Morreu nesta quinta-feira (24/10), aos 66 anos, José Adilson Rodrigues dos Santos, que ficou famoso pelo apelido de Maguila. O ex-lutador de boxe foi vítima de demência pugilística. Ele sofria de Encefalopatia Traumática Crônica (ETC), doença incurável, similar ao mal de Alzheimer, que é causada por golpes frequentes na cabeça, afetando, principalmente, lutadores. A informação foi confirmada pela espoda do ex-atleta, Irani Pinheiro, para uma emissora de TV. “A gente teve momentos bons, momentos ruins, mas Deus sempre esteve conosco”, contou.
Atualmente, Maguila estava vivendo no interior de São Paulo, onde recebia o tratamento adequado para o problema de saúde. Uma das últimas aparições de Maguila foi em abril, quando a família compartilhou um vídeo dele praticando boxe ao ar livre. A prática o ajudava a manter a saúde mental perante a doença. “Mais um dia de treino com nosso peso-pesado”, escreveram na legenda das imagens.
No ano passado, a TV Cultura lançou Maguila, Um Lutador, série inspirada na carreira do boxeador, com dois episódios.
Ele anunciou a aposentadoria do esporte nos anos 2000 e tentou apostar na carreira de cantor, um dom que os fãs desconheciam.
Maguila estava casado com Irani Pinheiro há mais de 40 anos.
Subiu para 10 o número de pacientes que perderam o globo ocular após serem infectados por uma bactéria em um mutirão de cirurgias de catarata na cidade de Parelhas, distante 245 quilômetros de Natal.
A informação foi confirmada ao g1 pelo secretário de saúde do município, Tiago Tibério, na manhã desta quinta-feira (24). O novo paciente que precisou retirar um dos olhos é um homem de 84 anos, segundo o gestor. A cirurgia de retirada do globo aconteceu nesta quarta (23).
Até então, o município tinha a confirmação de nove pacientes que precisaram retirar o globo ocular. Com a atualização, do total de 15 infectados no mutirão, 10 perderam o globo ocular, quatro passaram por cirurgia de vitrectomia, que substitui um gel na área interna do olho – e um paciente segue em acompanhamento.
Os pacientes infectados têm entre 43 e 84 anos de idade.
O secretário de saúde ainda afirmou que o município deve entregar ao Ministério Público, nesta sexta-feira (25), o relatório do inquérito civil aberto pela própria administração para investigar o caso. De acordo com ele, o processo corre em sigilo.
As cirurgias aconteceram nos dias 27 e 28 de setembro na Maternidade Dr. Graciliano Lordão, em Parelhas. Porém as infecções ocorreram apenas com pacientes do primeiro dia. Dos 20 pacientes operados na sexta-feira (27), 15 tiveram uma endoftalmite – infecção ocular causada pela bactéria Enterobacter cloacae.
Uma falha na limpeza e esterilização no ambiente onde foi realizado o mutirão de cirurgias de catarata é dada como certa pelo Ministério Público do Rio Grande do Norte, que abriu um inquérito sobre o caso.
“O que já se desenha nessa coleta inicial é que de fato houve uma falha na higienização e esterilização do ambiente cirúrgico. Não se pode ainda afirmar com a máxima precisão qual instrumento, ou se foi falha de origem humana no trato da paramentação, ou se nos instrumentos, mas obviamente sagra-se como evidência que houve, sim, falha na esterilização do ambiente cirúrgico”, afirmou a promotora de justiça substituta no município, Ana Jovina de Oliveira Ferreira, no dia 18 de outubro.
Ainda de acordo com a promotora, mesmo que a investigação ainda esteja em andamento, é possível dizer que o município tem responsabilidade civil objetiva e por isso deverá idenizar os pacientes.
“A gente está falando de um dano irreparável. No âmbito da responsabilidade civil do estado, a nossa constituição e ordenamento jurídico nos dá uma grande segurança para buscar uma indenização proporcional ao tão grave dano experimentado por essas vítimas”, afirmou.
O Ministério Público ainda confirmou na semana passada que o órgão também investiga o mutirão sobre outro aspecto: os promotores buscam saber se houve crime eleitoral, já que as cirurgias foram realizadas 10 dias antes das eleições municipais.
Uma investigação da Secretaria de Estado da Saúde Pública do Rio Grande do Norte (Sesap) também apontou que a infecção bacteriana tem indícios de ter sido causada por contaminação em procedimentos como higienização e esterilização.
A empresa Oculare Oftalmologia Avançada, contratada pelo município para realizar as cirurgias afirma que o mutirão foi conduzido por “oftalmologista experiente, tendo seguido os protocolos médicos e de segurança exigidos”.
O tempo que uma pessoa consegue ficar em pé, em uma só perna, pode ser uma forma de medir o impacto do envelhecimento, segundo uma nova pesquisa realizada pela Mayo Clinic, organização sem fins lucrativos da área de serviços médicos dos Estados Unidos. O estudo foi publicado nesta quarta-feira (23) na revista científica PLOS One. O bom equilíbrio, a força muscular e a marcha eficiente são fatores que contribuem para um envelhecimento saudável, com maior independência e mais bem-estar na terceira idade. Observar mudanças nesses aspectos pode ajudar clínicos a desenvolverem programas que garantem mais longevidade e saúde.
De acordo com o estudo, ficar mais tempo em pé em uma só perna pode ser mais eficaz para medir o envelhecimento do que mudanças na força ou na marcha da perna. Além disso, é uma estratégia que pode treinar o equilíbrio sem a necessidade de equipamentos especiais.
Para chegar à conclusão, o estudo contou com 40 participantes saudáveis e independentes, com mais de 50 anos, que realizaram testes de caminhada, equilíbrio, força de preensão e força do joelho. Metade deles tinha menos de 65 anos; a outra metade tinha 65 anos ou mais.
Nos testes de equilíbrio, os participantes ficaram em plataformas de força em diferentes situações: em ambas as pernas com os olhos abertos, em ambas as pernas com os olhos fechados, na perna não dominante com os olhos abertos e na perna dominante com os olhos abertos. Nos testes em uma perna, os participantes podiam posicionar a outra perna onde quisessem. Os testes duraram 30 segundos cada.
Ficar em uma perna — especificamente na perna não dominante — mostrou o maior índice de declínio com a idade.
“O equilíbrio é uma medida de saúde porque reflete o quão bem os sistemas do corpo estão trabalhando em conjunto”, explica Kenton Kaufman, autor sênior do estudo e diretor do Laboratório de Análise de Movimento da Mayo Clinic, à CNN. “Um bom equilíbrio permite realizar as atividades diárias sem medo de quedas. Isso leva a uma melhora na qualidade de vida e ao envelhecimento saudável”, acrescenta.
Falta de equilíbrio é principal causa de lesões e quedas em idosos Quedas acidentais são a principal causa de lesões entre adultos com 65 anos ou mais. A maioria das quedas em adultos mais velhos resulta de uma perda de equilíbrio.
Segundo Kaufman, a perda de equilíbrio é comum em idosos por diferentes fatores. Alguns exemplos podem incluir efeitos colaterais de medicamentos, problemas cardíacos ou condições cerebrais e do sistema nervoso, como acidente vascular cerebral (AVC), demência, doença de Parkinson e ataxia.
Exercícios como ficar em uma só perna, proposto pelo estudo, pode ajudar o corpo a coordenar as respostas musculares e vestibulares para manter a estabilidade, segundo o especialista. “Se você consegue manter essa posição por 30 segundos, é um bom sinal de um equilíbrio forte”, afirma.
Segundo o pesquisador, dos três fatores analisados pelo estudo (equilíbrio, marcha e força), o equilíbrio em uma só perna apresentou o declínio mais rápido.
“O declínio na duração em que uma pessoa pode ficar em uma perna não foi estudado adequadamente no contexto do envelhecimento. De acordo com o conhecimento dos pesquisadores, essa comparação é a primeira desse tipo dentro da população idosa”, afirma.
Na visão de Kaufman, essa medida é importante porque não requer expertise especializada, ferramentas ou técnicas avançadas. As pessoas podem testar-se ficando em uma perna – não é necessário equipamento especial, apenas um cronômetro (lembre-se, se você consegue ficar em uma perna por 30 segundos, você está indo bem).
O estudo sugere que o tempo em que você consegue ficar em uma perna é uma medida confiável de envelhecimento tanto para homens quanto para mulheres idosos.
O que os outros testes do estudo mostraram? Para avaliar outros fatores de envelhecimento, como a marcha e a força, os pesquisadores realizaram mais dois testes. No primeiro, eles usaram um dispositivo personalizado para medir a força de preensão dos participantes. No segundo, a força do joelho foi testada enquanto os participantes estavam em posição sentada. Eles foram instruídos a estender o joelho com a maior força possível.
Tanto os testes de força de preensão quanto os de força do joelho foram realizados no lado dominante. A força de preensão e a força do joelho apresentaram declínios significativos por década, mas não tanto quanto o equilíbrio, segundo os pesquisadores.
A força de preensão diminuiu a uma taxa mais rápida que a do joelho, sendo um melhor indicador de envelhecimento do que outras medidas de força. No teste de marcha, os participantes caminharam para frente e para trás em uma passarela plana de 8 metros no seu próprio ritmo e velocidade.
Já os parâmetros da marcha não mudaram com a idade. “Isso não foi um resultado surpreendente, já que os participantes caminharam no seu ritmo normal, e não na velocidade máxima”, diz Kaufman.
Não houve declínios relacionados à idade nos testes de força específicos por sexo. Isso indica que a força de preensão e a força do joelho dos participantes diminuíram a uma taxa semelhante. Os pesquisadores não identificaram diferenças entre os sexos nos testes de marcha e equilíbrio, o que sugere que homens e mulheres foram igualmente afetados pela idade.
O parelhense Dr. Flaubert Sena recebeu na última semana a comenda professor Onofre Lopes da Silva, concedida pelo Conselho de Medicina do Rio Grande do Norte (Cremern). A cerimônia fez parte da Semana da Medicina e valorizou a atividade profissional de médicos que fazem a diferença com sua profissão em solo potiguar.
Além dele, outros dois profissionais foram condecorados: Dr. Ricardo Lagreca e Dra. Maria Miranda. A entrega das comendas foi realizada na sede do Conselho, localizado no bairro Cidade Alta, em Natal.
Residente em Currais Novos, Dr. Flaubert Sena é proprietário da Clínica Humanitare e acumula reconhecimento pela sua trajetória profissional. Em 2018, foi um dos responsáveis pelo processo de recuperação do presidente Jair Bolsonaro após a facada sofrida nas vésperas da eleição daquele ano.
Dois anos depois, recebeu a medalha de ouro na Copa Mundial de Endoscopia, motivo de orgulho para todos os norte-rio-grandenses.
Municípios da Região Metropolitana de Natal estão sem imunizantes contra a covid-19. Na capital, as últimas unidades possuíam prazo de validade até o último dia 6 deste mês. De lá para cá, o Município não recebeu nenhuma dose. Em Macaíba, Extremoz, São José de Mipibu e Parnamirim também não há mais doses. Há informações de que a situação é a mesma em todo o RN.
Procurada, a Secretaria de Estado da Saúde Pública (Sesap), responsável pela distribuição dos imunizantes, não respondeu como está a situação nos municípios do Rio Grande do Norte.
De acordo com a Secretaria de Saúde de Natal (SMS), parte das doses da capital venceu no dia 27 de setembro e outra parte no último dia 6 de outubro. “Não há previsão de chegada de novas unidades. A informação que circula é que falta vacina em todo o Estado, tanto adulto quanto infantil”, disse a SMS Natal. Na Unidade Básica de Saúde de Brasília Teimosa, na zona Leste da cidade, a busca pelo imunizante tem sido baixa, mas, quem procura se vacinar, não consegue acesso à proteção.
“Cerca de duas pessoas procuram a unidade por dia para se vacinar contra a covid-19, mas nós aguardamos novas doses e não temos como ofertar o imunizante. As demais vacinas seguem sendo aplicadas normalmente”, falou a administradora da unidade, Albertina Bessa. “Algumas doses venceram sem que houvesse procura suficiente para ela. Felizmente, foram poucas [doses]”, complementa a responsável técnica pela sala de vacinação da UBS, Vicentina Gurgel. A capital registrou 890 casos de covid-19 até agosto deste ano, conforme mais recente boletim da SMS.
O Ministério da Saúde negou nesta quarta-feira (23) que o país passa por falta generalizada de vacinas. Em nota, a pasta cita que houve “desabastecimento momentâneo” de imunizantes contra a covid-19 no país no período de 16 de outubro, data de vencimento das doses em questão, e 22 de outubro.
O ministério destacou que 1,2 milhão de vacinas começaram a ser distribuídas nesta terça-feira (22) – São Paulo, Paraíba, Rio Grande do Norte e Pernambuco, segundo o comunicado, vão receber imunizantes a partir desta quarta-feira. A previsão da pasta é que, até a próxima sexta-feira (25), todos os estados tenham recebido suas doses.
Em Parnamirim, a perspectiva é de que novas doses cheguem na próxima semana, de acordo com a Prefeitura do Município. “Aguardamos a Sesap. Haverá um pedido para novembro, mas as doses só devem chegar na semana que vem”, informou a assessoria de comunicação da Prefeitura. Em São José de Mipibu, a Secretaria de Saúde informou que “recebeu algumas doses para maiores de 12 anos, com validade de sete dias há algumas semanas”. A pasta explicou que as doses disponibilizadas já foram fornecidas à população.
“Portanto, atualmente, não temos vacina contra covid. É importante lembrar que os imunizantes pelo SUS dependem exclusivamente do Ministério da Saúde para fornecimento”, disse a secretaria. Em Extremoz, a perspectiva é de receber nova remessa na próxima semana.
“Estamos em falta também, a exemplo do que parece estar ocorrendo em todo o Estado. A informação é de que na próxima semana novas doses deverão chegar”, disse a Secretaria de Saúde de Extremoz. O Município de Macaíba também tem expectativa de obter novas unidades e retomar a ofertar a proteção na semana que vem. “Não temos vacina contra covid no momento. A previsão é o Estado entregar no final dessa semana [novas doses] e até a quarta-feira (30), normalizar o estoque em todas as nossas unidades”, explicou a Prefeitura.
Os usuários que dependem da Unidade Central de Agentes Terapêuticos (Unicat) no Rio Grande do Norte seguem enfrentando dificuldades para ter acesso à boa parte dos remédios. Nesta quarta-feira (23), dos 216 medicamentos fornecidos, 81 (pouco mais de um terço), estavam em falta, conforme lista disponível no site da Unicat e que passa por atualização diariamente. Do total, dois medicamentos estavam suspensos, 60 aguardavam licitação e 19 esperavam distribuição do Ministério da Saúde (MS). A reportagem foi à Central na manhã desta quarta, no bairro do Tirol, em Natal. Por lá, as queixas sobre a falta de remédios não são incomuns. São usuários que chegam à capital, em grande parte, vindos do interior. Eles relatam que, às vezes, ficam meses sem conseguir os medicamentos na Unicat. É o caso da dona de casa Liziane Alves, de 48 anos. Ela conta que saiu de Bom Jesus (no Agreste potiguar) de madrugada em busca das medicações. “Saí às 4h e quando cheguei aqui, fiquei sabendo que está faltando um remédio para os ossos e outro para o sono”, relata.
A dona de casa faz uso de quatro fármacos ofertados pela Unicat. Ela diz que até se surpreendeu porque um dos medicamentos – hidroxicloroquina – estava disponível, algo que não acontecia havia meses. “Não esperava pegar esse remédio agora. Não tenho renda, então, peço ajuda aos conhecidos para comprar os medicamentos que estão faltando. Pelo menos dessa vez, tinha a cloroquina e uma injeção que eu tomo. Mas faltou queatipina de 300 mg e gabapentina de 400 mg”, comentou Liziane.
O professor Luiz Antônio Teixeira, de 49 anos, não consegue pegar remédio para asma – o formoterol budesonida (Alenia) desde o mês passado. Ele tem arcado com os custos do fármaco. “O preço varia entre R$ 100 e R$ 120. Eu tenho um salário e, apesar de representar uma despesa a mais, consigo comprar, mas tem gente que não tem. Minha filha toma insulina, pega aqui e às vezes falta também. De vez em quando a gente se depara com esse tipo de situação. É frustrante”, disse ele, que mora em Ceará-Mirim, na Grande Natal.
Já a dona de casa Josicleide Costa, de 38 anos, não tem como pagar pelo tacrolimo, uma das duas drogas utilizadas pelo marido para evitar a rejeição de um rim. O homem foi transplantado há quatro anos. “Mês passado pegamos normalmente, mas agora está faltando e nem a gente sabe quando vai chegar. Ele ainda tem um pouco, mas não sei se dá para chegar até a gente receber de novo. É um remédio caro, custa R$ 22 mil. Quando acontece de faltar, a gente pede doação do remédio em um grupo de WhatsApp, feito só para isso. Quem tem, divide com quem não tem, porque não dá para ficar sem o medicamento”, conta a mulher, que é de Nova Cruz.
De acordo com a lista disponível no site da Unicat, a situação dos remédios citados nesta reportagem é a seguinte: gabapentina de 400 mg e formoterol budesonida (de 200 mg e 400 mg) estão em licitação; e quetiapina de 300 mg e tacrolimo, aguardam distribuição do Ministério da Saúde. Ainda de acordo com a lista, está suspenso o abatacepte (de 125 mg e 250 mg), para artrite reumatoide.
Em nota, a Secretaria de Saúde do Estado informou que “os setores técnicos e de gestão da Sesap, em parceria com a Unicat, vem aplicando todos os esforços para ampliar a aquisição de medicamentos e insumos. As compras no serviço público são feitas através de licitação, com livre concorrência, e, no caso de medicamentos e insumos hospitalares, há uma constante falta de empresas para o fornecimento, o que atrasa o processo de aquisição, levando às faltas.
Para dirimir tais situação, há uma força-tarefa permanente atuando nos processos de licitação, que estão acontecendo de modo mais célere nos meses recentes, diminuindo o atraso nas aquisições. A respeito do valor anteriormente bloqueado, a Unicat esclarece que os medicamentos que faziam parte do processo judicial foram adquiridos e entregues, com exceção de uma empresa que ainda não entregou”.
Falta de medicamentos gerou bloqueio em contas
A falta de medicamentos na Unicat é registrada frequentemente pelos usuários e também em reportagens da TRIBUNA DO NORTE. A situação tem gerado bloqueios nas contas do Estado. No começo de agosto passado, a Justiça bloqueou R$ 4,7 milhões das contas do Governo para a aquisição de medicamentos indisponíveis na Unidade de Agentes Terapêuticos do RN. A movimentação judicial se deu em cumprimento provisório de uma decisão já existente e assinada pelo juiz Airton Pinheiro, da 1ª Vara da Fazenda Pública da Comarca de Natal.
Na decisão, a Justiça considerou que o Estado, além de não ter efetuado as aquisições necessárias para abastecer a Unicat, não justificou a impossibilidade de cumprir a obrigação imposta, de concluir a compra dos fármacos. O processo para tentar resolver o problema não é recente. Outra decisão, em 2015, que integra a mesma Ação Civil Pública de agosto deste ano, determinava que o Estado constituísse uma equipe exclusiva de servidores para conduzir as aquisições dos fármacos do Programa CEAF-SUS, que envolvia, a Central, Setor de Compras e Pesquisa Mercadológica, além do Setor de Contratos da Sesap.
Durante o processo, o MPRN chegou a requerer o bloqueio de R$ 8 milhões para compra dos medicamentos, situação que foi extinta após a homologação de um acordo extrajudicial e determinada a devolução dos valores bloqueados. Em novembro do ano passado, a TRIBUNA DO NORTE mostrou que o Estado teve bloqueio de R$ 37,1 milhões para medicamentos entre 2018 e 2022, o equivalente a uma média de R$ 7,4 milhões bloqueados por ano, segundo dados da plataforma GPS Med, do Tribunal de Justiça (TJRN).
O Rio Grande do Norte registrou o maior aumento de casos de estupro de vulneráveis no Nordeste em 2023, com um crescimento alarmante de 36,9%. Os dados, divulgados no Anuário Brasileiro de Segurança Pública e detalhados pelo Instituto Liberta, mostram que o estado potiguar é o segundo do País com o maior salto no número de vítimas, ficando atrás apenas de Rondônia, que apresentou uma alta de 64,6%. De acordo com o levantamento, o número de vítimas no Rio Grande do Norte passou de 707 para 968 entre 2022 e 2023.
O aumento foi quase cinco vezes superior à média nacional, que registrou um crescimento de 7,5% em 2023. No total, foram 64.237 casos de estupro de vulneráveis em todo o País no último ano. Estados como Ceará (17,9%) e Paraíba (14,5%) também superaram a média nacional, mas o Rio Grande do Norte se destaca de forma negativa por estar no topo da lista da região. Em contraste, estados como Maranhão apresentaram uma leve queda nos casos (-0,6%).
O Anuário Brasileiro de Segurança Pública destaca um perfil que reflete a gravidade do problema: 61,6% de todos os estupros registrados no país em 2023 tiveram como vítimas crianças menores de 14 anos. No Nordeste, esse padrão se mantém, com meninas negras sendo as principais vítimas desse tipo de violência. Elas representam 51,9% dos casos de estupro de vulneráveis no Brasil, seguidas por meninas brancas, que correspondem a 47,1%.
Outro dado preocupante revelado pelo levantamento é o local onde esses crimes ocorrem. Em 65,1% dos casos, a violência sexual foi praticada dentro de casa, e os principais agressores são, em 85,5% das vezes, familiares ou pessoas próximas das vítimas. O crime de estupro de vulneráveis, conforme definido pela legislação brasileira, abrange não apenas menores de 14 anos, mas também pessoas com enfermidades ou deficiências mentais que as impeçam de consentir.
Luciana Temer, presidente do Instituto Liberta, reforça a complexidade da análise desses dados e o impacto da subnotificação. “É uma análise que não é simples. O RN aparece com uma média mais alta do que a média brasileira, com 36% a mais de registros. Se a gente fizer uma análise contextualizada, vai verificar que ano a ano tem subido o número de registros de violência sexual contra crianças e adolescentes no Brasil todo. Esse aumento não é só do Rio Grande do Norte”, afirmou.
Ela também mencionou estudos que indicam uma subnotificação extrema. “Tem estudos que mostram a enorme subnotificação dessa violência. Um estudo do IPEA diz que só 8,5% dos casos de estupros são registrados e denunciados. Tem um outro estudo que o Instituto Liberta fez com o Datafolha em 2022 que apontou que, no Brasil todo, só 11% tinham denunciado as violências sexuais sofridas na infância. A gente está falando de uma subnotificação de 90% dos casos.
Quando você pensa que dos 100% dos casos que acontecem, somente 10% chegam ao conhecimento das autoridades, você imagina que há uma margem muito grande de crescimento”.
O aumento significativo dos registros de estupro de vulneráveis no Rio Grande do Norte evidencia a necessidade urgente de políticas públicas mais efetivas para a proteção de crianças e adolescentes, diz Temer. “Não só a repressão, mas sobretudo para prevenção desta violência. Quando a gente fala de denúncia e de punição, de enfrentamento da impunidade, isso é muito importante. A gente tem que começar a denunciar essas violências, tirar o silêncio, o sistema de Justiça tem que começar a trabalhar melhor com essas denúncias, mas nós precisamos pensar se a gente quer ser um País que prende estuprador ou se a gente quer um ser País onde o estupro não acontece”.
Brasil No cenário nacional, os casos de estupro de vulneráveis cresceram 7,5% em 2023, atingindo um total de 64.237 registros. O Anuário Brasileiro de Segurança Pública revela que 61,6% das vítimas são crianças menores de 14 anos, reforçando a gravidade da violência sexual no país. Entre as principais vítimas estão meninas negras, que representam 51,9% dos casos.
O ambiente familiar é o local mais comum onde ocorrem esses crimes, com 65,1% dos estupros acontecendo dentro de casa e 85,5% dos agressores sendo familiares ou pessoas próximas das vítimas. Especialistas apontam que há uma subnotificação expressiva: estudos indicam que apenas 8,5% a 11% das violências sexuais contra crianças e adolescentes são denunciadas. Isso sugere que o número real de abusos pode ser muito maior.
Registros de casos em 2023 RN: 36,9% (de 707 para 968 casos) CE: 17,9% (de 3.580 para 4.220 casos) PB: 14,5% (de 1.125 para 1.288 casos) SE: 7,4% (de 739 para 794 casos) PI: 6,9% (de 850 para 908 casos) AL: 6,2% (de 1.238 para 1.315 casos) PE: 1,1% (de 3.958 para 4.002 casos) BA: 3,7% (de 4.350 para 4.511 casos) MA: -0,6% (de 1.550 para 1.541 casos)
Fonte: Anuário Brasileiro da Segurança Pública/Instituto Liberta
Os médicos que prestam serviço para a empresa de Serviço de Assistência Médica e Ambulatorial (SAMA) no Hospital Regional Tarcísio Maia, em Mossoró, decidiram nesta quarta-feira 23, em assembleia com o Sindicato dos Médicos do Rio Grande do Norte (Sinmed RN), iniciar uma paralisação em decorrência do descumprimento de um acordo pré-processual com o governo do Estado. A paralisação, que começará oficialmente no sábado 26, terá como consequência o esvaziamento de leitos de UTI. A reclamação pré-processual foi realizada à pedido do Conselho Regional de Medicina do RN (CREMERN) e participam a empresa SAMA, a Cooperativa Médica do RN (COOPMED), Governo do Estado e a Prefeitura de Natal. Desde maio, o governo não vem cumprindo com os pagamentos acordados, que incluem parcelas de maio e junho, já atrasadas. Os médicos alertam que a situação não pode continuar e, por isso, optaram por esta ação.
Durante a assembleia, os profissionais de saúde discutiram a gravidade do cenário atual, que não só afeta a remuneração, mas também a qualidade do atendimento prestado aos pacientes. A assembleia também definiu que, se até sábado ainda houver pacientes na UTI e a situação não for resolvida, eles serão transferidos para outras unidades via sistema REGULA. A paralisação promete impactar diretamente o atendimento no maior hospital da região, especialmente nas unidades de terapia intensiva (UTI’s), onde o cuidado é crítico. O sindicato esperam que essa medida leve o governo a tomar providências imediatas para regularizar os pagamentos e garantir a continuidade do atendimento.
O sindicato irá acionar as autoridades interessadas nova assembleia será realizada na próxima sexta-feira 25 para que sejam discutidas as estratégias no movimento.
O Tribunal Regional Eleitoral (TRE-RN) deferiu nesta quarta-feira 23, a candidatura do ex-deputado Souza (União Brasil) à Prefeitura de Areia Branca. Apesar de ter sido o candidato mais votado na eleição do último dia 6 de outubro, com 52,28% dos votos válidos (9.710 votos), Souza estava aguardando a decisão da Justiça Eleitoral para saber se poderia ou não assumir a Prefeitura do município de Areia Branca. A eleição em Areia Branca contou com 19.090 votos no total, em segundo lugar na disputa ficou Dr. Bruno (MDB) com 8.608 votos válidos e, em terceiro, Pedro do Atum (Republicanos) com 254 votos válidos.
Com a decisão tomada, Souza está apto a tomar posse da prefeitura no dia 1º de janeiro de 2025 e governar durante os quatro anos de mandato. “Uma boa notícia, o TER-RN acaba de confirmar a vitória que o povo nos deu nas urnas, os 9.710 votos serão computados. Para ser mais claro, Souza e Manezinho eleitos prefeito e vice-prefeito de Areia Branca”, comemorou, em vídeo publicado em sua rede social.
O FLIC 2024 chega a Currais Novos com uma programação diversa que promete encantar amantes da literatura e entusiastas da cultura. O evento acontecerá de 3 a 9 de novembro, ocupando diversos espaços do município, e contará com escritores convidados, feira do livro, lançamentos de obras e oficinas criativas.
A equipe organizadora está finalizando os detalhes burocráticos para divulgar a programação completa, que incluirá atividades em escolas públicas, feira do livro em praça pública, oficinas com autores e uma rara oportunidade de bate-papo com escritores locais, regionais e nacionais.
Durante a feira do livro, os visitantes poderão explorar estandes de editoras, sebos e livreiros independentes. Além disso, haverá uma área dedicada à exposição de autores independentes e artesãos que foram selecionados por meio de um mapeamento promovido pelo próprio festival.
“Estamos animados em promover este encontro entre leitores e autores. Mais do que um evento literário, o FLIC é uma plataforma para o diálogo e a troca de ideias, essencial para o fortalecimento da cultura na nossa região” – destaca Mattson, um dos organizadores do evento.
Serviço Data: 3 a 9 de novembro de 2024 Local: Currais Novos – RN Contato para Informações: [email protected] Rede Social Oficial: @flic_cn
Sobre o FLIC
O FLIC surgiu em 2021, fruto da parceria entre os vereadores Mattson e João Gustavo, com o objetivo de criar um momento anual de confraternização entre amantes da literatura em Currais Novos. Em 2024, o festival chega à quarta edição, consolidando-se como um dos eventos mais importantes do calendário literário potiguar.
O ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), comparou as propostas em tramitação no Congresso que limitam poderes da Corte à ditadura da Era Vargas. A declaração foi feita durante sessão no plenário do STF nesta quarta-feira (23). Na avaliação do ministro, é “perigoso” estimular a postura do Congresso. “Estamos falando de quatro ou cinco emendas constitucionais. Há, inclusive, dois mandados de segurança com o ministro Kassio [Nunes Marques] tratando de matérias de cláusula pétrea. Uma delas que revive um dispositivo da Polaca, a Carta de 1937 de Getúlio Vargas”, afirmou.
A Constituição de 1937, estabelecida no regime autoritário de Getúlio Vargas, previa que o presidente da República poderia pedir a revisão de decisões do STF pela inconstitucionalidade de leis. O chefe do Executivo tinha o poder de devolver a lei para análise do Legislativo.
PEC No início deste mês, a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara dos Deputados aprovou uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que tem conteúdo semelhante. Agora, o texto deve ser analisado por uma comissão especial antes de ir a plenário.
O texto aprovado autoriza ao Congresso derrubar decisões do Supremo se considerar que a Corte ultrapassou o exercício da função jurisdicional.
Segundo a PEC, que teve relatoria do deputado Luiz Phillippe de Orleans e Bragança (PL-SP), para que a decisão seja sustada, são necessários os votos favoráveis de dois terços da Câmara e do Senado.
Pacote anti-STF Outra PEC e dois projetos de lei que limitam poderes da Suprema Corte também foram aprovados pela CCJ neste mês. Uma das propostas limita decisões monocráticas (individuais) de ministros do STF.
As demais matérias criam novas hipóteses de crime de responsabilidade para magistrados. Os textos dependem de despacho do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), para avançar.
Defesa Na terça-feira (22), Lira enviou ao Supremo uma manifestação em que defende a proposta que limita decisões monocráticas de ministros da Corte. Ele declarou que a matéria não apresenta “qualquer inconstitucionalidade” e não interfere na autonomia do STF.
“Não se busca suprimir ou extinguir a função jurisdicional do Supremo tampouco há interferência em sua autonomia como órgão de controle constitucional”, escreveu Lira na manifestação. “Ao contrário, o objetivo primordial da PEC é a racionalização do exercício de medidas cautelares e de decisões monocráticas, conferindo maior previsibilidade e transparência à atuação judicial”.
A vice-presidente dos Estados Unidos e candidata democrata, Kamala Harris, teceu críticas ao ex-presidente Donald Trump por supostos elogios ao líder nazista Adolf Hitler. Em pronunciamento na quarta-feira (23), durante evento na Pensilvânia, a política disse que o republicano está “cada vez mais desequilibrado”.
“É profundamente preocupante e incrivelmente perigoso que Donald Trump invoque Adolf Hitler, o homem que foi responsável pela morte de seis milhões de judeus e de centenas de milhares de americanos”, disse Kamala. “Portanto, a conclusão é esta: sabemos o que Donald Trump quer: ele quer um poder sem controle”, acrescentou.
A declaração da vice-presidente se refere a uma entrevista de John Kelly, ex-chefe de gabinete de Trump, ao The New York Times. Na conversa, divulgada no início desta semana, Kelly afirmou que Trump atendia à “definição geral de fascista” e que “comentou mais de uma vez que Hitler também fez algumas coisas boas”.
O general Mark Milley, que também serviu sob o governo de Trump, já havia feito acusações semelhantes, chamando o republicano de “fascista até a medula”. “Não fazemos juramento a um rei, ou a uma rainha, a um tirano, ditador ou aspirante a ditador. Ninguém jamais foi tão perigoso para este país quanto Donald Trump”, disse ele.
Trump rebate Kamala Pelas redes sociais, Trump rebateu Kamala, dizendo que ela teria a mente distorcida. “Kamala está aumentando cada vez mais sua retórica, chegando ao ponto de me chamar de Adolf Hitler e qualquer outra coisa que venha à sua mente distorcida. Ela é uma ameaça à democracia e não está apta a ser presidente dos Estados Unidos”, escreveu.
O governo Lula enviará para Londres o delegado Rodrigo Morais Fernandes, que foi o responsável por investigar a facada que Jair Bolsonaro recebeu na campanha eleitoral de 2018. A nomeação foi formalizada nesta quarta-feira (23/10). Atual diretor de Inteligência da PF, ele será adido da policial federal na Embaixada do Brasil em Londres, Reino Unido da Grã-Bretanha e Irlanda do Norte.
Segundo apurou a coluna com fontes da cúpula da PF, Morais só deve se apresentar em Londres no final do ano e ficará como adido pelo prazo de três anos. Em 2018, durante a campanha eleitoral, ele era delegado regional de Combate ao Crime Organizado em Minas Gerais e comandou a apuração sobre o atentado contra Bolsonaro.
O delegado concluiu que Adélio Bispo, responsável pela facada, agiu sozinho e que não houve um mandante contra a vida do então candidato à Presidência da República.
Após concluir as investigações, Fernandes ganhou uma promoção do governo Lula. Em fevereiro de 2023, logo no início do terceiro mandato do petista, ele foi nomeado diretor de Inteligência da PF e seguiu atuando em casos que envolvem o ex-presidente.
O ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, pretende apresentar a PEC da Segurança aos governadores em novembro, durante um encontro com os gestores marcado para acontecer em Brasília. O convite para que o ministro faça a apresentação da proposta partiu do governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), que organiza o encontro dos mandatários estaduais na capital brasileira.
Como noticiou o Metrópoles, a PEC da Segurança já foi apresentada a integrantes do governo federal, após reuniões de Lula com ministros que já foram governadores, como o chefe da Casa Civil, Rui Costa. Na prática, a proposta da à União maior competência de coordenar o Sistema Único de Segurança Pública (SUSP). Hoje, a autoridade pela segurança pública é da Polícia Militar, gerida pelos estados.
A PEC também deve criar um fundo para o sistema de segurança pública, com objetivo de reequipar as polícias e aumentar a competência da Polícia Federal no país.
Em entrevistas sobre o tema, o presidente Lula tem dito que quer enviar a PEC para o Congresso Nacional até o final de 2024. Atualmente, a proposta está parada na Casa Civil.