A governadora Fátima Bezerra (PT) assinou nesta quinta-feira (09) a ordem de serviço para restauração de mais um lote de rodovias estaduais, totalizando 301,5 quilômetros nas regiões Seridó e Central e investimento de R$ 132 milhões.
São dez trechos, entre eles, 53 quilômetros da RN-288, de Acari a Caicó, passando por Cruzeta e São José do Seridó.
Também estão neste lote, dois trechos da RN-118, que integram as rotas alternativas em função da interdição da BR-304, entre Lajes e Caiçara do Rio do Vento. São eles: Ipanguaçu-Alto do Rodrigues (rota pela BR-406), e o que vai do entroncamento da BR-304, em Itajá, até São Rafael (Rota pela BR-226).
O lote 2 contempla ainda 38 quilômetros da RN-086, entre Parelhas e Equador. Nesse trecho, o governo do Estado investiu cerca de R$ 1,6 milhão para reforço da estrutura e alargamento da ponte sobre o Rio Caldeirão. Construída há mais de 90 anos, a ponte recebeu reforço estrutural, além de ganhar nova faixa para permitir a passagem simultânea de dois veículos.
“Este lote é o maior em extensão e fica numa região importante para o desenvolvimento econômico do Rio Grande do Norte. Quero dizer que já estamos preparando a ordem de serviço para as estradas do Lote 3 que ficam no Agreste e na região litorânea. Outra boa notícia é que amanhã (10) estaremos lançando o edital da Estrada da Produção, para o trecho São Tomé/Cerro Corá. Nos já fizemos Lagoa Nova/Cerro Corá e agora vamos fazer esse novo trecho”, disse a governadora. São 13,5 quilômetros de implantação de rodovia em trecho de terra batida, e recapeamento de outros 9,9 quilômetros, que estão em situação precária.
A obra conta com recursos oriundos de emenda parlamentar da bancada do Rio Grande do Norte no Congresso Nacional. Além de interligar o Agreste ao Seridó, fomentando o turismo e o acesso ao Seridó Geoparque Mundial da Unesco, a RN-203 vai facilitar o escoamento da safra agrícola.
Esta foi a segunda ordem de serviço para recuperação de estradas. A primeira, totalizando 210 quilômetros, nos distritos de Mossoró e Pau dos Ferros, foi assinada na semana passada. O terceiro lote tem 242,9 quilômetros. O governo do RN está investindo R$ 428 milhões no programa de restauração de rodovias estaduais.
O nível da água do lago Guaíba, no Rio Grande do Sul, caiu 10 centímetros nas 24 horas entre a manhã de quarta (8) e de quinta-feira (9). Às 6h desta quinta, segundo informações da ANA (Agência Nacional de Águas), a altura estava em 5,04 metros.
Esse é o menor nível desde o último sábado (4) mas, ao mesmo tempo, segue acima do limite. Ruas e avenidas da capital gaúcha continuam alagadas na manhã desta quinta.
No sábado, o lago chegou a 5,30 metros, segundo informações do Ceic (Centro Integrado de Coordenação de Serviços). O lado é considerado inundado quando atinge 3 metros de altura. Há um alerta que é emitido quando o nível da água está em 2,5 metros.
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS)
O nível da água do lago Guaíba, no Rio Grande do Sul, caiu 10 centímetros nas 24 horas entre a manhã de quarta (8) e de quinta-feira (9). Às 6h desta quinta, segundo informações da ANA (Agência Nacional de Águas), a altura estava em 5,04 metros.
Esse é o menor nível desde o último sábado (4) mas, ao mesmo tempo, segue acima do limite. Ruas e avenidas da capital gaúcha continuam alagadas na manhã desta quinta.
No sábado, o lago chegou a 5,30 metros, segundo informações do Ceic (Centro Integrado de Coordenação de Serviços). O lado é considerado inundado quando atinge 3 metros de altura. Há um alerta que é emitido quando o nível da água está em 2,5 metros.
Leia também Biden condiciona apoio militar a Israel: ‘se entrarem em Rafah, não fornecerei armas’ Lira libera presença da bancada do RS, mas parte opta por ficar em Brasília ‘Vou esperar a ata do Copom, comunicado está muito sintético’, diz Haddad Inundações deixam mais de 1.300 pessoas desabrigadas no Uruguai Na quarta, enquanto o nível do Guaíba já estava caindo, o da lagoa dos Patos estava aumentando. A região desta lagoa, que comporta as cidades de Rio Grande e Pelotas, tem previsão de chuva para os próximos dias.
O Rio Grande do Sul chegou nesta quarta (8) à marca de 100 pessoas mortas em decorrência das chuvas que atingem o estado.
A data foi marcada também pelo temor de novas tempestades nos próximos dias e de uma onda de frio, prevista para começar já nesta quinta (9). Em meio ao caos causado pelas inundações, o desabastecimento segue cada vez mais presente na rotina dos moradores das áreas afetadas, com relatos de falta de comida e de água se multiplicando tanto no interior quanto na região de Porto Alegre.
A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) suspendeu a comercialização, distribuição e uso de alguns lotes de todas as versões do detergente Ypê, da empresa Química Amparo, pela razão do “risco potencial de contaminação microbiológica”. Em nota, a empresa disse que não o lote não apresenta risco à saúde ou à segurança, mas que pode ter alterações sem cheiro.
O que aconteceu Medida foi publicada no DOU (Diário Oficial da União) de terça-feira (7). A resolução foi assinada por Marcus Aurélio Miranda de Araújo, gerente-geral de inspeção e fiscalização sanitária da Anvisa. A Resolução está em vigor desde terça após a publicação da medida no DOU.
A empresa comunicou o recebimento voluntário de todas as versões do produto à agência reguladora. A resolução aponta que foi identificado um “desvio” no resultado da análise de monitoramento da produção, o que pode provocar um “risco potencial de contaminação microbiológica”.
O UOL procurou a Anvisa para saber quais ações o consumidor pode tomar, caso tenha alguma unidade dos detergentes suspensos. Ainda não houve retorno.
O que disse a empresa Em nota, a companhia disse que alguns lotes podem apresentar mudança sem cheiro, mas que não há risco à segurança ou à saúde. Veja a nota completa abaixo:
“A Química Amparo informa que os lotes de louças de lava, objeto de ação voluntária de recolhimento informada pela Anvisa, foram rastreados pelo controle de qualidade da empresa, que iniciou o recolhimento dos itens há mais de um mês, conforme plano previamente enviado à agência reguladora.
Após uma análise rigorosa das disposições internas, em alguns lotes específicos, existe a possibilidade de descaracterização do seu odor tradicional, sem risco à saúde ou à segurança do consumidor, porém, em alguns casos específicos ao olfato.
Importante ressaltar que não há exclusão de negociação do produto e sim o bloqueio e recolhimento exclusivamente dos lotes específicos indicados na ação voluntária proposta pela própria empresa.
Além disso, a empresa reforça que a segurança, a qualidade de seus produtos e a atenção aos clientes e consumidores são prioridades desde sua fundação, há mais de 70 anos.
Confira a lista dos lotes atingidos pela suspensão Versão Ypê Clear Care. Lotes atingidos: 172051, 179054, 184054, 185054, 186054, 228054, 233011, 234011, 235011, 236011, 242054, 253011, 255011, 267051, 1, 270051, 278011, 279011, 280011, 281011, 282011, 283011, 302051, 303051 , 304051, 314011, 315011, 316011 e 318011.
Muitas pessoas acreditam que o difícil não é atingir o shape impecável, mas manter o seu corpo nessa condição. Estado físico em que envolve uma série de renúncias, por exemplo: alimentação saudável, hidratação correta e o cumprimento de uma rotina de treinos. Nesse sentido, a nutricionista Renata Branco indicou um trio de frutas para reforçar os músculos em entrevista exclusiva para o Sport Life. Conheça o trio de frutas para reforçar os músculos Melancia “Rica em vitaminas e minerais A, C e B6, zinco, ferro, cálcio, potássio e magnésio. No pós-treino, a melancia ajuda na completa hidratação, como um isotônico natural devido a sua alta concentração de água e eletrólitos. Também é rica em óxido nítrico, o que melhora a recuperação ao aumentar a circulação de oxigênio para sangue e músculos. Além disso, ela tem um aminoácido chamado citrulina, que ajuda na formação dos músculos e diminuição da fadiga”, disse Renata.
Banana É uma fruta popular e querida entre a maioria dos praticantes de exercícios físicos, principalmente pela quantidade de carboidratos, que garante energia e aumenta o desempenho nos treinos. Opções não faltam para várias formas de adaptações dessa fruta nas suas refeições.
“É uma excelente opção no pré-treino ou pós-treino. A banana também é fonte de potássio, que perdemos no suor é essencial para regular a contração muscular e prevenir cãibras”, complementou Branco.
Abacate “Há menor quantidade de carboidratos, é rico em gorduras saudáveis, ajuda na saciedade e importante para função intestinal. A fruta é rica em fibras, potássio, sódio, magnésio, vitamina A, C, E, K 1, fitoesteróis e glutationa, que é um poderoso antioxidante. Além da vitamina E, que aumenta a ação anti-inflamatória das gorduras, o abacate também é abundante em potássio, o que regula a atividade muscular”, concluiu a nutricionista Renata Branco.
Em 2023, o nível dos oceanos subiu em todo o planeta, mas o litoral brasileiro foi um dos lugares que registrou uma das maiores elevações. O registro de calor foi o principal motivo. Os oceanos são avançados por expansão térmica — porque a água quente se dilata. E os mares do mundo nunca foram transmitidos tão quentes, com impactos sobre o clima, os rios e as cidades. A elevação do mar na costa brasileira é um dos destaques do relatório “O Estado do Clima na América Latina e no Caribe em 2023”, da Organização Mundial de Meteorologia (OMM), apresentado nesta quarta-feira. Mais do que apenas um retrato do ano que passou, o estudo analisa a suscetibilidade da região às mudanças climáticas. O ano, dizem os cientistas, foi marcado por calor excepcional e anomalias não explicáveis por personagens conhecidos, como o El Niño.
A taxa de elevação do nível dos oceanos mais do que dobrou desde a década de 1990. Ela aumentou a cada ano desde 1993 e 2023 teve uma maior elevação, registrada a média global de 3,42 mm/ano. Porém, na costa atlântica da América do Sul ela chegou a 3,96 mm. Parece um pouco, mas é suficiente para afetar a vida das pessoas nas áreas costeiras.
A elevação do mar tem diversas consequências. Ela erode o litoral, contamina o lençol freático com água salgada, mina as fundações de construções, causa afundamentos de terreno, agrava inundações provocadas por tempestades, faz ressacas se tornadas maiores e avançam mais longe terra adentro.
— Quando se fala em elevação do nível do mar, as pessoas costumam imaginar um cenário de filme-catástrofe, com ondas gigantescas e cidades alagadas de uma só vez. Não é o que ocorre. Essa é uma tragédia lenta, o mar vai ano a ano tomando a terra. E não apenas na superfície, mas no subsolo, com intrusão marinha — explica o climatologista José Marengo, pesquisador do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas e Desastres Naturais (Cemaden), um dos líderes da elaboração do trabalho, que reuniu mais de 70 especialistas, quatro agências das Nações Unidas e 30 serviços meteorológicos nacionais.
Marengo diz que não surpreende num ano tão quente quanto 2023 que os oceanos avançaram por expansão térmica. O aumento do nível maior na América do Sul reflete o aquecimento do Atlântico, explica ele.
— Todo o Atlântico está muito quente. Isso se manifesta no clima, com chuvas intensas e ondas de calor, mas também no nível do mar — frisa.
Um dos lugares onde o avanço do mar se torna mais evidente é na Amazônia. Lá ocorre uma batalha de titãs, entre o Atlântico e o Amazonas, o rio mais volumoso da Terra. Gigante no continente, o Amazonas é um ano não frente ao oceano, cujas águas salgadas a cada ano vão mais longe.
— São milhões de litros de água, um volume gigante do oceano enviado à terra — diz Marengo.
No litoral do Amapá, na foz do Rio Amazonas, a erosão devido ao avanço do mar é visível. A derrota do poderoso Amazonas, que tem suas águas doces invadidas pelo sal, se nota no açaí. Palmeiras e outras plantas das margens morrem devido à contaminação pela água salgada do mar.
— O mar avança bem mais do que se pode ver na superfície. É um processo lento, sem subsolo. Mas devemos pensar também, por exemplo, na água de poços litorâneos, que vai se tornar salobra, ou no fundamento gradual de construções — alerta o climatologista.
Na superfície, o impacto mais visível é nas ressacas, que podem chegar a áreas antes não atingidas. Em diferentes graus, é um processo global. Países como Estados Unidos, China e Holanda, todas têm cidades afetadas. No Brasil, Marengo destaca Rio de Janeiro e Santos como cidades que sofrem os impactos da elevação do nível do mar.
O estudo destaca ainda as chuvas extremas. Chamou a atenção dos especialistas em especial a chuva do carnaval de 2023 no litoral de São Paulo, a mais intensa da já registrada no Brasil. Entre 18 e 19 de fevereiro, foram despejados 683 mm de chuva em apenas 15 horas, em São Sebastião, matando 65 pessoas e danos e alagamentos.
— Esse evento não teve precedente e até agora não foi superado em intensidade, em volume acumulado em tão pouco tempo. Foi um público atípico, que ainda está sendo treinado, e reuniu as condições possíveis no mesmo local — enfatize.
A seca acompanhada por calor extremo na Amazônia foi outro destaque e começou antes do período de influência do El Niño, que agravou a situação. Os símbolos da seca foram o Rio Negro maiores e a mortandade de botos-cor-de-rosa.
Em 28 de setembro, as águas do Lago Tefé chegaram a 39,1 graus Celsius. Especialistas dizem que mais de 150 botos morreram devido ao calor. Os animais foram literalmente cozidos vivos em setembro e outubro.
A falta de chuva combinada ao calor (que aumenta a evaporação) reduz significativamente o nível dos rios da Bacia Amazônica. Em 26 de outubro, o Negro, um dos maiores rios do mundo, chegou ao menor nível (12,70 metros, em Manaus) desde o início da profundidade, há 122 anos.
— Relatórios como esse oferecem dados e orientações sobre vulnerabilidades na saúde, na agricultura, na prevenção de desastres — diz Marengo.
O calendário avançadou, mas as condições climáticas seguem extremos em 2024.
— O clima é muito assustador. A princípio, teremos uma La Niña, que está evoluindo muito depressiva. Mas como ela se comportará, não sabemos. O Atlântico segue quente e já deveria ter esfriado. Talvez ele esteja mesmo se tornando mais quente. Há muita incerteza — frisa o climatologista.
O ano de 2024 começou com ondas de calor e tragédias climáticas, principalmente no Sul do Brasil, e será decisivo para o clima. A bola está com os oceanos, enfatiza Regina Rodrigues, professora de oceanografia e clima da Universidade Federal de Santa Catarina e coordenadora do grupo que estuda o Atlântico e suas ondas de calor da Organização Meteorológica Mundial (OMM).
O clima da América do Sul é fortemente influenciado pelas condições oceânicas, destaca o pesquisador do Laboratório de Estudos do Oceano e da Atmosfera do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (LOA/Inpe), Luciano Pezzi.
— O Atlântico chama muito a atenção. Alguma coisa está acontecendo e é alarmante. O Atlântico está mais quente, o ar no continente também e o gelo antártico está em retração, tudo ao mesmo tempo. Isso tem impacto no clima, na pesca, na agricultura — frisa Pezzi.
A estranheza do Atlântico fica evidente quando se compara os El Niños, caracterizados pela elevação da temperatura da água no Pacífico Equatorial, cujas águas ficam muito mais quentes do que as demais mares. Pezzi diz que no poderoso El Niño de 1997 a temperatura do Atlântico estava normal, toda a anomalia, como o esperado, estava no Pacífico.
Mas no El Niño de 2023, o Atlântico já estava muito quente e segue assim até agora.
— Os mares são grandes reguladores climáticos. Parece que estamos entrando num regime de saturação das éguas. Há muita incerteza, mas o El Niño por si só não explica muitos dos extremos recentes. O Centro-Oeste e o Sudeste têm muito calor — diz Pezzi.
O oceano tão quente não absorverá todo o excesso de energia decorrente das emissões humanas e irá para a atmosfera e gerará mais calor. É um ciclo vicioso. Hoje se estima que os oceanos absorvam 87% do excesso de calor. Mas os cientistas suspeitam que, saturados, as éguas estão emitindo mais do que absorvem calorias.
— A percepção que temos é que o sistema climático está em transição para algo mais definitivo — sublinha Rodrigues.
A bancada de oposição surpreendeu o governo ao obstruir a votação de projetos do seu interesse, na Assembleia Legislativa do Rio Grande do Norte, como forma de pressão para o Executivo iniciar pagamento de parte das emendas impositivas até o fim do primeiro semestre.
O deputado estadual José Dias (PSDB) anunciou a obstrução da pauta do governo, depois de o deputado estadual Francisco do PT ter defendido aprovação do projeto de lei 137/2024 para instituir a Política de Educação em Tempo Integral na rede estadual de ensino, porque “a matéria tramitou em todas as comissões e não recebeu nenhuma emenda”.
“Não vamos votar projetos do governo antes de resolver o problema das emendas”, avisou José Dias, que no decorrer da discussão pediu verificação de quorum (presenças de deputados em plenário), com a finalidade de confirmar a obstrução da pauta de votação, na sessão ordinária da quarta-feira (08).
O líder do governo, deputado Francisco do PT, reconheceu a legitimidade da decisão tomada pela posição – “é um direito de qualquer bancada, nós do governo já fizemos oposição, é regimental”, mas reforçou que esse projeto de lei tem um prazo até 10 de maio, “para que o Rio Grande do Norte se não receber recursos complementares do Fundeb, possa dizer à população porque o Estado foi prejudicado”.
Dias disse, ainda, que a obstrução da pauta é uma maneira “de demonstrar que a Casa é independente e tem responsabilidade com as emendas, se cumprirmos com a nossa palavra, o governo o peso do valor dessa Casa”.
Para o deputado tucano, não estava em debate o mérito do projeto, mas “o não cumprimento das obrigações do governo e só tem o caminho legal, regimental e constitucional e não traumático, mostrarmos que não somos culpados pelas emendas não serem liberadas”.
Segundo Dias, a obstrução da pauta governista “é uma vitória da Casa, que não se curvou ao comando do governo, mostramos que na realidade somos capazes e responsáveis pelas emendas”, que mesmo assim “não são liberadas até agora, porque estamos alimentando o “canto de sereia’, porque o que o governo não cumpre o que está escrito e registrado em cartório”
Também acompanharam José Dias os deputados estaduais Luiz Eduardo (Solidariedade) e Tomba Farias (PSDB), bem como o deputado estadual Adjuto Dias (PMDB), que questionou: “Fica muito claro a estratégia de que questões de interesse do governo, colocar responsabilidade na oposição, matérias que o governo tem interesse que seja aprovada às pressas”.
O deputado estadual Nelter Queiroz somou-se à obstrução da pauta e criticou o fato do Executivo ter enviado à votação na Casa, um projeto fracionado, a respeito de que questões que ainda estão sendo negociadas com a categoria dos professes, razão pela qual defendeu a retirada de pauta do PL 137/2024, que chegou em abril na Casa, para que o governo envie um projeto mais completo: “O governo tem essa estratégia, vamos votar e depois manda, e não manda, mas voto a favor na hora oportuna, depois que chegar o restante do projeto”.
Oito em cada dez professores da educação básica já pensaram em desistir da carreira. Entre os motivos estão o baixo retorno financeiro, a falta de reconhecimento profissional, a carga horária excessiva e a falta de interesse dos alunos. Os dados são da pesquisa inédita Perfil e Desafios dos Professores da Educação Básica no Brasil, divulgada nesta quarta-feira (8), pelo Instituto Semesp.
A pesquisa foi realizada entre 18 e 31 de março de 2024, com 444 docentes das redes pública e privada, do ensino infantil ao médio, de todas as regiões do país. Os dados mostram que 79,4% dos professores entrevistados já pensaram em desistir da carreira de docente. Em relação ao futuro profissional, 67,6% se sentem inseguros, desanimados e frustrados.
Entre os principais desafios citados pelos professores estão: falta de valorização e estímulo da carreira (74,8%), falta de disciplina e interesse dos alunos (62,8%), falta de apoio e reconhecimento da sociedade (61,3%) e falta de envolvimento e participação das famílias dos alunos (59%).
Segundo os dados da pesquisa, mais da metade dos respondentes (52,3%) diz já ter passado por algum tipo de violência enquanto desempenhava sua atividade como professor. As violências mais relatadas são agressão verbal (46,2%), intimidação (23,1%) e assédio moral (17,1%). São citados também racismo e injúria racial, violência de gênero e até mesmo ameaças de agressão e de morte. A violência é praticada principalmente por alunos (44,3%), alunos e responsáveis (23%) e funcionários da escola (16,1%).
Apesar disso, a pesquisa mostra que a maioria (53,6%) dos professores da educação básica está satisfeita ou muito satisfeita com a carreira. Os professores apontam como motivos para continuar nas salas de aula, principalmente, o interesse em ensinar e compartilhar conhecimento (59,7%), a satisfação de ver o progresso dos alunos (35,4%) e a própria vocação (30,9%).
“Apesar de todos os problemas é o que eu gosto de fazer e tenho maior capacidade”, diz um dos professores entrevistados, cujo nome não foi revelado. “A paixão pelo processo de ensinar e aprender, contribuindo para a evolução das pessoas”, aponta outro, que também não foi identificado.
Para Lúcia Teixeira, presidente do Semesp, entidade que representa mantenedoras de ensino superior no Brasil, esses dados são importantes porque mostram o que motiva os professores. “Ele fala da sua vocação. Fala do interesse em ensinar, da satisfação de ver o progresso do aluno. São fatores que estão interligados. Tanto a vocação como o interesse em compartilhar o conhecimento e a satisfação de ver o progresso do aluno. Esse é um dado muito importante em termos do perfil daquele que escolhe ser professor”, destaca
Licenciaturas A pesquisa Perfil e Desafios dos Professores da Educação Básica no Brasil faz parte da 14ª edição do Mapa do Ensino Superior no Brasil, que reúne dados oficiais e coletados pelo Instituto Semesp para traçar o cenário atual do setor educacional no país. Esta edição tem como foco principal Cursos de Licenciaturas: Cenários e Perspectivas.
De acordo com a publicação, o Brasil tem 9,44 milhões de estudantes matriculados no ensino superior. A maioria deles está em instituições privadas (78%). Por lei, pelo Plano Nacional de Educação (PNE), até 2024, o país deveria ter 33% dos jovens de 18 a 24 anos matriculados no ensino superior. Até 2022, essa taxa era 18,9%.
Atualmente, 17% dos alunos do ensino superior cursam alguma licenciatura, o que equivale 1,67 milhões de universitários. Pedagogia aparece como 17° curso com mais estudantes nos cursos presenciais diurnos e como o primeiro curso com mais estudantes em ensino a distância (EAD).
Apesar do grande número de estudantes, os dados mostram que as desistências nesses cursos são altas. Cerca de 60% dos estudantes de licenciaturas na rede privada e 40% dos estudantes da rede pública desistem da formação. Entre os mais jovens, apenas 6,6% dos entrevistados pelo Instituto Semesp têm interesse em cursar cursos da área de educação.
“Nós pensamos que é necessário repensar também o modelo de oferta dos cursos de licenciatura, com essa campanha que estamos fazendo para atrair os jovens para os cursos de licenciatura. Os currículos têm que ter mais prática e mais capacitação para esse uso de tecnologia, a necessidade de financiamento das mensalidades, porque a maioria dos que vão para o curso de licenciatura é de uma classe social mais baixa e, por isso, a necessidade de uma bolsa permanência para o aluno não evadir e não precisar trabalhar”, defende Lúcia Teixeira.
Formação a distância Recentemente, as altas taxas de matrícula em cursos a distância e a preocupação com a qualidade da formação dos estudantes, especialmente dos futuros professores, levaram o Ministério da Educação (MEC) a buscar uma revisão do marco regulatório da modalidade.
Para o diretor executivo do Semesp, Rodrigo Capelato, a formação presencial pode não ser a única solução. Ele defende uma revisão da avaliação dos cursos. Ainda que seja na modalidade a distância, ele ressalta que os cursos de formação de professores preveem uma carga horária presencial, em estágios, por exemplo.
“Eu acho que o que precisa é melhorar a avaliação dessa presencialidade. Se eu tenho obrigatoriedade de estágios e esses estágios não são cumpridos ou são muito ruins, aí eu tenho um problema. Se é ruim e eu só aumento a carga [horária presencial], eu só vou aumentar a ruindade. Então, eu acho que, primeiro, antes de discutir mais carga presencial ou menos carga presencial, não estou falando que a gente defende ou não defende, mas eu acho que é preciso melhorar esse monitoramento do presencial”, diz.
A pesquisa feita com os docentes pelo Instituto Semesp mostra que 50,1% dos respondentes discordam parcial ou totalmente da afirmação de que o ensino a distância não é adequado. Além disso, para 55,7% dos entrevistados, os cursos de licenciatura devem ser ofertados apenas na modalidade presencial.
Usuários das redes sociais começaram a publicar fotos de anúncios de supermercados que estão limitando a compra de arroz em suas unidades.
Essa restrição tem como objetivo evitar a falta do produto nas prateleiras, principalmente em meio às enchentes que têm ocorrido no Rio Grande do Sul, estado responsável por 70% da produção nacional de arroz.
Uma das redes de supermercados mais populares do estado de Minas Gerais, o Supermercados BH, informou à Folha de S. Paulo, que implementou medidas preventivas para garantir um suprimento contínuo de arroz. Nas unidades da rede, os clientes estão limitados a comprar no máximo cinco pacotes de arroz. A rede afirma que não haverá falta do produto em suas lojas.
A rede Mart Minas, também em Belo Horizonte, adotou uma medida semelhante, permitindo aos clientes comprar no máximo cinco fardos de arroz, o equivalente a 30 pacotes. O objetivo é garantir que o fornecimento seja distribuído de forma equitativa, permitindo que todos os clientes tenham acesso ao arroz necessário para atender às suas demandas.
Venda de arroz limitada em outros estados
Usuários do Twitter também compartilharam fotos de supermercados em outros estados, como Ceará e Espírito Santo, adotando essa mesma medida. No entanto, não há relatos de grandes redes orientando suas unidades a restringir a compra de arroz.
O que diz o ministro da Agricultura
O ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, disse que a compra será realizada pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), vinculada ao Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), diretamente do mercado externo.
O ministro acredita que a maior parte desse arroz será proveniente dos países membros do Mercosul, como Argentina, Paraguai, Uruguai e Bolívia, devido aos menores custos e à proximidade geográfica.
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A recriação do DPVAT foi aprovada por 41 votos a 28. O seguro obrigatório para cobrir indenizações a vítimas de acidentes de trânsito, que antes se chamava DPVAT, agora será SPVAT (Seguro Obrigatório para Proteção de Vítimas de Acidentes de Trânsito). O texto prevê que a taxa será paga uma vez ao ano obrigatoriamente por todos os donos de carros e motos. O projeto ainda não define o valor e os dados em que será feito o primeiro pagamento, mas o senador Jaques Wagner, que é líder do governo na Casa, disse que a equipe econômica estima que fique entre R$ 50 e R$ 60 e comece a valer a partir de 2025. O DPVAT foi extinto por Bolsonaro no final de 2019 e deixou de ser cobrado em 2020.
Copom reduz ritmo de queda e taxa de juros vai para 10,50%. O corte anunciado pelo Banco Central foi de 0,25% e em ritmo menor do que os últimos. A taxa começou a recuar em agosto de 2023, quando a Selic estava em 13,75%, e este foi o sétimo corte seguido. Mas o BC vinha fazendo cortes de 0,5 ponto percentual, e desta vez cortou menos. Depois da reunião de março, o Comitê de Política Monetária já tinha sinalizado que poderia diminuir o valor de queda dos juros dependendo do cenário da economia do país. Entenda .
Chuva já afetou quase 1,5 milhão de pessoas em 85% do RS. De acordo com a Defesa Civil, 1.476.170 pessoas foram atingidas de alguma forma, ao menos 163.786 ficaram desalojadas e 67.428 estão em abrigos. Dos 497 municípios gaúchos, 425 sofreram alguma consequência dos temporais, 85% do total. Na tarde de ontem, o trabalho de resgate das vítimas teve que ser suspenso em Porto Alegre por conta da previsão de mais chuvas. Um ciclone extratropical poderá provocar rajadas de vento de até 100 km/h em diversas regiões do território gaúcho hoje e amanhã.
O Real Madri vai à final da Champions com virada e polêmica. O clube espanhol venceu o Bayern de Munique por 2 a 1, no Santiago Bernabéu, em Madri, pelo jogo de volta da semifinal da Liga dos Campeões. O Real estava perdendo o jogo, chegou ao empate apenas aos 43 minutos do segundo tempo, e virou aos 46. Mas o jogo foi marcado por polêmicas , o time espanhol teve um gol anulado em campo e validado pelo VAR, e no fim do jogo o Bayern teve um impedimento marcado erroneamente, e o lance poderia ter empatado o jogo. A decisão será no dia 1º de junho contra o Borussia Dortmund, que chegou à final depois de vencer o PSG.
Câmara aprova projeto que cria regras para transporte de animais. A lei foi motivada pelo caso do Joca, um cachorro golden retriever que morreu enquanto era transportado pela Gol de São Paulo para o Mato Grosso. A empresa errou o destino e invejou o cachorro para Fortaleza, no Ceará, e quando o transporte de volta para São Paulo chegou morto. Entre outras regulamentações, o texto obriga as companhias aéreas a oferecerem serviço de rastreamento de cães e gatos. O projeto foi aprovado em votação simbólica e segue agora para o Senado.
Promotor pede que motorista do Porsche pague R$ 5 mi à família da vítima. Além da indenização por danos morais, o MP de São Paulo quer que Fernando Sastre de Andrade Filho pague uma pensão no valor de três anos mínimos (R$ 4.200) à família do motorista de aplicativo Ornaldo Silva Viana, morto no acidente provocado por ele quando dirigia o carro em alta velocidade em São Paulo, em 31 de março. O empresário é acusado de homicídio doloso e lesão corporal gravíssima, foi preso na segunda e está no Centro de Detenção Provisória 2 de Guarulhos, mas deve ser transferido para Tremembé, no interior do estado.
O Desmatamento na Amazônia cai para menor patamar desde 2018. O Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais divulgou que, de agosto de 2022 a julho de 2023, houve uma redução de 21,8% no desmatamento em comparação com o período anterior. O levantamento é feito por ciclos de medição, sempre de agosto de um ano a julho do ano seguinte, e mostrou também um aumento de 9,2% do desmatamento no Pantanal em comparação com o período anterior.
Enviado pela Força Área Brasileira (FAB) para auxiliar no resgate de pessoas em situação de risco no Rio Grande do Sul devido às enchentes, um drone caiu durante missão nesta terça-feira (7). A aeronave, que não é tripulada, apresentou um problema técnico e chocou-se com o solo em uma área não habitada. As informações são do globo.com. O drone foi usado na região da Quarta Colônia, em Santa Maria, no final e semana, e o planejamento da FAB é de que monitorasse áreas de Porto Alegre e da Região Metropolitana nesta terça e quarta-feira. A FAB ainda não confirmou a localização exata do acidente.
Pilotado remotamente, o modelo israelense RQ-900 pertence à Base de Santa Maria, no Centro do Estado. Com autonomia para até 36 horas de voo e atingir até 9 mil metros de altitude, a aeronave tem como objetivo sobrevoar e mapear áreas inundadas. Pessoas ilhadas sinalizam para o drone ao ouvir o barulho e equipes de salvamento são direcionadas ao local imediatamente. Conforme a FAB, auxiliou no resgate de 36 pessoas em apenas 24 horas de operação.
“Uma Aeronave Remotamente Pilotada (ARP), da FAB, que é empregada nas missões de apoio aos atingidos pelas enchentes no Rio Grande do Sul, apresentou durante sua operação um problema técnico e veio a colidir com o solo, em região desabitada, nesta terça-feira (7/5). A Força Aérea informa que o Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (CENIPA) vai investigar os fatores contribuintes da ocorrência aeronáutica”, comunicou a FAB em nota.
Os drones auxiliam a FAB a monitorar em tempo real áreas inundadas.
A 2ª Vara Cível da Comarca de Natal sentenciou uma operadora de plano de saúde a custear o tratamento de escoliose para uma cliente, durante todo período necessário à sua recuperação, por meio da realização de sessões de fisioterapia. A mesma determinação judicial também concedeu indenização de R$ 3 mil para a consumidora, em razão dos danos morais sofridos.
Conforme consta no processo, a filha da autora, que é sua dependente legal, é portadora de “escoliose de início precoce, concluindo o laudo médico pela necessidade de tratamento com três sessões de fisioterapia na semana” para evitar piora na deformidade, ou até mesmo realização de procedimento cirúrgico no futuro.
Assim, ela requereu, administrativamente, o custeio das terapias solicitadas, mas tal solicitação não foi atendida, sob o argumento de que o “método terapêutico solicitado não está contemplado nas coberturas da resolução normativa nº 428/2017, da Agência Nacional de Saúde Suplementar – ANS”.
Ao analisar o processo, a magistrada Carla Portela ressaltou inicialmente que cabe ao caso a aplicação das regras do código de defesa do consumidor ao caso concreto, pelo fato da autora estar “na condição de beneficiária, como destinatária final de um serviço de natureza, podemos afirmar, securitária, enquanto que a empresa ré corresponde a figura do fornecedor”.
Em seguida, a juíza considerou “abusiva a conduta da operadora ré, ao influir na escolha do tratamento indicado à paciente, cabendo, pois, tão somente ao médico assistente essa escolha”. Além disso, a operadora não “apresentou evidências científicas sobre o êxito efetivo de tratamentos alternativos” que poderiam ser indicados para o restabelecimento da saúde da paciente.
A Polícia Federal cumpriu, na manhã desta quinta-feira, dois mandados de prisão contra Robson Calixto da Fonseca, conhecido como Peixe, que é ex-assessor de Domingos Brazão, e o policial militar Ronald Paulo Alves Pereira, conhecido como major Ronald, apontado como ex-chefe da milícia da Muzema, na Zona Oeste do Rio. Os dois foram acusados de envolvimento nos assassinatos da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes, em março de 2018. As informações são do g1.
Robson foi preso pela Polícia Federal do Rio, enquanto Ronald já cumpria pena num presídio federal. Os mandados foram pedidos pela Procuradoria-Geral da República (PGR).
Num documento protocolado pela PGR no Supremo Tribunal Federal (STF) que denuncia os três suspeitos presos desde o fim de março por supostamente mandar matar Marielle Franco — os irmãos Domingos e Chiquinho Brazão e o ex-chefe da Polícia Civil do Rio, Rivaldo Barbosa — foram incluídos os nomes de Robson e Major Ronald.
De acordo com o g1, depois de um mês e meio de análise e aprofundamento da investigação da Polícia Federal, a PGR concluiu que os irmãos Brazão e Rivaldo Barbosa devem ser processados e condenados pelo assassinato de Marielle e Anderson Gomes.
No documento entregue no fim da tarde de terça-feira ao gabinete do ministro Alexandre de Moraes, a PGR denuncia os irmãos Brazão como mandantes do homicídio e por integrar uma organização criminosa. Já o delegado da Polícia Civil foi denunciado como mandante também do homicídio.
Moradores da capital gaúcha, Porto Alegre, têm fugido às pressas da cidade em busca de água, em meio ao caos que tomou conta do local, em razão das chuvas e enchentes que atingem o Rio Grande do Sul há pouco mais de uma semana. Parte da população sofre com o desabastecimento, além da falte de energia, suprimentos e ameaça de saques.
Segundo dados da Defesa Civil divulgados na noite de terça (7/5), 401 dos 497 municípios do estado – o equivalente a 80% das cidades gaúchas – já foram afetados de alguma forma pelas chuvas. Desses, 336 estão em calamidade pública, sendo que 83% da população do estado (de 10,8 milhões de pessoas) vive nesses municípios.
Ao todo, são 95 mortes, 48 mil desabrigadas (que necessitam de abrigo do poder público) e 1,4 milhão de pessoas prejudicadas. E a situação ainda pode piorar nos próximos dias, já que a previsão é de volta das chuvas nesta quarta em partes do Rio Grande do Sul.
Cenário de guerra Nos últimos dias, milhares de pessoas deixaram suas casas devido ao risco de alagamento. Cerca de 85% da população dos 1,3 milhão de habitantes estão sem acesso à água por causa da paralisação de cinco estações de tratamento que atendem ao município.
“Parece um cenário de guerra. Não existe mais água na cidade. Hoje, eu fiquei três horas na fila do mercado e, quando chegou a minha vez, não consegui água porque tinha acabado”, disse a estudante de administração da UFRGS Mell Morales à Folha. Ela atua como voluntária na capital.
“A gente começou a pensar se vale mais a pena comprar água de coco ou chá gelado. O medo é ficar sem se hidratar. A gente também compra alimentos processados, porque não dá para cozinhar arroz, feijão ou batata se não tem água e energia elétrica”, disse ela.
As enchentes também prejudicam a distribuição de energia, com 450 mil imóveis no escuro no estado. Na capital, uma das bombas que trabalha para escoar a água das ruas chegou a parar por algumas horas nesta terça por falta de luz.
O Ministério das Minas e Energia disse que 20 mil famílias tiveram o fornecimento restaurado desde o dia anterior e que coordena um plano estrutural para o reestabelecimento da distribuição de energia e reconstrução do parque elétrico do Rio Grande do Sul.
De Porto Alegre para o litoral Temendo a situação caótica de Porto Alegre, a professora Ercilda Dimer, de 56 anos, e o marido, saíram da cidade na segunda-feira (6/5), em direção a Torres, no litoral. O casal alugou um apartamento por temporada, pediu um carro por aplicativo e gastou seis horas, com os dois gatos, num trajeto que costuma ser feito em menos de duas.
De acordo com a professora, ela saiu apenas com a roupa do corpo. Segundo ela, essa foi mais uma parada da jornada iniciada na semana passada, quando as águas começaram a invadir o prédio onde vivem, no bairro de São Geraldo, zona norte da capital.
O casal foi resgatado por um caminhão da companhia de luz Equatorial e seguiu para a casa da sogra dela, na Cidade Baixa. Porém o local também foi alagado e, dessa vez, quem os salvou foram os bombeiros. Partiram então para a casa de outra parente, no bairro alto de Petrópolis, e de lá traçaram o plano de fuga. Sem malas.
Ao chegarem a Torres, encontraram um calor de quase 30°C. Uma das entradas da cidade tinha engarrafamento de carros.
Situações do tipo se avolumam nos litorais do estado e da vizinha Santa Catarina. A saída por terra tem sido a única opção para quem quer deixar a região, já que o aeroporto de Porto Alegre segue fechado e sem previsão de reabertura.
Segundo a Prefeitura de Torres, a lotação da cidade está semelhante à de feriados e de meses de verão. A gestão municipal diz que está seguindo as orientações da Defesa Civil do Rio Grande do Sul e juntando donativos (colchões, fraldas infantis e geriátricas, materiais de limpeza e de higiene pessoal, lanternas e botes) para encaminhar para Porto Alegre.
Contudo, a cidade já se prepara para receber as pessoas que chegarem sem ter onde ficar, caso a Defesa Civil solicite. A escola municipal Alcino Pedro Rodrigues está sendo adaptada para isso.
Em todo o estado, 159 mil pessoas são consideradas desalojadas, ou seja, tiveram que deixar o local onde moram de maneira provisória ou em definitivo e estão em casas de familiares ou amigos.
Para dar suporte a essas pessoas, segundo a secretaria, a gestão municipal está organizando kits com roupas e cestas básicas para entregar diretamente nas residências.