Fim da exigência de autoescolas vai gerar demissões em massa no RN, afirma setor

Postado em 3 de dezembro de 2025

A decisão do Governo Federal de acabar com a obrigatoriedade dos cursos de formação em autoescolas para obtenção da Carteira Nacional de Habilitação (CNH) representa, na avaliação do setor, o colapso de um mercado inteiro. A mudança, que acaba com a exigência de aulas práticas e transfere a parte teórica para uma plataforma digital do governo, provoca o que empresários classificam como uma “nova pandemia” entre os Centros de Formação de Condutores (CFCs).

A previsão do setor é de demissões em massa, fechamento de empresas e desestruturação de toda a cadeia econômica que orbita em torno da formação de motoristas.

Presidente do Sindicato dos Centros de Formação de Condutores do Rio Grande do Norte (SindCFC-RN), Eduardo Domingo afirma que os impactos começaram antes mesmo de a decisão ser oficializada pelo Conselho Nacional de Trânsito (Contran) – o que aconteceu na última segunda-feira 1º, por unanimidade.

“Já impactou. Desde julho, quando o ministro dos Transportes, Renan Filho, começou a divulgar que poderia fazer essa modificação, o movimento das autoescolas caiu 80%, 70%”, afirmou Eduardo, em entrevista à rádio Jovem Pan News Natal nesta terça-feira 2. “Eu vou te dizer: a gente vem vivendo uma nova pandemia no setor.”

De acordo com Eduardo Domingo, o setor perdeu alunos, faturamento, previsibilidade e segurança jurídica. Para ele, houve uma exposição precipitada, sem diálogo e com graves consequências. Na avaliação do dirigente, a estratégia deixou as empresas em completo abandono. “Ele botou as autoescolas à deriva”, afirmou o empresário, em referência a Renan Filho.

O cenário projetado é de colapso em escala nacional. Segundo Eduardo Domingo, o País possui cerca de 15 mil autoescolas. Caso a resolução seja mantida, esse número não deve resistir. “Não fica mil”, afirmou.
No Rio Grande do Norte, o impacto também será devastador. “Aqui no Rio Grande do Norte são 120 autoescolas. Se ficar 30, é muito”, projetou.

O presidente do sindicato descreve o futuro do setor como uma sequência de fechamentos inevitáveis: “Não pense que a qualquer momento uma autoescola vai fechar a porta e não vai abrir mais porque o proprietário é velhaco ou é trambiqueiro. É porque não se tem mais dinheiro.”

“O governo nos matou em pedaço, como quando tem diabetes. Te comeu um dedo, te comeu o pé, te comeu a perna, te cegou. Isso foi o que o ministro Renan Filho fez. Desde julho ele vem fazendo isso.”

O impacto mais imediato será no emprego. O sindicato estima que cada autoescola emprega, em média, dez trabalhadores. O fechamento das empresas provoca um efeito direto na renda de milhares de famílias. “No RN, somos 120 autoescolas. Se a gente botar aí dez colaboradores por autoescola, nós vamos a 1.200 trabalhadores”, explicou.

A projeção é dramática: “Desses, 950 nós vamos demitir.” Ou seja, quase 80% dos empregos diretos do setor estariam condenados.

O impacto não se limita aos instrutores e funcionários administrativos. A cadeia vai além: despachantes, psicólogos, clínicas médicas, oficinas, empresas terceirizadas de prova prática, fornecedores, gráficas e profissionais de tecnologia também devem sofrer. Trata-se, segundo a entidade, de um desmonte completo de uma estrutura que levou décadas para ser construída.

Para Eduardo, a justificativa de que a CNH é cara não se sustenta. “A habilitação não é um documento, que nem uma carteira de identidade. A habilitação é uma profissão.” Ele compara o custo da CNH com cursos superiores: “Um curso de jornalismo custa seis, sete mil reais. Uma habilitação custa dois mil.”

E questiona: “Como é que eles dizem que não têm dinheiro para habilitação, mas têm pra comprar moto, carro e iPhone?” Segundo ele, o investimento retorna rapidamente: “Dois meses, três meses com aplicativo, e já recupera. Um curso superior leva anos.”

Para o sindicato, o sistema público não tem estrutura para absorver o aumento de candidatos fora das autoescolas. “O Detran não tem vaga. Hoje tu termina as 20 aulas e só faz o exame em março.”

Com a nova regra, Eduardo alerta: “A enxurrada de alunos vai triplicar. Não tem como absorver.”

Medida também vai provocar retrocesso no trânsito, aponta empresário
Eduardo Domingo critica a mudança por considerar que o Brasil está voltando a um modelo ultrapassado e perigoso. “Trazer isso de volta dos anos 1980 para agora em 2025 é um retrocesso.”

A nova regra reduz as aulas práticas obrigatórias de 20 para apenas duas horas. Nessas aulas, o aluno poderá usar carro particular e optar por aulas com um instrutor autônomo, credenciado pelo Detran. Já as aulas teóricas deixam de ser presenciais e passam a ser digitais.

Para o presidente do sindicato, não há como garantir qualidade nesse modelo: “No meu ponto de vista, é zero qualidade. Tu não tem como avaliar uma pessoa em duas aulas.” Ele lembra que mesmo com 20 aulas havia risco. “Eu, quando era instrutor, achava que a pessoa não tinha condições, mas eu não podia impedir. Agora imagina com duas”.

Eduardo também relaciona a medida ao agravamento do caos no trânsito e sobrecarga do sistema de saúde. “Quando começar a dar os acidentes, a responsabilidade é dele. Foi ele que criou isso aí”, disse referindo-se ao ministro dos Transportes, principal defensor da medida.

Para ele, o custo da economia na formação será muito maior nos hospitais: “O que o ministro está fazendo de economizar aqui vai gastar muito mais lá no SUS. Podem escrever o que eu estou dizendo.”

Segundo Eduardo, o impacto será inevitável: mais motoristas despreparados, mais vítimas e mais custos.

O dirigente foi enfático ao afirmar que o setor não foi ouvido em nenhum momento. “Não aconteceu diálogo. E isso que é a grande mágoa da categoria.” Ele relata que houve protestos de todo tipo: “A gente foi a Brasília várias vezes, procurou deputados, fez audiência pública, fez carreata, fez paralisação, fez tudo, e o governo nunca nos atendeu.”

A insatisfação também atinge o presidente da República: “O que vier daqui para a frente a culpa é exclusiva do ministro Renan. E do presidente Lula, que abonou ele.”

agora rn

RN tem alta em feminicídios e chega a 21 casos neste ano

Postado em 3 de dezembro de 2025

O Rio Grande do Norte teve 21 vítimas de feminicídio até novembro de 2025, segundo a Secretaria de Segurança Pública do Estado (Sesed). O número supera o total de 19 casos contabilizados em todo o ano de 2024. O dado é registrado em um cenário nacional de alerta diante dos episódios brutais registrados nos últimos meses, incluindo crimes que chocaram o Estado e o País.

No RN, o Anuário Brasileiro de Segurança Pública mostra uma redução dos feminicídios de 24 para 19 entre 2023 e 2024, queda de 21,1%. Mas as tentativas de feminicídio saltaram 71,8%, passando de 39 para 67. O dado, somado ao balanço parcial de 2025 da Sesed, indica que a violência tende a se agravar.

No Brasil, o relatório aponta que 1.492 mulheres foram vítimas de feminicídio em 2024, o maior índice desde a criação da tipificação em 2015. São quatro mulheres mortas por dia pelo simples fato de serem mulheres. As tentativas também explodiram: 3.870 casos – alta de 19%. O perfil permanece o mesmo: 63,6% das vítimas eram negras e 70,5% tinham entre 18 e 44 anos. Em 80% dos casos, o autor era companheiro ou ex-companheiro.

A escalada da violência tem rosto. O da administradora Juliana Soares, 35 anos, tornou-se símbolo nacional após ela sobreviver a 61 socos desferidos pelo então namorado, Igor Cabral, dentro de um elevador, no dia 26 de julho, na capital potiguar. A cena, captada pelas câmeras do prédio, viralizou nas redes sociais e expôs a violência diária que milhões de brasileiras enfrentam.

Outros casos recentes reforçam o quadro de terror. Douglas Alves da Silva atropelou e arrastou por quase um quilômetro a jovem Tainara Souza Santos, 31 anos, na Zona Norte de São Paulo. Mãe de dois filhos, ela teve as duas pernas amputadas e está internada em estado grave. Douglas nega conhecê-la, mas testemunhas confirmam que havia um relacionamento.

80% dos feminicídios são cometidos por parceiros íntimos, alerta promotora
A promotora de Justiça Érica Canuto afirmou que 80% dos feminicídios no Brasil são cometidos por parceiros íntimos. Ela destacou, em entrevista à TV Tropical no mês de julho, que os agressores costumam ser homens próximos da vítima: “pais, filhos, padrastos, irmãos, companheiros, namorados, ex-namorados”.

Érica Canuto atribuiu essa queda ao aumento das medidas protetivas e ressaltou que “a medida protetiva é o coração da Lei Maria da Penha”. Ela enfatizou que, em 95% dos feminicídios, a vítima não tinha medida protetiva ou registro de ocorrência. A promotora também alertou para os impactos diretos da violência doméstica em crianças e lembrou que o RN dispõe de serviços como a Patrulha Maria da Penha, casas-abrigo e rede integrada de apoio.

Defendendo ações voltadas à autonomia financeira das vítimas, a promotora reforçou a importância de cursos profissionalizantes e assistência contínua. Ela pediu à população para que não permaneça omissa diante de sinais de violência: é possível pedir ajuda pelos números 190 ou 180 e “salvar uma vida”.

agora rn

Cadu Xavier reforça pré-candidatura e diz que indefinição sobre Walter Alves “não muda” projeto

Postado em 3 de dezembro de 2025

O secretário de Fazenda do Rio Grande do Norte e pré-candidato ao Governo do Estado, Carlos Eduardo Xavier (PT), afirmou nesta terça-feira (2), durante entrevista ao Repórter 98, da 98 FM Natal, que sua pré-candidatura está mantida independentemente do desfecho envolvendo a sucessão da governadora Fátima Bezerra (PT) em 2026.

Ele ressaltou que mesmo diante da possibilidade de o vice-governador Walter Alves (MDB) desistir de assumir o governo, seu projeto político “não sofre alteração”.

Ao comentar o cenário eleitoral e a proximidade do calendário de desincompatibilização — gestores precisam deixar seus cargos até 1º de abril —, Xavier afirmou que o Rio Grande do Norte vive a “hora da onça beber água”, com decisões que devem ser tomadas até o fim do ano.

A indefinição envolvendo Walter Alves, que tem demonstrado preocupação com a situação fiscal do estado, ainda gera expectativa dentro da base aliada, mas não muda a intenção de Cadu disputar o governo. “Com certeza. Não há alteração no projeto político”, declarou. Segundo ele, a eventual desistência do vice-governador desencadearia “uma reação em cadeia”, abrindo espaço para que o presidente da Assembleia Legislativa, Ezequiel Ferreira (PSDB), assumisse o governo — ou, na ausência dele, o presidente do Tribunal de Justiça, o que levaria a uma eleição indireta.

Xavier destacou que o MDB e Ezequiel Ferreira são considerados peças importantes na articulação política da base, mas reforçou que o PT trabalha com a manutenção do cenário original, ou seja, Walter assume o Executivo em abril e Fátima Bezerra deixa o o cargo para disputar o Senado.

O secretário também levantou uma hipótese considerada menos provável pela cúpula petista: a permanência de Fátima Bezerra no governo até o fim do mandato. Segundo ele, essa alternativa teria impacto nacional. “A candidatura da governadora Fátima não é um projeto pessoal. É uma missão dada pelo presidente Lula para garantir uma bancada no Senado durante um possível quarto mandato”, afirmou.

Questionado sobre a possibilidade de mudanças no projeto caso a governadora permaneça no cargo, Xavier reforçou que sua intenção de disputar o governo permanece inalterada. “Não há discussão no partido, neste momento, de mudança de rumo. A tendência, de momento, é que o projeto se mantenha. Não tem por que mudar”, disse.

O secretário demonstrou otimismo com o cenário eleitoral para o grupo político de Fátima Bezerra e do presidente Lula. “A gente está muito motivado de que o desfecho vai ser positivo: com a reeleição do presidente Lula, a eleição da governadora Fátima senadora, a minha eleição como governador e a ampliação das bancadas”, concluiu.

98fm

Allyson Bezerra critica ‘soluções mágicas’ e rejeita demissões para conter crise fiscal do RN

Postado em 3 de dezembro de 2025

O prefeito de Mossoró, Allyson Bezerra (União), criticou duramente as propostas que classificou como “soluções mágicas” apresentadas por alguns atores políticos para enfrentar a crise fiscal do Rio Grande do Norte.

Em entrevista à TV Agora RN nesta terça-feira 2, o pré-candidato ao Governo do Estado defendeu a manutenção da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (Uern), os repasses de verbas para o Poder Judiciário e os servidores públicos, ao afirmar que o problema financeiro do Estado não será resolvido por meio de demissões, privatizações ou cortes lineares.

De acordo com Allyson, há um discurso simplista sendo difundido no debate público, que tenta atribuir a responsabilidade do desequilíbrio das contas estaduais a estruturas que, para ele, cumprem papel essencial. “Eu estou vendo pessoas apresentando soluções que são chamadas soluções mágicas para discursos eleitorais”, afirmou Allyson.

As declarações foram dadas em clara referência ao senador Rogério Marinho (PL), que também é pré-candidato a governador e tem defendido “medidas impopulares” para sanar a crise fiscal do Estado. O senador bolsonarista tem falado em medidas como a adoção de um plano de demissão voluntária de servidores, congelamento de salários e redução de verbas do Judiciário. Outros políticos do PL falam abertamente em se desfazer da Uern, seja com a privatização ou com a federalização da universidade.

Entre os alvos dessas propostas, Allyson Bezerra listou o Judiciário, os servidores e a Uern. Sobre o primeiro, foi direto: “Alguns vão chegar e vão dizer que tem que diminuir o repasse do Poder Judiciário, como se o Poder Judiciário fosse o grande problema do Rio Grande do Norte, e eu particularmente não concordo”.

Na avaliação do prefeito, o problema não está na estrutura do Judiciário, nem no número de desembargadores. O prefeito de Mossoró afirmou ainda que não concorda com a narrativa de que o Judiciário seria o responsável pelo rombo fiscal: “Eu não acho que o problema está nos 15 desembargadores ou nos juízes que o Estado tem”.

O mesmo tom foi adotado quando tratou da Uern. Ele rechaçou abertamente qualquer discurso em favor do fechamento da universidade. Para o prefeito, a universidade pública estadual cumpre papel estratégico. “O problema do Estado não é a Uern, que forma mais de 90% dos professores que vão para as escolas da rede municipal e da rede estadual e até da rede privada do Estado”, afirmou.

Allyson também rebateu a ideia de que o problema fiscal do RN possa ser resolvido com demissões em massa ou congelamento de salários. Para ele, atribuir a crise à folha de pessoal é injusto com quem está na linha de frente do serviço público. Ele defendeu “aqueles servidores que estão trabalhando, produzindo, dando o seu máximo, dando o seu melhor, na linha de frente, cumprindo com seu expediente, fazendo o Estado andar”.

“Esse servidor si não é o problema do Estado”, declarou.

Para ele, a crise é consequência de um modelo de gestão ineficiente, sem planejamento e controle de gastos. “Nós vivemos em um Estado onde infelizmente a burocracia ainda reina”, afirmou. O prefeito defendeu a modernização administrativa e o uso de tecnologias para reduzir custos: “Eu estou falando de digitalização, de governo digital, de organização”.

Também citou medidas simples de gestão como caminhos possíveis: “Controle de combustível, controle de material expediente, controle de material de limpeza, organização das secretarias, quantos prédios o Estado possui que pudesse ter uma reorganização administrativa”.

Segundo Allyson, não é vendendo ativos, cortando salários ou fechando instituições que se organiza um Estado, mas com zelo e técnica: “Boa gestão”.

Oposição dividida não é problema
Questionado sobre o risco de a oposição chegar fracionada às eleições de 2026, Allyson relativizou o peso das alianças partidárias tradicionais e minimizou a importância de palanques únicos. Para ele, a lógica é simples: quem decide é o eleitor. “Se o povo se unir para eleger um candidato, ele pode ter apoio de quase nenhum partido ou de quase nenhuma força política”, declarou.

O prefeito citou sua própria experiência em Mossoró como exemplo. Ele foi eleito em 2020, aos 28 anos, desbancando a família Rosado, tradicional grupo político local. “Nós fomos lá e conseguimos vencer as eleições. Por quê? Porque houve uma união do povo, o povo se uniu e elegeu”.

Allyson também rebateu a lógica de que múltiplas candidaturas favorecem automaticamente o sistema político do governo estadual: “Quem tem que estar unido é o povo”.

O gestor de Mossoró fez ainda duras críticas ao discurso da polarização entre esquerda e direita que, segundo ele, empobrece o debate e esconde a ausência de propostas concretas. “Quem torce pela polarização torce contra o Rio Grande do Norte e não tem o que entregar ao Estado”, afirmou.

Na avaliação de Allyson, muitos usam a polarização como artifício por não dominarem os dados e a realidade fiscal. Ele argumentou que um projeto de “terceira via” tem sim viabilidade eleitoral em 2026.

Apesar do tom adotado, Allyson evitou cravar que será candidato a governador. Ele reiterou que não defende o debate prematuro sobre candidaturas, mas sim sobre propostas para o RN. “A gente precisa de ter um projeto muito claro para o nosso Estado”. Ao ser questionado diretamente sobre a eleição, respondeu que o candidato do grupo poderá ser decidido até o Carnaval.

Crítica a Álvaro Dias e comparação entre Natal e Mossoró
Durante a entrevista, Allyson Bezerra aproveitou para rebater críticas do ex-prefeito de Natal Álvaro Dias (Republicanos) – que tem dito que o prefeito de Mossoró não irá sequer ao segundo turno da disputa para o Governo do Estado se fizer uma campanha desatrelada da esquerda e da direita.

“Quem torce pela polarização torce contra o Rio Grande do Norte e não tem o que entregar ao Estado. Quem só fala em polarização é porque não tem o mínimo conhecimento do que é projeto. Político que fala de polarização, que torce pela polarização é político que não entrega, que não tem resultado, que só tem picuinha, que não tem capacidade de resolver problema”, declarou, ao responder a Álvaro Dias.

Allyson também comentou os dados de gestão fiscal e fez uma comparação entre Mossoró e Natal, mencionando a situação deixada por Álvaro e herdada pelo atual Paulinho Freire (União) na capital. “O prefeito Paulinho recebeu o município com a nota C, vermelha”, afirmou, citando o indicador de Capacidade de Pagamento (Capag), do Tesouro Nacional, que mede a situação financeira dos municípios. Segundo ele, a diferença está no modelo de gestão: “Você vai lá buscar Mossoró. Mossoró tem nota A, é tudo verde, nota A”.

Apesar disso, ele evitou estender a polêmica: “Existem no Estado, infelizmente, alguns políticos que aproveitam momentos de entrevista para criar polêmicas, humilhar, tentar massacrar, tentar falar que algum outro candidato não reúne alguns predicados. Eu não faço isso não. Eu uso o momento que eu tenho aqui de uma entrevista e momentos que eu tenho de debate para conversar, para dizer o que eu estou fazendo, dizer o que eu estou entregando”.

Confiança no vice-prefeito Marcos é “plena”
Questionado sobre uma eventual renúncia em caso de candidatura ao Governo do Estado, Allyson afirmou ter total confiança no vice-prefeito Marcos Medeiros (PSD). “Um cara extremamente capacitado, inteligente, esforçado, trabalhador, sensível às causas das pessoas e correto, extremamente correto”, declarou.

E reforçou: “É uma pessoa que conhece o papel dele, mas também sabe assumir o papel de prefeito”. O prefeito relembrou que Marcos já o substituiu em viagens internacionais e teve bom desempenho: “Fez um trabalho que realmente impressionou com entregas, com realizações”.

Allyson concluiu o tema com uma frase direta: “Tenho uma confiança plena nele”.

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MPRN aciona Justiça para garantir comida a pessoas em situação de rua em Mossoró

Postado em 3 de dezembro de 2025

O Ministério Público do Rio Grande do Norte (MPRN) acionou a Justiça para obrigar o Estado e a Prefeitura de Mossoró a garantir alimentação para pessoas em situação de rua. A medida foi apresentada pela 18ª Promotoria de Justiça do município após os órgãos públicos descumprirem uma decisão judicial que já havia fixado a obrigação.

A determinação foi feita em uma Ação Civil Pública e exigia o fornecimento de três refeições — café da manhã, almoço e jantar — durante os fins de semana, em quantidade suficiente para atender 215 pessoas. O prazo inicial para implementação era de 30 dias, estendido depois para 120 dias pelo Tribunal de Justiça do RN (TJRN).

Mesmo após o período ampliado, segundo o MPRN, Estado e Município não comprovaram qualquer ação efetiva para cumprir a sentença. Diante disso, o Ministério Público entrou com um pedido de Cumprimento Provisório de Acórdão, amparado no caráter alimentar e humanitário da medida, que não possui efeito suspensivo.

A Promotoria solicita agora que a Justiça determine, novamente, as providências necessárias para garantir a oferta das refeições e que os responsáveis comprovem as ações no prazo de 30 dias. O órgão também pediu a aplicação de multas e outras penalidades por descumprimento e eventual litigância de má-fé.

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Alcolumbre cancela sabatina de Messias e critica demora de Lula em enviar indicação ao Senado: ‘Grave’

Postado em 3 de dezembro de 2025

O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), anunciou nesta terça-feira (2) o cancelamento da sabatina do advogado-geral da União, Jorge Messias, escolhido por Lula para substituir Luís Roberto Barroso no Supremo Tribunal Federal (STF).

A informação é do g1. A sabatina de Messias na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado e a votação da indicação no plenário do Senado estavam previstas para o dia 10 de dezembro.

Entretanto, para ganhar tempo e viabilizar reuniões de Messias com senadores, o governo Lula não enviou ao Senado a mensagem que formaliza a indicação de Messias.

Sem isso, a Casa não consegue analisar a indicação no cronograma anunciado por Alcolumbre e pelo presidente da CCJ, Otto Alencar (PSD-BA).

Em comunicado a senadores, o presidente do Senado classificou a demora do governo Lula em formalizar a indicação com o envio da mensagem como “grave e sem precedentes”.

“Após a definição das datas pelo Legislativo, o Senado foi surpreendido com a ausência do envio da mensagem escrita referente à indicação, já publicada no Diário Oficial da União e amplamente anunciada Essa omissão, de responsabilidade exclusiva do Poder Executivo, é grave e sem precedentes”, disse.

O senador do Amapá também classificou a falta do envio da mensagem ao Senado com uma “interferência” do governo no cronograma estabelecido pelo Poder Legislativo.

Desde que Barroso anunciou a antecipação da aposentadoria no STF, Alcolumbre defendeu e fez articulações em torno do nome do senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG), seu aliado no Senado.

No entanto, Lula optou pela indicação de Jorge Messias, que já ocupou diversas funções em governos petistas e desde 2023 exerce o cargo de advogado-geral da União.

Governo não tem intenção de ‘burlar’, diz ministro

O ministro da Secretaria de Comunicação da Presidência (Secom), Sidônio Palmeira, afirmou que “não tem nenhuma intenção de o Executivo burlar qualquer coisa”, ao ser questionado sobre as críticas de Alcolumbre à demora do governo de enviar a mensagem ao Congresso com a indicação de Jorge Messias.

A declaração de Sidônio ocorreu minutos depois Alcolumbre anunciar o cancelamento da sabatina do advogado-geral da União.

O anúncio de Alcolumbre ocorreu enquanto Sidônio e outros ministros participavam de uma coletiva de imprensa no Palácio do Planalto. A ministra da Secretaria de Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, deixou a coletiva sem comentar a decisão do presidente do Senado.

Alcolumbre demorou a marcar sabatina de Mendonça

Em 2021, quando o então presidente Jair Bolsonaro (PL) indicou André Mendonça para o Supremo, Alcolumbre marcou a análise na CCJ para 142 dias depois.

Naquela ocasião, Alcolumbre presidia a comissão, por onde a indicação precisa passar antes de ser votada no plenário, e nos bastidores também defendia um outro nome para a vaga — o do ex-procurador-geral Augusto Aras.

De todos os nomes indicados para o STF desde 1988, quando entrou em vigor a atual Constituição, Mendonça foi o que teve o maior tempo de espera — 142 dias, ou quase cinco meses — entre a indicação pelo presidente da República e a aprovação pelo Senado.

g1

Cadu diz que tendência é Walter Alves assumir governo, mas decisão final depende de conversa com Fátima

Postado em 3 de dezembro de 2025

O secretário da Fazenda do Rio Grande do Norte, Cadu Xavier, afirmou em entrevista ao Repórter 98 que, apesar das especulações sobre a possibilidade de Walter Alves não assumir o governo em abril de 2026, a tendência permanece a mesma: o vice-governador deve assumir o comando do Estado quando Fátima Bezerra deixar o cargo. Xavier ressaltou, porém, que ainda serão necessárias novas reuniões antes de qualquer definição ou anúncio oficial.

Segundo o secretário, ele procurou Walter logo após a imprensa noticiar dúvidas sobre a sucessão.
“Na semana passada, surgiu essa possibilidade na imprensa. Eu prontamente entrei em contato com ele e marcamos uma reunião, que aconteceu ontem”, afirmou.

O encontro, ocorrido na segunda-feira (1º), reuniu as equipes técnicas dos dois lados. De acordo com Xavier, o objetivo foi esclarecer dúvidas e alinhar informações sobre temas que ganharam repercussão recente, como o tamanho da dívida do Estado, o impacto da peça orçamentária e outros números que, segundo ele, também causaram apreensão na equipe do vice-governador.

O secretário afirmou que decisão final sobre rumos políticos depende de uma conversa entre o grupo do Partido dos Trabalhadores (PT) e o Movimento Democrático Brasileiro (MDB), que deve acontecer até 31 de dezembro. “Olha, eu acho que há um consenso, tanto de nossa parte quanto da parte do MDB de que essa decisão de rumos não pode passar de 31 de dezembro, que a data limite é essa”, afirmou.

Apesar das especulações, o secretário reforçou que a reunião teve caráter técnico e que cabe exclusivamente aos líderes políticos — Fátima Bezerra e Walter Alves — a decisão final sobre a sucessão. Um encontro entre os dois chegou a ser especulado para o último sábado, mas não ocorreu.

Xavier também afirmou que Walter reafirmou sua intenção de não disputar a reeleição caso assuma o governo.

Repórter 98

Após críticas de Michelle, PL suspende apoio a Ciro Gomes e mapeia acordos costurados por Bolsonaro

Postado em 3 de dezembro de 2025

O PL suspendeu nesta terça-feira (2) o apoio ao ex-ministro Ciro Gomes (PSDB) ao governo do Ceará e decidiu mapear eventuais acordos fechados por Jair Bolsonaro (PL) em outros estados, após a briga entre os filhos do ex-presidente e a mulher dele, Michelle Bolsonaro (PL).
Após dois dias de acusações, Michelle se reuniu na sede do PL nesta terça com o enteado mais velho, senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), o deputado federal André Fernandes (PL-CE), o presidente do partido, Valdemar Costa Neto, e o secretário-geral, senador Rogério Marinho (PL-RN).

Após o encontro, Fernandes disse que Bolsonaro, Valdemar, Flávio e Marinho estavam cientes das conversas com Ciro, mas Michelle não. O deputado, que é presidente do PL no Ceará, acrescentou que as tratativas no estado estavam suspensas e que a “composição” seria feita em conjunto.

“Acato a ordem do diretório nacional do presidente Valdemar e do presidente Bolsonaro, que lá atrás havia me autorizado a tentar essas articulações. Mas pelo momento nós vamos dar uma pausa. Nós vamos repensar, nós vamos analisar um futuro melhor para o estado do Ceará e eu agradeço a confiança de continuar à frente nessa articulação”, disse Fernandes.

Flávio e os irmãos Eduardo e Carlos Bolsonaro protagonizaram uma briga pública no domingo (30) e na segunda-feira (1°) desde que a ex-primeira dama criticou o apoio à candidatura Ciro ao governo do Ceará e falou que o candidato dela é o senador Eduardo Girão (Novo).

Folha de Sao Paulo

Homem é preso após tentar matar colega durante bebedeira em Lagoa Nova

Postado em 3 de dezembro de 2025

A Polícia Militar de Lagoa Nova, no Seridó potiguar, foi acionada por volta das 4h40 desta quarta-feira para atender uma ocorrência de tentativa de homicídio no Bairro Jesus Menino. Segundo informações apuradas pela reportagem do Repórter Seridó, dois homens estavam ingerindo bebida alcoólica quando começaram uma discussão.

Durante o desentendimento, um deles atacou o outro com golpes de faca na região do pescoço, abdômen e braço. A vítima foi rapidamente socorrida e levada para o hospital da cidade, onde está hospitalizado.

O suspeito foi preso em flagrante pela PM e conduzido ao plantão da Delegacia Regional de Currais Novos, onde permanece à disposição da Justiça.

Repórter Seridó

Caso Zaira: criticados pela defesa de Pedro Inácio, peritos começaram a ser ouvidos em julgamento

Postado em 2 de dezembro de 2025

Na manhã do segundo dia da sessão do júri popular do caso Zaira foi dedicada à oitiva de duas testemunhas de defesa e ao início dos depoimentos dos peritos designados no processo. Ao todo, são três peritos e dois assistentes técnicos. 

O primeiro já foi ouvido pela manhã e a previsão é de que os outros dois peritos e os assistentes técnicos sejam ouvidos ainda na tarde desta terça-feira.

Os peritos são criticados pela defesa do réu Pedro Inácio Araújo. “Uma pessoa morre asfixiada, ela deve apresentar sinais de asfixia e isso é biológico. A Zaira não apresentou esses sinais. Por mais que o equívoco da perícia inicial oficial, é verdade, tenha indicado, isso não aconteceu. E, aqui em Natal, não é todos novidade os problemas do oficial, isso é conhecido por. O oficial tem sérios problemas de estrutura”, afirmou o advogado Jader Marques.

No segundo dia de julgamento, o réu chegou ao Fórum Miguel Seabra Fagundes, em Lagoa Nova, às 7h09, acompanhado por policiais militares da Companhia Independente de Policiamento de Guarda. Uma imagem exclusiva da TV Tropical mostra que Pedro Inácio está com um visual bem diferente de quando foi preso. Mais magro, ele veste uma camisa social azul clara.

O caso

Zaira Cruz, de 22 anos, foi encontrada morta no dia 2 de março de 2019, no sábado de Carnaval, no município de Caicó. O policial militar Pedro Inácio Araújo é acusado de estuprar e matar a vítima.

Inicialmente, o processo tramitou na 3ª Vara da Comarca de Caicó, mas a defesa solícita e obteve o desaforamento para Natal, alegando dúvidas sobre a imparcialidade do júri na região do Seridó, devido à repercussão do caso.

TV TROPICAL

Prefeito Lucas anuncia parceria da Prefeitura com o Potyguar para a disputa da primeira divisão do estadual

Postado em 2 de dezembro de 2025

Em vídeo publicado nas suas redes sociais na manhã desta terça-feira, o prefeito Lucas Galvão confirmou que a Prefeitura de Currais Novos será parceira do Potyguar, o Leão do Seridó, na temporada 2026. O clube, que recentemente conquistou o acesso e retornou à elite do futebol potiguar, enfrenta dificuldades financeiras para viabilizar sua participação na primeira divisão, que começa agora em janeiro.

O prefeito destacou que o município já contribui com a cessão do Estádio Coronel José Bezerra, patrimônio de Currais Novos e casa oficial do Leão do Seridó. Além disso, afirmou que a gestão irá garantir apoio extra para que o clube tenha condições reais de competir na elite do futebol estadual.

Durante o pronunciamento, Lucas também convocou o comércio local e a população de Currais Novos para se unirem em apoio ao Potyguar. Ele ressaltou a importância de fortalecer o único representante do Seridó na primeira divisão do Campeonato Potiguar, reforçando o papel do clube como símbolo esportivo e cultural da cidade.

Com a parceria anunciada, a cidade se mobiliza para garantir que o Leão do Seridó esteja preparado para a disputa do Campeonato Estadual 2026.

Seridó Potiguar marca presença no 12º Encontro de Cidades Históricas, Turísticas e Patrimônio Mundial

Postado em 2 de dezembro de 2025

Reunindo os principais municípios que movem o turismo brasileiro, o 12° Encontro Brasileiro das Cidades Históricas, Turísticas e Patrimônio Mundial proporcionará um espaço para diálogo, intercâmbio de experiências e fortalecimento entre instituições que atuam na preservação do patrimônio cultural e na promoção do turismo sustentável. O evento busca valorizar a história, trocar boas práticas de conservação e debater melhorias no turismo como um todo.

Nossa Região Serrana Seridoense estará representada pelos potiguares: Josiane de Medeiros Gomes, Wallace Wilson Pereira e Altiva Maria Pereira.

O evento acontecerá no Armazém Docas André Rebouças, localizado na região portuária do Rio de Janeiro e contará com nomes como:

Eduardo Paes, Prefeito do Rio de Janeiro.
Cláudio Castro, Governador do Rio de Janeiro.
Celso Sabino, Ministro do Turismo.
Augusto Nardes, Ministro do TCU.
Mário Nascimento, Presidente da OCBPM.
Gustavo Guerrante, Secretário de Desenvolvimento Urbano e Licenciamento
Laura Di Blasi, Presidente do Instituto Rio Patrimônio da Humanidade.
Daniela Maia, Secretária Municipal de Turismo do Rio de Janeiro.
Bernardo Lahmeyer Fellows, Representante da RIOTUR.
Marlova Jovchelovitch Noleto, Diretora da UNESCO no Brasil.
Leandro Grass, Presidente do IPHAN.
Marcelo Freixo, Presidente da EMBRATUR.
Eliel da Silva Moura, Representante Regional da Fundação Cultural Palmares (FCP).
Gustavo Tutuca, Secretário de Estado de Turismo do Rio de Janeiro.
Entre diversos outros prefeitos(as), secretários de municípios turísticos brasileiros, instituições que representam o segmento, etc.
Na ocasião, nossa representante Josiane Gomes fará uma palestra acerca de reflexões e experiências sobre territórios, turismo e Geoparques.

Sindicatos de Peritos do RN Rebatem Declarações da Defesa no Caso Zaira

Postado em 2 de dezembro de 2025

Os sindicatos que representam os peritos oficiais do Rio Grande do Norte divulgaram uma nota de repúdio contra declarações feitas pela defesa no Caso Zaira Cruz. Segundo a categoria, as falas colocam em dúvida, de forma injusta e sem respaldo técnico, o trabalho dos profissionais responsáveis pelos laudos oficiais.

A defesa teria afirmado que “o principal erro é pericial”, além de sugerir que a suposta inexperiência dos peritos comprometeu o resultado das análises. Para os sindicatos, essas declarações são genéricas, não apresentam contraprovas técnicas e desrespeitam a perícia oficial e seus servidores.

Na nota, as entidades reforçam que os peritos do RN são devidamente habilitados, seguem protocolos rigorosos e desempenham papel fundamental para a verdade real e para a Justiça. Por isso, desqualificar laudos sem fundamento técnico atinge a credibilidade da instituição e expõe injustamente toda a categoria.

Os sindicatos também criticam a generalização sobre “problemas estruturais”, afirmando que a perícia do RN, mesmo diante de limitações, mantém excelência reconhecida nacionalmente. Para eles, a tentativa de desacreditar o trabalho científico com retórica fragiliza a confiança da sociedade.

A nota reitera apoio aos profissionais citados pela defesa e rejeita qualquer tentativa de estigmatização ou difamação coletiva. As entidades reforçam que a prova pericial é essencial para garantir a verdade, proteger vítimas e assegurar a dignidade da Justiça.

Por fim, os sindicatos se colocam à disposição para debate técnico e reafirmam seu compromisso com seriedade, rigor científico, ética e imparcialidade. A nota é assinada por Matheus Carlos Barbosa Leal de Sousa Fé e Adelma Timotio Silva Cabral Pinheiro.

Sidney

Lei de Ezequiel reconhece Torcida Jovem do Potyguar Seridoense e emociona Currais Novos

Postado em 2 de dezembro de 2025

A paixão que move as arquibancadas de Currais Novos e do Seridó ganhou, nesta sexta-feira (29), um reconhecimento que vai além do futebol. A Torcida Jovem do Potyguar Seridoense, símbolo de união, identidade e pertencimento para Currais Novos, agora é oficialmente Utilidade Pública Estadual. A Lei 12.539 foi sancionada pela governadora Fátima Bezerra mas nasceu, das mãos e do coração, de quem conhece de perto o valor dessa história: o deputado curraisnovense Ezequiel Ferreira (PSDB).

Para muitos torcedores, o gesto tem o peso de um abraço coletivo. A torcida, que há anos sustenta bandeiras, organiza ações sociais, incentiva jovens e enche de vida o esporte local, sente-se, enfim, vista. E reconhecida.

Ao propor a lei, Ezequiel Ferreira destacou que a Torcida Jovem vai muito além do estádio. Ela é cultura, é solidariedade, é o orgulho que pulsa em cada rua de Currais Novos. “Esse reconhecimento é merecido. A torcida faz parte da alma da nossa cidade e merece todo o apoio para continuar seu trabalho”, afirmou o parlamentar.

O reconhecimento como Utilidade Pública abre portas para que a torcida amplie suas iniciativas culturais e comunitárias, fortaleça projetos e busque novas parcerias. Mas, para os integrantes, o maior legado é o sentimento de valorização e a certeza de que a sua história importa.

A lei entrou em vigor na data da publicação, mas seus efeitos emocionais chegaram antes: um misto de gratidão, alegria e renovação da força que move o Potyguar e todo o Seridó.

Aposta online e jogo de azar custam R$ 38,8 bi ao país, mostra estudo

Postado em 2 de dezembro de 2025

Jogos de azar e apostas online, popularizadas pelas chamadas bets, provocam perdas econômicas e sociais ao país estimadas em R$ 38,8 bilhões anualmente. Esse valor é o somatório de danos à sociedade, como suicídios, desemprego, gastos com saúde e afastamento do trabalho.Aposta online e jogo de azar custam R$ 38,8 bi ao país, mostra estudo – Agora RNAposta online e jogo de azar custam R$ 38,8 bi ao país, mostra estudo – Agora RN

O cálculo é do estudo inédito A saúde dos brasileiros em jogo, divulgado nesta terça-feira 2, que analisa efeitos da expansão das apostas online no Brasil.

Para ter uma noção do tamanho da perda, o valor de R$ 38,8 bilhões projetado pela pesquisa representaria expansão de 26% no orçamento do programa habitacional Minha Casa, Minha Vida do ano passado, ou 23% a mais no Bolsa Família de 2024.

O estudo é uma parceria de organizações sem fins lucrativos dedicadas à saúde pública: o Instituto de Estudos para Políticas de Saúde (Ieps) e a Umane, e da Frente Parlamentar Mista para Promoção da Saúde Mental (FPSM), que reúne quase 200 parlamentares no Congresso Nacional.

Perdas
Os pesquisadores citam que o Brasil teve 17,7 milhões de apostadores em apenas seis meses. Eles também se baseiam em levantamento da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) para estimar em cerca de 12,8 milhões o número de pessoas em situação de risco com relação a apostas.

Os autores se inspiraram em estudo britânico sobre efeito dos jogos para projetar o tamanho nas perdas diretas e indiretas para o Brasil e chegaram aos seguintes números:

– R$ 17 bilhões por mortes adicionais por suicídio

– R$ 10,4 bilhões por perda de qualidade de vida com depressão

– R$ 3 bilhões em tratamentos médicos para depressão

– R$ 2,1 bilhões com seguro-desemprego

– R$ 4,7 bilhões encarceramento por atividade criminal

– R$ 1,3 bilhão diz respeito à perda de moradia

Desse total, 78,8% (R$ 30,6 bilhões) estão associados a custos ligados à saúde.

“Estudos internacionais recentes demonstram a associação entre o transtorno do jogo e o agravamento de quadros de ansiedade, depressão e risco de suicídio”, assinala o documento, que utilizou estimativas de valor monetário para medir as perdas de qualidade e duração de vida.

Os pesquisadores afirmam que o crescimento acelerado do setor de apostas online, favorecido pela tecnologia, falta de regulação, ampla exposição midiática e pela ausência de políticas públicas estruturadas, “já apresenta impactos significativos sobre o endividamento das famílias, o aumento dos casos de transtorno do jogo e o agravamento de quadros de sofrimento mental”.

Retorno insuficiente
De acordo com o Banco Central (BC), os brasileiros destinaram cerca de R$ 240 bilhões às bets em 2024 e os beneficiários do Bolsa Família gastaram R$ 3 bilhões em bets, por meio de Pix, em agosto de 2024.

As bets foram legalizadas no Brasil em 2018, regulamentadas apenas em 2023 e só passaram a pagar volume maior de impostos a partir de 2025. Até setembro deste ano, a arrecadação com a atividade chegou a R$ 6,8 bilhões, diz o relatório. No mês seguinte, o acumulado passou para perto de R$ 8 bilhões.

“O contraste entre a arrecadação – ainda que consideremos a projeção anual de R$ 12 bilhões – e o custo anual estimado de R$ 38,8 bilhões revela uma conta que não fecha do ponto de vista do interesse público”, ressalta o texto.

Atualmente as bets são tributadas em 12% sobre a receita bruta. No Senado tramita o Projeto de Lei 5473/2025, que propõe até duplicar a alíquota para 24%. Além disso, os apostadores pagam 15% de Imposto de Renda sobre o prêmio recebido.

Os autores do estudo criticam que, de todo o valor arrecadado com as bets, apenas 1% é direcionado aos cofres do Ministério da Saúde. Até agosto, o montante efetivamente repassado somava R$ 33 milhões.

Eles lembram que essa receita não tem vinculação orçamentária específica com o financiamento de ações no âmbito da Rede de Atenção Psicossocial (Raps), ambiente do Sistema Único de Saúde (SUS) que oferece cuidado em saúde mental.

Redução de danos
A diretora de Relações Institucionais do Ieps, Rebeca Freitas, acredita que sem uma regulação firme, fiscalização rigorosa e responsabilidade das operadoras, aumentam os riscos de endividamento, adoecimento e impactos sobre a saúde mental, especialmente entre grupos mais vulneráveis.

Ela constata que as bets já fazem parte da vida de milhões de brasileiros, por isso a questão central sobre o tema deve ser em torno de garantir proteção à população.

No entanto, completa a diretora, o cenário atual mostra o oposto.

“A prática está sendo incentivada por um lobby comercial poderoso, ainda que às custas da saúde do povo brasileiro”, disse à Agência Brasil.

CPI das Bets
Os danos causados pelas bets chegaram a ser tema de Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) no Senado. A CPI investigou o impacto das apostas online no orçamento das famílias, supostas ligações com crime organizado e atuação de influenciadores que divulgam essas apostas.

No entanto, os parlamentares rejeitaram o relatório final, que pedia o indiciamento de 16 pessoas. Foi a primeira vez, nos últimos dez anos, que uma CPI do Senado teve o relatório rejeitado.

Sem impacto positivo
No campo econômico, o estudo considera que a atividade das bets é “irrisória” em termos de geração de empregos e renda para o trabalhador. Com base em dados oficiais do Ministério do Trabalho, o levantamento aponta que o setor representava 1.144 empregos formais.

Em termos de renda, os pesquisadores estimam que, de cada R$ 291 de receita obtida pelas empresas, apenas R$ 1 se transforma em salário formal.

“Enquanto cada trabalhador formal no setor gera cerca de R$ 3 milhões mensais em receitas para as empresas, ele próprio recebe uma fração mínima (0,34%) desse valor”, citam.

A pesquisa alerta também para a alta informalidade: 84% dos trabalhadores do setor não contribuíram para a previdência em 2024, enquanto a média da economia brasileira era de 36%, segundo Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Modelo britânico
O dossiê A saúde dos brasileiros em jogo apresenta medidas existentes no Reino Unido voltadas à prevenção, ao tratamento e à regulação do setor de apostas:

– Autoexclusão: permite ao usuário bloquear o próprio acesso a todos os sites licenciados no Reino Unido por até cinco anos.

– Restrição à publicidade: permitida, mas altamente regulada. Anúncios não podem sugerir que o jogo é uma solução para problemas financeiros, ser direcionados a menores de idade ou usar influenciadores ou celebridades que tenham apelo junto ao público jovem.

– Destinação da arrecadação para o tratamento de saúde das pessoas afetadas: vale para 50% do que as bets pagam de imposto.

Sugestões para o Brasil
A diretora de Relações Institucionais do Ieps, Rebeca Freitas, assinala que “uma vez que a proibição ainda não está em pauta”, o instituto sugere cinco caminhos para mitigar os danos das apostas no Brasil:

– Aumentar a parcela da taxação das apostas online destinada à saúde;

– Formar profissionais de saúde no tema para realizar o acolhimento no SUS;

– Proibir propagandas e realizar campanhas nacionais de conscientização;

– Restringir o acesso, principalmente de pessoas com perfil de risco e/ou menores de idade;

– Implementar regras duras para as empresas de apostas, que visem retorno financeiro ao país, inibam a corrupção e possibilitem políticas públicas de monitoramento.

“Se o Estado entende que a legalização é um caminho sem volta, ele precisa mitigar os danos causados pelas empresas de apostas e assegurar mecanismos sólidos de redução de danos”, afirma Rebeca.

Bets contra aumento de imposto
O Instituto Brasileiro de Jogo Responsável (IBJR), entidade fundada em 2023, representa cerca de 75% do mercado brasileiro e reúne as principais empresas de apostas do país.

No perfil de LinkedIn da instituição, há a reprodução de um conteúdo em que a entidade se manifesta contrária ao aumento de tributação. Para o IBJR, “isso pode acabar fortalecendo o mercado clandestino”.

“A oferta legal limitada, impulsionada pela tributação excessiva, fragiliza o setor. Esse desequilíbrio aumenta o risco de operadores licenciados migrarem para o ambiente ilegal, comprometendo tanto a competitividade do mercado regulado, quanto a arrecadação governamental prevista”, registra.

De acordo com o IBJR, mais de 51% das apostas no âmbito virtual no Brasil operam na clandestinidade.

Agencia Brasil