quadro – AgroPlay & Ana Castela Bombonzinho (Ao Vivo) – Israel & Rodolffo, Ana Castela Erro Gostoso (Ao Vivo) – Simone Mendes Eu Gosto Assim (Ao Vivo) – Gustavo Mioto & Mari Fernandez Coração de Gelo – Wiu Zona De Perigo – Léo Santana Oi Balde (Ao Vivo) – Zé Neto & Cristiano Traumatizei (Ao Vivo) – Henrique & Juliano A Culpa É Nossa (Ao Vivo) – Maiara & Maraisa Seu Brilho Sumiu (Ao Vivo) – Israel & Rodolffo, Mari Fernandez Não Vitalício (Nunca Mais) (Ao Vivo) – Matheus & Kauan, Mari Fernandez Roça Em Mim – Zé Felipe, Ana Castela e Luan Pereir Duas Três – Guilherme & Benuto, Ana Castela & Adriano Rhod Love Gostosinho (Ao Vivo) – Felipe Amorim & Nattan Haja Colírio (Feat. Hugo & Guilherme) (Ao Vivo) – Guilherme & Benuto Pactos (Ao Vivo) – Matheus & Kauan, Jorge & Mateus Saudade Da Minha Vida (Ao Vivo) – Gusttavo Lima Palhaça (Ao Vivo) – Naiara Azevedo & Ana Castela Felina – Wiu & Mc Ryan SP
Por dois meses, um rim de porco funcionou perfeitamente no corpo de um homem de 57 anos, vítima de câncer que teve morte cerebral detectada. É o caso mais longo documentado de um rim de porco geneticamente modificado funcionando em um corpo humano. O procedimento que envolve o transplante de um órgão animal para um humano é conhecido como xenotransplante.
Em 14 de julho de 2023, o médico Robert Montgomery — professor e presidente do Departamento de Cirurgia e diretor do NYU Langone Transplant Institute — realizou o transplante de um rim de porco geneticamente modificado para o corpo de Maurice Miller, que foi doado pela família para o experimento. Na quarta, 13 de setembro de 2023, o órgão foi retirado.
“Aprendemos muito ao longo destes últimos dois meses de observação e análise atenta, e há grandes motivos para ter esperança no futuro”, disse o Montgomery, em comunicado. “Nada disso teria sido possível sem o apoio incrível que recebemos da família do nosso falecido beneficiário. Graças a eles, conseguimos obter uma visão crítica sobre o xenotransplante como uma solução esperançosa para a escassez nacional de órgãos.”
O estudo foi concluído após atingir a data de término pré-determinada. O homem, que estava em ventilação mecânica, teve os aparelhos desligados e seu corpo foi devolvido à família, conforme sua vontade.
Segundo comunicado da NYU Langone Health, o experimento é o quinto xenotransplante realizado pelo Transplant Institute. Em 25 de setembro de 2021, Montgomery realizou o primeiro transplante de rim de porco geneticamente modificado em um ser humano no mundo. Um segundo procedimento semelhante ocorreu em 22 de novembro de 2021. Cirurgiões da NYU Langone fizeram, ainda, dois transplantes de coração de porco geneticamente modificados em 2022.
O rim usado neste procedimento foi obtido do que é conhecido como porco GalSafe, um animal desenvolvido pela Revivicor Inc., uma subsidiária da United Therapeutics Corporation. Em dezembro de 2020, a Food and Drug Administration (FDA) dos EUA — órgão regulador americano — aprovou o porco GalSafe como uma fonte potencial terapêutica humana, bem como uma fonte de alimento para pessoas com síndrome alfa-gal, uma alergia à carne causada por uma picada de carrapato.
Ao “eliminar” o único gene que codifica a biomolécula conhecida como alfa-gal — que foi identificada como responsável por uma rápida rejeição de órgãos de porcos pelos humanos, mediada por anticorpos — a rejeição imediata foi evitada em todos os cinco xenotransplantes na NYU Langone. Além disso, a glândula timo do porco, responsável pela educação do sistema imunológico, foi fundida com o rim do porco para evitar novas respostas imunológicas posteriores.
Embora os transplantes anteriores de órgãos de porcos geneticamente modificados tenham incorporado até 10 modificações genéticas, este último estudo mostra que um rim de porco com um único gene modificado pode ter um desempenho ideal após dois meses.
Novas descobertas e próximas etapas O tecido coletado durante o estudo apresentou algumas novas alterações celulares que os cirurgiões não haviam observado anteriormente, indicando um processo de rejeição leve que exigia intensificação da medicação de imunossupressão para revertê-lo completamente.
A equipa de investigação irá agora analisar os dados recolhidos nos últimos dois meses e realizar testes adicionais para determinar alterações celulares e moleculares que possam informar os médicos sobre como gerir estes órgãos em estudos futuros. O objetivo é que, em breve, o experimento possa ser feito em seres humanos vivos.
“Para criar um suprimento sustentável e ilimitado de órgãos, precisamos saber como gerenciar órgãos de porcos transplantados para humanos”, explica Montgomery. “Testá-los em um falecido nos permite otimizar o regime de imunossupressão e a escolha das edições genéticas sem colocar em risco um paciente vivo.”
Montgomery espera publicar resultados mais detalhados nos próximos meses, ao mesmo tempo em que prossegue estudos adicionais de xenotransplante em falecidos para tornar futuros ensaios clínicos mais seguros.
A Índia restringiu as reuniões públicas e fechou algumas escolas e escritórios no estado de Kerala, no sul, depois que duas pessoas morreram de Nipah, um vírus transmitido por morcegos e porcos que causou febre mortal. Duas pessoas já morreram nos últimos dias vítimas do vírus, outras três testaram positivo e mais de 700 pessoas, incluindo 153 profissionais de saúde que entraram em contato com pessoas infectadas, estão sob observação, disseram autoridades de saúde.
Pelo menos quatro pessoas foram hospitalizadas, incluindo o filho de nove anos de uma das vítimas. Inicialmente transmitido por animais como morcegos frugívoros ou porcos, o Nipah também é transmitido de pessoa para pessoa, disse a Organização Mundial da Saúde. O vírus não tem vacina e tem uma taxa de letalidade que varia de 40 a 75%, revelou ainda o órgão.
O período de incubação (o tempo desde a infecção até o início dos sintomas) varia de quatro a 14 dias, mas foi relatado que chega a 45 dias. Em 2018, pelo menos 17 pessoas morreram após serem infectadas pelo vírus em Kerala.
A OMS lista a Nipah como uma das suas doenças prioritárias que representam “o maior risco para a saúde pública devido ao seu potencial epidêmico” e onde “não existem ou são insuficientes contramedidas”.
O que é? O vírus Nipah pode ser transmitido por meio do contato direto com fluidos ou excrementos de morcegos infectados por esse vírus, ou através do contato pessoa-pessoa. A doença foi identificada pela primeira vez em 1999 na Malásia, no entanto também foi verificada em outros países como Singapura, Índia e Bangladesh, e leva ao aparecimento de sintomas semelhantes aos de uma gripe.
Sintomas Em alguns casos, a infecção pelo vírus Nipah pode ser assintomática ou levar ao aparecimento de sintomas leves. Porém, quando há aparecimento de sintomas, estes surgem entre 10 a 21 dias depois do contato com o vírus, sendo os principais:
Dor muscular; Encefalite, que é uma inflamação do cérebro; Desorientação; Náuseas; Fevereiro; Dor de cabeça; Diminuição das funções mentais, que podem evoluir para o coma em 24 a 48 horas. Por conta de sua rápida evolução, o vírus pode ter complicações mortais em poucos dias. O paciente pode ter convulsões, transtornos de personalidade e insuficiências respiratórias.
Tratamento Até o momento não existe tratamento específico para a infecção pelo vírus Nipah, no entanto o médico pode indicar medidas de suporte de acordo com a gravidade da doença, podendo ser indicado segurança, hidratação, realização de ventilação mecânica ou tratamento sintomático.
Existe uma série de medidas que as pessoas podem tomar para evitar o contágio e diminuir a propagação da doença, de acordo com a OMS. São elas:
Evitar o contato com animais potencialmente infectados, principalmente morcegos e porcos; Evitar o consumo de animais possivelmente infectados, principalmente quando não estiverem devidamente cozidos; Evitar o contato com fluidos e excrementos de animais e/ou pessoas infectadas pelo vírus Nipah; Higienização das mãos após entrar em contato com animais; Uso de máscaras e/ou luvas quando em contato com uma pessoa infectada pelo Nipah
Após meses de negociações e polêmicas, Elon Musk concluiu em outubro do ano passado a compra do Twitter, mais tarde rebatizado de X. Autor da mais nova biografia sobre o homem mais rico do mundo, Walter Isaacson revela na obra que o novo chefe da rede social resolveu, de repente, mover servidores entre dois data centers para poupar milhões de dólares. Seus engenheiros o alertaram que isso não era fácil nem rápido — além disso, era Natal.
Musk ligou para seu pessoal de confiança e começou a fazer aquela coisa de chefe teimoso: “Isso é mais fácil do que parece”. Sua maneira de brincar com o risco sem rede de segurança é outro tema de sua vida, de acordo com o escritor.
“Musk virou-se para sua segurança e disse se ele poderia pegar emprestado seu canivete. Com isso, ele conseguiu abrir uma das aberturas de ventilação do piso, permitindo-lhe forçar a abertura dos painéis. Ele mesmo rastejou para baixo do chão do servidor , usou uma faca para abrir um painel elétrico, desconectou o servidor e esperou para ver o que aconteceria. Nada explodiu. O servidor estava pronto para transferência. A essa altura, Musk estava totalmente animado. ‘Isso foi’, ele exclamou com uma risada alta, ‘como um remake de Missão: Impossível'”, afirma trecho da obra, intitulado “Elon Musk”.
Desta operação, resultaram os problemas de estabilidade do Twitter meses depois, como a desastrosa apresentação da candidatura do governador Ron DeSantis. Musk admitiu a Isaacson que estava errado, na ocasião.
— Ainda há merdas que não funcionam por causa disso — disse ao biógrafo.
Mas, acrescentou Isaacson, “a aventura mostrou aos funcionários do Twitter que Musk estava falando sério quando falou sobre a necessidade de um senso maníaco de urgência”. Pelos cálculos do biógrafo, Musk agora dirige seis empresas: “Tesla, SpaceX com sua unidade Starlink [satélite], Twitter [agora X], The Boring Company, Neuralink e xAI [nova competição da OpenAI e DeepMind]”.
Em abril de 2022, Musk foi descansar alguns dias no Havaí, em uma ilha de propriedade de Larry Ellison, fundador da Oracle. Em vez de se desconectar, ele passou quatro dias refletindo se deveria comprar o Twitter.
Do Havaí, ele voou para Vancouver (Canadá), onde sua mulher, a cantora Grimes, queria levá-lo para conhecer os avós. Mas Musk estava em “modo de estresse” e saiu no hotel. A partir daí, ele invejou a oferta que acabou levando à compra do Twitter em outubro.
Outra expressão repetida por Musk é “zafarrancho”: consiste em criar o sentimento de urgência extraordinária ao estabelecer prazos e objetivos impossíveis. Há vários trechos do livro em que ele se irrita, por exemplo, ao ver que quase ninguém trabalha à noite em algumas de suas fábricas.
Isaacson descreveu assim: “Eu já tinha visto Musk entrar naquele estado de espírito demoníaco antes, então pude sentir o que isso pressagiava. Como acontece frequentemente – pelo menos duas ou três vezes por ano – a compulsão de dar ordem para um motivo cresceu dentro dele, uma lealdade de atividade contínua 24 horas por dia. O objetivo era agitar as coisas e ‘limpar a merda do sistema’, como ele diz.”
Rinite é o nome dado a um processo inflamatório na mucosa do nariz. A condição é relatada pela inflamação nos tecidos nasais, como aumento da vascularização, edemas (inchaço), aumento da produção de secreções e aumento na região. Ela pode ser dividida em quatro grupos, que variam de acordo com a frequência de casos e intensidade dos sintomas. São eles:
Rinite infecciosa (ou aguda): ocorre nas mucosas do nariz, com sintomas duram em torno de sete dias; Rinite alérgica: causada pela ocorrência de organismos e partículas estranhas na mucosa; Rinite não alérgica: quando não há resposta do sistema imunológico; Rinite crônica: quando os sintomas persistem por três meses ou mais. Quais são os sintomas da rinite? Devido às diferenças nos tipos de rinite, os sintomas variam. Porém, alguns são comuns a todos, como:
Nariz entupido; Coriza; Espiros; Diminuição da capacidade de sentir cheiro; Coceira sem nariz. — Não é necessário que o paciente tenha todos os sintomas ao mesmo tempo, mas é comum que apresente os mais específicos, como nos casos de rinite infecciosa, em que a mudança nasal costuma ser amarelada ou esverdeada, podendo até se tratar com sangue — explica o otorrinolaringologista Jamal Azzam.
Quais são as causas da rinite? Existem diversas causas para a rinite, desde as inflamatórias, infecciosas, alérgicas ou um complexo de causas associadas, como causas mistas. As causas infecciosas são comuns e podem ser causadas por vírus como o resfriado, a gripe e o Covid-19, ocasionando quadros inflamatórios no nariz.
Existe uma rinite alérgica, que é uma ocorrência inflamatória a estímulos irritantes e alergênicos, como poeira, ácaro, mudanças de temperatura bruscas ou inalação de produtos químicos. E ainda há rinite não alérgica, que não envolve um agente orgânico externo.
Como é o tratamento da rinite? A rinite não tem cura, mas existe tratamento para atenuar as crises.
— Os tratamentos são muito eficientes e podem abolir praticamente todas as crises — ressalta Azzam.
Se a rinite for causada por uma bactéria, o tratamento é feito com uso de antibióticos. No geral, também são recomendados descongestionantes e anti-histamínicos, além de lavagens regulares do nariz com soro fisiológico.
Quais são as complicações da rinite? — A fossa nasal e os seios da face estão interligados e muito próximos do cérebro. As rinites graves podem ocasionar sinusites, sinusites infecciosas e podem ter complicações nos olhos, como infecções dentro das estruturas ao redor dos olhos. Caso não haja um tratamento adequado, também é possível que o paciente tenha meningite, encefalite e até um abcesso cerebral — alerta o otorrinolaringologista.
Ele também se destaca como complicações leves, como desconforto ao respirar, afetando o sono e causando maior cansaço, mal-estar e falta de concentração.
É possível prevenir a rinite? Sim. A prevenção é realizada impedindo ou direcionando a quantidade de estímulos negativos no nariz. Portanto, protegendo-o com máscaras, lavando as mãos, não passando pelas mãos no nariz e ventilando os ambientes, transmitindo as chances de vírus, fungos e bactérias se proliferarem.
Organismos saudáveis têm menos chances de desencadear crises, então o sono adequado, descanso e alimentação saudável também são fatores que ajudam.
Lavar o nariz diariamente com soro fisiológico também ajuda a prevenir crises, em especial para aqueles que sofrem com o tipo alérgico da condição.
Vladimir Putin, presidente da Rússia, aceitou o convite feito por Kim Jong-un para visitar a Coreia do Norte.
A informação foi divulgada pelo Kremlin nesta quinta-feira (14). Desde o início da invasão à Ucrânia, em 2022, Putin raramente realiza viagens para o exterior.
O porta-voz Dmitri Peskov define o encontro como “oportuno, útil e construtivo”. O ditador deve permanecer no país por mais alguns dias.
De acordo com o governo russo, Sergei Lavrov, ministro das Relações Exteriores, irá visitar a Coreia do Norte no mês de outubro. A sugestão foi feita pelo norte-coreano após ele desembarcar na Rússia para se encontrar com o líder.
Durante o encontro, eles trocaram presentes. Putin deu uma luva de um traje espacial “que esteve no espaço várias vezes” e um rifle de fabricação russa. Kim, por sua vez, entregou a ele um rifle feito por um artesão norte-coreano, além de outros presentes.
Chamando um ao outro de “camarada”, os dois brindaram pela amizade durante uma reunião que ocorreu na quarta-feira (13). O encontro também contou com a presença dos ministros da Defesa de ambos.
A Câmara dos Deputados finalizou, nesta quinta-feira (14/9), a votação da minirreforma eleitoral e encaminhou o texto ao Senado Federal. O trecho analisado pelos deputados nesta tarde altera a Lei da Ficha Limpa. Na noite de quarta (14/9), os deputados aprovaram a primeira parte das mudanças.
De acordo com o projeto de lei complementar (PLP) nº 192/23, que teve autoria de Dani Cunha (União-RJ) e relatoria de Rubens Pereira Jr. (PT-MA), ficam alterados os prazos do período de inelegibilidade para políticos condenados.
Na regra atual, se um deputado for cassado dois anos após assumir o cargo, ele fica inelegível pelos dois anos finais do mandato e por mais oito anos seguidos. De acordo com o texto aprovado nesta quinta, o prazo de oito anos começará a contar imediatamente. Uma das mudanças feitas pelos deputados no texto diz respeito à proibição das candidaturas coletivas.
Na noite de quarta-feira (13/9), a Câmara aprovou o primeiro trecho da minirreforma eleitoral. O projeto de lei (PL) nº 4.438/29 foi aprovado com 367 votos favoráveis e 86 contrários.
O texto trata de pontos como cálculo das “sobras” nas eleições proporcionais, simplificação da prestação de contas eleitorais, registro de candidaturas, regras de financiamento de campanhas e propagandas eleitorais, entre outros temas.
A proposta também unifica para seis meses antes do dia do pleito a data para que agentes públicos se descompatibilizem dos cargos para disputar a eleição.
Alguns pontos da proposta foram considerados polêmicos e avaliados como “retrocesso” por associações e especialistas. Entre os itens questionados, estão:
o fim das sanções aos partidos com contas rejeitadas no segundo semestre de anos eleitorais e enfraquecimento de sanções a siglas que não prestaram contas; a desobrigação da apresentação de documentos homologados pelo Poder Judiciário para registrar candidaturas; a dispensa da norma que obriga candidatos e partidos de informarem à Justiça Eleitoral dados sobre doações via PIX; o enfraquecimento de regras para preenchimento de cota mínima de 30% para candidaturas femininas. Na regra atual, cada partido deve preencher a porcentagem. A proposta sugere que a cota de 30% seja preenchida pelas federações como um todo, e não de forma individual nos partidos. Dessa forma, uma sigla não tem a obrigação de destinar a cota para candidas femininas, desde que a federação da qual ela faz parte cumpra a norma. O texto ainda precisa ser analisado pelo Senado Federal. Para que as normas entrem em vigor no ano que vem, elas precisam ser aprovadas pelo Congresso até 6 de outubro, uma vez que a Constituição determina que mudanças nas regras eleitorais devem vigorar a, no mínimo, um ano do primeiro turno. Se o prazo não for cumprido, as novas regras terão validade apenas nas eleições de 2026.
A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Atos Antidemocráticos, da Câmara Legislativa (CLDF), ouve nesta quinta-feira (14/9), via videoconferência, o hacker Walter Delgatti Neto.
Por falta de dinheiro para passagem e hospedagem do “hacker da Lava Jato”, preso em Araraquara (SP), o testemunho chegou a ser cancelado. Mas o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes autorizou a oitiva por videoconferência.
“Nós pedimos ao ministro Alexandre de Moraes e ele autorizou”, afirmou o presidente da CPI, deputado distrital Chico Vigilante (PT). A sessão ocorre no plenário da CLDF. Delgatti falará e poderá responder perguntas dos membros da comissão por meio de um telão.
Vigilante quer que Delgatti esclareça a reunião que teve com o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). “Aí está o cerne do golpe. Quero detalhes dessa conversa”, arrematou. O distrital elogiou a decisão de Moraes. “Demonstra que o ministro realmente quer que tudo seja esclarecido na Republica. É muito importante esse posicionamento”, disse.
Passagem e hospedagem Sem a decisão do ministro do STF, a CPI não tinha condições financeiras para ouvir Delgatti. Segundo Vigilante, também seria necessário pagar a passagem e a estadia do advogado do hacker e de um estagiário.
Na próxima quinta-feira (21/9), a comissão espera ouvir depoimento do coronel Paulo José Ferreira, da Polícia Militar do DF (PMDF), chefe interino do Departamento de Operações em 8 de janeiro, data dos ataques antidemocráticos contra as sedes dos Três Poderes.
A Uber terá que contratar todos os motoristas cadastrados na plataforma, além de pagar multa de R$ 1 bilhão por danos morais coletivos, segundo decisão do juiz do Trabalho Maurício Pereira Simões, da 4ª Vara do Trabalho de São Paulo.
A medida tem validade em todo o território nacional.
O parecer atende a uma ação civil pública ajuizada pelo Ministério Público do Trabalho, por meio da Procuradoria Regional do Trabalho da 2ª Região.
O juiz também estabeleceu uma multa diária de R$ 10 mil para cada motorista do aplicativo sem registro. A decisão deverá ser cumprida em seis meses, a partir do trânsito em julgado e da intimação para início de prazo.
Uma vez intimada, a empresa deverá relacionar todos os motoristas com cadastro ativo na plataforma. Depois, deverá comprovar a regularização dos contratos de trabalho de 1/6 deles a cada mês, até o término do prazo.
Os valores da multa por danos morais coletivos devem ser destinados ao Fundo de Amparo ao Trabalhador em 50%. A outra metade deverá ir para associações de motoristas de aplicativos que tenham registro em cartório e constituição social regular, em cotas iguais.
Empresa diz que vai recorrer Procurada pela CNN, a Uber disse que irá recorrer da decisão e que não irá adotar nenhuma das medidas elencadas na sentença antes que todos os recursos cabíveis sejam esgotados.
“Há evidente insegurança jurídica, visto que apenas no caso envolvendo a Uber, a decisão tenha sido oposta ao que ocorreu em todos os julgamentos proferidos nas ações de mesmo teor propostas pelo Ministério Público do Trabalho contra plataformas, como nos casos envolvendo Ifood, 99, Loggi e Lalamove, por exemplo”, diz o comunicado.
A empresa diz ainda que a decisão representa “um entendimento isolado e contrário à jurisprudência que vem sendo estabelecida pela segunda instância do próprio Tribunal Regional de São Paulo em julgamentos realizados desde 2017, além de outros Tribunais Regionais e o Tribunal Superior do Trabalho”.
A Uber afirma que a sentença não considerou de forma adequada o “robusto conjunto de provas produzido no processo e tenha se baseado, especialmente, em posições doutrinárias já superadas, inclusive pelo Supremo Tribunal Federal”.
“Na sentença, o próprio magistrado menciona não haver atualmente legislação no país regulamentando o novo modelo de trabalho intermediado por plataformas. É justamente para tratar dessa lacuna legislativa que o governo federal editou o Decreto Nº 11.513, instituindo um Grupo de Trabalho ‘com a finalidade de elaborar proposta de regulamentação das atividades executadas por intermédio de plataformas tecnológicas’, incluindo definições sobre a natureza jurídica da atividade e critérios mínimos de ganhos financeiros”, conclui o documento.
As carnes bovinas estão mais baratas, aponta o Índice de Preços ao Consumidor (IPCA), que mede a inflação oficial no país. Elas tiveram queda de 9,8% nos últimos 12 meses encerrados em agosto, e, dependendo do corte, o recuo foi ainda maior. O filé-mignon, por exemplo, teve redução de 15,09% no preço no período. Entre as razões para esse movimento estão o maior abate de gado, o menor custo da ração e a diminuição das exportações para a China.
Além do filé-mignon, outros cortes considerados nobres também tiveram redução significativa nos últimos 12 meses. São eles: alcatra (-12,83%), capa de filé (-12,66%), costela (-11,07%) e picanha (-6,04%).
De acordo com especialistas, neste momento, há uma maior oferta de animais para o abate. Além disso, o Brasil teve um queda no preço do milho devido à boa safra no ano. O grão é utilizado nas rações, o que estimula os pecuaristas a confinarem mais animais.
Redução das exportações O menor apetite chinês pelo gado brasileiro também contribuiu para o alívio no preço. Desde 2019, a China passou a ter uma participação maior nas exportações de carne bovina brasileira, após viver um surto de peste suína africana. Hoje, é responsável por cerca de 60% das exportações de carne bovina do Brasil, de acordo com a Secretária de Comércio Exterior.
Confira os principais resultados do Censo 2022 Analista de commodities agrícolas Levante Inside Corp, Geraldo Isoldi, diz que na comparação entre janeiro e agosto de 2022 e de 2023, as importações de carne bovina pela China caíram cerca de 8%. Com a menor demanda dos chineses, sobra mais carne para o mercado interno, o que ajuda na redução de preço.
— A China, do ano passado para cá, tem comprado quase 8% menos (carne bovina brasileira). Considerando o volume financeiro exportado, há uma diferença de 32% — diz Isoldi.
Mesmo com oferta maior de carne bovina no mercado doméstico, o consumo pelos brasileiros ainda está fraco, segundo Isoldi. Para economizar, diz, as pessoas têm optado pelo frango, que ainda é mais barato.
— No começo da pandemia, até tivemos alguns auxílios que estimularam o mercado doméstico, mas que acabaram perderam efeito. Como a carne frango caiu ainda mais, a carne bovina acaba sofrendo mais concorrência da carne de frango. A lógica é: com o dinheiro que eu compro carne bovina, posso comprar muito mais frango — explica.
Preço deve aumentar Para os próximos meses, o analista prevê uma redução gradual da oferta. Além disso, a demanda deve aumentar, impulsionada pelo pagamento do 13º salário e as festas de fim de ano. Esses fatores vão contribuir para o aumento do preço da carne.
Isoldi cita também o trajeto da produção, que vai desde o pasto até gôndola e sofre influência de outros fatores, como a alta dos combustíveis. Para ele, o consumidor final já deve ver preços mais altos do que os atuais ao fim de 2023.
— Nesse caminho do pasto até a gôndola, vai se agregando algumas variáveis de custo. É combustível do transporte, funcionário, custo de transformação. Embora a matéria-prima tenha caído muito, o valor da carne não consegue seguir na mesma proporção, pois há inflação de outras variáveis — explica.