O Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) instaurou inquérito para investigar a interdição de três estruturas da Vale pela Agência Nacional de Mineração (ANM) em Mariana, Região Central, na última sexta-feira (10). O fechamento foi ordenado por problemas de estabilidade.
De acordo com a ANM, três estruturas foram interditadas após detecção de problemas na estabilidade física e nos sistemas de drenagem, todas na Mina da Fábrica Nova. São elas:
Pilhas de Estéril (PDE) Permanente I Permanente II União Vertente Santa Rita Nos documentos, a agência classifica a situação das estruturas como em “risco iminente”.
A estimativa é que 295 pessoas vivam na área que fica abaixo das pilhas de estéril e que podem ser atingidas em caso de acidente ou rompimento — a chamada zona de autossalvamento (ZAS). Essa população vive no distrito de Santa Rita Durão.
Ainda segundo a ANM, esses problemas na estrutura podem ocasionar incidentes semelhantes ao que atingiu o dique da Mina Pau Branco, em Nova Lima, na Grande BH. Em janeiro de 2022, a estrutura transbordou e o material se espalhou pela BR-040.
“Se o mesmo ocorrer nestas estruturas, não teremos um problema com uma rodovia e sim com 295 pessoas residentes na ZAS”, diz o trecho do texto.
Fiscalização nesta tarde Na tarde desta segunda-feira (13), a Defesa Civil de Mariana, a Defesa Civil Estadual, o MPMG, a ANM e a Fundação de Meio Ambiente de Minas Gerais farão uma fiscalização conjunta das estruturas.
A decisão de retirar ou não os moradores de casa será tomada após essa vistoria. Até o momento, todos seguem em nas residências.
O laudo foi feito por uma empresa terceirizada em 2020 e protocolado em setembro deste ano. As instituições verificarão se a estrutura continua da mesma forma.
Para retomar as atividades, a Vale precisará apresentar um laudo de estabilidade para os órgãos fiscalizadores.
Em nota, a Vale confirmou a interdição e diz que acompanhará as vistorias agendadas para esta segunda-feira. Diz, ainda, que “as estruturas geotécnicas da companhia são vistoriadas frequentemente pela agência reguladora e monitoradas permanentemente por equipe técnica especializada”.
A Mega da Virada 2023 terá um prêmio estimado de R$ 550 milhões, divulgou a Caixa Econômica Federal nesta segunda-feira (13). Este é o maior valor do prêmio na história do concurso e pode aumentar a depender da demanda.
As apostas do concurso 2670 podem ser realizadas a partir de hoje. O tíquete simples custa R$ 5 e os bolões saem a partir de R$ 15. O sorteio será realizado no dia 31 de dezembro, às 20h.
Como sempre, o prêmio principal da Mega da Virada não acumula. Se não houver acerto de 6 números, o prêmio será dividido entre os acertadores da próxima faixa, de 5 acertos — e assim por diante.
“As apostas devem ser feitas com volante específico da Mega da Virada somente nos canais oficiais das Loterias Caixa”, diz o comunicado do banco. (saiba mais abaixo)
Veja abaixo os números passados da Mega da Virada.
Edições anteriores Quem mais encheu o cofre até o momento foram os jogos vencedores de 2022, em que cinco apostas dividiram o prêmio de R$ 541,9 milhões. A premiação prevista era de R$ 450 milhões.
Desde a primeira edição, em 2009, três sorteios tiveram os menores rateios, com prêmios divididos entre dois ganhadores:
2021: duas apostas dividiram R$ 378,1 milhões 2020: duas apostas dividiram R$ 325,2 milhões 2009: duas apostas dividiram R$ 144,9 Milhões Por outro lado, a maior divisão da Mega da Virada aconteceu em 2018, quando 52 apostas saíram vitoriosas para um prêmio de R$ 302,5 milhões. Cada vencedor ficou com “apenas” R$ 5,8 milhões.
Os cinco sorteios com maiores rateios na história do concurso foram divididos entre 81 apostas vencedoras:
2018: 52 apostas dividiram R$ 302,5 milhões 2017: 17 pessoas dividiram R$ 306,7 milhões 2016: 6 pessoas dividiram R$ 220,9 milhões 2015: 6 pessoas dividiram R$ 246,5 milhões Veja abaixo todas as edições da premiação, os valores pagos e os rateios:
Como apostar? Para jogar na Mega da Virada, basta marcar de 6 a 20 números dentre os 60 disponíveis no volante ou deixar que o sistema escolha os números, por meio da Surpresinha. A aposta simples custa R$ 5.
Além disso, quem aposta também pode escolher participar do concurso por meio de bolões, preenchendo o campo próprio no volante, ou adquirir cotas de bolões organizados pelas unidades lotéricas – nesse último caso, uma tarifa de serviço adicional de até 35% do valor da cota poderá ser cobrada.
As apostas devem ser feitas com volante específico da Mega da Virada em qualquer lotérica do país, pelo aplicativo Loterias Caixa ou pelo portal Loterias Caixa. Clientes da Caixa também podem fazer suas apostas pelo internet banking.
O Ministério da Justiça alterou as normas de acesso à sede da Pasta após a visita da esposa de um chefe de facção. O blog teve acesso ao documento da portaria que será publicado no Diário Oficial da União.
Foram adicionados três novos itens às regras. O primeiro determina que o nome e o CPF de todos os visitantes que participarão de reunião ou audiência sejam comunicados com antecedência mínima de 48 horas por email.
O segundo determina que o pedido de reunião ou audiência deverá ser enviado por email “para fins de avaliação”.
E o terceiro indica que a pessoa que estiver interessada em compromisso público nas dependências do ministério será atendida na recepção do Palácio da Justiça ou dos anexos para ser identificada e orientada.
Ela não poderá entrar nos prédios ligados à pasta sem passar por este procedimento.
O que diz a portaria que muda as regras
O ingresso dos visitantes às dependências do Ministério da Justiça e Segurança Pública deve ser precedido de contato da recepcionista com o ponto focal indicado pela unidade de destino, a qual autorizará, ou não, o seu ingresso; Somente será recepcionado em compromisso público, no âmbito do Ministério da Justiça e Segurança Pública, o interessado em agenda institucional que comunicar, com antecedência mínima de 48 horas da data prevista para realização da reunião ou audiência, os nomes de todos os participantes e acompanhantes da agenda, com CPF, devendo ser formalizado via e-mail institucional do órgão ou unidade responsável pela agenda; O pedido de compromisso público de que trata os incisos “c” e “d” art. 5º do Decreto nº 10.889, de 9 de dezembro de 2021, deverá ser encaminhado via e-mail institucional à unidade organizacional responsável pela agenda para fins de avaliação; Em se tratando de interessado em agenda institucional, sem agendamento prévio, este será atendido na recepção do Palácio da Justiça, ou de seus Anexos, para identificação e orientação, devendo aguardar autorização da autoridade responsável pela agenda para ingresso nas dependências do Ministério.
A visita Segundo o blog apurou, o secretário Nacional de Assuntos Legislativos do Ministério da Justiça, Elias Vaz, recebeu um pedido de Janira Rocha, que além de ser ex-deputada estadual do Rio de Janeiro pelo PSOL, também é advogada, para receber uma delegação de mulheres. Luciane estava entre elas.
Além da ex-deputada e de Luciane, também estavam no encontro as mães de uma menina e de um jovem assassinados.
Nos bastidores, assessores do ministro da Justiça, Flávio Dino, consideraram o episódio um erro de Vaz, que “deveria ter checado” a lista de participantes.
Nesta segunda-feira (13), Vaz disse que “se houve algum erro, esse erro foi da minha parte”, disse. O caso vai ser analisado numa reunião ainda nesta segunda.
Quem é Luciane Barbosa Luciane Barbosa Farias, mulher de Tio Patinhas, chefe do Comando Vermelho no Amazonas que foi preso em 2022, fez duas visitas ao Ministério da Justiça em 2023. A informação foi divulgada pelo jornal O Estado de São Paulo e confirmada pelo blog com uma fonte da pasta.
O chefe da facção já havia sido detido em 2018, quando era considerado um dos criminosos mais procurados do Amazonas, mas foi solto por uma desembargadora do Tribunal de Justiça do Estado.
Luciane, mulher do chefe do Comando Vermelho no Amazonas, se apresenta como presidente da Associação Liberdade do Amazonas e teria ido levar demandas sobre as condições nos presídios.
Luciane foi condenada em outubro, junto com o marido, por associação ao tráfico, organização criminosa e lavagem de dinheiro.
A condenação veio depois dos encontros com representantes do governo Lula.
O processo está em fase de recursos, motivo pelo qual ela ainda não está cumprindo a pena de 10 anos em regime inicial fechado.
Luciene e Janira A ex-deputada conhecia Luciane desde antes de levá-la ao Ministério da Justiça. Ela afirma que o encontro não tem nada de ilícito e afirma que familiares de presos, como é o caso de Luciane, “são criminalizados simplesmente por serem familiares de presos”.
De fato, o encontro não tem nada de ilícito ou irregular, mas tem um custo político para a imagem do governo.
Janira diz que a sociedade tem o direito de ser recebida pelo governo para apresentar reinvindicações e que Luciane é esposa de um preso e que luta por melhores condições para pessoas privadas de liberdade.
“Essa é a situação da Lu. Quem vai dizer mais na frente se ela realmente é faccionada e culpada é a Justiça. Por enquanto, ela é inocente, porque a Constituição brasileira diz que, antes do trânsito em julgado, ela é inocente. Ponto.”
“O governo não deveria estar tão acuado de fazer uma coisa que é certa, que é cumprir o seu papel institucional e responder as demandas da sociedade”, insistiu.
O que diz o secretário Mais cedo, nesta segunda, Elias Vaz disse, em nota, que Luciane “se limitou a falar sobre supostas irregularidades no sistema penitenciário” e que ele sugeriu à Janira que procurassem a Secretaria Nacional de Políticas Penais (SENAPPEN).
“Tenho uma longa trajetória parlamentar e política, sempre com a marca da seriedade, e atendi a advogada Janira Rocha e acompanhantes por conhecer a citada profissional e ela desejar falar sobre vítimas de homicídios. Repudio qualquer envolvimento abjeto e politiqueiro do meu nome com atividades criminosas”, diz o texto enviado ao blog.
O problema que começou com um simples banho de banheira hoje impede Poppy Flaubert, de apenas 12 anos, até de andar. A menina, que mora com a família em Cardiff, no País de Gales (Reino Unido), desenvolveu uma infecção de pele após usar uma hidromassagem.
O incidente desencadeou uma série de dores crônicas e um diagnóstico pouco conhecido: Síndrome de Dor Complexa Regional (SDCR).
A infecção ocorreu há três anos. Georgina Flaubert, mãe da criança, conta que o tratamento foi feito com antibióticos, mas a situação mudou quando Poppy deu uma “topada” no pé. Desde então, as dores não pararam.
— Ficou cada vez mais dolorido, não entendíamos por que ela estava gritando de dor. Ela não conseguia colocar o pé no chão. Os médicos não sabiam o que estava errado — contou Georgina.
Após exames médicos, um médico sugeriu que poderia ser a SDCR, uma condição pouco compreendida que causa uma dor muito forte e persistente.
De acordo com o Serviço Nacional de Saúde do Reino Unido, a Síndrome de Dor Complexa Regional geralmente é desencadeada por lesões e afeta predominantemente um único membro, mas pode se espalhar para outras partes do corpo. A condição pode melhorar com o tempo, mas algumas pessoas com SDCR podem sentir dor por muitos anos.
No caso de Poppy, a dor começou em um pé e se espalhou para o outro, forçando a menina a usar uma cadeira de rodas, já que as fortes dores a impedia de colocar os pés no chão. A condição também trouxe sensibilidade extrema ao toque — e até mesmo uma leve chuva podia causar dor intensa.
— (A dor) é tão intensa que até mesmo uma pena tocando nela é como uma faca a esfaqueando — disse a mãe de Poppy. — É tão difícil vê-la com tanta dor e saber que não há nada que possamos fazer para ajudá-la — desabafou.
O único tipo de alívio que a menina sentiu foi com um paracetamol intravenoso e um tratamento chamado “Scrambler”, que usa eletrodos para enviar sinais para a parte do corpo que sente dor e estimula o cérebro a perceber os estímulos como “normais”, sem dor. O tratamento, no entanto, só existe na Itália, e os resultados são temporários.
— Ela estava toda iluminada e feliz, mas quando voltamos para casa, depois de cerca de uma semana ou mais, a dor começou a voltar — detalhou Georgina.
Georgina e Poppy estão determinadas a aumentar a conscientização sobre a SDCR, uma condição que consideram mais comum do que se pensa. Elas defendem mais pesquisas e tratamentos acessíveis no Reino Unido, enquanto enfrentam a realidade de que, por enquanto, a luta de Poppy é gerenciar a dor, já que ainda não há cura para a Síndrome de Dor Complexa Regional.
Em outubro do ano passado, o Brasil registrava a oitava morte por varíola dos macacos (Mpox) e figurava como o segundo país no mundo com mais casos de infecção. O Ministério da Saúde, então, decidiu agir e comprou, de uma vez, 50 mil unidades de uma recém-lançada vacina para combater a doença. Um ano depois, apenas 21,9 mil imunizantes foram aplicados e o restante está encalhado. Segundo a pasta, o motivo é a falta de procura.
O imunizante Jynneos, produzido pelo laboratório dinamarquês Bavarian Nordic, foi comprado pela pasta sem uma estratégia definida. Os lotes começaram a desembarcar no país em outubro do ano passado, na gestão do ex-ministro Marcelo Queiroga, mas só passaram a ser utilizados em uma campanha de vacinação em março de 2023.
As 50 mil doses foram compradas por meio de uma parceria com a Organização Pan-Americana da Saúde (Opas), que permite aquisições de vacinas a preços mais acessíveis que os de mercado. Em 2022, o ministério realizou dois pagamentos ao fundo, que juntos somaram R$ 227,5 milhões. Este valor foi direcionado para imunizantes variados, o que incluiu a aquisição das vacinas para Mpox.
Além disso, à época, o ministério fechou um contrato no valor de R$ 25,2 milhões com a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) para um estudo com avaliação sobre a vacina Jynneos. Na ocasião, a pasta justificou que o objetivo da pesquisa era “avaliar a efetividade da vacina Jynneos/MVA-BN contra a varíola dos macacos na população brasileira”.
O público alvo da campanha de vacinação eram pessoas com HIV — homens cisgêneros (que se identificam com o sexo biológico), travestis e mulheres transexuais — com mais de 18 anos, profissionais que atuam nos laboratórios em contato com o vírus e pessoas pré-expostas ao vírus — que tiveram contato íntimo com um paciente infectado. A estratégia era priorizar a proteção das pessoas com maior risco de contaminação e evolução para as formas graves da doença.
O plano do ministério era aplicar um esquema vacinal de duas doses em cerca de 16 mil pessoas, o que utilizaria 32 mil vacinas. Servidores da pasta avaliam, contudo, que a divulgação da campanha não foi bem-sucedida em alcançar o público-alvo.
De acordo com o Ministério da Saúde, a baixa procura é justificada pela redução de casos no país e restrição do público-alvo. Além disso, a demanda dos estados pela vacina não é grande.
“A estratégia e o público prioritário para vacinação foram acordados com os estados e municípios”, disse em nota à reportagem. “Vale ressaltar ainda que em maio de 2023 a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou que a varíola dos macacos não é mais considerada uma emergência em saúde pública de importância internacional”, complementou a pasta.
Prorrogação A autorização da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para o uso da Jynneos venceria em agosto, mas foi prorrogada por seis meses após o Ministério da Saúde solicitar mais tempo para utilização do fármaco. O novo prazo permite aplicação do imunizante até fevereiro de 2024.
O primeiro caso de Mpox no Brasil ocorreu em junho do ano passado. Dali em diante a doença acometeu mais 10,9 mil pessoas e matou outras 16, conforme último boletim epidemiológico da doença lançado pelo governo, em julho.
O Brasil apresenta estabilidade no aparecimento de novos casos desde dezembro, com queda a partir de agosto de 2022. Neste momento, o país tem indicadores controlados de contaminação.
Os sintomas aparecem, geralmente, de seis a 21 dias após a exposição ao vírus. Depois desse período, a pessoa infectada pode apresentar mal-estar e febre, e de dois a três dias, começam as erupções na pele. A prevenção é evitar o contato com pessoas contaminadas. Como a Mpox tem alta transmissão por via sexual, é importante que o/a parceiro/a não apresente lesões na pele.
— As erupções se formam como vesículas semelhantes à catapora, que com o tempo formam pus, escurecem e descamam. Se a erupção está próxima ao olho, pode gerar uma lesão na córnea. Além disso, pacientes imunocomprometidos podem ter um quadro agravado — afirma o médico Antônio Bandeira, da Sociedade Brasileira de Infectologia.
Ainda de acordo com o Ministério da Saúde, a pasta diz que enviou nota técnica aos estados atualizando o público alvo da estratégia de vacinação para Mpox “para todas as pessoas que vivem com HIV e também para as pessoas em situação de PrEP (situação de vulnerabilidade para o HIV)”.
“Cerca de 47 mil doses foram enviadas aos estados. Destas, 21.967 já foram aplicadas. O Ministério da Saúde trabalha em ações para que todas as doses sejam utilizadas dentro do prazo de validade”, diz a pasta.
A vacina contra a chikungunya desenvolvida pelo Instituto Butantan e pela empresa de biotecnologia franco-austríaca Valneva induz resposta imune em 98,8% dos adolescentes que integram a fase 3 do ensaio clínico conduzida no Brasil. Segundo o estudo, o imunizante também demonstrou um bom perfil de segurança, independentemente da exposição prévia à chikungunya.
As informações de segurança e imunogenicidade servirão de base para solicitar a aprovação do produto no Brasil na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), e na Europa, na European Medicines Agency (EMA). A expectativa é submeter o pedido de aprovação para a Anvisa no primeiro semestre de 2024.
Na última semana, a vacina foi aprovada para adultos pela agência reguladora dos Estados Unidos, Food and Drug Administration (FDA), tornando-se o primeiro imunizante autorizado para uso no mundo contra chikungunya.
“Os dados são excelentes e mostram que estamos no caminho certo. É uma vacina segura e com alta capacidade de induzir anticorpos protetores. Estamos otimistas que, respeitando todas as etapas de estudos e validação pelos órgãos reguladores, poderemos oferecer essa vacina para proteger as pessoas desta doença que infelizmente acomete o país”, afirmou, em nota, Esper Kallás, diretor do Instituto Butantan.
O estudo clínico brasileiro incluiu a participação de 750 jovens de 12 a 17 anos que residem em áreas endêmicas nas cidades de São Paulo, São José do Rio Preto (SP), Salvador, Fortaleza, Belo Horizonte, Laranjeiras (SE), Recife, Manaus, Campo Grande e Boa Vista. Entre os voluntários, 500 receberam uma dose da vacina e 250 receberam placebo.
A análise de imunogenicidade foi feita 29 dias após a aplicação de uma única dose da vacina. Entre os participantes sem contato prévio com o vírus da chikungunya, 98,8% apresentaram anticorpos protetores contra a doença. Já para o grupo que tinha histórico de infecção prévia, a positividade de anticorpos foi de 100%.
A candidata a vacina de vírus atenuado contra chikungunya (VLA1553) é resultado de um acordo de transferência de tecnologia firmado entre o Instituto Butantan e a empresa francesa de biotecnologia Valneva, em 2020. Por meio da parceria, será possível produzir e disponibilizar o imunizante no Brasil pelo Sistema Único de Saúde (SUS).
Segurança Durante o período do estudo feito no Brasil, não foi identificado nenhum ponto de preocupação. A pesquisa sugere que a vacina é segura e bem tolerada, inclusive em participantes com exposição prévia ao vírus. A grande maioria das reações adversas foram consideradas leves a moderadas e se resolveram em cerca de três dias. Os efeitos mais comuns foram dor e sensibilidade no local da injeção, dor de cabeça, dor no corpo, febre e fadiga.
Impactos da chikungunya O vírus da chikungunya circula em mais de 110 países. No Brasil, só em 2023, foram registrados 143.739 casos prováveis de chikungunya, com maior incidência no Sudeste, seguida das regiões Nordeste e Centro-Oeste, segundo o Ministério da Saúde. Em relação aos óbitos, apenas neste ano foram confirmadas 82 mortes, grande parte delas com comorbidades associadas (73,2%).
Entre 2021 e 2022, houve um aumento de mais de 100% nos casos da doença. Transmitida pelos mosquitos Aedes aegypti e Aedes albopictus, a infecção pode deixar fortes dores crônicas nas articulações como sequela, além de gerar complicações graves em recém-nascidos infectados durante o parto e idosos com comorbidades.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) recepcionou, na noite desta segunda-feira (13), os 32 brasileiros e familiares que deixaram a Faixa de Gaza após semanas de incertezas. Por mais de 30 dias, o grupo aguardava autorização para cruzar a fronteira do Egito, país de onde poderiam embarcar em segurança para o Brasil.
O governo montou uma estrutura para acolher os brasileiros que fugiram de Gaza. Segundo o Planalto, os passageiros receberão apoio com a documentação, psicológico, cuidados médicos e imunização. Por dois dias, os refugiados ficarão hospedados em Brasília.
O grupo repatriado tem 22 brasileiros, sete palestinos naturalizados brasileiros e três palestinos familiares próximos. Dos 32 trazidos, 17 são crianças, nove mulheres e seis homens. A passagem pela fronteira, em Rafah, entre Gaza e o Egito, ocorreu no último domingo (12).
Duas crianças apresentam quadro de desnutrição e precisaram deixar a Base Aérea de Brasília em ambulâncias. A informação foi confirmada pelo ministro da Secretaria de Comunicação Social, Paulo Pimenta (PT).
Antes do pouso, em Brasília, o avião fez duas paradas, uma em Las Palmas, na Espanha, e outra na Base Aérea do Recife, já no Brasil.
Bombardeios em Gaza Desde 7 de outubro, quando o grupo terrorista Hamas promoveu ataques em Israel, inclusive com sequestros e assassinatos, Gaza é alvo de bombardeios. Na região, inicialmente, 34 brasileiros e familiares demostraram interesse em voltar para o Brasil, mas dois desistiram.
1,4 mil brasileiros repatriados Nas primeiras semanas, o governo brasileiro conseguiu resgatar 1,4 mil compatriotas que estavam em Israel e no território palestino da Cisjordânia. A operação de resgate foi batizada de “Voltando em Paz”, também responsável por levar ajuda humanitária aos civis que estão em Gaza, como insumos hospitalares, alimentos e purificadores de água.
Acessibilidade arquitetônica é a extinção de barreiras físicas e ambientais e a adequação de espaços públicos e privados, para que pessoas com diferentes tipos de deficiência possam circular com autonomia. A temática vai ser debatida em Audiência Pública nesta terça (14), às 19h, por iniciativa do vereador @profjoriansantos e da vereadora @rayssaalinept , em parceria com a Associação Currais-novense de Deficientes Físicos (@acdfcn_ ).
O objetivo é discutir e construir políticas públicas de respeito e valorização da acessibilidade para pessoas com deficiência.
O governo federal tem 342 obras de instituições federais de ensino paralisadas. O valor já pago pelos empreendimentos chega a R$ 854,4 milhões, e os contratos somam R$ 2 bilhões. Dados do Ministério da Educação (MEC) indicam que 115 obras foram interrompidas neste ano, o que equivale a cerca de um terço do total. A pasta alega que universidades e institutos têm autonomia administrativa (leia mais abaixo). Os dados foram obtidos pelo Metrópoles via Lei de Acesso à Informação (LAI). O levantamento soma o número de obras paralisadas em universidades federais, institutos federais, centros federais de educação tecnológica e, também, no Colégio Pedro II, que integra a rede federal de ensino.
Cerca de 47% das obras listadas tiveram a interrupção formalizada a partir de 2021. A obra mais antiga é da Fundação Universidade Federal de Sergipe. Ela foi interrompida em 2009, com valor gasto de R$ 445 mil e previsão total de R$ 9,1 milhões.
O estado com maior número de obras paradas é Minas Gerais, que soma 56. Rio Grande do Sul aparece na sequência, com 52 obras paralisadas. Paraíba, por sua vez, está em terceiro lugar, com 33 obras paralisadas.
A obra de maior valor, orçada em R$ 179,5 milhões, refere-se à fase um da construção do campus Cabo de Santo Agostinho, da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE) — imagem em destaque. Os dados mostram que o empreendimento teve a paralisação formalizada em novembro de 2019.
Em resposta ao Metrópoles, o MEC disse que houve, nos últimos seis anos, uma queda de 90% dos recursos de investimento. “A PEC (Proposta de Emenda à Constituição) da Transição também possibilitou a retomada de parte das obras. Das que seguem paralisadas, mais de 80% são por questões administrativas, técnicas ou judiciais”, ressalta.
A pasta afirmou que o fortalecimento de universidades e institutos federais é uma prioridade do governo federal e que, logo no início do ano, destinou R$ 2,4 bilhões para recomposição do orçamento e retomada de obras.
O Ministério da Educação ainda ressaltou que a execução das obras é responsabilidade de cada instituição, no âmbito de sua autonomia administrativa.
“Com recursos da PEC da Transição, articulada pelo presidente Lula ainda antes da posse, o MEC investiu R$ 39 milhões na Rede Federal de Educação Profissional (institutos federais, Cefets e Colégio Pedro II), para retomada das obras paralisadas, e outros R$ 74,5 milhões para apoiar obras em andamento. Ainda há obras paralisadas, devido a questões internas das instituições, especialmente processos licitatórios”, justificou.
Promessas Ainda em fevereiro, o ministro da Educação, Camilo Santana, afirmou que o governo iria retomar cerca de 4 mil obras paradas, de creches a universidades federais. Na ocasião, ele informou que já havia sido realizado um levantamento de perfil de obra e localidade.
O governo afirma que um dos focos do novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC 3) é a consolidação e a reestruturação das universidades e dos hospitais universitários do país.
De acordo com a Casa Civil, os investimentos são para a instalação de novos campi de ensino superior e para a retomada e conclusão das obras que estavam paradas. O programa garante também melhores condições para o funcionamento da rede de hospitais universitários e para a formação médica e multiprofissional.
O PAC prevê um investimento de R$ 4,5 bilhões na educação superior. Desse total, R$ 3,8 bilhões serão injetados entre 2023 e 2026.
Para a retomada, a conclusão e a realização de novas obras relacionadas a hospitais universitários federais, o governo prevê gastos no valor de R$ 1,5 bilhão. Em relação à consolidação, restruturação e expansão da Rede Federal de Universidades, há previsão de R$ 3 bilhões.
Que atire a primeira pedra quem gosta de tomar alguma bebida alcóolica e nunca buscou no Google “como curar ressaca?” ou “remédio caseiro para curar ressaca”. Pois bem, o desequilíbrio no organismo causado pelo consumo excessivo de álcool também é uma preocupação para os cientistas. E uma recente pesquisa, feita pela universidade norte-americana de Stanford, revelou que ressacas podem fazer com que a pessoa tenha que ficar de sete a oito meses de abstinência (sem consumir álcool) para recuperar a espessura do córtex cerebral. “Há informações muito limitadas no campo do transtorno por uso de álcool, sobre como a estrutura do cérebro humano se recupera durante a abstinência de longo prazo após o tratamento. Nosso estudo é o primeiro a demonstrar recuperação significativa da espessura do córtex em múltiplas regiões naqueles que procuram tratamento para transtorno por uso de álcool durante aproximadamente seis a sete meses de abstinência”, contextualizou o cientista Timothy Durazzo, líder dos pesquisadores e professor de Stanford, em entrevista ao site PsyPost.
Teste Foram analisados 88 pacientes com problemas relacionados ao consumo excessivo de álcool, e 45 que não consumiam bebidas do tipo. Eles tiveram o córtex monitorado em 34 regiões diferentes por meio de exames de ressonância magnética. Ao fim de 7,3 meses (próximo de 215 dias), um total de 26 áreas já tinham voltado ao estado normal anterior à bebedeira, enquanto as demais tinham apresentado melhoras muito significativas.
“Esses resultados apoiam os efeitos adaptativos e benéficos da sobriedade sustentada na recuperação estrutural do cérebro em pessoas com transtorno de uso de álcool”, escreveu um dos pesquisadores na conclusão do trabalho científico.
Porém, de acordo com a pesquisa de Stanford, não há como recuperar a espessura do córtex do cérebro sem dizer, pelo menos, um “até logo” à bebida alcóolica por alguns meses. As respostas tanto para preservar o cérebro como para continuar a beber é degustar bebidas com moderação.
O que é córtex? Segundo dados da Fiocruz, córtex cerebral é a parte externa do cérebro, também chamada de “massa cinzenta”. Pode variar de 1mm a 4mm e é responsável pela nossa capacidade de pensamento, movimento voluntário, linguagem, julgamento e percepção.
Era fim da manhã da última terça-feira, 7, quando tocou o celular do ministro da Defesa, José Múcio. “Ministro, a reunião foi muito ruim, viu?”, disse do outro lado da linha, sem meias-palavras, Ricardo Cappelli. O secretário-executivo do Ministério da Justiça resumia o resultado de um encontro do comitê que acompanha a execução do decreto de Garantia da Lei e da Ordem (GLO), que permitiu a atuação de militares em ações de combate ao crime organizado no Rio de Janeiro. Composto por representantes da Polícia Federal, das três Forças Armadas e do governo, o grupo realizava a primeira avaliação do trabalho, encerrada em meio a um constrangimento geral. Cappelli relatou o que havia acabado de acontecer. Segundo ele, o almirante da Marinha destacado para fazer parte da equipe parecia irritado, passou o tempo inteiro de braços cruzados e cara fechada, provocou a Polícia Federal, reclamou da falta de dinheiro para a operação e ainda disse que o decreto assinado por Lula era pouco claro.
O ministro da Defesa ouviu com atenção as ponderações do secretário-executivo. Horas mais tarde, o vice-almirante Paulo Renato Rohwer foi substituído. “Está achando que eu vou para uma reunião dessas para ficar de palhaçada?”, comentou, depois, com um auxiliar. E anunciou: “Acabei de derrubá-lo”. Múcio achou por bem indicar seu chefe de gabinete — um civil — como novo integrante do comitê. Afinal, não era a primeira rusga que Cappelli tinha com militares de alta patente, em mais um episódio que comprova que ele é o funcionário de segundo escalão mais poderoso da República — mais poderoso, ressalte-se, que muitos ministros. Assumindo diferentes missões e acumulando embates, amigos e inimigos, Ricardo Cappelli vem consolidando a fama de curinga do governo, um “resolvedor” de problemas. Seu mais recente desafio foi justamente coordenar o esforço federal para frear a onda de violência no Rio de Janeiro, apesar da pouca experiência na área de segurança.
Formado em jornalismo e com especialização em administração pública, Cappelli chefiava, até o ano passado, a comunicação de Flávio Dino enquanto governador do Maranhão. Em dezembro, foi convidado a ser o número 2 no Ministério da Justiça e mal havia se acostumado à cadeira quando estourou o fatídico 8 de Janeiro. Naquele dia, o governo tinha certeza de que havia um golpe em andamento para tirar Lula do poder. Era preciso agir rápido. Decidiu-se que haveria uma intervenção na segurança pública do Distrito Federal, mas logo surgiu a dúvida sobre quem teria condições de assumir a delicadíssima missão. Dino disse ao presidente que seu “Zero Dois” era a pessoa certa. “Mas quem é?”, questionou Lula. Ouviu do ministro as melhores referências. Disciplinado, Cappelli foi a campo. Tentou entrar no QG do Exército para prender os manifestantes acampados, confrontou generais e, por pouco, não provocou uma crise militar. “Me entregaram no dia 8 um avião numa turbulência e caindo. Meu papel era segurar o avião, estabilizá-lo e botar no solo com todo mundo vivo. Foi o que eu fiz”, diz ele.
À frente da Secretaria de Segurança por 23 dias, Cappelli demitiu 13 pessoas, entre as quais o comandante da Polícia Militar, acusado de facilitar a ação dos vândalos. Depois disso, habilidoso, definiu como estratégia se aproximar da força, passou a fazer elogios públicos dizendo ter plena confiança nos policiais e até intermediou com o presidente um aumento para a categoria — recebeu, ao fim, uma medalha de honraria da PM. Em maio, ainda sob os efeitos do 8 de Janeiro, veio outra missão espinhosa. Cappelli foi convocado para uma reunião no Palácio do Planalto. Lá, Lula disse que havia demitido o general que comandava o Gabinete de Segurança Institucional e queria que ele assumisse interinamente para promover uma “renovação” no órgão, visto pelo governo como um antro de bolsonaristas. Após 15 dias de gestão, Cappelli afastou 90 pessoas, militares em sua maioria. A missão também foi considerada como muito bem-sucedida.
Tão logo correram o mundo as notícias do total descontrole do aparato de segurança do Rio de Janeiro, com atos de vandalismo, ônibus incendiados e onda de assassinatos, Cappelli foi acionado pela terceira vez. “Você vai para o Rio. Segura lá”, disse Flávio Dino, de supetão, ao bolar um plano, também realizado de supetão, para tentar mostrar algum tipo de reação do governo aos problemas de segurança pública. Desde então, o secretário já foi quatro vezes ao estado, mantém conversas com o governador, o prefeito, delegados da Polícia Federal, da Receita e do Coaf, além de integrar o comitê que vai monitorar a GLO, que entrou em vigor na última semana e tem previsão de durar seis meses. A ideia do Planalto é robustecer, com homens da Marinha, Aeronáutica e Exército, a atuação dos agentes federais nas fiscalizações nos portos e aeroportos de São Paulo e do Rio, além de regiões fronteiriças, com o objetivo de coibir a entrada de drogas e de armas no país.
A nova missão do “resolvedor” é uma missão impossível de ser resolvida. Enquanto, segundo Lula, a medida vai “definitivamente tirar o poder do crime organizado”, especialistas em segurança pública ressaltam que experiências similares já foram testadas, não solucionaram absolutamente nada e, na maioria das vezes, funcionaram apenas como peça de propaganda. “Como uma resposta política, se repete a receita de todos os governos de, na crise, chamar os militares”, afirma Renato Sérgio de Lima, presidente do Fórum Brasileiro de Segurança Pública. “Na minha avaliação, acerta-se ao ser uma ação integrada. Mas ela não atinge o Comando Vermelho, não atinge as milícias, não combate a corrupção nas polícias nem reestrutura o efetivo dos agentes federais. É apenas um paliativo, um remédio genérico”, acrescenta. Cappelli afirma que se joga com as armas disponíveis. “É claro que eu defendo tudo isso, mas precisamos de uma solução imediata”. E resume: “É o seguinte: entre o ideal e o não fazer nada, não vamos escolher a segunda opção”.
O faz-tudo da República tem uma longa trajetória na esquerda. Em 1998, quando tinha 26 anos, Cappelli comandou a União Nacional dos Estudantes (UNE). Naquele tempo, já tinha fama de executar missões complicadas. Consta que seu empenho foi fundamental para a vinda ao Brasil do ditador cubano Fidel Castro, que participou de um congresso da UNE. À época, Cappelli era filiado ao PCdoB, partido no qual esteve por 26 anos e pelo qual também disputou as eleições para vereador e deputado estadual no Rio de Janeiro. Em 2021, se filiou ao PSB, sempre seguindo os passos de Dino, seu mentor. Mas sua estrela começa a ganhar algum brilho próprio. Tamanha visibilidade adquirida nestes primeiros dez meses de governo abriu caminho para o secretário considerar a possibilidade de um voo solo. O PSB do DF planeja lançá-lo na disputa de um cargo majoritário em 2026 — ao Senado ou, quem sabe, até mesmo o governo de Brasília.
Seu trunfo eleitoral seria justamente a atuação dele como interventor na área de segurança, tema importante nos debates políticos na Capital. O mote de campanha não exigiria muita criatividade: “Chama o Cappelli!”, dizem alguns aliados. Questionado sobre uma eventual candidatura, o secretário desconversa: “Eu tenho um mantra com a minha equipe que é o seguinte: toda segunda a gente se reúne para passar a agenda da semana e eu digo para eles que o nosso objetivo é chegar vivo na sexta-feira. Acho uma sandice as pessoas falarem em 2026”. Assim, de maneira absolutamente espontânea, o secretário tem aproveitado as poucas horas vagas em Brasília para se reunir com empresários e trabalhadores, comparecer a eventos públicos, receber condecorações, comer pastel na feira, registrando imagens desses momentos e publicando tudo em suas redes sociais — sem nenhum outro interesse, ressalte-se.
O embaixador do Brasil em Israel, Frederico Meyer, negou que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) tenha influenciado positivamente nas negociações para a saída de brasileiros da Faixa de Gaza depois do encontro dele com o embaixador israelense na Câmara dos Deputados.
O que aconteceu: ‘Todo mundo quer ser pai da vitória’, disse embaixador. Em entrevista à CNN Brasil, Meyer disse que o trabalho de diplomacia para a retirada do grupo “não ocorreu em uma tarde”, ao ser questionado sobre a reunião de Bolsonaro com parlamentares e com o embaixador de Israel no Brasil, Daniel Zohar Zonshine, na última quarta-feira (8).
Você conhece aquela frase a vitória tem vários pais e a derrota é órfã? O que eu posso dizer é que nosso trabalho para liberar essas pessoas não aconteceu numa tarde, já estávamos trabalhando há quase 4 semanas. Então, dizer que ela aconteceu numa tarde é a frase. Todo mundo quer ser pai da vitória. Frederico Meyer, em entrevista à CNN Brasil
Relação entre Brasil e Israel é constante, diz Meyer. “Como todas as relações você não concorda com tudo, mas isso não quer dizer que relação não seja boa. Não precisamos da interferência de ninguém de fora, do passado, para que a gente resolva nossos problemas com Israel”, afirmou ele.
Atitude de Zonshine foi considerada ‘quebra grave de protocolo’. Segundo o colunista do UOL Jamil Chade, a reunião dele com Bolsonaro foi considerada nos corredores do Itamaraty uma intromissão na política doméstica. No entanto, a decisão dentro do governo foi a de abafar a crise porque qualquer ruptura aprofundaria as dificuldades para retirar os brasileiros de Gaza.
O grupo de 32 brasileiros que aguardava há mais de um mês para deixar a área cruzou a fronteira e chegou ao Egito na manhã de hoje. A previsão é a de que eles desembarquem no Brasil amanhã.
A economia brasileira caminha para um horizonte delicado nos próximos anos. Na previsão de analistas, a dívida do País deve se aproximar de 90% do Produto Interno Bruto (PIB) entre o final desta década e o início da próxima.
Se confirmada, essa conjuntura vai reforçar uma tendência bastante negativa para o Brasil. Isso porque o País já tem um elevado endividamento para uma economia considerada emergente.
A economia brasileira caminha para um horizonte delicado nos próximos anos. Na previsão de analistas, a dívida do País deve se aproximar de 90% do Produto Interno Bruto (PIB) entre o final desta década e o início da próxima.
Se confirmada, essa conjuntura vai reforçar uma tendência bastante negativa para o Brasil. Isso porque o País já tem um elevado endividamento para uma economia considerada emergente.
“O nosso cenário básico é de uma dívida crescente”, afirma Alessandra Ribeiro, economista e sócia da consultoria Tendências. “E, por trás disso, está a dificuldade que o governo vai ter para chegar a um resultado primário zero e fechar as contas.”
Na previsão da Tendências, a dívida bruta deve subir a 88,4% do PIB até 2029 e se estabilizar nesse patamar. Uma queda está prevista para 2031, quando deve recuar para 88%.
“A dívida deve subir sem parar nos próximos dez anos”, afirma Gabriel Leal de Barros, sócio da Ryo Asset e ex-diretor da Instituição Fiscal Independente (IFI). Ele prevê o pico de 89,7% do PIB em 2031 e um recuo a partir de então, chegando a 87% do PIB em 2034.
Em nota ao Estadão, o Ministério da Fazenda afirma que o novo marco fiscal e “medidas de recomposição da base fiscal e de melhoria do ambiente econômico” (como a reforma tributária e novo marco de garantias) permitem ao Tesouro Nacional estimar uma estabilização da trajetória da dívida em 2026 abaixo de 80% do PIB.
Por que é um problema? Mais endividado do que países emergentes de economia similar — a média desse grupo é de uma dívida bruta de 57,7% do PIB, segundo a Tendências —, o Brasil acaba lidando com uma série de limitações. Tem, por exemplo, uma margem menor para reagir a choques externos e internos.
Para responder aos estragos provocados pela pandemia de covid, o País teve de ampliar os seus gastos para socorrer empresas e pessoas. De 2019 a 2020, a dívida bruta aumentou de 74,4% para 86,9% do PIB.
“Com esse nível elevado, qualquer choque pode jogar a dívida para um campo muito mais complicado”, afirma Alessandra.
A economia brasileira caminha para um horizonte delicado nos próximos anos. Na previsão de analistas, a dívida do País deve se aproximar de 90% do Produto Interno Bruto (PIB) entre o final desta década e o início da próxima.
Se confirmada, essa conjuntura vai reforçar uma tendência bastante negativa para o Brasil. Isso porque o País já tem um elevado endividamento para uma economia considerada emergente.
Leia também “O nosso cenário básico é de uma dívida crescente”, afirma Alessandra Ribeiro, economista e sócia da consultoria Tendências. “E, por trás disso, está a dificuldade que o governo vai ter para chegar a um resultado primário zero e fechar as contas.”
Na previsão da Tendências, a dívida bruta deve subir a 88,4% do PIB até 2029 e se estabilizar nesse patamar. Uma queda está prevista para 2031, quando deve recuar para 88%.
“A dívida deve subir sem parar nos próximos dez anos”, afirma Gabriel Leal de Barros, sócio da Ryo Asset e ex-diretor da Instituição Fiscal Independente (IFI). Ele prevê o pico de 89,7% do PIB em 2031 e um recuo a partir de então, chegando a 87% do PIB em 2034.
Em nota ao Estadão, o Ministério da Fazenda afirma que o novo marco fiscal e “medidas de recomposição da base fiscal e de melhoria do ambiente econômico” (como a reforma tributária e novo marco de garantias) permitem ao Tesouro Nacional estimar uma estabilização da trajetória da dívida em 2026 abaixo de 80% do PIB.
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Por que é um problema? Mais endividado do que países emergentes de economia similar — a média desse grupo é de uma dívida bruta de 57,7% do PIB, segundo a Tendências —, o Brasil acaba lidando com uma série de limitações. Tem, por exemplo, uma margem menor para reagir a choques externos e internos.
Para responder aos estragos provocados pela pandemia de covid, o País teve de ampliar os seus gastos para socorrer empresas e pessoas. De 2019 a 2020, a dívida bruta aumentou de 74,4% para 86,9% do PIB.
“Com esse nível elevado, qualquer choque pode jogar a dívida para um campo muito mais complicado”, afirma Alessandra.
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Em busca do déficit zero: o que o governo pode fazer para acabar com o rombo nas contas públicas
A trajetória da dívida brasileira também é observada de perto pelas agências de classificação de risco — a economia perdeu o grau de investimento em 2015 — e faz com que os investidores exijam um juro mais alto para financiar a dívida brasileira.
“Na década passada, houve um aumento muito forte de gastos e uma queda da arrecadação. Ou seja, o País começou a ter uma política fiscal mais expansionista. Passamos de um superávit primário para um déficit muito forte, e a dívida começou a subir”, diz Felipe Salles, economista-chefe do C6 Bank.
Mudança de meta Para conseguir estancar o endividamento, o País precisa entregar superávit primário — o resultado positivo entre receitas e despesas, sem contar o gasto com juros. Entre os analistas, essa conta varia, mas um saldo positivo ideal ficaria na faixa de 1,5% a 2% do PIB.
“Uma regrinha de bolso seria um superávit primário de cerca de 2%”, diz Salles. “Seria compatível com a estabilização da dívida, mas ainda estamos lutando para sair do negativo e ir para o zero.”
Quando apresentou o arcabouço fiscal, a equipe econômica prometeu entregar um resultado primário zero já em 2024 e chegar a um superávit de 1% do PIB em 2026. Mas esse plano de voo pode mudar.
Com os indícios de que a economia brasileira deve desacelerar em 2024, ano de disputa eleitoral nos municípios, Lula tem deixado claro que não planeja fazer um controle rígido de gastos, como contingenciamento. Já afirmou, por exemplo, que, “para quem está na Presidência, dinheiro bom é dinheiro transformado em obras”. Por ora, a sinalização é que o governo deve propor um déficit de 0,25% ou 0,5% do PIB como meta para o ano que vem.
“Será preciso ver qual é a capacidade do Lula de aguentar a desaceleração econômica”, afirma Barros. “Desaceleração econômica bate em popularidade, e o governo pode tomar decisões, que ampliam o risco fiscal, para evitar isso.”
Os sinais de uma economia pior se somam à dificuldade do governo em colocar de pé as medidas arrecadatórias que foram enviadas para o Congresso. Com base no roteiro original, para zerar o déficit das contas públicas no próximo ano, a equipe econômica depende dos parlamentares para conseguir ampliar a receita em R$ 168,5 bilhões.
Difícil subir a carga O que os economistas dizem, no entanto, é que ficou mais difícil para o governo conseguir melhorar o quadro das contas públicas apenas com aumento de carga tributária. O ideal também seria rever os gastos realizados.
“A gente chegou num ponto de carga tributária muito elevada no Brasil. A gente roda há 10, 15 anos com uma carga próxima de 33% de PIB”, diz Rafaela Vitória, economista-chefe do banco Inter. “Existe uma incapacidade na economia de fazer mais aumentos de carga tributária.”
“Apesar de ter de um amplo espaço para cortar despesa, o governo fez uma escolha de fazer o ajuste via carga tributária. Pelas minhas contas, são R$ 700 bilhões de espaço para cortar em despesas em dez anos, com reforma administrativa, fusão de políticas sociais”, acrescenta Barros.
O grande nó é que mexer em gastos passa por uma agenda impopular. Não há muito mais o que cortar de despesas discricionárias e o que o futuro reserva, de acordo com analistas, é um encontro com as despesas obrigatórias.
O cenário deve ser ainda mais difícil porque governo tem patrocinado aumento de despesas. Garantiu, por exemplo, o ganho real do salário mínimo, com impactos nos gastos com Previdência e programas sociais, e reajustes para funcionários públicos.
“O governo subiu a barra e está gastando mais em coisas que não consegue cortar”, afirma Alessandra, da Tendências. “A dinâmica de gastos obrigatórios está pior do que a gente viu nos últimos anos.”
Pela regra desenhada do arcabouço fiscal, se o governo não cumprir e meta de resultado primário, as despesas só poderão crescer 50% da variação de receita, em vez de 70%, como prevê o desenho original. A meta de cada ano tem uma margem de tolerância de 0,25 ponto porcentual para mais ou para menos.
Nas contas feitas por Rafaela Vitória, do Inter, o arcabouço é suficiente para devolver ao País um superávit capaz de estacar o aumento da dívida. “Como o arcabouço permite o crescimento de gastos, o ajuste acaba sendo um pouco mais lento. Considerando o desenho de hoje, a nossa previsão é chegar nesse superávit de 1,5% por volta de 2028″, afirma. “A questão é: o arcabouço vai ser cumprido?”
O governo Lula estuda maneiras de intervir junto às companhias aéreas e reduzir o preço das passagens no Brasil. Nesta semana, o ministro de Portos e Aeroportos Silvio Costa Filho terá encontro com os representantes das empresas e, de acordo com auxiliares, vai cobrá-los pelo aumento expressivo no valor dos bilhetes. Ele quer entender quais casos refletem dificuldades enfrentadas pelo setor e quais representam um aumento injustificável. Ainda de acordo com interlocutores do ministro, a pasta estuda reforçar as linhas de crédito do Fundo Nacional de Aviação Civil (Fenac). As companhias alegam necessidade de recuperar os prejuízos deixados pela pandemia de Covid-19 e que também problemas na cadeia de abastecimento.
Outra iniciativa no radar de Silvio Costa Filho é desenhar um plano, junto ao Congresso e ao Judiciário, para diminuir a judicialização contra as companhias aéreas. De acordo com dados da Associação Brasileira das Empresas Aéreas, 98,5% das ações cíveis contra companhias aéreas estão no Brasil.
O Ministério da Educação (MEC) anunciou na noite deste domingo, 12, a anulação de uma das questões do segundo dia de provas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). A pergunta já havia aparecido no Enem de 2010, na versão aplicada a pessoas privadas de liberdade e, por não ser inédita, foi cancelada. Neste domingo, foram aplicadas as provas de Ciências da Natureza e de Matemática. A questão anulada tratava sobre cobertura vacinal contra a gripe H1N1.
O anúncio foi feito pelo ministro da Educação, Camilo Santana, e pelo presidente do Inep, Manuel Palacios, em coletiva de imprensa. Questionados sobre a repetição da questão e de como fortalecer o banco de itens que embasam as provas, Palacios afirmou que o Inep abrirá em janeiro um edital para seleção de elaboradores e revisores de questões para ampliar esse banco.
No evento, Santana informou ainda que o segundo dia de provas teve uma taxa de abstenção de 32%, superior à verificada no primeiro dia, dia 5, quando 28,1% dos candidatos não compareceram. Em relação ao segundo dia de provas do exame do ano passado, o índice se manteve praticamente estável (32,1% em 2022).
Ele disse que sua gestão fará uma avaliação do Enem para buscar formas de aumentar a participação no exame. “Já procuramos reverter a curva de inscritos, que tem sido descendente nos últimos anos. Além disso, a nossa preocupação é garantir que mais concluintes do ensino médio façam o exame. Vamos procurar mecanismos que estimulem as inscrições. Temos discutido a possibilidade de gratuidade e de articulação com os Estados, para que esses alunos sejam inscritos”, disse.
Santana também foi questionado sobre a polêmica das questões que traziam críticas ao agronegócio no primeiro dia de provas e sobre o fato de temas relacionados ao setor agrícola terem sido novamente cobrados neste domingo, 12. Ele voltou a afirmar que o governo federal não interfere nos itens da prova e que está à disposição do Congresso para prestar esclarecimentos – a Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA) chegaram a pedir a anulação de três questões.
“Eu estarei à disposição para responder qualquer questionamento do Congresso Nacional. O presidente do Inep já esteve presente nesta semana e o que eu vou reforçar é que não há a menor possibilidade de interferência do governo em relação à elaboração (das questões). Aliás, foi um edital público de seleção de professores independentes realizado em 2020, não foi por esse governo”, declarou ele, sobre a escolha dos professores que elaboraram as questões da prova atual.
Data para divulgação do gabarito oficial é antecipada O gabarito oficial da prova, previsto inicialmente para ser divulgado no dia 24, será publicado às 19h da próxima terça-feira, dia 14, anunciou o MEC. Os resultados do exame sairão em 16 de janeiro de 2024.
O Inep informou ainda que o prazo para solicitar a reaplicação da prova será de 13 a 17 de novembro por meio da Página do Participante, no site do Inep. Quem foi prejudicado por problemas logísticos ou acometido por doenças infectocontagiosas, como prevê o edital, pode pedir para fazer as provas nos dias 12 e 13 de dezembro. O mesmo vale para as pessoas que não compareceram porque foram alocadas a uma distância superior a 30 quilômetros da residência informada na inscrição.
Número de eliminados cai pela metade no segundo dia Santana informou ainda que 2.217 candidatos foram eliminados neste domingo por razões como portar equipamento eletrônico, ausentar-se antes do horário permitido (15h30), utilizar materiais impressos e não atender orientações dos fiscais. O número é bem inferior aos 4.293 candidatos eliminados no primeiro dia de provas. O ministro disse ainda que foram registrados 859 problemas logísticos, como emergências médicas e interrupções temporárias de energia elétrica – nenhum de maior repercussão, segundo Santana.
No evento, Santana informou ainda que o segundo dia de provas teve uma taxa de abstenção de 32%, superior à verificada no primeiro dia, dia 5, quando 28,1% dos candidatos não compareceram. Em relação ao segundo dia de provas do exame do ano passado, o índice se manteve praticamente estável (32,1% em 2022).
Ele disse que sua gestão fará uma avaliação do Enem para buscar formas de aumentar a participação no exame. “Já procuramos reverter a curva de inscritos, que tem sido descendente nos últimos anos. Além disso, a nossa preocupação é garantir que mais concluintes do ensino médio façam o exame. Vamos procurar mecanismos que estimulem as inscrições. Temos discutido a possibilidade de gratuidade e de articulação com os Estados, para que esses alunos sejam inscritos”, disse.
Santana também foi questionado sobre a polêmica das questões que traziam críticas ao agronegócio no primeiro dia de provas e sobre o fato de temas relacionados ao setor agrícola terem sido novamente cobrados neste domingo, 12. Ele voltou a afirmar que o governo federal não interfere nos itens da prova e que está à disposição do Congresso para prestar esclarecimentos – a Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA) chegaram a pedir a anulação de três questões.
“Eu estarei à disposição para responder qualquer questionamento do Congresso Nacional. O presidente do Inep já esteve presente nesta semana e o que eu vou reforçar é que não há a menor possibilidade de interferência do governo em relação à elaboração (das questões). Aliás, foi um edital público de seleção de professores independentes realizado em 2020, não foi por esse governo”, declarou ele, sobre a escolha dos professores que elaboraram as questões da prova atual.
Data para divulgação do gabarito oficial é antecipada O gabarito oficial da prova, previsto inicialmente para ser divulgado no dia 24, será publicado às 19h da próxima terça-feira, dia 14, anunciou o MEC. Os resultados do exame sairão em 16 de janeiro de 2024.
O Inep informou ainda que o prazo para solicitar a reaplicação da prova será de 13 a 17 de novembro por meio da Página do Participante, no site do Inep. Quem foi prejudicado por problemas logísticos ou acometido por doenças infectocontagiosas, como prevê o edital, pode pedir para fazer as provas nos dias 12 e 13 de dezembro. O mesmo vale para as pessoas que não compareceram porque foram alocadas a uma distância superior a 30 quilômetros da residência informada na inscrição.
Número de eliminados cai pela metade no segundo dia Santana informou ainda que 2.217 candidatos foram eliminados neste domingo por razões como portar equipamento eletrônico, ausentar-se antes do horário permitido (15h30), utilizar materiais impressos e não atender orientações dos fiscais. O número é bem inferior aos 4.293 candidatos eliminados no primeiro dia de provas. O ministro disse ainda que foram registrados 859 problemas logísticos, como emergências médicas e interrupções temporárias de energia elétrica – nenhum de maior repercussão, segundo Santana.