Lula conclui primeiro ano com projetos reciclados, promessas não cumpridas e avanços na economia

O primeiro ano do terceiro mandato de Luiz Inácio Lula da Silva foi marcado pela reembalagem de iniciativas criadas em governos anteriores do PT, como o Bolsa Família e o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), e por promessas adiadas. Por outro lado, o petista obteve importantes conquistas na economia, com a aprovação da reforma tributária depois de quatro décadas de tramitação no Congresso e o avanço de grande parte da agenda fiscal.
Se nessa reta final o Executivo viu passar as alterações nas regras de tributação, na largada da gestão, conseguiu emplacar a PEC da Transição, que lhe permitiu o aumento dos investimentos. Além disso, a inflação baixou. Em abril de 2022, o índice chegou a 12,13% no acumulado de 12 meses. Um ano depois, foi a 4,18%. E, no período de menor patamar, alcançou 3,16% em junho.

De novo à frente do Palácio do Planalto, porém, Lula deixou para trás compromissos que o ajudaram a voltar até lá. Promessas que inovariam políticas públicas na comparação com mandatos anteriores ainda não se concretizaram ou já foram abandonadas, como a criação do Ministério da Segurança Pública e a isenção do Imposto de Renda para os brasileiros que ganham até R$ 5 mil por mês.

Neste ano, a isenção ficou restrita a remunerações próximas dos R$ 2 mil, e a ideia de se criar uma pasta voltada especificamente ao combate à criminalidade perdeu força. Em 30 de agosto do ano passado, durante a campanha eleitoral, Lula disse em um encontro com governadores que teria o ministério da Segurança Pública. De lá para cá, o senador Flávio Dino (PSB) foi escolhido ministro da Justiça, se opôs ao fatiamento da pasta, e o plano foi esquecido.

Para os ministros do Planalto, o primeiro ano é dividido em dois momentos e, na avaliação deles, não há problema em focar na readequação de programas sociais gestados em governos do PT. O momento inicial poderia ser simbolizado pelo slogan “O Brasil voltou”, dizem. Neste sentido, o Bolsa Família de R$ 600, mais a concessão de R$ 150 por criança, foi a principal vitrine. Além de assegurar o benefício, a comunicação do Executivo mirava reavivar a “memória afetiva” dos primeiros mandatos.

Na mesma toada, foi reciclado o Mais Médicos, herança da gestão de Dilma Rousseff, que abriu as portas do sistema de saúde para médicos cubanos. Desta vez, porém, o governo vai priorizar profissionais brasileiros. O Executivo também reinstalou o Minha Casa Minha Vida, que subsidia a compra de moradias.

Já o segundo momento, para o governo, ocorreu com a apresentação do novo PAC, programa cujos resultados só devem ser sentidos mais à frente, segundo as perspectivas do próprio Planalto. Na ocasião do lançamento, Lula disse que ali iniciava o seu terceiro mandato.

“O presidente diz que governar é como cuidar de uma planta. E o momento da colheita vai ser a partir de 2024. Esse raciocínio orienta a política de comunicação do governo”, diz o ministro Paulo Pimenta (Comunicação Social).

Duas iniciativas que começaram no segundo semestre podem virar marcas consistentes até o fim do terceiro mandato. Um dos carros-chefes, com efeito mais palpável no curto prazo, foi o Desenrola, lançado em junho, que visou à renegociação da dívida de brasileiros com o nome sujo. Segundo o ministério da Fazenda, R$ 26 bilhões foram renegociados, resultado da participação de 10,7 milhões de brasileiros que aderiram ao Desenrola.

Lula também garantiu que iria universalizar a banda larga nas escolas, mas por ora há apenas o projeto lançado. A meta ousada anunciada pelo Planalto é de entregar acesso à internet de qualidade para 37 milhões de alunos de 56.685 escolas brasileiras até 2026.

Representação feminina
Além de ter cumprido um primeiro ano de gestão em que mais recicla iniciativas do que inova, Lula não levou adiante promessas que diferenciariam o terceiro mandato dos outros. Uma das delas é o aumento da representação feminina em postos de destaque. Desde que voltou ao Planalto, ele desalojou três mulheres do alto escalão do Executivo e não compensou a saída de uma delas no Judiciário. Para abrigar o Centrão na Esplanada, demitiu Ana Moser do Ministério do Esporte, e nomeou André Fufuca, do PP. Daniela Carneiro foi substituída por Celso Sabino (União Brasil) no Turismo, enquanto na Caixa Rita Serrano deu lugar a Carlos Vieira, próximo ao presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL).

Em alguns gabinetes do Planalto, há o registro pregado na parede de Lula subindo a rampa com uma criança, um negro, uma mulher, um indígena e uma pessoa com deficiência, um retrato do que seria o norte político para a inclusão ampla. A ala do governo mais vinculada à defesa da representatividade segue endossando as ações do chefe, apesar do incômodo. Ele foi o primeiro presidente a diminuir a participação das mulheres no Supremo Tribunal Federal (STF): indicou seu advogado, Cristiano Zanin, e o ministro Flávio Dino (Justiça) à Corte, este na vaga de Rosa Weber.

“A política é bem complexa, às vezes nos obriga a algumas coisas”, disse a primeira-dama Rosângela Silva, a Janja, no início de novembro, em um encontro de mulheres no Planalto.

Não se candidatar novamente em 2026, como o próprio Lula especulou antes, parece improvável diante das mudanças de suas falas ao longo do ano. Ainda quando corria em busca de votos para voltar à Presidência, no final de outubro de 2022, Lula escreveu nas redes sociais que seria “presidente de um mandato só”. Já na cadeira de chefe do Executivo, no entanto, ele reabriu a possibilidade de disputar a eleição novamente em 2026, “se (o país) estiver uma situação delicada” e sua saúde estiver “perfeita”.

A conjuntura que faz o petista especular ser necessário colocar de pé uma nova candidatura tem relação com o fato dele seguir patinando em atrair o eleitorado que votou em Jair Bolsonaro. De acordo com o Ipec, a reprovação ao governo aumentou cinco pontos entre setembro e dezembro e chegou a 30% mesmo com a reciclagem de programas de sucesso do passado e bons resultados econômicos do primeiro ano. O principal ponto positivo foi o controle da inflação, que foi de 12,13% em abril de 2022 e chegou a 3,16% em junho deste ano.

Folha PE

Postado em 26 de dezembro de 2023

Com Milei, combustíveis sobem 60% na Argentina e preços das fraldas dobram

Nas últimas duas semanas, o dono de um moderno bar de vinhos em Buenos Aires viu o preço da carne bovina subir 73%, e o custo da abobrinha que ele coloca nas saladas aumentou140%. Uma motorista do Uber pagou 60% a mais para encher o tanque. E um pai disse que gastou o dobro do mês passado em fraldas para seu filho.
Na Argentina, país sinônimo de inflação galopante, as pessoas estão acostumadas a pagar mais por quase tudo. Mas sob a liderança do novo presidente do país, Javier Milei, a vida está se tonando rapidamente ainda mais dolorosa.

Quando Milei foi eleito presidente, em 19 de Novembro, o país sofria com a terceira maior taxa de inflação do mundo, com 160% de aumento dos preços em relação ao ano anterior.

Mas desde que Milei assumiu o cargo, em 10 de dezembro, e rapidamente desvalorizou a moeda argentina, os preços dispararam a um ritmo tão acelerado que muitos habitantes passaram a fazer novos cálculos sobre como as suas empresas ou famílias podem sobreviver a uma crise econômica ainda mais profunda.

— Desde que Milei venceu, ficamos preocupados o tempo todo — disse o professor de filosofia do Ensino Médio Fernando González Galli, de 36 anos.

Galli tem tentado reduzir custos sem piorar a vida de suas duas filhas, de 6 anos e 18 meses. Para economizar, mudou até mesmo para uma marca de fraldas mais barata. Sempre que recebe, o professor corre para gastar seus pesos argentinos antes que seu valor se desvalorize ainda mais.

— Assim que recebo meu salário, compro tudo que posso — disse ele.

Nahuel Carbajo, de 37 anos, proprietário do Naranjo Bar, um badalado bar de vinhos em Buenos Aires, disse que, como a maioria dos argentinos, ele se acostumou com os aumentos regulares de preços, mas na semana passada foi muito além do que estava acostumado.

Desde que Milei venceu, o preço do bife premium que Carbajo serve disparou 73%, para 14.580 pesos, ou cerca de US$ 18, por quilo, cerca de £ 2,2 ; uma caixa de 5 quilos de abobrinhas passou de 6.500 para 15.600 pesos; e o abacate custa 51% a mais que no início deste mês.

— Não há forma de os salários ou os rendimentos das pessoas se adaptarem a essa velocidade — disse Carbajo.

O porta-voz de Milei, Manuel Adorni, disse que a aceleração da inflação era a consequência inevitável de finalmente consertar a distorcida economia da Argentina.

— Ficamos com uma infinidade de problemas e questões não resolvidas que precisamos começar a resolver — disse ele — Inevitavelmente, passaremos por meses de inflação elevada.

Milei alertou os argentinos que seus planos de encolher o governo e refazer a economia seriam prejudiciais no início.

— Prefiro dizer a verdade incômoda do que uma mentira confortável — disse ele no seu discurso inaugural, acrescentando na semana passada que queria acabar com o “modelo de declínio” do país.

Promessas de Milei
A economia da Argentina está atolada em crise há anos, com inflação crônica, pobreza crescente e uma moeda que desvalorizada. A turbulência econômica abriu caminho para a presidência de Milei, um outsider político que passou anos como economista e comentador televisivo criticando o que chamou de políticos corruptos que destruíram a economia, muitas vezes para ganho pessoal.

Durante sua campanha, ele prometeu usar uma motosserra para gastos públicos e regulamentações, até mesmo empunhando uma motosserra de verdade em comícios.

Após a vitória de Milei, os aumentos de preços começaram a acelerar na expectativa de suas novas políticas.

O governo anterior utilizou complicados controles cambiais, subsídios ao consumidor e outras medidas para inflacionar o valor oficial do peso e manter artificialmente baixos vários preços importantes, incluindo o gás, os transportes e a eletricidade. Milei prometeu desfazer tudo isso e não perdeu tempo.

Dois dias depois de assumir o cargo, Milei começou a cortar gastos do governo, incluindo subsídios ao consumidor. Ele também desvalorizou o peso em 54%, colocando a taxa de câmbio do governo muito mais próxima da valorização do peso pelo mercado.

Os economistas disseram que tais medidas eram necessárias para resolver os problemas financeiros de longo prazo da Argentina. Mas também trouxeram dificuldades a curto prazo sob a forma de uma inflação ainda mais rápida. Alguns analistas questionaram a falta de redes de segurança adequadas para os argentinos mais pobres.

Em novembro, os preços subiram 13% em relação a outubro, segundo dados do governo. Os analistas preveem que os preços aumentarão outros 25% a 30% este mês. E até fevereiro, alguns economistas projetam um salto de 80%, segundo Santiago Manoukian, economista-chefe de uma empresa de consultoria econômica.

As previsões são parcialmente causadas pelo aumento dos preços do gás, que subiram 60% entre 7 e 13 de Dezembro, e têm um efeito de repercussão na economia.

Megadecreto de Milei
Na quarta-feira, Milei anunciou os seus próximos passos para refazer o governo e a economia com um decreto de emergência que reduz significativamente o papel do Estado na economia e elimina uma série de regulamentações.

A medida proíbe o Estado de regular o mercado imobiliário de arrendamento e estabelecer limites às taxas que os bancos e seguradoras de saúde podem cobrar aos clientes. Altera as leis trabalhistas para facilitar a demissão de trabalhadores e, ao mesmo tempo, impõe limites às greves, além de transformar empresas estatais em corporações para que possam ser privatizadas.

Analistas jurídicos questionaram imediatamente a constitucionalidade do decreto, dizendo que Milei estava tentando subverter o Congresso. Após o discurso, moradores de Buenos Aires, incluindo Jesusa Orfelia Peralta, 73 anos, aposentada, saíram às ruas batendo em panelas para mostrar seu descontentamento.

Ela temia que os aumentos de preços tornassem os cuidados de saúde adequados demasiado caros para ela e para o seu marido. Apesar dos graves problemas de coluna, ela disse que não hesitou em sair, com ajuda de um andador, e desabafar sua raiva em público.

— Onde mais eu estaria? — ela disse.

Milei tem procurado desencorajar os protestos, ameaçando cancelar planos de assistência social e multar qualquer pessoa envolvida em manifestações que bloqueiem estradas. Grupos de direitos humanos têm criticado amplamente essas políticas por restringirem o direito de protestar pacificamente.

Por enquanto, a maioria dos argentinos está tentando descobrir como sobreviver no que muitas vezes parece ser um curso complicado em economia e uma corrida frenética para comprar antes que os preços subam novamente.

Marisol del Valle Cardozo, que tem uma filha de 3 anos, tem feito cortes na tentativa de sobreviver, recorrendo a marcas mais baratas e saindo menos.

— Não ligamos tanto o ar-condicionado. Diminuímos nossos planos nos finais de semana de quatro vezes por mês para apenas uma vez.

Cardozo, que trabalha para um departamento de polícia fora de Buenos Aires, disse que conseguiu um aumento este ano, mas que não é suficiente. Ela também é motorista do Uber, mas disse que os aumentos nas tarifas não acompanharam o aumento dos preços da gasolina.

Apesar dos desafios, Cardozo contou que continua apoiando Milei e espera que suas políticas funcionem.

— Vivíamos sob uma fantasia — disse, referindo-se aos preços da gasolina antes do recente aumento — Se esses ajustes forem necessários para prosperar no final, valerão a pena.

O GLOBO

Postado em 26 de dezembro de 2023

Petrobras tem recorde de produção e de valorização na bolsa em 2023

O óleo que jorra do fundo do mar é extraído, dia e noite, sem parar. De gota em gota, a Petrobrás bateu recorde de produção, incluindo gás natural, no terceiro trimestre – quase 3 milhões de barris por dia – aumento de 9% em relação ao período anterior.
E pensar que há alguns anos, a empresa, muito endividada, tinha risco até de falência. “Ela tem uma tecnologia fantástica, mas o lado financeiro pesou muito. E pesou muito como política anti-inflacionária. O governo segurava o preço de combustível. Para segurar inflação e isso batia na Petrobras”, afirmou Álvaro Bandeira, Economista.
A crise fez a Petrobras dar uma guinada. O endividamento foi reduzido e a estatal se blindou da interferência política. Os investidores voltaram. E, este ano, as ações da companhia valorizaram 60% na bolsa – atingindo valor recorde de mercado.

A mudança na política de preços, feita este ano, com a troca de governo, gerou preocupações, entre analistas, de que a Petrobras voltasse a ser usada para baixar artificialmente o valor nas bombas. Até agora, isso não aconteceu.

A nova política desobriga a Petrobras a seguir a cotação do petróleo. Mesmo com todos os impostos que haviam sido cortados no ano eleitoral, a trajetória do preço dos derivados permanece em queda.

band

Postado em 26 de dezembro de 2023

Investigação do caso Marielle está na “fase final”, diz Flávio Dino

O ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, garantiu a resolução do assassinato de Marielle Franco e Ânderson Gomes. Em cerimônia com tom de despedida da pasta, que ele deixará em 8 de janeiro para integrar o Supremo Tribunal Federal (STF) em fevereiro, Dino fez questão de comentar o crime e afirmou que haverá respostas “em breve”.
“As investigações avançaram, ao longo de um ano, e quero reiterar e cravar que não tenho dúvida que o caso Marielle, em breve, será integralmente elucidado. É um caso fundamental, pelo simbolismo de defesa das mulheres, das mulheres na política, e, portanto, de defesa na política porque quem precisa de mulheres na política não são as mulheres, é a política, a democracia”, declarou Dino.

De acordo com ele, há uma diretriz sendo cumprida para equipe destinado a essa investigação priorizar o caso. “Quanto tempo, quantos meses, eu não posso dizer. Estamos em fase final”, acrescenta o ministro, que garante que as investigações policiais continuarão intensas independentemente de sua presença na pasta. Ele ainda afirmou que as investigações de facções criminosas no Rio de Janeiro também abarcam o caso.

O diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Passos Rodrigues, corroborou fala do ministro, não deu prazo, mas foi otimista quanto às investigações. “É importante lembrar que esse caso aconteceu há 5 anos e a nossa equipe esta há alguns meses fazendo essa investigação, por determinação do ministro Flávio Dino. Esses meses permitiram ter otimismo por conta dos conteúdos de provas e colaboração. Isso traz a nossa convicção que daremos uma resposta que a sociedade espera”, concluiu.

Correio Braziliense

Postado em 23 de dezembro de 2023

Guardiola: “Nunca enfrentamos um time como o Fluminense”

Se Fernando Diniz admitiu que observou muito o Manchester City, o mesmo pode ser dito sobre Pep Guardiola e o Fluminense, atual campeão da Libertadores.
Na véspera da final do Mundial de Clubes, marcada para esta sexta-feira (22), às 15h (horário de Brasília), em Jeddah, na Arábia Saudita, o técnico espanhol comentou o estilo de Diniz, muito conhecido no Brasil.

Temos que aceitar que nunca enfrentamos um time que joga como eles. Não é posicional, eles movem bastante a bola, muitos jogadores estão onde a bola estão e, quando invertem a bola, eles acompanham. Então, vamos precisar impor o nosso ritmo e nosso jogo posicional da melhor maneira possível

Pep Guardiola, técnico do Manchester City

Comparação com Seleção de 1982
Em outro momento da entrevista, ainda falando sobre o Fluminense, o balado treinador catalão comentou a experiência dos jogadores do adversário na final

O Fluminense tem seis ou sete jogadores com mais de 30 anos, o que significa que eles sabem controlar emoções. Eles jogam de um jeito muito brasileiro dos anos 1970, 80, troca de passes e muitos jogadores onde está a bola. Vejo semelhanças, principalmente, com a equipe de 1982

Guardiola

Desde que chegou à Arábia Saudita para a disputa do Mundial, Guardiola tem afirmado que valoriza muito a taça principalmente pelo fato de o Manchester City não ter em sua sala de troféus.

É o mesmo caso do Fluminense. O Mundial terá um campeão inédito nesta sexta-feira.

CNN

Postado em 23 de dezembro de 2023

Governo terá programa para destinar prédios não usados pela União à moradia popular, diz Lula

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou na tarde desta sexta-feira (22), durante a celebração de Natal do movimento dos catadores e da população em situação de rua, que o governo lançará um programa para destinar prédios não usados pela União à habitação popular.
De acordo com o petista, o projeto deve ser lançado no começo do próximo ano.

O plano, segundo o presidente, é aproveitar todos os prédios públicos que o governo não utiliza e distribuí-los para a moradia popular ou negociá-los para fazer investimentos com os ganhos recebidos.

“Tem prédio que dá pra virar moradia, tem prédio que tem que vender e utilizar o dinheiro para fazer outra coisa. Terrenos e terrenos que a gente pode fazer a doação para o preço da casa sair mais barato para o povo”, afirmou Lula, ao comentar que somente o INSS possui mais de três mil prédios sem utilidade no momento.

“Se não serve pro INSS, serve para o povo que precisa morar, que precisa estudar”, concluiu.

Lula falou de plano em julho
Em julho, quando sancionou a lei do novo Minha Casa Minha Vida, Lula já havia comentado a intenção de utilizar os prédios públicos para moradia popular.

“Prédios abandonados, terrenos da União… Nós vamos ter que transformar isso em coisas habitacionais. A quantidade de terreno abandonado nas grandes regiões, a quantidade de prédio da União. Só o INSS tem três mil casas, terrenos e prédios. Por que a gente não distribui isso pro povo em vez de levar o povo pra morar a 20 km do centro da cidade, leva o povo para onde já tem asfalto, escola, energia elétrica, linha de ônibus”, questionou o presidente.

CNN

Postado em 23 de dezembro de 2023

Teto de igreja desaba em Minas Gerais e deixa 80 feridos

O teto de uma igreja católica desabou em Montezuma, no interior de Minas Gerais, e deixou 80 pessoas feridas, de acordo com informações do Corpo de Bombeiros. Oito pessoas estão feridas gravemente e tiveram que ser encaminhadas para hospitais da região.
A igreja em que a fatalidade ocorreu, na última quinta-feira (21/12), é a matriz de Santana e São Joaquim. Nas redes sociais, a instituição agradeceu o fato de não ter havido vítimas fatais e pediu preces pelos feridos. “Graças a Deus não houve nenhuma vítima fatal. Pedimos suas orações aos que se feriram, especial por uma criança”, escreveu a paróquia.

A criança em questão estaria sendo submetida a uma cirurgia, em razão dos ferimentos.

O padre Marcelo Tibo Aires está confirmado entre os feridos, mas possui ferimentos leves. Ele atua em assistência às vítimas e suas famílias.

No momento do acidente, 300 fiéis participavam de cerimônia de primeira comunhão que estava sendo celebrada na igreja.

A Diocese de Janaúba, que inclui a paróquia, afirmou, por meio de nota, que o acidente ocorreu durante a Primeira Eucaristia de 70 jovens, e que foram acionadas as unidades da Polícia Militar (PM), a Secretaria Municipal de Saúde de Montezuma e o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU).

O local foi interditado pela Defesa Civil.

Veja a nota da Diocese de Janaúba na íntegra:

“Na noite desta quinta-feira, 21 de dezembro, durante a celebração de Primeira Eucaristia de 70 jovens, aconteceu um acidente com parte do telhado da Paróquia de Sant’Ana e São Joaquim, em Montezuma, que desabou e causou ferimentos e vítimas, sem nenhuma fatalidade. Foram acionadas as unidades do SAMU e da Polícia Militar, além da Secretaria Municipal de Saúde de Montezuma, que trabalharam prontamente, socorrendo e direcionando todas as vítimas ao atendimento médico em Unidade de Saúde em Montezuma e em Taiobeiras. Presente no momento do acidente e levemente ferido, o Padre Marcelo Tibo Aires, Pároco, trabalha prestando assistência às vítimas e suas famílias, juntamente com mais fiéis da região montezumense. Ainda não há maiores informações, contudo, informamos que serão investigadas as causas do acidente. Sempre em orações por todas as vítimas, fiéis e suas famílias, irmãos e irmãs em Cristo“.

Metrópoles

Postado em 23 de dezembro de 2023

Mega da Virada 2023 traz premiação recorde estimada em R$ 570 milhões

Vai chegando o fim do ano e a Mega da Virada sempre ganha destaque nas rodas de conversa entre amigos e familiares. Afinal, quem não quer começar o novo ciclo com uma grande bolada de dinheiro para realizar todos os sonhos?

E em 2023, a 15ª edição do concurso das Loterias CAIXA será ainda mais especial, pois sorteará o prêmio recorde de impressionantes R$ 570 milhões, que não acumula. Uma premiação capaz de transformar a vida de qualquer brasileiro!

Com a campanha “Mega da Virada. É muito dinheiro pra qualquer um”, o prêmio histórico abre espaço para os brasileiros pensarem em tudo o que poderiam alcançar com o valor milionário, seja fazendo apostas individuais ou entrando nos populares bolões feitos nas lotéricas.

O sorteio da Mega da Virada acontecerá no dia 31 de dezembro, a partir das 20h, pelo horário oficial de Brasília, a poucas horas da virada do Ano-Novo.

A probabilidade de sair vencedor varia de acordo com a quantidade de números jogados. Segundo a CAIXA, em uma aposta simples, de 6 números, a chance é de uma em 50.063.860. Mas as chances podem aumentar muito ao se apostar em mais números.

Como participar

Para concorrer ao prêmio, o apostador pode jogar on-line pelo aplicativo Loterias CAIXA, pelo portal loteriasonline.caixa.gov.br ou ir até a lotérica mais próxima.

Ao apostar, deve-se escolher de 6 a 20 números dentre os 60 disponíveis no volante. Ganha quem acertar os 6 números sorteados. Mas o prêmio principal deste sorteio especial não acumula, então se ninguém acertar 6 números, ganha quem acertar 5. Se ninguém acertar 5, ganha quem acertar 4.

As lotéricas também comercializam cotas de bolões, que são apostas feitas em grupo, com o objetivo de aumentar as chances de ganhar. Cada cota comprada pelo apostador recebe um comprovante individual, que garante ao apostador o recebimento da sua parte do prêmio.

Como resgatar o prêmio

Há várias opções para o ganhador requisitar sua premiação.

Se o prêmio for num valor até de R$ 2.112,00, o apostador pode receber diretamente em uma lotérica. Se o valor for maior, o ganhador precisa ir até uma agência da CAIXA.

Importante ressaltar que é preciso levar RG e CPF e o recibo de aposta impresso, seja de jogo feito na lotérica ou on-line. Ele pode imprimir o comprovante da aposta on-line, que possui um código de barras, gerar o Código de Resgate, que tem validade de 24 horas.

O recebimento do prêmio pode ser realizado em até 90 dias corridos da data de realização do sorteio. Depois desse prazo, o prêmio prescreve é repassado ao FIES.

O sorteio

O sorteio acontece em 31/12, a partir das 20h, e será transmitido ao vivo na TV aberta e redes sociais das Loterias CAIXA (perfil @LoteriasCAIXAOficial no Facebook e @canalcaixa no YouTube)

MEGA DA VIRADA 2023
Sorteio: 31/12 (domingo), a partir de 20h
Prêmio recorde estimado: R$ 570 milhões e não acumula (a maior premiação da história)

Metropoles

Postado em 23 de dezembro de 2023

Fábio Assunção encerra contrato com a Globo após 33 anos

Mais uma baixa no elenco da TV Globo! Fábio Assunção encerrou seu contrato com a TV Globo após 33 anos de parceria com o canal. A informação foi confirmada pelo próprio ator nesta sexta-feira(22) em suas redes sociais.
Através do Instagram, o artista anunciou que estava se desligando da emissora, mas que pode voltar ao canal em contratos por obra certa.

“Estou, daqui a 10 dias, fechando um ciclo com a TV Globo, de 33 anos. Eu fui para a TV Globo quando eu tinha 19 anos. E agora, no dia 31, a gente passa a trabalhar em novos formatos”, disse ele no vídeo publicado em seu perfil.

E continuou: “É uma história que não dá pra resumir num post, não tem como. Mais da metade da minha vida trabalhando aqui”, disse ele, emocionado com sua trajetória no canal carioca.

O TEMPO

Postado em 23 de dezembro de 2023

PL e PT serão os mais beneficiados por Fundão eleitoral bilionário

O PL e o PT serão os partidos mais beneficiados pelo Fundão Eleitoral bilionário estabelecido pelo Congresso Nacional para as eleições municipais de 2024. A quantia de quase R$ 5 bilhões consta no texto da Lei Orçamentária Anual de 2024, aprovada pelo Congresso na tarde de sexta-feira (22/12).
O Fundo Eleitoral foi criado em 2017, após a proibição de doações de pessoas jurídicas para financiamento de campanhas, estabelecida por decisão do Supremo Tribunal Federal (STF).

O valor do Fundão foi incluído no Orçamento de 2024 pelo deputado Luiz Motta (PL-SP), relator do Projeto de Lei Orçamentária Anual (PLOA) para o ano que vem. A proposta, enviada pelo Executivo no primeiro semestre, previa R$ 940 milhões para o Fundo. Motta, porém, multiplicou o valor para R$ 4,96 bilhões.

De acordo com uma resolução do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), a distribuição do Fundo Eleitoral para as eleições municipais segue os seguintes parâmetros:

2% são distribuídos igualmente entre os partidos registrados;
35% consideram a votação de cada sigla que teve ao menos um deputado eleito na última eleição para a Câmara Federal;
48% consideram o número de deputados eleitos por cada sigla na última eleição, sem considerar mudanças de partido ao longo da legislatura;
15% levam em conta o número de senadores eleitos e os que estavam na metade do mandato na última eleição.
A maior bancada da Câmara dos Deputados, de acordo com os dados do início da legislatura de 2023, é a do Partido Liberal (PL). A sigla elegeu 99 deputados federais em 2022.

Em seguida, está o Partido dos Trabalhadores (PT), com 68 deputados. O PT faz parte da Federação Brasil da Esperança, que também conta com as legendas PCdoB e PV. O bloco tem, ao todo, 81 parlamentares.

Depois das duas siglas, os partidos mais numerosos na Câmara dos Deputados são o União (59), PP (47), MDB (42) e PSD (42).

Destaque rejeitado
Durante a sessão do Congresso, o presidente do Congresso Nacional, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), sugeriu aos parlamentares a apresentação de um destaque para retomar o valor do Fundão para R$ 940 milhões. O senador também propôs que os valores fossem corrigidos com base nos recursos das últimas eleições municipais, em 2020. Os valores seriam debatidos em fevereiro, após o recesso Legislativo.

A sugestão apresentada por Pacheco, no entando, não foi aceita pela maioria dos parlamentares. “Vale a vontade da maioria. Temos que respeitar. A força do Congresso Nacional está no seu colegiado, não na vontade individual dos parlamentares, temos que respeitar isso. Nos cabe agora buscar alternativas de aprimoramento”, afirmou o senador, após a aprovação do primeiro Orçamento do governo Lula.

Metrópoles

Postado em 23 de dezembro de 2023

Censo 2022: população parda supera a branca pela 1ª vez desde 1872

O número de pessoas pardas no Brasil superou o de brancas pela primeira vez desde 1872. No ano passado, 92,1 milhões de pessoas se reconheciam pardas, enquanto 88,3 milhões, brancas. Os dados estão no Censo 2022 e foram divulgados nesta sexta-feira (22) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Entre os recenseamentos de 2010 e 2022, a população branca caiu de 47,7% para 43,5%, deixando de ser majoritária. Por outro lado, os pardos aumentaram a participação de 43,1% para 45,3%.

A população preta saltou de 7,6% para 10,2%. Em 2022 eram 20,7 milhões de pessoas. A raça indígena também aumentou a participação no total de habitantes do país, de 0,4% para 0,6%, alcançando 1,7 milhão.

Além da população branca, a amarela também apresentou recuo, de 1,1% para 0,4%, somando 850 mil pessoas.

Critérios
O IBGE tem como padrão agrupar as pessoas em cinco categorias, de acordo com a raça ou cor: branca, preta, amarela (de origem oriental), parda (inclui quem se identifica com a mistura de duas ou mais cores, exceto amarela) e indígena. A coleta de dados é feita por meio de autodeclaração.

É uma percepção que a pessoa tem dela mesma. As pessoas usam a questão da cor da pele, da aparência, questões socioeconômicas”, explica o pesquisador do IBGE Leonardo Athias.

O instituto explica que utiliza o conceito de raça como categoria socialmente construída na interação social e não como conceito biológico.

Outra ressalva feita pelo estudo é que a população indígena no recenseamento é composta pelas pessoas que se declaram indígenas no quesito de cor ou raça – independentemente de viverem em terra indígena – e também pelas que se consideram indígenas, mesmo se identificando com outra das quatro cores. Por exemplo, uma pessoa parda que mora em um território indígena e se considera parte da comunidade.

Assim, enquanto o Censo identifica 0,6% da população (1,2 milhão) como sendo da raça indígena, a população indígena é estimada em 0,8% (1,7 milhão).

Trajetória histórica
Quando o primeiro censo foi realizado, em 1872, a população parda (38,3%) era levemente superior à branca (38,1%). Ao longo das décadas, a população branca foi se tornando majoritária até alcançar o pico de 63,5% em 1940 e entrar em tendência decrescente.]

Censo 2022 – Por cor ou raça – Arte Agência Brasil

ambém em 1940, os pardos atingiram a menor participação, 21,2%. Desde então, seguiram trajetória de crescimento até virarem majoritários em 2022 – apesar de recuo entre 1991 e 2000.

A população preta somava 19,7% dos habitantes em 1872 e apresentou seguidas perdas de participação até 1991, quando chegou à menor marca, 5%. Desde então, mais que dobrou até o Censo 2022, 10,2%.

O pesquisador Leonardo Athias explica que as mudanças no perfil da população não ocorrem apenas pela questão demográfica, ou seja, nascimento ou morte de pessoas. Mas também por outros fenômenos.

“Essas variações têm a ver com a percepção. Cor ou raça é uma percepção que as pessoas têm de si mesmas. É um processo relacional, tem a ver com contexto socioeconômicos, contextos das relações interraciais. É sempre importante a gente frisar a multidimensionalidade do fenômeno”, contextualiza.

“Mostra toda essa diversidade, variabilidade no tempo, no espaço, em relação ao pertencimento racial no Brasil”, completa.

2010 a 2022
Ao analisar a tendência mais recente no perfil étnico-racial da população brasileira, entre os recenseamentos de 2010 e 2022, a população preta apresenta 42,3% de crescimento proporcional, seguida pela parda (11,9%). A indígena teve a maior evolução percentual, 89%, sendo que na região da Amazônia Legal, o crescimento foi de 100%.

Para efeito de comparação, a população brasileira total cresceu 6,5%. Brancos (-3,1%) e amarelos (-59,2%) apresentaram quedas.

Regiões
Os dados do IBGE apresentam recortes por regiões, estados e municípios. No Sul e no Sudeste, a população branca é majoritária, chegando a 72,6% no Sul.

Já o Norte, o Nordeste e o Centro-Oeste têm maioria parda, com destaque para o Norte, com proporção de 67,2%.

Entre os estados, o Rio Grande do Sul apresenta a maior proporção de brancos, 78,4%. O Pará tem o maior índice de pardos, 69,9%.

A Bahia é o estado com maior percentual de pretos, 22,4%. Roraima tem a maior participação de indígenas (14,1%), e São Paulo é onde os amarelos são mais numerosos, 1,2% dos habitantes do estado.

Municípios
A região Sul, São Paulo e a parte sul de Minas Gerais é onde existem mais municípios com população predominantemente branca. As cidades com maior participação de brancos entre seus habitantes são as gaúchas Morrinhos do Sul e Forquetinha, com 97,4% e 97,2% respectivamente. ((temos arte de mapa))

As demais regiões do país são compostas por municípios com população de maioria parda, com exceções, principalmente, em áreas de fronteira na região Norte e no sudeste do Pará, onde se destacam os indígenas.

“Tem uma concentração no norte de Roraima, mas também no Vale do Rio Negro e o Alto Solimões”, exemplifica o pesquisador do IBGE Fernando Damasco.

Uiramutã, em Roraima; e Santa Isabel do Rio Negro, no Amazonas, são os municípios com maior participação de indígenas entre os habitantes, 96,6% e 96,2%.

Em todos os 5.570 municípios brasileiros, apenas nove têm população majoritariamente preta. São oito na Bahia (Antônio Cardoso, Cachoeira, Conceição da Feira, Ouriçangas, Pedrão, Santo Amaro, São Francisco do Conde e São Gonçalo dos Campos) e um no Maranhão – Serrano do Maranhão, com 58,5%.

Em valores absolutos, os municípios com mais pretos são, na ordem, São Paulo (1,16 milhão), Rio de Janeiro (968 mil) e Salvador (825 mil). Entre as dez cidades com mais população preta absoluta, a única que não é capital é a baiana Feira de Santana, com 180 mil pessoas.

Idade
Os dados coletados pelos recenseadores revelam que entre 2010 e 2022, a presença de pardos cresceu em todos os grupos de idade pesquisados. Por outro lado, a população branca teve redução em todas as faixas etárias.

O IBGE apresenta ainda o índice de envelhecimento – número de pessoas com 60 anos ou mais em relação a um grupo de 100 pessoas de até 14 anos. Quanto maior o indicador, mais envelhecida é a população.

Enquanto no Brasil, como um todo, a relação é de 80 idosos para cada 100 jovens, a população amarela apresenta 256,5 para cada 100 jovens. Em seguida aparecem os pretos, com indicador de 108,3. Brancos (98), pardos (60,6) e indígenas (35,6) completam a sequência.

Sexo
O Censo 2022 faz também uma relação entre cor e sexo. O Brasil tem 94,2 homens para cada 100 mulheres. Entre a população preta, essa relação se inverte, sendo 103,9 homens para cada 100 mulheres.

Pardos (96,4) e indígenas (97,1) também apresentam razão de sexo acima da média nacional. Entre brancos e amarelos o indicador é de 89,9 e 89,2, respectivamente.

BAND

Postado em 23 de dezembro de 2023

InfoGripe: Região Nordeste segue com aumento de covid-19

O boletim InfoGripe divulgado nesta sexta-feira (22) da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) destaca a manutenção do aumento no número de novos casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) associados à covid-19 em vários estados da Região Nordeste. O Ceará é quem chama mais atenção pelo ritmo acelerado de crescimento da doença, apesar de já demonstrar sinais de redução na faixa etária dos jovens adultos.

Às vésperas das festas de fim de ano, as atenções devem ser ainda mais focadas, especialmente em tais localidades, alerta a Fiocruz. Referente à Semana Epidemiológica 50, de 10 a 16 de dezembro, a análise tem como base os dados inseridos no Sistema de Informação de Vigilância Epidemiológica da Gripe (Sivep-Gripe) até o dia 18 de dezembro.

Alagoas, Ceará, Paraíba, Pernambuco e Sergipe registram aumento no número de casos, com foco no estado cearense, onde o crescimento acelerado da doença preocupa, pois embora haja sinais incipientes de diminuição na faixa etária dos jovens adultos, nos idosos isso não se confirma.

Alagoas e Sergipe, com quadros mais recentes, apontam também para um aumento na população de idade mais avançada, assim como já se observava na Paraíba e em Pernambuco. A Bahia (que foi o primeiro estado da região a entrar nesse ciclo de aumento) por outro lado, já dá sinais de interrupção no crescimento, apesar de ainda não indicar reversão para queda. Na Região Norte, ainda não se observa sinal de aumento associado à covid-19, mas há um crescimento ligado às crianças e pré-adolescentes, caracterizando outros vírus respiratórios.

O pesquisador do Programa de Computação Científica (Procc/Fiocruz) e coordenador do InfoGripe, Marcelo Gomes, chama a atenção para quem for se deslocar a esses locais por conta das festas de fim de ano. “Como estamos entrando no período das celebrações de fim de ano, Natal, Ano Novo, especialmente nesses locais, quem for viajar para estados do Nordeste, fica o pedido de uma atenção ainda maior naquelas recomendações fundamentais, ou seja, vacina em dia, lembrar que grupos de risco têm uma indicação para já antecipar a dose de reforço, que tem se mostrado eficaz em continuar diminuindo o risco de desenvolver o caso grave de covid-19”.

Gomes também indica a realização de tais eventos em ambientes abertos ou bem ventilados, além da recomendação do uso de máscaras de qualidade (N95, PFF2) caso estiver com sintomas de gripe, como nariz escorrendo, espirros, tosses, incômodo na garganta e/ou dificuldade respiratória, apesar de o ideal ser fazer repouso e ficar em casa, visando à proteção dos familiares.

A incidência de SRAG por covid-19 mantém o cenário de maior impacto nas crianças de até dois anos e na população a partir de 65 anos de idade. Outros vírus respiratórios com destaque para a incidência de SRAG nas crianças pequenas são o vírus sincicial respiratório (VSR) e o rinovírus. Já a mortalidade da SRAG tem se mantido significativamente mais elevada nos idosos, com predomínio de covid-19.

EBC

Postado em 23 de dezembro de 2023

Congresso aprova o orçamento para 2024

O Congresso aprovou o Orçamento para 2024. Agora a matéria vai à sanção presidencial. Em relação aos investimentos do ano que vem, o PAC teve um corte de aproximadamente R$ 6 bilhões e poderá contar com cerca de R$ 55,5 bilhões. O texto aprovado inflou os valores previstos para o fundo eleitoral em 2024, ano de eleições municipais. No ano que vem, portanto, o fundo contará com R$ 4.96 bilhões. O valor é equivalente ao da eleição presidencial do ano passado e 96% maior que o de 2020, campanha mais recente de prefeitos e vereadores, já em números corrigidos pela inflação.
A quantia também vai de encontro aos planos do governo, que havia estipulado inicialmente R$ 939,3 milhões para bancar as despesas de campanha, o acréscimo virá das emendas de bancada estaduais. O valor foi apoiado pela cúpula da Câmara, o que inclui o presidente da Casa, Arthur Lira (PP-AL), e a maior parte dos líderes partidários. O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), entretanto, discordou e chegou a fazer uma contraproposta ao Congresso, que foi rejeitada.

Ele pedia para que fosse aprovada um proposta do Partido Novo, que tentava rever o valor. Caso o destaque à Lei Orçamentária Anual (LOA) fosse aprovado, isto abriria caminho para que o tema fosse revisto no ano que vem. Pacheco defendeu um valor próximo a R$ 2 bilhões, montante da última eleição municipal. Imediatamente o valor seria reduzido para algo em torno de R$ 960 milhões, com o comprometimento de que ele apresentaria um projeto de lei em fevereiro para elevar o valor para R$ 2,6 bilhões, aproximadamente.

— Discordo totalmente desse valor. É um erro grave. Uma eleição municipal com valor de eleição nacional. Defendo o valor de 2020, de R$ 2 bilhões, corrigidos pela inflação, o que alcançaria algo em torno de R$ 2,6 bilhões. Isto poderia ser feito em fevereiro.

Petistas e bolsonaristas juntos pelo fundo
A proposta, entretanto, foi rejeitada em uma movimentação que gerou alianças inesperadas: petistas e bolsonaristas votaram juntos pela manutenção do fundo de R$ 5 bilhões. Do outro lado, o NOVO e o PSOL foram os únicos partidos a discursar contra o fundo. Líder do PT na Câmara, Zeca Dirceu disse que “a democracia tem um custo” para defender o aumento.

— A democracia tem um custo. Precisamos considerar as receitas desse país. R$ 4.9 bilhões são uma pequena fatia do nosso orçamento trilhardário. Hoje, temos pessoas novas neste plenário. Gente negra, homens e mulheres de baixo poder aquisitivo, que ocupam espaços graças ao financiamento do fundo eleitoral. Defendemos, sim, o financiamento público de campanha.

Líder do PL na Casa, Altineu Côrtes (RJ) foi na mesma linha.

— Tivemos na eleição passada a pandemia, que foi uma situação atípica. Esses R$ 2 bilhões não contemplou as campanhas de rua. Temos mais de 5.500 municípios do Brasil e não podemos comparar com a campanha de 2020. Reduzir este valor, deixando isto em aberto para o ano que vem, nos causaria uma insegurança para 2020.

Do outro lado, PSOL e NOVO se juntaram contra o fundo que beira R$ 5 bilhões. Chico Alencar (PSOL-RJ) foi um dos que discursou pela revisão dos valores.

— Esse valor de R$ 5 bilhões é injustificável e inexplicável. A razão do espírito público devia impedir isso. Tem quem considere R$ 900 milhões um valor minimalista. Campanha tem que ser feita com propostas e ideias, não com campanha vistosa, nas ruas. Queremos essa razoabilidade — disse.

Adriana Ventura (NOVO-SP) também pedia o recálculo.

— Quem vota contra o requerimento quer recursos para campanha política e está virando as costas para a saúde, segurança e educação. Me dá tristeza que nenhuma tentativa de mediação e acordo vá à frente — afirmou.

Pacheco resignado
Diante da derrota, o presidente do Senado disse respeitar a vontade do plenário.

— Vale a vontade da maioria. A força do Congresso Nacional está em seu colegiado, não na vontade de alguns parlamentares. Temos que respeitar isso. Temos que buscar agora um aprimoramento, uma disciplina para o fundo eleitoral. Mas eu considero que esse valor precipita a discussão da volta do financiamento privado. E precipita uma reflexão sobre o custo das eleições no Brasil. Respeito, mas isso gera consequências.

Emendas parlamentares terão R$ 50 bi
O texto aprovado pela Comissão Mista de Orçamento também prevê cerca de R$ 50 bilhões para as emendas parlamentares, com aumento de quase R$ 13 bilhões frente aos R$ 37,64 bilhões propostos pelo governo federal.

Para garantir os R$ 55,5 bilhões ao PAC, o deputado Luiz Carlos Motta, relator da LOA, cortou verbas de outras áreas do governo e também usou uma “gordura” de R$ 6,3 bilhões decorrente de um salário mínimo menor que o previsto no projeto original do governo. O salário mínimo deverá ser de R$ 1.412, e não R$ 1.421, como previa a proposta original do governo, porque a inflação está mais baixa. Assim, o governo gasta menos com a Previdência e outras despesas vinculadas ao mínimo.

O GLOBO

Postado em 23 de dezembro de 2023

Flávio Bolsonaro elogia programa “Celular Seguro” do governo Lula: ‘Iniciativa inteligente”

O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), filho do ex-presidente Jair Bolsonaro, elogiou projeto do governo Celular Seguro, lançado na última terça-feira com a promessa de barrar de forma rápida o acesso de criminosos a aparelhos roubados. Em entrevista ao portal Metrópoles, o parlamentar avaliou a iniciativa como “inteligente” e afirmou esperar que “surta efeito”.
“É uma iniciativa inteligente para tentar reduzir uma prática que aterroriza a população. Espero que surta efeito. Dez dias antes de o Cappelli fazer o anúncio, eu havia protocolado um projeto de lei no Senado com o mesmo objetivo, para que a autoridade policial comunique à Anatel os casos de roubos e furtos para agilizar o bloqueio”, disse Flávio.
O aplicativo (para Android e iOS), que já está disponível, funciona como uma espécie de “botão de segurança” para os casos de roubos ou furtos. Será possível incluir “pessoas de confiança” para pedir o bloqueio do aparelho roubado, em nome da vítima. O cadastro dessa pessoa pode ser revogado pelo usuário. Após registrar a ocorrência no site, é preciso guardar o número do protocolo. E é importante também registrar boletim de ocorrência na delegacia.

— É um botão de emergência, para que a pessoa rapidamente aperte e que possa reorganizar a sua vida com mais calma e sem ter a preocupação de ter de fazer 300 ligações para bloquear uma série de canais que a exponham a golpes — explicou o secretário-executivo do Ministério de Justiça e Segurança Pública (MJSP), Ricardo Cappelli.

Folha PE

Postado em 23 de dezembro de 2023

Spotify e outras redes de música abrigam canções com conteúdo racista, misógino e de ódio

O Spotify, principal plataforma de streaming de música do mundo, abriga contas com músicas e álbuns com conteúdo extremista, influenciados sobretudo pelas culturas incel e redpill. As músicas são compartilhadas também em outras plataformas, estendendo para essas bases de compartilhamento discursos de ódio que já eram disseminadas em redes sociais e aplicativos de mensagens como o X (ex-Twitter), TikTok ou o Thread.
Incel se refere a uma abreviação no inglês para “celibatários involuntários”, aqueles que culpam as mulheres por não conseguirem ter relacionamentos ou relações sexuais. O grupo dos redpill tem este nome em referência à pílula vermelha da série de filmes “Matrix” (uma representação da escolha entre abraçar a verdade dolorosa e a ignorância abençoada) e prega a superioridade masculina sobre as mulheres. O Spotify diz que tem regras para remover conteúdos que incentivem a violência contra um grupo de pessoas com base no sexo ou promova discursos de ódio. Mas ressalva que “o contexto é importante” e o que não tem claramente estas intenções pode continuar na plataforma.

A invasão à conta de uma rede social da primeira-dama da República, Rosângela da Silva, na semana passada, mostrou como o Spotify, embora pouco associado a este tipo de conteúdo, também é usado para a propagação de discurso de ódio e ideias extremistas. Um dos alvos de um mandado de busca e apreensão cumprido pela Polícia Federal um dia após o ataque produzia músicas com letras racistas, misóginas e com referências nazistas.

“Artista verificado”
João Vítor Corrêa Ferreira, morador de Ribeirão das Neves (MG) e suspeito no ataque a Janja, era dono do perfil “Maníaco”, em redes sociais como YouTube, Deezer e Facebook, com foco em produção de música. Mas era no Spotify que ele era classificado como “artista verificado” e tinha 4,4 mil ouvintes mensais e quatro álbuns com letras ofensivas. A plataforma excluiu o conteúdo após questionamento do GLOBO sobre a existência das músicas.

Uma das músicas defendia a pureza da “raça ariana” e atacava a miscigenação — mesma tese que embasou as políticas de Adolf Hitler na Alemanha nazista. Outra dizia que “mulher gosta de porrada” e “se resume a dois meros buracos”. Numa terceira, o autor associava religiões de matriz africana, nordestinos, negros e a África à pobreza.

Outro artista com conta verificada, sugerido pelo Spotify para os ouvintes de “Maníaco”, tem músicas com a marca do ressentimento masculino, como no verso “diz que é conservadora, mas é conservadia/ preserva a tradição da velha hipocrisia”.

Outros trechos retratam o sentimento de fracasso diante das expectativas da sociedade, tema constante entre os incel: “Eu não tenho um trabalho, eu não tenho namorada/ tudo o que faço eu falho, nada do que eu faço agrada/ a minha mãe me acha estranho, e o meu pai chora no banho”.

O termo incel é citado nominalmente em outra canção, que diz “estou condenado a sofrer/ por algo que não pude escolher/ e tenho que conviver/ minha existência é cruel/ na terra ou no céu/ a minha essência é incel”.

Teorias conspiratórias vinculadas ao antissemitismo marcam outro perfil identificado pelo GLOBO no Spotify. “Viva a castidade. Minhas dez esposas mantiveram a virgindade. Se eu comprei do pai delas, é minha propriedade”, diz um dos trechos. “O mundo da pornografia controlado por judeus, eu vou fazer no-fap obrigatório em nome de Deus”, ainda diz a letra em referência à abstinência de masturbação e privação de pornografia — práticas comuns em adolescentes incels.

Procurado, o Spotify afirmou que “nossas regras de plataforma de longa data deixam claro que não permitimos conteúdo que promova o extremismo violento ou conteúdo que incite à violência ou ao ódio contra um grupo de pessoas com base no sexo. Após análise, removemos diversas músicas por violarem nossas políticas. Como sempre, o contexto é importante e o conteúdo que não incita claramente à violência ou ao ódio poderia permanecer na plataforma.”

“Apito de cachorro”
Músicas com letras de ódio são o novo capítulo de uma disseminação de discursos extremistas que acompanha a multiplicação de redes sociais e plataformas pela internet. O TikTok, rede social mais popular entre os adolescentes brasileiros, é campo de compartilhamento de apologia do nazismo por expressões e símbolos aparentemente inocentes, para a maior parte das pessoas, mas que têm relação com a ideologia hitlerista. A prática ficou conhecida como “apito do cachorro”, referência ao instrumento que emite um som inaudível para humanos.

O Facebook possui diretrizes estabelecidas para remover discursos de ódio expostas no site da Meta, a controladora da plataforma. Mas o lançamento em julho do Threads, que prometia “conversas positivas e produtivas”, não impediu o novo aplicativo da Meta de receber rapidamente pessoas ligadas à disseminação de informações falsas e discurso de ódio em outras plataformas, segundo levantamento da Bloomberg.

O Threads foi lançado para ser um contraponto ao ambiente de polarização no X. A plataforma de troca de mensagens pode ter abandonado o nome de Twitter. Mas não foi abandonada por perfis extremistas. Investigações de ataques a escolas recentes no Brasil indicaram que o X. foi usado por alguns dos criminosos para compartilhar conteúdos com apologia a este tipo de crime.

Leonardo Nascimento, que pesquisa ambientes extremistas na Universidade Federal da Bahia, diz que a proliferação do discurso de ódio é um desafio para autoridades e pesquisadores pela forma como esses indivíduos manipulam símbolos e códigos para enviar mensagens cifradas e potencialmente atrair público.

— Paradoxalmente, o uso de plataformas como Spotify possibilita que essas ideias ganhem visibilidade para além dos esconderijos digitais. É preciso coibir tais conteúdos e, ao mesmo tempo, não deixar que as denúncias virem troféus para eles — diz Nascimento.

Letícia Oliveira, que monitora grupos extremistas na internet e fez parte de um grupo de trabalho do governo de transição sobre ataques a escolas, alerta que a linguagem nessas músicas é compartilhada por usuários do Discord, aplicativo usado por gamers que virou ferramenta para envolver adolescentes em um submundo de violência.

— A gente tem muito uso nessas letras de termos usados na machosfera, essa rede online em que se articulam e se organizam os redpills e incels. Há muitas referências a memes nesses grupos — afirma.

Em nota, o Discord afirmou que “tem agido proativamente para monitorar e banir grupos que violam os termos de serviço”. Ainda diz que segue “colaborando com as autoridades locais e que 99% dos usuários da plataforma não violaram as nossas políticas nos últimos seis meses”. Por fim, conclui que “isso reforça nosso comprometimento em sermos um lugar saudável e inclusivo, onde as pessoas têm interações positivas e socializam com seus amigos e comunidades”.

O GLOBO

Postado em 23 de dezembro de 2023