Na manhã do segundo dia da sessão do júri popular do caso Zaira foi dedicada à oitiva de duas testemunhas de defesa e ao início dos depoimentos dos peritos designados no processo. Ao todo, são três peritos e dois assistentes técnicos.
O primeiro já foi ouvido pela manhã e a previsão é de que os outros dois peritos e os assistentes técnicos sejam ouvidos ainda na tarde desta terça-feira.
Os peritos são criticados pela defesa do réu Pedro Inácio Araújo. “Uma pessoa morre asfixiada, ela deve apresentar sinais de asfixia e isso é biológico. A Zaira não apresentou esses sinais. Por mais que o equívoco da perícia inicial oficial, é verdade, tenha indicado, isso não aconteceu. E, aqui em Natal, não é todos novidade os problemas do oficial, isso é conhecido por. O oficial tem sérios problemas de estrutura”, afirmou o advogado Jader Marques.
No segundo dia de julgamento, o réu chegou ao Fórum Miguel Seabra Fagundes, em Lagoa Nova, às 7h09, acompanhado por policiais militares da Companhia Independente de Policiamento de Guarda. Uma imagem exclusiva da TV Tropical mostra que Pedro Inácio está com um visual bem diferente de quando foi preso. Mais magro, ele veste uma camisa social azul clara.
O caso
Zaira Cruz, de 22 anos, foi encontrada morta no dia 2 de março de 2019, no sábado de Carnaval, no município de Caicó. O policial militar Pedro Inácio Araújo é acusado de estuprar e matar a vítima.
Inicialmente, o processo tramitou na 3ª Vara da Comarca de Caicó, mas a defesa solícita e obteve o desaforamento para Natal, alegando dúvidas sobre a imparcialidade do júri na região do Seridó, devido à repercussão do caso.
Em vídeo publicado nas suas redes sociais na manhã desta terça-feira, o prefeito Lucas Galvão confirmou que a Prefeitura de Currais Novos será parceira do Potyguar, o Leão do Seridó, na temporada 2026. O clube, que recentemente conquistou o acesso e retornou à elite do futebol potiguar, enfrenta dificuldades financeiras para viabilizar sua participação na primeira divisão, que começa agora em janeiro.
O prefeito destacou que o município já contribui com a cessão do Estádio Coronel José Bezerra, patrimônio de Currais Novos e casa oficial do Leão do Seridó. Além disso, afirmou que a gestão irá garantir apoio extra para que o clube tenha condições reais de competir na elite do futebol estadual.
Durante o pronunciamento, Lucas também convocou o comércio local e a população de Currais Novos para se unirem em apoio ao Potyguar. Ele ressaltou a importância de fortalecer o único representante do Seridó na primeira divisão do Campeonato Potiguar, reforçando o papel do clube como símbolo esportivo e cultural da cidade.
Com a parceria anunciada, a cidade se mobiliza para garantir que o Leão do Seridó esteja preparado para a disputa do Campeonato Estadual 2026.
Reunindo os principais municípios que movem o turismo brasileiro, o 12° Encontro Brasileiro das Cidades Históricas, Turísticas e Patrimônio Mundial proporcionará um espaço para diálogo, intercâmbio de experiências e fortalecimento entre instituições que atuam na preservação do patrimônio cultural e na promoção do turismo sustentável. O evento busca valorizar a história, trocar boas práticas de conservação e debater melhorias no turismo como um todo.
Nossa Região Serrana Seridoense estará representada pelos potiguares: Josiane de Medeiros Gomes, Wallace Wilson Pereira e Altiva Maria Pereira.
O evento acontecerá no Armazém Docas André Rebouças, localizado na região portuária do Rio de Janeiro e contará com nomes como:
Eduardo Paes, Prefeito do Rio de Janeiro. Cláudio Castro, Governador do Rio de Janeiro. Celso Sabino, Ministro do Turismo. Augusto Nardes, Ministro do TCU. Mário Nascimento, Presidente da OCBPM. Gustavo Guerrante, Secretário de Desenvolvimento Urbano e Licenciamento Laura Di Blasi, Presidente do Instituto Rio Patrimônio da Humanidade. Daniela Maia, Secretária Municipal de Turismo do Rio de Janeiro. Bernardo Lahmeyer Fellows, Representante da RIOTUR. Marlova Jovchelovitch Noleto, Diretora da UNESCO no Brasil. Leandro Grass, Presidente do IPHAN. Marcelo Freixo, Presidente da EMBRATUR. Eliel da Silva Moura, Representante Regional da Fundação Cultural Palmares (FCP). Gustavo Tutuca, Secretário de Estado de Turismo do Rio de Janeiro. Entre diversos outros prefeitos(as), secretários de municípios turísticos brasileiros, instituições que representam o segmento, etc. Na ocasião, nossa representante Josiane Gomes fará uma palestra acerca de reflexões e experiências sobre territórios, turismo e Geoparques.
Os sindicatos que representam os peritos oficiais do Rio Grande do Norte divulgaram uma nota de repúdio contra declarações feitas pela defesa no Caso Zaira Cruz. Segundo a categoria, as falas colocam em dúvida, de forma injusta e sem respaldo técnico, o trabalho dos profissionais responsáveis pelos laudos oficiais.
A defesa teria afirmado que “o principal erro é pericial”, além de sugerir que a suposta inexperiência dos peritos comprometeu o resultado das análises. Para os sindicatos, essas declarações são genéricas, não apresentam contraprovas técnicas e desrespeitam a perícia oficial e seus servidores.
Na nota, as entidades reforçam que os peritos do RN são devidamente habilitados, seguem protocolos rigorosos e desempenham papel fundamental para a verdade real e para a Justiça. Por isso, desqualificar laudos sem fundamento técnico atinge a credibilidade da instituição e expõe injustamente toda a categoria.
Os sindicatos também criticam a generalização sobre “problemas estruturais”, afirmando que a perícia do RN, mesmo diante de limitações, mantém excelência reconhecida nacionalmente. Para eles, a tentativa de desacreditar o trabalho científico com retórica fragiliza a confiança da sociedade.
A nota reitera apoio aos profissionais citados pela defesa e rejeita qualquer tentativa de estigmatização ou difamação coletiva. As entidades reforçam que a prova pericial é essencial para garantir a verdade, proteger vítimas e assegurar a dignidade da Justiça.
Por fim, os sindicatos se colocam à disposição para debate técnico e reafirmam seu compromisso com seriedade, rigor científico, ética e imparcialidade. A nota é assinada por Matheus Carlos Barbosa Leal de Sousa Fé e Adelma Timotio Silva Cabral Pinheiro.
A paixão que move as arquibancadas de Currais Novos e do Seridó ganhou, nesta sexta-feira (29), um reconhecimento que vai além do futebol. A Torcida Jovem do Potyguar Seridoense, símbolo de união, identidade e pertencimento para Currais Novos, agora é oficialmente Utilidade Pública Estadual. A Lei 12.539 foi sancionada pela governadora Fátima Bezerra mas nasceu, das mãos e do coração, de quem conhece de perto o valor dessa história: o deputado curraisnovense Ezequiel Ferreira (PSDB).
Para muitos torcedores, o gesto tem o peso de um abraço coletivo. A torcida, que há anos sustenta bandeiras, organiza ações sociais, incentiva jovens e enche de vida o esporte local, sente-se, enfim, vista. E reconhecida.
Ao propor a lei, Ezequiel Ferreira destacou que a Torcida Jovem vai muito além do estádio. Ela é cultura, é solidariedade, é o orgulho que pulsa em cada rua de Currais Novos. “Esse reconhecimento é merecido. A torcida faz parte da alma da nossa cidade e merece todo o apoio para continuar seu trabalho”, afirmou o parlamentar.
O reconhecimento como Utilidade Pública abre portas para que a torcida amplie suas iniciativas culturais e comunitárias, fortaleça projetos e busque novas parcerias. Mas, para os integrantes, o maior legado é o sentimento de valorização e a certeza de que a sua história importa.
A lei entrou em vigor na data da publicação, mas seus efeitos emocionais chegaram antes: um misto de gratidão, alegria e renovação da força que move o Potyguar e todo o Seridó.
Jogos de azar e apostas online, popularizadas pelas chamadas bets, provocam perdas econômicas e sociais ao país estimadas em R$ 38,8 bilhões anualmente. Esse valor é o somatório de danos à sociedade, como suicídios, desemprego, gastos com saúde e afastamento do trabalho.Aposta online e jogo de azar custam R$ 38,8 bi ao país, mostra estudo – Agora RNAposta online e jogo de azar custam R$ 38,8 bi ao país, mostra estudo – Agora RN
O cálculo é do estudo inédito A saúde dos brasileiros em jogo, divulgado nesta terça-feira 2, que analisa efeitos da expansão das apostas online no Brasil.
Para ter uma noção do tamanho da perda, o valor de R$ 38,8 bilhões projetado pela pesquisa representaria expansão de 26% no orçamento do programa habitacional Minha Casa, Minha Vida do ano passado, ou 23% a mais no Bolsa Família de 2024.
O estudo é uma parceria de organizações sem fins lucrativos dedicadas à saúde pública: o Instituto de Estudos para Políticas de Saúde (Ieps) e a Umane, e da Frente Parlamentar Mista para Promoção da Saúde Mental (FPSM), que reúne quase 200 parlamentares no Congresso Nacional.
Perdas Os pesquisadores citam que o Brasil teve 17,7 milhões de apostadores em apenas seis meses. Eles também se baseiam em levantamento da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) para estimar em cerca de 12,8 milhões o número de pessoas em situação de risco com relação a apostas.
Os autores se inspiraram em estudo britânico sobre efeito dos jogos para projetar o tamanho nas perdas diretas e indiretas para o Brasil e chegaram aos seguintes números:
– R$ 17 bilhões por mortes adicionais por suicídio
– R$ 10,4 bilhões por perda de qualidade de vida com depressão
– R$ 3 bilhões em tratamentos médicos para depressão
– R$ 2,1 bilhões com seguro-desemprego
– R$ 4,7 bilhões encarceramento por atividade criminal
– R$ 1,3 bilhão diz respeito à perda de moradia
Desse total, 78,8% (R$ 30,6 bilhões) estão associados a custos ligados à saúde.
“Estudos internacionais recentes demonstram a associação entre o transtorno do jogo e o agravamento de quadros de ansiedade, depressão e risco de suicídio”, assinala o documento, que utilizou estimativas de valor monetário para medir as perdas de qualidade e duração de vida.
Os pesquisadores afirmam que o crescimento acelerado do setor de apostas online, favorecido pela tecnologia, falta de regulação, ampla exposição midiática e pela ausência de políticas públicas estruturadas, “já apresenta impactos significativos sobre o endividamento das famílias, o aumento dos casos de transtorno do jogo e o agravamento de quadros de sofrimento mental”.
Retorno insuficiente De acordo com o Banco Central (BC), os brasileiros destinaram cerca de R$ 240 bilhões às bets em 2024 e os beneficiários do Bolsa Família gastaram R$ 3 bilhões em bets, por meio de Pix, em agosto de 2024.
As bets foram legalizadas no Brasil em 2018, regulamentadas apenas em 2023 e só passaram a pagar volume maior de impostos a partir de 2025. Até setembro deste ano, a arrecadação com a atividade chegou a R$ 6,8 bilhões, diz o relatório. No mês seguinte, o acumulado passou para perto de R$ 8 bilhões.
“O contraste entre a arrecadação – ainda que consideremos a projeção anual de R$ 12 bilhões – e o custo anual estimado de R$ 38,8 bilhões revela uma conta que não fecha do ponto de vista do interesse público”, ressalta o texto.
Atualmente as bets são tributadas em 12% sobre a receita bruta. No Senado tramita o Projeto de Lei 5473/2025, que propõe até duplicar a alíquota para 24%. Além disso, os apostadores pagam 15% de Imposto de Renda sobre o prêmio recebido.
Os autores do estudo criticam que, de todo o valor arrecadado com as bets, apenas 1% é direcionado aos cofres do Ministério da Saúde. Até agosto, o montante efetivamente repassado somava R$ 33 milhões.
Eles lembram que essa receita não tem vinculação orçamentária específica com o financiamento de ações no âmbito da Rede de Atenção Psicossocial (Raps), ambiente do Sistema Único de Saúde (SUS) que oferece cuidado em saúde mental.
Redução de danos A diretora de Relações Institucionais do Ieps, Rebeca Freitas, acredita que sem uma regulação firme, fiscalização rigorosa e responsabilidade das operadoras, aumentam os riscos de endividamento, adoecimento e impactos sobre a saúde mental, especialmente entre grupos mais vulneráveis.
Ela constata que as bets já fazem parte da vida de milhões de brasileiros, por isso a questão central sobre o tema deve ser em torno de garantir proteção à população.
No entanto, completa a diretora, o cenário atual mostra o oposto.
“A prática está sendo incentivada por um lobby comercial poderoso, ainda que às custas da saúde do povo brasileiro”, disse à Agência Brasil.
CPI das Bets Os danos causados pelas bets chegaram a ser tema de Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) no Senado. A CPI investigou o impacto das apostas online no orçamento das famílias, supostas ligações com crime organizado e atuação de influenciadores que divulgam essas apostas.
No entanto, os parlamentares rejeitaram o relatório final, que pedia o indiciamento de 16 pessoas. Foi a primeira vez, nos últimos dez anos, que uma CPI do Senado teve o relatório rejeitado.
Sem impacto positivo No campo econômico, o estudo considera que a atividade das bets é “irrisória” em termos de geração de empregos e renda para o trabalhador. Com base em dados oficiais do Ministério do Trabalho, o levantamento aponta que o setor representava 1.144 empregos formais.
Em termos de renda, os pesquisadores estimam que, de cada R$ 291 de receita obtida pelas empresas, apenas R$ 1 se transforma em salário formal.
“Enquanto cada trabalhador formal no setor gera cerca de R$ 3 milhões mensais em receitas para as empresas, ele próprio recebe uma fração mínima (0,34%) desse valor”, citam.
A pesquisa alerta também para a alta informalidade: 84% dos trabalhadores do setor não contribuíram para a previdência em 2024, enquanto a média da economia brasileira era de 36%, segundo Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Modelo britânico O dossiê A saúde dos brasileiros em jogo apresenta medidas existentes no Reino Unido voltadas à prevenção, ao tratamento e à regulação do setor de apostas:
– Autoexclusão: permite ao usuário bloquear o próprio acesso a todos os sites licenciados no Reino Unido por até cinco anos.
– Restrição à publicidade: permitida, mas altamente regulada. Anúncios não podem sugerir que o jogo é uma solução para problemas financeiros, ser direcionados a menores de idade ou usar influenciadores ou celebridades que tenham apelo junto ao público jovem.
– Destinação da arrecadação para o tratamento de saúde das pessoas afetadas: vale para 50% do que as bets pagam de imposto.
Sugestões para o Brasil A diretora de Relações Institucionais do Ieps, Rebeca Freitas, assinala que “uma vez que a proibição ainda não está em pauta”, o instituto sugere cinco caminhos para mitigar os danos das apostas no Brasil:
– Aumentar a parcela da taxação das apostas online destinada à saúde;
– Formar profissionais de saúde no tema para realizar o acolhimento no SUS;
– Proibir propagandas e realizar campanhas nacionais de conscientização;
– Restringir o acesso, principalmente de pessoas com perfil de risco e/ou menores de idade;
– Implementar regras duras para as empresas de apostas, que visem retorno financeiro ao país, inibam a corrupção e possibilitem políticas públicas de monitoramento.
“Se o Estado entende que a legalização é um caminho sem volta, ele precisa mitigar os danos causados pelas empresas de apostas e assegurar mecanismos sólidos de redução de danos”, afirma Rebeca.
Bets contra aumento de imposto O Instituto Brasileiro de Jogo Responsável (IBJR), entidade fundada em 2023, representa cerca de 75% do mercado brasileiro e reúne as principais empresas de apostas do país.
No perfil de LinkedIn da instituição, há a reprodução de um conteúdo em que a entidade se manifesta contrária ao aumento de tributação. Para o IBJR, “isso pode acabar fortalecendo o mercado clandestino”.
“A oferta legal limitada, impulsionada pela tributação excessiva, fragiliza o setor. Esse desequilíbrio aumenta o risco de operadores licenciados migrarem para o ambiente ilegal, comprometendo tanto a competitividade do mercado regulado, quanto a arrecadação governamental prevista”, registra.
De acordo com o IBJR, mais de 51% das apostas no âmbito virtual no Brasil operam na clandestinidade.
Em dificuldade financeira, o Estado busca saídas para elevar a arrecadação. Agora, abriu prazo para a negociação de débitos inscritos na Divida Ativa oriundos de multas e taxas ambientais aplicadas pelo Instituto de Desenvolvimento Sustentável e Meio Ambiente (Idema) até 31 de dezembro de 2021.
A Procuradoria Geral do Estado (PGE) recebeu pelo menos 301 processos de débitos ambientais, provenientes de autos de infração da parte do Idema, mas de acordo com a portaria conjunta de nº 7/2025, publicada no “Diário Oficial do Estado” do sábado (29/11), “a seleção dos débitos a serem transacionados é de livre escolha do devedor”.
O procurador-geral adjunto do Estado, José Duarte Santana, explica que desde o fim de abril, quando foi sancionada a Lei de Transação Tributária (12.145/2025), já foram publicados seis editais dessa natureza – esse é o sétimo, beneficiando inicialmente empresas em falências ou liquidação extrajudicial, depois MEIs e pessoas físicas, empresas “baixadas” e que não funcionam mais, que com isso “podem se regularizar e voltar a empreender”.
José Santana informou que desde abril, o “Regularize-RN”, como o governo convencionou o programa de regularização da Divida Ativa já negociou R$ 80 milhões, arrecadando efetivamente R$ 15 milhões.
Segundo o edital 7/2025, o contribuinte que quiser negociar dívidas junto ao Idema-RN, deverá realizar a adesão – o prazo começou na segunda-feira (1º) até 31 de janeiro de 2026.
O desconto a ser concedido ao devedor dependerá do número de parcelas escolhidas para fins de quitação, sendo que o valor da mensal será de, no mínimo, R$ 300,00 – com pagamento da parcela única ou da primeira parcela no prazo de seu vencimento.
O valor a ser transacionado será disponibilizado ao contribuinte pela PGE na página https://divida.pge.rn.gov.br/regularizemaisrn/, após o ingresso com login e senha.
Já o valor a ser transacionado, denominado crédito final líquido consolidado, será apurado pela aplicação do desconto de até 100% dos juros, multas e demais acréscimos.
A aplicação do desconto tem como limite o montante de 70% do valor total dos créditos e não poderá reduzir o montante principal. Na hipótese de os descontos de 100% nas multas, nos juros e nos demais acréscimos resultarem em um montante inferior ao limite máximo de redução do débito, serão recompostos proporcionalmente os valores das multas, juros e demais acréscimos até que o saldo da transação alcance o montante dentro dos limites fixados.
O parcelamento das divida pode ocorrer em quatro e em até 120, com o desconto chegando a 40% sobre o valor total do crédito transacionado, vedada a redução do crédito principal. O pagamento antecipado de parcelas vincendas será imputado, obrigatoriamente, nas últimas parcelas do ajuste, diz o edital.
O presidente da CPMI do INSS, senador Carlos Viana (Podemos-MG), determinou na madrugada desta terça-feira (2) a prisão do ex-coordenador-geral de pagamentos e benefícios do órgão, Jucimar Fonseca da Silva. A ordem ocorreu após o depoente alegar erro na convocação e apresentar informações consideradas falsas pela comissão. “O senhor está preso por calar a verdade”, declarou Viana ao anunciar o flagrante.
Ainda pela manhã, Jucimar foi localizado pela Polícia Legislativa e levado novamente ao Congresso para prestar depoimento. Ele vinha adiando a oitiva com sucessivos atestados médicos desde que foi afastado do cargo, em abril, após a Polícia Federal deflagrar operação que apura fraudes no INSS.
As investigações apontam que Jucimar atuou no processo que autorizou o desbloqueio em lote para inclusão de descontos associativos a pedido da Contag. Questionado sobre o alto volume de reclamações na época, ele afirmou que recebia relatórios da ouvidoria, mas que os números informados “não eram aqueles” divulgados pela imprensa. O ex-coordenador negou ter recebido propina e afirmou que sua nomeação seguiu critérios técnicos.
Jucimar também declarou não ter poder decisório sobre pagamentos e que jamais assinou autorizações, argumentando que apenas acompanhava processos internos, sempre subordinado ao diretor de Benefícios e à presidência do INSS.
Nesta terça-feira (2), a situação de pensionistas da Polícia Militar do Rio Grande do Norte foi o foco do pronunciamento do deputado Luiz Eduardo (SDD) na tribuna da Assembleia Legislativa. O parlamentar, que preside a Comissão de Administração, Serviços Públicos, Trabalho e Segurança Pública, cobrou a regularização dos pagamentos e a definição de um calendário fixo para as beneficiárias, destacando os transtornos causados pelos atrasos nos proventos.
Em seu discurso, o deputado Luiz Eduardo expressou solidariedade às esposas e viúvas de policiais militares presentes na galeria da Casa, que acompanhavam a sessão para reivindicar seus direitos. Ele enfatizou que a falta de um cronograma de pagamento tem gerado grandes dificuldades financeiras para essas mulheres, que dependem exclusivamente das pensões para honrar compromissos, adquirir alimentos, custear remédios e exames, e evitar o acúmulo de juros por atrasos em cartões de crédito. “Elas já padecem com a perda de seus maridos, que eram os provedores da família. Isso é um absurdo que está acontecendo”, afirmou o orador.
O parlamentar apresentou um caso específico, o de uma pensionista de Santa Cruz, cujo marido faleceu há dois meses e, até o momento, não conseguiu receber o benefício devido à falta de resolução por parte do Instituto de Previdência dos Servidores do Estado (IPERN). “Essa senhora está passando por dificuldade financeira por conta de o IPERN não estar cumprindo”, ressaltou.
Diante da situação, Luiz Eduardo apelou à sensibilidade do governo Fátima Bezerra (PT) e do líder do governo na Casa, deputado Francisco do PT, para que a demanda seja levada à governadora. Em um aparte, o deputado Francisco informou que os salários dos pensionistas estavam sendo creditados nas contas nesta terça-feira e solicitou informações detalhadas sobre o caso específico de Santa Cruz para verificar a situação.
Agradecendo a intervenção, o deputado Luiz Eduardo reforçou o pedido para que o governo firme uma data fixa para os pagamentos das pensões. Ele argumentou que, mesmo diante das dificuldades financeiras do Estado, a definição de um calendário permitiria aos pensionistas se planejarem e se reorganizarem financeiramente, garantindo mais tranquilidade no custeio de suas famílias. “A nossa reivindicação é pedir a sensibilidade do governo, que haja uma data fixa para que elas possam replanejar suas contas e voltar a ter tranquilidade”, concluiu.
Segurança Pública
Luiz Eduardo voltou a se pronunciar no horário de deputados, encerrando a sessão ordinária. Ele comentou sobre mais uma noite violenta no bairro de Mãe Luíza, que tem registrado disputas entre facções criminosas. O parlamentar defendeu a interferência do Estado, por meio das Polícias Militar e Civil. “Que os policiais entrem nas matas e descubram também em quais casas os criminosos estão se escondendo. Mãe Luíza clama por segurança”, concluiu Luiz Eduardo.
Por unanimidade, a Assembleia Legislativa do Rio Grande do Norte aprovou o projeto de lei do deputado Francisco (PT) que obriga a afixação de cartaz em órgãos públicos e privados, informando que racismo, injúria racial e discriminação racial são condutas tipificadas como crime, podendo ser punidas, na forma da lei.
Segundo ele, é fundamental que seja construído pela sociedade e Estado brasileiros um arcabouço institucional e legislativo que combata o racismo estrutural, uma chaga infelizmente ainda presente em nosso país.
Projeto segue para sanção da governadora Fátima Bezerra.
A Prefeitura de Lagoa Nova realizou, nesta terça-feira, 02 de dezembro, a entrega da reforma e ampliação da Creche Evilásio Luiz Victor. A obra, muito esperada pela comunidade, garantiu melhorias na estrutura física, ampliação das salas, modernização dos ambientes e mais conforto para as crianças e profissionais.
Durante a solenidade, o prefeito destacou a importância do investimento na primeira infância e reafirmou o compromisso da gestão com a educação municipal. “Estamos entregando uma creche totalmente revitalizada, preparada para acolher nossas crianças com qualidade, segurança e dignidade. Investir na educação é investir no futuro de Lagoa Nova, e essa obra é mais um passo nesse caminho”, afirmou o prefeito.
A comunidade escolar celebrou o momento, reconhecendo que o novo espaço representa mais oportunidades e melhores condições para o desenvolvimento dos alunos.
A Diocese de Caicó anunciou oficialmente as nomeações e transferências de padres para o ano de 2026, mudanças que fazem parte da dinâmica natural da Igreja Católica e do seu ordenamento canônico. Entre as alterações, chamam atenção a transferência do padre Cláudio Dantas, que deixa Currais Novos para assumir a Paróquia de São José, em Carnaúba dos Dantas, e do padre Fagner, que passa a responder pela Paróquia de Nossa Senhora dos Aflitos, em Jardim de Piranhas.
Do ponto de vista institucional, a Igreja ensina que o padre está em missão e que essas mudanças são necessárias para fortalecer a evangelização, evitar acomodações e permitir novas experiências pastorais. O próprio comunicado do bispo destaca que as decisões foram tomadas após diálogo, oração e escuta da realidade pastoral.
No entanto, a cada novo anúncio, um debate inevitável ganha força dentro das comunidades, se essas constantes transferências fortalecem ou fragilizam os laços entre o povo e a Igreja.
Na prática do dia a dia, o padre não é apenas um administrador paroquial. Ele se torna conselheiro, amigo, parceiro nas dores e nas alegrias da comunidade. Celebra batizados, casamentos, acompanha lutos, conhece famílias e histórias. Quando o vínculo começa a se consolidar, a mudança chega, trazendo consigo sentimentos de saudade, frustração e, para alguns fiéis, uma sensação de ruptura.
É fato que a Igreja precisa funcionar como instituição e não em torno de pessoas específicas, mas também é verdade que a fé é vivida de forma humana, feita de vínculos, proximidade e pertencimento. Quando as transferências acontecem sem maior preparação emocional das comunidades, o impacto é sentido no banco da igreja.
Talvez o grande desafio não esteja na mudança em si, que é legítima e necessária, mas na forma como ela é conduzida, com mais diálogo, transições cuidadosas e escuta comunitária.
Entre a lógica institucional e o sentimento do povo, fica a reflexão, até que ponto a frequência dessas mudanças contribui para o fortalecimento da fé e quando passa a enfraquecer os laços que mantêm a comunidade viva dentro da Igreja.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) anunciou nesta segunda-feira, 1, sua primeira diretriz sobre o uso de medicamentos agonistas de GLP-1, mais conhecidos como canetas para tratamento da obesidade.
“Nossa nova orientação reconhece que a obesidade é uma doença crônica que pode ser tratada com cuidado abrangente e contínuo”, afirma o diretor-geral da entidade, Tedros Adhanom Ghebreyesus, em comunicado oficial.
Considerada uma doença complexa, a obesidade é um dos principais fatores de risco para problemas cardiovasculares, diabetes tipo 2 e alguns tipos de câncer, entre outras enfermidades. A condição também contribui para piores desfechos em casos de doenças infecciosas.
De acordo com a OMS, a obesidade esteve associada a 3,7 milhões de mortes em 2024, e a previsão é de que o número de pessoas com a doença possa dobrar até 2030 caso não sejam adotadas medidas contundentes.
“A obesidade é um grande desafio global de saúde que a OMS está empenhada em enfrentar, apoiando países e pessoas em todo o mundo para controlar a doença de forma eficaz e equitativa”, diz Ghebreyesus.
Em setembro deste ano, a organização já havia incluído agonistas de GLP-1 na lista de medicamentos essenciais para o manejo do diabetes tipo 2 em grupos de alto risco.
Recomendações
O documento apresenta duas declarações norteadoras. A primeira é:
“A obesidade é uma doença crônica complexa que requer cuidados ao longo da vida, começando com a avaliação clínica e o diagnóstico precoce. Após o diagnóstico, os indivíduos devem ter acesso a programas abrangentes de cuidados crônicos que ofereçam intervenções comportamentais e de estilo de vida contínuas. Quando apropriado, opções farmacológicas, cirúrgicas ou terapêuticas podem ser utilizadas para auxiliar no manejo eficaz da doença. Paralelamente, os cuidados devem abordar a prevenção e o tratamento de complicações e comorbidades relacionadas à obesidade.”
Essa orientação é seguida por uma recomendação considerando as evidências disponíveis sobre a liraglutida (Victoza e Saxenda), a semaglutida (Ozempic e Wegovy) e a tirzepatida (Mounjaro):
Em adultos com obesidade, os agonistas do receptor GLP-1 ou os agonistas duplos GIP/GLP-1 podem ser usados como tratamento de longo prazo para a obesidade.
Os especialistas que formularam a diretriz entendem que há evidências clínicas de certeza moderada para o uso dos medicamentos. Eles ponderam, entretanto, que há necessidade de mais evidências sobre os benefícios relativos e os potenciais danos associados ao uso da terapia com GLP-1 em tratamentos de longa duração, um dos motivos para a recomendação ser condicional”.
A segunda declaração é:
“Pessoas com obesidade devem receber aconselhamento adequado ao seu contexto sobre mudanças comportamentais e de estilo de vida – incluindo, entre outras, prática de atividade física e alimentação saudável – como um passo inicial para intervenções comportamentais mais estruturadas. Para indivíduos que recebem prescrição de agonistas do receptor GLP-1 (liraglutida e semaglutida) ou agonistas duplos de GIP/GLP-1 (tirzepatida), o aconselhamento sobre mudanças comportamentais e de estilo de vida deve ser oferecido como um primeiro passo para a terapia comportamental intensiva, visando ampliar e apoiar os melhores resultados de saúde.”
Essa declaração é seguida por outra recomendação condicional:
Em adultos com obesidade que recebem prescrição de agonistas do receptor GLP-1 ou agonistas duplos de GIP/GLP-1, a terapia comportamental intensiva pode ser oferecida como uma intervenção conjunta dentro de um modelo clínico multimodal abrangente.
Nesse caso, os especialistas consideram que as evidências são de baixa certeza. Eles avaliam que a terapia comportamental como cointervenção com os medicamentos é provavelmente mais vantajosa em comparação com o uso isolado das canetas”.
Limitações
As diretrizes listam limitações das pesquisas com os medicamentos, como a necessidade de investigar seu potencial impacto na fertilidade de mulheres com obesidade e de determinar as populações prioritárias para o uso da terapia com GLP-1 considerando a gama de valores de índice de massa corporal (IMC) medidas antropométricas alternativas (por exemplo, circunferência da cintura e do quadril) e doenças e distúrbios relacionados à obesidade, bem como em subpopulações por idade, sexo e etnia.
A OMS também reforça que, embora as terapias representem a primeira opção medicamentosa eficaz para adultos com obesidade, o uso de medicamentos sozinho não é suficiente. O documento destaca a necessidade de uma abordagem ampla que inclui criação de ambientes mais saudáveis por meio de políticas públicas, proteção de indivíduos de alto risco com triagem e intervenções precoces e garantia de acesso a cuidados contínuos e centrados no paciente.
As diretrizes enfatizam ainda a importância do acesso equitativo às terapias GLP-1 e da preparação dos sistemas de saúde para seu uso. Sem políticas adequadas, esses tratamentos podem aumentar desigualdades já existentes, de acordo com a OMS. Nesse sentido, a entidade faz um apelo por ações que ampliem o acesso aos medicamentos, como aumento da produção, redução de custos e fortalecimento da infraestrutura dos sistemas de saúde.
A expectativa de vida no Rio Grande do Norte alcançou 77,83 anos, tornando-se a terceira mais alta do país e a maior do Nordeste. O resultado representa um aumento de 18 meses em relação ao ano anterior, segundo as Tábuas de Mortalidade 2024, do IBGE. Especialistas destacam que, apesar do avanço, o crescimento da longevidade amplia a pressão sobre a previdência e reforça a necessidade de políticas de saúde e de cuidados voltadas para uma população cada vez mais envelhecida.
Em comparação com outros estados, o RN fica atrás somente do Distrito Federal (79,75) e Santa Catarina (78,27). No Nordeste, o estado lidera, superando a média de 76,15 anos. De acordo com as projeções do IBGE, a longevidade no RN deve continuar em crescimento nos próximos anos. Damião Ernane de Souza, Chefe do Setor de Disseminação de Informações da Superintendência Estadual do IBGE no RN, destaca que “a proporção de pessoas com 15 anos ou mais será bem menor do que a de pessoas com 60 anos ou mais”, disse.
Ele ainda observa que, em Natal, quase 20% da população já tem 60 anos ou mais. Esse aumento na longevidade é um reflexo da transição demográfica que está ocorrendo, com uma população cada vez mais envelhecida no RN. Conforme Damião Ernane, o Brasil está passando pela Transição Demográfica, marcada pela redução das taxas de fecundidade e natalidade. Menos crianças nascem e as pessoas vivem cada vez mais, refletindo uma tendência nacional.
A expectativa de vida no Brasil alcançou 76,6 anos, um aumento de 2,5 meses em relação ao ano anterior. No estado, assim como no Brasil, os homens continuam apresentando uma longevidade inferior à das mulheres. Homens vivem em média 74,38 anos, enquanto as mulheres 81,24 anos.
Ricardo Ojima, pesquisador do Departamento de Demografia e Ciências Atuariais da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), considera que a sobremortalidade masculina está associada às mortes violentas. “Acidentes de trânsito e violência são as causas que mais matam homens jovens no Brasil. Entre 20 e 30 anos essa é a principal causa de morte”, pondera.
De acordo com o cientista atuarial, diversos fatores contribuem para a baixa expectativa de vida masculina. Ele explica que durante a velhice, homens tendem a se cuidar menos que as mulheres. “Após os 40 prevalece o machismo estrutural e a falta de cuidados com a saúde”, explica o pesquisador.
Na avaliação de Ojima, o aumento da expectativa de vida reflete a redução sistemática da mortalidade em todas as faixas etárias, principalmente entre os mais jovens e crianças com menos de 1 ano. “A maior contribuição para o aumento da expectativa de vida geral é a redução da mortalidade infantil, porque é o grupo que tem mais contribuição para a média geral de anos de vida quando a morte é evitada”, disse.
Apesar do avanço, políticas públicas devem ser pensadas para o bem-estar do idoso. “Esse aumento da expectativa de vida traz consequências e desafios. Um deles é a necessidade de se pensar em um contexto de mais pessoas beneficiárias do que contribuintes para a previdência”, alerta Ricardo Ojima. Além disso, a saúde se torna um desafio ainda mais relevante, pois os custos com o cuidado de uma população envelhecida tendem a ser muito mais elevados.
Saúde pública
O demógrafo especialista em saúde, José Vilton, explica que o acesso à saúde e os avanços no desenvolvimento da saúde pública têm impacto direto na longevidade da população e, com o envelhecimento populacional, o setor deve se preparar para assistência aos idosos.
Vilton destaca que uma das grandes prioridades das políticas públicas atuais é a atenção ao cuidado dos idosos. “Até poucas décadas atrás, o foco era atender ao boom populacional, com a construção de escolas para as novas gerações. Hoje, com a queda da natalidade e o aumento da longevidade, o novo desafio é a criação de uma rede de proteção e cuidado para a população idosa”, afirma.
A geriatra Ângela Costa defende que é necessário acompanhamento médico constante para os idosos. “Os fatores mais importantes para viver mais e com qualidade no Brasil são aqueles que atuam diretamente na manutenção da saúde física, emocional e social”, alerta a especialista.
População no RN vai estacionar em 2041
A expectativa de vida deve aumentar cada vez mais no RN, com projeção para 78,01 anos em 2025, conforme dados do IBGE. O especialista do IBGE RN explica que o estado deve atingir, em 2041, o chamado “estacionamento populacional”, quando o número de nascimentos deixa de superar o número de mortes — fenômeno que no Brasil deve ocorrer antes, em 2037.
Segundo ele, isso significa que o estado terá cada vez menos jovens e uma proporção crescente de idosos, tendência que deve se intensificar ao longo das próximas décadas. Ele destaca que a queda da natalidade é um dos principais fatores que explicam esse cenário.