Um grave acidente quase aconteceu na tarde desta terça-feira (14) em Caicó, quando um micro-ônibus escolar perdeu o freio enquanto transportava várias crianças. Segundo informações do Corpo de Bombeiros Militar, o motorista conseguiu evitar uma tragédia ao jogar o veículo no acostamento, após perceber a falha no sistema de freios.
De acordo com o tenente-coronel Lima Verde, subcomandante do 4º Grupamento de Bombeiros Militar, o motorista vinha pela estrada que liga Jucurutu a Caicó e tentou reduzir a velocidade utilizando o freio motor. “Porém, ao chegar próximo à rotatória, com o fluxo maior de veículos e o carro em velocidade, ele acabou jogando o ônibus para cima do canteiro, vindo a machucar algumas crianças”, explicou o oficial ao Blog do Marcos Dantas.
Duas crianças precisaram de atendimento médico e foram socorridas pela ambulância do Corpo de Bombeiros. As demais, sem ferimentos aparentes, foram levadas até as escolas nas próprias viaturas da corporação.
Graças à rápida reação do motorista, o acidente terminou sem vítimas graves.
O Governo do Rio Grande do Norte emitiu uma nota oficial nesta terça-feira (14) negando rumores de que a governadora Fátima Bezerra (PT) poderia assumir uma vaga no Supremo Tribunal Federal (STF). Segundo a nota, a governadora é formada em Pedagogia e não tem atuação na área do Direito, e o tema nunca foi tratado por ela. A Assessoria de Comunicação do Governo do RN (ASSECOM) divulgou o esclarecimento oficial, afirmando categoricamente que não procede a informação sobre uma possível indicação de Fátima Bezerra para o STF em substituição ao ministro Luís Roberto Barroso.
De acordo com o comunicado, “não procede a informação de que a governadora do Rio Grande do Norte, Fátima Bezerra, poderia assumir uma vaga de Ministra do STF”. A nota ressalta ainda que a chefe do Executivo estadual é formada em Pedagogia e “jamais exerceu atividade ligada ao Direito”, o que inviabiliza qualquer hipótese de nomeação para o cargo, que exige formação jurídica.
Afinal, para ser nomeado ao STF é necessário demonstrar “notável saber jurídico”, ou seja, ter formação e experiência na área.
“Não há qualquer fundamento, e esse tema nunca foi sequer tratado por Fátima Bezerra”, destaca o texto. Fátima Bezerra já anunciou que renunciará ao cargo Executivo em abril para se candidatar ao Senado da República nas eleições de 2026.
Nota oficial do Governo do RN:
Não procede a informação que a governadora do Rio Grande do Norte, Fátima Bezerra, poderia assumir uma vaga de Ministra do Supremo Tribunal Federal (STF).
A governadora é formada em Pedagogia e jamais exerceu atividade ligada ao Direito. Não há qualquer fundamento, e esse tema nunca foi sequer tratado por Fátima Bezerra.
Natal, 14 de outubro de 2025.
Gabinete Civil do Governo do Estado do RN (GAC) Assessoria de Comunicação do Governo do RN (Assecom)
O Rio Grande do Norte vai fechando a gestão da governadora Fátima Bezerra (PT) com um desafio fiscal cada vez mais pesado: a dívida consolidada líquida do Estado alcançou R$ 6,34 bilhões em agosto de 2025, segundo o Relatório de Gestão Fiscal do Tribunal de Contas do Estado (TCE-RN). O valor representa um aumento de cerca de R$ 1,8 bilhão em comparação ao início do primeiro mandato da governadora, em 2019.
Do total, R$ 3,2 bilhões são referentes a dívidas contratuais, e R$ 2,49 bilhões a empréstimos e outros compromissos de longo prazo. Comparado a 2018, quando o Estado registrava R$ 1,75 bilhão em dívidas, o crescimento supera 260%, refletindo tanto o histórico de desequilíbrio fiscal quanto o aumento das operações de crédito nos últimos anos.
A situação preocupa especialmente a sucessão de 2026. Fátima deve renunciar ao cargo em abril para disputar o Senado, passando o governo ao vice Walter Alves (MDB). A transição ocorrerá em meio a alto comprometimento da receita com pessoal, dependência de repasses federais e déficit previdenciário, reduzindo a margem de manobra para investimentos futuros.
Pré-candidatos como Cadu Xavier (PT), Rogério Marinho (PL), Álvaro Dias (Republicanos) e Allyson Bezerra (UB) já se movimentam no cenário político, conscientes de que o próximo governo herdará um Estado financeiramente limitado. Enquanto aliados do governo destacam que parte da dívida reflete investimentos estruturantes e recomposição de passivos, opositores apontam falta de planejamento e alertam para o risco de comprometer a capacidade de investimento nos próximos anos.
Com R$ 6,3 bilhões em compromissos acumulados, renegociações de débitos e cortes em despesas de custeio poderão ser medidas obrigatórias para o próximo governador ou governadora. O tema deve pautar o debate eleitoral, colocando em evidência a narrativa de legado da gestão atual frente ao desafio estrutural das finanças públicas potiguares.
O índice de volume das atividades turísticas do Rio Grande do Norte cresceu 5,8% em agosto em relação a julho, segundo a Pesquisa Mensal de Serviços (PMS), divulgada nesta terça-feira 14 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O resultado interrompe uma sequência de quatro meses de queda e representa o melhor desempenho entre os cinco estados pesquisados do Nordeste e o segundo maior entre os 17 locais analisados no país, atrás apenas do Amazonas (6,9%).
A recuperação do setor foi acompanhada por um aumento de 4,2% na receita nominal no mesmo período. Em comparação com agosto de 2024, o crescimento da receita do turismo potiguar chegou a 15,5%, enquanto o volume subiu 6,1%. De janeiro a agosto, o acumulado mostra expansão de 5,6% em volume e 13,6% em receita. Nos últimos 12 meses, os indicadores alcançaram variação de 7,8% e 14,5%, respectivamente.
Os resultados do estado ficaram acima da média nacional. Em todo o Brasil, o crescimento do setor turístico foi de 0,8% em volume e 2% em receita, após três meses de queda, que haviam resultado em uma retração acumulada de 2,1%. O segmento nacional está atualmente 11,5% acima do patamar de fevereiro de 2020 e 2% abaixo do pico da série histórica, registrado em dezembro de 2024.
“Havia uma pressão do aumento de preços das passagens aéreas, que acabou reduzindo o volume do transporte aéreo em junho e julho, que é um dos principais componentes do turismo, levando assim a atividade turística a recuar nos últimos meses. Então essa alta de 0,8% vem de uma base de comparação mais baixa”, explicou o gerente da pesquisa, Rodrigo Lobo.
O setor de serviços do Rio Grande do Norte também apresentou resultados positivos em agosto, com alta de 1,1% no volume e 1,8% na receita nominal em relação a julho. Esse foi o segundo melhor resultado do ano para a receita, atrás apenas de fevereiro (2,5%). Na comparação com agosto de 2024, o crescimento foi de 7% em receita e 1% em volume. No acumulado de 2025, o setor soma alta de 9,4% em receita nominal e 3,2% em volume de serviços.
Nos últimos 12 meses, o crescimento foi de 6,5% em volume e 11,6% em receita. Apesar dos números positivos, o IBGE aponta uma leve desaceleração no ritmo de crescimento em relação a julho.
A PMS tem o objetivo de acompanhar o comportamento conjuntural dos principais segmentos empresariais não financeiros do setor de serviços, com exceção das áreas de saúde e educação. Os dados completos da pesquisa estão disponíveis no Sistema IBGE de Recuperação Automática (Sidra). A próxima divulgação, referente a setembro de 2025, será publicada no dia 12 de novembro.
Durante a sessão ordinária da Assembleia Legislativa do Rio Grande do Norte, realizada nesta terça-feira (14), os parlamentares aprovaram uma ampla pauta de projetos de lei e requerimentos que abrangem áreas como segurança pública, educação, cultura, saúde, meio ambiente e valorização de profissionais e patrimônios do estado.
Entre os projetos do Executivo, foi aprovado o Programa de interiorização da carcinicultura, que visa fortalecer a produção de camarão no interior do estado, o que vai proporcionar a geração de mais empregos e profissionalizando o setor. O deputado Hermano Morais, elogiou a iniciativa do Governo por fomentar o desenvolvimento econômico regional. “Reconhecer a importância do projeto e dizer que essa lei vem ser um divisor de águas para o setor, que necessitava de incentivos para chegar no interior do Estado, gerando mais empregos e renda”, disse Hermano ao se pronunciar sobre o projeto.
O deputado Coronel Azevedo (PL) teve destaque com diversas proposições aprovadas. Entre elas, a alteração da Lei nº 10.180/2017, que amplia a isenção de ICMS na compra de armas de fogo para policiais e guardas municipais, o reconhecimento do risco da atividade de profissionais da segurança privada e guardas municipais, justificando a efetiva necessidade do porte de arma, a criação da Carteira de Identificação Estudantil (CIERN), e a instituição do Programa voucher educacional no RN. “Matérias importantes que valorizam os profissionais da segurança pública em nosso Estado”, disse Coronel Azevedo.
Outras matérias do deputado tratam da responsabilidade dos pais por danos ao patrimônio escolar, da instituição de campanhas de conscientização contra a maconha e o aborto, da criação do “Dia do Odontolegista” e da vedação de conteúdos eróticos em escolas de ensino fundamental.
Também foram aprovadas proposições de outros parlamentares. O deputado Hermano Morais (PV) apresentou projetos voltados à educação ambiental e à política de incentivo à reciclagem. A capoeira como atividade educacional foi reconhecida por proposta do deputado Adjuto Dias (MDB). Já o deputado Neilton Diógenes (PP) propôs o reconhecimento de patrimônios culturais e naturais, como o Cajueiro de Pirangi e a Festa de Nossa Senhora da Conceição de Apodi, além de ações de acessibilidade em pontos turísticos.
A sessão contou ainda com a aprovação de requerimentos para sessões solenes em homenagem a personalidades e datas comemorativas, como o Dia do professor, o Dia do aviador, o Dia do servidor público, e homenagens a cidadãos potiguares como o comunicador Mução, o cantor Waldonys e o padre João Maria, de autoria do presidente da Casa, Ezequiel Ferreira.
A sessão também aprovou o projeto do Tribunal de Contas do Estado que reestrutura cargos e funções no órgão, modernizando sua gestão. O relator foi o deputado Adjuto Dias.
Uma preocupante tendência na saúde pública do Rio Grande do Norte começa a acender um sinal de alerta: o crescimento de doenças cardíacas em pessoas mais jovens. A percepção de um número maior de casos envolvendo infarto agudo do miocárdio, arritmias e insuficiência cardíaca no público com idade até 39 anos ganha respaldo em dados do Sistema DataSUS, que apontam um incremento tanto nas internações quanto nos óbitos por essas condições no estado.
Análises de dados do DataSUS referentes indicam um cenário de progressão preocupante no último ano. Comparando os períodos de janeiro a agosto, o ano de 2025 registrou 14 mortes e 305 internações de pessoas entre 0 e 39 anos por essas condições cardiovasculares. No mesmo intervalo de 2024, foram contabilizadas 11 mortes e 287 internações, o que representa um aumento de 27% nos óbitos e quase 6,3% nas internações em apenas um ano, para o mesmo período.
Ao observar um recorte temporal mais amplo, a tendência de aumento nas internações entre jovens torna-se ainda mais evidente. No quinquênio mais recente (2020-2024), foram registradas 1.640 internações, um salto significativo em relação às 1.318 internações verificadas no quinquênio anterior (2015-2019). Este crescimento de 24,4% nas hospitalizações sugere uma maior incidência ou um diagnóstico mais frequente dessas patologias cardíacas em uma parcela da população que, tradicionalmente, não era o foco principal das preocupações cardiológicas.
Embora o número total de óbitos no período de dez anos se mantenha relativamente estável – foram 83 mortes entre 2020-2024 contra 84 entre 2015-2019 -, o recente aumento entre janeiro e agosto de 2025 quando comparado com o mesmo período de 2024, aliado ao salto nas internações, reforça a necessidade de maiores cuidados com a saúde do coração. Este cenário emergente demanda uma análise criteriosa para entender os fatores subjacentes, que podem incluir desde mudanças no estilo de vida e fatores de risco até a melhoria nos métodos de diagnóstico precoce.
Diante desses números que desafiam o entendimento convencional de que doenças cardíacas são predominantemente problemas da terceira idade, a comunidade médica e as autoridades de saúde são chamadas a discutir as causas e as estratégias de enfrentamento. Por isso, ouvimos o médico cardiologista Antônio Amorim, especialista pela Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC), que aprofunda a discussão sobre os possíveis motivos e o que fazer para prevenir doenças cardíacas.
Entrevista | Antonio Amorim, cardiologista especialista pela SBC
Novo Notícias – A percepção de que mais jovens estão sofrendo infartos é real? O que os estudos e a prática clínica no RN mostram?
Antonio Amorim – As doenças cardiovasculares são a principal causa de óbito em todo o mundo. Sua incidência aumenta acima dos 35 anos. Nos últimos anos existem registros com aumento da mortalidade em pacientes mais jovens. Além disso, também hoje em dia temos um impacto maior nesses registros pela internet. Quando acontece casos assim, facilmente a notícia se dissemina através de redes sociais, blogs e mensagens.
NOVO – Quais são os principais fatores de risco que explicam um infarto em alguém com 21 ou 38 anos? O estilo de vida moderno é o principal vilão?
AA – Existem diversos fatores de risco que podem estar envolvidos. Temos um deles que é não modificável, que pode ser a genética do paciente, e existem diversos que chamamos de modificáveis (o indivíduo pode tentar evitar). Dentre os modificáveis, podemos citar o sedentarismo, tabagismo (hoje com jovens usando cigarros eletrônicos), alimentação irregular, obesidade, estresse… Esses fatores de risco levam ao aumento da prevalência de doenças como hipertensão e diabetes que potencializam a o risco cardiovascular do paciente. Não podemos esquecer que em muitos desses casos, o uso de esteroides anabolizantes, decorrente da pressão social de hoje em dia por ter que estar com o corpo em forma.
NOVO – Os sintomas do infarto em jovens podem ser diferentes ou “atípicos”? Isso dificulta o diagnóstico?
AA – Os sintomas nos jovens são característicos como em outras situações, como dor no peito que pode se irradiar para o dorso, braço esquerdo, mandíbula, e em alguns casos pode apresentar “falta de ar”. O grande problema é que quando o jovem apresenta sintomas assim, geralmente ele não pensa que pode ser um infarto pela sua idade, pode achar que está relacionado a uma dor muscular ou outra coisa, retardando em algumas situações a procura por uma urgência.
NOVO – Existe alguma relação comprovada entre sequelas da Covid-19 e o aumento de eventos cardíacos em jovens?
AA – Durante a infecção por COVID-19, podem ocorrer quadros de inflamação do músculo do coração que se chama miocardite, e que pode ser grave. Essa inflamação pode elevar exames de sangue que também aumentam no infarto causando até certa confusão. Seria outro mecanismo de doença cardiovascular que merece atenção. Agora, em relação ao infarto, não existem estudos de credibilidade que demonstram essa associação.
NOVO – Qual é a sua principal recomendação de prevenção? A partir de que idade e com que frequência um jovem sem histórico familiar deve fazer um check-up cardiológico?
AA – A principal recomendação é ter um estilo de vida saudável. Cuidar da alimentação, praticar atividade física regular, não fumar, combater obesidade, controlar doenças crônicas se apresentar (hipertensão, diabetes, colesterol elevado), reduzir estresse dentro do possível, dormir bem. Hoje em dia temos até comprovação que a espiritualidade pode também reduzir doenças cardiovasculares. E com relação ao check up é muito importante ser realizado porque tem doenças que não serão diagnosticadas se não fizer exames. Então, a partir dos 30 a 35 anos é muito importante uma avaliação cardiológica.
A Assembleia Legislativa do Rio Grande do Norte, por meio da Escola da Assembleia, participa das comemorações pelos dois anos da Rede de Escolas Judiciais e de Governo do RN (Rejug-RN), que acontecem no dia 24 de outubro, às 8h30, no Centro de Operações do TRE-RN (COJE), em Natal.
A programação contará com a palestra “Inovação no Serviço Público”, ministrada por Betânia Peixoto Lemos, presidente da Escola Nacional de Administração Pública (ENAP) e referência nacional em gestão e modernização da administração pública. O evento é aberto ao público, com inscrições gratuitas pelo link https://me-qr.com/l/rejug.
Criada em 2023, a Rejug-RN reúne nove escolas e centros de formação, incluindo a Escola da Assembleia, com o objetivo de promover integração, capacitação e troca de experiências entre instituições públicas.
Segundo o coordenador da Rede, juiz Marco Bruno Miranda Clementino, a Rejug busca fortalecer o diálogo e a cooperação entre os órgãos. “Nosso compromisso é consolidar a Rede como um espaço estratégico de troca de conhecimentos e boas práticas, alinhado às necessidades do estado e da sociedade”, afirmou.
Idealizada durante a gestão da desembargadora Zeneide Bezerra à frente da Esmarn, a Rejug tem se destacado como um espaço de formação continuada e inovação no serviço público, com atuação integrada entre o Judiciário, o Legislativo e o Executivo.
Estreia nesta quarta-feira (15), no Youtube, o Podcast Capítulo Extra, da jornalista e produtora cultural Bethise Cabral. Mirando a produção contemporânea brasileira e feminina, em especial a nordestina, Bethise entrevista escritoras do Rio Grande do Norte, do Ceará, de Pernambuco e do Seridó nessa primeira temporada.
O desejo de produzir o programa veio do desejo de compartilhar impressões sobre obras literárias lidas que ultrapassassem o espaço de um clube de leitura. Há alguns anos as leituras da jornalista apresentam, de forma proposital, esse recorte de gênero.
“Pesquiso muito e leio prioritariamente mulheres. Dedico ainda mais atenção ao que mulheres negras têm escrito e também produzido na cultura brasileira. O estalo para produzir o Capítulo Extra veio após a leitura de Mata Doce, da escritora baiana Luciany Aparecida”, explica Bethise.
E continua: “Sabe aqueles romances que te prendem e que te fazem se demorar por não querer viver o luto do fim da leitura? Mata Doce é um desses. Eu li e não consegui me desvencilhar dos personagens por semanas. E daí veio a ideia de colocar o Capítulo Extra no mundo”, comenta.
Nessa primeira temporada os episódios irão ao ar quinzenalmente e terá a produção literária como foco. “A ideia é que seja a primeira de muitas temporadas. Vamos trabalhar para que isso aconteça”, conclui.
O presidente da Frente Parlamentar das Águas do Rio Grande do Norte, deputado Francisco do PT, participou nesta segunda-feira (13), no campus da UFERSA, em Mossoró, da abertura do VI Encontro Estadual de Comitês de Bacias Hidrográficas.
O evento, que segue até o dia 16 de outubro, reúne autoridades, pesquisadores e representantes de instituições ligadas ao tema para discutir gestão das águas e soluções para os desafios hídricos do estado.
A mesa de abertura contou ainda com as presenças da deputada estadual Isolda Dantas (PT); do reitor da UFERSA, Rodrigo Codes; do secretário estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos, Paulo Varela; do diretor-presidente do IGARN, Procópio Lucena; da coordenadora do Fórum Potiguar do Comitê de Bacias Hidrográficas, Ceres Virgínia; e de Jorge Luís Pinto, organizador do encontro.
Durante sua fala, o deputado Francisco do PT destacou a importância do evento para o fortalecimento da política hídrica potiguar.
“O debate promovido por este encontro é fundamental para que possamos pensar o uso da água de forma integrada e sustentável. Os comitês de bacias exercem um papel essencial na construção de políticas públicas que garantam o acesso à água e a preservação dos nossos recursos hídricos”, afirmou o parlamentar.
Policiais da 1ª Companhia do 13º Batalhão de Polícia Militar de Currais Novos foram acionados para atender duas ocorrências de violência doméstica nesta segunda. Em uma delas, o agressor foi preso em flagrante e apresentado ao plantão da Delegacia de Polícia Civil. Já no segundo caso, o suspeito conseguiu fugir antes da chegada da guarnição.
Em Acari, um jovem foi conduzido ao plantão da Polícia Civil após ser flagrado praticando direção perigosa em via pública. De acordo com a PM, o suspeito teria alugado uma motocicleta em Currais Novos e estava realizando manobras perigosas — empinando o veículo pelas ruas da cidade. A moto foi apreendida.
Ainda em Acari, o novo comandante da 2ª Companhia, Major Garcia, deu início à Operação Terra das Cordilheiras, ação que visa reforçar o policiamento ostensivo e garantir mais segurança à população local.
O Ministério da Saúde (MS) emitiu um alerta nacional para os Estados e municípios nesta sexta-feira, 10, sobre o aumento de casos de sarampo no País. Do início de janeiro até o momento, o Brasil registra 34 casos da doença. Os Estados do Tocantins, Maranhão e Mato Grosso chegaram a entrar em situação de surto. A pasta solicita intensificação da vacinação e da vigilância em relação a possíveis infecções.
De acordo com a pediatra Isabella Ballalai, diretora da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm), o cenário é motivado por uma cobertura vacinal heterogênea. “Você pode ter 95% (de cobertura vacinal) em um lugar, mas 10% em outro, por exemplo. Então, nesses municípios em que a cobertura é baixa, os casos vão surgindo até que você perde o controle”, explica.
O esquema básico de vacinação é composto por duas doses. A primeira é aplicada aos 12 meses de idade e a segunda, aos 15 meses. Geralmente, é utilizada a vacina tríplice viral, que protege contra sarampo, caxumba e rubéola. O imunizante está disponível gratuitamente na rede pública. Isabella destaca que a eficácia é de 98% e a vacinação é a única forma de prevenção à doença.
Em 2024, o Brasil apresentou cobertura vacinal da tríplice viral de 95,7% para a primeira dose e 80,3% para a segunda dose. Já os dados preliminares de 2025 indicam coberturas de 91,2% e 74,6%, respectivamente. De acordo com o MS, esses índices aumentam a vulnerabilidade para a circulação do vírus do sarampo, já que estão abaixo da meta recomendada de 95%.
Dos 34 casos registrados no Brasil, nove são importados de pessoas que retornaram do exterior já infectadas. Outros 22 estão relacionados a esses casos. Já os outros três apresentam sequenciamento genômico compatível com variantes que circulam em outros países.
Segundo Isabella, muitos países estão vivendo um surto de sarampo, como os Estados Unidos, destino frequente de brasileiros. A transmissão começa justamente quando essas pessoas viajam, contraem a doença e retornam ao Brasil. Esses são os casos chamados de importados. “O problema é quando surgem infecções em pessoas que não viajaram. Isso significa que o vírus já está circulando na comunidade”, destaca.
Sarampo no mundo
De acordo com dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), foram notificados mais de 360 mil casos suspeitos da doença em 173 países, e cerca de 164 mil deles foram confirmados. A maior parte dos registros veio da Região do Mediterrâneo Oriental, com 34% dos casos, seguida pela África, com 23%, e pela Europa, com 18%.
Nas Américas, o cenário também chama atenção. Foram confirmados 11.691 casos de sarampo e 25 mortes em dez países. O Canadá liderou o número de infecções, com pouco mais de 5 mil casos, seguido pelo México, com 4.703, e pelos Estados Unidos, com 1.514.
Em março deste ano, os Estados Unidos registraram o primeiro óbito em dez anos por conta da doença. A situação aconteceu no início da gestão de Robert F. Kennedy Jr. como secretário de Saúde e Serviços Humanos, cargo equivalente ao de ministro da Saúde no Brasil. Kennedy Jr. já afirmou que a vacina tríplice viral estaria ligada ao autismo, uma alegação que foi estudada e desmentida – ou seja, não tem qualquer base científica.
Na América do Sul, a Bolívia enfrenta um surto ativo com 320 casos confirmados, enquanto o Paraguai registrou 50 casos, o Peru, 4, e a Argentina, 35.
Os dados da OMS apontam que os adolescentes e jovens adultos registram o maior número absoluto de casos. Nas Américas, 22% dos casos confirmados ocorreram entre pessoas de 10 a 19 anos, e 19% entre 20 e 29 anos. No entanto, quando se considera a taxa de incidência proporcional à população, os bebês com menos de 1 ano são os mais vulneráveis, com 6,6 casos para cada 100 mil habitantes.
O que é o sarampo?
O sarampo é uma doença causada por um vírus do gênero Morbillivirus, de transmissão respiratória, assim como a covid-19, influenza e outras infecções virais. A doença causa um quadro de saúde preocupante e potencialmente fatal, especialmente para crianças com menos de 2 anos.
“Até os anos 90, o sarampo era uma das principais causas de mortalidade infantil no Brasil”, pontua Isabella.
Os sintomas iniciais costumam ser parecidos com os de uma gripe: febre alta, tosse, coriza, conjuntivite e mal-estar. Depois de alguns dias, surgem manchas vermelhas pelo corpo, a principal marca da doença. Quando elas aparecem, o paciente pode estar transmitindo a doença há seis dias – a transmissão continua até quatro dias após o surgimento dessas marcas.
É importante frisar que o vírus do sarampo é considerado um dos mais contagiosos: um indivíduo com a doença pode infectar outros 16 que não estejam imunizados.
A Comissão Especial que analisa o pedido de cassação do mandato da vereadora Brisa Bracchi (PT) por suposto uso político de recursos públicos no evento “Rolê Vermelho” ocorrido em09 de agosto, na Cidade Alta, encerra a fase de depoimentos das testemunhas de defesa, incluindo a oitiva da própria acusada de quebra de decoro parlamentar, na tarde desta terça-feira (14).
Também será ouvido um funcionário da Fundação Capitania das Artes (Funcarte), órgão municipal responsável por executar a emenda parlamentar, no valor de R$ 18 mil, que resultou no pedido de cassação do seu mandato proposto pelo vereador Matheus Faustino (União Brasil).
Ao fim da instrução processual e dos depoimentos das testemunhas, segundo o Regimento Interno da Casa, começa a correr o prazo de cinco dias para o denunciado para apresentar razões finais.
Em seguida o relator, vereador Fúlvio Saulo (Solidariedade), emite seu parecer e em seguida a Comissão processante decide pela procedência ou improcedência da acusação, solicitando ao presidente da Câmara, vereador Ériko Jácome (PP), a convocação de sessão para julgamento.
Na sessão de julgamento, o processo será lido integralmente, e, a seguir, os vereadores que desejarem poderão manifestar- se verbalmente pelo tempo máximo de 15 minutos cada um, e, ao final, o denunciado, ou seu procurador, terá o prazo máximo de duas horas para sustentar oralmente sua defesa.
Durante a fase de depoimentos as testemunhas ouvidas foram a secretária municipal de Cultura e presidente da Funcarte, Iracy Azevedo, o produtor cultural Geraldo Gondim, a produtora musical Barbara Baracho, da Banda Skarimbó e o seu vocalista, além da cantora Kristal.
Conforme registros oficiais, foram pagos R$ 15 mil à cantora Khrystal e banda; R$ 2,5 mil à banda Skarimbó e R$ 500,00 ao DJ Augusto, totalizando R$ 18 mil com recursos públicos oriundos de emenda impositiva da vereadora Brisa Bracchi.
Em seu depoimento sobre organizador do “Rolé Vermelho: Bolsonaro na Cadeia”, o produtor Geraldo Gondim confirmou que o ato apresentado como “cultural” — realmente tinha viés político associado ao PT, partido ao qual é filiado.
Segundo Gondim, a vereadora Brisa Bracchi não atuou, diretamente, na organização do ato político, ocorrido na “Casa Vermelha”, localizado na rua Princesa Isabel, mas contribuiu por divulgá-lo em suas redes sociais.
“A gente saiu pedindo para todo mundo que tá envolvido pra fazer colab, gravar vídeo, foto…”, declarou Gondim, que admitiu ter produzido e distribuído pulseiras vermelhas com os dizeres “Bolsonaro na Cadeia”.
O denunciante vereador Matheus Faustino chegou a participar da penúltima reunião de oitivas de testemunhas, na quinta-feira (09). “Com as novas provas anexadas, as declarações feitas pelos depoentes a partir das minhas perguntas e por tudo que já se sabia, a Comissão Especial terá condições de julgar o caso com imparcialidade e responsabilidade após finalizado todo o devido processo legal de ampla defesa”, dizia na ocasião.
Para a vereadora Brisa Bracchi, série de depoimentos das testemunhas comprovam que ”não há qualquer prova contra o nosso mandato. As testemunhas foram unânimes em apontar a legalidade dos atos do mandato e explicaram que a execução das emendas foi feita pela Funcarte, dentro de todos os trâmites legais por eles mesmos atestados”.
Uma ocorrência registrada à 0h31 desta terça-feira (14) provocou interrupção no fornecimento de energia em diversos estados do País, incluindo o Rio Grande do Norte. Segundo a Neoenergia Cosern, 26 subestações elétricas da distribuidora foram afetadas pelo apagão. Segundo o governo federal, a falha foi causada por um incêndio em uma subestação no Paraná.
A empresa, que fornece a energia do Estado, informou que aguarda o relatório do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) para esclarecer as causas do problema. O restabelecimento do serviço começou em menos de quatro minutos após a interrupção e foi concluído por volta de 1h da madrugada, de forma gradual.
De acordo com a distribuidora, 21 municípios potiguares tiveram o fornecimento temporariamente suspenso: Natal (em trechos do Centro, Ribeira, Igapó e Planalto), Acari, Assu, Caicó, Campo Grande, Currais Novos, Governador Dix-Sept Rosado, Guamaré, Jardim do Seridó, Jucurutu, Macau, Major Sales, Marcelino Vieira, Nova Cruz, Parelhas, Parnamirim, Santa Cruz, Santana do Matos, Santo Antônio, São José de Mipibu e São Miguel.
Falha foi causada por incêndio
Em nota divulgada na manhã desta terça, o Ministério de Minas e Energia (MME) explicou que a falha teve origem em um incêndio em um reator na Subestação de Bateias, no Paraná, o que provocou o desligamento de toda a estrutura de 500 kV e a desconexão entre as regiões Sul e Sudeste/Centro-Oeste do sistema elétrico nacional.
Segundo o MME, o problema gerou uma “perturbação de grande porte” no Sistema Interligado Nacional (SIN), com o desligamento de cerca de 10 mil megawatts de carga, controlado automaticamente por meio do Esquema Regional de Alívio de Carga (ERAC) — mecanismo que evita colapsos maiores na rede.
A pasta informou ainda que a recomposição da energia começou “logo nos primeiros minutos” e foi concluída até 1h30 nas regiões Norte, Nordeste, Sudeste e Centro-Oeste, enquanto a região Sul teve o fornecimento restabelecido totalmente por volta de 2h30.
O MME destacou que o tempo de recuperação foi inferior ao registrado em outras ocorrências semelhantes no Sistema Interligado Nacional. Uma reunião preliminar entre o ministério, o ONS e os principais agentes do setor está programada para esta terça-feira, com o objetivo de identificar as causas exatas do incêndio. O Relatório de Análise da Perturbação (RAP) deverá ser apresentado até sexta-feira (17).
Ao menos oito estados tiveram apagão
Nas redes sociais, usuários relataram apagões em ao menos oito estados, além do RN: São Paulo, Rio de Janeiro, Bahia, Minas Gerais, Ceará, Mato Grosso do Sul, Amazonas e Santa Catarina.
Os efeitos foram distintos: enquanto em algumas localidades a oscilação durou apenas segundos, em outras houve interrupção total do serviço por até 20 minutos.
No Amazonas, a empresa responsável pelo abastecimento, a Amazonas Energia, atribuiu a falha a uma “perturbação” no Sistema Interligado Nacional (SIN). O problema afetou bairros das cidades de Manaus, Parintins e Itacoatiara. De acordo com a concessionária, a interrupção começou às 0h09 e foi resolvida por volta das 0h25.
O líder da oposição no Senado, Rogério Marinho (PL), afirmou que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) permanece como símbolo da direita e que, apesar dos processos e restrições judiciais, sua influência continuará viva nas eleições de 2026. Além de inelegível por ataques ao sistema eleitoral, Bolsonaro foi condenado no Supremo Tribunal Federal (STF) por tentativa de golpe de estado.
“Bolsonaro hoje é um símbolo, é uma referência, e ninguém mata uma ideia”, declarou o parlamentar. “Ele é uma pessoa de quem o sistema morre de medo. Como é que alguém se elege presidente da República num país com 120 milhões de eleitores sem partido político, sem tempo de televisão e sem dinheiro? Ele voou abaixo do radar. Quando o sistema percebeu que ele era um perigo, tentou matá-lo com uma facada.”
As declarações de Rogério foram dadas em entrevista à TV TCM, de Mossoró. O senador relatou que esteve recentemente com o ex-presidente e descreveu a situação de saúde dele após as cirurgias decorrentes do atentado de 2018. “Em mais de quatro horas de conversa, ele não parou de soluçar e vomitou três ou quatro vezes. Então, é alguém que está sequelado por uma tentativa de assassinato”, contou.
Mesmo assim, segundo Marinho, Bolsonaro continua sendo um ponto de união da direita e das forças conservadoras. “É um senhor de 70 anos. Mas ele representa um sentimento que une um grande grupo de brasileiros que pensam como ele, que respeitam a família, que amam o seu país, que não querem a corrupção, que não aceitam como normal esse cerceamento da liberdade, a censura, não respeitar o contraditório”, disse.
Para o senador, independentemente de poder disputar as eleições de 2026, o ex-presidente continuará influenciando o cenário político. “Ele é esse símbolo que todos nós trazemos dentro de nós, de amor ao nosso país. Eu espero que a anistia aconteça, que ele seja anistiado e possa participar do debate político, do processo político. Mas, independentemente disso, a ideia que ele representa, o conceito que ele traz dentro de si, vai estar em debate nas eleições de 2026”, afirmou. “Eu não tenho dúvida que vai vencer o bem.”
Coerência e identidade política Secretário-geral do PL e um dos principais estrategistas do partido, Rogério Marinho destacou a importância da coerência ideológica entre os seus membros e defendeu que a política brasileira vive um momento em que o eleitor exige posicionamentos claros.
“Cada vez mais a população está entendendo que não é possível votar em um político que tem uma posição no Estado e uma outra em Brasília, ou tem uma posição num município diferente da que ele tem em outro município. As pessoas estão cobrando coerência. Então, quem é você? O que é que você defende? De que maneira você se comporta, tanto na sua vida privada como na sua vida pública?”, questionou o senador.
Ele afirmou que as redes sociais contribuíram para o aumento da transparência e da cobrança sobre os agentes públicos. “Houve um fenômeno no Brasil e no mundo inteiro que foram as redes sociais. Então não é possível as pessoas se esconderem mais, fazerem de conta que são uma coisa e serem uma outra coisa completamente diferente.”
Para Marinho, a coerência é um pilar da reconstrução da direita no Rio Grande do Norte e no país. “Nós representamos hoje a direita no Brasil e no Estado do Rio Grande do Norte”, disse.
“Quem defende valores, e aí eu falo de família, de respeito à vida desde a concepção, de não aceitar a liberação das drogas, de defender uma política pública dura com quem infringe a lei, de defender o empreendedorismo, o cidadão ter a capacidade de, com seu próprio esforço, com seu próprio suor, prover o seu sustento tendo uma boa educação, uma boa qualificação, defender o direito de propriedade, defender uma política em que o Estado não se aproveite da sociedade, não seja maior do que a sociedade pode suportar.”
O papel da oposição Rogério Marinho defendeu a necessidade de uma oposição independente e ativa no Rio Grande do Norte, sem mencionar nomes ou gestões específicas, mas sinalizando que o PL pretende ampliar seu protagonismo.
“Para qualquer governo, qualquer que seja ele, é necessário que, para que ele melhore, para que ele produza, para que ele faça bem o seu papel, que haja também uma oposição independente, séria, que não pode ser cooptada”, afirmou.
Segundo ele, o partido quer ir além da disputa eleitoral: “Não adianta apenas a gente falar de política no ano eleitoral, o partido precisa necessariamente ser um órgão vivo, vibrante.”
Marinho disse ainda que a legenda tem buscado capilaridade em diversas regiões do Estado, e citou o caso do Oeste. “O PL já está em Rodolfo Fernandes, estamos tratando de uma negociação lá em Rafael Godeiro, temos o vice-prefeito lá em Marcelino Vieira, temos a prefeita em Tenente Ananias. Estamos nos preparando aqui na região para termos um posicionamento mais forte, porque o partido precisa se mostrar.”
Polarização e futuro das eleições O senador também abordou a polarização entre PT e PL e defendeu que o embate político de 2026 refletirá as diferenças ideológicas entre as duas visões de Estado.
“Não dá para separar a política estadual da política nacional”, disse. “Porque se você tem os valores que eu acabei de preconizar aqui, você vai administrar de uma forma. Se você não tem esses valores, vai administrar de outra forma.”
Ele, que é pré-candidato a governador, criticou o atual modelo de gestão do governo estadual e associou os problemas a uma estrutura pública “inchada e ineficiente”. “O Rio Grande do Norte seguramente é o Estado que tem o maior comprometimento de folha de pagamento com a sua receita. Isso impede que o Estado tenha a capacidade de fazer investimentos discricionários com recursos próprios nos municípios do Estado”, declarou.
“Você não vê ou não tem notícia de convênios celebrados do o governo do Estado com prefeituras para obras de infraestrutura. Isso acontece cotidianamente nos estados vizinhos do Ceará e da Paraíba, por exemplo.”
Marinho defendeu uma visão de Estado “enxuto, racional e eficiente”, contrapondo-se àquilo que chamou de modelo “hipertrofiado”. “Nós acreditamos no Estado eficiente, no Estado enxuto, no Estado racional, que sirva à sociedade e não no Estado gigante, cheio de cargos pendurados para apaniguados e aliados políticos, o que faz com que a sociedade sinta um peso muito maior.”
O senador rejeitou o rótulo de radical e disse que o PL apenas mantém firme seus princípios. “Às vezes nos chamam de radical. Nós somos a extrema-direita porque defendemos a Constituição, porque defendemos a liberdade de expressão, o livre-arbítrio, que não haja censura, que as pessoas possam se expressar”, disse. “Nós radicalizamos na defesa da democracia, na defesa da vida, na defesa do empreendedorismo, na defesa da propriedade, na defesa da Constituição.”
Após a derrubada da medida provisória (MP) que substituiria o aumento do IOF, o governo Lula iniciou uma série de exonerações de aliados políticos em cargos de segundo escalão. As demissões atingiram principalmente indicados de partidos do Centrão, como PP, PSD, União Brasil e MDB, e são vistas como uma retaliação direta à articulação que levou à derrota da MP na Câmara dos Deputados.
Entre os atingidos estão nomes ligados ao senador Ciro Nogueira (PP-PI), a lideranças do PSD de Gilberto Kassab e a deputados do União Brasil. Foram feitas mudanças em cargos da Caixa Econômica Federal, Codevasf, Iphan, Dnit e superintendências do Ministério da Agricultura. No entanto, o Palácio do Planalto poupou aliados do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), cuja indicação para a presidência da Caixa permanece intacta — ele se ausentou da votação que levou à queda da MP.
O governo considera a votação como uma “linha de corte” para medir o grau de fidelidade dos partidos da base. Deputados que votaram contra ou ajudaram a retirar a MP de pauta foram os primeiros alvos. Já os que se abstiveram, como Lira, não sofreram sanções por enquanto. A estratégia, segundo auxiliares de Lula, também tem um componente eleitoral, mirando o alinhamento político em 2026.
A movimentação gerou insatisfação entre parlamentares do Centrão. Líderes afirmam que punir aliados nesse momento é “ilógico” e que o governo corre o risco de tensionar ainda mais sua relação com a Câmara. Alguns deputados ressaltam que a votação foi apenas sobre a retirada de pauta, e não sobre o mérito da matéria, criticando a dureza da reação do Planalto.
Mesmo com as demissões, o governo deixou aberta a possibilidade de reaproximação com os partidos punidos. A avaliação interna é que a resposta serviu como um alerta político, mas sem fechar portas para futuras negociações no Congresso.